Diversidade cultural - padrões de cultura e

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Matéria de Sociologia 12º Ano
Cultura
Conceito sociológico de cultura:
O ser humano é um ser social. A vida em grupo tem conduzido ao desenvolvimento de
regras e de procedimentos e, assim, tem suscitado crenças, criado normas, valores, etc. Desta
forma, a vida em grupo é uma vida em estado de cultura, pois cada sociedade exprime-se e
realiza-se através de uma cultura distinta. A cultura é um conjunto complexo e articulado de
normas, valores práticas sociais e crenças que condicionam os seres humanos, bem como as
realizações técnicas do grupo, conferindo a cada sociedade o seu aspeto original. É, portanto, a
maneira de pensar, sentir e agir de um grupo. Assim, numa determinada cultura todos os
membros têm lugar, pois a cultura é algo partilhado que concede a cada um características
básicas que o distinguem dos membros de outro grupo.
Cultura é diferente de herança biológica. Por exemplo, comer para sobreviver é algo
biológico, mas alimentar-se de acordo com um horário fixo, comer determinados alimentos e
usar determinados utensílios é algo que se aprende de acordo com a cultura em que estamos
inseridos. O significado popular do termo cultura está relacionado com o facto de a pessoa ser
culta, isto é, de ter conhecimentos em vários domínios do saber. O significado sociológico do
termo cultura está relacionado com o conjunto de maneiras de pensar, sentir e agir de um
determinado grupo, isto é, quando o indivíduo é portador de cultura, que varia de grupo social
e quando cada grupo social se integra na sua cultura, com maneiras específicas de pensar,
sentir e agir.
Todas as sociedades são portadoras de uma cultura que as distingue e as identifica
porém, é possível encontrar grupos numa determinada cultura que têm alguns traços
distintos, por exemplo, os jovens têm maneiras próprias de falar, vestir e pensar. Estas
diferenças dentro de uma determinada cultura são chamadas de subculturas, que embora
tenham traços culturais diferentes da cultura principal não põem em causa a cultura
dominante, coexistindo com ela.
Elementos da cultura:
A cultura tem elementos materiais e elementos espirituais ou imateriais. Os elementos
materiais compreendem as obras realizadas, as técnicas e são, por exemplo, as habitações, o
vestuário, as estradas, os alimentos, etc. Os elementos espirituais ou imateriais compreendem
as ideias, as crenças, as normas e os valores, como por exemplo, o bem, o mal, a justiça, a
beleza, a bondade, a liberdade, a religião, a literatura, a arte, a música, etc. Os elementos
materiais e imateriais interagem e não existem separadamente e, assim, produzem a cultura.
Concluindo, os elementos materiais e espirituais baseiam-se uns nos outros, reforçam-se
mutuamente e quando a sua relação se quebra, a sociedade perde algumas das suas
referências culturais.
Os elementos espirituais influenciam os elementos materiais, como exemplo temos os
elementos espirituais que proíbem uns povos de comer carne de vaca, porque se trata de um
animal sagrado. Os elementos materiais condicionam também os elementos espirituais, como
exemplo temos a inovação tecnológica que alterou certos valores morais, religiosos,
económicos e políticos.
A vida em sociedade pressupõe uma certa ordem, pois é necessário satisfazer as
necessidades de cada individuo. Desta forma, é necessário haver condutas individuais que
obedecem a um conjunto de regras que defendem e garantem a ordem social e que estão
assentes num padrão. Os valores culturais são conceções gerais do bem que orientam as
condutas sociais.
Folkway é um comportamento cultural, uma maneira de resolver os múltiplos
problemas que todos têm no seu quotidiano, como usar garfo e faca ou pauzinhos para comer.
Assim, Folkways são as maneiras normais e habituais de um grupo fazer as coisas e cada grupo
social tem as suas Folkways, isto é, maneiras de apertar as mãos, comer, usar gravatas,
conduzir do lado x, etc.
Ana Pinto
Matéria de Sociologia 12º Ano
A vida em grupo impõe a elaboração de regras e de normas exteriores ao individuo, ou
seja, que lhe são impostas, dando-lhe a conhecer como se deverá comportar, de forma a
continuar inserido no grupo. Assim, o nosso quotidiano acontece de acordo com valores
éticos, morais, religiosos, económicos, políticos, técnicos, etc., aceites pela sociedade em que
estamos inseridos. Esses valores são partilhados por todos os membros de um grupo,
indicando-lhes o certo e o errado e condicionando os seus comportamentos.
Concluindo, as normas são o resultado dos valores aceites pela coletividade,
corporizam modelos a seguir por cada um dos seus membros, exteriorizando verdadeiros
modelos de comportamento. Esses modelos funcionam como padrões de comportamento,
tornando difícil o desenvolvimento de comportamentos que se afastem da norma. Assim, todo
o comportamento humano é significativo e condicionado.
Diversidade cultural - padrões de cultura e etnocentrismo cultural:
Cada sociedade possui os seus padrões culturais que condicionam as atitudes num
grupo. Assim, os padrões culturais são formas específicas e exclusivas de cultura associadas a
um grupo social, que condicionam a ação social dos grupos. Desta forma, há uma grande
diversidade cultural, pois o mundo é formado por culturas com diferentes padrões culturais
que permitem distinguir os grupos sociais.
Devido à diversidade cultural que existe é incorreto considerar uma cultura superior a
outra e avaliar as outras culturas em função da superior. Neste contexto, o etnocentrismo
cultural é um obstáculo a uma visão objetiva da realidade e pode produzir tanto efeitos
positivos como negativos. Quanto aos efeitos positivos, o etnocentrismo, acreditando na
superioridade da sua cultura, pode unir os elementos da cultura, de modo a preservá-la.
Quanto aos efeitos negativos, o etnocentrismo, acreditando na superioridade da sua cultura,
pode ocasionar comportamentos discriminatórios.
Assim, o etnocentrismo cultural é uma atitude que influencia a observação e análise de
outras realidades culturais baseadas na crença de que a cultura do observador é a perfeita,
sendo todas as outras valorizadas em função dela, isto é, uma é superior e as restantes são
inferiores.
O ser humano como produto/produtor de cultura:
Ao nascer, a criança é um ser não cultural, mas, muito rapidamente, se vai
apercebendo das maneiras de agir e de pensar do grupo em que está inserida. Desta forma, a
criança torna essas maneiras de agir e de pensar suas também e, ao crescer, transforma-se
num individuo daquele grupo, isto é, condicionado pelos valores e normas do seu grupo e
adquirindo os seus modelos de comportamento.
Desta forma, o ser humano é um produto da cultura, que se impõe do exterior ao novo
individuo que a recebe por herança.
Por outro lado, uma vez que a cultura é um fenómeno participado, concretizando a
forma de expressão e de realização de um grupo, cada geração dá-lhe o seu contributo, ao
encontrar noas normas e valores, ao inventar novas formas de relacionamento ou de
realização, etc. Assim, cada geração herda a cultura, trabalha-a, acrescentando, desta forma,
as suas contribuições.
Concluindo, porque o individuo pode alterar a cultura surge, então, não só como
produto, mas também como produtor da cultura, indo também ele, transmiti-la por herança às
gerações vindouras.
Ana Pinto
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