Tuberculose (Escrita) – Clique aqui - Turma Sophia 08

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Tuberculose
Introdução
A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa que afeta principalmente o
parênquima pulmonar, ou seja, os alvéolos, podendo se disseminar a outras
partes do corpo, incluindo as meninges, os rins, os ossos e os linfonodos. A TB
começa quando um indivíduo suscetível inala micobactérias e torna-se
infectado.
Fisiopatologia da TB
A tuberculose (TB) é transmitida pelas vias respiratórias até os alvéolos, aonde
irão se instalar e proliferar, esse processo faz com que ocorra uma reação
inflamatória, ativando desse modo os anticorpos, os quais irão combater esses
invasores. Os macrófagos (defesa do nosso organismo) envolvem os
granulomas (massa deciduais de bacilos vivos e mortos), formando uma
parede protetora, a seguir são transformados em uma massa de tecido fibroso,
cuja porção central é denominados tubérculo de Ghon. A TB é classificada em
cinco tipos:
Tuberculose primária: Pessoas com sistema imunitário não conseguem conter
a infecção, ao adquirirem as micobactérias desenvolvem uma tuberculose
ativa. Os indivíduos com infecção pelo HIV e outras doenças com sistema
imunitário deprimido possui maior risco.
Tuberculose secundária: é a reativação da doença, isso ocorre quando as
bactérias acabam por se sobrepor ao sistema imunitário e começam a se
replicar e a disseminar-se.
Tuberculose extrapulmonar: quando a TB se torna ativa em outras partes do
corpo. Os locais comuns de infeção incluem os ossos, os rins, os gânglios
linfáticos e o sistema nervoso central.
Tuberculose miliar ou disseminada: A tuberculose pode disseminar-se por todo
o corpo através da corrente sanguínea.
Aspectos Epidemiológicos
A Tuberculose (TB) é um problema de saúde pública mundial, que está
estreitamente relacionada com a pobreza, desnutrição, aglomeração, habitação
abaixo do padrão e cuidados de saúde inadequada.
A cada ano no Brasil, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e
ocorrem 4,6 mil mortes em decorrência da doença. O Brasil ocupa o 17º lugar
entre os 22 países responsáveis por 80% do total de casos de tuberculose no
mundo.
Agente etiológico - M. tuberculosis, tambem conhecido como bacilo de Koch
(BK). O complexo M. tuberculosis e constituído de varias espécies: M.
tuberculosis, M. bovis, M. africanum e M. microti. Mycobacterium tuberculosis.
O principal agente infeccioso, M. tuberculosis, é um bastonete aeróbico
acidorresistente, que cresce lentamente e que é sensível ao calor e a luz
ultravioleta.
Período de incubação
Embora, o risco de adoecimento seja maior nos primeiros dois anos após a
primeira infecção, uma vez infectada a pessoa pode adoecer em qualquer
momento de sua vida.
Transmissão da tuberculose
A TB dissemina-se de uma pessoa para outra através da transmissão pelo ar.
A pessoa infectada libera os núcleos de gotículas através da fala, tosse,
espirros, riso ou canto. As gotículas menores permanecem suspensas no ar e
são inaladas por uma pessoa susceptíveis. Essas gotículas possuem o bacilo
M. tuberculosis em seu interior.
Período de transmissibilidade
A transmissão da tuberculose é plena enquanto o indivíduo estiver eliminando
bacilos.Com o início do esquema terapêutico adequado, a transmissão tende a
diminuir gradativamente e, em geral, após 15 dias de tratamento chega a níveis
insignificantes. No entanto, o ideal é que as medidas de controle de infecção
pelo M. tuberculosis sejam implantadas até haja a negativação da baciloscopia.
Crianças com tuberculose pulmonar geralmente são negativas à baciloscopia.
Fatores de risco para Tuberculose (TB)




Contato íntimo com alguém que possui TB ativa. A inalação de gotículas
transportadas pelo ar a partir de uma pessoa infectada;
Estado imunocomprometido (p. ex. indivíduos com infecção pelo HIV,
câncer, transplante de órgãos e terapia prolongada com corticosteroides
em alta dose);
Abuso de substâncias (usuários de drogas e alcoólicos);
Qualquer pessoa sem cuidado de saúde adequado (morador de rua,
pobres, minorias sociais, particularmente crianças com menos de 15
anos de idade e adultos jovens entre 15 e 44 anos);




Condições clínicas preexistentes ou tratamento especial (p. ex.,
diabetes, insuficiência renal crônica, desnutrição, determinadas
neoplasias, hemodiálise, transplante de órgãos, etc.);
Pacientes hospitalizados, ou em instituições psiquiátricas ou prisões;
Residência em condições aglomeradas e abaixo dos padrões;
Profissional de saúde que realiza atividades de alto risco, administração
de medicamento, procedimentos de indução de escarro, procedimentos
para tossir, cuidados a pacientes imunossuprimidos, cuidados
domiciliares com a população de alto risco, e procedimentos
relacionados à intubação e aspiração.
Manifestações clínicas
Os pacientes apresentam em sua maioria:
- Febre baixa: devido à infecção causada pelo microrganismo, porém
circundados por macrófagos (anticorpos).
- Tosse Improdutiva ou mucopurulenta: ocasionada pela presença de exsudato
nos alvéolos, decorrente das bactérias e leucócitos, o corpo corresponde para
eliminação do mesmo.
- Hemoptise: expectoração sanguínea, isso ocorre porque o tecido pulmonar
esta sendo acometido.
- Sudorese noturna: suor em excesso durante a noite, proveniente da queda de
febre.
- Fadiga: presença de exsudato nos alvéolos dificultando a troca gasosa.
- Perda de peso: dificuldade de respirar e presença de escarro contínua
atrapalham a ingestão alimentar.
Achados Diagnósticos
Os diagnósticos são realizados a entrevista completa:
- Exame físico
- Teste cutâneo tuberculínico: exame para detectar se uma pessoa foi infectada
pelo bacilo. O derivado de proteína purificado (PPD) é injetado 0,1 ml
intercutânea em uma seringa tuberculina, com uma força intermediária criando
uma elevação na pele de 6mm á 10mm de diâmetro que deverá permanecer no
paciente de 48h á 72h. O resultado da reação do indurecimento e dimensão é
que vai determinar se existe ou não a possibilidade do paciente conter a TB.
Para pacientes considerados de risco que obtém baixa imunidade, se essa
dimensão for á cima de 5mm é considerado de risco. Para pessoas com uma
imunidade normal, é considerado risco um indurecimento á cima de 10mm.
- Radiografia de tórax: Na tuberculose primária a radiografia irá mostrar
anormalidades nos campos médios e inferiores dos pulmões e aumento dos
gânglios linfáticos. Na tuberculose reativada, em geral existem infiltrado nos
lobos superiores dos pulmões. A tuberculose miliar exibe minúsculos nódulos
difusos
- Esfregaço para bacilos acidorresitentes: é uma leve camada de matéria
orgânica sobre uma lâmina de vidro, para exame microscópico, identificando a
resistência do microrganismo.
- Cultura de escarro: para identificar a presença de micobactéria, volume ideal
de 5 á 10 ml. Uma boa coleta de escarro é a que provém da árvore brônquica
obtida após esforço de tosse, e não a que se obtém da faringe (normalmente
saliva) ou ainda por aspiração das secreções nasais.
É feito uma avaliação mais completa da função respiratória, avaliando os sons
brônquicos diminuídos e estertores.
Tratamento da Tuberculose
O tratamento da Tuberculose deve ser feito em regime ambulatorial,
supervisionado, no serviço de saúde mais próximo a residência do doente.
Antes de iniciar a quimioterapia, é necessário orientar o paciente quanto ao
tratamento. Para isso, é necessário explicar as características da doença e o
esquema de regular da medicação, consequências advindas do abandono do
tratamento, e possíveis efeitos adversos dos medicamentos.
Na terapia atual da TB, são utilizados quatro medicamentos de primeira linha;




Isoniazida – H;
Rifampicina – R;
Pirazinamida - Z;
Etambutol - E.
As diretrizes recomendadas para o tratamento dos casos recém-diagnosticados
de TB possuem duas partes: uma fase de tratamento inicial e uma fase de
continuação. A fase inicial consiste em um esquema de múltiplos
medicamentos com Isoniazida, rifampicina, pirazinamida e etambutol, é
administrado diariamente durante 8 semanas; em seguida as opções para a
fase de continuação do tratamento incluem Isoniazida e rifampicina ou
Isoniazida e rifapentina e o período de tratamento estende-se de 4 a 7 meses.
Medicamento
Isoniazida
(INH)
Rifampicina
Pirazinamida
Etambutol
MEDICAMENTOS ANTITUBERCULOSE DE PRIMEIRA LINHA
Dose
Efeitos
Comentários
Cuidados
de
colaterais
Enfermagem
Interfere
na Via oral
Náusea,
Álcool
mais Recomende
ao
biossíntese do
vômito,
rifampicina
paciente que evite o
ácido nucleico
hepatite,
causa aumento consumo de álcool, ou
do bacilo
icterícia, febre. da incidência de qualquer outra droga.
Hepatite
Atua
contra Via oral
Hepatite,
Urina e outras Durante
a
terapia
micobactéria,
10mg/Kg
náusea,
secreções
atentar para disfunção
sua principal (dose
vômito,
dor corporais
de hepática (perda de
utilidade é no máx. diária abdominal,
coloração
apetite, fadiga, icterícia,
tratamento de 600 mg).
diarreia,
alaranjada
urina escura).
tuberculose
flatulência,
cefaleia,
fadiga,
sonolência
Tratamento
Via oral
Náusea,
Durante terapia, avaliar
adjuvante da 15
a vômito,
sinais
de
icterícia,
tuberculose,
30mg/Kg
diarreia,
hepatomegalia, perda
sempre
é (dose
hepatite,
de apetite, ou urina
utilizado
em máx. diária artralgia,
escura, e os níveis de
associação
2,0 g)
anorexia,
ácido úrico.
com
outros
febre.
Solicitar
testes
de
fármacos
sensibilidade
para
antituberculos
detectar uma possível
os, para evitar
resistência;
o
Avaliar
função
aparecimento
pulmonar e a secreção.
de resistência.
Inibe
o Via oral 15 Dermatite,
A medicação pode ser
crescimento
a 25mg/Kg prurido,
administrada
com
de
náusea,
alimentos, ou leite para
micobactérias
vômito,
dor
diminuir
a
irritação
abdominal,
gastrica
anorexia,
cefaleia,
desorientação,
alucinações.,
diminuição do
campo visual e
alteração
na
percepção das
cores.
Ação
Os indivíduos são considerados não infecciosos depois de 2 a 3 semanas de
terapia medicamentosa continua. A vitamina B (piridoxina) é habitualmente
administrada com Isoniazida para evitar a neuropatia periférica associada a
Isoniazida.
Efeitos colaterais das medicações
24 DE MARÇO: O DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA A TUBERCULOSE...
Vacinação contra Tuberculose
A vacina BCG é administrada para produzir maior resistência ao
desenvolvimento de Tuberculose. Mostra-se efetiva em até 76% dos indivíduos
que a recebam.
Dose e via de administração: Injeta-se 0,1 ml, por via intradérmica, no limite
inferior da região deltoideana do braço direito. A 1ª dose é ao nascer.
Medidas de Controle da Tuberculose
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
O principal objetivo da vigilância epidemiológica é identificar as possíveis fontes
de infecção. Deve ser feita investigação epidemiológica, entre os contatos de
todo caso novo de Tuberculose e, prioritariamente, nos contatos que convivam
com doentes, devido ao maior risco de infecção e adoecimento que esse grupo
apresenta. Por exemplo, investigar os familiares do paciente, e as pessoas que
tem contato como na escola, no trabalho, etc.
Notificação – A tuberculose é uma doença que precisa ser notificada ao
departamento de saúde, de modo que as pessoas que tiveram contato com o
paciente afetado durante o estágio infeccioso possam ser submetidas a triagem
e possível tratamento quando indicado.
Controle de contatos - Indicado, prioritariamente, para contatos que convivam
com doentes especialmente os intradomiciliares, por apresentarem maior
probabilidade de adoecimento, e nos adultos que convivam com doentes
menores de 5 anos, para identificação da possível fonte de infecção. A
Isoniazida também pode ser usada como medida profilática (preventiva) para
indivíduos que correm risco de doença, incluindo os familiares dos pacientes.
O tratamento profilático com Isoniazida envolve a administração de doses
diárias durante 6 a 12 meses.
Prevenção da disseminação da Infecção por tuberculose
Em um esforço de prevenir a transmissão da Tuberculose a outras pessoas, é
importante instruir o paciente sobre medidas de higiene, incluindo cuidados
bucais, cobrir a boca e o nariz no momento de tossir e espirrar, descartar os
lenços e lavar as mãos.
PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DA TUBERCULOSE
A atuação do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT)
compreende estratégias inovadoras que objetivam ampliar e fortalecer a
estratégia do tratamento e controle da tuberculose e de outras comorbidades,
como, por exemplo, a aids.
A tuberculose como um problema de saúde pública faz com que novas
respostas devam ser pensadas para promover a equidade, garantir o acesso
aos pacientes, visando não apenas a seu atendimento e bem-estar, mas, num
sentido mais amplo, à consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS) em
suas diretrizes. A integralidade no SUS, em especial a garantia ao acesso, está
inserida na Constituição Federal, em seu artigo 196, ao assegurar que “a saúde
é direito de todos e dever do Estado.”. O controle da tuberculose tem por base
a busca de pessoas infectadas; a realização do diagnóstico precoce e
adequado; o tratamento até a cura, com o objetivo de interromper a cadeia de
transmissão e evitar possíveis adoecimentos.
24 DE MARÇO: O DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA A TUBERCULOSE
Cuidados de Enfermagem ao paciente com Tuberculose
Promoção da Limpeza das Vias Respiratórias
As secreções causam obstrução das vias respiratórias em muitos pacientes
com tuberculose e interferem na troca gasosa adequada. O aumento no
consumo de líquido promove uma hidratação sistêmica e serve como
expectorante efetivo.
Promoção da Adesão ao Esquema de tratamento
O esquema de múltiplos medicamentos que o paciente deve seguir pode ser
muito complexo. É importante ter uma compreensão dos medicamentos,
horários e efeitos colaterais, é importante explicar ao paciente que a
Tuberculose é uma doença contagiosa e que tomar os medicamentos constitui
a maneira mais efetiva de evitar a transmissão. Pois o principal motivo do
fracasso no tratamento é que o paciente não toma os medicamentos
regulamente, devido à ocorrência de efeitos colaterais. Se o esquema
medicamentoso não for seguido corretamente pode ocorrer resistência ao
fármaco.
Instruir o paciente a tomar a medicação com o estômago vazio ou pelo menos
1h antes das refeições, visto que o alimento interfere na absorção dos
medicamentos.
Monitorar os sinais vitais, e observar as alterações no estado clínico do
paciente.
Promoção da atividade e da Nutrição Adequada
Os pacientes com Tuberculose estão frequentemente debilitados devido à
doença crônica prolongada e ao comprometimento do estado nutricional; é
necessário estimular os exercícios de acordo com a tolerância do paciente.
A anorexia, a perda de peso e a desnutrição são comuns em pacientes com
Tuberculose, pois a vontade do paciente de se alimentar pode ser alterada por
causa da fadiga decorrente da tosse excessiva, produção de escarro, dor
torácica, estado geral debilitado, é necessário um plano nutricional que
possibilite refeições pequenas e frequentes, os suplementos nutricionais
líquidos podem ajudar a suprir as necessidades calóricas básicas.
Para proteção Individual os profissionais de saúde devem utilizar a máscara
N95 quando lidar com o paciente com tuberculose.
Referências Bibliográficas
BRUNNER E SUDDARTH. Tratamento de Enfermagem Médico Cirúrgica.
Guanabara Koogan. 2011
http://hmsportugal.wordpress.com/2011/10/10/tuberculose/
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/visualizar_texto.cfm?idtxt=43017&janela
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