Eixo Temático EAP XI Encontro de Educação em Química da Bahia (EDUQUI) Interdisciplinaridade e atividades lúdicas: estudando símbolos químicos a partir de um jogo com nomes dos estados brasileiros. Danielle Thaís J.Almeida1 (IC)*, Maria de Fátima M. Paixão1 (PQ), Fábio A. S. da Silva1 (PQ) 1 Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS – Departamento de Exatas. [email protected] Palavras Chave: Atividade Lúdica, Jogos Didáticos, Interdisciplinaridade. Introdução A literatura acerca do ensino de química nos levou a observação da importância do trabalho interdisciplinar e contextualizado na Educação Básica como forma de combater a fragmentação dos conhecimentos sobre Química e melhorar a qualidade do ensino, buscando, ao mesmo tempo, a integração com outras disciplinas e com outros saberes1, em consonância com a preparação, uso e avaliação de recursos didáticos e instrucionais de modo a favorecer a aprendizagem da linguagem química e sua simbologia2 pelos estudantes. Sob esse norte, utilizamos uma estratégia alternativa baseada na interdisciplinaridade entre Geografia e Química para abordar os estudos sobre elementos químicos, envolvendo 3 etapas: 1ª aula expositiva sobre símbolos químicos; 2ª criação de frases pelos alunos utilizando os símbolos químicos; 3ª aplicação de atividade avaliativa na forma do jogo Soletrando3. Essa atividade foi aplicada em uma turma do 1º Ano do Ensino Médio do Colégio Estadual José Antônio de Almeida, em Santanópolis – BA. A atividade, realizada em dupla, consistiu em completar lacunas num mapa constando os estados brasileiros usando os símbolos químicos. No mapa eram indicados os nomes dos elementos, por estado, que deveriam ser consultados na Tabela Periódica para representar os símbolos. Participaram 38 alunos. Em seguida foi aplicado um questionário semi-estruturado com 6 questões para que os alunos fizessem apontamentos sobre a estratégia de ensino, em relação ao interesse, a aprendizagem, as dificuldades e ao uso de atividades lúdicas com outros conteúdos. Resultados e Discussão Observamos que a estratégia despertou o interesse e motivou os estudantes a desenvolverem as atividades propostas, haja vista o envolvimento deles na criação das frases, compromisso com os prazos de entrega, concentração no momento da resolução da atividade avaliativa. A partir do questionário semi-estruturado foi possível avaliar a viabilidade e motivação da estratégia de ensino. No que remete ao interesse, 34 alunos consideraram a estratégia interessante porque: “É um tipo de quebra-cabeça e refresca a mente”; “Ajudou a tirar dúvidas que tínhamos na sala de aula”; “Aprendemos a usar os símbolos de elementos químicos para a formação dos nomes de estados”; “Juntou Geografia com Química”. Em relação a aprendizagem, 28 alunos consideraram que aprenderam melhor porque: “Facilitou o aprendizado do mapa do Brasil”; “Usamos uma forma leve e divertida (de aprender)”; “Facilitou o uso da Tabela Periódica do livro”; “Foram utilizadas diversas atividades diferentes em sala”; “Para responder a atividade tive que relacionar nomes aos símbolos que eles representam”. Em relação as dificuldades, apenas 4 alunos destacaram que tiveram problemas, enquanto 12 tiveram poucas dificuldades. A maioria apontou dificuldades em localizar nomes dos elementos: “No começo tive problemas para achar os nomes na Tabela Periódica”; “(Tive problemas para achar) O fósforo, porque na Tabela é representado pela letra P”. 34 alunos concordam com o uso de estratégias alternativas e atividades lúdicas para outros conteúdos, porque: “(Ajuda a) relembrar o que foi feito antes”; “Nos ajuda a ter mais conhecimento com o assunto”; “O aprendizado aumentaria”; “Foi (uma atividade) energizante e divertida”; É interessante e facilita a aprendizagem do assunto”; “Testa os nossos conhecimentos gerais”; “Vai melhorar o conhecimento que será importante para nosso futuro”; “Aprendo mais o significado dos símbolos e não sinto dificuldade nos próximos assuntos”. Conclusões Observamos que a estratégia foi útil e atingiu os objetivos previstos para a unidade, favorecendo não só a compreensão dos aspectos conceituais químicos, mas também aqueles ligados à Geografia, bem como aspectos atitudinais. Vemos, dessa forma, a importância da combinação da interdisciplinaridade e ludicidade como instrumento a favor do processo de ensino-aprendizagem. Agradecimentos A Deus pela Sabedoria, aos professores e aos alunos que participaram dessa atividade. __________________ 1 LOPES, A. C.; ABREU, R. G. A Interdisciplinaridade e o Ensino de Química: uma leitura a partir das políticas de currículo. In: SANTOS, W. L. P.; MALDANER, O. A. Ensino de Química em Foco. Ijuí: UNIJUÍ, 2011. 2 BRASIL. Orientações curriculares para o ensino médio: ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. Brasília: Ministério da Educação, 2006. Vol. 2. 3 MARISCAL, A. J. F.; IGLESIAS, M. J. C. Soletrando o Brasil com símbolos químicos. Química Nova na Escola. vol.31, n.1, 2009.