Biomecânica dos Exercícios para Membros Superiores Características anatômicas do músculo Latíssimo do Dorso Origem: vértebras toráxicas, fáscia tóraco lombar e crista ilíaca Foto Ilustrativa do Latíssimo do Dorso Inserção: úmero Ação: adutor vertical e extensor da articulação do ombro Exercícios Utilizados – Puxadas: Atráz (adução vertical); Frente (adução vertical com extensão); Triângulo (extensão e abdução horizontal no final do movimento); Frente fechada (extensão). Segundo Signorile et al (2003), após análise EMG (%CVM) do Latíssimo do Dorso, os exercícios pulley costas, puxuada supinada e puxada triângulo apresentam média de 80%CVM. Enquanto que o exercício pulley frente apresenta um pico de ativação de 110% daCVM. Gráfico do Artigo Signorile et al (2003) Ativação de músculos acessórios: PEITORAL Nas puxadas triângulo e supinada a ativação do músculo peitoral maior é de 90%CVM e 70%CVM, respectivamente. Isso porque, pegadas fechadas, oferecem vantagem mecânica muscular uma vez que o movimente segue a disposição das fibras aproximando origem e inserção. Já exercícios com pegada aberta, como pulley frente e costas, apresentam uma desvantagem mecânica ao rotacinarem externamente a gleno-umeral alongam o músculo peitoral e diminui o braço de alavanca do mesmo. Sendo assim a ativação muscular do músculo peitoral se resume a 60%CVM para o exercíco pulley frente e 35% para pulley costas. DELTÓIDE POSTERIOR Por se tratar de um extensor e abdutor horizontal da gleno-umeral, o músculo deltóide posterior tem sua ação maximizada junto ao músculo dorsal nos exercícios com pegadas fechadas. Sua ativação chega a 70% CVM na puxada triângulo, 50% CVM no pulley frente e puxada supinada e de 20% CVM no pulley costas. Então, qual é o melhor exercício? As puxadas triângulo e supinada (pegadas fechadas) otimizam o tempo por trabalharem com maior ênfase músculos acessórios. Para mulheres que não gostam de trabalhar ombro é uma boa alternativa. Já pulley costas é o exercício que mais isola o músculo grande dorsal, ideal para hipertrofia, por permitir a supercompensação dos músculos acessórios. No pulley a remada fechada exerce pouca ativação no músculo deltóide. Já na remada aberta, segunda ????? há ativação de 90%CVM. Estudos recordatórios demonstram problemas na gleno-umeral nos exercícios: Desenvolvimento na nuca; peck –deck (voador) e pulley costas. Estes geram insuficiência mecânica no músculo deltóide que perde sua função estabilizadora. Gross et al (1993) relata a vulnerabilidade da gleno-umeral quando em rotação externa e abdução. Para amenizar os problemas de instabilidade gerados por estes exercícios a diminuição da amplitude de movimento é uma alternativa, pois quando muito estendido o músculo perde a eficiência na produção de força. A amplitude ideal é alcançada com a tranferência da tensão do peitoral para a capsula articular. Este é o ponto limite. *Handbolistas, voleibolistas, dardistas, tenistas e nadadores apresentam altos índices de lesões nesta articulação pela biomecânica dos movimento estiportivo. Características anatômicas do músculo Peitoral Maior Origem: Foto Ilustrativa dos musculos peitorais Inserção: Ação: Exercícios utilizados: Supino; Pull Over. No exercício supino é preciso atentar para as instruções de execução: cotovelos sempre apontados para o chão, de modo que não ocorra rotação externa da articulação gleno-umeral; descida da barra na linha dos mamilos e saída da barra sem executar abdução com rotação externa. No exercício pull over deve-se ter uma grande atenção, pois sua execução envolve grande abdução com rotação externa da articulação gleno-umeral, gerando maior probabilidade de avulsão da mesma. Só deve ser utilizado por indivíduos capacitados que não tenham nenhuma deficiência nesta articulação. Uma questão fundamental quando se utiliza este exercício é o modo de se livrar do peso. O descarte com segurança é aproximando o peso do peito e extendendo o cotovelo ou flexionando o quadril. Características anatômicas do músculo Deltóide: Origem: terço lateral da clavícula (porção clavicular); acrômio Foto Ilustrativa dos musculos peitorais (porção acromial); espinha da escapula (porção posterior ou escapular) Inserção: tuberosidade deltóidea do úmero Ação: abdução (deltóide anterior, medial e posterior); flexão (deltóide anterior); abdução horizontal e extensão (deltóide posterior). No estudo de Townsend et al (1991) foi avaliada a ativação eletromiográfica do músculo deltóide anterior em oito exercícos resistidos típicos para o membro superior. Foi determinado o pico de ativação (%CVM) e tempo de ativação acima de 50% CVM (% do exercício). Os exercícios estudados foram: desenvolvimento; elevação frontal e lateral (flexão e abdução); abdução escapular (abdução com 30 graus de flexão) em rotação externa e rotação interna; flexão de braço (abdução horizontal); crucifixo invertido (abdução horizontal com rotação interna e externa); fly (adução horizontal); remada; extensão no pulley. Na tabela abaixo os exercícios que se destacaram em valores de pico e tempo (acima de 50%CVM) de ativação: Exercícios Abdução Escapular em rotação interna Abdução Escapular em rotação externa Elevação Frontal Elevação Lateral Desenvolvimento Pico De Ativação Em % Cvm Tempo De Ativação Acima De 50% Cvm 72% 50% 71% 30% 69% 62% 62% 31% 31% 50% Os exercícios desenvolvimento e abdução escapular apresentaram-se como os mais efetivos no pico e tempo de ativação analisados. Até que ponto podemos abduzir o ombro? Gráfico Elli et al, 1985 Impingimento do supra-espinhal, que une o úmero à escápula e exerce rotação da glenoumeral, ocorre ao abduzir a gleno-umeral. Nesse movimento o úmero pinça o tendão do músculo supra-espinhal que pode desencadear uma inflamação (tendinite). Movimentos acima da linha do ombro (angulação maior que 90%) geram maior pingimento. É o caso do típico exercício de desenvolvimento. Já quando executamos uma rotação externa (mão supinada) ocorre uma diminuição do pingimento, como no exercício de abdução escapular em rotação externa. O impingimento pode atingir não só o supra-espinhal, mas também a cabeça longa do bíceps e a bursa, que quando inflamada puduz excessiva quantidade de líquido causando inchaço e incômodo. Síndrome do Impácto: causada por alta velocidade na execução de movimentos. Muito comum em handebolistas, voleibolistas e nadadores. No estudo de Townsend et al (1991) foi avaliado, também, o tempo (acima de 50%CVM) e pico (em %CVM) de ativação dos músculos deltóide posterior e medial – não tenho certeza se é este autor msm!!! : DELTÓIDE POSTERIOR Exercícios Abdução horizontal em rotação interna Abdução horizontal em rotação externa Remada (abdução horizontal) Extensão Pico De Ativação Em % Cvm Tempo De Ativação Acima De 50% Cvm 93% 70% 92% 63% 88% 57% 71% 57% Pico De Ativação Em % Cvm Tempo De Ativação Acima De 50% Cvm 80% 38% 79% 57% 72% 43% 83% 70% 73% 31% 72% 38% 64% 31% DELTÓIDE MEDIAL Exercícios Abdução horizontal em rotação interna Abdução horizontal em rotação externa Remada (abdução horizontal) Abdução no plano da escapular (rotação interna) Flexão (elevação frontal) Desenvolvimento Abdução vertical (elevação lateral) Manguito Rotador é composto por músculos estabilizadores da gleno-umeral, prendendo o úmero à escápula. Estes músculos são: Supra-espinhoso e Subescapular – Rotadores Internos Infra-espinhoso e Redondo – Rotadores Externos Lesões no manguito impedem a função do deltóide, pois o manguito age reposicionando o úmero e viabilizando a ação do músculo deltóide que possue suas fibras alinhadas paralelamente ao úmero. Ainda no estudo de Townsend et al (1991) foi obtido os valores de pico de ativação (%CVM) e tempo de ativação (acima de 50% CVM) para o exercícios de abdução no plano da escápula em rotação interna e abdução horizontal. Abaixo é apresentada a tabela com os valores de pico (%CVM) para os do manguito e deltóide. ABDUÇÃO NO PLANO DA ESCÁPULA EM ROTAÇÃO INTERNA Exercícios Pico De Ativação Em % Cvm Tempo De Ativação Acima De 50% Cvm Deltóide anterior Deltóide medial Subescapular Supra-espinhoso 72% 83% 62% 71% ? ? ? ? Exercícios Pico De Ativação Em % Cvm Tempo De Ativação Acima De 50% Cvm Deltóide poterior Deltóide medial Infra-espinhal Redondo menor 93% 80% 74% 68% 92% ? 88% 74% ABDUÇÃO HORIZONTAL