www.arquivosonline.com.br Resumo Sociedade Brasileira de Cardiologia • ISSN-0066-782X • Volume 104, Nº 5, Supl. 3, Maio 2015 das Comunicações 27º CONGRESSO DE CARDIOLOGIA Salvador - Bahia 65 www.arquivosonline.com.br REVISTA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA - Publicada desde 1948 Diretora Científica Maria da Consolação Vieira Moreira Cardiologia Intervencionista Pedro A. Lemos Epidemiologia/Estatística Editor-Chefe Luiz Felipe P. Moreira Cardiologia Pediátrica/Congênitas Hipertensão Arterial Editores Associados Antonio Augusto Lopes Arritmias/Marcapasso Mauricio Scanavacca Cardiologia Clínica José Augusto Barreto-Filho Métodos Diagnósticos Não-Invasivos Cardiologia Cirúrgica Paulo Roberto B. Evora Pesquisa Básica ou Experimental Carlos E. Rochitte Leonardo A. M. Zornoff Lucia Campos Pellanda Paulo Cesar B. V. Jardim Ergometria, Exercício e Reabilitação Cardíaca Ricardo Stein Primeiro Editor (1948-1953) † Jairo Ramos Conselho Editorial Brasil Aguinaldo Figueiredo de Freitas Junior (GO) Alfredo José Mansur (SP) Aloir Queiroz de Araújo Sobrinho (ES) Amanda G. M. R. Sousa (SP) Ana Clara Tude Rodrigues (SP) André Labrunie (PR) Andrei Sposito (SP) Angelo A. V. de Paola (SP) Antonio Augusto Barbosa Lopes (SP) Antonio Carlos C. Carvalho (SP) Antônio Carlos Palandri Chagas (SP) Antonio Carlos Pereira Barretto (SP) Antonio Cláudio L. Nóbrega (RJ) Antonio de Padua Mansur (SP) Ari Timerman (SP) Armênio Costa Guimarães (BA) Ayrton Pires Brandão (RJ) Beatriz Matsubara (SP) Brivaldo Markman Filho (PE) Bruno Caramelli (SP) Carisi A. Polanczyk (RS) Carlos Eduardo Rochitte (SP) Carlos Eduardo Suaide Silva (SP) Carlos Vicente Serrano Júnior (SP) Celso Amodeo (SP) Charles Mady (SP) Claudio Gil Soares de Araujo (RJ) Cláudio Tinoco Mesquita (RJ) Cleonice Carvalho C. Mota (MG) Clerio Francisco de Azevedo Filho (RJ) Dalton Bertolim Précoma (PR) Dário C. Sobral Filho (PE) Décio Mion Junior (SP) Denilson Campos de Albuquerque (RJ) Djair Brindeiro Filho (PE) Domingo M. Braile (SP) Edmar Atik (SP) Emilio Hideyuki Moriguchi (RS) Enio Buffolo (SP) Eulógio E. Martinez Filho (SP) Evandro Tinoco Mesquita (RJ) Expedito E. Ribeiro da Silva (SP) Fábio Vilas-Boas (BA) Fernando Bacal (SP) Flávio D. Fuchs (RS) Francisco Antonio Helfenstein Fonseca (SP) Gilson Soares Feitosa (BA) Glaucia Maria M. de Oliveira (RJ) Hans Fernando R. Dohmann (RJ) Humberto Villacorta Junior (RJ) Ínes Lessa (BA) Iran Castro (RS) Jarbas Jakson Dinkhuysen (SP) João Pimenta (SP) Jorge Ilha Guimarães (RS) José Antonio Franchini Ramires (SP) José Augusto Soares Barreto Filho (SE) José Carlos Nicolau (SP) José Lázaro de Andrade (SP) José Péricles Esteves (BA) Leonardo A. M. 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Moreira Presidente-Eleito Marcus Vinícius Bolívar Malachias Diretor Financeiro Jacob Atié Assessoria Especial da Presidência Fábio Sândoli de Brito SBC/DF - Wagner Pires de Oliveira Junior SBC/ES - Marcio Augusto Silva SBC/GO - Thiago de Souza Veiga Jardim SBC/MA - Nilton Santana de Oliveira SBC/MG - Odilon Gariglio Alvarenga de Freitas Coordenadorias Adjuntas SBC/MS - Mércule Pedro Paulista Cavalcante Diretora Científica Maria da Consolação Vieira Moreira Editoria do Jornal SBC Nabil Ghorayeb e Fernando Antonio Lucchese SBC/MT - Julio César De Oliveira Diretor Administrativo Emilio Cesar Zilli Coordenadoria de Educação Continuada Estêvão Lanna Figueiredo Diretor de Qualidade Assistencial Pedro Ferreira de Albuquerque Coordenadoria de Normatizações e Diretrizes Luiz Carlos Bodanese Diretor de Comunicação Maurício Batista Nunes Diretor de Tecnologia da Informação José Carlos Moura Jorge Diretor de Relações Governamentais Luiz César Nazário Scala Diretor de Relações com Estaduais e Regionais Abrahão Afiune Neto Diretor de Promoção de Saúde Cardiovascular – SBC/Funcor Carlos Costa Magalhães Diretor de Departamentos Especializados - Jorge Eduardo Assef Coordenadoria de Integração Governamental Edna Maria Marques de Oliveira SBC/NNE - Jose Itamar Abreu Costa SBC/PA - Luiz Alberto Rolla Maneschy SBC/PB - Helman Campos Martins SBC/PE - Catarina Vasconcelos Cavalcanti SBC/PI - João Francisco de Sousa SBC/PR - Osni Moreira Filho Coordenadoria de Integração Regional José Luis Aziz SBC/RJ - Olga Ferreira de Souza Presidentes das Soc. Estaduais e Regionais SBC/RN - Rui Alberto de Faria Filho SBC/AL - Carlos Alberto Ramos Macias SBC/RS - Carisi Anne Polanczyk SBC/AM - Simão Gonçalves Maduro SBC/SC - Marcos Venício Garcia Joaquim SBC/BA - Mario de Seixas Rocha SBC/SE - Fabio Serra Silveira SBC/CE - Ana Lucia de Sá Leitão Ramos SBC/SP - Francisco Antonio Helfenstein Fonseca SBC/CO - Frederico Somaio Neto SBC/TO - Hueverson Junqueira Neves Presidentes dos Departamentos Especializados e Grupos de Estudos SBC/DA - José Rocha Faria Neto SBCCV - Marcelo Matos Cascado GECC - Mauricio Wanjgarten SBC/DECAGE - Josmar de Castro Alves SBHCI - Helio Roque Figueira GEPREC - Glaucia Maria Moraes de Oliveira SBC/DCC - José Carlos Nicolau SBC/DEIC - Dirceu Rodrigues Almeida SBC/DCM - Maria Alayde Mendonça da Silva Grupo de Estudos de Cardiologia Hospitalar - Evandro Tinoco Mesquita GERTC - Clerio Francisco de Azevedo Filho SBC/DCC/CP - Isabel Cristina Britto Guimarães GAPO - Danielle Menosi Gualandro SBC/DIC - Arnaldo Rabischoffsky SBC/DERC - Nabil Ghorayeb GEECG - Joel Alves Pinho Filho Grupo de Estudos de Cardio-Oncologia Roberto Kalil Filho GEEC - Cláudio José Fuganti GECIP - Gisela Martina Bohns Meyer SBC/DFCVR - Ricardo Adala Benfati GEECABE - Mario Sergio S. de Azeredo Coutinho SBC/DHA - Luiz Aparecido Bortolotto GECETI - Gilson Soares Feitosa Filho GECN - Ronaldo de Souza Leão Lima SOBRAC - Luiz Pereira de Magalhães GEMCA - Alvaro Avezum Junior GERCPM - Artur Haddad Herdy GECESP - Ricardo Stein Arquivos Brasileiros de Cardiologia Volume 104, Nº 5, Maio 2015 Indexação: ISI (Thomson Scientific), Cumulated Index Medicus (NLM), SCOPUS, MEDLINE, EMBASE, LILACS, SciELO, PubMed Av. Marechal Câmara, 160 - 3º andar - Sala 330 20020-907 • Centro • Rio de Janeiro, RJ • Brasil Tel.: (21) 3478-2700 E-mail: [email protected] www.arquivosonline.com.br SciELO: www.scielo.br Departamento Comercial Telefone: (11) 3411-5500 e-mail: [email protected] Produção Editorial SBC - Tecnologia da Informação e Comunicação Núcleo Interno de Publicações Produção Gráfica e Diagramação SBC - Tecnologia da Informação e Comunicação Núcleo Interno de Design Impressão Gráfica Gensa - (71) 3503-3555 Tiragem 1.200 Unidades Os anúncios veiculados nesta edição são de exclusiva responsabilidade dos anunciantes, assim como os conceitos emitidos em artigos assinados são de exclusiva responsabilidade de seus autores, não refletindo necessariamente a opinião da SBC. Material de distribuição exclusiva à classe médica. 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Resumo das Comunicações 27º CONGRESSO DE CARDIOLOGIA SALVADOR - BAHIA RESUMOS TEMAS LIVRES 38788 38845 Características fenotípicas e morfológicas de placas ateroscleróticas em pacientes com síndrome coronariana aguda, estudo in vivo através da tomografia de coerência óptica Uso do Impella® como suporte hemodinâmico em paciente pós-infarto, multiarterial com envolvimento do tronco da coronária esquerda e disfunção ventricular importante. ADRIANA A P SANTOS, LUIZ G G PRATA, MARCO PERIN, TERESA C DIAS, THIAGO C PEREIRA e ADRIANO M CAIXETA PEDRO HENRIQUE AZEREDO BASTOS RODRIGUES DA CUNHA, MAURICIO LOPES PRUDENTE, ALVARO DE MORAES JUNIOR, FERNANDO HENRIQUE FERNANDES, ARTHUR HENRIQUE DE SOUZA, KAMILA DE BESSA PENTEADO, CAROLINA INKA SAMPAIO GRESSLER, PAULA MORTOZA LACERDA, MARIA ADÉLIA COELHO BARBOSA, RICARDO ALVES RIBEIRO DE FARIA e MAX WEYLER NERY Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP, BRASIL. Introdução: Estudos post-mortem sugerem que o fibroateroma de capa fibrótica fina é o principal substrato anatômico deflagrador do infarto agudo do miocárdio. Achados de exames adjuntos invasivos in vivo, como a tomografia de coerência óptica (TCO) são escassos e tema de controvérsias. Objetivo: Descrever as características fenotípicas e morfológicas das placas de ateromas em pacientes com síndrome coronariana aguda (SCA) por meio da TCO. Métodos: Foram estudados 49 pacientes com SCA no período entre 2012 e 2014 que realizaram TCO durante a cinecoronariografia/angioplastia coronária. Foram analisadas as imagens de 50 lesões culpadas pelo evento clínico por um laboratório central (core lab) utilizando o software QIVUS (versão 2.2, Medis Medical Imaging Systems, the Netherlands). As características das lesões culpadas foram analisadas em seu aspecto quantitativo e qualitativo. Resultados: Das 50 lesões analisadas, 24 (48%) eram angina instável, 15 (30%) eram infarto sem supra do segmento ST (IAMSSST) e 11 (22%) eram infarto com supra do segmento ST (IAMSST). Observou-se placa rota em 58% dos casos, trombo branco e/ou vermelho em 34%, infiltrado de macrófagos em 84% das vezes, neovascularização em 36% e cristais de colesterol em 21%. Entre os pacientes com angina instável, 37,5% tinham placa rota e entre os pacientes com IAMSST ou IAMSSST 76,9% tinham placa rota. A localização da ruptura foi mais frequente na região proximal (38%) e média (38%) da placa, seguida pela região distal (24%). O comprimento da lesão foi 24,16 ±12,34 mm; a área luminal mínima (ALM) de 2,84±1,98 mm²; a espessura média da capa fibrótica de 46 (36,65 ± 63,85 µm). A extensão média da ruptura foi 4,16±3,81 mm, a distância do ombro proximal da placa à ruptura de 11,66±7,86 mm e distância do ombro à ALM de 14,28±9,76. As características fenotípicas mais frequentes foram: fibroateroma de capa fibrótica fina em 75% (42 ± 11 µm de espessura da capa), fibroateroma de capa fibrótica espessa em 25% (133 ± 55 µm de espessura da capa), placa apenas fibrótica em 6% e placa fibrocalcificada em 2%, e nódulo calcificado em 6%. Conclusão: Em pacientes portadores de SCA, a TCO mostrou que na maioria das lesões culpadas observa-se a presença de uma placa com características fenotípicas de um fibroateroma de capa fibrótica fina, com ruptura e infiltrado de macrófagos. A maioria das placas rotas eram de pacientes com infarto agudo do miocárdio. Hospital Encore, Goiânia, GO, BRASIL. Introdução: Pacientes com doença arterial coronariana (DAC) multiarterial, lesão significativa em tronco de coronária esquerda (TCE) e disfunção ventricular importante apresentam prognóstico pior quando comparados à população de coronariopatas em geral. Nestas situações, a cirurgia cardíaca de revascularização do miocárdio (CCRM) é, geralmente, o tratamento de escolha. Porém, algumas características clínicas aumentam de forma significativa a mortalidade cirúrgica e então a angioplastia transluminal coronariana (ATC) com suporte hemodinâmico (ex.: Impella®) surge como uma alternativa viável. Relato de caso: E.J.S., masculino, 62 anos, transferido ao nosso serviço com história de infarto do miocárdio anterior extenso, não recanalizado, com cateterismo cardíaco evidenciando DAC multiarterial com envolvimento do TCE e ecocardiograma com disfunção sistólica importante (fração de ejeção: 30%). O EUROSCORE identificou muito alto risco, sendo contraindicado a CCRM. Optado por ATC com implante de múltiplos stents farmacológicos, com suporte hemodinâmico (Impella® 2,5 L/min). Realizado ATC do TCE, artéria circunflexa, primeiro ramo marginal, ramo ventricular posterior e ramo diagonalis com implante de 5 stents farmacológicos, com sucesso e sem intercorrências. Paciente manteve-se estável durante o procedimento, em uso do Impella®, com posterior desmame e retirada ainda na sala de hemodinâmica. Mantido aminas vasoativas na UTI com posterior desmame. Evoluiu com melhora e recebeu alta da UTI 4 dias após o procedimento. Discussão: O Impella®, um dispositivo de assistência circulatória pode ser utilizado em angioplastias de alto risco (ex.: pós-infarto, multiarterial, disfunção ventricular importante ...). Estudos demonstraram a eficácia do Impella® nestas situações com resultados superiores aos do balão intraórtico. Conclusão: O uso de Impella® possibilitou a realização de angioplastia com implante de múltiplos stents em paciente pós-infarto, multiarterial e com disfução ventricular importante, sendo considerado um avanço valioso para a cardiologia intervencionista. 38846 38858 Cirurgia bariátrica em paciente obeso grau III com múltiplas comorbidades e elevado risco cirúrgico cardiovascular. Deficiência de vitamina D e sua associação com marcadores de risco cardiovascular PEDRO HENRIQUE AZEREDO BASTOS RODRIGUES DA CUNHA, MAURICIO LOPES PRUDENTE, ALVARO DE MORAES JUNIOR, FERNANDO HENRIQUE FERNANDES, KAMILA DE BESSA PENTEADO, THAYANNE ALVES PEREIRA MENDES, GABRIEL COSTA MONTEIRO, MARCELA MARINO DE AZEREDO BASTOS, GABRIELA BASTISTA DE AZEREDO BASTOS, LEONARDO EMILIO DA SILVA e MAX WEYLER NERY ISABELA MATOS DA SILVA, FERNANDA SCOPPETTA SAMPAIO ALVES, MARIA DE LOURDES LIMA, MINNA FERRARI SCHLEU CARVALHO, ANA MARICE TEIXEIRA LADEIA e ARMENIO COSTA GUIMARÃES Hospital Encore, Goiânia, GO, BRASIL. Introdução: A obesidade é cada vez mais prevalente na população. Recentes estudos sugerem associação de deficiência de vitamina D (25OHVitD) e obesidade. Existe uma relação inversa entre os níveis séricos de 25OHVitD e o índice de massa corporal (IMC), com elevadas concentrações plasmáticas de paratormônio (PTH) e risco aumentado de doença cardiovascular e mortalidade. Objetivos: Determinar a prevalência de hipovitaminose de 25OHVitD em pacientes obesos e correlacionar com fatores de risco cardiovascular. Metodologia: Trata-se de um estudo de corte transversal, descritivo e analítico no qual foram incluídos pacientes com obesidade atendidos no Ambulatório de Obesidade do Ambulatório Docente Assistencial da Bahiana, em Salvador, Bahia. Foram excluídos pacientes em uso de suplementação de cálcio e vitamina D atual e nos últimos 3 meses e realizado avaliação clínica e laboratorial. As análises formam realizadas no programa SPSS versão20. Resultados: A amostra é composta por 116 pacientes, idade média de 43,1±11,8 anos, sendo 92,2% pacientes do sexo feminino. Negros representaram 42,5% da amostra, 21,6% são diabéticos, 68,1% são hipertensos, 2,6% são fumantes e 25,9% realizam prática regular de atividade física. Classificados com obesos I representaram 31% da amostra, 37,9% como obesos II e 31% como obesos III. Encontramos 87,9% de alterações na dosagem de 25OHVItD, sendo que 61,2% dos pacientes possuem deficiência e 26,7% insuficiência. A deficiência de 25OHVItD foi a alteração mais comum dentre todos os graus de obesidade (55,6%, 61,4%, 66,7%, respectivamente para obesidades I, II, III). O coeficiente de correlação de Person entre os valores de 25OHVitD e as variáveis foram: IMC (r=0,11); circunferência abdominal (r=0,03); TA sistólica média (r=-0,114); TA diastólica média (r= -0,05); PTN C reativa (r=0,04); PTH (r=-0,04); HOMAR (r=-0,04); HbA1c (r=0,07); Colesterol total (r=-0,13); LDL-c (r=0,02); HDL-c (p=0,22); triglicerídeos (r=0,18). As alterações de 25OHVitD analisadas através do teste de qui-quadrado não mostrou associação entre tabagismo (p=0,26), HAS(p=0,76), DM(p=0,93), Glicemia de jejum alterada ou Resistência Insulínica(p=0,89) e HDL baixo(p=0,77). Conclusões: nesta amostra, a prevalência de hipovitaminose de 25OHVitD é alta e pouco se correlaciona com diversos fatores de risco cardiovascular. Introdução: Obesidade é um dos fatores preponderantes para aumento da carga de doenças crônicas, pois se associa a doenças cardiovasculares: hipertensão arterial sistêmica (HAS), dislipidemia e diabetes mellitus (DM). Estas comorbidades relacionadas à obesidade apresentaram melhora após cirurgia bariátrica, sendo uma opção para pacientes selecionados, com obesidade grave quando tratamentos clínicos falharam. A presença de insuficiência cardíaca (IC), doença coronariana e arritmia ventricular no período perioperatório são fatores de risco maiores para complicações cardiovasculares. Pacientes em classe funcional NYHA III/IV devem ter a operação eletiva adiada até otimização da medicação e melhora dos sintomas, se possível. Em cirurgia bariátrica, fatores relacionados ao pior prognóstico são: tromboembolismo pulmonar (TEP) ou risco para TEP, IMC >50 kg/m2, sexo masculino, HAS e mais de 45 anos. Relato de caso: Homem, 55 anos, portador de HAS, DM, hipotiroidismo, dislipidemia, doença arterial periférica, doença coronariana multiarterial, miocardiopatia isquêmica grave (FE: 35%), IC (NYHA: III/IV), arritmia ventricular complexa e obesidade grau III com falha de tratamento clínico. Em setembro de 2012 foi submetido a cirurgia bariátrica por técnica de Capella em hospital de referência com cuidados perioperatórios por equipe multidisciplinar e recuperação em UTI, sem intercorrências. Evoluiu com melhora progressiva, melhor controle das comorbidades, redução significativa da obesidade (grau I) e da capacidade funcional (NYHA: II/III). Discussão: A cirurgia bariátrica para tratamento da obesidade grave, não controlada com tratamento clínico se relaciona com melhora da sobrevida. Pacientes portadores de comorbidades que aumentam o risco cirúrgico cardiovascular devem ser avaliados e clinicamente compensados para a cirurgia. Cuidados específicos nesta população devem ser tomados para reduzir a morbi-mortalidade cirúrgica. Conclusão: Paciente portador de obesidade grau III, comorbidades e elevado risco cirúrgico cardiovascular foi submetido à cirurgia bariátrica com sucesso e sem intercorrências, com posterior controle da obesidade, das comorbidades e melhora da capacidade funcional. Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador, BA, BRASIL - Universidade Salvador, Salvador, BA, BRASIL. Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 1 RESUMOS TEMAS LIVRES 39085 39086 Associação entre o nível sérico de Galectina-3 e a extensão de fibrose miocárdica mensurada por ressonância nuclear magnética cardíaca na doença de Chagas. Acurácia do ecocardiograma transtorácico na medida de fração de ejeção pelo método de Simpson modificado em portadores de doença de Chagas: comparação com ressonância magnética. MARCIA MARIA NOYA RABELO, TICIANA FERREIRA CAMPOS, CAROLINA THE MACEDO, JORGE A TORREÃO, LUCIANA ESTRELLA, AGNALUCE MOREIRA, BRUNO S F SOUZA, RICARDO RIBEIRO-DOS-SANTOS, MILENA B P SOARES e LUIS C L CORREIA Hospital São Rafael, Salvador, BA, BRASIL - Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador, BA, BRASIL. Fundamento: Até hoje não conseguimos identificar pacientes com maior risco de progressão para as formas clínicas mais graves na doença de Chagas. Porém temos conhecimento que o desenvolvimento de insuficiência cardíaca (IC) é caracterizado por remodelamento ventricular estando intimamente associado a maior fibrose miocárdica. Galectina-3 (Gal-3) é uma lectina expressa por macrófagos ativados em diferentes processos fisiopatológicos e associada a maior atividade inflamatória com resultante formação de fibrose. Dessa forma a mensuração sérica da Gal-3 poderá ser útil visando a detecção precoce do remodelamento caracterizado por aumento da fibrose podendo ajudar na identificação de subgrupo de paciente com maior risco. Objetivo: Testar a associação do nível sérico de Galectina-3 com a extensão da fibrose miocárdica à ressonância magnética cardíaca e a sua relação com as diversas formas clínicas da doença de Chagas. Métodos: De janeiro 2012 até dezembro de 2013, pacientes consecutivamente admitidos no ambulatório especializado em doença de Chagas do Hospital São Rafael tiveram história clínica colhida de forma sistematizada e submetidos a realização de exames laboratoriais e ressonância nuclear magnética. Resultados: Foram estudados 61 pacientes portadores da doença de Chagas, 58±8 anos, 59% do sexo feminino, sendo 17 pacientes na forma indeterminada, 16 na forma cardíaca sem disfunção do ventrículo esquerdo (VE) e 28 na forma com disfunção do VE. Realce tardio foi detectado em 37 pacientes (64%) estando presente em 7 na forma indeterminada, em 7 na forma cardíaca sem disfunção do VE e em 23 na forma com disfunção do VE (41,2%, 43,8%, 92%; P=0,001). O percentual de área acometida por fibrose foi de 9,4% (IIQ:2,4-18,4) com progressivo aumento nas diferentes formas da doença (P=0,004). O nível sérico de Galectina-3 foi de 12,1ng/mL (II:9,4-14,4). Não foi identificado diferença do níveis de Galectina-3 relacionados a presença de fibrose (Fibrose: 12,6 vs 13,3 vs Sem Fibrose; P=0,67) e/ou a forma de apresentação clínica da doença (P=0,77). Não houve correlação entre a presença de fibrose e nível de Galectina-3 (r=0,057;P=0,67). Conclusão: Não há relação direta entre o grau de fibrose miocárdica e o nível sérico de Galectina-3 na doença de Chagas, sugerindo que não é a fibrose o principal determinante da concentração de galectina e negando um papel preditor dessa molécula em relação a fibrose miocárdica. Hospital São Rafael, Salvador, BA, BRASIL - Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador, BA, BRASIL. Fundamento: A ressonância magnética cardíaca (RMC) é considerada o padrão-ouro para medida da fração de ejeção, pois sendo uma modalidade tridimensional, utiliza do método verdadeiro de Simpson. Como o ecocardiograma utiliza o método de Simpson Modificado, baseado em premissas matemáticas, sua acurácia pode ser prejudicada em condições associadas a alterações de contratilidade segmentar, tal como a doença de Chagas. Objetivo: Testar a acurácia da fração de ejeção do ventrículo esquerdo obtida pelo ecocardiograma transtorácico em pacientes portadores da doença de Chagas. Métodos: De janeiro até dezembro de 2013, pacientes consecutivamente admitidos no ambulatório especializado em doença de Chagas do Hospital São Rafael tiveram medida da fração de ejeção realizada pelo ecocardiograma, de acordo com método de Simpson Modificado. Como padrão-ouro, foi utilizada medida da fração de ejeção pela ressonância magnética cardíaca. Resultados: Foram avaliados 61 pacientes, 58 ± 8 anos, 59% feminino, 17 pacientes na forma indeterminada, 16 na forma cardíaca sem disfunção do VE e 28 na forma cardíaca com disfunção do VE, sendo que 74% em classe funcional NYHA I-II. A média da FEVE obtida por RMC foi de 55 ± 20 % e a média da FEVE obtida por ecocardiograma foi de 53 ± 15%. Observou-se moderada correlação entre os 2 métodos (r= 0,85; p < 0,001). A médias das diferenças entre os valores de fração de ejeção por cada método foi 1,16% ± 10,6% (95% limites de concordância = - 1,66% a + 3,98%). A concordância entre os dois métodos na definição de função normal, disfunção leve, moderada ou severa foi de 93% (Kappa=85%; P < 0,001). Conclusão: A fração de ejeção calculada pelo ecocardiograma possui boa acurácia em portadores da doença de Chagas. 39087 39088 Devemos realizar Teste Ergométrico após Holter 24h visando detectar taquicardia ventricular não sustentada em pacientes portadores de doença de Chagas? Avaliação da Syndecan-4 como biomarcador e preditor de fibrose em doença de Chagas. MARCIA MARIA NOYA RABELO, TICIANA FERREIRA CAMPOS, CAROLINA THE MACEDO, LUCIANA C NASCIMENTO, TATIANA F S ROCHA, BRUNO S F SOUZA, RICARDO RIBEIRO-DOS-SANTOS, MILENA B P SOARES e LUIS C L CORREIA TICIANA FERREIRA CAMPOS, CAROLINA THE MACEDO, MARCIA MARIA NOYA RABELO, LUIS C L CORREIA, MOISES I G MOREIRA, ALESSANDRA C CALDAS, JORGE A TORREÃO, BRUNO S F SOUZA, RICARDO RIBEIRO-DOS-SANTOS e MILENA B P SOARES Hospital São Rafael, Salvador, BA, BRASIL - Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador, BA, BRASIL. Fundamento: As arritmias ventriculares são sabidamente frequentes na doença de Chagas e apontada como um dos principais mecanismo de morte. Porém só recentemente foi possível demonstrar a importância da taquicardia ventricular não sustentada (TVNS) como marcador independente de mau prognóstico. Sendo assim, parece apropriado utilizar os meios disponíveis com a finalidade de detecção e estratificação de risco. Porém, até o momento, pouco sabemos da acurácia da detecção de arritmias ventriculares complexas usando diferentes métodos diagnósticos não invasivos em portadores da doença de Chagas. Objetivo: Comparar o Holter 24h e o Teste Ergométrico na detecção de arritmias ventriculares complexas em pacientes portadores da doença de Chagas. Métodos: De janeiro 2012 até dezembro de 2013, pacientes consecutivamente admitidos no ambulatório especializado em doença de Chagas do Hospital São Rafael tiveram história clínica colhida de forma sistematizada e submetidos a realização de exames laboratoriais, Holter 24h e Teste Ergométrico. Resultados: Foram estudados 61 pacientes portadores da doença de Chagas, 58±8 anos, 59% do sexo feminino, sendo 17 pacientes na forma indeterminada, 16 na forma cardíaca sem disfunção do ventrículo esquerdo (VE) e 28 na forma com disfunção do VE. TVNS foi detectada em 20 pacientes (34,5% - 95% IC: 9,79-30,2), com número máximo de 49 batimentos e mínimo de 3(IIQ: 3-11) sendo mais frequente na forma cardíaca com disfunção do VE (58%; P=0,002). A fração de ejeção do ventrículo esquerdo daqueles com TVNS foi significativamente diferente daqueles sem TVNS (40% vs 63%; P<0,001). Foi identificado TVNS em 14 pacientes ao Holter e em 7 pacientes ao TE sendo que em apenas 3 deles a arritmia foi identificada no Holter e TE. A concordância entre os dois métodos para a presença de TVNS foi de 5,5% (Kappa=13%;P=0,27). Conclusão: Não existe concordância entre o teste de esforço e o Holter 24h quanto à indução de taquicardia ventricular não sustentada sugerindo que o teste ergométrico tenha papel complementar na pesquisa da carga arritmogênica na doença de Chagas. 2 MARCIA MARIA NOYA RABELO, TICIANA FERREIRA CAMPOS, CAROLINA THE MACEDO, MOISES I G MOREIRA, ALESSANDRA C CALDAS, JORGE A TORREÃO, BRUNO S F SOUZA, RICARDO RIBEIRO-DOS-SANTOS, MILENA B P SOARES e LUIS C L CORREIA Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 Hospital São Rafael, Salvador, BA, BRASIL - Centro de Pesquisa Gonçalo Muniz Fundação Osvaldo Cruz, Salvador, BA, BRASIL. Introdução: A syndecan-4 é uma molécula que participa nos processos de adesão, controle do citoesqueleto e migração celular, presente principalmente nas membranas de células endoteliais e cardiomiócitos. Já foi relatado que há um aumento da concentração sérica de syndecan-4 em casos de insuficiência cardíaca crônica, lesão da parede vascular e infarto do miocárdio, porém não há estudos avaliando os níveis séricos desta molécula em pacientes com doença de Chagas. Objetivos: O objetivo primário deste estudo foi determinar os níveis séricos de syndecan-4 nas diferentes formas de apresentação clínica da doença de Chagas. Como objetivo secundário, foi avaliada a correlação de syndecan-4 com a fibrose miocárdica e com a fração de ejeção do ventrículo esquerdo. Metodologia: Foram incluídos 58 indivíduos com doença de Chagas, sendo 16 portadores com a forma indeterminada, 16 com a forma cardíaca sem disfunção ventricular e 26 com a forma cardíaca com disfunção ventricular. Os pacientes foram submetidos a avaliação clínica, exames laboratoriais, ECG de 12 derivações, radiografia de tórax, ecocardiograma com doppler e ressonância magnética cardíaca. A concentração sérica de syndecan-4 foi medida através de ELISA (enzyme-linked immunosorbent assay). Resultados: O valor médio encontrado para a concentração de syndecan-4 foi de 1.29 ± 0.53 ng/mL. Nos pacientes com forma indeterminada, cardíaca sem disfunção e cardíaca com disfunção ventricular, a concentração foi, respectivamente, 1,26 ± 0,55 ng/mL, 1,36 ± 0,55 ng/mL e 1,24 ± 0,53 ng/mL, sem diferença estatisticamente significante entre os grupos (p = 0,813). Foram observadas fracas correlações entre os níveis séricos de syndecan-4 e o percentual de fibrose miocárdica (r = 0,13, r2 = 0.019, p = 0.316) e a fração de ejeção do ventrículo esquerdo (r = 0,052, r2 = 0.003, p = 0.696). Conclusão: Com os dados obtidos até o momento, não é possível concluir que exista associação da syndecan-4 com as diferentes formas da doença, com fibrose miocárdica ou com disfunção ventricular esquerda em pacientes portadores de doença de Chagas. RESUMOS TEMAS LIVRES 39089 39091 Capacidade preditora do strain global longitudinal em relação à fibrose miocárdica em portadores de doença de Chagas. Avaliação do efeito mediador da predisposição genética na formação de fibrose miocárdica na doença de Chagas: Polimorfismo da Galectina-3. CAROLINA THE MACEDO, TICIANA FERREIRA CAMPOS, MARCIA MARIA NOYA RABELO, LUIS C L CORREIA, MOISES I G MOREIRA, ALESSANDRA C CALDAS, JORGE A TORREÃO, BRUNO S F SOUZA, RICARDO RIBEIRO-DOS-SANTOS e MILENA B P SOARES GABRIELA S CRUZ, ANA L D ANGELO, TICIANA FERREIRA CAMPOS, CAROLINA THE MACEDO, MARCIA MARIA NOYA RABELO, LUIS C L CORREIA, JORGE A TORREÃO, BRUNO S F SOUZA, RICARDO RIBEIRO-DOS-SANTOS e MILENA B P SOARES Hospital São Rafael, Salvador, BA, BRASIL - Centro de Pesquisa Gonçalo Muniz Fundação Osvaldo Cruz, Salvador, BA, BRASIL. Hospital São Rafael, Salvador, BA, BRASIL - Centro de Pesquisa Gonçalo Muniz Fundação Osvaldo Cruz, Salvador, BA, BRASIL. Introdução: Uma das questões mais difíceis na doença de Chagas crônica é a detecção precoce de comprometimento cardíaco. O “speckle tracking” bidimensional (2-D ST), uma nova modalidade de imagem com aplicações úteis em várias doenças cardíacas, foi validado para pacientes com infarto do miocárdio quando comparado à ressonância magnética cardíaca (RMC). Objetivos: O objetivo deste estudo foi avaliar se o strain global longitudinal (SGL) tem valor incremental à fração de ejeção para a predição de fibrose miocárdica em pacientes com doença de Chagas. Métodos: Foram incluídos 58 indivíduos com doença de Chagas, confirmada por dois testes sorológicos diferentes. Todos os participantes foram submetidos a ecocardiograma Doppler convencional com avaliação do SGL e à ressonância magnética cardíaca. Resultados: A análise da curva ROC revelou que tanto o SGL quanto a fração de ejeção foram preditores significativos de fibrose do miocárdio (área sob a curva: 0,78, p = 0,001, e área sob a curva: 0,82, p <0,001, respectivamente). Quanto ao percentual de fibrose miocárdica, uma forte correlação foi observada tanto com fração de ejecção (r = 0,70, p <0,001) quanto com o SGL (r = 0,64, p <0,001). No entanto, quando ajustado para a fração de ejeção por meio de regressão linear múltipla, o SGL perdeu a significância estatística como preditor independente de fibrose (p = 0,82). Conclusão: O SGL não tem valor incremental à fração de ejeção convencional para a predição de fibrose miocárdica em pacientes com doença de Chagas. Fundamento: Galectina-3 é uma proteína multifuncional altamente expressa e associada a maior atividade inflamatória com resultante formação de fibrose. O gene da galectina-3 (LGALS3) apresenta vários candidatos a polimorfismo de nucleotídeo único(SNP) e a existência de SNP pode alterar a atividade de transcrição e levar a mudanças qualitativas de proteínas. Esses polimorfismos nos genes que codificam proteínas tem sido associados a maior susceptibilidade ou gravidade das doenças. Ainda não foi descrito a relação entre estes SNPs no LGALS3 e as variações fenotípicas específicas em doença de Chagas. Objetivo: Testar a hipótese de que a formação de fibrose na doença de chagas é mediada por predisposição genética, sob a forma de polimorfismo do gene da Galectina-3 Métodos: De janeiro 2012 até dezembro de 2013, pacientes consecutivamente admitidos no ambulatório de doença de Chagas do Hospital São Rafael tiveram história clínica colhida e submetidos a realização de exames laboratoriais, ressonância nuclear magnética (RNM) e extração do DNA e genotipagem dos polimorfismos pela técnica de PCR em tempo real. Os polimorfismos estudados do gene LGALS3 foram rs4644 (homozigotoAA, homozigotoCC e heterozigotoCA) e rs4652 (homozigotoAA, homozigotoCC e heterozigoto CA). Resultados: Estudados 55 pacientes portadores de doença de Chagas, 58±9 anos, 58% do sexo feminino, 16 forma indeterminada, 16 forma cardíaca sem disfunção do VE e 23 forma cardíaca com disfunção do VE. A distribuição genotípica do SNP rs4644 e rs4652 para padrões homozigotoCC, homozigotoAA e heterozigotoCA foram semelhantes entre as diferentes formas de apresentação clínica da doença, exceto o rs4644 heterozigotoCA que foi mais frequente na formas com acometimento cardíaco(P=0,05). Dos 53 pacientes avaliados detectamos realce tardio em 36 pacientes(68%) com área acometida de fibrose de 9%(IIQ:2,05-15,3). Não detectamos diferença do grau de fibrose comparando as diferentes mutações(P=0,51). Apesar de encontrarmos o rs4644 heterozigoto CA de forma mais frequente nos portadores de cardiopatia não evidenciado diferença na área acometida por fibrose 1,65%(IIQ:0-32)vs4,35%(IIQ: 0-18) quando da ausência do polimorfismo (P=0,36).Conclusões: A fibrose miocárdica presente na doença de Chagas não é mediada por predisposição genética gerada pelo polimorfismo do gene da Galectina-3. Isto sugere que a formação de fibrose provavelmente depende mais da gravidade da infecção do que de resposta intrínseca do hospedeiro. 39210 39570 Cardioversão Elétrica em Unidade de Emergência: Desfechos de Segurança em 30 dias Comparação entre os testes de troponina convencional e ultra-sensível em pacientes de baixo risco submetidos a intervenção coronária com implante de stents farmacológicos NILZA SANDRA LASTA, THIAGO ANDRADE DE MACEDO, LUCIANE ROBERTA APARECIDA VIGO, DAYSE APARECIDA PINHEIRO, MARIANA YUMI OKADA, PEDRO GABRIEL MELO DE BARROS E SILVA, ROBERTA DE ANDRADE MENDES, SHEILA APARECIDA SIMOES, VALTER FURLAN, DENISE LOUZADA RAMOS e BEATRIZ AKINAGA IZIDORO Hospital TotalCor, São Paulo, SP, BRASIL. Introdução: A cardioversão elétrica (CVE) é um procedimento utilizado para restaurar o ritmo sinusal por meio de uma descarga elétrica sincronizada. O retorno ao ritmo sinusal pode melhorar a hemodinâmica cardiovascular e reduzir o risco de AVC. Os objetivos deste trabalho foram verificar recorrência de arritmia, reinternação e óbito em 30 dias. Método: Estudo retrospectivo, descritivo, com análise de 72 procedimentos de CVE realizados no Pronto Socorro de um hospital cardiológico de São Paulo, no período de janeiro a dezembro de 2014. Resultado: Foram analisados 72 procedimentos. A idade média foi de 60 anos, com predomínio de gênero masculino(64%). A maioria dos pacientes apresentou fibrilação atrial (72%), seguido por flutter atrial (21%). O tamanho médio do átrio esquerdo foi de 4,5 cm e a fração de ejeção média de 0,57. Dos 72 pacientes, em 93% dos casos foi restabelecido ritmo sinusal, com alta após média de 3 horas. Após 30 dias foi observado apenas 1 caso de internação (1,3%) por recorrência de arritmia, 3 casos que necessitaram de nova CVE (3% ) e nenhum óbito ocorreu. Conclusão: A realização de cardioversão elétrica realizada no PS demonstrou-se eficaz e segura considerando-se os desfechos em 30 dias. ADRIANA AGUIAR PEPE DOS SANTOS, LUIZ GUILHERME GESUALDO PRATA, DIOGO FREITAS CARDOSO DE AZEVEDO, MARCO PERIN, TERESA CRISTINA DIAS e ADRIANO MENDES CAIXETA Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP, BRASIL. Introdução: A dosagem de troponina tem seu papel consolidado no diagnóstico do IAM. Na investigação do infarto tipo IV, os valores de corte são definidos arbitrariamente como >5x o valor de referência (VR) do teste utilizado. Com a introdução dos testes de troponina ultra-sensível (Tn-us), sua aplicação e real benefício em relação aos testes convencionais de troponina (Tn-c) nesse contexto permanecem incertos. Nosso estudo busca comparar o perfil dos testes de troponina convencional e ultra-sensível em pacientes submetidos à angioplastia coronária eletiva não complicada. Métodos: Foi conduzida uma análise retrospectiva observacional, baseada no banco de dados do setor de cardiologia intervencionista do Hospital Israelita Albert Einstein. Foram selecionados pacientes submetidos à ICP eletivas não complicadas sem alterações dos níveis de troponina pré ICP, creatinina < 1,5mg/dL, a partir de 15 /04/ 12, quando teve início a utilização do Tn-us. A seguir, foram selecionados para controle um número correspondente de pacientes, imediatamente anteriores a 15/04/12, cujas dosagens foram realizadas com Tn-c. Resultados: Foram selecionados 218 pacientes para o grupo Tn-us e 192 pacientes para o grupo Tn-c.Não houve diferença entre os grupos para elevação acima de 5x o VR(51,2x51,7–p:0,926). A distribuição da elevação também foi semelhante quando comparadas em faixas <1x VR (15,0x17,4), entre 1 e 2xVR(14,5x10,7) entre 2 e 3xVR (8,7x9,6), entre 3 e 5xVR (10,6x10,7), entre 5 e 10xVR(15,9x15,7), entre 10 e 20xVR (10,6x13,5) e >20xVR (24,6x22,5). A elevação média em relação ao VR foi de 26,91x no grupo Tn-us e 25,54x no grupo Tn-c (p:0,879). Foi observada uma relação positiva entre a elevação da troponina e o valor de CK-mb pós (r=0,756; p<0,001), PCR-pós (r=0,220; p<0,001) e número de Stents implantados (r=0,342; p<0,001). Conclusão: Houve uma grande incidência (83,9%) de alterações nos valores da dosagem de troponina após ICP eletivas sem complicações, independente do tipo de troponina utilizada. Cerca de 50% dos casos superou 5x o VR. Apesar da necessidade de associação com outras variáveis para determinar IAM tipo IV, a elevação dos níveis de troponina, por si só, pode precipitar modificações no manejo clínico do paciente. No contexto das intervenções coronárias percutâneas, a utilização da Tn-us não mostrou diferença em relação à Tn-c, podendo representar custo adicional, sem um benefício clínico justificável. Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 3 RESUMOS TEMAS LIVRES 39582 39608 Comparação da renina plasmática entre mulheres que utilizam e não utilizam contraceptivo oral Morbimortalidade em pacientes submetidos à dupla troca mitro-aórtica em hospital de referência em Salvador (Bahia, Brasil) JEFFERSON PETTO, DOUGLAS G L DO ESPÍRITO SANTO CERQUEIRA, PAULO RICARDO PINTO BARBOSA, CAMILA SILVA SANTOS, ALAN CARLOS NERY DOS SANTOS, SIDNEY DE SOUZA OLIVEIRA e ANA MARICE TEIXEIRA LADEIA VINICIUS ADORNO GONCALVES, e JOSE AUGUSTO BAUCIA Faculdade Social, Salvador, BA, BRASIL - Escola Bahiana de Medicina, Salvador, BA, BRASIL. Introdução: No Brasil, a doença valvar representa uma significativa parcela das internações por doença cardiovascular, sendo a febre reumática a principal etiologia. A mortalidade hospitalar em cirurgias de dupla troca reportada na literatura varia entre 5% e 20%. A identificação de variáveis preditoras de mortalidade seria fundamental para melhorar os índices de sobrevivência imediata e tardia. Objetivos: Avaliar a morbimortalidade dos pacientes e identificar preditores de morbimortalidade após a cirurgia de substituição valvar mitro-aórtica. Metodologia: Estudo analítico-descritivo, observacional, do tipo corte transversal, através da análise dos prontuários dos pacientes que se submeteram à dupla troca mitro-aórtica no Hospital Ana Nery em Salvador (Bahia, Brasil) no período de Janeiro de 2009 a Dezembro de 2011. Resultados: Setenta prontuários foram analisados. A mortalidade hospitalar foi de 12,9% (9 casos), tendo como causas principais o choque cardiogênico e sepse. Os pacientes foram divididos entre os grupos óbito e não óbito para comparação, sendo encontrada diferença estatística (p<0,05) entre as variáveis idade, nível sérico de creatinina, fibrilação atrial crônica, risco atribuído pelo EuroSCORE, classe funcional da N.Y.H.A. (New York Heart Association), tempo de circulação extracorpórea, tempo de pinçamento aórtico, sepse e desenvolvimento de insuficiência renal dialítica no pós-operatório. Discussão: A principal etiologia envolvida na lesão valvar foi a febre reumática (80%) e em segundo lugar a endocardite (15,7%). A taxa de mortalidade hospitalar foi de 12,9%, semelhante ao descrito na literatura. A maioria dos pacientes (57,1%) se encontravam em classes funcionais avançadas (III e IV), coerente com estudos semelhantes na literatura, que, porém, apresentam amostragens muito heterogêneas, enviesando comparações. Conclusões: A mortalidade hospitalar foi de 12,9%. Foram identificados fatores preditores de morbimortalidade em relação as variáveis pré, intra e pós-operatórias. A maioria dos pacientes pertencia ao sexo masculino com idade mediana de 31 anos; a febre reumática foi a principal etiologia relacionada à lesão valvar; 27,1% dos pacientes apresentavam histórico de cirurgia cardíaca prévia e a maioria se encontrava nas classes funcionais III e IV da N.Y.H.A. Introdução: Estudo publicado em 2013 verificou que mulheres em uso de Contraceptivo Oral de baixa dosagem (CO) apresentam valores de proteína C reativa (PCR) mais elevados que mulheres que não utilizam CO. A inflamação é o processo relacionado diretamente a hipertensão arterial sistêmica (HAS). Um dos mecanismos que regulam diretamente os valores de pressão arterial (PA) é o sistema renina-angiotensinaaldosterona. Portanto, o objetivo deste trabalho foi verificar se existe diferença entre os valores de renina plasmática de mulheres que utilizam e não utilizam CO e se existe correlação entre os valores de PCR e renina plasmática. Método: Incluídas mulheres aparentemente sadias, com idade entre 20 e 30 anos, eutróficas, que utilizam ou não utilizam CO há pelo menos um ano, com triglicerídeos de jejum abaixo de 150mg/ dL, classificadas como irregularmente ativas através do IPAQ-versão longa. Excluídas mulheres com comprometimento hepático, em uso de corticoides, fumantes, com processo inflamatório agudo ou crônico, com PCR acima de 10 mg/L ou com HAS diagnosticada. A amostra foi dividida em dois grupos: GCO formado por mulheres em uso de CO e GSCO formado por mulheres que não utilizam CO. Após jejum de 12h foram coletados 5ml de sangue para dosagem da renina plasmática pelo método de radioimunoensaio cinético. Estatística: Utilizado o teste t de Student bidirecional para amostras independentes na comparação dos valores da renina e o teste de Pearson para verificar a correlação entre PCR e renina. Para comparação da PCR utilizado o teste de Mann-Whitney. Adotado como significante p-valor≤0,05. Resultados: A partir do cálculo amostral prévio, foram selecionadas 48 mulheres divididas igualmente entre os grupos. A média de idade, índice de massa corporal, PCR e PA sistólica e diastólica respectivamente do GCO e do GSCO foram: 23±1,3 vs 23±2,0 anos, 22±1,4 vs 22±1,0 kg/m2, 1,8 (0,5 – 2,2) vs 0,7 (0,5 – 0,9) mg/L, 119±10,1 vs 107±7,5 mmHg, 77±6,1 vs 70±10,6 mmHg. Verificada diferença significante entre a PCR e as PA sistólica e diastólica (p˂0,05). Os valores de renina respectivamente do GCO e do GSCO foram 2,9±2,4 vs 0,9±1,63 ng/ml/hora (p=0,023). Verificada também correlação positiva entre a PCR e a renina (p=0,002 e r=0,68). Conclusão: Na amostra avaliada neste estudo os valores da renina plasmática foram maiores nas mulheres que utilizam CO e houve correlação positiva forte entre os valores da PCR e renina plasmática. 39635 39637 Abordagem percutânea de estenose tricúspide e mitral por valvotomia por balão em paciente com cardiopatia reumática Importância da qualidade da formação acadêmica no tratamento da insuficiência venosa crônica MARILIA MENEZES GUSMÃO, MATHEUS PAMPONET FREITAS, JOSE CARLOS RAIMUNDO BRITO, ADRIANO ARAUJO MATOS MAGALHAES, THIAGO CARVALHO PEREIRA, NARJARA DE OLIVEIRA CARDOSO DOURADO, ISABELA PILAR MORAES ALVES DE SOUZA, JOBERTO PINHEIRO SENA e GILSON SOARES FEITOSA FILHO JEFFERSON PETTO, MARCOS PAULO ALVES DOS SANTOS, VINÍCIUS AFONSO GOMES, DOUGLAS G L DO ESPÍRITO SANTO CERQUEIRA, FRANCISCO TIAGO OLIVEIRA DE OLIVEIRA e ALAN CARLOS NERY DOS SANTOS Hospital Santa Izabel, Salvador, BA, BRASIL. Introdução: A cardiopatia reumática é a principal causa de valvopatias no Brasil. Valvotomia percutânea por cateter-balão é realizada com freqüência na estenose valvar mitral, porém em raras ocasiões a tricúspide é abordada por essa via. Descrição do Caso: Sexo feminino, 35 anos, passado de cirurgia de troca valvar aórtica por prótese metálica por dupla lesão aórtica grave de etiologia reumática há 18 meses. Após 4 meses da cirurgia cursou com palpitações e dispnéia progressiva associados a episódios de FA paroxística. Ao longo de 11 meses a dispnéia evoluiu para esforços habituais. Usava metoprolol 100mg/dia, amiodarona 200 mg/dia, penicilina benzatina 1.200.000UI 21/21 dias e warfarina. Apresentava sopro diastólico grau III/VI no foco tricúspide e sopro diastólico grau III/VI no foco mitral e ausência de estase de jugulares, edema ou hepatomegalia. Ecocardiograma: Aumento biatrial grave, ventrículos de tamanho normal e com função sistólica preservada; valva mitral de aspecto reumático e estenose moderada (Velocidade Média: 2 m/s, gradiente médio: 7 mmHg, gradiente máximo 14 mmHg, Wilkins-Block:8, área valvar: 1,39 cm2 (PHT) e refluxo discreto; Prótese aórtica normoposicionada e normofuncionante; Valva tricúspide espessada, aspecto reumático, abertura em cúpula com limitação de sua excursão diastólica, fluxo turbulento com estenose significativa (VTI > 60, AV < 1,0, PHT < 200) e refluxo de grau moderado ao color. Diante do quadro clínico e da progressão da doença valvar, realizada valvotomia por balão tricúspide e mitral. A intervenção tricúspide, inicialmente foi realizada com balão 30, contudo ecocardiograma intraoperatório evidenciou gradiente de pico de 9 mmHg, e foi necessária valvotomia com duplo balão (30 e 12). A válvula mitral foi abordada com balão de Inoue, sem intercorrências. Ecocardiograma transtorácico pós procedimento mostrava valva mitral com boa abertura, gradiente máximo de 10 mmHg e médio de 4 mmHg, insuficiência discreta e área valvar mitral de 2.56cm2; Valva tricúspide com boa abertura, gradiente máximo de 9 mmHg e médio de 3mmHg, com insuficiência moderada a importante. Evoluiu na enfermaria estável hemodinamicamente e com melhora do quadro de dispnéia, recebendo alta hospitalar. Conclusão: A valvotomia percutânea da estenose tricúspide grave é um tratamento pouco relatado na literatura devido a raridade dessa patologia. A abordagem percutânea simultânea (mitral e da tricúspide) nessa paciente mostrou-se viável e efetiva. 4 Hospital Ana Nery, Salvador, BA, BRASIL. Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 Faculdade Social da Bahia, Salvador, BA, BRASIL - Grupo de Pesquisa Cardiovascular, Salvador, BA, BRASIL. Contexto: A insuficiência venosa crônica (IVC) é a incapacidade que o complexo venoso apresenta em drenar o sangue proveniente dos capilares até o átrio direito. No Brasil, é uma das maiores causas de afastamento do trabalho. A fisioterapia apresenta procedimentos eficazes no tratamento da IVC; no entanto, os fisioterapeutas necessitam conhecer os métodos diagnósticos e de tratamento dessa doença. Um dos pontos cruciais para o bom conhecimento desses aspectos é a formação acadêmica desses profissionais. Objetivo: Identificar o grau de conhecimento dos formandos em fisioterapia sobre o diagnóstico e tratamento da IVC. Métodos: Estudo descritivo de corte transversal, no qual foram selecionados aleatoriamente alunos no último ano de graduação em fisioterapia de faculdades privativas e pública da cidade de Salvador-BA. Os alunos responderam a questionário semi-estruturado com questões que avaliaram o domínio sobre a fisiopatologia, o diagnóstico e o tratamento fisioterapêutico da IVC. Os alunos foram divididos em três grupos: discentes que não possuíam a disciplina de angiologia na grade curricular (G1); discentes que não possuiam professor especialista em angiologia (G2) e discentes com professor especialista em angiologia (G3). Resultados: Foram investigados seis cursos de fisioterapia, cinco privativos e um público. Um total de 101 formandos responderam o questionário. O G3 apresentou o melhor e o G1 o pior desempenho nos domínios dos conhecimentos avaliados. Trinta e seis porcento da amostra do G1 apontou uma contra-indicação absoluta de tratamento como sendo uma intervenção viável da fisioterapia, enquanto no G3 apenas 2% da amostra apontou uma contra-inidicação. Noventa e seis porcento da amostra do G3 acertou as indicações corretas de tratamento da fisioterapia, 83% do G2 e apenas 32% do G1. Na amostra do G3 e do G2 respectivamente 96% e 71% conhecem a forma mais adequada de classificação e diagnóstico da IVC o CEAP. No entanto, nenhum aluno do G1 conhece o CEAP. Conclusão: No presente estudo o grupo de formandos em fisioterapia que possui professor especialista na disciplina de angiologia apresenta melhor conhecimento sobre a fisiopatologia, o diagnóstico e o tratamento fisioterapêutico da IVC. Este estudo aponta a importância da qualidade da formação acadêmica no tratamento da IVC. RESUMOS TEMAS LIVRES 39638 Drenagem venosa assistida a vácuo: influência na proteção miocárdica e no sangramento pós-operatório JACKSON BRANDÃO LOPES, LAÍS PESSOA NOGUEIRA e MARIA EMILIA LUNA DE PAULA Faculdade de Medicina da Bahia - UFBA, Salvador, BA, BRASIL - Fundação São Francisco Xavier, Ipatinga, MG, BRASIL. Introdução: A drenagem venosa é um dos componentes do circuito de circulação extracorpórea e pode influenciar na qualidade da drenagem do seio coronariano e na intensidade da diluição dos elementos da coagulação. Objetivo: Comparar os métodos de drenagem venosa por sifonagem ou assistida a vácuo em relação à sua influência na proteção miocárdica e na quantidade de sangramento pós-operatório. Metodologia: Foram analisados retrospectivamente 106 pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio, separados em dois grupos conforme a técnica empregada: drenagem venosa assistida a vácuo (n = 53) ou sifonagem (n = 53). Resultados: No grupo que utilizou drenagem a vácuo, encontrou-se um menor volume de sangramento (299,2 ± 203,5ml vs. 543,7 ± 342,2 ml; p < 0,0001), menor tempo de extubação (6,3 ± 3,5 vs. 8,1 ± 4,5 h; p = 0,0440), assim como menor elevação das enzimas CKMB (38,9 ± 13,4 vs. 51,5 ± 33,3; p = 0,0229) e CK (278,9 ± 124,0 vs. 679,8 ± 679,7 vs.; p < 0,0001). Discussão: O uso da drenagem venosa assistida a vácuo (DVAV) possibilitou uma diminuição no volume de cristalóide para preenchimento do circuito de CEC, com consequente menor hemodiluição dos elementos da coagulação, resultando numa menor da perda sanguínea pelos drenos torácicos, nas primeiras 12 horas de pós-operatório. Além disso, nos pacientes submetidos a esse método de drenagem venosa durante a CEC, foi possível observar uma diminuição significativa dos níveis de CPK e CK-MB, sugerindo menor lesão da musculatura estriada e dos cardiomiócitos, o que possivelmente está relacionado a redução do edema e menor congestão venosa. Não foi identificada, nesta amostra, diferença estatística na incidência de infecções, fibrilação atrial pós-operatória, acidente vascular cerebral, reoperação por sangramento, uso de balão intra-aórtico e morte hospitalar. Conclusão: Os dados deste estudo retrospectivo sugerem que a DVAV é um método de drenagem seguro, que confere ao paciente menor sangramento pós-operatório e menor lesão dos miócitos, quando comparada ao método sifonagem. 39660 Índice de Homa em mulheres que utilizam e não utilizam contraceptivo oral JEFFERSON PETTO, CANDICE ROCHA SEIXAS, LARISSA CARDOSO FEITOSA, JOYCE FERREIRA BACELAR, DOUGLAS G L DO ESPÍRITO SANTO CERQUEIRA, PAULO RICARDO PINTO BARBOSA, ALAN CARLOS NERY DOS SANTOS e ANA MARICE TEIXEIRA LADEIA 39645 Diferenças nas medidas da raiz da aorta: avaliação através impressão anatômica em 3D e as imagens virtuais em 2D e 3D. JACKSON BRANDÃO LOPES, IVAN SOUZA DE CARVALHO, AIRTON MOREIRA DA SILVA e JORGE VICENTE LOPES DA SILVA Faculdade de Medicina da Bahia - UFBA, Salvador, BA, BRASIL - Hospital Ana Nery, Salvador, BA, BRASIL - Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, MCTI, Campinas, SP, BRASIL. Introdução: Uma redução na curva de aprendizado para as cirurgias da raiz da aorta pode ser alcançada com o desenvolvimento de um dispositivo de anastomose dos óstios coronarianos. Objetivo: Obter dados anatômicos para o desenvolvimento de dispositivo de anastomose mecânica dos óstios coronarianos, através da impressão em três dimensões da raiz da aorta e comparar estas medidas com as obtidas através dos modelos virtuais. Metodologia: As formas de representação anatômica utilizadas para análise foram obtidas através da impressão de modelo tridimensional, através de arquivos DICOM oriundos de angiotomografias, bem como de arquivos CAD. Foram feitas análises por dois observadores em dois momentos distintos. O estudo estatístico se deu através de análise pelo método de ANOVA, de Bland-Altmam e correlação de Pearson. Resultados: O diâmetro médio da coronária direita não diferiu na análise realizada nos modelos DICOM, STL e protótipo (4,47±1,07, 4,45±0,64, 4,97±0,67 mm respectivamente; p=0,09), mas diferiu em relação ao diâmetro médio da coronária esquerda (5,72±1,02, 5,50±0,87, 6,32±1,18 mm, respectivamente; p=0,0005). Pela análise de Bland-Altmam ficou demostrado que existe um viés de mensuração de 9,8% em relação ao óstio da coronária esquerda e de 12% para o óstio da coronária direita quando se compara o método bidimensional (DICOM) e o impresso em três dimensões (protótipo). Conclusões: A descrição dos diâmetros dos óstios das coronárias através do método DICOM dá-se de maneira aceitável. Entretanto, o poder de análise, por este método, de segmentos lineares de outros segmentos da raiz da aorta é insuficiente, sendo, a análise da superfície tridimensional a mais adequada. 39691 Estado volêmico na insuficiência cardíaca aguda e eventos cardiovasculares: análise mediada por NT-proBNP JANINE MAGALHES OLIVEIRA, FABIO LUIS DE JESUS SOARES, ADRIANO CHAVES ALMEIDA FILHO, SAULO DIAS VIANA, ARILTON DANTAS DOS SANTOS JÚNIOR, MARCIA MARIA NOYA RABELO e LUIS CLAUDIO LEMOS CORREIA Escola Bahiana de Medicina, Salvador, BA, BRASIL - Faculdade Social, Salvador, BA, BRASIL. Hospital São Rafael, SALVADOR, BA, BRASIL - Fundação para Desenvolvimento da Ciência, SALVADOR, BA, . Introdução: Estudos apontam correlação positiva entre a resistência insulínica e a inflamação subclínica. Estudo publicado em 2013 verificou que mulheres em uso de contraceptivo oral de baixa dosagem (CO) apresentam valores de proteína C reativa (PCR) mais elevados que mulheres que não utilizam CO. Portanto, os objetivos deste trabalho foram verificar se existe diferença entre o Índice de Homa (IH) de mulheres que utilizam e não utilizam CO e se existe correlação entre o IH e PCR e entre a insulina e PCR. Delineamento: Estudo comparativo de corte transversal. Método: Incluídas mulheres, com idade entre 20 e 30 anos, eutróficas, que utilizavam ou não utilizavam CO há pelo menos um ano, com triglicerídeos de jejum abaixo de 150mg/dL, classificadas como irregularmente ativas através do IPAQ-versão longa. Excluídas mulheres com comprometimento hepático, em uso de corticoides, fumantes, com processo inflamatório agudo ou crônico, com PCR acima de 10 mg/L ou com HAS diagnosticada. A amostra foi dividida em dois grupos: grupo CO (GCO) formado por mulheres em uso de CO e grupo sem CO (GSCO) formado por mulheres que não utilizam nenhum método contraceptivo a base de hormônios. Após jejum de 12h foram coletados 5ml de sangue para dosagem do perfil lipídico, da insulina, da glicemia e da PCR. A insulina foi mensurada pelo método de quimioluminescência, a glicemia pelo método enzimático colorimétrico e a PCR por turbidimetria. Estatística: Utilizado o teste t de Student bidirecional para amostras independentes na comparação dos valores da insulina e do IH. Utilizado o teste de Pearson para verificar a correlação entre PCR e o IH e entre a PCR e a Insulina. Resultados: A partir do cálculo amostral prévio, foram selecionadas 48 mulheres divididas igualmente entre os grupos. A média de idade, índice de massa corporal, PCR, glicemia, insulina e IH respectivamente do GCO e do GSCO foram: 23±1.3 vs 23±2.0 anos; 22±1.4 vs 22±1.0 kg/m2; 1.8 (0.5 – 2.2) vs 0.7 (0.5 – 0.9) mg/L; 86±8.8 vs 84±7.9 mg/dL; 10.2±4.4 vs 6.4±2.9 uM/L; 1.6±0.98 vs 1.0±0.79. Verificada diferença significante entre o IH (p=0.026); entre a insulina (p=0.026) e entre a PCR (p=0.044). O poder dos resultados calculado após a análise foi de 82%. Não foi verificada correlação entre a insulina e a PCR (p=0.861) e entre o IH e a PCR (p=0.747). Conclusão: Neste estudo os valores do IH foram maiores nas mulheres que utilizam CO e não houve correlação entre a PCR e o IH e entre a PCR e a insulina. Fundamento: Pacientes internados por insuficiência cardíaca (IC) descompensada recebem intensa terapia diurética e vasodilatadora nos primeiros dias, conduta normalmente bem sucedida na compensação do quadro, permitindo alta hospitalar. No entanto, é comum a recorrência de novos episódios de agravamento nas primeiras semanas após a alta. Objetivo: Em pacientes internados com insuficiência cardíaca aguda, avaliar qual o maior determinante de futuras descompensações: a volemia do momento do internamento ou do momento da alta? Métodos: estudo de coorte prospectivo com pacientes admitidos entre janeiro de 2013 a outubro de 2014, com diagnóstico de insuficiência cardíaca agudamente descompensada, acompanhados até 60 dias após a alta hospitalar. O critério de inclusão obrigatório nesse registro é o aumento da dosagem plasmática do NT-proBNP (> 450 pg/ml para pacientes abaixo de 50 anos ou NT-proBNP > 900 pg/ml para pacientes acima de 50 anos) e tendo como desfecho primário a combinação de óbito cardiovascular após compensação e reinternamento por insuficiência cardíaca descompensada em 60 dias. Resultados: Foram estudados 90 pacientes, com a mediana do NT-proBNP da admissão 3947 pg/ml (IQ = 2370 pg/ml a 7000 pg/ml), a mediana da variação absoluta do NT-proBNP de -1533 pg/ml (IQ = -3569 pg/ml a 747 pg/ml), e a mediana do NT-proBNP da alta de 1946 pg/ ml (IQ = 1000 pg/ml a 3781 pg/ml). A incidência do desfecho combinado foi de 34%, sendo 13% de óbitos e 21% de readmissão. A curva ROC do NT-proBNP da admissão e eventos cardiovasculares em 60 dias, apresentou uma área sob a curva de 0,49 (P = 0,89; IC 95% = 0,36 - 0,62). A variação absoluta do NT-proBNP apresentou área sob a curva de 0,65 (P = 0.04; IC 95% = 0,51 - 0,79) para eventos em 60 dias. O NT-proBNP do momento da alta com área sob a curva de 0,69 (P = 0,03; IC 95% = 0,58 - 0,80). Em análise multivariada, NT-pro-BNP do momento da compensação foi preditor do desfecho primário, independente do valor mensurado na admissão. Conclusão: Diferente do grau de descompensação que motivou o internamento, o estado volêmico obtido após compensação da IC se associa-se a eventos recorrentes. Esse achado sugere que independente da gravidade inicial, é a resposta ao tratamento durante o internamento que determina a vulnerabilidade do paciente para nova descompensação. Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 5 RESUMOS TEMAS LIVRES 39692 Associação de medidas antropométricas com anatomia e função arterial LUANA LEITE MENEZES SANTOS, CAROLINA GARCEZ VARELA, PATRICIA FONTES DA COSTA SILVA, ISADORA BULHOES MAIA, CAMILA PINTO BARONE, TARSILA SANTIAGO DE CASTRO, LUIS CLAUDIO LEMOS CORREIA e MARISTELA MAGNAVITA O. GARCIA Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), Salvador, BA, BRASIL. Introdução: A obesidade e adiposidade abdominal aumentam a produção de adipocinas e induzem a inflamação crônica, participando da gênese da aterosclerose (Schaffler A, Endocr Rev. 2006). Objetivo: Testar a hipótese de que o excesso de peso e sua distribuição associam-se com anatomia e função arterial. Metodologia: Estudo transversal, com 46 mulheres do Ambulatório Docente Assistencial da Escola Bahiana de Medicina, Salvador- Bahia, com IMC ≥ 25 Kg/m², maiores de 18 anos e LDL-c ≥100 mg/dl. Analisou-se anatomia arterial pela espessura médio-intimal carotídea pelo método semiautomático (EMIC), e função arterial pela vasodilatação mediada por fluxo (VMF) da artéria braquial, ambos com aparelho de ultrassonografia de alta resolução, marca GE, modelo VIVID 3. Dados antropométricos, pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) foram medidos. A análise bioquímica incluiu PCR de alta sensibilidade, perfil lipídico e glicemia de jejum (G). As variáveis desfechos foram EMIC e VMF e as preditoras principais foram IMC, circunferência abdominal (CA) e relação cintura-quadril (C/Q). Correlação de Spearmann e Regressão linear múltipla foram utilizados. Resultados: A médias de idade, IMC, CA e C/Q foram, respectivamente, 43 ± 10 anos, 35,3 ± 5,8 kg/m², 107,3 ± 11,4 cm e 0,9 ± 0,06 cm. Os exames laboratoriais mostraram colesterol total, HDLc, LDLc, triglicerídeos e G, respectivamente, 212 ± 37,6 mg/dL; 50 ± 11 mg/dL; 137 ± 31 mg/dL; 129 ± 66 mg/dL; 104 ± 51, sendo que PCR teve mediana em 3,56 (IIQ 1,7 - 6,7). A média da EMIC foi 0,7 mm ± 0,12 e a mediana de VMF, 0,084 (IIQ 0,057 - 0,11). Foi verificada significativa correlação entre CA e EMIC (r = 0,32, p = 0,039), mas, não entre CA e VMF (r = -0,07, p = 0,064). IMC e C/Q não se correlacionaram com EMIC ou VMF, de forma significativa. Observou-se também, que não houve diferenças entre os grupos abaixo e acima de 5% de VMF, quanto ao IMC (p = 0,059), CA (p = 0,059) ou C/Q (p = 0,26). Após ajuste para variáveis de confusão, na análise multivariada, apenas idade (b = 0,56; p = 0,001) e CA (b = 0,45; p = 0,004) mostraram-se independentemente associadas com EMIC. Conclusão: Na população estudada, além da idade, CA relacionou-se significativativamente com a anatomia arterial, independente de outros fatores de risco. 39728 Análise do sistema complexo de causalidade dos óbitos hospitalares em indivíduos com síndromes coronarianas agudas LUIS C L CORREIA, NICOLE C SA, LUISA S PEREIRA, ANDRÉ B SILVA, LUCAS DANTAS, FERNANDA LOPES, JESSICA G SUERDIECK, FELIPE K B ALEXANDRE, FELIPE R M FERREIRA, MANUELA CARVALHAL e MARCIA MARIA NOYA RABELO Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador, BA, BRASIL - Hospital São Rafael, Salvador, BA, BRASIL. Fundamento: Evolução hospitalar fatal de pacientes com Síndrome Coronariana Aguda (SCA) faz parte de um sistema complexo, necessitando de uma exploração crítica da cascata de causalidade. Objetivos: (1) Descrever os mecanismos de óbito hospitalar em pacientes com SCA; (2) Avaliar se a predição tradicional do risco de óbito hospitalar contempla a cascata de causalidade. Métodos: Foram incluídos prospectivamente pacientes com critérios objetivos de SCA. Dentre os indivíduos que evoluíram para óbito durante a hospitalização, a sequência cronológica dos eventos que culminaram no desfecho fatal foi descrita, sendo os indivíduos classificados em 3 grupos: óbito cardiovascular direto (decorrente de complicação direta do evento coronário), óbito cardiovascular indireto (decorrente de complicação da conduta médica voltada para o tratamento do evento coronário), óbito não cardiovascular (decorrente de co-morbidade que coexistia com a SCA). Resultados: Dentre 524 pacientes incluídos, 30 evoluíram para óbito durante a hospitalização. Na análise de causalidade, 37% dos óbitos foram classificados como de origem não cardiovascular, 27% como origem cardiovascular indireta e apenas 36% dos óbitos decorreram diretamente da SCA. Dentre os 8 óbitos cardiovasculares indiretos, 5 decorreram de complicações decorrentes de cirurgia cardíaca e 3 de sangramento relacionado a procedimento percutâneo. Não houve diferença no valor do Escore GRACE, quando comparados os grupos de óbito não cardiovascular (173 ± 46), óbito cardiovascular indireto (166 ± 46) e óbito cardiovascular direto (190 ± 69) - P = 0,60. Considerando a amostra total do Registro, o escore GRACE foi preditor acurado de óbito não cardiovascular (estatística-C = 0,84; 95% IC = 0,71 - 0,97; P < 0,001), semelhante a óbito cardiovascular indireto (estatística-C = 0,81; 95% IC = 0,61 - 1,0; P = 0,002) e direto (estatística-C = 0,80; 95% IC = 0,63 - 0,98; P = 0,001). Conclusão: (1) Em pacientes com SCA, a menor parte dos desfechos fatais decorre diretamente do processo de instabilidade coronária; (2) a estimativa de risco tradicional não discrimina mecanismo de óbito cardiovascular, questionando a utilidade desta predição em determinar que pacientes devem receber tratamentos mais agressivos. 6 Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 39703 Qualidade de vida de idosos portadores de insuficiência cardíaca atendidos em um ambulatório de referência em Salvador, Brasil EDIMAR JOAQUIM DA SILVA, Universidade Federal da Bahia, Salvador, , BRASIL. Introdução: devido à alta prevalência de insuficiência cardíaca (IC) em idosos, o conhecimento da qualidade de vida (QV) desses pacientes pode ajudar no melhor seguimento clínico dessa população. O objetivo desse trabalho foi avaliar a QV de idosos portadores de IC. Metodologia: estudo de corte transversal realizado em um hospital de referência de Salvador, com idosos (idade≥60) diagnosticados com IC. A QV foi avaliada através do SF-36 e do Living with Heart Failure Questionnaire (MLHFQ). Dados sociodemográficos e clínicos foram obtidos por prontuário médico. Os grupos foram definidos de acordo com a classe funcional NYHA I e II versus III e IV. O teste de Mann Whitney foi utilizado para avaliar diferença entre os grupos, sendo resultados expressados como mediana [intervalo interquartil] e o valor de p para um teste exato e bicaudado. A confiabilidade entre os questionários foi calculada usando o alfa de Cronbach. Resultados: foram coletados dados de 30 pacientes com média de idade de 69,7 anos (±8,5), sendo 53% do sexo feminino. Classe funcional NYHA I e II representou 63,3% da amostra. A confiabilidade entre os questionários foi satisfatória (alfa de Cronbach ≥ 0,70). Não houve diferença entre os grupos para sexo, nível educacional (alfabetizado ou não) e estado civil (união estável ou não). As medianas dos escores nos pacientes com NYHA III e IV foram menores para os domínios de vitalidade (60[40 – 75] vs 40[20 – 50] p=0,019) e saúde mental (72[56 – 80] vs 56[44 – 60], p=0,012) no SF-36 e maiores para dimensão física (14[6 – 28 vs 27[17 – 35], p=0,017) e emocional (8[4 – 14] vs 16[12 – 17], p=0,015) no MLHFQ. Número de hospitalizações maior ou igual a dois (36,7%) estiveram associados com menores escores no SF-36 e altos no MLHFQ (p<0,05). Os pacientes com união estável (50%) tiveram medianas dos escores de estado geral de saúde maiores que aqueles sem (70[52 – 82] vs 47[37 – 62], p=0,03). Houve correspondência entre as medidas dos escores de dimensão física e emocional no MLHFQ com os escores de vitalidade e estado de saúde geral no SF-36 para os dados avaliados (coeficiente de correlação de Spearman < -0,700, p<0,001). Conclusões: apesar da limitação amostral, os dados indicam que entre idosos com IC, aqueles com maior classe funcional (especificamente III e IV), apresentaram pior QV nos domínios de saúde mental e vitalidade, além de pior QV no MLHFQ tanto nos domínios físico como emocional. Maior número de hospitalizações também implicou em pior QV. 39743 Síndrome de Ehlers-Danlos associada a Miocardiopatia Hipertrófica RAIMUNDO J A O PINTO, ADAILTON A SANTOS, MABLO C AZEVEDO e SAULO S MEIRA Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, Jequié, BA, BRASIL. Introdução: A Síndrome de Ehlers-Danlos (SED) é caracterizada por um defeito genético que leva a produção de colágeno anormal, resultando em alteração da síntese e estrutura do tecido conectivo. Tem variado padrão de transmissão e fenótipo heterogêneo com herança autossômica dominante na maioria dos casos, embora alguns possui padrão autossômico recessivo, sendo este intimamente associado à deficiência da Tenascina X (TNX). Não encontramos na literatura casos de SED associado à Cardiomiopatia Hipertrófica Obstrutiva (CHO) O presente trabalho descreve o caso de uma paciente que apresentou concomitantemente a SED e a CHO. Elaboramos uma hipótese que tenta explicar o prognóstico benigno da miocardiopatia na paciente. Descrição do caso: Paciente de 68 anos de idade, sexo feminino, solteira, procurou atendimento médico com história de dor torácica atípica não associada a esforço físico ou estresse emocional, além de palpitações e dispneia a esforços maiores que os habituais, referiu tonturas esporádicas. Negou síncope. Na história pregressa declarou iniciar a deambulação a partir dos 5 anos de idade. Na adolescência apresentou luxações espontâneas nas articulações dos joelhos e temporomandibular. PR=51bpm. TA=100x60mmhg. Pele: aveludada e hiperextensivel. Sem estase de jugular. Pulmões: limpos. Ap. CV: Ictus no quinto EICE, 1,5cms para fora da LMC, impulsivo (+)1pdg. Frêmito sistólico no REE.SS ejetivo IV/VI audível no REE. Abdomen sem visceromegalias. Extremidades curtas, articulações hiperextensiveis. Quanto aos exames de imagem, o eletrocardiograma que revelou BAV de primeiro grau e SCE; a radiografia de tórax evidenciou cardiomegalia à custa do VE. O ecocardiograma revelou dilatação leve do átrio esquerdo, hipertrofia septal assimétrica com obstrução leve da via de saída do ventrículo esquerdo e disfunção diastólica do ventrículo esquerdo de grau moderado. O Holter de 24 horas revelou taquicardia ventricular não sustentada. Também foi submetida à biopsia de pele que confirmou a redução da densidade do colágeno na derme papilar e reticular além de fragmentação das fibras elásticas. Conclusão: A deficiência de tenascina X nessa paciente permitiu a formação de feixes fibrosos menos densos no miocárdio e portanto, menos substrato arritmogênico para arritmias fatais, implicando em maior sobrevida. RESUMOS TEMAS LIVRES 39804 39811 Liberação de biomarcadores de necrose miocárdica após angioplastia coronária percutânea em ausência de infarto do miocárdio manifesto. Estudo com ressonância nuclear magnética Impacto da visita multidisciplinar cardiologica em uma unidade de terapia intensiva cardíaca. Coorte prospectiva RODRIGO MOREL VIEIRA DE MELO, WHADY ARMINDO HUEB, LEANDRO MENEZES ALVES DA COSTA, FERNANDO TEIICHI COSTA OIKAWA, PAULO CURY REZENDE, EDUARDO GOMES LIMA, CIBELE LARROSA GARZILLO, CARLOS VICENTE SERRANO JUNIOR, ALEXANDRE VOLNEY VILLA, CESAR H NOMURA e ROBERTO KALIL FILHO Instituto do Coração - InCor, São Paulo, SP, BRASIL. Introdução: A liberação de biomarcadores de necrose miocárdica após a intervenção coronária percutânea (ICP) é um evento comum. No entanto, a correlação entre a liberação dos biomarcadores e o diagnóstico do infarto agudo do miocárdio (IAM) tipo 4a tem gerado controvérsia, especialmente após o advento da troponina de alta sensibilidade (Tn-as). Neste estudo, pretendemos quantificar a liberação dos biomarcadores cardíacos em pacientes submetidos à ICP eletiva sem a evidência de novo realce tardio pelo gadolínio (RTG) na ressonância magnética cardíaca (RMC) após o procedimento. Métodos: Foram incluídos pacientes consecutivos com doença arterial coronária estável e função ventricular preservada, com indicação eletiva para ICP em pelo menos duas artérias epicárdicas. RMC com RTG foi realizada em todos os pacientes antes e depois das intervenções. Medidas seriadas de Tn-as e creatinaquinase fração MB (CK-MB) foram realizadas imediatamente antes do procedimento até 72h após a ICP. Pacientes com RTG na RMC após o procedimento foram excluídos. Resultados: 71 pacientes foram referenciados para a realização eletiva da ICP sendo que 15 (21.1%) foram foram excluídos, 10 (14.1%) por causa do surgimento de um novo RTG na RMC após a ICP. Os 56 pacientes sem a evidência de IAM tipo 4a pela RMC eram predominantemente do sexo masculino 37 (66,1%). A idade média foi de 61,7 (± 8,4) anos com o escore de Syntax médio de 16,6 (±7,7). Após a ICP, 48 (85,1%) pacientes apresentaram um pico de elevação de Tn-as acima do limite da normalidade sendo que em 32 (57,1%) a elevação foi superior a 5 vezes o percentil 99, enquanto que apenas 2 (3,6%) apresentaram um pico de CK-MB maior do que 5 vezes o percentil 99. A mediana do pico de liberação da Tn-as foi de 0,290 (0,061 – 1,09) ng/mL, valor 7,25 vezes superior ao percentil 99. Conclusão: Após ICP eletiva, a liberação de troponina e não de CK-MB, acima de valores preconizados, é frequente, mesmo na ausência de IAM definido pela RMC com RTG. 39887 Excesso de peso e sua relação com a estrutura cardíaca MARISTELA MAGNAVITA O. GARCIA, BEATRIZ PEREIRA DOS SANTOS, CAROLINA GARCEZ VARELA, PATRICIA FONTES DA COSTA SILVA e LUIS CLAUDIO LEMOS CORREIA Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), Salvador, BA, BRASIL - Bahia Introdução: Na obesidade, a curva de Frank -Starling é deslocada para a esquerda devido ao incremento na pressão de enchimento do ventrículo esquerdo (VE), produzindo dilatação e hipertrofia (Poirier, Circulation 2006;113:898-918). Objetivo: < wbr />Avaliar se excesso de peso implica em sobrecarga ao coração, manifestada por alterações. estruturais. Metodologia: < wbr />Estudo transversal, com 46 mulheres do Ambulatório Docente Assistencial (EBMSP, BA), com IMC ≥ 25 Kg/m², maiores de 18 anos e LDL-c ≥100 mg/dl. Analisou-se com aparelho de ecocardiografia, GE, VIVID 3, as medidas cavitárias e espessuras de paredes (ASE, 2012). Dados antropométricos, pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) foram medidos. A análise bioquímica incluiu PCR, perfil lipídico e glicemia de jejum (G). As variáveis independentes principais foram IMC, circunferência abdominal (CA) e relação cintura-quadril (C/Q), e as dependentes do VE: diástole final (DVE), massa (MVE) e espessura relativa de parede (ERP); e do AE: dimensão (DAE), área (AAE) e volume (VAE). Resultados: A médias de idade, IMC, CA e C/Q foram, respectivamente, 43 ± 10 anos, 35,3±5,8 kg/ m², 107,3±11,4 cm e 0,9±0,06 cm. Análise bioquímica: colesterol total, HDLc, LDLc, triglicerídeos e G, respectivamente, 212±37,6 mg/dL; 50±11 mg/dL; 137±31 mg/dL; 129±66 mg/dL; 104±51, e PCR, mediana em 3,56 (IIQ 1,7 - 6,7). Ao ECO: VED 49±4 mm, MVE 149±35 g, ERP 0,36±0,072, AE 35,7±3 mm, AAE 18±4,8 cm² e VAE 44±12 ml. Houve correlação linear entre IMC e MVE (r=0,44, p=0,002) e AE (r=0,41, p=0,005), bem como entre CA e DVE (r=0,30, p=0,044), MVE (r=0,46, p=0,001) e AE (r=0,36, p=0,013). Na comparação entre os grupos abaixo e acima de 35 kg/m², associaram-se com maiores IMC: AE (34,6±2,6 mm X 36,7±3,1 mm; p=0,015) e MVE (136±24 g X 162±40 g; p=0,013). Também houve diferença na medida de MVE entre os grupos com CA abaixo e acima de 107 cm (134±26 X 162±37 g; p=0,04). C/Q não apresentou qualquer relação com as medidas. Após regressão linear múltipla, sendo MVE a variável dependente, em modelo que incluiu, separadamente, IMC, e também idade, PAS e PAD, observou-se que apenas IMC foi preditor independente (β=0,44; p=0,002). Em modelo com AE como variável dependente, contudo, IMC não permanece preditora, mas sim, PAD (β=0,51, p<0,001). Conclusão: Na população estudada, observouse relação direta e independente do excesso de peso com a massa do ventrículo esquerdo. RODRIGO MOREL VIEIRA DE MELO, FERNANDO ZAMPIERI, FABIO GOMES DA CONCEIÇÃO, AMILTON SILVA JUNIOR e FERNANDO COLOMBARI Hospital Alemão Oswaldo Cruz, São Paulo, SP, BRASIL. Introdução: A demanda por cuidados intensivos cardiovasculares está aumentando com o envelhecimento da população, e é refletida na tendência do uso de unidades de tratamento intensivo (UTI) geral para tratamento dessas patologias. Objetivamos avaliar o impacto da adoção e padronização de uma rotina diária de visita multidisciplinar com foco na cardiologia na qualidade do atendimento em uma UTI cardiológica. Métodos: Pacientes consecutivos admitidos em uma UTI cardiológica de 9 leitos em dois períodos: Janeiro a junho/2013 e janeiro a junho/2014. No primeiro período (grupo controle) os pacientes receberam os cuidados intensivos padronizados na nossa instituição com a avaliação diária de diferentes médicos intensivistas plantonistas, não cardiologistas, sem abordagem multidisciplinar voltada para a cardiologia. No segundo período (grupo intervenção) o atendimento foi coordenado pelo mesmo cardiologista clinico e a avaliação diária realizada por dois cardiologistas diaristas. Entre os períodos, durante 6 meses, foi realizado o treinamento focado para a cardiologia de toda a equipe multidisciplinar e eleboração de protocolos específicos. Resultados: Foram avaliados 610 pacientes, 314(51,4%) no grupo controle e 296(48,6%) no grupo de intervenção. Ambos apresentavam características demográficas semelhantes, grupo intervenção vs grupo controle, idade: 68,9(±14,7) vs 70,9(±13,2), p=0,08; internação após cirurgia cardiaca: 21(7,1%) vs 26(8,3%), p=0,40; internação após angioplastia coronária: 60(20,3%) vs 59(18,8%), p=0,55. A média de mortalidade prevista pelo escore SAPS-3 e pelo índice de comorbidade de Charlson foram semelhantes entre os grupos, intervenção e controle, respectivamente, 43,1(±13,1) vs 42,8(±12,9), p=0,66 e 1,91(±2,1) vs 1,90(±2,2), p=0,97. Apesar disso, o tempo médio de permanência na UTI foi menor no grupo intervenção em comparação com o grupo controle, 2,5(±3,4) vs 3,4(±3,8) dias, p=0,003, assim como o tempo médio de ventilação mecânica 0,84(±0.16) vs 4,16(±1.47) dias, p=0.005. A mortalidade na UTI foi de 11 (3.7 %) vs 15 (4,7%), RR 0,79, 95%IC 0,64-3,03, p = 0,40, grupo intervenção e controle, respectivamente. Conclusão: Em uma UTI cardiológica, a abordagem multidisciplinar com treinamento específico em cardiologia apresentou melhores resultados assistenciais quando comparado ao cuidado intensivo padrão. 40013 Lesões ateroscleróticas ao doppler de carótidas e déficit cognitivo em pacientes com hipertensão arterial resistente. THIAGO MATOS E SILVA, PRISCILA NERI LACERDA, ANDRE NASCIMENTO PUBLIO PEREIRA, LILIANE GOES BASTOS, LOUISE MEDEIROS PORTO, BIANCA DE ALMEIDA NUNES, NATÁLIA DUARTE BARROSO, ADILSON MACHADO GOMES JUNIOR, RICARDO RIBEIRO DO NASCIMENTO TEIXEIRA, CRISTIANO RICARDO BASTOS DE MACEDO e ROQUE ARAS JUNIOR Complexo Hosp. Prof. Edgard Santos, Salvador, BA, BRASIL - Faculdade de Medicina da Bahia, Salvador, BA, BRASIL - Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA, BRASIL. Fundamentos: Estudos têm demonstrado associação entre lesões ateroscleróticas e estenose de carótida com déficit cognitivo. Pacientes de alto risco cardiovascular merecem atenção, pois apresentam taxas de prevalência destas lesões ainda maiores. Este estudo tem o objetivo de avaliar a relação entre a presença de lesões ateroscleróticas em artérias carótidas e déficit cognitivo de acordo com resultados do Mini Exame do Estado (MEEM) em pacientes com hipertensão arterial resistente (HAR).Métodos: Corte transversal com uma amostra de 48 pacientes atendidos em serviço de referência em hipertensão resistente localizado em Salvador/BA. Estes pacientes foram classificados como hipertensos resistentes de acordo com o critério da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Foi realizada o exame físico, coleta de dados da história e resultados de exames de Doppler de carótida destes pacientes. Os resultados do doppler foram divididos em com e sem lesão aterosclerótica. O MEEM foi utilizado como parâmetro de avaliação da função cognitiva. Para a avaliação estatística foram realizados teste t-student para duas amostras com o software Minitab ® 17.1.0. Resultados: Dez pacientes possuíam história prévia de acidente vascular cerebral (AVC) e foram excluídos da avaliação. A amostra final apresentou um n=38, 14 do sexo masculino, 24 do sexo feminino, com média de idade de 64±12 anos. A média dos escores do MEEM foi de 23. Onze pacientes (29%) apresentaram escore abaixo do ponto de corte (24 para alfabetizados e 20 para analfabetos) para detecção de déficit cognitivo. No exame de doppler de carótidas, 28 pacientes apresentaram evidência de lesão aterosclerótica e 3 apresentaram estenose carotídea. A análise não demonstrou diferença significante entre o escore do MEEM total de pacientes com e sem lesão aterosclerótica (p=0,972), ou com e sem estenose vascular (p=0,163). Conclusões: Os resultados não demonstraram relação estatística entre a presença de lesões ateroscleróticas e/ou estenose de artérias carótidas com déficit cognitivo em pacientes com HAR. No entanto, uma parcela significativa dos pacientes apresentou escores baixos no exame MMEE. Na HAR, o déficit cognitivo poderia estar associado a lesão microvascular, não passível de detecção ao ultrassom Doppler de carótidas, sugerindo que este exame seja inadequado para detecção precoce de déficit cognitivo neste grupo de pacientes. A realização de estudos posteriores é importante para avaliação mais profunda desta possível relação Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 7 RESUMOS TEMAS LIVRES 40123 40171 Mortalidade por doenças isquêmica do coração na Bahia, no período de 2002 a 2011. Limitar intervenção coronária percutânea à artéria culpada em pacientes multiarteriais com síndromes coronarianas agudas se associa a maior recorrência de sintomas? LIDIA CINTIA DE JESUS SILVA, e CATIA SUELY PALMEIRA Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador, BA, BRASIL - BA Introdução: As Doenças Isquêmicas do Coração (DIC) fazem parte das Doenças do Aparelho Circulatório (DAC), responsável por alta morbimortalidade no Brasil. Dentre as patologias isquêmicas, destacam-se principalmente a Angina Pectoris e o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM). Estas ocorrem quando o suprimento de oxigênio que chega ao músculo cardíaco é inadequado. As DIC são doenças de impacto socioeconômico significativo na saúde pública devido ao gasto com medicamentos e internações hospitalares a piora da qualidade de vida dos indivíduos levando-os a elevados índices de absenteísmo e consequentemente aposentadoria precoce. Objetivo: Descrever a mortalidade por doença isquêmica do coração na Bahia no período de 2002 à 2011. Metodologia: Estudo epidemiológico descritivo desenvolvido pelo GEPEN - Grupo de Estudo e Pesquisa em Enfermagem da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública utilizando dados provenientes do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) disponível no DATASUS/Ministério da Saúde. Para análise foi utilizado o número de óbitos e a taxa de mortalidade específica (TME) calculada a cada 100.000 habitantes das seguintes variáveis: faixa etária, sexo e ano. Por se tratar de dados secundários de domínio público não há implicações éticas. Resultados/Discussão: O total de óbitos por DIC no período foi 103.475, sendo que o sexo masculino foi responsável por 58% dos óbitos. A TME média foi 49,3/100.000 hab. No período analisado houve uma tendência crescente da TME, iniciando em 2002 com 46,7/100.000 hab., chegando a 53,8/100.000 em 2011, representando um aumento de 15,2%. Com relação à faixa etária, a TME aumentou progressivamente com a idade, iniciando com menos de 1/100.000 hab. em menores de 29 anos, alcançando os seguintes valores em pessoas mais velhas: 60 a 69 anos (211/100.000 hab.), 70 a 79 anos (437/100.000 hab.) e em pessoas com 80 ou mais (910/100.000 hab.) Conclusão: Observou um aumento na mortalidade por DIC na Bahia, configurando-se um importante problema de saúde pública que demanda ações de prevenção e controle dos fatores de risco e maior acesso da população aos serviços de saúde para a redução das taxas de mortalidade. 40180 Pericardite constrictiva como diagnóstico diferencial de tuberculose: Quando Pensar? LUAM VIEIRA DE ALMEIDA, DANIEL LUIZ CARDOSO LIMA, JÚLIO CÉSAR AYRES FERREIRA FILHO, VICTOR LIRA RIBEIRO GONÇALVES DE CARVALHO, VLADIMIR LENINE ANTOINE CALASSIO CHAUD, EDUARDO ANTONIO AYREMORAES BATISTA, KÉCIA CRISTINA FARIA DE OLIVEIRA, LANIER TADEU GARCIA DE PAULA JUNIOR, NATHALIA BONFOGO, ALEXANDRE DE ANDRADE PIRES e PAULO GOMES LEAL Hospital universitário Gaffree Guinle (HUGG), Rio de Janeiro, RJ, BRASIL. Nosso objetivo é demonstrar que pericardite constrictiva e diagnostico de alta suspeição inicial e que sua prevalência pode ser maior que a esperada.Caso 1 e de paciente masculino, 30 anos, previamente hígido, sem vícios, com historia de 8 meses de quadro de síndrome edemigenica, 3 internações em instituições diferentes no período, hipótese diagnostica de carcinomatose abdominal. Admitido em regular estado geral, estável hemodinamicamente, em anasarca, com insuficiência cardíaca classe funcional III (NYHA). TC de tórax com derrame pleural bilateral e atelectasia passiva em pulmão esquerdo. Exame de escarro e de liquido pleural negativos para BAAR, Ecocardiograma com sinais de insipiente pericardite constrictiva, TC de abdômen e pelve com nódulo cálcico no lobo inferior do pulmão esquerdo e ascite. Complicado com uma discrasia sanguínea. Realizada pericardiectomia apos liberação da hematologia; seguida de manutenção de corticoterapia, diurético e esquema RIP. Caso 2 de paciente feminino, 23 anos, hígida, com dor torácica ventilatório dependente e derrame pleural, transferida para o HUGG com diagnostico de insuficiência cardíaca descompensada por pneumonia em tratamento. Admitida taquicardicá e taquipneica, com bulhas cardíacas hipofoneticas e em anasarca. Eletrocardiograma com baixa amplitude dos complexos QRS. Submetida a ecocardiograma que demonstrou espessamento pericárdico e sinais de restrição diastólica com alternância respiratória no fluxo da via de saída do ventrículo esquerdo e no fluxo mitral. Realizada pericardiectomia de urgência pela restrição diastólica, seguiu-se corticoterapia e esquema RIP com melhora.Concluímos que a pericardite constrictiva tem gravidade significativa e seu diagnostico e muitas vezes esquecido, sendo muitos pacientes subdiagnosticados. Apesar de variados métodos diagnósticos, para diagnostico etiológico os exames se mostram inconclusivos. 8 Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 LUIS C L CORREIA, RAFAEL FREITAS, FERNANDA LOPES, JESSICA G SUERDIECK, MANUELA CARVALHAL, ANTÔNIO MAURÍCIO DOS SANTOS CERQUEIRA JR, FELIPE R M FERREIRA, FELIPE KALIL BEIRÃO ALEXANDRE, NICOLE CRUZ DE SA, LUISA S PEREIRA e MARCIA MARIA NOYA RABELO Escola Bahiana de Medicina, Salvador, BA, BRASIL - Hospital São Rafael, Salvador, BA, BRASIL. Fundamento: Em pacientes com síndromes coronarianas agudas (SCA), intervenção coronária percutânea (ICP) de todos os vasos acometidos por doença obstrutiva (completa) não está definitivamente comprovada como estratégia mais eficaz do que a intervenção limitada à artéria culpada pelo evento (incompleta). Objetivo: No cenário de SCA, avaliar se ICP incompleta se associa a maior incidência de reinternamento por recorrência de sintomas, quando comparada a pacientes que receberam tratamento completo. Métodos: Foram incluídos nesta análise pacientes consecutivamente internados em nossa Unidade Coronária nos últimos 4 anos, com critérios objetivos para SCA e que foram tratados por ICP. Revascularização completa foi definida como tratamento de todas as lesões obstrutivas (uni ou multiarterial), enquanto revascularização incompleta como a abordagem apenas do vaso culpado em multiarteriais. Os pacientes foram seguidos no longo-prazo após a alta, sendo avaliada como desfecho primário a incidência de reinternamento por angina ou infarto. Resultados: Foram estudados 122 pacientes submetidos a revascularização completa (106 uniarteriais e 16 multiarteriais) e 70 submetidos ao procedimento incompleto. Em seguimento mediano de 280 dias (IIQ = 116 - 507), ICP incompleta apresentou 15,7% de reinternamento por angina ou infarto, sem diferença estatística em relação a pacientes com revascularização completa (11,5%; HR = 1,38; 95% IC = 0,63 - 3,1; P = 0,42). Após ajuste para escore de propensão, ICP incompleta permaneceu não associado a ocorrência do desfecho primário (P = 0,40). Quando a análise se limitou a pacientes multiarteriais, ICP incompleta e completa foram ainda mais semelhantes no desfecho primário (respectivamente, 15,7% vs. 18,8%; P = 0,77), sem diferença de mortalidade no seguimento tardio (4,3% vs. 6,3%; P = 0,74) e maior incidência de sangramento hospitalar no grupo ICP completa (50% vs. 24%; P = 0,04). Conclusão: O presente estudo observacional sugere que ICP limitada à lesão culpada em pacientes com SCA multiarteriais não predispõe a aumento relevante na incidência de reinternamento por recorrência dos sintomas. 40182 Conhecimento sobre o tratamento fisioterapêutico em Doença Falciforme JEFFERSON PETTO, FRANCISCO TIAGO OLIVEIRA DE OLIVEIRA, DOUGLAS G L DO ESPÍRITO SANTO CERQUEIRA, JOYCE FERREIRA BACELAR, CAMILA SILVA SANTOS e ALAN CARLOS NERY DOS SANTOS Faculdade Social da Bahia, Salvador, BA, BRASIL. Introdução: A Doença Falciforme (DF) compromete o funcionamento de órgãos e sistemas, influenciando negativamente na qualidade de vida e desempenho físico funcional durante a execução das atividades de vida diária. É imprescindível que esses pacientes sejam devidamente informados sobre as opções terapêuticas existentes, inclusive sobre o tratamento fisioterapêutico, tendo em vista que este último tem se mostrado uma alternativa eficiente de tratamento e prevenção secundária para esses pacientes. Objetivo: Descrever o conhecimento dos pacientes com doença falciforme sobre o tratamento fisioterapêutico. Delineamento: Estudo descritivo de corte transversal. Métodos: Entrevistados indivíduos com DF de genótipo SS e SC frequentadores de um centro interdisciplinar de saúde em Salvador, BA. O estudo foi realizado entre o período de Maio a Junho de 2013, através da aplicação de questionário semiestruturado idealizado pelos pesquisadores. Foram obtidas informações sobre o diagnóstico da doença, enfermidades associadas, encaminhamento a fisioterapia, sobre o conhecimento do tratamento fisioterapêutico e interesse em informações sobre tratamento fisioterapêutico. Resultados: Entrevistados 50 pacientes 26(52%) mulheres, idade 17±12 anos e 43(86%) com genótipo SS. Constatou-se que 19(38%) tiveram o conhecimento da doença na triagem neonatal e 31(62%) só obtiveram o diagnóstico em momento posterior. As co-morbidades mais frequentes foram disfunções ostiomioarticulares 50(100%) e Pneumonia 53(56%). Somente 4(8%) pessoas foram orientadas e encaminhadas para tratamento fisioterapêutico, sendo que elas só receberam orientação de encaminhamento após acidente vascular encefálico. Dos entrevistados, 34(68%) nunca realizaram tratamento fisioterapêutico e 12(24%) realizaram fisioterapia apenas durante período de internamento. Apenas 10(20%) receberam informações da equipe de saúde sobre o tratamento fisioterapêutico. Quando questionados 49(98%) mostraram interesse em obter informações sobre o tratamento fisioterapêutico. Conclusão: Indivíduos com DF não possuem conhecimento adequado sobre o tratamento fisioterapêutico. Provavelmente porque raramente são instruídos pela equipe de saúde sobre o tratamento fisioterapêutico o que leva a poucos pacientes a se beneficiarem com a fisioterapia. RESUMOS TEMAS LIVRES 40186 Uso do Aplicativo Whatsapp como Ferramenta de Ensino de Eletrocardiografia MONIQUE CARIBE BRASILEIRO MATTOS, RAIZA MARTINA ANDRE CARNEIRO MARTINS, YURI FREIRE DE CARVALHO ESPIRITO SANTO, THIAGO CARVALHO PEREIRA e GILSON SOARES FEITOSA FILHO Hospital Santa Izabel - Santa Casa de Misericórdia da Bahia, Salvador, BA, BRASIL Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador, BA, BRASIL. Introdução: Os recursos tecnológicos para uso cotidiano têm crescido exponencialmente em todo o mundo. O Whatsapp é um dos aplicativos recentes que mais se difundiram entre estudantes universitários. A retenção de alguns conhecimentos práticos pode ser difícil entre estudantes de medicina que não estejam constantemente expostos aos temas. Objetivo: Avaliar a utilidade do aplicativo Whatsapp como ferramenta de ensino de eletrocardiografia (ECG) entre estudantes de medicina. Métodos: Estudantes de medicina voluntários do 2o e 3o semestre (sem) receberam aula de 2 horas de duração sobre ECG. Prova aberta com 10 traçados, com nota possível de 0,0 a 10,0, foi aplicada aos mesmos estudantes em 3 momentos diferentes: logo antes da aula (P1), logo após a aula (P2) e um mês após a aula (P3). Os estudantes do 2o sem foram incluídos em um grupo de Whatsapp logo após P2, onde 4 investigadores que não participavam da correção das provas revezavam-se para discutir diariamente traçados por meio deste aplicativo. Resultados: 24 alunos (13 do 2o sem e 11 do 3o sem) participaram. A mediana das notas de ambos os grupos foi 0,0 (intervalo interquartil (IIQ) = 0,0 – 0,0 para 2o sem e 0,0 – 1,0 para o 3o sem). Em P2, as notas medianas foram: 4,0 (IQ 2,5-5,0) para o 2o sem e 4,5 (IQ 3,5-5,5) para o 3o sem. Ambos os semestres incrementaram suas notas em P2, mas não houve diferença significativa entre os semestres em P1 ou em P2. Em P3, a mediana das notas do 2o sem, após um mês de treinamento via Whatsapp, aumentou para 5,8 (IIQ 3,5 – 6,5), enquanto a mediana das notas do 3o sem, sem esta exposição, reduziu para 2,5 (IIQ 1,0 – 4,0), com diferença significativa entre os dois grupos (p=0,04). Conclusão: O aplicativo Whatsapp mostrou-se eficaz em melhorar o desempenho de estudantes em avaliação de conhecimento de ECG. 40187 Ablação alcoólica septal percutânea na Cardiomiopatia Hipertrófica Obstrutiva: a difícil decisão de abortar o procedimento. CARLOS VINÍCIUS ABREU DO ESPIRITO SANTO, HENRIQUE B RIBEIRO, SANDRO FAIG, ANDRÉ G SPADARO, ROGER R GODINHO, MARCOS V C RESENDE, FABIO CONEJO, ALEXANDRE R SPOSITO, CAROLINA A U PERUZZI e EXPEDITO E R SILVA Hospital TotalCor, São Paulo, SP, BRASIL. Introdução: A alcoolização septal percutânea (ASP) é uma alternativa na redução do gradiente e sintomas da cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva (CMO), porém suas taxas de sucesso e de complicações variam significativamente conforme a técnica e materiais utilizados no procedimento. A ecocardiografia contrastada intraprocedimento (ECI) pode melhorar os resultados clínicos e hemodinâmicos, porém a experiência em nosso meio é restrita. Métodos:Relatamos o primeiro caso realizado em nosso meio com o auxílio da ECI utilizando o contrate específico SonoVue, no qual a mesma foi fundamental na tomada de decisão. Resultados: Paciente feminina, 56 anos, hipertensa, com dispnéia há 2 anos, intensificada nos últimos 2 meses, quando foi feito o diagnóstico de CMO. Gradiente intraventricular de 110mmHg em repouso e 135mmHg com manobra de Valsava ao ecocardiograma, sem coronariopatia obstrutiva associada. Realizada punção venosa jugular direita (implante de marcapasso provisório), arterial radial esquerda (medida de pressão intraventricular) e arterial radial direita (intervenção). Insuflado balão “over-the-wire” em grande ramo septal com importante queda do gradiente intraventricular (110mmHg para 40mmHg). À ECI com injeção do contraste no ramo septal correspondente, foi evidenciada hiperrefringência não habitual, em região septal média e áreas do ventrículo direito, como a banda moderadora. Diante deste achado (incidência estimada em 2%) e da ausência de outro ramo septal que pudesse ser responsabilizado pelo gradiente intraventricular foi optado pela interrupção do procedimento, devido à elevada probabilidade de complicações reportada na literatura. Conclusão: ASP é uma estratégia não-cirúrgica efetiva no tratamento da CMO, porém os seus resultados estão relacionados à seleção adequada de pacientes para a realização desta técnica. A utilização rotineira de ferramentas como a ECI representa grande evolução em termos de segurança e eficácia da intervenção, otimizando seus resultados. 40188 40197 Associação entre Disfunção Endotelial e Paramêtros Gravidade de Anemia Falciforme em Crianças e Adolescentes. Associação entre disfunção ventricular direita e fibrose miocárdica pela ressonância magnética em pacientes com infarto de parede inferior ROZANA SANTOS TEIXEIRA, VINCIUS RAMOS MACHADO, MARIANA PEREIRA GARCIA MAIA, MARYA IZADORA DA SILVA PERDIZ, REGINA TERSE TRINDADE RAMOS, ISA LYRA, TATIANE ANUNCIACAO FERREIRA e ANA MARICE TEIXEIRA LADEIA PRISCILA NERI LACERDA, RAFAEL FERNANDES ALMEIDA, FERNANDA GABRIELLA FIGUEIREDO PINTO, NEILA ROCHA SANTOS DOS SANTOS, ADILSON MACHADO GOMES JUNIOR, JESSICA MENDES SANTOS, ANDRÉ MAURÍCIO SOUZA FERNANDES, CRISTIANO RICARDO BASTOS DE MACEDO e ROQUE ARAS JUNIOR Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador, BA, BRASIL - Universidade Federal da Bahia, salvador, BRASIL. Alterações hematológicas da anemia falciforme podem agredir as células endoteliais levando á disfunção endotelial precoce. Objetivo: Avaliar a associação entre função endotelial e gravidade da Anemia Falciforme (AF) em crianças e adolescentes. Métodos: Estudo analítico, transversal com grupo controle, envolvendo 40 crianças e adolescentes estáveis com Hemoglobina SS, das quais, 18 em uso de hidroxiuréia (HDX) e 25 crianças saudáveis, de 6 a 18 anos de idade. A avaliação clinica incluiu questionário-padrao, exame físico e dosagem de hemograma, reticulócitos, bilirrubinas, desidrogenase lática, perfil lipídico, PCR ultra-sensível e mensuração da saturação periférica da oxihemoglobina em repouso . Função endotelial foi avaliada através da vasodilatação mediada por fluxo (VMF) da artéria braquial, utilizando-se método ultrassonográfico com doppler. Para comparação de médias utilizou-se Teste t;teste de Fischer para variáveis categóricas e o teste de Spearman para correlação. Resultados: O grupo HbSS e grupo controle apresentaram idade semelhante, 12 ± 2,9 anos e 11,2 ± 3,3 anos, respectivamente (p=0,25). O gênero masculino correspondeu a 66,6% do grupo HbSS enquanto no grupo controle predominou o sexo feminino. A VMF no grupo Hb SS foi inferior a do controle , de 10,8 ± 5,8% e 18,8±9,4%, respectivamente (p= 0,001) e não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos com e sem HDX (11,4 ± 4,7% vs 10,3±6,8%, p= 0,6). A VMF apresentou associação negativa com o colesterol total (r= -0,562, p= 0.05), número de transfusões no último ano (r= -0,48 p=0,03), total de transfusões até o momento do estudo (r= - 0,7 p =0,004), número de atendimento em emergência no ultimo ano por Crise vasoclusiva (r= -0,5 p=0,026), número de internamentos no ultimo ano por crise vasoclusiva (r= -0,6 p= 0,003). A análise fatorial identificou dois grupos: Um grupo que apresenta mais disfunção endotelial, doppler de artéria carótida media alterado e maior número de transfusões sanguíneas e outro grupo que apresenta mais Crises vasoclusivas, hematócrito e hemoglobina mais elevados, TGO mais baixa, Bilirrubina total mais baixa, leucócitos mais elevado e idade acima de 10 anos de idade. Conclusão. Crianças e adolescentes clinicamente estáveis com AF, apresentam pior função endotelial que indivíduos saudáveis, O comprometimento da função endotelial se associou com parâmetros de maior gravidade na anemia falciforme. Hospital Universitário Professor Edgard Santos, Salvador, BA, BRASIL - Hospital Ana Nery, Salvador, BA, BRASIL. Introdução: O impacto prognóstico negativo da disfunção ventricular direita em pacientes com infarto de parede inferior vem sendo cada vez mais estudado, por ser considerado fator de risco independente para altos índices de mortalidade. Dessa forma, a avaliação da função ventricular direita e seus possíveis preditores torna viável a identificação precoce de indivíduos com pior prognóstico e risco elevado de eventos adversos. O presente estudo buscou avaliar a função ventricular direita destes indivíduos e comparar a massa de fibrose miocárdica em pacientes com e sem disfunção do ventrículo direito. Metodologia: Estudo do tipo série de casos abrangendo pacientes diagnosticados com infarto de parede inferior e internados em hospital de referência em cardiologia. Foi utilizada a ressonância magnética cardíaca (RMC) com contraste para estimar função ventricular direita e quantificar fibrose miocárdica. Resultados: Foram incluídos 40 pacientes no estudo, sendo 75% do sexo masculino, 43% idosos e 48% com ensino fundamental incompleto. Dentre os fatores de risco cardiovascular, observou-se com maior frequência hipertensão arterial sistêmica (55%) seguida de tabagismo (40%), diabetes mellitus (25%) e dislipidemia (20%). Dos indivíduos analisados, 33% apresentaram disfunção ventricular direita (fração de ejeção < 40%) e 67% apresentaram função ventricular preservada (fração de ejeção≥ 40%). Observou-se uma tendência da média de massa de fibrose estimada através da RMC ser maior no grupo de indivíduos com disfunção ventricular em relação. aos pacientes com função preservada (22 ± 12g versus 15 ± 8g) (p=0,05). Conclusão: Os pacientes com disfunção ventricular direita apresentaram maior massa de fibrose miocárdica, indicando-a como possível preditor de disfunção ventricular e pior prognóstico. Assim, a RMC é uma ferramenta adequada para estratificar melhor o risco de pacientes com infarto de parede inferior e disfunção do ventrículo direito. Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 9 RESUMOS TEMAS LIVRES 40198 40205 Diferenças clínicas e laboratoriais de pacientes com hipertensão arterial resistente versus hipertensão refratária O hábito tabágico influencia negativamente o controle autonômico do coração de idosos EDVAR P N JUNIOR, ÍCARO J S RIBEIRO, IVNA VIDAL FREIRE, PAULO F V NETO, JESSIKA S ANDRADE, CEZAR A CASOTTI e RAFAEL P PAULA Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Jequié, BA, BRASIL. Introdução: O hábito tabágico gera repercussões negativas sobre os diversos sistemas orgânicos, sendo reportado na literatura a piora no controle autonômico do coração, especialmente ao reduzir a cardioproteção conferida pela porção parassimpática do sistema nervoso autônomo (SNA). No entanto, os estudos previamente publicados não tem se dedicado ao estudo com idosos. O presente estudo objetivou comparar o controle autonômico do coração, pela análise da variabilidade da frequência cardíaca, entre idosos tabagistas e não tabagistas. Métodos: Em uma amostragem censitária, todos os idosos (≥ 60 anos) residentes no município de Aiquara, Bahia, foram convidados a participar do presente estudo, dos quais 200 compareceram para registro de 5 minutos dos intervalos RR em decúbito dorsal. A análise da variabilidade dos intervalos RR foi realizada no domínio do tempo, sendo obtidos: RMSSD (raiz quadrada da média do quadrado das diferenças entre intervalos RR normais adjacentes, em um intervalo de tempo) e pNN50 (porcentagem dos intervalos RR adjacentes com diferença de duração maior que 50ms), pois são parâmetros que representam a atividade parassimpática. Após a exclusão de 58 idosos pelo uso de β-bloqueadores e/ ou possuírem o diagnóstico de Diabetes Mellitus, 142 idosos foram divididos em 2 grupos: Não tabagistas (NTab [n=125; 54 homens e 71 mulheres] - nunca fumaram ou cessaram o tabagismo a mais de 3 anos) e Tabagistas (Tab [n=17; 11 homens e 6 mulheres] – fumam ou cessaram a menos de 3 anos). O teste qui-quadrado não revelou associação significativa (p>0,05) entre o sexo e o hábito tabágico, havendo distribuição proporcional de homens e mulheres entre os grupos. Resultados: O teste Mann-Whitney foi usado devido à ausência de distribuição normal das variáveis estudadas, sendo observada diferença significativa (p<0,05) entre os grupos para o RMSSD (NTab = 18,6 [10,4 – 36,2] ms; Tab = 12,0 [8,0 – 15,8] ms) e pNN50 (NTab = 1,3 [0,0 – 10,1] %; Tab = 0,0 [0,0 – 0,4] %). Conclusão: Estes resultados apontam para uma menor contribuição parassimpática no controle autonômico do coração de idosos tabagistas ou que cessaram o tabagismo há menos de 3 anos, indicando assim uma pior cardioproteção conferida por esta porção do SNA. PRISCILA NERI LACERDA, BIANCA DE ALMEIDA NUNES, LILIANE GOES BASTOS, LOUISE MEDEIROS PORTO, THIAGO MATOS E SILVA, ADILSON MACHADO GOMES JUNIOR, RICARDO RIBEIRO DO NASCIMENTO TEIXEIRA, CRISTIANO RICARDO BASTOS DE MACEDO e ROQUE ARAS JUNIOR Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA, BRASIL Hospital Universitário Professor Edgard Santos, Salvador, BA, BRASIL. Introdução: Durante os últimos 50 anos, utilizou-se na literatura o termo “hipertensão refratária (HR)” como sinônimo de hipertensão arterial resistente (HAR). Na última década, contudo, novas definições e diferenças entre fenótipos foram propostas, passando-se a denominar hipertensos refratários o subgrupo de indivíduos com HAR com maior dificuldade de controle da pressão arterial. O presente estudo permite comparar as características clínicas e os fatores de risco cardiovascular entre os grupos de pacientes com HR e HAR. Métodos: Estudo de corte transversal realizado em serviço de referência em doença hipertensiva grave. Pacientes com HR foram definidos através do uso de cinco ou mais classes de medicamentos anti-hipertensivos com PAS≥140mmHg e/ou PAD≥90mmHg. Pacientes com HAR foram definidos através do uso de três classes de medicamentos anti-hipertensivos com níveis pressóricos não controlados ou quatro classes com níveis pressóricos controlados. Todos os grupos utilizavam doses adequadas dos anti-hipertensivos e incluíam diurético tiazídico. Resultados: Foram incluídos 147 indivíduos no estudo, sendo 77 (51%) hipertensos resistentes e 70 (49%) hipertensos refratários. A média do número de anti-hipertensivos utilizados foi de 3,8±0,3 nos pacientes com HAR e 5,8±1,1 nos pacientes com HR. O uso de Hidralazina foi observado com maior frequência em pacientes com HR (p=0,008). Observou-se uma tendência à maior frequência de baixa adesão terapêutica (Escala de Morisky ≤6) no grupo de pacientes com HR (p=0,089). Hipertrofia ventricular esquerda, história prévia de AVC e doença renal crônica (TFG<60 ml/min estimada através da fórmula de Cockroft-Gault) foram observados com maior frequência em pacientes com HR (p=0,001; p=0,041 e p=0,008 respectivamente). Os grupos apresentaram níveis de microalbuminúria, colesterol total, LDL e HDL semelhantes e não apresentaram diferença estatisticamente significante no diagnóstico de diabetes mellitus, história prévia de IAM e índice de massa corpórea (IMC). Conclusão: O grupo de pacientes com HR apresentou maior prevalência de indicadores de lesões de órgão-alvo, sinais de maior risco cardiovascular, que possivelmente podem determinar um pior prognóstico. No manejo destes pacientes, adicionalmente à prescrição de terapia anti-hipertensiva adequada, o esforço para uma boa adesão terapêutica torna-se imperativo ao minimizar repercussões adversas. 40212 Características sociodemográficas de pessoas com hipertensão arterial sistêmica que frequentam um centro de saúde na cidade de Salvador O diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo, obtido antes da quimioterapia, é preditor de cardiotoxicidade em pacientes que usarão doxorrubicina EVILA PIMENTEL ARAUJO, CLÁUDIA GEOVANA DA SILVA PIRES e DIORLENE OLIVEIRA DA SILVA ANDRE LUIZ CERQUEIRA DE ALMEIDA, MARIANA ANDRADE FALCÃO, ISRAEL REIS, JOÃO RICARDO PINTO LOPES, VIVIANE SILVA, TAYLA SILVA SANTOS, JOÃO VITOR ASSIS COSTA, DANIEL DE CASTRO ARAÚJO CUNHA, MAURÍCIO GOMES DA SILVA SERRA, THYAGO MONTEIRO e EDVAL GOMES DOS SANTOS JÚNIOR Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia, Salvador, , BRASIL. Introdução:As características sociodemográficas de pessoas com Hipertensão Arterial (HA) podem influenciar na prevenção e controle da doença.Objetivo:Conhecer as características dos usuários que frequentam um centro de saúde a fim de direcionar a assistência de acordo com as suas necessidades individuais e coletivas. Método:Trata-se de um estudo descritivo e de corte transversal, realizado em um centro de saúde em salvador com 232 hipertensos que frequentaram o serviço no período de agosto a novembro de 2014. Os dados foram coletados por entrevista individual utilizando um instrumento sobre as características sociodemográficas. Foram analisados no programa estatístico SPSS 20.0 for windows e os resultados apresentados em números absolutos e índices percentuais.Resultados:Dos 232 participantes, predominou o sexo feminino (74,1%), faixa etária ≥ a 60 anos (50,5%), raça/cor autodeclarada parda (51,7%), casados/união consensual (40,94%), provedores de sua família (75,0%), renda familiar mensal de 1 salário mínimo (52,2%),classe econômica C2 (40,1%) e despesa pessoal de 1 a 2 salários mínimos (56,4%), moravam em casa própria (78,0%) e residia com uma pessoa (25,9%). Conclusão: O estudo evidenciou que a população estudada é predominantemente de baixa renda, baixa escolaridade, idade avançada, da raça negra, casados/união consensual e que residem em casa própria. Os resultados apresentados torna-se um grande desafio para os profissionais de saúde no planejamento de cuidado dessas pessoas com vistas a prevenção e o controle da doença. 10 40215 Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, BA, BRASIL - Hosp D. Pedro de Alcântara/Escola de Ecocardiografia d Bahia, Feira de Santana, BA, BRASIL - Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON), Feira de Santana, BA, BRASIL. Fundamentos: Doxorrubina (DOX) é uma droga citotóxica, mas que também apresenta efeitos cardiotóxicos. A identificação precoce de fatores preditores de cardiotoxicidade (CTX) pode ser útil no acompanhamento de pacientes em uso da DOX. O objetivo deste estudo foi tentar identificar variáveis preditoras de CTX antes do início da quimioterapia. Métodos: Estudo prospectivo. Pacientes (pcts) com diagnóstico de câncer de mama (CM) foram avaliadas antes do início do tratamento com DOX (Fase 1) e após o último ciclo da droga (Fase 3). Todas as pcts realizaram, nos dois momentos, uma avaliação clínica, além do ecocardiograma convencional, acrescido de avaliação pelo Doppler tecidual e speckle tracking. CTX foi definida como uma redução assintomática da FEVE entre 10 e 20% ou FEVE<55%, após o uso da DOX. As pacientes foram divididas em grupo A (GA), com CTX, e grupo B (GB), sem CTX. Critério de exclusão: FEVE<55%. Estudo aprovado pelo CEP local. Resultados: Avaliadas 35 pcts com CM (Idade: 49±11a). Após o último ciclo da DOX (dose cumulativa média: 240±17mg/m²; tempo médio: 22±11 dias), dez pcts (28,6%) desenvolveram CTX induzida pela DOX e 25 (71,4%) não preencheram os critérios de CTX. Antes de iniciar a DOX, as pcts do GA apresentavam maior diâmetro diastólico final do VE (DDVE) (48±2mm vs 44±3mm, p=0,007), maior diâmetro sistólico final do VE (DSVE) (30±2mm vs 28±2mm, p=0,024), menor relação E/A mitral (0,97±0,16 vs 1,22±0,41, p=0,015), menor onda E´ mitral (8,5±2,1mm/s vs 10,2±2,2mm/s; p=0,044) e maior percentual de hipertensos (70% vs 32%; p=0,062). A FEVE no GA caiu de 65,8±5,0% para 56,8±3,9%, p<0,001. No GB, a FEVE variou de 65,6±3,2% para 63,6±3,5%, p=0,002. Na análise de regressão logística multivariada (variáveis independentes: DDVE, E/A, onda E´ e HAS), o DDVE antes do uso da DOX foi preditor independente de CTX na amostra analisada (B=0,319; p=0,047). A curva ROC para DDVE na predição de CTX apresentou área sob a curva =0,79 (95%IC=0,64-0,94; p=0,008), sendo DDVE=47mm o melhor ponto de corte para predição de CTX. No GA, 70% tinham DDVE>47mm antes da DOX. No GB, apenas 24% apresentavam DDVE acima deste valor no início do estudo. Conclusão: Em pacientes com CM, o DDVE obtido antes do inicio da DOX, pode predizer redução futura da FEVE podendo, portanto, ser utilizado para monitorar cardiotoxicidade induzida pela doxorrubicina. RESUMOS TEMAS LIVRES 40216 40217 Alterações nas medidas ecocardiográficas após a 1ª dose da doxorrubicina: É possível identificar preditores de cardiotoxicidade? Resultados de um estudo prospectivo Evolução temporal das variáveis ecocardiográficas associadas à função sistólica do ventrículo esquerdo durante tratamento com doxorrubicina ANDRE LUIZ CERQUEIRA DE ALMEIDA, MARIANA ANDRADE FALCÃO, ISRAEL REIS, JOÃO RICARDO PINTO LOPES, LUDMILA OLIVEIRA BRAGA MOTTA, DANILO LEAL DE MIRANDA, SAMUEL OLIVEIRA AFONSECA, ELISSAMA DE JESUS SENA REIS, MILLENA VANESSA OLIVEIRA DAMASCENO, MURILO OLIVEIRA DA CUNHA MENDES e EDVAL GOMES DOS SANTOS JÚNIOR Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, BA, BRASIL - Hosp D. Pedro de Alcântara/Escola de Ecocardiografia d Bahia, Feira de Santana, BA, BRASIL - Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON), Feira de Santana, BA, BRASIL. ANDRE LUIZ CERQUEIRA DE ALMEIDA, MARIANA ANDRADE FALCÃO, JOÃO RICARDO PINTO LOPES, ISRAEL REIS, TAYLA SILVA SANTOS, LUDMILA OLIVEIRA BRAGA MOTTA, DANILO LEAL DE MIRANDA, DANIEL DE CASTRO ARAÚJO CUNHA, ELISSAMA DE JESUS SENA REIS, MILLENA MARQUES CERQUEIRA e EDVAL GOMES DOS SANTOS JÚNIOR Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, BA, BRASIL - Hosp D. Pedro de Alcântara/Escola de Ecocardiografia d Bahia, Feira de Santana, BA, BRASIL - Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON), Feira de Santana, BA, BRASIL. Fundamentos: Os efeitos benéficos da Doxorrubina (DOX) podem estar comprometidos devido aos seus efeitos cardiotóxicos. A identificação precoce de sinais de cardiotoxicidade (CTX) pode ser útil no acompanhamento de pacientes com câncer. O objetivo deste estudo foi tentar identificar variáveis preditoras de CTX após a 1ª dose de DOX. Métodos: Estudo prospectivo no qual mulheres com câncer de mama (CM) foram avaliadas antes do início do uso da DOX (Fase1), após a 1ª dose da droga (Fase 2) e após a última dose do medicamento (Fase 3). Em todas foram realizadas avaliação clínica e o ecocardiograma. Critério de exclusão: FEVE<55%. Estudo aprovado pelo CEP local. Todas as pacientes assinaram o TCLE. Resultados: Cinquenta pacientes foram avaliadas nas fases 1 e 2 (Idade: 50±11a). Destas, 35 foram avaliadas na F3. Após a 1ª dose de DOX (dose cumulativa média: 56±9mg/m²; tempo médio: 16±8 dias), houve redução no valor do strain radial global (ERR) da região média do VE (45±16% vs 37±12; p=0,04), aumento do diâmetro sistólico final (DSVE) do VE (29±2mm vs 30±3; p=0,003) e redução da FEVE (65,6±3,5 vs 63,9±4,1; p=0,005). Não houve alteração significativa nas demais variáveis ecocardiográficas. Após o último ciclo da DOX (dose cumulativa média: 240±17g/m²; tempo médio: 22±11 dias), dez pacientes (28,6%) desenvolveram CTX induzida pela DOX, caracterizada pela redução assintomática da FEVE entre 10 e 20% ou FEVE<55% após o uso da DOX (grupo A) e 25 (71,4%) não preencheram os critérios de CTX (grupo B). Na análise de regressão logística multivariada, apenas o aumento do DSVE após a 1ª dose de DOX, esteve associado à presença de CTX na Fase 3 (B=1,148; p=0,044). O resultado manteve-se após indexar o DSVE à superfície corporal. Conclusão: Em pacientes com câncer de mama, o aumento do diâmetro sistólico final do VE, após a infusão da 1ª dose da doxorrubicina, pode predizer cardiotoxicidade detectada ao final do tratamento com a antraciclina. Fundamentos: Apesar da Doxorrubina (DOX) promover altas taxas de cura em neoplasias malignas, o desenvolvimento de cardiotoxicidade (CTX) associado ao seu uso continua sendo preocupante. Identificar precocemente sinais de CTX deve ser uma meta no tratamento das neoplasias. O objetivo deste estudo foi avaliar o comportamento das variáveis ecocardiográficas, associadas à avaliação da função sistólica do VE, no curso do tratamento com doxorrubicina. Métodos: Estudo prospectivo. Pacientes (pcts) com diagnóstico de câncer de mama (CM) foram avaliadas antes do início do tratamento com DOX (Fase 1), após a primeira dose (Fase 2) e após o último ciclo da droga (Fase 3). Todas as pcts realizaram, nos dois momentos, uma avaliação clínica e o ecocardiograma convencional, acrescido de avaliação pelo Doppler tecidual e speckle tracking. O estudo foi aprovado pelo CEP local e todas as participantes assinaram o TCLE. Resultados: Foram avaliadas 35 mulheres com câncer de mama (Idade: 49±11a). Avaliação na F2 feita após 14±8 dias da 1ª dose [dose cumulativa média (DCM): 58±3mg/m²] e na F3 após 22±11 dias da última dose (DCM: 240±17mg/ m²). O diâmetro diastólico do VE não se alterou nos três momentos (p=0,689). O diâmetro sistólico do VE aumentou da F1 para F2 (p=0,043) e da F1 para F3 (p=0,001). Não houve diferença de F2 para F3 (p=0,891). A fração de ejeção do VE, o strain longitudinal do VE, o strain rate longitudinal sistólico do VE e a movimentação do anel mitral não se modificaram da F1 para F2, mas diminuíram da F1 para F3 (65,7±3,7% para 61,6±4,7%, p<0,001; -20,7±2,9% para -18,9±2,8%, p<0,001; -1,05±0,15s-1 para -0,99±0,14s-1, p=0,038 e 13,8±1,4cm para 12,2±1,9cm, p<0,001; respectivamente). A onda S’ do anel mitral e o índice de performance miocárdico não se modificaram da F1 para F2, mas alteraram da F2 para F3 (7,2±1,1 para 6,7±1,0, p=0,037 e 0,46±0,12 para 0,53±0,17, p=0,033; respectivamente). Nenhuma paciente apresentou quadro clínico de insuficiência cardíaca. Conclusão: Variáveis ecocardiográficas representativas da função sistólica do VE em repouso podem fornecer informações valiosas para a detecção precoce de toxicidade cardíaca subclínica, associada ao uso da doxorrubicina. O valor prognóstico destes achados deve ser investigado em estudos futuros. 40218 40219 Comportamento da função diastólica do ventrículo esquerdo durante tratamento com doxorrubicina: Análise de um estudo prospectivo Doppler tecidual e TAPSE na avaliação do ventrículo direito em pacientes com câncer de mama tratadas com doxorrubicina ANDRE LUIZ CERQUEIRA DE ALMEIDA, MARIANA ANDRADE FALCÃO, JOÃO RICARDO PINTO LOPES, ISRAEL REIS, SAMUEL OLIVEIRA AFONSECA, SUZANE PEREIRA DE SOUZA, MURILO OLIVEIRA DA CUNHA MENDES, MAURÍCIO GOMES DA SILVA SERRA, JOÃO VITOR ASSIS COSTA, NILSON LIMA LOPES e EDVAL GOMES DOS SANTOS JÚNIOR ISRAEL REIS, EDVAL GOMES DOS SANTOS JÚNIOR, MARIANA ANDRADE FALCÃO, JOÃO RICARDO PINTO LOPES, VIVIANE SILVA, NILSON LIMA LOPES, MILLENA MARQUES CERQUEIRA, SUZANE PEREIRA DE SOUZA, MILLENA VANESSA OLIVEIRA DAMASCENO, TAYLA SILVA SANTOS e ANDRE LUIZ CERQUEIRA DE ALMEIDA Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, BA, BRASIL - Hosp D. Pedro de Alcântara/Escola de Ecocardiografia d Bahia, Feira de Santana, BA, BRASIL - Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON), Feira de Santana, BA, BRASIL. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, BA, BRASIL - Hosp D. Pedro de Alcântara/Escola de Ecocardiografia d Bahia, Feira de Santana, BA, BRASIL - Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON), Feira de Santana, BA, BRASIL. Fundamentos: O tratamento com a doxorrubicina (DOX), embora efetivo contra tumores malignos, está associado a complicações cardiovasculares precoces e tardias. Alterações na função diastólica do ventrículo esquerdo (FDVE) usualmente precedem as alterações na função sistólica. O objetivo deste estudo foi avaliar a evolução temporal das variáveis associadas à FDVE em pacientes em uso da DOX. Métodos: Estudo prospectivo. Pacientes (pcts) com diagnóstico de câncer de mama (CM) foram avaliadas antes do início do tratamento com DOX (Fase 1), após a primeira dose (Fase 2) e após o último ciclo da droga (Fase 3). Todas as pcts realizaram, nos dois momentos, uma avaliação clínica e o ecocardiograma. A FDVE foi investigada através das aferições das ondas E e A do fluxo mitral (FM), relação E/A, tempo de desaceleração do FM (TD), índice de volume do átrio esquerdo (IVAE), onda E´ do Doppler tecidual, relação E/E´, strain rate longitudinal diastólico inicial (SRe) e final (SRa). O estudo foi aprovado pelo CEP local e todas as participantes assinaram o TCLE. Resultados: Foram avaliadas 35 mulheres com câncer de mama (Idade: 49±11a). Avaliação na F2 feita após 14±8 dias da 1ª dose [dose cumulativa média (DCM): 58±3mg/m²] e na F3 após 22±11 dias da última dose (DCM: 240±17mg/m²). A onda E´ foi a única que se alterou da F1 para F2 (9,7±2,3cm/s vs 9,1±2,4cm/s; p=0,022) e não se recuperou na F3. A relação E/A, onda E do FM, onda E´ e o SRe diminuíram da F1 para F3 (1,14±0,38 vs 1,03±0,32, p=0,042; 67,7±12,9 vs 62,8±17,2, p=0,024; 9,7±2,3cm/s vs 8,3±2,1, p<0,001 e 1,33±0,32 vs 1,18±0,39, p=0,001; respectivamente). A relação E/E´ aumentou da F1 para F3 (7,3±2,1 vs 7,8±2,2), porém com p=0,055. O TD, IVAE e o SRa não se alteraram durante as avaliações. Nenhuma paciente apresentou quadro clínico de insuficiência cardíaca. Conclusão: Pacientes com câncer de mama em uso de doxorrubicina apresentam comprometimento precoce da função diastólica do ventrículo esquerdo. O valor prognóstico deste achado deve ser investigado em estudos futuros. Fundamentos: Cerca de 35% dos pacientes em uso de doxorrubicina (DOX) apresentam sinais de cardiotoxicidade associados às alterações na função do ventrículo esquerdo. Os dados referentes às alterações no ventrículo direito (VD) são mais escassos na literatura. O objetivo deste estudo foi avaliar as alterações na função sistólica e diastólica do VD em pacientes com câncer de mama em uso da DOX. Métodos: Estudo prospectivo. Pacientes (pcts) com diagnóstico de câncer de mama foram avaliadas antes do início do tratamento com DOX (Fase 1), após a primeira dose (Fase 2) e após o último ciclo da droga (Fase 3). Todas as pcts realizaram, nos dois momentos, uma avaliação clínica e o ecocardiograma. O VD foi analisado através das aferições do TAPSE (modo-M guiado pelo 2D) e das onda S´ e E´ do canto lateral do anel tricúspide (Doppler tecidual). Critério de exclusão: FEVE < 55%. O estudo foi aprovado pelo CEP local e todas as participantes assinaram o TCLE. Resultados: Foram avaliadas 35 mulheres com câncer de mama (Idade: 49±11a). Avaliação na F2 feita após 14±8 dias da 1ª dose da DOX [dose cumulativa média (DCM): 58±3mg/ m²] e na F3 após 22±11 dias da última dose (DCM: 240±17mg/m²). A onda S´ não se alterou da F1 para F2 (p=0,79), mas teve a velocidade reduzida da F2 para F3 (10,8±1,7cm/s vs 10,1±2,0cm/s; p=0,039). O TAPSE e a onda E´ não se alteraram nos três momentos [p=0,098 e p=0,131 (ANOVA), respectivamente]. Conclusão: A função sistólica do ventrículo direito, avaliada pela velocidade da onda S´ do canto lateral do anel tricúspide ao Doppler tecidual, está reduzida após três semanas do uso da doxorrubicina. O valor prognóstico deste achado deverá ser investigado em estudos futuros. Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 11 RESUMOS TEMAS LIVRES 40221 Desfechos clínicos e angiográficos intra hospitalares em pacientes com infarto agudo do miocárdio com supradesnível de ST (IAM SST)- uma comparação entre os gêneros. MARILIA MENEZES GUSMÃO, MARCELO GOTTSCHALD FERREIRA, JOSE CARLOS RAIMUNDO BRITO, BRUNO MACEDO AGUIAR, JOBERTO PINHEIRO SENA, GUSTAVO MARTINELLI, GEORGE LUIS OLIVEIRA DA SILVA, HEITOR GHISSONI DE CARVALHO, GILSON SOARES FEITOSA FILHO, MARCELO GÓES ALVES DA SILVA e FERNANDO BULLOS FILHO Hospital Santa Isabel, Salvador, BA, BRASIL. Introdução:Sabe-se que a apresentação clínica e as complicações das síndromes coronarianas agudas diferem entre homens e mulheres. As últimas costumam ser mais idosas, ter mais comorbidades e apresentarem maior incidência de desfechos cardiovasculares durante sua evolução. Objetivo:Comparar os desfechos clínicos e angiográficos intra hospitalares entre homens (H) e mulheres(M) com diagnóstico de IAM SST submetidos a angioplastia coronária em serviço de referência em Cardiologia (Salvador-BA). Metodologia: Registro prospectivo dos pacientes consecutivos admitidos entre junho de 2012 e julho de 2014 com diagnóstico de IAM SST e cadastrados no banco de dados do setor de hemodinâmica. Resultados:Foram incluídos 258 pacientes (H:63,2%).As mulheres eram mais idosas ( média de idade 64,3 DP 11,3 vs 59,98 DP 11,7; p:0,03), faziam uso mais frequente de medicações, tinham maior prevalência de diabetes,hipertensão e dislipidemia (47,4%vs23,3%, 91,6%vs59,5% e 56,4%vs33,1%; p<0,05), incidência IAM de VD (12,6%vs5,5%; p:0,04) e localização da lesão culpada em DA e seus ramos (60% vs 46,6%;p:0,038) .Tabagismo e ICC foram mais frequentes entre os homens (34,2%vs20,9% e 4,3%vs0%; p<0,05), que também apresentaram maior acometimento da parede anterior ao ECG (57,7%vs43,2%;p: 0,024).No grupo submetido a angioplastia primária a via radial foi mais utilizada entre os homens (73% vs 57,6%;p:0,046) e as mulheres apresentaram tempo dor- porta e dor- balão mais prolongados ( mediana 420 vs 317min;p:0,044 e 520 vs 429min;p:0,031).Os desfechos clínicos , tempo porta- balão e taxas de sucesso no procedimento não diferiram entre os grupos. Conclusão: Apesar das mulheres exibirem maior média de idade,maior número de comorbidades e apresentação hospitalar mais tardia, não houve diferença estatísticamente significativa dos desfechos clínicos e angiográficos intra hospitalares. Esse fato poderia ser explicado pelo pequeno tamanho amostral e baixa prevalência de eventos. 12 40223 Endocardiomiofibrose como abordar? PAULO YURI S DE ANDRADE, e MAGNA CRISTINA SILVA MOREIRA Hospital UNIMEC, vitoria da conquista, BA, BRASIL. Identificação: MJA,60 anos,motorista,casado, natural de Itabuna-BA. Queixa: dispnéia há 2 anos. História pregressa da doença: relata que há 2 anos iniciou dispnéia progressiva, atualmente aos mínimos esforços e importante edema maleolar.Refere ainda, dispnéia paroxistica noturna e ortopnéia, episódios frequentes de síncope.Obteve leve melhora com tratamento para ic. Medicações em uso: Aldactone 50mg e Lasix 40mg. Exame físico: Sinais vitais PA 130/85 e FC 90bpm Geral: lúcido, orientado, acianótico, anictérico,eupneico. Coração: RCR em 2t com sopro sistólico em foco mitral ++/4 Mmii; edema +++/4+ Exames subsidiários: ECG: ritmo sinusal, FC 90bpm, sobrecarga de câmaras esquerdas, BRD. Rx tórax: aumento da área cardíaca e leve derrame pleural bilateral. Ecocardiograma: obliteração do apice com função biventricular preservada. Aumento importante do volume biatrial. Regurgitação mitral moderada.Disfunção diastólica grau ii. Cateterismo cardíaco: coronarias normais, obliteração do ápice do VE e VD. 40225 40226 Efeito modificador (interação) da presença de doença coronária prévia no valor preditor do escore RDT em pacientes com dor torácica aguda A regionalização de escores de risco implica em acurácia superior a escores tradicionais? - Questão avaliada no modelo de síndromes coronarianas agudas LUIS C L CORREIA, FERNANDA LOPES, FELIPE R M FERREIRA, FELIPE KALIL BEIRÃO ALEXANDRE, ANDRÉ B SILVA, LUISA S PEREIRA, MANUELA CARVALHAL, ANTÔNIO MAURÍCIO DOS SANTOS CERQUEIRA JR, NICOLE CRUZ DE SA, LUCAS DANTAS e MARCIA MARIA NOYA RABELO LUIS C L CORREIA, FELIPE KALIL BEIRÃO ALEXANDRE, LUISA S PEREIRA, ANDRÉ B SILVA, FELIPE R M FERREIRA, LUCAS DANTAS, NICOLE CRUZ DE SA, JESSICA G SUERDIECK, FERNANDA LOPES, ANTÔNIO MAURÍCIO DOS SANTOS CERQUEIRA JR e MARCIA MARIA NOYA RABELO Hospital São Rafael, Salvador, BA, BRASIL - Escola Bahiana de Medicina, Salvador, BA, BRASIL. Hospital São Rafael, Salvador, , BRASIL - Escola Bahiana de Medicina, Salvador, , BRASIL. Fundamento: No ano 2014, nosso grupo desenvolveu e validou o Escore RDT (Registro do Dor Torácica), um acurado modelo preditor de doença coronária obstrutiva (DAC) em pacientes internados por dor torácica aguda. Naquela amostra de 370 pacientes, a presença de DAC prévia não foi preditor independente de DAC obstrutiva. Objetivo: Testar a interação entre a presença de DAC prévia e o valor preditor do Escore RDT (modificação de efeito) na identificação de DAC obstrutiva em pacientes admitidos por dor torácica aguda. Métodos: Após 1 ano da validação inicial do Escore RDT, o Registro de Dor Torácica incluiu 165 novos indivíduos que foram consecutivamente internados na Unidade de Dor Torácica, totalizando uma amostra de 535 pacientes. Destes, 164 tinham história prévia de doença coronariana documentada. O termo de interação DAC Prévia*Escore RDT foi testado em modelo de regressão logística para predição de DAC obstrutiva. Resultados: A amostra apresentou idade de 60 ± 15 anos, 58% de homens e 52% de prevalência de DAC obstrutiva. Dentre indivíduos com DAC prévia, 61% apresentavam DAC obstrutiva, comparado a 47% nos pacientes sem esta história (P = 0,003). DAC prévia foi preditor independente de DAC obstrutiva (OR = 1,8; 95% IC = 1,2 - 2,9; P = 0,01), após ajuste para o Escore RDT. No entanto, DAC prévia não ofereceu incremento significativo à capacidade discriminatória do Escore: ROC do escore com DAC prévia = 0,833 versus 0,828 do escore original. Por outro lado, no modelo de regressão logística, houve interação significativa entre a presença DAC prévia e a predição do Escore RDT (P da interação = 0,005), indicando que a presença desta condição modifica a acurácia do Escore. De fato, a estatística-C do Escore RDT no grupo sem DAC prévia foi de 0,86 (95% IC = 0,82 - 0,90), comparado a 0,77 (95% IC = 0,68 - 0,83) no grupo com DAC prévia (P = 0,01). Conclusão: Embora a variável DAC prévia não incremente o valor preditor do Escore RDT, a presença desta característica modifica do efeito preditor deste escore, reduzindo sua acurácia para nível moderado. Isto indica que devem ser criados modelos preditores específicos para pacientes com e sem DAC prévia. Fundamento: É comum a ideia de que modelos preditores criados regionalmente possuem melhor validade para a população local do que modelos criados em amostras de populações externas. Neste contexto, foi criado o Escore Dante Pazzanese, proveniente de amostra de síndromes coronarianas agudas sem supradesnível do ST (SCA) de um hospital terciário em São Paulo. Objetivo: Testar a hipótese de que o Escore Dante Pazzanese possui superior acurácia ao Escore GRACE, quando aplicado uma amostra de SCA proveniente de um hospital terciário no Brasil. Métodos: Incluídos pacientes consecutivamente admitidos em nossa Unidade Coronária por angina instável ou infarto sem supradesnível do ST. Foram utilizados os coeficientes de regressão do Escore Dante Pazzanese para calcular a probabilidade do desfecho combinado de óbito ou infarto não fatal em 30 dias, a ser comparada com a probabilidade predita pelo Escore GRACE. Desfecho secundário foi definido como óbito em 30 dias. Resultados: Estudados 644 pacientes, idade 67 ± 14 anos, 51% do sexo masculino, sendo observado 39 óbitos e 15 infartos não fatais nos primeiros 30 dias da admissão, correspondendo a 8,4% de incidência do desfecho combinado. Na predição deste desfecho, o Escore Dante Pazzanese apresentou estatística-C de 0,75 (95% IC = 0,68 - 0,82), comparado a 0,78 do Escore GRACE (95% IC = 0,70 - 0,85) - P = 0,41. Na predição de óbito em 30 dias, a estatística-C do Escore Dante Pazzanese foi 0,80 (95% IC = 0,74 - 0,87), comparada a 0,84 (95% IC = 0,77 - 0,91) do Escore GRACE - P = 0,12. Na regressão logística, o Escore Dante apresentou -2 Log Likelihood de 340, comparado a 312 do Escore GRACE. Quando ambos os escores concorreram como preditores independentes em análise de regressão logística, o Escore GRACE permaneceu significante (P< 0,001), enquanto o Dante perdeu significado estatístico (P = 0,06). Conclusão: A despeito de ter sido derivado de amostra brasileira, o Escore Dante Pazzanese não apresentou melhor acurácia do que o Escore GRACE, havendo indícios de inferioridade. Estes dados sugerem que a regionalização do processo de derivação não supera a maior precisão obtida por grandes estudos provenientes de amostras externas. Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 RESUMOS TEMAS LIVRES 40227 40228 Avaliação do impacto preditor do aprimoramento do escore GRACE para um modelo não linear em síndromes coronarianas agudas: Escore GRACE 2.0 NT-proBNP incrementa o valor prognóstico do Escore GRACE em síndromes coronarianas agudas? LUIS C L CORREIA, MANUELA CARVALHAL, ANTÔNIO MAURÍCIO DOS SANTOS CERQUEIRA JR, NICOLE CRUZ DE SA, FERNANDA LOPES, LUCAS DANTAS, LUISA S PEREIRA, ANDRÉ B SILVA, JESSICA G SUERDIECK, FELIPE R M FERREIRA e MARCIA MARIA NOYA RABELO LUIS C L CORREIA, FELIPE R M FERREIRA, FELIPE KALIL BEIRÃO ALEXANDRE, ANDRÉ B SILVA, LUISA S PEREIRA, MANUELA CARVALHAL, ANTÔNIO MAURÍCIO DOS SANTOS CERQUEIRA JR, LUCAS DANTAS, AGNALUCE MOREIRA, LUCIANA ESTRELA CURADO e MARCIA MARIA NOYA RABELO Hospital São Rafael, Salvador, , BRASIL - Escola Bahiana de Medicina, Salvador. Hospital São Rafael, Salvador, BA, BRASIL - Escola Bahiana de Medicina, Salvador, BA, BRASIL. Fundamento: Em 2014 foi lançada a proposta do Escore GRACE 2.0, o qual evoluiu para um modelo não linear para variáveis numéricas, visto que a associação destas variáveis com a probabilidade do desfecho não é constante em todo espectro de valores. A validação prognóstica do GRACE 2.0 foi publicada no British Medical Journal na predição de eventos após a alta de síndromes coronarianas agudas (SCA), porém este trabalho não comparou o novo escore com Escore GRACE tradicional. Objetivo: Testar a hipótese de que o Escore GRACE 2.0 possui superior acurácia prognóstica ao Escore GRACE tradicional, na predição de eventos cardiovasculares após a alta hospitalar de pacientes admitidos com SCA. Métodos: Foram estudados pacientes consecutivamente admitidos em nossa Unidade Coronária devido a SCA. O autor do GRACE 2.0, Keith Fox, foi contactado e nos cedeu os coeficientes não lineares da equação de regressão para cálculo do risco de eventos após a alta. Este escore foi calculado com base em dados da admissão e comparado com o GRACE tradicional na predição do combinado de óbito e infarto no seguimento máximo e de 1 ano.Resultados: Foram analisados 698 pacientes em seguimento após a alta. A amostra apresentou idade de 65 ± 13 anos, 57% eram do sexo masculino, sendo 67% classificados como SCA sem supradesnível do ST. O tempo médio de seguimento foi 523 ± 422 dias, com incidência absoluta do desfecho combinado de 9,2% no seguimento máximo (13 óbitos e 41 infartos) e incidência cumulativa (hazard) nos dois primeiros anos de seguimento de 11 eventos por 100 pessoas-ano. O escore GRACE 2.0 apresentou estatística-C de 0,62 (95% IC = 0,55 - 0,70) na predição de eventos após a alta, inferior ao GRACE tradicional (estatística-C = 0,67; 95% IC = 0,60 - 0,74) - P = 0,03. Resultado similar se fez presente quando o seguimento foi limitado a 1 ano: 0,66 (95% IC = 0,57 - 0,75) versus 0,69 (95% IC = 0,59 - 0,78). De acordo com o teste de Hosmer-Lemeshow, a calibração do GRACE 2.0 apresentou X2 = 8,7 (P = 0,37), enquanto ao GRACE tradicional apresentou X2 = 3,7 (P = 0,89). Conclusão: A despeito do racional estatístico aprimorado, o Escore GRACE 2.0 não possui desempenho superior ao GRACE tradicional na predição de eventos após a alta de sobreviventes de SCA. Fundamento: A mensuração plasmática do peptídeo natriurético cerebral (BNP) possui acurácia superior ao julgamento clínico-radiológico no diagnóstico de insuficiência cardíaca aguda. Objetivo: Testar a hipótese de que a utilização do NT-proBNP como medida de disfunção ventricular esquerda incrementa o valor prognóstico hospitalar do Escore GRACE em síndromes coronarianas agudas (SCA). Métodos: Pacientes com critérios objetivos de SCA, consecutivamente admitidos na unidade coronariana foram incluídos no estudo. A mensuração plasmática do NT-proBNP foi realizada na chegada do paciente à unidade, utilizando o método de imuno-ensaio ELFA (VIDAS, Biomérieux, França). O desfecho primário foi definido como óbito durante a hospitalização. Na análise do valor incremental ao Escore GRACE, o NT-proBNP foi incluído no modelo logístico de 3 formas: como variável numérica, categórica (elevado ou normal) e reclassificando o Killip I para II em caso de NT-proBNP aumentado ou vice-versa. Resultados: Foram estudados 352 pacientes, 63 ± 14 anos, 60% masculinos, 74% caracterizados por SCA sem supradesnível do ST, mediana do NT-proBNP de 340 pg/ml (IIQ 86 – 1212 pg/ml), estando elevado em 29% dos pacientes. Classificação de Killip > I foi observada em 13% dos pacientes. A letalidade hospitalar foi 4,8%. A estatística-C do NT-proBNP para predição de óbito foi 0,78 (95% IC = 0,65 - 0,90), superior à classificação de Killip (0,69; 95% IC = 0,54 - 0,84). No entanto, a incorporação do NT-proBNP não promoveu incremento ao valor preditor do GRACE: estatística-C do GRACE = 0,82 (95% IC = 0,68 - 0,97), comparada a GRACE-BNP-numérico = 0,83 (95% IC = 0,69 - 0,97); GRACE-BNP-categórico = 0,82 (95% IC = 0,67 - 0,96); GRACE-Killip-reclassificado = 0,84 (95% IC = 0,71 - 0,97). Na análise de reclassificação líquida (NRI), não houve aprimoramento do valor preditor do alto risco (escore > 140): GRACE-BNP-numérico, GRACE-BNP-categórico e GRACE-Killip-reclassificado apresentando, respectivamente, NRI = 0,15 (P = 0,14), NRI = -0,04 (P = 0,75) e NRI = 0,08 (P = 0,44). Conclusão: A despeito de sua associação com risco em abordagem univariada, a utilização do NT-proBNP como medida de disfunção ventricular esquerda não incrementa o valor prognóstico hospitalar do Escore GRACE em síndromes coronarianas agudas. 40229 40230 Incremento da acurácia prognóstica tardia do Escore GRACE pela incorporação da evolução hospitalar como preditor de risco em sobreviventes de síndromes coronarianas agudas - Escore GRACE Dinâmico Perfil para riscos cardiovasculares em motoristas de transporte de cargas da rodovia BR- 116 LUIS C L CORREIA, ANDRÉ B SILVA, LUISA S PEREIRA, LUCAS DANTAS, MANUELA CARVALHAL, ANTÔNIO MAURÍCIO DOS SANTOS CERQUEIRA JR, NICOLE CRUZ DE SA, JESSICA G SUERDIECK, FELIPE KALIL BEIRÃO ALEXANDRE, FERNANDA LOPES e MARCIA MARIA NOYA RABELO Hospital São Rafael, Salvador, , BRASIL - Escola Bahiana de Medicina, Salvador, BRASIL. Fundamento: É plausível que a probabilidade de desfecho no longo prazo pode ser influenciada pela ocorrência de eventos hospitalares em pacientes com síndromes coronarianas agudas (SCA). Objetivos: (1) Testar o valor de eventos hospitalares na predição de desfechos cardiovasculares no longo prazo de sobreviventes de SCA; (2) Desenvolver e validar o Escore GRACE Dinâmico, o qual incorpora eventos hospitalares com preditores. Métodos: Pacientes consecutivamente admitidos com SCA nos últimos 7 anos foram incluídos no estudo. Os desfechos hospitalares testados como preditores foram: isquemia recorrente (infarto, angina recorrente ou necessidade urgente de revascularização), arritmia ventricular complexa, nova insuficiência ventricular esquerda ou complicações não cardíacas (sangramento maior, insuficiência renal aguda). O desfecho clínico primário no seguimento após a alta foi definido pelo combinado de óbito cardiovascular ou internamento por infarto (o primeiro que ocorrer). A amostra foi dividida em coorte de derivação e validação, pela metade do número de desfechos. Resultados: Foram acompanhados prospectivamente 698 pacientes após a alta, com tempo médio de seguimento de 523 ± 422 dias, incidência absoluta do desfecho primário de 9,2% no seguimento máximo (13 óbitos e 41 infartos) e incidência cumulativa (hazard) nos dois primeiros anos de 11 eventos por 100 pessoas-ano. Na amostra de derivação, os eventos hospitalares que se associaram (P < 0,20) a desfechos no seguimento pós-alta foram: eventos isquêmicos (P < 0,001) e insuficiência ventricular esquerda (P = 0,16). Regressão de Cox demonstrou que apenas eventos isquêmicos hospitalares permaneceram preditores de desfechos (P < 0,001), após ajuste para o Escore GRACE. A incorporação de evento isquêmico hospitalar incrementou a estatística-C do GRACE de 0,71 (95% IC = 0,61 - 0,81) para 0,90 (95% IC = 0,83 - 0,96) na amostra de derivação (P < 0,0001). Na amostra de validação, o incremento foi de 0,61 (95% IC = 0,51 - 0,71) para 0,92 (95% IC = 0,88 - 0,96) - P < 0,0001. Conclusão: Eventos isquêmicos hospitalares incrementam de forma significativa o Escore GRACE, tornando-se imperativo que se considere esta variável na predição do prognóstico de longo prazo em sobreviventes de SCA. RAIMUNDO JOSE ALMEIDA O. PINTO, CLAUDINEIA MATOS DE ARAUJO e CEZAR AUGUSTO CASOTTI Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia , Jequié, BA, BRASIL. Introdução: os motoristas profissionais de transporte de cargas, devido características peculiares da sua profissão, podem estar mais expostos aos riscos cardiovasculares. O objetivo deste estudo foi caracterizar o perfil para riscos cardiovasculares de motoristas do transporte Rodoviário de Cargas e Mercadorias que trafegam na BR116. Método: trata-se de um estudo epidemiológico, de corte transversal, realizada por profissionais graduados em cursos da área de saúde, matriculados no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em enfermagem e saúde da UESB. A coleta de dados ocorreu no mês de agosto de 2014, sendo a amostra de conveniência, e composta por indivíduos de ambos os sexos, maiores de 18 anos, que exerciam a profissão de motoristas de transporte de cargas, com habilitação nas categoria C, D e E, segundo classificação do Código de Transito Brasileiro. A pesquisa foi realizada no Posto Rodoviário Federal da cidade de Jequié-BA, sendo os motoristas abordados pelos Policiais Rodoviários Federais. Participaram da pesquisa os motoristas que concordaram em participar do estudo. Utilizou-se um questionário que continha questões relacionados aos antecedentes familiares, hábitos alimentares, Questionário Finrisk da Finnish Diabetes Association, adaptado a cultura e aos hábitos brasileiros. Realizou-se ainda aferição de Glicemia capilar, da pressão arterial, e mensurado o peso, altura, para o calculo do IMC. Resultados: participaram do estudo 53 motoristas, sendo todos do sexo masculino, e a idade variou entre 28 e 63 anos. Quanto a pressões arteriais verificou-se que 54,7% apresentavam pressão arterial fora dos padrões de normalidade e 43,3% normotenso. Em relação a Glicemia capilar pós-prandial verificou-se que 73,08% apresentaram hiperglicemia e 26,92% apresentavam valores considerados normais. Em relação ao IMC 35,8% dos entrevistados foram classificados como saudáveis; 30,1% com sobrepeso; 30,1% obeso e 1,88% obesidade. Conclusão: os motoristas de transporte de cargas entrevistados apresentaram alto risco cardiovascular, visto que a prevaleceram indivíduos com pressão arterial, glicemia capilar pós-prandial e índice de massa corporal inadequados. Sugere-se que medidas de promoção da saúde sejam implantadas visando atender a esta população. Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 13 RESUMOS TEMAS LIVRES 40231 40233 Definição de infarto pelo percentil 99 da troponina: análise crítica baseada no acometimento necrótico detectado pela ressonância magnética - Registro Ressonância-IAM (RM-IAM) Pesquisa de determinantes etiológicos não angiográficos do fenômeno de obstrução microvascular no infarto com supradesnível do ST: Registro Ressonância Magnética no IAM (RM-IAM) LUIS C L CORREIA, LUCAS DANTAS, FELIPE R M FERREIRA, FELIPE KALIL BEIRÃO ALEXANDRE, NICOLE CRUZ DE SA, FERNANDA B LOPES, JESSICA G SUERDIECK, MANUELA CARVALHAL, ANTÔNIO MAURÍCIO DOS SANTOS CERQUEIRA JR, GUILHERME GARCIA e MARCIA MARIA NOYA RABELO LUIS C L CORREIA, LUISA S PEREIRA, MANUELA CARVALHAL, ANTÔNIO MAURÍCIO DOS SANTOS CERQUEIRA JR, ANDRÉ B SILVA, LUCAS DANTAS, NICOLE CRUZ DE SA, FERNANDA LOPES, FELIPE R M FERREIRA, GUILHERME GARCIA e MARCIA MARIA NOYA RABELO Hospital São Rafael, Salvador, , BRASIL - Escola Bahiana de Medicina, Salvador, , BRASIL. Hospital São Rafael, Salvador, , BRASIL - Escola Bahiana de Medicina, Salvador, , BRASIL. Fundamento: A atual definição de infarto do miocárdio consiste valores de marcadores de necrose > percentil 99 da população geral. Este ponto de corte promove transição de pacientes antes definidos como angina instável para o diagnóstico de infarto sem supradesnível do ST. Objetivo: Descrever o grau de acometimento necrótico do infarto sem supradesnível do segmento ST definido pelo percentil 99 da troponina. Métodos: Incluídos pacientes com infarto sem supradesnível do segmento ST que realizaram de forma não selecionada o exame de ressonância magnética cardíaca. Infarto sem supradesnível foi definido por dor torácica anginosa e troponina I > percentil 99 da população geral (0,034 ng/ml), na ausência de outra condição para aumento deste marcador. O exame de ressonância cardíaca foi realizado durante o internamento pela técnica de realce tardio. Resultados: Ressonância magnética foi realizada em 18 pacientes com infarto sem supradesnível do ST, sendo a mediana da troponina I de 0,59 ng/ml (IIQ = 0,09 - 3,4). O percentual de área necrosada apresentou mediana de 0,6% (IIQ = 0 - 6,8), não sendo detectado necrose miocárdica em 9 pacientes (50%) e apenas 1% de necrose 2 pacientes. Nos 7 pacientes restantes, o grau de necrose variou de 3% a 16%. A área abaixo da curva ROC da troponina I para detecção de necrose na ressonância apresentou tendência a significância (ROC = 0,75; 95% CI = 0,48-1,00; P = 0,07), com melhor ponto de corte de 0,19 ng/ml (sensibilidade de 100% e especificidade de 67%), correspondendo a 5,6 vezes o percentil 99. Adicionalmente, em uma amostra de 233 pacientes com angina instável ou infarto sem supradesnível do ST, o valor da troponina I apresentou área abaixo na curva ROC de 0,64 (P = 0,02) para predição de eventos maiores durante o internamento, sendo o melhor ponto de corte prognóstico 10,9 vezes o percentil 99. Conclusão: A baixa prevalência e magnitude da necrose visualizada pela ressonância magnética em pacientes com infarto sem supradesnível definido pelo percentil 99 da troponina sugere que este ponto de corte esteja muito baixo para definir verdadeiros infartos. Esta observação é reforçada pelos melhores pontos de corte diagnóstico e prognóstico terem sido significativamente superiores ao percentil 99. Fundamento: Características angiográficas (carga trombótica, complexidade de placa) se associam com o fenômeno de obstrução microvascular (no-reflow) no infarto do miocárdio com supradesnível do ST (IAM), porém há carência de evidências a respeito de determinantes clínicos. Objetivos: Identificar determinantes etiológicos não angiográficos do fenômeno de no-reflow em pacientes com IAM. Métodos: Foram elegíveis para esta análise pacientes internados por IAM, com artéria culpada reperfundida de forma espontânea ou após tratamento. Ressonância magnética foi realizada pela técnica de realce tardio e no-reflow definido por área de baixa intensidade de sinal (escura) no interior da área de necrose (branca). Candidatos a determinantes não angiográficos de no-reflow foram foram selecionados para análise univariada por critério de plausibilidade biológica (fatores de risco para aterosclerose, uso prévio de drogas protetoras, tempo para reperfusão e extensão do infarto). Aqueles associadas a no-reflow (P < 0,10) tiveram sua associação independente testada por regressão logística. Resultados: Foram estudados 41 pacientes, idade 55 ± 11 anos, 83% do sexo masculino, dois apresentaram reperfusão espontânea, um foi reperfundido por trombólise e o restante por intervenção percutânea. No-reflow foi identificado em 18 pacientes (44%). Portadores de no-reflow apresentaram-se mais jovens (53 ± 12 anos) do que os demais pacientes (60 ± 10 anos; P = 0,04). Dentre fatores de risco, LDL-colesterol foi significativamente maior alto nos pacientes com no-reflow (133 ± 52 mg/ dl vs. 95 ± 26 mg/dl; P = 0,008). Da mesma forma, o percentual de área infartada foi significativamente maior no grupo no-reflow (24% ± 13%), comparado a pacientes sem no-reflow (11% ± 8,3%; P < 0,001). Em análise multivariada, LDL-colesterol perdeu significância estatística (P = 0,21), permanecendo a associação independente com no-reflow das variáveis percentual de área infartada (OR = 1,2; 95% IC = 1,06 - 1,30; P = 0,002) e idade (OR = 0,88; 95% IC = 0,79 - 0,98; P = 0,02). Conclusão: Grande extensão de infarto representa fator predisponente a no-reflow, enquanto o avançar da idade representa fator de proteção. 40234 40235 Análise exploratória do impacto do tempo porta-balão na extensão do infarto com supradesnível do ST: Registro Ressonância Magnética no IAM (RM-IAM) Acurácia da magnitude da elevação da troponina na discriminação do tipo de infarto agudo do miocárdio LUIS C L CORREIA, ANTÔNIO MAURÍCIO DOS SANTOS CERQUEIRA JR, LUISA S PEREIRA, MANUELA CARVALHAL, ANDRÉ B SILVA, FELIPE R M FERREIRA, FELIPE KALIL BEIRÃO ALEXANDRE, FERNANDA LOPES, JESSICA G SUERDIECK, GUILHERME GARCIA e MARCIA MARIA NOYA RABELO LUIS C L CORREIA, FELIPE R M FERREIRA, FELIPE KALIL BEIRÃO ALEXANDRE, ANDRÉ B SILVA, LUISA S PEREIRA, LUCAS DANTAS, MANUELA CARVALHAL, ANTÔNIO MAURÍCIO DOS SANTOS CERQUEIRA JR, JESSICA G SUERDIECK, NICOLE CRUZ DE SA e MARCIA MARIA NOYA RABELO Hospital São Rafael, Salvador, , BRASIL - Escola Bahiana de Medicina, Salvador, BA. Hospital São Rafael, Salvador, , BRASIL - Escola Bahiana de Medicina, Salvador, , BRASIL. Fundamento: Reduções progressivas do tempo porta-balão são perseguidas no intuito de prevenir complicações decorrentes de infartos extensos. Recomendações atuais sugerem tempo porta-balão < 60 minutos como a meta ideal. Objetivos: Explorar a influência do tempo porta-balão na extensão do infarto com supradesnível do ST. Métodos: Foram elegíveis para esta análise pacientes internados em nossa Unidade Coronária por infarto com supradesnível do segmento ST, submetidos a intervenção coronária primária com sucesso. Tempo porta-balão foi definido como o transcorrido entre a chegada do paciente na emergência e introdução do primeiro device coronário para reperfusão. Ressonância magnética cardíaca foi realizada pela técnica de realce tardio para mensuração da área infartada. Um tamanho amostral de 19 pacientes foi dimensionado para oferecer um poder estatístico de 80% (alfa de 5%) na detecção de uma correlação moderada (r = 0,60) entre tempo porta-balão e área de infarto. Resultados: Foram estudados 20 pacientes, idade 59 ± 9,2 anos, 85% do sexo masculino, 59% infarto de parede anterior. O tempo médio transcorrido do sintoma até a chegada no hospital foi 150 ± 29 minutos, o tempo médio porta-balão foi 109 ± 29 minutos, sendo a área infartada representada por uma média de 24% ± 13%. Não houve qualquer correlação entre os valores do tempo porta-balão e a área infartada (r = - 0,06; P = 0,80). Da mesma forma, a diferença média entre a área infartada de pacientes acima e abaixo da mediana do tempo porta-balão foi de apenas 5,6% ± 5,9% (P = 0,36). Não houve associação do desfecho com variáveis clínicas, sugerindo ausência de fatores de confusão clínicos que justificassem a ausência de correlação. Conclusão: Em pacientes caracterizados por chegada ao hospital 2-3 horas do início dos sintomas e tempo porta-balão em faixa minimamente satisfatória (< 120 minutos), menor tempo porta-balão não se associou a menor área de infarto. 14 Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 Fundamento: Eventualmente, quadros de infarto com artéria culpada aberta e eletrocardiograma indefinido suscitam incerteza quanto à possibilidade de ter ocorrido oclusão com reperfusão espontânea. Da mesma forma, oclusões podem suscitar incerteza se são crônicas ou agudas (responsáveis pelo infarto). O conhecimento de que um infarto com artéria fechada provoca maior grau de necrose faz com que o grau de elevação de troponina seja comumente utilizado no raciocínio discriminativo destes casos duvidosos, porém a acurácia desta avaliação não está validada. Objetivo: Testar a acurácia do valor da troponina na diferenciação entre infarto com ou sem supradesnível do segmento ST e identificar o ponto de corte de melhor capacidade discriminatória. Métodos: Foram incluídos pacientes consecutivamente admitidos com infarto do miocárdio de quadro eletrocardiográfico claramente definido (“com supra” ou “sem supra”) e concordantes com o resultado da coronariografia (artéria aberta ou fechada). Estes pacientes foram utilizados como padrão de referência para testar a capacidade da troponina em diferenciar os dois tipos de infarto. Foi utilizada troponina T da Roche, indexada pelo percentil 99 (0,03 ng/ml). Resultados: Foram estudados 485 pacientes, idade 66 ± 14 anos, 62% do sexo masculino, 33% infarto “com supra” e o restante “sem supra”. O grau de elevação de troponina no grupo infarto “com supra” apresentou mediana de 210 vezes (IIQ = 69 - 932) o percentil 99, nitidamente superior à mediana de 14 vezes (IIQ = 3,6 - 54) o percentil 99 apresentado pelo grupo “sem supra”. A área abaixo da curva ROC para a diferenciação entre os dois tipos de infarto foi de 0,86 (95% IC = 0,83 - 0,89; P < 0,001). O melhor ponto de corte nesta definição foi 47 vezes o percentil 99, com sensibilidade de 84% e especificidade de 74%, correspondendo a razão de probabilidade positiva de 3,2 e negativa de 0,22. Conclusão: Há forte associação entre a magnitude da elevação de troponina e o tipo do infarto. No entanto, a superposição de valores em pacientes de grupos diferentes promove uma acurácia moderada, não devendo a troponina ser utilizada de forma isolada ou determinística nesta definição. RESUMOS TEMAS LIVRES 40236 40239 Análise exploratória do papel do esforço físico vigoroso e do estresse emocional como gatilhos de infarto do miocárdio: Estudo Caso-Controle Inferências descritivas sobre o fenômeno de trombose de stent no Registro de Síndromes Coronarianas Agudas: cronologia, fatores associados e prognóstico LUIS C L CORREIA, THIAGO MENEZES BARBOSA DE SOUZA, ANA CLARA BARCELOS, MANUELA CARVALHAL, ANTÔNIO MAURÍCIO DOS SANTOS CERQUEIRA JR, NICOLE CRUZ DE SA, FERNANDA LOPES, LUISA S PEREIRA, ANDRÉ B SILVA, FELIPE R M FERREIRA e MARCIA MARIA NOYA RABELO LUIS C L CORREIA, JESSICA G SUERDIECK, ANDRÉ B SILVA, LUCAS DANTAS, LUISA S PEREIRA, MANUELA CARVALHAL, ANTÔNIO MAURÍCIO DOS SANTOS CERQUEIRA JR, FELIPE R M FERREIRA, THIAGO MENEZES BARBOSA DE SOUZA, ANA CLARA BARCELOS e MARCIA MARIA NOYA RABELO Hospital São Rafael, Salvador, , BRASIL - Escola Bahiana de Medicina, Salvador, BRASIL. Hospital São Rafael, Salvador, BA, BRASIL - Escola Bahiana de Medicina, Salvador, BA, BRASIL. Fundamento: Quando o infarto agudo do miocárdio é precedido de esforço físico vigoroso ou emoção intensa, o senso comum sugere que foram estes os responsáveis pela ocorrência deste evento coronário. Objetivo: Testar a hipótese de que esforço físico vigoroso ou estresse emocional são gatilhos para a ocorrência de infarto agudo do miocárdio. Métodos: A partir do Registro de Dor Torácica, foram selecionados todos os Casos de diagnóstico inquestionável de infarto agudo do miocárdio (N = 216). Como Controles, foram utilizados os pacientes admitidos por desconforto precordial no mesmo Registro, porém marcadores de necrose miocárdica negativos e investigação negativa para doença coronariana obstrutiva (coronariografia ou exame de imagem não invasivo). Resultados: Esforço físico vigoroso esteve presente durante o início do sintoma em 50 pacientes, apresentando frequência de 14,8% dentre os casos de infarto, estatisticamente superior à frequência de 8,7% dentre os controles (P = 0,049; OR = 1,8; 95% IC = 1,0 - 3,4). Análise exploratória identificou apenas gênero masculino como uma variável associada simultaneamente a atividade física e infarto, podendo atuar como fator de confusão. Dos 50 pacientes que apresentaram dor durante esforço físico, 42 eram masculinos. Quanto apenas os homens foram analisados, anulando gênero como fator de confusão, a frequência de atividade física vigorosa nos casos foi 21%, comparado a 11% nos controles (P = 0,039; OR = 2,1; 95% IC = 1,1 - 4.4). Estresse emocional esteve presente durante o início do sintoma em apenas 9 pacientes. Ao contrário da hipótese original, esta emoção foi menos frequente nos casos de infarto, comparados aos controles (0,5% vs. 3,8%, P = 0,016; OR = 0,11, 95% IC - 0,01 - 0,93). O diagnóstico final foi indefinido em 6 destes 9 pacientes. Conclusão: Esta análise preliminar sugere que esforço físico vigoroso pode ser um gatilho para infarto. Diferentemente, estresse emocional reduz a chance do desconforto torácica decorrer de infarto. Objetivo: A partir da descrição das características clínicas e evolução de pacientes internados por síndromes coronarianas agudas (SCA) e trombose definitiva de stent, inferir a respeito de fatores predisponentes e prognóstico. Métodos: Foram analisados pacientes consecutivamente incluídos no Registro de Síndromes Coronarianas Agudas durante os últimos 5 anos, que tiveram diagnóstico angiográfico de trombose definitiva de stent, definida por trombo originado no interior ou 5 mm adjacente ao stent. Resultados: Durante o período desta análise, 524 pacientes foram admitidos no Registro de Síndromes Coronarianas Agudas, dentre os quais 15 tiveram diagnóstico de trombose definitiva de stent, correspondendo a 2,9% da amostra (95% IC = 1,5% - 4,3%). A amostra de pacientes com trombose de stent apresentou idade de 62 ± 14 anos, 73% do sexo masculino, Escore GRACE de 130 ± 40 (média em faixa intermediária), sendo que em 6 pacientes a manifestação foi infarto com supradesnível do segmento ST (40%; 95% IC = 15% - 65%). Quatro pacientes apresentaram trombose aguda (< 24 horas), 3 pacientes trombose subaguda (< 30 dias), 5 trombose tardia (30 dias - 1 ano) e 3 trombose muito tardia (> 1 ano), respectivamente 27%, 20%, 33% e 20%. Dentre os stents trombosados, a maioria era convencional (67%). Em 13 dos 15 casos, os pacientes estavam em uso de dupla antiagregação plaquetária. Como causa da trombose, identificou-se 2 transgressões no uso de droga e 3 problemas de aposição no stent, sendo a maioria dos casos sem explicação objetiva. A evolução destes pacientes foi caracterizada por 1 óbito hospitalar e 1 reinternamento por infarto, totalizando 13% de eventos maiores em seguimento de longo prazo (mediana de 285 dias, IIQ = 175 - 1101). Conclusões: Trombose de stent é um raro mecanismo de síndromes coronarianas agudas, sem predileção evidente pelo tipo de stent, na maioria das vezes sem fator causal identificado, havendo uma concentração no primeiro mês após implante, sendo os casos subsequentes se distribuindo no longo prazo. Não há predominância de infarto com supradesnível, sendo em média pacientes de risco intermediário, com prognóstico compatível com observado usualmente em SCA. 40241 40242 Infarto agudo do miocárdico em jovem DIEGO VIANA NEVES PAIVA, MARIANA UBALDO BARBOSA, RENATO DAVID DA SILVA, LIMIRIO SALVIANO DE AZEVEDO NETO e THOMAS EDISON CINTRA OSTERNE Hospital Santa Marta, Brasília, DF, BRASIL - Hospital Universitário de Brasília, Brasília, DF, BRASIL. Introdução: Apesar de a principal causa de insuficiência coronariana ser a doença aterosclerótica, a trombose coronariana deve ser lembrada no diagnóstico diferencial, especialmente em pacientes jovens, sem fatores de risco tradicionais para aterosclerose. Descrição do caso: Trata-se de homem de 29 anos, admitido no pronto socorro com história de dor precordial há 48 horas mal definida sem relação com esforço. Negava uso de drogas ilíticas ou história familiar de coronariopatia. Exame físico era normal. Eletrocardiogramas seriados mostraram alteração dinâmica de ST com supradesnivelamento de 1 mm em parede lateral lateral alta (D1 e aVL) e marcadores de necrose miocárdica positivos. Ecocardiograma documentou alteração da contratilidade segmentar (acinesia do segmento médio da parede anterior). O paciente foi submetido à cineangiocoronariografia que mostrou artéria descendente anterior com trombo ocluindo 80% proximal e Segundo Diagonal com trombo suboclusivo. Após 7 dias de antiagregação e anticoagulação plenas, repetiu-se o exame documentando artérias coronárias isentas de ateromatose ou trombo e ventrículo esquerdo com hipocinesia anterior discreta. A investigação laboratorial para trombofilia foi negativa. Paciente segue em anticoagulação oral crônica, assintomático, apesar da sequela miocárdica contrátil segmentar ao ecocardiograma e área elétrica inativa lateral no eletrocardiograma. Conclusões: Em paciente jovem com dor atípica e TIMI RISK SCORE 1 não se deve excluir de imediato a possibilidade de síndrome coronariana aguda e causas não ateroscleróticas. Este caso ilustra um exemplo de infarto agudo do miocárdico por trombose em território nobre coronariano sem evidência de trombofilia documentada, acarretando dano miocárdico. Valvoplastia percutânea de prótese mitral biológica em portador de cardiomiopatia isquêmica LUAM VIEIRA DE ALMEIDA, JÚLIO CÉSAR AYRES FERREIRA FILHO, VICTOR LIRA RIBEIRO GONÇALVES DE CARVALHO, VLADIMIR LENINE ANTOINE CALASSIO CHAUD, DANIEL LUIZ CARDOSO LIMA, FABIO R. IGLESIAS ROSA, EDUARDO ANTONIO AYREMORAES BATISTA, NATHALIA BONFOGO, ALEXANDRE DE ANDRADE PIRES, LANIER TADEU GARCIA DE PAULA JUNIOR e KÉCIA CRISTINA FARIA DE OLIVEIRA Hospital Balbino, Rio de Janeiro, RJ, BRASIL - Curso Intensivo de Revisão em Cardiologia Clinica, rio de janeiro, RJ, BRASIL. HPS, masculino, 62 anos, hipertenso, diabético, dislipidêmico, doença pulmonar obstrutiva crônica, portador de insuficiência renal moderada (Clearence de creatinina 36), cirurgia de revascularização miocárdica há 13 anos, angioplastia coronariana prévia com stent e troca valvar mitral com implante de prótese biológica há 7 anos, deu entrada com queixa de dispnéia aos pequenos esforços que progrediu para dispnéia em repouso (CF IV - NYHA). Ao exame físico, o paciente encontrava-se confuso, hipocorado, emagrecido, dispnéico e com desconforto respiratório. Sinais vitais: PA 100x60mmHg, FC 85bpm, SO2 85%, FR 35 irpm. Ritmo cardíaco regular em 3 tempos com B3 e sopro diastólico em foco mitral. Internado em UTI e iniciada infusão de dobutamina e diuréticos com melhora clínica relativa em 24h. Realizou ecocardiograma que evidenciou disfunção do ventrículo esquerdo (VE) com fração de ejeção de 33%, aumento átrio esquerdo (AE 49mm), prótese mitral biológica espessada com pouca mobilidade gerando estenose mitral (EM) moderada a grave com área valvar 0,8cm², gradiente médio AE-VE de 18mmHg, pressão de artéria pulmonar (PSAP) 55mmHg. Devido as comorbidades e escore de risco (EUROSCORE II 59%) extremamente elevado, indicou-se realização de valvoplastia de prótese biológica em posição mitral. Procedimento realizado com cateter balão pela técnica de Inoue, procedendo-se a insuflação do mesmo com 26mm, obtendo-se como resultado gradiente diastólico de 3mmHg, área valvar de 1.5cm² e melhora clínica exuberante (CF II). Recebeu alta 2 dias após o procedimento e na evolução ambulatorial, 1 mês após o procedimento, encontra-se estável do ponto de vista funcional (CF II). Conclusão: No caso em questão a indicação do procedimento percutâneo de valvoplastia foi a modalidade terapêutica de escolha devido ao alto risco cirúrgico, a despeito da pouca experiência da literatura médica no com tange a dilatação de próteses biológicas em posição mitral. Vale ressaltar e significativa melhora clínica obtida com o procedimento. Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 15 RESUMOS TEMAS LIVRES 40246 40247 Associação de hipertrofia ventricular esquerda e comprometimento da função renal em pacientes com hipertensão arterial resistente Análise da prevalência de resistência insulínica em mulheres com excesso de peso sem diabetes mellitus 2 LILIANE GOES BASTOS, CRISTIANO RICARDO BASTOS DE MACEDO, ROQUE ARAS JUNIOR, ADILSON MACHADO GOMES JUNIOR, PRISCILA NERI LACERDA, BIANCA DE ALMEIDA NUNES, LOUISE MEDEIROS PORTO, THIAGO MATOS E SILVA, NATÁLIA DUARTE BARROSO e RICARDO RIBEIRO DO NASCIMENTO TEIXEIRA FERNANDA SCOPPETTA SAMPAIO ALVES, ISABELA MATOS DA SILVA, MARIA DE LOURDES LIMA, ANA MARICE TEIXEIRA LADEIA e ARMENIO COSTA GUIMARÃES Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA, BRASIL. Introdução. A hipertrofia ventricular esquerda (HVE) é um forte e independente preditor de desfechos cardiovasculares e pode agravar o prognóstico de pacientes hipertensos resistentes. O comprometimento da função renal associado às complicações da hipertensão arterial resistente (HAR) podem contribuir para alterar a morfologia ventricular esquerda. O objetivo deste estudo é avaliar a associação entre HVE e comprometimento da função renal em pacientes com HAR. Métodos. Estudo transversal realizado em serviço de referência em cardiopatia hipertensiva grave. Foram incluídos no estudo pacientes com HAR, confirmada segundo os critérios da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Coletou-se dados referentes ao índice de massa ventricular esquerda e ao clearance de creatinina, exame laboratorial preditor da função renal. Uma análise descritiva posterior desses dados foi realizada. Resultados. O estudo incluiu 100 pacientes, sendo 66% do sexo feminino. A faixa etária analisada variou entre 41 e 91 anos. 49% dos pacientes eram negros e 70% eram portadores de síndrome metabólica. A análise da HVE foi realizada através do cálculo do índice de massa ventricular esquerda (IMVE), disponibilizado pelo ecocardiograma transtorácico. O comprometimento da função renal foi avaliado pelo clearance de creatinina, estimado pela fórmula de Cockcroft-Gault. Foi considerado alteração da função renal uma taxa de filtração glomerular < 60 mL/min/1.72 m² (40%). A análise cruzada dos dados revelou que dos 36 pacientes que possuíam aumento do IMVE, 63,9% não tinham alteração da função renal e 42,2% (n= 64) dos não portadores de HVE, possuíam tal comprometimento renal. Conclusão. A maioria dos pacientes hipertensos resistentes e com aumento do IMVE não possuem alteração da função renal. A associação estatística entre as variáveis “hipertrofia ventricular esquerda” e “ comprometimento da função renal” não é estatisticamente significante (Teste qui-quadrado de Pearson= 0,354). Introdução: A obesidade representa um importante fator de risco cardiovascular e está relacionada com resistência insulínica (RI), que contribui na fisiopatologia da diabetes mellitus 2 (DM2). O Homestatic model assessment of insulin resistance (HOMA-IR) constitui-se como instrumento de avaliação da RI, dada a sua boa aplicabilidade em estudos populacionais, rapidez e baixo custo. Objetivos: Determinar a prevalência de RI em mulheres com excesso de peso sem diagnóstico de DM2 em ambulatório do SUS e comparar o perfil antropométrico, clínico e bioquímico das mulheres com e sem RI. Metodologia: Estudo de corte transversal, descritivo e analítico, onde foram incluídas mulheres com IMC≥25kg/m², maiores que 18 anos e com dosagem de insulina basal. Os critérios de exclusão referem-se a pacientes diagnosticadas com DM2 e/ou em uso de antidiabéticos orais. A RI foi considerada a partir de um ponto de corte do HOMA-IR maior que 2,7. Para a comparação da presença de RI de acordo com as variáveis contínuas e categóricas foram utilizados, respectivamente, o teste-t e o teste qui-quadrado. Resultados: A casuística foi composta por 86 mulheres, com média de idade de 42,4 ± 11,4 anos, com IMC de 37 ± 6,1 kg/m², revelando uma prevalência de RI de 74,4% (64/86). A média do HOMA-IR foi de 3,86 (±1,8), variando de 0,7 a 9,4. Do total de pacientes com RI, 67,2% apresentavam síndrome metabólica e 100% possuíam adiposidade abdominal. As análises estatísticas demonstraram uma medição maior de circunferência abdominal (110,1±10,3 vs 103,1±9,3; p=0,007) e da relação cintura-quadril (0,86 ±0,08 vs 0,81± 0,08; p=0,029), maiores valores da glicemia de jejum (96,8±9,6 vs 84,9± 10,6; p=0,003) e de ácido úrico (4,7±1,1 vs 3,8±0,8; p=0,002), em contraposição a menores valores médios de 25-OH Vitamina D (22,6±5,1 vs 25,5±5,9; p=0,034) no grupo com RI em comparação com o grupo sem RI, revelando correlações significantes. Conclusão: A prevalência de RI na população estudada foi maior do que a encontrada na literatura para a população geral e para mulheres com excesso de peso. O HOMA-IR correlacionou-se positivamente com circunferência abdominal, relação cintura-quadril, níveis elevados de glicemia de jejum e ácido úrico e negativamente com níveis de vitamina D, demonstrando ser um exame de utilidade nas pesquisas como marcador de resistência insulínica e síndrome metabólica. 40248 40254 Avaliação da qualidade de vida e da percepção de saúde de pacientes renais crônicos em tratamento hemodialítico Evidências do treinamento aeróbico intervalado em pacientes com insuficiência cardíaca: revisão sistemática YASMIN S GOMES, THELSO J SILVA, ANA C G E GOES e TAIANE R GUIMARES LIDIA RAMOS BARBOSA OLIVEIRA, e ANA QUENIA GOMES DA SILVA HOSPITAL SÃO RAFAEL, SALVADOR, BA, BRASIL - UNIVERSIDADE SALVADOR, SALVADOR, BA, BRASIL. Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA, BRASIL. Introdução:A Doença Renal Crônica é uma síndrome debilitante que provoca incapacidades, desenvolvendo no indivíduo a dependência continua de terapêuticas. Esta enfermidade poderá afetar a qualidade de vida (QV) e a capacidade funcional de diversas maneiras, devido às inúmeras mudanças e perdas no cotidiano, a perda do emprego, alterações da imagem corporal, restrições hídricas e dietéticas. Objetivo: Avaliar a QV e a capacidade física dos doentes renais crônicos em hemodialise (HD) e verificar se a percepção do paciente sobre si e a percepção do terapeuta correspondem a sua condição de saúde atual. Métodos: Estudo transversal, com inclusão de 28 pacientes renais crônicos, maior de 18 naos, do sexo feminino e masculino, em tratamento hemodialítico a mais de 3 meses. O instrumento utilizado para avaliar a QV foi o Kidney Disease Quality of Life – Short Form (KDQoL-SF) e para avaliar a capacidade funcional a Karnofsky Performance Status Scale (KPS) e o Teste de Caminhada de 6 minutos(TC6›). Resultados: A população totalizou 28 individuos com idade média 55,9±15,5 anos, em maior número do sexo masculino (75%), casados (64,3%) e economicamente inativos (67,9%). Quanto ao questionário de QV (KDQoL-SF) domínios relacionados à função cognitiva como componente mental (47,7±9,9) obtiveram escores mais elevados que domínios de função física como componente físico (40,0±8,8). Ao avaliar a saúde 50% classificaram como “Boa”, 42,8% como “Regular” e 7,1% como “Ruim”. No TC6’ a distância percorrida teve média de 388,9±103,8m e correspondeu a 76,69% da distância predita. A escala de Karnofsky teve média de 72,1±11,3 e mediana de 70. Conclusão: Os resultados obtidos neste estudo ressaltam a depreciação da qualidade de vida desta população, além disso, aponta para a diminuição da capacidade funcional de acordo com os resultados obtidos no TC6’ e KPS. E foi perceptível neste estudo que não há diferenças entre a percepção do paciente e do profissional de saúde sobre a condição de saúde destes indivíduos. 16 Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador, BA, BRASIL. Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 A Insuficiência cardíaca (IC), síndrome clínica resultante do desempenho cardíaco comprometido, constitui uma das principais causas de morbimortalidade no Brasil causando importante impacto na saúde pública do país. Seus achados clínicos da IC intervêm diretamente na capacidade funcional destes indivíduos, tendo como maior prejuízo a redução da qualidade de vida. Para minimizar o quadro clínico de pacientes com IC, foram desenvolvidos os programas de Reabilitação Cardíaca, com ênfase na prática de exercício físico. O treino aeróbico intervalado aprimora a aptidão física pela alternância de períodos de alta e baixa intensidade de exercício. Desta forma, permite a realização de séries de exercícios com períodos de recuperação cardiorrespiratória, prevenindo a monotonia do treinamento. O objetivo deste estudo foi verificar as evidências sobre a utilização do treinamento aeróbico intervalado em pacientes com Insuficiência Cardíaca. Para tal, foi realizada uma revisão sistemática da literatura, através das bases de dados MEDLINE, PubMED e LILACS. Foram encontradas melhorias como aumento do VO2 de pico e limiar ventilatório além da otimização da função endotelial através de diferentes protocolos do treinamento aeróbico intervalado. RESUMOS TEMAS LIVRES 40262 ALTERAÇÃO DOS NÍVEIS DE DÍMERO-D EM OBESOS PODEM INTERFERIR NA EXCLUSÃO DE EVENTOS TROMBOEMBÓLICOS PRISCILLA TEIXEIRA CÉO MATOS INSTITUIÇÃO: Santa Casa de Belo Horizonte, Belo Horizonte-MG Introdução: A obesidade é caracterizada pela alteração no processo hemostático que pode levar ao estado protrombótico. O Dímero-D (D-Di) é o produto final da fibrinólise e pode refletir o equilíbrio hemostático. Já o inibidor do ativador do plasminogênio (PAI-1), produzido principalmente pelo tecido adiposo visceral, é o principal inibidor da fibrinólise e apresenta-se em níveis elevados na obesidade. Objetivo: Avaliar a correlação entre esses biomarcadores para avaliação do risco de eventos tromboembólicos em obesos. Material e métodos: No período entre agosto e dezembro de 2010 foram analisadas amostras de sangue de 49 indivíduos obesos (IMC ≥ 30,0 kg/ m²) para o grupo caso e 29 indivíduos com peso normal (IMC ≥ 18,5–24,9 kg/m²) para o grupo controle, no Centro de Especialidades Médicas (CEM) da Santa Casa de Belo Horizonte-MG. Os níveis plasmáticos de PAI-1 e D-Di foram determinados utilizando o método ELISA e os parâmetros antropométricos avaliados foram índice de massa corporal (IMC) e relação cintura/quadril (RCQ). Resultados: Foram encontrados níveis plasmáticos elevados de D-Di e PAI-1 quando comparados ao grupo controle (p < 0,05). Apenas os níveis de PAI-1 se correlacionaram com o IMC do grupo controle (r= 0,44) e com a RCQ dos obesos (r= 0,40). Esta correlação com a RCQ corrobora a ideia de que a adiposidade visceral (abdominal) favorece ao aumento dos níveis de PAI-1. Uma correlação negativa entre o PAI-1 e D-Di foi encontrada no grupo controle (r=- 0,56), entretanto, não foi observada entre o grupo de obesos. A ausência dessa correlação negativa pode ser explicada provavelmente pelo desequilíbrio entre a ativação da coagulação e o mecanismo compensatório de fibrinólise, que é prejudicado pelos níveis elevados de PAI-1 nos obesos. Conclusão: Considerando que o D-Di é utilizado como um marcador de exclusão de trombose venosa profunda (TVP), por apresentar um alto valor preditivo negativo, a falha do mecanismo compensatório de fibrinólise nos obesos pode prejudicar essa avaliação. Por esse motivo, indica-se uma atenção particular ao uso clínico do D-Di em obesos com suspeita eventos tromboembólicos. Essa mensuração não é a mais indicada, visto que esses níveis podem estar alterados devido ao aumento dos níveis de PAI-1. 40263 Crenças em saúde de pessoas hipertensas sobre a prática de exercício físico ADAEL JOSÉ ALVES LIMA, e CLÁUDIA GEOVANA DA SILVA PIRES Escola de Enfermagem da UFBA, Salvador, BA, BRASIL. A prática de exercício físico pode auxiliar positivamente no controle pressórico, bem como na redução do uso de medicamentos e complicações crônicas em pessoas hipertensas. As crenças em saúde podem interferir no comportamento da pessoa frente à adesão terapêutica. Este estudo objetivou conhecer as crenças sobre saúde de pessoas hipertensas para a prática de exercício físico. Trata-se de um estudo descritivo e quantitativo e o referencial teórico utilizado foi o Modelo de Crenças em Saúde. A pesquisa foi realizada em um ambulatório de referência em cardiologia sediado em Salvador com 88 indivíduos hipertensos mediante amostra não probabilística de conveniência, durante o período de fevereiro a junho de 2014, por meio da aplicação de instrumento de pesquisa validado. A média de idade dos entrevistados foi de 56 anos, houve predomínio do sexo feminino (58,8%), da raça parda (63,8%), renda familiar mensal entre 1 e 2 sm (62,5%), fundamental incompleto (40,9%), sedentários (70,5%) e 58,0% com companheiro fixo. Em relação às crenças sobre benefícios, 100% acreditam que os exercícios mantêm a boa saúde, 97,7% concordaram que praticar exercícios dá disposição, ânimo, energia e bem estar e 98,9% informaram que fazer exercício é bom pra circulação e o coração, (94,3%) concordaram que quem faz exercícios fica forte, desenvolve os músculos e melhora a condição física, (98,9%) disseram está em acordo que os exercícios são bons para manter a forma e o peso, (96,6%) concordaram que quem faz exercícios evita o estresse e ajuda na saúde mental, (98,9%) informaram que fazer exercícios é bom para as articulações, (90,9%) acreditam que quem faz exercícios dorme melhor e (76,2%) disseram que quem faz exercícios tem mais apetite. Quanto às barreiras 78,4% informaram que não concordam que os exercícios são só para quem tem tempo, 54,5% referiram que fazer exercícios exige muito esforço, 97,7% informaram que para fazer exercícios é preciso ter força de vontade, 45,4% disseram que os exercícios em geral causam muito cansaço na pessoa e 69,4% não concordaram que só pratica exercícios quem é desinibido. Evidenciou-se maior percepção de benefícios do que barreiras associados a prática de exercício físico. Apesar dos participantes perceberam crenças sobre benefícios para a prática de exercício físico, a grande maioria não o praticava, o que leva a reflexão que a crença pode diferir do comportamento em saúde. 40264 40268 Eficácia de um programa de atividade física na Síndrome Metabólica em idosos na cidade de Guaratinga/BA Influência do histórico familiar de hipertensão na resposta pressórica de jovens ao exercício resistido SEVERO CONOPCA JUNIOR, SILAS S MARQUES, OVIDIU CONSTANTIN BALTATU, JESSICA DE OLIVEIRA PEREIRA e JUMARA J S A MARQUES ALICE MIRANDA DOS SANTOS, IVNA VIDAL FREIRE, ÍCARO JOSÉ SANTOS RIBEIRO, LUDMILA SCHETTINO, ANA ANGELICA LEAL BARBOSA e RAFAEL PEREIRA DE PAULA Unesulbahia - Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia, Eunápolis, BA, BRASIL - Unicastelo - Universidade Camilo Castelo Branco, Campinas, SP, BRASIL. Introdução: O envelhecimento se manifesta por déficit funcional em diversos órgãos que tende a ser progressivo e sem um ponto exato de transição definido. A Síndrome Metabólica (SM) é uma combinação de distúrbios que em conjunto, elevam o risco de desenvolvimento de diabetes e doenças cardiovasculares, distúrbios como obesidade (especialmente a central), comprometimento do metabolismo da glicose, níveis séricos elevados de triglicerídeos, níveis de HDL-colesterol (high-densitylipoprotein) reduzidos e elevação da pressão sanguínea. A prática regular da atividade física em idosos reduz o risco de várias condições crônicas, como a doença coronária, diabetes, hipertensão, desordens metabólicas e diferentes estados psicoemocionais nocivos como a depressão. Sendo assim esse estudo ambiciona analisar a influência da prática regular da atividade física na prevenção da incidência dos marcadores que constituem a SM em idosos. Métodos: Foi um estudo intervencional, controlado e randomizado, a amostra contou com 30 idosos com faixa etária entre 60 e 80 anos, de ambos os sexos. O estudo foi realizado utilizando-se dois grupos, o grupo controle (G1), que não sofreu qualquer intervenção, constituído por 15 idosos que não praticavam nenhum tipo de atividade física de forma regular no período do estudo, e o grupo atividade física (G2), composto por 15 idosos que frequentaram regularmente o “programa de exercício físico para a melhor idade” realizado pela secretaria municipal de saúde do município de Guaratinga - BA. Os grupos foram submetidos à avaliação antropométrica e realização de exames bioquímicos; que ocorreram em dois períodos distintos. A primeira logo no início da pesquisa e a segunda com 12 semanas (três meses) após o início da mesma, quando o G2 participou do programa de atividade física, regularmente por três meses consecutivos com uma frequência de três vezes por semana. Resultados: O IMC, com média e o desvio padrão de 25±0,7kg/m² respectivamente, não foi sginificantemente diferente entre os grupos. A média da circunferência abdominal foi 89 cm (± 1,6cm), não sendo significantemente diferentes entre G1 e G2. O grupo exercício físico não obteve diminuição significativa do HDL-colesterol após três meses, fato esse que ocorreu no grupo sedentário. Conclusão: O presente estudo sugere que 12 semanas de treinamento físico evita a diminuição acentuada do HDL-colesterol, fato que contribui para a redução do risco cardiovascular. UESB, Jequieé, BA, BRASIL. Introdução: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma doença com forte associação genética, sendo estimado que um indivíduo com histórico familiar de hipertensão (HFH) tem mais chances de se tornar hipertenso ao longo da vida. Indivíduos jovens com HFH podem se apresentar normotensos, mas desenvolver respostas pressóricas anormais em condições de estresse cardiovascular. O presente estudo objetivou comparar a resposta pressórica de jovens com e sem HFH à realização de exercício resistido, um tipo de exercício que tem ganhado popularidade entre jovens e que desencadeia grande estresse cardiovascular. Métodos: Cinquenta e três homens jovens (18±1 anos), normotensos (Pressão Arterial <140/90 mmHg), livres de doenças cardiovasculares e sem uso de medicamentos, foram voluntários no estudo. Após anamnese os voluntários foram divididos em 2 grupos de acordo com o HFH: com HFH (CHFH, n=23) e sem HFH (SHFH, n=30). Foi realizado um teste de 10 repetições máximas (10RM) em uma cadeira extensora e na semana seguinte ao teste realizaram uma série de 10 repetições a 50% de 10RM no mesmo equipamento. Com os voluntários posicionados na cadeira extensora foram realizadas medidas da pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) previamente e imediatamente após a realização do exercício. A partir da PAS e PAD foram obtidas a pressão arteiral média (PAM = PAD + [PAS-PAD/3]) e a pressão de pulso (PP = PAS-PAD). O teste T de student foi usado para comparar as respostas pressóricas ao exercício (i.e., medida pós-exercício/ pre-exercício) e o nível de significância adotado foi de p<0,05. Resultados: Houve diferença significativa na resposta da PAS e da PP ao exercício resistido entre os grupos (p<0,05). A medida pós-exercício da PAS e da PP do grupo CHFH foram, respectivamente, 12 e 32% maiores em relação à medida pre-exercício, enquanto o grupo SHFH estas medidas foram 8 e 19% maiores em relação à medida pre-exercício. Conclusão: Mesmo sendo normotensos, jovens com HFH apresentam maiores incrementos da PAS e da PP imediatamente após a realização de exercícios resistidos realizados com cargas moderadas (i.e., 50% do máximo), indicando que maior atenção deve ser demandada a essa população durante a prática desta modalidade de exercício. Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 17 RESUMOS TEMAS LIVRES 40269 40271 Características epidemiológicas de hipertensos cadastrados no Hiperdia no estado da Bahia, no período de 2007-2012. Comparação da resposta do controle autonômico do coração durante tarefas isométricas com diferentes grupos musculares do membro superior LARISSA EMILY SANTOS BARRETTO, ELILIAN OLIVEIRA PEREIRA, EVILA PIMENTEL ARAUJO, POLLYANA PEREIRA PORTELA, GLICIA GLEIDE GONÇALVES GAMA, CATIA SUELY PALMEIRA e FERNANDA CARNEIRO MUSSI RAFAEL DA SILVA PASSOS, LUDMILA SCHETTINO e RAFAEL PEREIRA DE PAULA Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA, BRASIL. Introdução: Exercícios isométricos induzem respostas autonômicas reflexas, no entanto, a magnitude destas respostas de acordo com o grupo muscular envolvido no exercício não tem sido verificada. Desta forma, o presente estudo objetivou comparar as respostas do sistema nervoso autônomo (SNA) sobre o coração durante a realização de exercícios isométricos submáximos. Métodos: Seis voluntários jovens, livres de doenças cardiovasculares e sem uso de medicamentos foram submetidos a dois protocolos de exercício isométrico com o membro superior: flexão de cotovelo a 90º (FlexCot) e preensão manual (PM). Os voluntários foram posicionados na mesma cadeira para os dois protocolos, tendo joelhos e quadril flexionados a 90º, e realizaram duas contrações isométricas voluntárias máximas com duração de 5 segundos e intervalo de 1 min entre estas, para identificação da força isométrica voluntária máxima (FIVM) Em seguida, sustentavam uma contração isométrica a 30% da FIVM, por 3 minutos. Os protocolos isométricos com FlexCot e PM foram realizados em dias diferentes e a ordem de realização destes foi randômica para cada voluntário. Os intervalos RR foram registrados previamente e durante a realização dos protocolos de exercício, com um monitor cardíaco (Polar® RS800cx). A análise dos intervalos RR sucessivos coletados durante o protocolo isométrico submáximo foi realizada no programa Kubios v.2.1 e os parâmetros: média dos intervalos RR (mean RR) e o RMSSD foram obtidos por estarem relacionados com o controle exercido pelo SNA sobre o coração. As comparações entre os grupos foram realizadas com teste T de Student e o nível de significância adotado foi de p < 0,05. Resultados: A média dos intervalos RR foi estatisticamente menor na tarefa FlecCot (FlecCot = 637.07±120.88 ms; PM = 830.31±118.13 ms), enquanto o RMSSD (FlecCot = 16.04±2.64 ms; PM = 46.54±18.45 ms) foi estatisticamente maior na tarefa PM Conclusão: Em exercícios isométricos com a mesma intensidade relativa (i.e., a 30% por máximo de cada tarefa), a tarefa preensão manual parece gerar menor estresse cardiovascular, o que pode estar relacionado à menor massa muscular quando comparado aos flexores do cotovelo. Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) constitui-se em grave problema de saúde pública. Apresenta elevada prevalência, é considerada um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares e sua ocorrência está associada a fatores de risco modificáveis e não modificáveis, cujo controle é fundamental para minimizar as incapacidades e a mortalidade pela doença. Objetivo: Descrever características sociodemográficas, fatores de risco e comorbidades em pessoas hipertensas cadastradas no Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos (HIPERDIA) no período de 2007 a 2012, na Bahia. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo que utilizou dados secundários do HIPERDIA, referente o estado da Bahia, tendo como variáveis: sexo, idade, fatores de risco e comorbidades. Resultados: Identificou-se 394224 pessoas cadastradas no programa, maior proporção de HAS no sexo feminino (68,3%), faixa etária predominante de 25 a 59 anos (50,2%), seguida da população idosa (40,5%). Do total de hipertensos, 43,8% eram sedentários, 32,7% estavam com sobrepeso e 14,8% eram tabagistas. A HAS associada a diabetes mellitus atingiu 27,8%, do grupo. Identificou-se acidente vascular cerebral em 4,2%, infarto do miocárdio em 2,4%, outras doenças coronarianas em 3,4% e doença renal em 1,9%. Conclusão: Proporção elevada de mulheres mostrou-se com fatores de risco agregados e descontrolados para a HAS, sobretudo excesso de peso e baixo padrão de atividade física. Cerca de um terço tem alto risco para evento cardiovascular em razão da diabetes mellitus associada. A maior proporção de mulheres cadastradas no HIPERDIA pode estar relacionada com as características de gênero, na qual o comportamento das mulheres evidencia uma maior preocupação com a saúde. Medidas de controle dos fatores de risco são fundamentais e constituem em desafio para autoridades públicas e profissionais de saúde. Abordagem multiprofissional e compartilhamento clínico entre usuários e profissionais de saúde poderá contribuir para melhor adesão ao tratamento dos usuários cadastrados no HIPERDIA. 40281 Síncope em paciente jovem - nem sempre é benigno MATHEUS PAMPONET FREITAS, MARILIA MENEZES GUSMÃO, THAIS AGUIAR DO NASCIMENTO, NARJARA DE OLIVEIRA CARDOSO DOURADO, THIAGO CARVALHO PEREIRA, ADRIANO ARAUJO MATOS MAGALHAES, ISABELA PILAR MORAES ALVES DE SOUZA, JOBERTO PINHEIRO SENA e GILSON SOARES FEITOSA FILHO Hospital Santa Izabel, Salvador, BA, BRASIL. Introdução: A síncope em pacientes jovens pode ser um problema de maior gravidade como a Síndrome de Brugada. Patologia genética associada a morte súbita em jovens que pode ser estratificada pelo eletrocardiograma (ECG) característico associado ao quadro clínico. Há casos onde o teste farmacológico (drogas classe IA) é necessário para se obter o ECG típico. Caso: Paciente masculino, 42 anos, sem comorbidades prévias e início de atividade física há 2 meses da admissão hospitalar. Admitido no hospital trazido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) após apresentar episódio de síncope e crise convulsiva tônico-clônica generalizada durante exercício na esteira ergométrica. ECG registrado pelo SAMU demonstrava taquicardia ventricular. Foi realizada administração de amiodarona e transferido para o hospital. À admissão, o ECG evidenciava ritmo sinusal com supradesnivelamento do segmento ST nas derivações V1, V2, V3 e AVR e discreta elevação dos marcadores de necrose miocárdica. O paciente foi intubado e encaminhado para realização da cineangiocoronariografia, que foi normal. A TC de crânio foi normal e o ecocardiograma transtorácico desmonstrou aneurisma de septo interatrial. Na UTI manteve o supra de ST em V2 (Figura 1), padrão sugestivo de síndrome de Brugada tipo 2. A equipe de Arritmia realizou estudo eletrofisiológico com achado de padrão de ECG tipo I de Brugada, apos a infusão de ajmalina, e indução de taquicardia ventricular sustentada com instabilidade hemodinâmica. O CDI foi implantado com sucesso e sem complicações. Após a alta hospitalar, se mantem assintomático e em acompanhamento ambulatorial. Conclusão: A avaliação minuciosa de ECG é necessária em pacientes jovens com sincope, a fim de flagrar possíveis alterações, como a síndrome de Brugada. O Padrão clássico do ECG induzido após ajmalina associado a quadro de sincope é indicativo de necessidade de implante de CDI para aumentara sobrevida destes pacientes. 18 Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 UESB, Jequié, BA, BRASIL. 40293 Avaliação da variabilidade da frequência cardíaca de idosos diabéticos e não diabéticos DAVID LOMANTO COUTO, ÍCARO JOSÉ SANTOS RIBEIRO, IVNA VIDAL FREIRE, PAULO DA FONSECA VALENÇA NETO, MITERMAYER GALVÃO REIS, CEZAR AUGUSTO CASOTTI e RAFAEL PEREIRA DE PAULA Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Jequié, BA, BRASIL. Introdução: O cenário de envelhecimento populacional e o aumento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis requer o desenvolvimento e validação de métodos de diagnóstico, ferramentas não invasivas para identificação de fatores de risco e estadiameto destas doenças. A análise da modulação autonômica do coração por meio da Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC) emerge como uma opção para este fim. O presente estudo objetivou analisar a VFC de idosos diabéticos e não diabéticos residentes em um município baiano. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico transversal, de abordagem censitária, desenvolvido com 205 idosos da zona urbana do munícipio de Aiquara-BA. A coleta de dados foi dividida em duas etapas. A primeira destinada à aplicação dos questionários e a segunda para realização de exames complementares, entre eles a análise da VFC. Os dados da VFC foram coletados através do monitor cardíaco modelo Polar RS800CX, com registro de 5 minutos em decúbito dorsal, e analisados no programa Kubios HRV v.2.1, sendo obtidos parâmetros no domínio do tempo: RMSSD e pNN50, indicadores de atividade parassimpática (i.e., porção cardioprotetora do sistema nervoso autônomo). Para análise dos dados, foram realizados testes de comparação de proporções (chi quadrado ou exato de Fisher) e de médias (Mann-Whitney), dada a ausência de distribuição normal dos dados. Resultados: A média de idade foi de 71±7,32 anos. A população foi em sua maioria constituída por mulheres (59,1% [n=121]), de baixa ou nenhuma escolaridade (60% [n=123]) e baixa renda (81% [n=166]). Quanto ao perfil de saúde, foi evidenciado uma prevalência de DM de 18%. Houve diferença significativa entre o grupo de diabéticos (Diab) e não diabéticos (NDiab) (p<0,05) para as variáveis RMSSD (Diab = 13,1 ms; NDiab = 16,9 ms) e pNN50 (Diab = 0,5 %; NDiab = 1,0 %). Conclusão: Estes resultados apontam para uma menor contribuição parassimpática no controle autonômico do coração de idosos diabéticos, indicando assim uma pior cardioproteção conferida por esta porção do sistema nervoso autônomo. RESUMOS TEMAS LIVRES 40308 40311 Prevalência de pressão de pulso elevada em idosos residentes na comunidade Intervenção coronária percutânea em octagenários atendidos no HSI: resultados intra-hospitalares e seguimento até o primeiro ano ANA MARIA BARBOSA ARGOLO, RAFAEL PEREIRA DE PAULA, IVNA VIDAL FREIRE, ÍCARO JOSÉ SANTOS RIBEIRO, PAULO DA FONSECA VALENÇA NETO e CEZAR AUGUSTO CASOTTI Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Jequié, Bahia, Brasil. Introdução: Resultados do estudo de Framingham afirmam que, para população idosa, medidas da pressão de pulso (PP) acima de 65 mmHg constitui um preditor para doenças cardiovasculares superior às medidas da pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) isoladamente. Apesar deste fato, não se observa na literatura descrição de dados de prevalência de PP elevada em idosos Brasileiros. Desta forma, o presente estudo objetivou descrever a prevalência de PP elevada (i.e., acima de 65 mmHg) em idosos residentes em um município de pequeno porte do estado da Bahia. Métodos: Em uma amostragem censitária, todos os idosos (≥ 60 anos) residentes no município de Aiquara, Bahia, foram convidados a participar do presente estudo, dos quais 204 compareceram para aferição da pressão arterial, sendo obtidas as medidas de PAS e PAD e calculada a PP (PP = PAS-PAD). Os dados foram então categorizados de acordo com o valor da PP, sendo o ponto de corte 65 mmHg. Os dados de prevalência de PP elevada da população em geral e estratificado por sexo foi obtida. Resultados: A prevalência de PP elevada (i.e., acima de 65 mmHg) foi de 50,5% na população estudada. Quando analisado por sexo observou-se que 46,6% dos homens e 50,4% das mulheres apresentavam PP elevada. Conclusão: A grande prevalência de PP acima de 65 mmHg, tido como um preditor independente para doenças cardiovasculares em idosos, mostra que o monitoramento frequente destes indivíduos é necessário, visando prevenir o desenvolvimento de doenças cardiovasculares nesta população vulnerável. 40312 Desempenho motor como fator associado à hipercolesterolemia em idosos BRENDA DE COUTO ANDREOTTI RAIMUNDO, CLAUDINEIA MATOS DE ARAUJO, CALIANE SANTOS ARAUJO, JOSÉ AILTON OLIVEIRA CARNEIRO, RAILDO DA SILVA COQUEIRO e MARCOS HENRIQUE FERNANDES Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Jequié, BA, BRASIL. Introdução: hipercolesterolemia destaca-se por se tratar de um problema de saúde pública associado a complicações cardiovasculares 1 em indivíduos de todas as idades. No entanto, ainda não é evidenciado quais os indicadores de desempenho motor em idosos podem ser utilizados para identificar a hipercolesterolemia e associação com essa condição clínica. Desta forma, o objetivo deste estudo foi verificar a associação da hipercolesterolemia com os indicadores de desempenho motor em idosos residentes em comunidade. Método: trata-se de um estudo transversal de base populacional, realizada em janeiro de 2011. A população do estudo foi composta por idosos do município de Lafaiete Coutinho-BA, com idade ≥ 60 anos (n=355), sendo que 316 participaram da pesquisa (89%). O protocolo do estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética nº 064/2010, a participação foi voluntária e todos os sujeitos assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido.Foram realizados entrevistas, exames sanguíneos, aferição da pressão arterial, medidas antropométricas e testes motores (força de preensão manual, sentar e levantar, caminhada e pegar um lápis).Os dados foram tabulados e analisados no programa estatístico SPSS, versão 21.0. Resultados: a população do estudo consistiu em 173 mulheres (54,7%) e 143 homens (45,3%) com idade média de idade de 74 ± 9,8 (60 - 103 anos). Entre os participantes 36,5%, 33,7% e 29,8% com idade de 60-69, 70-79 e ≥ 80 anos, respectivamente. A maioria são analfabetos (66,8%), com frequência maior entre mulheres (72,3% vs. 60,1%, p=0,031). Ingestão de álcool 1≥ / semana mais frequente entre os homens (14,8 % vs. 3, 5%; p = 0,001). Em relação a atividade física, indivíduos insuficientemente ativos (47,7%, p= 0,967) e com glicemia elevada (18,8%, p=0,102), os valores não diferiu entre os sexos. Destaca-se no presente estudo, a alta prevalência de hipercolesterolemia representada por 52,4% da população, sendo mais elevada no sexo feminino (66,1%) do que no masculino (36,0%). Os resultados de regressão logística binária demonstraram que nenhum dos indicadores de desempenho motor foi positivamente associado com os níveis de colesterol total no sangue. conclusão: os indicadores de desempenho motor não são bons instrumentos quando o objetivo é triar a hipercolesterolemia em idosos, embora o estudo aborda um tema relevante para a prática clínica como a intenção de diagnosticar fatores de risco cardiovasculares em idosos. BRUNO MACEDO AGUIAR, JOBERTO PINHEIRO SENA, MARCELO GOTTSCHALD FERREIRA, GUSTAVO MARTINELLI, FERNANDO BULLOS FILHO, ADEMAR SANTOS FILHO, ADRIANO DIAS DOURADO OLIVEIRA, ANTONIO MORAES DE AZEVEDO JUNIOR, HEITOR GHISSONI DE CARVALHO e JOSE CARLOS RAIMUNDO BRITO Hospital Santa Izabel , Salvador, BA, BRASIL. Introdução: Atualmente, o aumento significativo da expectativa de vida da população tem se traduzido em um número cada vez maior de octogenários. A idade é um importante fator de risco para doença arterial coronariana e os pacientes (pc) octagenários tipicamente apresentam-se com doença mais avançada e com maior número de comorbidades que podem influenciar os resultados da intervenção coronária percutânea (ICP). Métodos: Entre 06/2012 e 02/2015, foram avaliados consecutivamente, através de um banco de dados informatizado, todos os pc com idade > ou = 80 anos que foram submetidos a ICP neste centro de referência em cardiologia. O acompanhamento foi feito através de contato telefônico no mês 1, mês 6 e 1 ano pós ICP. Resultados: Foram identificados 121 pc com idade média de 84 ± 3anos, 67% do sexo feminino. 58% admitidos com quadro de SCA, 22% com IAM com supra de ST e destes, 30% em Killip III ou IV. Havia 27% de diabéticos, 12% portadores de insuficiência renal crônica, 24% com IAM prévio e 19% com passado de ICP ou RM cirúrgica. 66% eram multiarteriais e/ou tinham envolvimento do TCE. Um total 185 lesões foram tratadas em 124 ICPs, sendo 46% lesões complexas (tipo C) e 43% com localização na DA. A via radial foi a de escolha em 43% das ICP. Implantados 1,6 stent por pc, 66% de SF; ultrasom intracoronário foi utilizado em 10% dos casos e, em 11%, aterectomia rotacional. Sucesso angiográfico foi obtido em 92% das lesões tratadas. Em relação às complicações intrahospitalares, 23 pc (19%) evoluiram com eventos importantes: 6 casos de nefropatia induzida por contraste (2 com necessidade de diálise), 2 sangramentos maiores em sítio de punção (1 hematoma retroperitoneal); 5 casos de IAM periprocedimento; 1 AVCi e 15 óbitos (mortalidade intrahospitalar de 12%), destes, 60% de causa cardíaca e, todos, de pc admitidos com IAM. No seguimento (59% com 1 ano), houve 1 caso de IAM, 1 nova ICP por progressão de doença e 6 óbitos, sendo 1 por AVC e 2 de causa cardíaca, entre 1 e 6 meses pós ICP. Conclusão: Nesse registro envolvendo pc octagenários tratados por ICP, observou-se bom índice de sucesso angiográfico imediato, porém com uma taxa de mortalidade intrahospitalar e em até 1 ano de seguimento expressivas, compatível com a gravidade dessa população. 40314 Estenose aórtica calcifica levando à compressão extrínseca de tronco de coronária esquerda. THIAGO CARVALHO PEREIRA, NARJARA DE OLIVEIRA CARDOSO DOURADO, MATHEUS PAMPONET FREITAS, MARILIA MENEZES GUSMÃO, ADRIANO ARAUJO MATOS MAGALHAES, ISABELA PILAR MORAES ALVES DE SOUZA, JOSE CARLOS RAIMUNDO BRITO, RICARDO ELOY PEREIRA, GILSON SOARES FEITOSA FILHO, CRISTIANO OURIVES e JOBERTO PINHEIRO SENA Hospital Santa Izabel , Salvador, BA, BRASIL. Introdução: A calcificação da valva aórtica é a principal causa de estenose aórtica em idosos, tendo os mesmos fatores de risco tradicionais para aterosclerose. Os pacientes portadores de estenose aórtica podem se apresentar com quadro de angina típica. As alterações do fluxo sanguíneo coronariano podem ocorrer tanto por obstruções coronarianas fixas, quanto por compressão extrínseca, como em algumas cardiopatias congênitas, compressão do tronco de coronária esquerda pelo tronco de artéria pulmonar, na hipertensão pulmonar. Descrição do Caso clínico: Paciente ESD, masculino, 61 anos com relato de que há 9 anos iniciou quadro de angina típica, inicialmente aos esforços extra-habituais, progredindo até os esforços habituais. Teve diagnóstico de estenose aórtica há 7 anos, sendo indicada cirurgia, recusada pelo paciente na ocasião. Há 6 meses evoluiu com episódios de dispneia em repouso, sendo submetido a novo ecocardiograma que evidenciou valva aórtica calcificada, com gradiente médio de 106 mmHg, velocidade máxima de 6,4 cm/s, área valvar estimada de 0,2 centímetros quadrados. Refluxo mínimo. Hipertrofia excêntrica de ventrículo esquerdo (VE) de grau importante com função sistólica limítrofe e disfunção diastólica grau II/III. Insuficiência mitral e tricúspide moderadas. Aumento biatrial. Importante hipertensão pulmonar. Encaminhado ao hospital Santa Izabel para realização de cineangiocoronariografia (CATE) pré-operatória. Ao exame físico da admissão apresentava como achado sopro sistólico em foco aórtico, em diamante, grau III/VI com irradiação para carótidas e fúrcula esternal. ECG com sobrecarga de VE. CATE evidenciou lesão de 75% ostial em tronco de coronária esquerda (TCE), sendo proposta cirurgia de troca valvar aórtica associada a revascularização miocárdica. No intraoperatório, porém, foi observado grande bloco de cálcio exercendo compressão extrínseca em tronco de coronária esquerda, não se verificando lesões ateroscleróticas, optando-se, portanto, pela realização da troca valvar por bioprótese sem revascularização miocárdica. Repetido CATE em pós-operatório que evidenciou apenas irregularidades parietais em TCE. Paciente evoluiu sem intercorrências e recebeu alta hospitalar. Conclusão: Sendo assim, depreende-se deste caso, que a calcificação da valva aórtica pode levar à compressão extrínseca de coronárias por cálcio, devendo-se levar em consideração esta possibilidade. Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 19 RESUMOS TEMAS LIVRES 40323 40324 Perfil dos pacientes cadastrados no HIPERDIA com amputação de pé diabético, período de 2002 a 2012, no estado da Bahia Perfil epidemiológico dos pacientes com pé diabético cadastrados no HIPERDIA, no período de 2002 a 2012, no estado da Bahia. TATIANE DE SOUZA MANÇÚ, FELIPE RODRIGO SANTOS HORDONHO e OLIVIA SOUZA CASTRO ALMEIDA FELIPE RODRIGO SANTOS HORDONHO, TATIANE DE SOUZA MANÇÚ, LARISSA BATISTA LIBERATO e OLIVIA SOUZA CASTRO ALMEIDA Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador, BA, BRASIL. Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador, BA, BRASIL. Introdução: O diabetes mellitus (DM) é um problema de saúde pública e, causador de 50% das amputações. Pessoas com esta patologia tem um grande risco de sofrerem amputações não traumáticas dos membros inferiores. Isso ocorre devido a diversos fatores como a longa duração da doença, lesões ulcerativas prévias, hiperglicemia prolongada, predisposição a infecção, ou isquemia. Entretanto, sabe-se que o conhecimento dos cuidados com os pés diabéticos reflete positivamente na redução dos fatores de risco para amputação. Objetivo: Descrever o perfil dos pacientes cadastrados no HIPERDIA com amputação de pé diabético, no período de 2002 a 2012, no estado da Bahia. Metodologia: Estudo quantitativo descritivo, desenvolvido pelo GEPEN, da BAHIANA. Utilizaram-se dados do Sistema de Cadastramento e Acompanhamento do HIPERDIA - DATASUS/Ministério da Saúde. Tendo as seguintes variáveis analisadas: sexo, faixa etária, macrorregiões de saúde e patologias. Resultados: O número de pacientes cadastrados no HIPERDIA na Bahia, no período de 2002 a 2012 foi de 965.348, sendo que desses, 3.906 tiveram amputação de pé diabético. De acordo com a macrorregião de saúde da Bahia, a região leste possui maior número de pacientes amputados cadastrados (26,4%), seguida pela região centro-leste (16,3%) e sul (14,4%), respectivamente. Contudo, as macrorregiões com os menores números foram a oeste (3,9%) e a centro-norte (5,3%). Os pacientes diagnosticados com hipertensão arterial sistêmica (HAS) e DM associadas, são responsáveis pela maioria dos cadastros, representando cerca de 90,9% (308) dos pacientes com amputação de pé diabético, em 2011, na Bahia. Já aqueles diagnosticados apenas com DM tipo 2, foram de 5,8% dos cadastrados e DM tipo 1, de 3,8%, no mesmo período, respectivamente. A HAS isolada não se mostrou como um dado relevante. Dentre o total de cadastrados nos dez anos analisados, 60,5% (1300) eram mulheres, enquanto que 39,5% (849) eram homens. O DM tipo 2 (53,2%) e HAS/DM (50,9%) foram as patologias mais presentes nos cadastrados com 60 anos e mais, enquanto que o DM tipo 1 (44,2%) foi mais prevalente na faixa etária de 40 a 59 anos. Conclusão: Percebe-se que as amputações são maiores em pacientes que tem associação entre HAS e DM, nas mulheres e na faixa etária de 60 anos ou mais. A identificação e classificação do paciente de risco, o tratamento precoce, a educação em saúde constituem as bases sólidas para a prevenção da amputação de membros nesta população. Introdução: O diabetes mellitus (DM) é um dos principais problemas de saúde pública da atualidade por se tratar de uma doença de alta prevalência, elevada morbimortalidade e desenvolver várias complicações crônicas. Uma das mais frequentes é o pé diabético, que é resultado de diversas alterações e complicações ocorridas nos pés e nos membros inferiores das pessoas com diabetes, decorrente de alteração neurológica, vascular e/ou infecção. Cerca de 10% dos pacientes diabéticos possuem pé diabético, se esse pé não for bem tratado pode levar a amputação do membro. OBJETIVO: Descrever o perfil dos pacientes com pé diabético cadastrados no sistema do HIPERDIA na Bahia, no período de 2002 a 2012. Metodologia: Estudo quantitativo descritivo, desenvolvido pelo GEPEN, da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, utilizando dados do Sistema de Cadastramento e Acompanhamento do HIPERDIA - DATASUS/Ministério da Saúde. Foram utilizadas as variáveis: macrorregião de saúde, sexo, faixa etária, tipo de diabetes e patologias associadas. Resultados: O número de pacientes cadastrados no HIPERDIA com pé diabético, na Bahia, no período de 2002 a 2012 foi de 7579 pessoas. A macrorregião de saúde leste possui o maior número de cadastrados, 26,1% (1977), seguida da macrorregião sul com 15,9% (1207). As macrorregiões com os menores números de cadastrados no programa são o extremo sul, com 5,6% (422), e o oeste, com 4,4% (335). Dentre o total de cadastrados, 64,9% (4916) eram mulheres, enquanto que 35,1% (2663) eram homens. A faixa etária de 60 anos ou mais possui o maior número de cadastrados, 52,5% (3981), seguida da faixa etária de 40 a 59 anos, com 40,9% (3098) dos cadastros. Apresentou a maior quantidade de cadastros os pacientes com pé diabético que possuíam também hipertensão arterial sistêmica (HAS) associado, 86,7% (6574), seguido dos pacientes que só tinham DM tipo 2, 10,3% (778), e DM tipo 1, corresponde a 3% (227). Nenhum paciente, somente com HAS, cadastrado no HIPERDIA, em todo o Estado da Bahia, foi diagnosticado com pé diabético. Conclusão: Ficou evidente a importante associação do DM com a HAS em relação ao pé diabético, sendo que a maior ocorrência foi em mulheres idosas. Faz-se necessário um bom controle glicêmico e pressórico; implantação de medidas preventivas; de diagnóstico precoce e de tratamento mais resolutivo nos estágios iniciais da doença para melhorar a qualidade de vida, diminuir o número de amputações e aumentar a sobrevida destes pacientes. 40325 40332 Fechamento percutâneo de CIA em crianças guiada por ecocardiograma intracardíaco – Série de casos ADRIANO DIAS DOURADO OLIVEIRA, JOBERTO PINHEIRO SENA, ASTON MARQUES DA SILVA JUNIOR, ALINE DO AIDO VARANDA ROSÁRIO, GENÁRIO JUDSON LACERDA ROCHA, CAMILA HOLANDA, ANABEL GOES COSTA, DANIELA JACKSON CARAPIA LADEIA SENA, ROSANA NOVAIS DE CARVALHO, HEITOR GHISSONI DE CARVALHO e JOSE CARLOS RAIMUNDO BRITO Hospital Santa Izabel, Salvador, BA, BRASIL. Introdução: A comunicação interatrial (CIA)é definida como abertura ou orifício comunicando os átrios seja por ausência de tecido em locais do septo, no teto da veia pulmonar ou do seio coronário. É a cardiopatia congênita mais comum em adultos,com incidência de 7-10%..O defeito em geral é assintomático até vida adulta podendo evoluir com sobrecarga de câmaras cardíacas direitas e consequente hiperfluxo pulmonar. As complicações tardias estariam relacionadas a evolução para Síndrome de Eisenmenger , embolização paradoxal e arritmias cardíacas. O método padrão ouro para diagnóstico é o ecocardiograma sendo o transesofágico de maior acurácia para definição de medidas. Já o exame intracardíaco(ECO intra) tem sido utilizado para guiar o fechamento percutâneo(FP) em crianças. A correção pode ser feita por FP ou cirurgia, sendo que o primeiro agrega menor morbi-mortalidade a evolução e ao procedimento propriamente dito. Descrição: Trata-se de revisão de 4 casos com anatomia favorável ao FP de CIA guiado por ECO intra em hospital terciário de Salvador –BA. Em um dos casos, não foi evidenciado shunt direita-esquerda com manobra de valsalva ou teste microbolhas durante o procedimento, sendo suspenso o implante de prótese. Nos 3 demais, foi implantado dispositivo Tipo CERA ASD, sem intercorrências. No controle evolutivo nenhum paciente apresentou shunt residual ou complicações clínicas. Discussão: A indicação de FP de CIA é depende da anatomia. Nos casos em que o diâmetro for menor ou igual a 35 mm; bordas livres medindo no mínimo 5 mm; e que esteja distando da aorta e valvas atrioventriculares mínimo de 5mm, o método está indicado. A realização do FP reduz morbi-mortalidade do procedimento e tempo de permanência hospitalar. A reversão total da hipertensão pulmonar dependerá da idade de abordagem do paciente que é proporcional a lesão arteriolar pulmonar. A incidência de complicações está de acordo com o descrito na literatura que é bastante baixa. Conclusão: O FP é hoje o método de escolha para correção deste tipo de defeito congênito. Reduzindo a incidência de arritmias, hipertensão pulmonar e embolização paradoxal. Com marcante e positivo impacto na qualidade de vida e prognóstico do paciente.A disponibilidade de utilização do eco intra permite guiar o FP em crianças, nas quais as sondas de Eco TE não podem ser utilizadas. 20 Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 Origem Anômala da Artéria Coronária Esquerda do Tronco Pulmonar GENÁRIO JUDSON LACERDA ROCHA, ALINE DO AIDO VARANDA ROSÁRIO, DANIELA JACKSON CARAPIA LADEIA SENA, ROSANA NOVAIS DE CARVALHO, ANABEL GOES COSTA, NADJA CECILIA DE CASTRO KRAYCHETE, MARIA LUCIA DUARTE, ADRIANO DIAS DOURADO OLIVEIRA, JOBERTO PINHEIRO SENA e JOSE CARLOS RAIMUNDO BRITO Hospital Santa Izabel, Salvador, BA, BRASIL. Introdução: A origem anômala da artéria coronária esquerda(CE) do tronco pulmonar (OACE) ou ALCAPA (Anômalous Left Coronary Artery from Pulmonary Artery) é malformação congênita rara e grave. Manifesta-se por insuficiência cardíaca congestiva(ICC) nos primeiros 2 meses de vida. Representa 0,25 a 0,5% de todas as cardiopatias congênitas. A sintomatologia surge após 2º semana por diminuição da resistência vascular pulmonar, da pressão arterial pulmonar e o fechamento do canal arterial, levando a inversão do fluxo na artéria CE anômala com menor perfusão do miocárdio e isquemia miocardica (IM) progressiva. O ECG pode mostrar achados de IM, a suspeita diagnóstica pode ser realizada pela ecocardiografia (ECO), porém a cineangiocoronariografia (CATE)ainda é o padrão ouro. Têm a possibilidade de ser diagnosticada e corrigida precocemente, melhorando o prognóstico de vida.O objetivo deste trabalho é relatar um caso da doença em questão que foi diagnosticado e tratado no nosso serviço. Relato de caso: M.A.M. com 5 meses e 17 dias, sexo feminino, com história de desconforto respiratório desde o nascimento. Teve piora da dispneia, cianose labial ao choro e pausas às mamadas aos 3 meses de vida .ECO identificou OACE com insuficiência mitral importante, além de FOP e disfunção ventricular, com FE: 40%. CATE identificou artéria coronária direita(CD) com origem e trajetos normais. Observou-se circulação colateral entre CD e CE e identificada a OACE junto ao tronco da artéria pulmonar, achado patognomônico da síndrome de Bland-White Garland (ALCAPA). Realizada cirurgia corretiva de anastomose da CE na aorta e plastia mitral. Evoluiu bem no pós-operatório, com bom resultado cirúrgico e compensada da (ICC). Alta hospitalar após 16 dias da cirurgia cardíaca. Atualmente está clinicamente estável, com desenvolvimento adequado para idade, em uso de medicações para compensação da ICC e sem déficits neurológicos.CONCLUSÃO: Este caso mostra que (OACE) nem sempre é de fácil diagnóstico, sendo importante o conhecimento do pediatra geral quanto ao diagnóstico diferencial e avaliação do cardiologista pediátrico com ETT nos quadros de ICC e quadros de infecção respiratórias de repetição na infância. Portadores de (OACE) tem maior chance de cursar com infecções respiratórias de repetição e alta chance de desenvolver falência cardíaca e insuficiência mitral. O diagnóstico precoce e a correção cirúrgica deste defeito congênito e o tratamento curativo, impactam na qualidade de vida destes doentes. RESUMOS TEMAS LIVRES 40336 40347 Implante percutâneo de Válvula Aórtica: Resultados imediatos e seguimento clínico. Classificação funcional em insuficiência cardíaca: existe associação entre o teste cardiopulmonar e a NYHA? NARJARA DE OLIVEIRA CARDOSO DOURADO, MATHEUS PAMPONET FREITAS, ADRIANO ARAUJO MATOS MAGALHAES, THIAGO CARVALHO PEREIRA, MARILIA MENEZES GUSMÃO, ISABELA PILAR MORAES ALVES DE SOUZA, CAMILA HOLANDA, GEORGE LUIS OLIVEIRA DA SILVA, ADRIANO DIAS DOURADO OLIVEIRA, JOBERTO PINHEIRO SENA e JOSE CARLOS RAIMUNDO BRITO LUIZ RITT, GUSTAVO FREITAS FEITOSA e EDUARDO SAHADE DARZÉ Hospital Santa Izabel, Salvador, BA, BRASIL - Hospital da Bahia, Salvador, BA, BRASIL - Hospital Português, Salvador, BA, BRASIL. Introdução: O implante percutâneo de válvula aórtica (IPVA) para o tratamento da estenose aórtica (EAo) calcificada grave em pacientes de alto risco cirúrgico já está estabelecido como indicação IB pelas diretrizes Brasileira e Americana. Estudo recente sugere esta abordagem como primeira escolha no tratamento de EAo nestes pacientes, inclusive com menor risco de mortalidade e eventos cardiovasculares maiores quando comparada à cirurgia convencional. Objetivo: Apresentar o resultado hospitalar e a evolução clínica de 18 pacientes consecutivos portadores de EAo grave tratados por IPVA. Métodos: Estudo observacional, onde foram revisados por meio de prontuário eletrônico a descrição dos 18 casos de IPVA realizados em 03 hospitais, no período de janeiro de 2010 a janeiro de 2015. Foram analisados os critérios de idade, sexo, gradiente médio pré e pós procedimento, classe funcional, sucesso do procedimento, complicações e óbito. Resultados: Mediana idade 83,5 anos (75 – 94 a); 66% sexo feminino; 100% em CF III/IV; Média dos escores de risco STS 17,21%; EURO Score II 12,8%; área valvar média=0,61 cm2; fração ejeção= 62%. Todos os procedimentos foram realizados por via femoral e apenas 1 por dissecção cirúrgica. Os 7 primeiros implantes com CoreValve (CV) e os demais com Edwards XT (Ed). O sucesso do implante foi de 100%, com redução da média do gradiente sistólico transvalvar de 78 mmHg para 16 mmHg. 4 pacientes (22%) ficaram com IAo moderada e 01 apresentou rotura de anel com CIV pequena, sem repercussão clínica. Houveram 02 óbitos hospitalares, por choque séptico e complicação vascular, 2 complicações vasculares maiores (11%) que não levaram ao óbito, 01 AVCi (5%), sem sequela, e 02 pacientes com necessidade de implante de marcapassos definitivos (11%). 16 pacientes (89%) tiveram alta hospitalar em CF I/II (13/3). No seguimento clínico, houve 01 óbito, paciente número 1, após 3 meses, por Choque Séptico. Demais pacientes mantém-se em CF I/II, sem novos eventos cardiovasculares. Conclusões Nesta população, o IPVA mostrou-se seguro e eficaz, com resultados hospitalares semelhantes aos da literatura, apesar de representar a experiência inicial do grupo envolvido no procedimento. A ocorrência de AVC foi muito baixa. Nessa série, a IAo moderada não modificou a evolução clínica a médio e longo prazo Hospital Cardio Pulmonar da Bahia, Salvador, BA, BRASIL. Introdução: o teste cardiopulmonar (TCP) tem papel reconhecido na avaliação de prognóstico na insuficiência cardíaca (ICC). Além do VO2 pico, outras variáveis do TCP são de valor prognóstico independente. Essas variáveis foram combinadas em um escore chamado “CPX summed score” (escore TCP) que se mostrou de valor independente e superior às variáveis isoladas para fins de avaliação funcional e de prognóstico em ICC. Objetivo: avaliar a associação entre a classificação de NYHA e o escore TCP na avaliação de pacientes com ICC. Métodos: 47 pacientes consecutivos com diagnóstico de ICC realizaram TCP como rotina de avaliação clínica. O escore TCP foi calculado de acordo com a publicação original (VE/CO2 ≥ 34 = 7 pontos, recuperação da frequencia cardíaca ≤ 6 bpm = 5 pontos, OUES ≤ 1,4 = 3 pontos, PeTCO2 < 33 mmHg = 3 pontos, VO2 pico ≤ 14 ml/kg/min = 2 pontos), divididos em quartis de gravidade crescente (0-5, 6-10, 11-15, > 15). 7 pacientes foram excluídos por impossibilidade de se calcular o escore (ex. ritmo não sinusal). A NYHA foi determinada com base na anamnese no dia do exame. Correlação de Spearmann foi utilizada para testar a associação entre NYHA e o escore TCP. Resultados: 81% eram homens, 53% tinham coronariopatia como causa da ICC, 83% estavam em uso de IECA ou BRA, 94% em uso de betabloqueador. A idade média foi de 57 ± 14 anos, a fração de ejeção média foi de 37±12%. VO2 pico médio de 19,9 ± 6,1 ml/kg/min; RER 1,02 ± 0,12; VE/ VCO2 slope médio de 42 ± 10; o escore TCP médio foi de 9,2 ±5,4. O percentual de pacientes em NYHA I, II, III e IV foram respectivamente: 38%, 51%, 11% e 0%. Pelo escore TCP, o percentual nas classes 0-5, 6-10, 11-15, > 15 foram, respectivamente: 27,5%, 40%, 27,5% e 5%. O coeficiente de correlação entre NYHA e escore TCP foi R 0,21 (p = 0,18). Dentre as variáveis do TCP a NYHA correlacionou-se apenas com o VO2 pico (R 0,32; p < 0,05). O escore TCP manteve correlação com todas variáveis funcionais do TCP e de forma mais expressiva com o VO2 (R 0,6; p < 0,01) que o NYHA. Conclusão: em uma população de pacientes com ICC não houve associação entre a classificação NYHA e um escore baseado nas variáveis do TCP. Estudos com correlação prognóstica são necessários para determinar qual das classificações tem a melhor performance na avaliação de risco. 40351 40353 Correlação entre os níveis séricos de BNP e a dispersão do intervalo QT em pacientes com câncer de mama, após primeiro ciclo de quimioterapia com doxorrubicina. Efeitos agudos do primeiro ciclo de doxorrubicina sobre o intervalo QT e a dispersão do QT em pacientes com câncer de mama: resultados observados em uma coorte prospectiva. EDVAL GOMES DOS SANTOS JÚNIOR, DANIEL DE CASTRO ARAÚJO CUNHA, ISRAEL REIS, JOÃO RICARDO PINTO LOPES, DANILO LEAL DE MIRANDA, NILSON LIMA LOPES, MATEUS DE SOUZA REIS, SUZANE PEREIRA DE CARVALHO, ELISSAMA DE JESUS SENA REIS, LUDMILA OLIVEIRA BRAGA MOTTA e ANDRE LUIZ CERQUEIRA DE ALMEIDA EDVAL GOMES DOS SANTOS JÚNIOR, DANIEL DE CASTRO ARAÚJO CUNHA, TAYLA SILVA SANTOS, SAMUEL OLIVEIRA AFONSECA, ISRAEL REIS, JOÃO RICARDO PINTO LOPES, MAURÍCIO GOMES DA SILVA SERRA, DANILO LEAL DE MIRANDA, SUZANE PEREIRA DE CARVALHO, NILSON LIMA LOPES e ANDRE LUIZ CERQUEIRA DE ALMEIDA Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, BA, BRASIL - Hospital Dom Pedro de Alcântara, Feira de Santana, BA, BRASIL - Unidade de Alta Complexidade em Oncologia - UNACON, Feira de Santana, BA, BRASIL. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, BA, BRASIL - Hospital Dom Pedro de Alcântara, Feira de Santana, BA, BRASIL - Unidade de Alta Complexidade em Oncologia - UNACON, Feira de Santana, BA, BRASIL. Introdução: A diretriz brasileira de cardio-oncologia recomenda a dosagem de troponina e do BNP para monitorização de cardiotoxicidade induzida por quimioterápicos. A utilização do eletrocardiograma, um exame acessível e barato, poderia representar uma alternativa já que existem evidências de associação entre a elevação de biomarcadores e aumento da dispersão do intervalo QT em pacientes não oncológicos. É necessário, entretanto, avaliar esta associação em pacientes expostos à doxorrubicina. O objetivo deste trabalho é avaliar se a medida da dispersão do QT em ECG de repouso se correlaciona com a dosagem de BNP, após infusão da primeira dose de Doxorrubicina. Metodologia: Coorte prospectiva de pacientes portadores de câncer de mama, encaminhadas consecutivamente para quimioterapia com doxorrubicina. Análise de normalidade através do teste de Shapiro-wilk. As médias do BNP e da dispersão do QT, antes e após, exposição à antraciclina foram comparadas através do teste T para amostras dependentes ou teste de Wilcoxon, de acordo com o padrão de normalidade. Análise de correlação bivariada através de diagramas de dispersão e coeficiente de correlação de Spearman. Análise estatística no SPSS 9.0. Significância estatística se p < 0,05. Pesquisa aprovada pelo CEP local e todos assinaram TCLE. Resultados: Incluídos 31 mulheres portadoras de câncer de mama com média etária de 49±11 anos. A dose média de doxorrubicina no primeiro ciclo foi de 58±4 mg/m². O tempo médio decorrido da infusão do quimioterápico para a realização do ECG foi de 13,7±9,4 dias e para coleta de BNP foi de 12,9±9,5 dias. O BNP elevou-se em 11 pacientes (35%) e reduziu-se em 7 (22%). O valor médio basal do BNP foi de 12±18 pg/mL e do QTc foi de 412±22 ms; após infusão do primeiro ciclo, o valor médio do BNP foi de 14±21 pg/mL e do QTc de 417±20ms. Houve uma correlação significante entre os valores de BNP e a dispersão do QT (r=0,48, p<0,01) e dispersão do QTc (r=0,44, p=0,01), após infusão de antraciclina. Conclusão: Em uma amostra de pacientes portadores de câncer de mama, submetidos ao primeiro ciclo de doxorrubicina, houve uma correlação fraca, porém estatisticamente significante, entre os valores do BNP e a dispersão do QT. São necessários mais estudos para avaliar a importância clínica deste achado. Introdução: A doxorrubicina, um agente quimioterápico frequentemente utilizado no tratamento do câncer de mama, tem o potencial de desenvolver alterações eletrofisiológicas no coração, como prolongamento do intervalo QT e aumento da dispersão do QT. Entretanto, informações sobre os seus efeitos agudos são escassas. No Brasil, a utilização do eletrocardiograma (ECG), um exame de baixo custo, pode representar uma estratégia atrativa para identificação precoce de cardiotoxicidade. O objetivo deste trabalho é avaliar os efeitos agudos do primeiro ciclo de doxorrubicina sobre o intervalo e a dispersão do QT. Metodologia: Coorte prospectiva de mulheres com câncer de mama, encaminhadas consecutivamente para quimioterapia com doxorrubicina. Foram excluídos traçados com menos de 8 derivações analisáveis. Utilizou-se a média do intervalo QT de no mínimo 2 batimentos consecutivos. O intervalo QT foi corrigido pela fórmula de Bazett: QTc = QT / √ RR. A dispersão dos intervalos QT e QTc foi calculada, respectivamente, como a subtração entre o maior e o menor intervalo QT e QTc das 12 derivações eletrocardiográficas. Aplicado teste de normalidade de Shapiro-Wilk. As médias do intervalo QT e da dispersão do QT, antes e após exposição à doxorrubicina, foram comparadas através do teste T para amostras dependentes ou teste de Wilcoxon. Significância estatística se p < 0,05. Análise estatística no SPSS 9.0. Estudo aprovado pelo CEP local e todos os pacientes assinaram TCLE. Resultados: Foram incluídos no estudo 35 pacientes com média de idade de 49 ± 12 anos. A dose cumulativa média de Doxorrubicina foi de 58±4 mg/m². Após um período 14±9 dias, entre infusão da Doxorrubicia e realização do ECG de controle, não foram observadas diferenças estatisticamente significantes no intervalo QT médio (364,76±26,66ms vs 365,64+-24,92ms; p=0,79), intervalo QTc médio (410,75±22,18ms vs 415,64±20,49ms; p=0,19), dispersão do QT (42,68±15,10ms vs 46,56±14,91ms; p=0,28) e a dispersão do QTc médio (48,58±18,38ms vs 52,71±15,81ms; p=0,31). Conclusão: A infusão do primeiro ciclo de Doxorrubicina em pacientes com câncer de mama não produziu alterações significativas no intervalo QT ou na dispersão do QT. Assim, a pesquisa sistemática de cardiotoxicidade aguda, através da avaliação do intervalo QT, não deve ser recomendada. Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 21 RESUMOS TEMAS LIVRES 22 40355 40357 BNP, troponina I, CK-MB-massa e mioglobina, dosados antes da quimioterapia, podem predizer cardiotoxicidade aguda induzida por antraciclina? Características clínicas e prevalência de fatores de risco cardiovasculares em indivíduos que elevaram o BNP após quimioterapia com antraciclina. EDVAL GOMES DOS SANTOS JÚNIOR, ELISSAMA DE JESUS SENA REIS, NILSON LIMA LOPES, TAYLA SILVA SANTOS, MAURÍCIO GOMES DA SILVA SERRA, MURILO OLIVEIRA DA CUNHA MENDES, ISRAEL REIS, JOÃO RICARDO PINTO LOPES, JOÃO VITOR ASSIS COSTA, SAMUEL OLIVEIRA AFONSECA e ANDRE LUIZ CERQUEIRA DE ALMEIDA EDVAL GOMES DOS SANTOS JÚNIOR, LUDMILA OLIVEIRA BRAGA MOTTA, MURILO OLIVEIRA DA CUNHA MENDES, JOÃO VITOR ASSIS COSTA, ELISSAMA DE JESUS SENA REIS, MILLENA MARQUES CERQUEIRA, MILLENA VANESSA OLIVEIRA DAMASCENO, BRUNA MOREIRA AGUIAR, JOÃO RICARDO PINTO LOPES, ISRAEL REIS e ANDRE LUIZ CERQUEIRA DE ALMEIDA Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, BA, BRASIL - Hospital Dom Pedro de Alcântara, Feira de Santana, BA, BRASIL - Unidade de Alta Complexidade em Oncologia - UNACON, Feira de Santana, BA, BRASIL. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, BA, BRASIL - Hospital Dom Pedro de Alcântara, Feira de Santana, BA, BRASIL - Unidade de Alta Complexidade em Oncologia - UNACON, Feira de Santana, BA, BRASIL. Introdução: A definição de cardiotoxicidade tem sido feita através da queda da fração de ejeção, que costuma ocorrer tardiamente e frequentemente de modo irreversível. É necessário o estabelecimento de uma nova estratégia diagnóstica que identifique precocemente pacientes de maior risco para cardiotoxicidade¹,². O uso de biomarcadores é promissor², ³. O objetivo deste trabalho é determinar se os valores basais de biomarcadores possuem valor prognóstico na predição de cardiotoxicidade aguda, definida pela queda da FEVE ≥ 10%. Metodologia: Coorte prospectiva, com amostragem não probabilística, de mulheres portadoras de câncer de mama, encaminhadas consecutivamente para quimioterapia com doxorrubicina (Dox). Utilizou-se o teste T de student ou o Mann-Whitney para comparação dos valores séricos dos biomarcadores no grupo que desenvolveu cardiotoxicidade versus o grupo sem cardiotoxicidade. Teste de Wilcoxon para avaliar mudança na concentração de cada biomarcador entre o momento zero e após a primeira quimioterapia. O poder discriminativo dos biomarcadores foi avaliado através de curvas ROC. Significância estatística se p < 0,05. Análise estatística no SPSS 9.0. Estudo aprovado pelo CEP local e todos os pacientes assinaram TCLE. Resultados: Incluídos 37 mulheres portadoras de câncer de mama. Média etária de 50±11 anos. A fração de ejeção basal foi de 66±4% e após primeira dose de antraciclina foi de 63±4% (p<0,01). A dose média da primeira infusão de doxorrubicina foi de 57±4mg/m2 e o tempo médio entre a infusão do quimioterápico e a dosagem dos biomarcadores foi de 13±9 dias. Cardiotoxicidade aguda ocorreu em 7 indivíduos (19%). Comparando-se o período basal com o pós Dox, não encontramos diferenças nas médias do BNP (12±16 vs 14±19 pg/mL, p=0,47), troponina (0,025 vs 0,025 ng/ mL), CKMB massa (0,89±1 vs 0,65±0,33 ng/mL, p=0,17) e mioglobina (69±77 vs 47±22 ng/mL, p=0,08). Nenhum dos biomarcadores apresentou capacidade para discriminar indivíduos com risco de desenvolver cardiotoxicidade aguda, após primeira infusão de doxorrubicina. Conclusão: A dosagem basal de BNP, troponina I, CKMB massa e mioglobina não demonstrou poder discriminativo para identificar cardiotoxicidade aguda após primeira infusão de doxorrubicina. Introdução: O desenvolvimento de cardiotoxicidade após exposição quimioterápica identifica indivíduos de alto risco para doenças cardiovasculares (DCV), principal causa de morte neste grupo. A Diretriz Brasileira de Cardio-Oncologia recomenda a dosagem de BNP para o diagnóstico precoce da cardiotoxicidade. O objetivo deste estudo é comparar as características clínicas e a prevalência dos fatores de risco para DCV em portadores de câncer de mama que desenvolveram elevação do BNP após o primeiro ciclo de doxorrubicina (Dox) com grupo que não elevou o biomarcador. Metodologia: Coorte prospectiva com a inclusão de mulheres submetidas consecutivamente ao tratamento com doxorrubicina em um centro de referência. Realizado entrevista e aplicado questionário estruturado. Realizado dosagem de BNP no momento basal e após a primeira infusão de Dox. Indivíduos com elevação de BNP foram considerados portadores de cardiotoxicidade subclínica (grupo A) e foram comparados com aqueles sem elevação de BNP (grupo B). Utilizou-se o teste T de Student, o teste do Qui-quadrado ou o teste exato de Fisher para comparação de grupos. p < 0,05. Análise no SPSS 9.0. Estudo aprovado pelo CEP local e todos os pacientes assinaram TCLE. Resultados: Foram incluídas 31 mulheres com média etária de 49±11 anos. A dose média de Dox foi de 57±4mg/m². A FEVE média basal foi 66±3%. A prevalência de HAS foi de 48%, obesidade 18%, dislipidemia 6,9%, diabetes 3,4% e tabagismo 3,4. Em 19% identificaram-se dois ou mais fatores de risco. A média do BNP basal foi de 12±16pg/mL. O BNP elevou-se em 11 pacientes (35%). Não houve diferenças na prevalência de HAS (p=0,19), obesidade (p=0,62), dislipidemia (p=0,51), diabetes (p=1,00) e tabagismo (p=1,00) entre os grupos A e B. A média etária foi significativamente mais elevada no grupo que desenvolveu cardiotoxicidade subclínica (55±9 vs 46±11 anos; p=0,048). A elevação do BNP foi especialmente comum em mulheres idosas com mais de 60 anos (83% vs 24%; p=0,01). Conclusão: A prevalência de fatores de risco para DCV é elevada, porém, semelhante entre os grupos analisados. Mulheres idosas, especialmente acima dos 60 anos, apresentaram elevada incidência de cardiotoxicidade subclínica, identificada pela elevação do BNP. 40358 40359 Prevalência de obesidade e obesidade abdominal em adultos e idosos hipertensos atendidos em unidades básicas de saúde. Controle dos níveis pressóricos entre indivíduos hipertensos acompanhados na estratégia de saúde da família em um município do recôncavo baiano. NADSON BRUNO SERRA SANTOS, KAIO VINICIUS FREITAS DE ANDRADE, CARLITO LOPES NASCIMENTO SOBRINHO, THIARA RAVENA SOUSA CARVALHO, SERGIO DE SOUZA SILVA BURUAEM, ALYNE MASCARENHAS SOUZA, CINTYA DA SILVA FILHO, JENNIFER SILVEIRA DE ALMEIDA, FELIPE FERREIRA RIBEIRO DE SOUZA e EDVAL GOMES DOS SANTOS JÚNIOR NADSON BRUNO SERRA SANTOS, KAIO VINICIUS FREITAS DE ANDRADE, CARLITO LOPES NASCIMENTO SOBRINHO, CINTYA DA SILVA FILHO, SERGIO DE SOUZA SILVA BURUAEM, THIARA RAVENA SOUSA CARVALHO, ALYNE MASCARENHAS SOUZA, FELIPE FERREIRA RIBEIRO DE SOUZA, MATEUS DE SOUZA REIS e EDVAL GOMES DOS SANTOS JÚNIOR Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, BA, BRASIL. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, BA, BRASIL. Introdução: Hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um dos principais fatores de risco cardiovasculares (CV) modificáveis, com alta prevalência em nossa sociedade. A obesidade tem se tornado um problema de saúde pública e frequentemente associado à HAS. A obesidade abdominal adiciona valor prognóstico ao índice de massa corpórea (IMC) e a HAS na determinação de eventos cerebrovasculares. No Brasil existem poucas informações sobre a prevalência de obesidade em pacientes hipertensos. O objetivo deste trabalho é avaliar a prevalência de obesidade e obesidade abdominal em uma população de hipertensos idosos atendidos em duas unidades básicas de saúde. Métodos: Estudo de corte transversal. Obesidade foi definida pelo IMC maior ou igual a 30 Kg/m². Obesidade abdominal foi definida por uma circunferência abdominal maior ou igual a 102cm para homens e 88cm para mulheres. Pacientes foram categorizados em adultos (idade entre 18 a 59 anos) e idosos (idade maior ou igual a 60 anos). Aplicado teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov. Médias foram comparadas pelo teste T de Student ou pelo teste de Mann-Whitney. Proporções foram comparadas pelo teste do Qui-quadrado. Significância estatística se p<0,05. Análise estatística no SPSS 9.0. Pesquisa aprovada no CEP local. Resultados: Foram analisados os dados de 356 pacientes hipertensos. Idosos corresponderam a 42% do total, 31% do gênero masculino. Entre estes, a média etária foi de 70±7 anos. Pacientes idosos apresentaram médias sistólicas e diastólicas semelhantes às dos adultos (150mmHg vs 147mmHg, p=0,41; 95mmHg vs 95mmHg, p=0,93, respectivamente). Os idosos apresentaram menor IMC médio (26,6±8Kg/m² versus 29,7±9Kg/m², p<0,01) e menor circunferência abdominal (94±15cm vs 100±14cm, p<0,01). Considerando a população total, a prevalência de obesidade foi de 37% e de obesidade abdominal foi de 67%. Os idosos apresentaram menor prevalência de obesidade (27% versus 44%, p<0,01) e de obesidade abdominal (56% versus 74%, p<0,01). Conclusão: Nesta população de hipertensos, a prevalência de obesidade e obesidade abdominal foi muito elevada, tanto em adultos como em idosos. Medidas preventivas e estratégias de saúde pública que promovam redução do peso e diminuição da circunferência abdominal são necessárias. Introdução: Um número preocupante de eventos cardiovasculares graves como infarto, AVC e mortes, é atribuível à hipertensão arterial sistêmica. Embora preconizado pelas diretrizes, a literatura tem identificado um baixo percentual de pacientes dentro das metas pressóricas. Alguns estudos têm sugerido que as taxas de controle podem variar de acordo com o sexo. O objetivo deste trabalho é determinar o percentual de pacientes dentro das metas pressóricas e se o sexo exerce influência sobre este controle. Metodologia: Estudo de corte transversal com a inclusão de todos os pacientes hipertensos atendidos em duas unidades de atenção primária. Calculou-se a média pressórica de acordo com orientações recomendadas pela VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. A meta pressórica foi de 130/80 mmHg para pacientes com três ou mais fatores de risco cardiovasculares, cardiopatia, AVC prévio ou diabetes, e inferior a 140/90mmHg para os demais. Médias foram comparadas pelo teste T de Student ou pelo teste de Mann-Whitney. Proporções foram comparadas pelo teste do Qui-quadrado. Significância estatística se p<0,05. Análise estatística no SPSS 9.0. Pesquisa aprovada no CEP local. Resultados: Foram incluídos no estudo 356 pacientes, com média etária de 57±14 anos, 76% do sexo feminino. Não houve diferenças na proporção de mulheres e homens quanto a prática regular de exercícios físicos (30% vs 35%,p=0,38) ou na redução de sal na dieta (91% vs 92%, p=0,74). As principais classes de anti-hipertensivos foram: IECA (32,4%), tiazídicos (26,6%), BRA (19,9%) e BCC (10,7%). A média sistólica foi mais baixa nas mulheres (147±24 versus 153±26 mmHg, p=0,05). A média diastólica foi semelhante nos dois sexos (95±29 versus 96±17 mmHg, p=0,82). O percentual de mulheres e homens com alto risco cardiovascular foi semelhante (39% versus 38%, p=0,87). Apenas 28% dos indivíduos estavam dentro das metas pressóricas preconizadas, sem diferenças entre o sexo feminino e masculino (p=0,21). Idade (p=0,76), nível de escolaridade (p=0,60) e de renda (p=0,60) não estiveram associadas ao alcance das metas. Conclusão: A proporção de pacientes hipertensos dentro das metas pressóricas é muito baixa e não sofreu influência do sexo. Estes dados indicam a necessidade de aperfeiçoamento das intervenções farmacológicas e não farmacológicas para o manejo da hipertensão. Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 RESUMOS TEMAS LIVRES 40362 40365 Influência da idade nos desfechos clínicos intra hospitalares em pacientes com infarto agudo do miocárdio com supradesnível de ST (IAMSST)] Perspectiva de homens hipertensos sobre o uso de inovação tecnológica para Educação em Saúde MARCELO GOTTSCHALD FERREIRA, JOSE CARLOS RAIMUNDO BRITO, BRUNO MACEDO AGUIAR, JOBERTO PINHEIRO SENA, GUSTAVO MARTINELLI, GEORGE LUIS OLIVEIRA DA SILVA, GILSON SOARES FEITOSA FILHO, HEITOR GHISSONI DE CARVALHO, ADEMAR SANTOS FILHO, ADRIANO DIAS DOURADO OLIVEIRA e ANTONIO MORAES DE AZEVEDO JUNIOR ANDREIA PESSOA DOS ANJOS, ANDREZA APARECIDA CASTRO MIRANDA PÊPE, FERNANDA ALEXANDRE CAROSO, FERNANDA SANTOS OLIVEIRA, GLICIA GLEIDE GONÇALVES GAMA, POLLYANA PEREIRA PORTELA, ANDRÉIA SANTOS MENDES e FERNANDA CARNEIRO MUSSI Hospital Santa Isabel, Salvador, BA, BRASIL. Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador, BA, BRASIL - Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA, BRASIL. Introdução: O fator idade é conhecido como um marcador de risco isolado na doença arterial coronaria, sendo utilizado em diversos escores de estratificação dos pacientes. No IAMSST, a identificação de características e complicações mais frequentes no grupo de maior faixa etária pode auxiliar no desenvolvimento de estratégias específicas para redução da morbimortalidade. Objetivo :Comparar os desfechos clínicos intra hospitalares entre pacientes com idade < e = ou > a 75 anos, admitidos com IAMSST e submetidos a intervenção coronária percutânea (ICP)em hospital de referência em Cardiologia de Salvador (BA). Metodologia: Registro prospectivo dos pacientes consecutivos admitidos entre junho 2012 e julho de 2014 com diagnóstico de IAMSST e cadastrados no setor de hemodinâmica do hospital. Resultados: Foram incluídos 258 pacientes,sendo 162 (62,7%) do sexo masculino e com média de idade 61,5anos ( DP 11,7).Os pacientes com idade = ou > a 75 anos (N=38) apesentaram maior prevalência de hipertensão (89,5% vs 68,2%;p:0,007), dislipidemia (59,5% vs 38,6;p:0,017),insuficiência renal crônica (8,1vs0,9;p:0,003), antecedente de IAM (21,1%vs5,5%;p:0,002) e uso de medicações prévio a adimissão.Neste grupo a via de acesso mais utilizada foi a femoral (50%vs26,8%;p:0,004)e houve maior mortalidade intra hospitalar (28,9%vs 5,0%;p:<0,001, RR: 5,78), tanto de causa cardíaca (18,4%vs3,2%;p:<0,001) como não cadíaca (10,5%vs1,8%;p:0,004). Não houve diferença estatísticamnte significativa nos demais desfechos clínicos avaliados ( IAM, AVC, revascularização de urgência, sangramento e insuficiência renal). Conclusão: Os pacientes com diagnóstico de IAMSST e idade = ou > a 75 anos representam um grupo mais complexo e com maior risco de mortalidade intra hospitalar. Introdução: A utilização de recursos tecnológicos vem sendo difundida entre as doenças crônicas, como a hipertensão arterial sistêmica (HAS). Propostas de educação em saúde podem ser desenvolvidas utilizando-se inovações tecnológicas de forma a favorecer a promoção da saúde. O uso destes recursos, na área da saúde, pode aproximar homens hipertensos aos profissionais de saúde contribuindo para a aceitação do processo educativo e na melhora do conhecimento sobre a doença. Objetivo: Verificar a opinião de homens hipertensos sobre o recebimento de mensagens de texto com informações preventivas sobre HAS. Metodologia: Estudo descritivo realizado em um ambulatório referência em cardiologia de unidade básica de saúde em Salvador/BA. Vinte e seis homens hipertensos que tinham celular foram entrevistados após recebimento de mensagens curtas de texto (SMS) com conteúdo educativo sobre a HAS e seus fatores de risco. Resultados e Discussão: A acessibilidade ao conteúdo de mensagens educativas através dos celulares foi reconhecida de maneira positiva por todos os homens entrevistados como uma nova possibilidade de contato e monitoramento sobre a importância de controlar os fatores de risco da HAS. Desta forma a inovação no processo assistencial tem impacto na melhoria na qualidade de vida das pessoas. Conclusão: O envio de SMS contribuiu para incentivar os homens hipertensos na mudança de estilo de vida e favorecer o controle dos fatores de risco para HAS. Ressalta-se que para a consolidação de uma assistência eficaz, utilizando tecnologias, é relevante a preservação de uma atenção acolhedora e humanizada. 40378 40379 Importância clínica do supradesnível do segmento ST em aVR no infarto agudo do miocárdio. Hospital Ana Nery, Salvador, BA, BRASIL. Correlação entre os tempos implicados no acesso a hospitais de referência em cardiologia por vítimas de infarto do miocárdio VIRGINIA RAMOS DOS SANTOS SOUZA REIS, ANDRÉIA SANTOS MENDES, CARLOS ANTONIO DE SOUZA TELES SANTOS e FERNANDA CARNEIRO MUSSI Universidade Federal da Bahia - UFBA, Salvador, BA, BRASIL - Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS, Feira de Santana, BA, BRASIL. Introdução: Estudos recentes vem reportando que o infarto com supradesnível de ST (IAMCSST) em aVR é um indicador de lesão de tronco de coronária esquerda (TCE) ou lesão ostial da descendente anterior (DA) e, portando, não deve ser ignorado. Descreveremos três casos clínicos de pacientes que apresentaram IAMCSST particularmente na derivação aVR admitidos no Hospital Ana Nery, Salvador, BA, em 2014. Caso 1: FA, 80 anos, hipertenso, dislipidêmico, renal crônico não dialítico, doença carotídea bilateral. Histórico de IAM e AVC. Estava em domicílio quando apresentou dor típica, irradiando para membros superiores. Submetido a ECG que revelou supradesnível de ST em aVR (1.5mm do ponto J) e infradesnível de ST na parede ínferolateral. Admitido em Killip III, cineangiocoronariografia com obstrução de 75 e 90% em segmento proximal e médio-distal da artéria descendente anterior(DA), oclusão da circunflexa(Cx) e oclusão coronária direita(CD). Submetido a angioplastia da artéria DA com 02 stents convencionais, com sucesso angiográfico. Após procedimento, evoluiu sem intercorrências. Caso 2: JEB, 72 anos, hipertenso, diabético, obeso, evoluindo com angina instável de alto risco. Cineangiocoronariografia com lesão segmentar na origem da DA, estendendo-se até a sua porção media, ponto de maior obstrução de 95%, primeiro diagonal 90% proximal, CX 50% no terço médio e grande marginal 99% na origem. Optado por tratamento cirúrgico. Evoluiu, porém, com parada cardiorrespiratória em ritmo de fibrilação ventricular. Reanimado com sucesso e sem sequelas neurológicas após 3 minutos. ECG pós parada com supra de ST em aVR e infradesnível anterolateral e inferior. Encaminhado para a RM (Revascularização Miocárdica) de urgência. Caso 3: OJS, 82 anos, hipertenso, ex-tabagista, cursou com fratura de colo do fêmur sendo indicado abordagem cirúrgica. Evoluiu, porém, com crise hipertensiva e precordialgia. Realizou ECG com supradesnível de aVR e infradesnível ínferolateral. seguido de cineangiocoronariografia com oclusão de 90% do TCE. Devido a anatomia coronária desfavorável, com leitos distais finos e lesões difusas, além do alto risco cirúrgico, optou-se por tratamento conservador. Conclusão: O achado de supradesnível de ST na derivação aVR deve ser prontamente identificado e tratado, sendo um importante preditor de gravidade. Introdução: O infarto agudo do miocárdio (IAM) representa mais de 80% dos casos de doença isquêmica do coração e é a mais letal. Um dos fatores que contribuem para a diminuição da mortalidade pela doença é o rápido atendimento, visto que a maioria das mortes ocorre na primeira hora após o início dos sintomas. Objetivo: Estimar a associação entre a variável resposta TCHRC (tempo de chegada aos hospitais de referência em cardiologia) e as variáveis preditoras TD (tempo de decisão para procura de um serviço de saúde), TT (tempo de transporte até o primeiro local de atendimento), TPRS (tempo de permanência na rede de saúde). Métodos: Estudo transversal, realizado em dois hospitais públicos de referência em cardiologia, no município de Salvador-BA, com 100 pessoas com diagnóstico médico de IAM. Os dados foram obtidos mediante entrevista e consulta a prontuário. Os tempos foram estimados utilizando-se a média geométrica. Para analisar as correlações do TD, do TT e do TPRS com o TCHRC foi utilizado o coeficiente de correlação de Pearson, o modelo bivariado e multivariado de regressão linear. Adotou-se a significância estatística de 5%. Resultados: Predominaram homens; idade<60 anos; raça/cor autodeclarada negra; casados; baixa escolaridade e renda. A maioria dos participantes teve início dos sintomas no domicílio; utilizou meios de deslocamento inadequados; não sabia aonde procurar atendimento; recebeu a conduta atendimento, admissão e posterior transferência no primeiro serviço de saúde procurado; foi admitida nos hospitais de referência em cardiologia até o terceiro atendimento. A insuficiência de recursos determinou a peregrinação na rede de saúde. As médias em horas para os tempos foram: TD 1,1; TT 0,43; TPRS 35,7; e TCHRC 40,6. Observou-se que o TD e o TPRS tiveram, respectivamente, correlação moderada 0,34 (p=0,00) e forte 0,99 (p=0,00) na composição do TCHRC, estimadas pelos coeficientes de Correlação de Pearson. Para o TT, o coeficiente de correlação foi fraco, de 0,07 (p=0,49). Semelhantemente, os modelos bivariado e multivariado de regressão linear mostraram que o TPRS contribuiu com maior incremento do TCHRC. Conclusão: O tempo de permanência na rede de saúde foi o componente que melhor explicou o tempo de chegada aos hospitais de referência em cardiologia, explicitando a limitação da oferta de atenção à saúde especializada face ao IAM. TATIANA S BRANDÃO, ANDRÉ R DURÃES e ROQUE A JUNIOR Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 23 RESUMOS TEMAS LIVRES 40383 Custos de internamentos hospitalares por infarto agudo do miocárdio no sistema único de saúde na Bahia- 2009-2014 LORENA NOVAES SILVA, THIALE OLIVEIRA SANTOS PEREIRA, THAINARA REIS CRUZ, CLAUDIANA RIBEIRO DA SILVA, GILMAR JESUS DOS SANTOS, CARINE SANTOS DE CARVALHO, ANA CARLA CARVALHO COELHO, ELIEUSA E SILVA SAMPAIO e CAROLINA SOUZAMACHADO Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA, BRASIL. Introdução: O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é uma emergência clínica, que para a sua recuperação exige inúmeras medidas, incluindo intervenções medicamentosas e cirúrgicas. Estas ações geram custos diretos aos serviços de saúde, por isso torna-se relevante a adoção de medidas preventivas que evitem tais eventos no contexto do sistema de saúde brasileiro. Objetivo: Estimar os custos de internamento por IAM no Sistema Único de Saúde (SUS) na Bahia, entre os anos de 2009 e 2014. Métodos: Estudo descritivo de série histórica do período de 2009 a 2014. Foram coletados: números de internações por IAM por local de residência, sexo, faixa etária, dias de permanência, segundo lista morbidade CID-10 (infarto agudo do miocárdio) na Bahia e capital na base de dados do SIH/ DATASUS. Foram coletadas também informações referentes ao número de hospitalizações, custos totais e tempo de permanência hospitalar. As médias dos custos diretos foram calculadas. A coleta dos resultados foi realizada no mês de março de 2015. Resultados: Durante o período de estudo registrou-se 27.801 e 5.681 hospitalizações na Bahia e Salvador, respectivamente, a um custo total de R$ 49.336.277,87, variando de 5.432.829,25 a 12.345.314,88 reais. A média de permanência dos internamentos foi de 93,9 e 26,4 dias na Bahia e capital respectivamente. Os custos diretos em Salvador e da Bahia obtiveram comportamento semelhante, com elevação ao longo do período de estudo. Bahia e Salvador apresentam 646 e 112 unidades hospitalares, respectivamente, registrados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). Em relação ao sexo, as mulheres apresentaram mais hospitalizações por IAM do que os homens (R$607.794.408,53 vs. R$504.798.306,58). Em relação a faixa etária, observou-se que o maior custo por internações por IAM foi entre 60 e 69 anos, gerando gastos de R$14.044.764,83. Considerações finais: Os custos diretos com IAM na Bahia e capital são elevados, com acentuação ao longo dos anos de estudo em ambas as regiões. O tempo de permanência hospitalar também é aumentado em relação a outras condições clínicas. Verifica-se, portanto, que políticas públicas com foco na prevenção precisam ser adotadas para redução da carga monetária por esta patologia. 24 40384 Sarcoma sinovial monofásico mimetizando mixoma do átrio esquerdo JOÃO RICARDO PINTO LOPES, MARIANA ANDRADE FALCÃO, TAYLA SILVA SANTOS, JOÃO VITOR ASSIS COSTA, EDVAL GOMES DOS SANTOS JÚNIOR, VIVIANE SILVA, ISRAEL REIS, MURILO OLIVEIRA DA CUNHA MENDES, DANILO LEAL DE MIRANDA, THYAGO MONTEIRO e ANDRE LUIZ CERQUEIRA DE ALMEIDA Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, BA, BRASIL - Hosp D. Pedro de Alcântara/Escola de Ecocardiografia d Bahia, Feira de Santana, BA, BRASIL - Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON), Feira de Santana, BA, BRASIL. Introdução: Tumores malignos intracardíacos são raros. Em revisão de literatura, detectamos apenas um caso de Sarcoma Sinovial MONOFÁSICO (SSM) no interior do átrio esquerdo, mimetizando mixoma. Relato do caso: Homem, 68 anos, previamente hígido. Tosse seca e dor abdominal há 6 meses. Perda de 6 Kg nos últimos 3 meses. Há 2 meses evoluiu com hemóptise, dor torácica e dispneia aos moderados esforços. Ex-tabagista. Irmã com carcinoma de pulmão. Ao exame: PA:120/70 mmHg, FC:117 bpm, ritmo irregular. ACV: BANF (FA), em 2T, sem sopro. TC tóraco-abdominal: nódulos hepáticos, compatíveis com mestástase e lesão infiltrativa no lobo inferior do pulmão direito. Imagem hipodensa no interior da área cardíaca, compatível com extensão da lesão. Ecocardiograma: massa no interior do AE, medindo 68x37mm, aderida ao septo interatrial, teto do AE e à região de desembocadura das veias pulmonares, móvel, com movimento protuso para a via de entrada do VE. Outra massa, justa cardíaca, imóvel, medindo 61x32mm, comprimindo a parede livre do AE. O exame imuno-histoquímico, realizado a partir de uma biópsia pulmonar, indicou correpondência da lesão a um Sarcoma Sinovial MONOFÁSICO. Paciente apresentou síncope de curta duração e 2 dias após evoluiu a óbito em decorrência de morte súbita. A maioria dos tumores cardíacos é benigna, em geral mixomas. Neoplasia maligna intracardíaca é infrequente. Relato de SSM mimetizando mixoma no interior do AE é extremamente raro na literatura. A ecocardiografia pode ajudar no diagnóstico diferencial de massas intracardíacas. Em nosso caso, o pedículo do tumor, aderido ao teto do AE e à desembocadura das veias pulmonares, difere da localização usual do pedículo dos mixomas, que é o septo interatrial. Esta característica não habitual, embora não exclua a possibilidade de mixoma, deve levantar a suspeita de neoplasias malignas primárias ou metastáticas. Essa diferenciação de caráter do tumor influencia diretamente no prognóstico e planejamento terapêutico. Conclusão: Este é o 1º caso relatado no Brasil, 2º na literatura internacional, de um sarcoma sinovial MONOFÁSICO metastático, mimetizando um mixoma do átrio esquerdo. 40390 40393 Perfil clínico e prognóstico da dissecção espontânea de artéria coronária: um relato de sete casos Análise preliminar da investigação sobre fatores de risco da Diabetes Melito e perfil clínico de pacientes da Estratégia de Atenção à Saúde da Família em Senhor do Bonfim, BA EMANOELA LIMA FREITAS, LUIZ EDUARDO FONTELES RITT, QUEILA BORGES DE OLIVEIRA, MARCIA MARIA CARNEIRO OLIVEIRA, PAULO DOMINGOS CHAGAS, MÁRCIA AZEVEDO VIANA e EDUARDO SAHADE DARZÉ ROSANA ANDRADE BRITO, BRUNA LAIS DA SILVA COUTINHO e ALVARO LUIS MULLER DA FONSECA Hospital Cárdio Pulmonar, Salvador, BA, BRASIL. UNEB, Senhor do Bonfim, BA, BRASIL. Introdução: A dissecção espontânea de artéria coronária (DEAC) é uma causa rara de síndrome coronária aguda, cuja etiologia, apresentação clínica, tratamento e prognóstico continuam pouco estudados. Métodos: Foram identificados retrospectivamente em um único centro casos de DEAC diagnosticados angiograficamente entre janeiro/2013 e janeiro/2015. DEAC foi definida como a presença de afilamento abrupto de um segmento coronário com ou sem flap intimal na ausência de doença aterosclerótica significativa (>50%) e sem resposta ao uso de nitrato intra-coronário. Resultados: Foram diagnosticados 7 casos de DEAC entre 435 pacientes consecutivos hospitalizados com síndromes coronárias agudas durante um período de dois anos (1,6%). A média de idade foi de 44 ± 7,4 anos e 57% eram mulheres. A prevalência global de fatores de risco para DAC foi baixa (29%). Apenas uma paciente fazia terapia hormonal, um paciente tinha o diagnóstico de vasculite e um paciente foi diagnosticado com displasia fibromuscular. Não houve relato de gravidez recente ou uso de drogas ilícitas, e apenas um paciente desenvolveu os sintomas durante exercício intenso. Todos os pacientes tiveram como apresentação clínica IAM com supradesnível de ST. Todos apresentaram envolvimento uniarterial (6 DA e 1 Cx), e 6/7 apresentaram oclusão médio-distal da artéria envolvida. Apenas 2 pacientes foram submetidos a angioplastia, uma delas sem sucesso. Durante a hospitalização não houve mortes ou infarto recorrente. Conclusão: A DEAC acomete pessoas jovens e se apresenta frequentemente como IAMcSST. Apesar da gravidade da apresentação, o tratamento conservador/farmacológico esteve associado a um curso clínico hospitalar sem complicações. Fatores e marcadores de risco e precauções para o Diabetes Melito (DM) são desconhecidos da população geral, implicando na necessidade da divulgação de estudos sobre esta doença, causada por várias disfunções metabólicas de múltiplas etiologias, tendo a hiperglicemia crônica como principal fator. Considera-se que o aumento da morbimortalidade entre os pacientes DM associada com outros fatores como o sedentarismo, má alimentação, obesidade e hipertensão, que contribuem, também, para início, desenvolvimento e/ou agravamento da aterosclerose e outras patologias cardiológicas, muitas vezes levando o indivíduo a óbito. Foram selecionados, aleatoriamente, pacientes da Estratégia de Atenção Básica à Saúde em Unidades da Saúde da Família de Senhor do Bonfim com e sem DM, excluindo apenas os portadores de hipotireoidismo e insuficiência renal crônica; entre 18 e 80 anos. Os dados obtidos dos prontuários foram registrados em planilha Excel padronizada e analisados estatisticamente pelo programa GraphPad Prisma. Dos 200 pacientes registrados, 123 foram selecionados por conveniência para as análises, dos quais até o momento há apenas nove DM (três homens e seis mulheres). Os dados preliminares mostram que a distribuição por faixa etária e sexo possui maior concentração entre 63 e 77 anos (um homem [0,8%] e duas mulheres [2,4%]). Quanto ao perfil clínico, no grupo DM há seis mulheres (4,8%) e três homens (2,4%), seis hipertensos (4,8%), três tabagistas (2,4%), dois etilistas (1,6%), oito (6,5%) obesos ou com sobrepeso, um sedentário (0,8%) e três (2,4%) que já foram acometidos de infarto. O grupo DM será comparado com o de não diabéticos, por estatística inferencial, para estabelecer diferenças e associações em nível de marcadores e fatores de risco. Serão estimadas a incidência e a prevalência de indivíduos DM e analisados os fatores que possam estar associados a Doenças Cardiovasculares e Aterosclerose. Além disso, os resultados serão usados para cálculo do escore da Framingham na população amostrada. Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 RESUMOS TEMAS LIVRES 40394 Perfil clínico-epidemiológico dos adultos portadores de cardiopatia congênita em seguimento em um serviço terciário de Salvador - BA JÚLIA MARIA DA SILVA LOPES, JOSÉ MAGALHÃES FILHO e ISABEL CRISTINA BRITTO GUIMARAES Hospital Ana Nery, salvador, BA, BRASIL - Universidade Federal da Bahia, salvador, BA, BRASIL. Introdução: a cardiopatia congênita(CC) é um dos defeitos congênitos mais comuns e ocorre em cerca de 8 a 10 para cada 1000 nascidos vivos. Com a melhoria das condições de nascimento, diagnóstico precoce, acompanhamento com equipe de cardiologia pediátrica, observou-se um aumento da sobrevida. Com isso, o número de adultos com CC tem aumentado ao longo dos últimos 30anos, e estima-se que cerca de 85%das crianças com CC submetidas à correção cirúrgica cheguem à idade adulta. Em nosso meio, o acesso a centros especializados é muitas vezes dificultado pelas distâncias geográficas, pela concentração desses centros em áreas mais desenvolvidas e pelo pequeno número deles. Isso justifica o porquê de os pacientes menos sintomáticos procurarem ajuda médica mais tardiamente, resultando na evolução natural da doença e justificando assim o número de pacientes com o diagnóstico tardio. Objetivo: analisar o perfil clínico e epidemiológico dos pacientes adultos portadores de CC acompanhados em um hospital terciário em Salvador-Bahia e, por meio dos dados coletados, realizar análise crítica e interpretativa. Métodos: análise dos prontuários dos pacientes atendidos no Ambulatório de CC no Adulto, nos últimos 6 anos, em um hospital terciário de Salvador com coleta dos dados relacionados às características clínica e epidemiológica. Resultados: dos 147 pacientes atendidos, foram analisados 133 prontuários. Desses pacientes, 63%são do sexo feminino. Os defeitos anatômicos predominantes foram CIA tipo Ostium Secundum(49,2%,n=65); defeito do septoatrioventricular forma parcial(5,3%,n=7); persistência do canal arterial(3,8%,n=5); e tetralogia de Fallot (1,5%,n=2). Um total de 62% pacientes esperam pela realização da cirurgia definitiva e 31,5% foram operados no serviço. Dos pacientes operados, 57% encontram na classe funcional I da classificação de NYHA e 56,6% e 11,3%apresentam HAS e arritmias como principais comorbidades, respectivamente. Conclusão: a presença de HAS como a doença cardiovascular mais prevalente está de acordo com o que é descrito na população adulta. A fibrilação atrial, como a principal arritmia observada no estudo, está de acordo com as complicações descritas no seguimento dos pacientes adultos portadores de CC. Os pacientes com CC estão chegando à idade adulta, submetidos à cirurgia corretiva ou com a evolução natural da doença, por isso necessitam de um serviço especializado para manterem um acompanhamento multiprofissional. 40395 Alergia ao AAS no cenário das síndromes coronarianas agudas MARILIA MENEZES GUSMÃO, ADRIANO ARAUJO MATOS MAGALHÃES, NARJARA DE OLIVEIRA CARDOSO DOURADO, MATHEUS PAMPONET FREITAS, THIAGO CARVALHO PEREIRA, ISABELA PILAR MORAES ALVES DE SOUZA, JOBERTO PINHEIRO SENA e JOSE CARLOS RAIMUNDO BRITO Hospital Santa Izabel, Salvador, BA, BRASIL. Introdução: Ácido acetil salicílico (AAS) é um dos pilares do tratamento da DAC. Sua importância é ainda maior na síndrome coronariana aguda (SCA) tratada por angioplastia com uso de stents. Nesta situação a dupla antiagregação diminui consideravelmente o risco de trombose do dispositivo. Entretanto, muitos pacientes têm esse benefício negado por história de alergia ao AAS. O espectro das reações alérgicas a aspirina é amplo, variando desde lesões cutâneas a anafilaxia. Protocolos de dessensibilização foram desenvolvidos. Um dos mais utilizados é o proposto por Wong (2000), que foi bem tolerado pela maior parte dos pacientes (ausência de urticária/edema até 24 meses após dessensibilização). Descrição do Caso: Sexo masculino, 54 anos, ex-tabagista, história familiar de DAC precoce e alérgico a AAS e dipirona (episódio de urticária há 10 anos após uso dessas medicações). Há 11 meses evoluiu com angina aos grandes esforços. Realizada cintilografia na ocasião que foi positiva para isquemia, sendo indicado cateterismo que não foi realizado. A angina progrediu, manifestando-se aos esforços habituais. Há 02 dias da admissão apresentou dor precordial intensa em aperto, com irradiação para ombros e MSE, associada a náuseas e tonturas com duração de 5 minutos. Procurou serviço médico e foram seriados ECG e marcadores de necrose miocárdica, ambos sem alterações. Foi encaminhando ao Hospital Santa Izabel, em uso de Clopidogrel 75 mg/dia e atorvastatina 20 mg/dia, para realização de cineangiocoronariografia. Exame evidenciou lesão suboclusiva no terço proximal da artéria descendente anterior (DA). Optado por iniciar protocolo de dessensibilização (início: 1 mg, 30’: 2mg, 60’: 4mg, 90’: 8mg, 120’: 16mg, 150’: 32 mg, 180’: 64mg, 210’: 100mg) e posterior realização de angioplastia de DA com implante de stent convencional. O paciente não apresentou sintomas/sinais alérgicos e o procedimento ocorreu sem intercorrências, com bom resultado angiográfico. Recebeu alta em uso de AAS, clopidogrel, estatina, beta-bloqueador e enalapril. Conclusão: Todo esforço deve ser tentado para manutenção do AAS no cenário de DAC/SCA. A realização de dessensibilização deve ser feita em unidades de terapia intensiva, para melhor abordagem de possíveis complicações. Em caso de uso de stents para angioplastia, preferir o uso de stents convencionais que permitem, em casos de reações alérgicas, a suspensão da dupla antiagregação após um período mais curto de tempo. 40396 40400 Sobrecarga ventricular esquerda em eletrocardiogramas de pacientes de ambulatório docente assistencial Valor prognóstico incremental da incorporação de dados clínicos ao conhecimento da anatomia coronária em pacientes com síndromes coronarianas agudas: Escore Syntax-Clínico RAFAEL FARIAS DANTAS, BRENO LIMA ANDRADE, LUCAS DOURADO LEITE, JULIA TUPINAMBÁ DEL REY CRUSOÉ, LUIZ AGNALDO PEREIRA DE SOUZA e LUCIOLA M L CRISOSTOMO Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP) , Salvador, BA, BRASIL. Introdução: Entre os métodos para o diagnóstico de sobrecarga ventricular esquerda (SVE), o eletrocardiograma (ECG) é o mais difundido, apresenta alta especificidade e baixa sensibilidade. Entretanto, não há consenso sobre o melhor critério a ser empregado. Objetivos: Descrever a frequência de SVE e os critérios utilizados para esse diagnóstico em ECG de pacientes de um ambulatório docente assistencial em Salvador, BA. Métodos: Estudo observacional, descritivo. População constituída por 553 pacientes que realizaram ECG em ambulatório docente assistencial de Salvador – BA, no período de outubro de 2014 a março de 2015, selecionados randomicamente. Critérios de inclusão: ECG disponíveis em base de dados, com registro e laudos. Critérios de exclusão: ECG inadequado para avaliação. Variáveis de Interesse: clínicas e eletrocardiográficas. Análise estatística: estatística descritiva, teste X2. Aspectos éticos: Pesquisa aprovada por CEP da EBMSP e conduzida segundo resolução 466/12 do CONEP – CNS/MS. Resulados: Foram incluídos 553 pacientes, 371 mulheres (67%) e 182 homens (33%), com idade=48,7±17,8 anos (1 - 87 anos). SVE esteve presente em 58 (10,5%); 8,1% das mulheres e 15,4% dos homens apresentaram SVE, p=0,008. Os critérios mais frequentemente descritos foram Cornel e Sokolow-Lyon 48% e 45% respectivamente. Conclusões: A frequência de SVE ao ECG foi elevada e o critério de Cornel foi o mais frequente seguido de Sokolow-Lyon, nos pacientes estudados. O que sugere estudos que avaliem outros critérios isolada ou conjuntamente. MATEUS DOS SANTOS VIANA, LUIS CLAUDIO LEMOS CORREIA, ANA CLARA BARCELOS, THIAGO MENEZES BARBOSA DE SOUZA, ANDRÉ BARCELOS DA SILVA, LUCAS DANTAS, FERNANDA LOPES, JESSICA GONZALEZ SUERDIECK, FELIPE RODRIGUES MARQUES FERREIRA e MARCIA MARIA NOYA RABELO Hospital São Rafael, Salvador, BA, BRASIL. Fundamento: Uma vez realizada a coronariografia em pacientes com síndromes coronarianas agudas (SCA), a extensão anatômica da doença coronária prevalece no raciocínio prognóstico. No entanto, não está estabelecido se dados clínicos incrementam o valor prognóstico da anatomia coronária. Objetivo: Testar a hipótese de que dados clínicos incrementam o valor prognóstico da avaliação anatômica em pacientes com SCA. Métodos: Indivíduos admitidos com critérios objetivos de SCA e que realizaram coronariografia durante o internamento foram consecutivamente incluídos no estudo. Foram excluídos da análise aqueles que haviam realizado cirurgia de revascularização prévia, pois este representa um subgrupo de análise angiográfica diferenciada. Desfecho hospitalar primário foi definido como óbito cardiovascular, sendo comparado o valor prognóstico do Escore Syntax (anatomia) com o escore Syntax-Clínico, o qual resultou da incorporação ajustada (regressão logística) do Escore GRACE ao Syntax. Resultados: Foram estudados 365 pacientes, idade 64 ± 14 anos, 58% masculinos, Escore Syntax com mediana de 9 (IIQ = 2,5 – 20) e GRACE com mediana de 117 (IIQ = 90 - 144). A mortalidade cardiovascular durante hospitalização foi de 4,4% (16 casos) e o Escore Syntax foi preditor deste desfecho com estatística-C de 0,81 (95% IC = 0,70 – 0,92; P < 0,001). O Escore GRACE se mostrou preditor de óbito cardiovascular, independente do Escore Syntax (P < 0,001 por regressão logística). Ao ser incorporado ao modelo preditor, o Escore GRACE incrementou a capacidade discriminatória do Syntax de 0,81 para 0,92 (95% IC = 0,87 - 0,96) - P = 0,04. Conclusão: Em pacientes com SCA, dados clínicos complementam o valor prognóstico da anatomia coronária, devendo a estratificação de risco ser baseada com paradigma clínico-anatômico. Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 25 RESUMOS TEMAS LIVRES 40403 40404 Análise preliminar dos fatores e marcadores de risco da hipertensão e perfil clínico de pacientes da Estratégia de Atenção Básica da Saúde da Família de Senhor do Bonfim Perfil sociodemográfico e clínico de pessoas com infarto do miocárdio atendidas em hospitais referência em cardiologia BRUNA LAIS DA SILVA COUTINHO, ROSANA ANDRADE BRITO e ALVARO LUIS MULLER DA FONSECA UNEB - Universidade do Estado da Bahia, Senhor do Bonfim, BA, BRASIL. Doenças cardiovasculares coronarianas, como a hipertensão, constituem graves problemas de saúde pública. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, em especial a aterosclerótica. Por outro lado, em determinadas ocasiões, a própria aterosclerose pode ser a causa da hipertensão arterial. As dislipidemias, componentes químicos do tabaco, infecções, diabetes, resistência à insulina, fatores genéticos entre outros e estilo de vida sedentário, má alimentação e outros comportamentos, afetam e impactam o desenvolvimento da HAS. Executa-se um estudo de corte transversal, analisando as características e o perfil clínico com abordagem qualiquantitativa dos prontuários dos pacientes das Unidades de Saúde da Família cadastrados na Estratégia de Atenção Básica à Saúde em Unidades da Saúde da Família de Senhor do Bonfim com e sem HAS, excluindo apenas os portadores de hipotireoidismo e insuficiência renal crônica; entre 18 e 80 anos. Dos 200 pacientes registrados, 123 foram selecionados por conveniência. Os dados preliminares mostram que a distribuição por faixa etária e sexo possui maior concentração entre 48 e 62 anos (4,9% homens e 7,3% mulheres). Quanto ao perfil clínico, no grupo HAS há 25 mulheres (20,3%) e 14 homens (11,3%), sete diabéticos (5,6%), 11 tabagistas (8,9%), quatro etilistas (3,2%), 25 (20,3%) obesos ou com sobrepeso, 13 sedentários (10,5%) e cinco (4,0%) que já foram acometidos de infarto. O grupo HAS será comparado com o de não hipertensos, por estatística inferencial, para estabelecer diferenças, associações e correlações em nível de marcadores e fatores de risco. Além disso, serão estabelecidos os fatores que possam estar associados a doenças cardiovasculares, em especial a aterosclerose e bem como será realizado o cálculo do escore de risco de Framingham. Universidade Federal da Bahia - UFBA, Salvador, BA, BRASIL. Introdução: O infarto agudo do miocárdio (IAM) é a segunda causa de morte mais frequente no Brasil. Ocorre por fatores diversos, que vão desde a genética do indivíduo, idade, sexo e hábitos de vida, até a falta de controle dos fatores de risco cardiovascular relacionados à aterosclerose. A prevenção e controle desses fatores é uma poderosa arma para a redução da morbidade e mortalidade pela doença. Objetivo: Descrever o perfil sociodemográfico e clínico de pessoas com IAM atendidas em hospitais de referência em cardiologia. Métodos: Estudo exploratório, de corte transversal. Cem pessoas com diagnóstico médico de IAM foram entrevistadas em dois hospitais de referência em cardiologia, na cidade de Salvador-BA. Os dados foram analisados em números absolutos e índices percentuais. Resultados: A amostra foi composta por 29 mulheres e 71 homens. Predominaram homens, idade<60 anos, autodeclarados negros, casados, com atividade laboral, baixa renda e escolaridade, e residentes em Salvador. A maioria relatou hipertensão arterial, história familiar de doença arterial coronariana, dislipidemia e diabetes mellitus. Com relação ao tipo de IAM, prevaleceu o com supradesnível de segmento ST. Quanto às manifestações clínicas do infarto, predominaram dor em região torácica seguida por sudorese e desconforto respiratório. Como características da dor torácica, prevaleceram as descrições da dor “em aperto”, em queimação, constante, com duração maior do que 15 min e de forte intensidade. Conclusões: Constatou-se a ocorrência de infarto em pessoas sobretudo adultas, em situação de desigualdade social, com agregação de fatores de risco cardiovascular e com apresentação dos sintomas típicos de infarto. Esses orientam o planejamento e a implementação de práticas de cuidar em saúde. 40407 40415 Estratificação de risco cardiovascular em pacientes de EABSF em Senhor do Bonfim, Bahia Ablação por cateter de substrato ventricular em pacientes portadores de CDI com tempestade elétrica: seguimento de longo prazo. PALOMA MARIA DE ALMEIDA DA SILVA, ARLY SILVA OLIVEIRA, JÉSSICA EIDLER DA SILVA BORGES, LEIDE GRACIANA SANTOS e ALVARO LUIS MULLER DA FONSECA ALESSANDRE CAPUTO RABELLO, THAIS AGUIAR DO NASCIMENTO e MAURICIO GALEAO LYRA UNEB - Universidade do Estado da Bahia, Senhor do Bonfim, BA, BRASIL. A hipertensão arterial grave fator de risco para doenças cardiovasculares, impactando 25% da cardiopatia isquêmica e 40% dos acidentes vasculares cerebrais, sendo umas das mais importantes causas da diminuição da qualidade e expectativa de vida. Analisaram-se aspectos associados a fatores de risco para doenças cardiovasculares nas Unidades de Saúde da Família (USF) da Estratégia de Atenção Básica à Saúde (EABS) de Senhor do Bonfim, por estudo observacional, entre pacientes hipertensos (HAS) e não hipertensos visando à estratificação de risco cardiovascular. Os dados foram usados para estabelecer o perfil clínico dos pacientes, avaliação de fatores de risco como diabetes, hipertensão, obesidade, etilismo, sedentarismo, tabagismo, dislipidemias, e cálculo do escore de risco de Framingham (ERF). A partir de 432 famílias supervisionadas pela Estratégia de Saúde da Família (ESF), selecionou-se 100 indivíduos dos quais 50 [50%] são portadores de HAS para este estudo. O grupo é constituído por 73 pacientes do sexo feminino e 27 do sexo masculino. Destes 67 [67%], apresentou baixo risco cardiovascular; 25 [25%], risco médio e oito [8%], alto risco, sendo que para alto risco todos os pacientes são portadores de HAS. O ERF por faixa etária mostrou maior prevalência acima de 70 anos para os riscos alto e médio, 50 a 59 anos para médio e baixo risco e menos de 50 anos para baixo risco. Entre mulheres, houve prevalência de 53 [53%] para baixo risco, enquanto que entre os homens foi de risco médio 15 [15%]. As prevalências para os demais fatores foram: HDL alterado, 30 [30%], risco baixo; LDL alterado, 19 [19%]; colesterol total (CT) alterado, 25 [25%]; triglicérides alterados, 27 [27%], todos com risco baixo; tabagismo, 8 [8%]risco médio; sedentarismo e obesidade, 11 [11%]; e Etilismo, seis [6%], risco baixo; histórico anterior de infarto, dois [4%], e de acidente vascular, 17 [17%], ambos risco baixo. Nenhum apresentou diabetes. Para HAS foi de baixo risco, 20 [20%]. Para HAS, o estilo de vida (em especial o comportamento regional ligado à alimentação, sedentarismo e obesidade) associado às dislipidemias e à idade avançada, indica maior ERF e devem ser orientados à Mudança de Estilo de Vida (MEV) conjunta à medicação, pela ESF. O seguimento deste estudo incluirá mais três USF, ampliando-se a amostra, e os resultados serão repassados à equipe médica da ESF do município. 26 ANDRÉIA SANTOS MENDES, VIRGINIA RAMOS DOS SANTOS SOUZA REIS e FERNANDA CARNEIRO MUSSI Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 Hospital Santa Izabel, Salvador, BA, BRASIL - Hospital São Rafael, Salvador, BA, BRASIL. Resumo: A tempestade elétrica afeta adversamente o prognostico dos pacientes portadores de Cardiodesfibrilador implantável (CDI), podendo ser um evento fatal. Dentre as opções de tratamento a ablação por cateter do substrato arritmogênico tem sido empregada em diversos centros. Objetivo: Descrever o seguimento a longo prazo dos pacientes que apresentaram múltiplas terapias de choque do CDI tratados por ablação por cateter empregando técnica de mapeamento do substrato. Método: Análise retrospectiva dos pacientes portadores de CDI no período de 2008 a 2014. Foi definido como tempestade elétrica 3 ou mais terapias do CDI em período de 24 horas, refratário ao uso de amiodarona e beta-bloqueador, após afastado isquemia aguda e distúrbio hidroeletrolítico. Nos pacientes submetidos a ablação, durante o ritmo sinusal, foi realizado o mapeamento eletroanatômico endo e/ou epicárdico (ENSITE NAVX, CARTO 3) utilizando criterios de voltagem (cicatriz densa < 0,5 mv e tecido normal >1,5 mV) objetivando definição da cicatriz fibrotica. As aplicações foram direcionadas às áreas com presença de potenciais tardios e pace-mapping adequados. Resultados: 68 pacientes portadores de CDI (67%) ou CDI mutissítio (33%) no seguimento médio de 38 ±14,5 meses, FE média de 37±14,8 , (Chagas 40%, isquêmico 19%, MCD idiopática 19%, Outros 10%), 36p (54%) em prevenção secundária. Registro de 23 p (34%) apresentaram TV tratadas pelo CDI adequadamente (78% prevenção secundária) e 3 choques inapropriados. Destes, 10 p tiveram tempestade arritmogênica, sendo 4 p tratados com amiodarona EV (1 óbito). Realizados 10 procedimentos de ablação (em 7 pacientes) (90% sucesso), tendo 1 insucesso necessitando reabordagem com mapeamento epicárdico. Todos os pacientes apresentaram sobrevida livre de eventos > 12 meses. Houve complicação de choque cardiogênico e infecção na toracotomia (sitio epicárdico) em 1 paciente. Não houve tamponamento cardíaco ou qualquer outra complicacao grave durante procedimento.Conclusão: A ablação por cateter do substrato cicatricial arritmogênico endocárdico e epicárdico foi efetiva no controle de eventos arrítmicos no seguimento maior de 12 meses nos pacientes com tempestade arritmogênica. RESUMOS TEMAS LIVRES 40416 40418 Um raro caso de cleft isolado da valva mitral associado a valva aórtica quadrivalvular. Avaliação dos escores de risco ACEF, STS e EuroSCORE II na predição de eventos intra-hospitalares em pacientes eletivos e não eletivos submetidos à cirurgia de revascularização miocárdica. RAFAEL MODESTO FERNANDES, VIVIANE THOMÉ GONÇALVES DIAS, DAVID COSTA DE SOUZA LE BIHAN, RODRIGO BARRETO, JORGE EDUARDO ASSEF e AMANDA GUERRA DE MORAES REGO SOUSA Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, São Paulo, SP, BRASIL. Introdução: O cleft isolado da valva mitral (CIVM) e a valva aórtica quadrivalvular (VAOQ) são anomalias congênitas raras na população. O CIVM é definido pela presença do cleft sem associação com defeito do coxim endocárdico (defeito do septo atrioventricular) e é uma rara causa de insuficiência mitral congênita. A VAOQ tem uma incidência de 0,013% na população mundial. Não há na literatura nenhum caso relatado de associação entre essas duas patologias. Relato de caso: DAMS, sexo masculino, 39 anos, com piora da dispnéia há 2 meses. Exame físico: ausculta cardíaca com sopro holossistólico em foco mitral 3+/4+ com irradiação para axila e sopro mesodiastólico em foco aórtico 3+/4+. ECG: ritmo sinusal, sobrecarga de câmaras esquerdas. Rx de tórax: cardiomegalia ++/4+ às custas de câmaras esquerdas. Ecocardiograma: Aumento importante de átrio esquerdo e moderado de ventrículo esquerdo. Aumento discreto de câmaras cardíacas direitas. Valva mitral com cúspides finas, observa-se imagem compatível com fenda na cúspide anterior voltada para a via de saída do ventrículo esquerdo, gerando, ao Doppler, refluxo excêntrico de grau importante (ERRO: 0,7cm2 e VR=141ml/batimento). Valva aórtica quadrivalvular, com válvulas finas. Ao Doppler, exibe refluxo importante. Observa-se origem da coronaria descendente anterior e circunflexa em óstios individualizados. O caso foi discutido e indicado procedimento de correção valvar cirúrgica, porém paciente não compareceu as próximas consultas. Discussão: O CIVM pode ser parcial ou se estender para a base valvar (completo) e pode se direcionar para a via de saída do septo ou da raiz da aorta. Os artigos e livros revisados mostram divergências entre qual das cúspides é a mais acometida. Segundo Moss AJ et al., existe uma maior prevalência de CIVM associado à cúspide anterior. Artigos mostram que alterações na via de saída do ventrículo esquerdo, nas cordas tendíneas, anomalias dos músculos papilares e defeitos do septo ventricular, podem estar associados ao CIVM anterior. A VAOQ tem sete variações anatômicas sendo a mais comum a que possui três válvulas iguais e uma pequena, sendo essa a que apresenta maior predisposição para insuficiência. A VAOQ esta mais freqüentemente associada a anomalias coronárias, mas miocardiopatia hipertrófica e defeito do septo atrial também estão relatados. Conclusão: A associação dessas duas patologias raras tornou o caso relevante e servirá de referência para possíveis novos casos encontratos. EDVAL GOMES DOS SANTOS JÚNIOR, ERICK DE CARVALHO MACHADO, ROMA CATARINA SILVA PARREIRAS, ALINE FERNANDES MANGABEIRA, THAIZA SOARES FERREIRA GONÇALVES, ANDRE RAIMUNDO F GUIMARAES, DANIEL FIORAVANTI FREITAS, TALITA DOS SANTOS DIAS, MAURÍCIO GOMES DA SILVA SERRA e EDUARDO DA SILVA OLIVEIRA Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, BA, BRASIL - Hospital Dom Pedro de Alcântara, Feira de Santana, BA, BRASIL - Instituto Nobre de Cardiologia, Feira de Santana, BA, BRASIL. Introdução: Os escores de risco representam uma importante estratégia para individualização do cuidado e estimativa de mortalidade na cirurgia cardíaca. Dentre os mais difundidos, o escore STS tem demonstrado maior acurácia que o euroSCORE. Outro escore, o ACEF, um simples modelo baseado apenas na idade, creatinina e a fração de ejeção, tem demonstrado também bom desempenho. O objetivo deste trabalho é avaliar a capacidade discriminativa dos escores ACEF, STS e Euroescore II na predição de evento combinado (morte, infarto não fatal e internamento prolongado) na fase intra-hospitalar em pacientes submetidos à cirurgia isolada de revascularização miocárdica (RM). Métodos: Coorte retrospectiva, com todos os pacientes consecutivamente submetidos à cirurgia isolada de RM, entre 2011 a 2013, em um serviço privado de cirurgia cardíaca. Internamento prolongado foi definido como hospitalização por tempo superior ao percentil 75 da amostra. A capacidade discriminativa dos escores foi avaliada pela estatística-C, definida pela área abaixo da curva ROC. Significância estatística se p<0,05. Análise estatística no SPSS 9.0. Pesquisa aprovada no CEP local. Resultados: Foram incluídos 31 pacientes, média etária de 63±9 anos, 74% do gênero masculino. Síndrome coronariana aguda foi o motivo da internação em 48% dos casos. A FEVE média foi de 65±9%. O tempo mediano de internamento foi de 7 dias. CEC foi realizada em 90% das cirurgias com duração média de 73±20 minutos. A incidência de eventos intra-hospitalares foi de 22,6% (1 óbito, 1 Infarto não fatal e 5 internações prolongadas). A média dos escores STS, Euroescore II e ACEF foi de 0,8±0,5%, 1,1±0,5% e 1±0,3%, respectivamente. O escore STS apresentou poder discriminativo estatisticamente limítrofe (p=0,05), com estatística-C correspondente a 0,74 (95% IC = 0,55 – 0,92) para os desfechos combinados. Conclusão: Na amostra analisada, apenas o escore de risco STS apresentou poder discriminativo satisfatório, com uma significância estatística limítrofe, na predição de morte, infarto ou internamento prolongado no período intra-hospitalar, em pacientes submetidos à cirurgia isolada de revascularização miocárdica. 40419 40420 Hiperglicemia no pós-operatório de cirurgia cardíaca pediátrica: devemos nos preocupar? Entraves intra-hospitalares na assistência ao paciente com infarto agudo do miocárdio com ênfase na implementação de protocolos e diretrizes clínicas: revisão integrativa JOÃO PAULO CERQUEIRA VIEIRA, LARISSA CRISTINA NASCIMENTO DE BARROS, CINTHYA FERNANDA COSTA MACEDO NASCIMENTO, SARAH TATIANE GUIMARAES DO AMPARO, ESDRAS CORREA SILVA, MARCELLO MENEZES DE OLIVEIRA, ALINE BARRETO DOS SANTOS, SUYA AOYAMA DA COSTA, JULIANA DE LIMA REIS, GUSTAVO GUEDES DE CARVALHO e MARCOS ALVES PAVIONE Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE, BRASIL - Hospital do Coração, Aracaju, BA, BRASIL. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar a associação de hiperglicemia e morbimortalidade em crianças submetidas a cirurgia de cardiopatia congênita. Métodos: Estudamos, de forma retrospectiva, 45 pacientes admitidos durante o ano de 2013, em pós-operatório de cardiopatia congênita. Foram excluídos pacientes: com glicemias pré-operatórias alteradas, prematuros e os que fizeram uso prévio de corticóide. Foram registradas glicemias destes pacientes ao longo das primeiras 40 horas na UTI. Os pacientes foram agrupados pela média glicêmica: grupo A (<140mg/dl) e grupo B (>140mg/dl). Avaliamos a correlação entre hiperglicemia e morbimortalidade. Para estatística, utilizamos T-student, teste U de Mann-Whitney e qui-quadrado. Resultados: Houve queda importante (6mg/dL/hora) durante as primeiras 16 horas em relação à glicemia de chegada na UTI (p<0,001). Neste período, o número de pacientes hiperglicêmicos reduziu de 96% para 9% (p<0,001). A taxa de infusão de glicose média foi 1,3 + 0,7 mg/kg/min, não havendo diferença entre os grupos A e B. Não houve relação entre hiperglicemia e: mortalidade(p=0,34), complicações cardíacas (p=0,43) ou nãocardíacas (p=0,82), tempo d e internação em UTI (p=0,84) ou em hospital (p=0,19), tempo de ventilação mecânica (p=0,94), necessidade drogas vasoativas (p=0,34). Hiperglicemia e hiperlactatemia foram associadas (p=0,004), sem associação entre hiperlactatemia e complicação (p=0,45). Ocorreu 1% de hipoglicemia moderada, mas nenhuma severa. RAIMEYRE MARQUES TORRES, MARÍLIA DE CARVALHO SANTOS, INDIANE DA CONCEIÇÃO QUEIROZ e MARCIA MARIA CARNEIRO OLIVEIRA Unime Lauro de Freitas, Lauro de Freitas, BA, BRASIL - Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA, BRASIL - Instituto Cardiopulmonar, Salvador, BA, BRASIL. Introdução: as doenças cardiovasculares (DCVs) são responsáveis por cerca de 30% de todas as mortes no mundo, sendo um grave problema de saúde, destacando-se entre elas a doença arterial coronariana (DAC), tendo como a doença mais comum nesse grupo o infarto agudo do miocárdio (IAM). A intervenção precoce no IAM não tem sido alcançado devido a vários fatores relacionados ao retardo pré-hospitalar e intra-hospitalar. Entre os fatores relacionados com o retardo intra-hospitalar a falta de conhecimento ou conscientização da equipe quanto ao tempo de início das medidas terapêuticas estão entre os maiores entraves. Objetivou-se identificar na literatura a importância da implementação de protocolos e diretrizes clínicas como entrave intra-hospitalar na assistência ao paciente com infarto agudo do miocárdio. Método: revisão integrativa da literatura a partir da seguinte questão norteadora: qual a produção científica nacional existente sobre a importância da implementação de protocolos e diretrizes clínicas como entrave intra-hospitalar na assistência ao paciente com infarto agudo do miocárdio? A amostra foi composta por 14 artigos, indexados nos banco de dados eletrônicos do National Library of Medicine, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências e Saúde e Banco de Dados em Enfermagem. Critérios de inclusão: artigos completos, relatos de pesquisa, revisão de literatura, estudo de caso, estudo de serviços de saúde, entre o período de 2000-2014, no idioma português, com acesso online aos textos completos. Resultados: no que se referem aos entraves intra-hospitalares, 05 artigos (35,71%) se referem à qualidade dos recursos humanos e materiais, 08 artigos (57,14%) estão relacionados com o tempo porta-eletrocardiograma, porta-agulha e porta-balão e 09 artigos (64,28%) que tratam da importância da implementação de protocolos e diretrizes clínicas como fator imprescindível para qualidade de assistência ao indivíduo infartado. Conclusão: a implantação de protocolos assistenciais para o tratamento do IAM reflete na organização do cuidado e maior adesão aos indicadores de saúde, produzindo um melhor resultado para a população assistida, sendo observada através da redução das taxas de mortalidade por essa doença. A capacitação dos profissionais da área de saúde para que a implantação de protocolos na atenção ao indivíduo com IAM precisa ser efetiva e resolutiva, visando melhorar a atenção a essa doença grave que coloca em risco a vida do indivíduo. Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 27 RESUMOS TEMAS LIVRES 40425 40429 Assistência de enfermagem às mães de crianças cardiopatas em processo de sofrimento emocional: um relato de experiência. Correlação entre o tempo de ventilação mecânica invasiva e o tempo de internamento na uti em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca TAMARA CRISTINA DIAS DE ASSIS, LUANNA NAPOLI FAGUNDES e CARMEN LUCIA PEREIRA DIAS ANDRE LUIZ LISBOA CORDEIRO Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA, BRASIL. Introdução: As cardiopatias congênitas ocorrem em aproximadamente 8-10 por 1000 nascidos vivos. Compreendem 25% de todas as malformações congênitas, 50% das causas de óbito por malformações congênitas e 15% dos óbitos infantis. A alta mortalidade e a rápida degradação do estado clínico dos pacientes implicam em grande relevância, mas também evidenciam a necessidade de acolher sujeitos altamente envolvidos neste processo: as mães de crianças portadoras de cardiopatias. Método: Relato de experiência que aborda a prática vivida pelas autoras em um hospital público de Salvador. Na realização da assistência foi identificada a existência de 6 mães, acompanhantes de crianças cardiopatas gravemente envolvidas em um processo de sofrimento emocional frente ao estado de saúde dos filhos. Foi despertado, então, o desejo de oferecer uma assistência que abrandasse este quadro emocional através de uma abordagem que contemplasse a comunicação terapêutica, processo humano de emissão e recepção de mensagens. Assim, foram feitos 8 encontros com as mães, junto a enfermeira, psicólogo e assistente social do hospital em questão. Resultado: As pacientes abordadas tinham entre 28 e 45 anos, todas mães de crianças com cardiopatia congênita acianótica do tipo Comunicação Interventricular (CIV), a ausência de tecido septal, o qual permite a comunicação entre os ventrículos, possuindo indicação de cirurgia devido a complicações hemodinâmicas, causando frequentes internações por problemas respiratórios (SOCIEDADE DE CARDIOLOGIA DE SP, 1990). A aproximação permitiu identificar ansiedade, medo, superproteção, desejo de retorno ao lar e à vida familiar. Detectamos a necessidade de prestar-lhes a devida assistência através da escuta qualificada de forma a estabelecermos vínculo, favorecendo a assistência também às mães. Conclusão: As mães de crianças cardiopatas com recorrentes internações podem apresentar problemas emocionais, sendo a ansiedade e o medo, os mais frequentes. Em razão de ser uma patologia com alto índice de mortalidade, a ansiedade se configura como um problema maior, influenciando diretamente o tratamento e a melhora dos filhos. Portanto, é essencial que a equipe de saúde, especialmente os enfermeiros, por passarem mais tempo no serviço, façam uso da escuta qualificada como ferramenta no cuidado não apenas dessas crianças, mas também das mães, sujeitos altamente envolvidos em todo o processo de cuidado e então reduzir os problemas gerados pela internação como a ansiedade. Faculdade Nobre, Feira de Santana, BA, BRASIL - Instituto Nobre de Cardiologia, Feira de Santana, BA, BRASIL - Santa Casa de Mizericórdia, Feira de Santana, BA, BRASIL. Fundamentos: A função pulmonar está prejudicada no pós-operatório de cirurgia cardíaca, devido a diversos fatores característicos dessa cirurgia de grande porte que irão predispor o paciente no desenvolvimento de complicações respiratórias, como atelectasia e pneumonia. Objetivo: Verificar qual a interferência do tempo de VMI no tempo de internamento na UTI. Métodos: Foi realizado um estudo de coorte prospectivo. Após os critérios de inclusão de exclusão, 20 pacientes (53,9± 15,6 anos, 12 homens) foram avaliadas por quantas horas permaneceram em ventilação mecânica até a extubação e depois quanto tempo permaneceu internado na UTI, em horas, até o momento da alta da unidade. Dividiu-se os pacientes em dois grupos, os que permaneceram em VM por um tempo superior a sete horas e outro grupo com pacientes que permaneceram por um tempo inferior a sete horas. Resultados: Em relação ao tempo de ventilação mecânica invasiva e tempo de internamento na unidade de terapia intensiva, no grupo VM maior que 7 horas o tempo médio de ventilação mecânica foi de 9 horas ± 2 horas enquanto no grupo VM menor que 7 horas foi de 5 horas ± 1 hora (p< 0,04). O tempo de internamento no grupo VM superior a 7 horas foi de 71 horas ± 22 horas enquanto no grupo VM inferior a 7 horas o tempo foi de 59 horas ± 10 horas (p<0,001). Conclusão: Pode-se concluir que o tempo de ventilação mecânica tem relação direta com o tempo de internamento na unidade de terapia intensiva, com relevância estatística. 40430 Influência dos princípios do pilates na função pulmonar em pacientes no pós-operatório de cirurgia cardíaca ANDRE LUIZ LISBOA CORDEIRO Faculdade Nobre, Feira de Santana, BA, BRASIL - Instituto Nobre de Cardiologia, Feira de Santana, BA, BRASIL - Santa Casa de Mizericórdia, Feira de Santana, BA, BRASIL. Introdução: Considerando que a cirurgia cardíaca pode resultar em um quadro de disfunção pulmonar, torna-se necessário a indicação da fisioterapia respiratória para evitar o desenvolvimento de complicações pulmonares. O Pilates é considerado um método capaz de promover o reequilíbrio da função pulmonar. Objetivo: Comparar a aplicabilidade dos princípios do Pilates e o tratamento convencional sobre a função pulmonar em pacientes no pós-operatório de cirurgia cardíaca. Métodos: Foi realizado um ensaio clínico, prospectivo, controlado e randomizado. A pesquisa foi realizada no Instituto Nobre de Cardiologia (INCARDIO). Os pacientes foram alocados de maneira aleatória em dois grupos: grupo intervenção e grupo controle. No grupo intervenção, os pacientes realizaram um programa de exercícios utilizando os princípios do Pilates, do 1º ao 5º dia pós-cirurgia, duas vezes por dia. Já no grupo controle, os pacientes foram submetidos ao tratamento convencional da unidade. Todos os pacientes foram avaliados no 1º e no 5º dia pós-operatório. Todos os pacientes tiveram sua analgesia otimizadas durante o atendimento. Resultados: A amostra final foi composta por 14 indivíduos. O grupo controle foi composto por 5 homens (71,4%) e 2 mulheres (28,6%) com média de idade de 53,1 ± 10,7 anos. O grupo intervenção contou com 4 homens (57,1%) e 3 mulheres (42,9%), com média de idade de 40,1 ± 18,2. Destes, 8 indivíduos passaram pelo procedimento cirúrgico de revascularização do miocárdio, 5 indivíduos fizeram troca de válvula mitral e 1 indivíduo fez troca de válvula aórtica. Comparando os dados da avaliação inicial e final da força muscular respiratória (PiMáx e PeMáx), não houve diferença estatística com um p = 0,45 e p = 0,40, respectivamente. Porém, comparando os dados sobre a capacidade vital inicial e final (31,2 ± 3,8 e 43,4 ± 12,7), percebeu-se que o grupo intervenção com Pilates apresentou uma melhora sobre esse parâmetro, com significância estatística (p < 0,001). Conclusão: O grupo que realizou os exercícios com o Pilates teve um melhora significativa sobre a função pulmonar, principalmente sobre a capacidade vital, sendo uma prática viável para melhorar da ventilação pulmonar nesse perfil de paciente. 28 Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 40431 Impacto hemodinâmico da deambulação nos pacientes pós-cirurgia cardíaca ANDRE LUIZ LISBOA CORDEIRO Faculdade Nobre, Feira de Santana, BA, BRASIL - Instituto Nobre de Cardiologia, Feira de Santana, BA, BRASIL - Santa Casa de Mizericórdia, Feira de Santana, BA, BRASIL. Introdução: A cirurgia cardíaca é a forma preventiva e de tratamento que prolonga a vida do paciente, mas este procedimento promove alguns efeitos deletérios como atelectasias, pneumonia, derrame pleural, edema pulmonar, dentre outras, levando o paciente a um maior tempo de hospitalização. A fisioterapia respiratória atua na prevenção de doenças deletérias e no tratamento do paciente. A mobilização precoce é importante para um paciente de pós cirurgia cardíaca pois melhora de forma global o seu quadro clinico. Objetivo: avaliar o impacto hemodinâmico da deambulação no pós-operatório dos pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. Métodos: Foram analisados, transversalmente, 18 pacientes, no 3º ou 4º dia de pós operatório de cirurgia cardíaca, que estavam estável hemodinamicamente, foram coletados sinais vitais como, pressão arterial sistólica e diastólica (PA), frequencia cardiaca (FC), respiratória (FR), duplo produto (DP) e saturação periférica de oxigenio (SpO2), foram aferidos com o paciente em repouso e imediatamente após a deambulação de 100 metros. A análise estatística utilizou teste T de Student assumindo como significantes valores <0,05. Resultados: A amostra final foi composta por 18 indivíduos, 6 homens (33,4%) e 12 mulheres (66,6%), a média de idade foi de 47,6 ± 16,4 anos. Destes, 8 indivíduos passaram pelo procedimento cirúrgico de troca de valva mitral, totalizando 44,4% da amostra, 6 fizeram revascularização do miocárdio, totalizando 33,4%, 2 troca de valva aórtica, totalizando 11,1% e 2 fizeram cirurgia de troca valvar mitral e aórtica, totalizando 11,1%. A pressão arterial sistólica apresentou um aumento de 115,6± 11 para 120,00±188 mmhg (p=0,09), já a PA diastólica foi de 70,6±9,4 para 73,9±12 mmhg (p=0,14). A média da freqüência respiratória foi de 20,3±4,8 para 24,2±5,3 ipm (p=0,01). A freqüência cardíaca de 83,8±16,5 para 93,9±20,7 bpm (p=0,00). A média da saturação periférica de oxigênio foi de 94,8±2,6%para 95,2±3,5% (p=0,61). Já o valor do duplo produto de 9695 ± 2269 e ao final de 11435 ± 3949,3 com um p= 0,00. Conclusão: Pode-se concluir que existe um impacto hemodinâmico da deambulação em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca, com variação estatisticamente significativa na frequência cardíaca, respiratória e duplo produto, porém não configurou risco ao paciente, mostrando ser um procedimento seguro e viável nesse perfil de paciente. RESUMOS TEMAS LIVRES 40432 Prevalência do consumo de tabaco no município de Salvador-BA RAUAN SOUSA DA HORA, TÁSSIA TELES SANTANA DE MACEDO, JULES RAMON BRITO TEIXEIRA, CATIA SUELY PALMEIRA e FERNANDA CARNEIRO MUSSI Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, BA, BRASIL. Introdução: O tabaco é uma das principais causas de morte evitável em todo o mundo e o consumo pode causar dependência. Além disso, o tabagismo constitui-se em fator de risco cardiovascular que está associado ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV). A caracterização deste consumo num grupo populacional é relevante para orientar medidas preventivas e de controle. Objetivo: Descrever a prevalência de consumo de tabaco na população do município de Salvador-Ba, no ano de 2012 segundo sexo e escolaridade. Método: Estudo epidemiológico, descritivo, retrospectivo, com a utilização de dados secundários do Sistema de Informação do Ministério da Saúde – DATASUS. Estes dados foram originados das informações de saúde (TABNET) e estão disponíveis em Indicadores e Dados Básicos - Brasil – 2012 IDB-2012, inclusos entre os Indicadores de risco e proteção. As informações mais atuais sobre tabagismo, nessa base de dados referem-se ao ano de 2012. Foram analisadas as seguintes variáveis: tabagismo, sexo e escolaridade. O DATASUS é uma base de dados de acesso público e gratuito, sem identificação dos participantes, dispensando apreciação por Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), conforme dispõe a Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Resultados: A prevalência do consumo de tabaco na população do município de Salvador em 2012 foi de 6,3%. Para os homens foi de 7,3% e para as mulheres de 5,4%. Quanto à faixa etária, apenas para a de 45 a 54 anos foi disponibilizado informação pelo sistema do DATASUS, e nesta a prevalência foi 9,8%. Quanto a escolaridade pôde-se observar maior prevalência de tabagismo (10,8%) para aqueles com 0 a 8 anos de estudo seguida daqueles com 9 a 11 anos de estudo (3,9%). Conclusão: Considerando os prejuízos ocasionados a saúde pelo tabaco torna-se um desafio a redução do quantitativo de homens e mulheres fumantes em Salvador-Ba, sobretudo naqueles com menor tempo de estudo. O incremento das ações em saúde e de políticas governamentais visando a prevenção e o controle do tabagismo na população do município de Salvador poderá contribuir para se evitar o risco de futuros eventos cardiovasculares e para promover a qualidade de vida da população. 40433 Efeitos de um Protocolo Fisioterapêutico na Capacidade Vital de Pacientes Submetidos a Cirurgia Cardíaca ANDRE LUIZ LISBOA CORDEIRO Faculdade Nobre, Feira de Santana, BA, BRASIL - Instituto Nobre de Cardiologia, Feira de Santana, BA, BRASIL - Santa Casa de Mizericórdia, Feira de Santana, BA, BRASIL. Introdução: A realização de cirurgias cardíacas trazem prejuízos importantes para a função pulmonar. Tempo de ventilação mecânica invasiva e circulação extracorpórea, além do tempo prolongado no leito são variáveis que repercutem diretamente no sistema pulmonar, justificado pela redução na capacidade vital (CV) no período pós-operatório. Objetivo: Verificar o efeito de um protocolo de intervenção fisioterapêutico durante o pós-operatório tardio nos valores de CV de pacientes submetidos a cirurgia cardíaca. Métodos: Estudo experimental do tipo transversal no qual foram avaliados pacientes de ambos os sexos submetidos a cirurgia cardíaca após admissão na unidade de internamento (UI) de um hospital particular da cidade de Feira de Santana. Após a randomização, os pacientes foram separados em grupo controle (GC) e grupo intervenção (GI). As condutas fisioterapêuticas aplicadas ao GI foram baseadas na CV consonante com as recomendações da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB). Já o GC foi submetido a condutas não padronizadas por diferentes fisioterapeutas da unidade. A avaliação do GI foi realizada diariamente durante todo o período na UI, enquanto o GC apenas na admissão e alta hospitalar. Estatística: Devido a distribuição da amostra, foi realizado o teste t de Student para comparação das médias. Todas as análises foram feitas no Microsoft Excel 2010, adotando como significativo um p≤0,05. Resultados: Os tipos de cirurgias realizadas foram revascularização do miocárdio, cirurgias de troca valvar e correção de comunicação interatrial. Foram avaliados 5 pacientes no GC e 8 no GI, com média de idade de 50,9 ±15,4. As médias da variação da CV para o GC e GI foram 6,4 ml/kg ±4,8 e 10 ml/kg ±3,9, respectivamente com um p-valor = 0,2. Conclusão: Apesar de o GI apresentar uma maior média de variação da CV em relação ao GC, não foi observada diferença significativa entre os grupos. 40435 40437 Efeitos Hemodinâmicos do Treino em Cicloergômetro em Pacientes no Pós-Operatório de Cirurgia Cardíaca Aplicação do Questionario de Ansiedade Cardíaca em Pacientes Submetidos a Cirurgia Cardíaca ANDRE LUIZ LISBOA CORDEIRO Faculdade Nobre, Feira de Santana, BA, BRASIL - Instituto Nobre de Cardiologia, Feira de Santana, BA, BRASIL - Santa Casa de Mizericórdia, Feira de Santana, BA, BRASIL. ANDRE LUIZ LISBOA CORDEIRO Introdução: A cirurgia cardíaca repara danos no coração, nas artérias ligadas a ele ou substitui este órgão. Por ser um procedimento complexo, exige uma atenção eficaz no pós-operatório, pois a influência cirúrgica leva a uma série de distúrbios funcionais, tanto respiratórios, quanto motores. O cicloergômetro é utilizado para realizar exercícios passivos, ativos e resistidos com os pacientes, trazendo benefícios e podendo auxiliar no processo de recuperação funcional. Objetivo: Analisar as alterações hemodinâmicas do treino em cicloergômetro em pacientes no pós-operatório de cirurgia cardíaca. Materiais e métodos: Foi realizado um estudo quantitativo do tipo coorte prospectivo. A pesquisa foi realizada na Unidade de Internamento do Instituto Nobre de Cardiologia (INCARDIO). Após os critérios de inclusão e exclusão a amostra contou com 12 pacientes. Os pacientes foram submetidos ao treino em cicloergômetro durante 20 minutos, sendo mensuradas a PA, FR, SpO2 e FC, em três momentos: antes de iniciar o treinamento, 10 minutos após o início e logo após o término do treinamento. Resultados: A amostra foi composta por 4 homens e 8 mulheres com idade média de 51 anos. A FR média no início do treino foi de 21,58 ipm (DP: ±4,89) e ao final foi de 25,16 ipm (DP: ±5,44), com um p-value de 0,0378. Com relação à FC média, no início do treino foi de 88 bpm (DP: ±15,78)e ao final do treino foi de 90,75 bpm (DP: ±17,09), com p-value de 0,0848. A SpO2 média, no início do treino foi de 94,91 % (DP: ±2,81) e ao final do treino foi de 95,33 % (DP: ±2,46), com um p-value0,2449. A PASmédia, no início do treino foi de 115,83 mmHg (DP: ±11,65)e ao final do treino foi de 116,66 mmHg (DP: ±12,31), com um p 0,2931. A PAD média, no início do treino foi de 67,50 mmHg (DP: ±7,54) e ao final do treino foi de 69,16 mmHg (DP: ±9,00), com p de 0,2931. Conclusão:Com base no nosso estudo, podemos observar que apenas na frequência respiratória existiu uma variação estatística. Confirmando que a aplicação do cicloergomêtro em pacientes no pós-operatório de cirurgia cardíaca é viável e segura. Introdução: A cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) é o procedimento de rotina para o tratamento de pacientes com sintomas de isquemia miocárdica. Tal procedimento é realizado através de uma esternotomia mediana com ou sem circulação extracorpórea (CEC) na qual é criado um novo percurso para o fluxo sanguíneo restaurando, desta forma, o volume e a pressão do sangue; o que promove alívio dos sintomas gerados pela isquemia. Esses pacientes frequentemente apresentam ansiedade ou medo exacerbado quanto ao seu prognóstico. Estudos comprovam que o fator psicológico afeta diretamente quanto ao prognóstico do paciente, podendo ter impactos negativos sobre a estabilidade da doença, qualidade de vida e aderência ao tratamento. Objetivo: O objetivo do trabalho foi avaliar o nível de ansiedade cardíaca no pré e pós-operatório de cirurgia cardíaca. Materiais e Métodos: Foi realizado um estudo do tipo coorte prospectivo. A pesquisa foi realizada no Instituto Nobre de Cardiologia (INCARDIO). Após os critérios de inclusão e exclusão a amostra contou com 10 pacientes. Este trabalho foi feito com base no Questionário de Ansiedade Cardíaca que analisa a frequência de sintomas, atitudes e sensações do paciente e pode ser graduada de 14 (somatório mínimo, indica menor ansiedade cardíaca) a 70 (somatório máximo, indica maior ansiedade cardíaca). Avaliou-se pacientes no pré e no 7º pós operatório, realizando o tratamento fisioterapêutico, como método de comparação. Resultados: A população da pesquisa foi composta por 7 homens e 3 mulheres com idade média de 64,7 +- 10,2. Em relação ao tipo de cirurgia, 80% foram submetidos a cirurgia de revascularização miocárdica, enquanto 10% troca de valva mitral e outro 10% cirurgia para troca de valvas mitral e aórtica. A média do valor do questionário de ansiedade cardíaca no pré-operatorio foi de 44,2 e no pós-operatório a média foi de 37,8, obtendo um p<0,005. Vale ressaltar que quatro pacientes apresentaram o valor do questionário no pós-operatorio superior ao pré, sendo que esses indivíduos tiverem que ser reinternados na Unidade de Terapia Intensiva, havendo um óbito. Conclusão: Concluímos que o procedimento cirúrgico e uma abordagem fisioterapeuica no pos-operatorio podem reduzir o grau de ansiedade cardíaca em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca. Faculdade Nobre, Feira de Santana, BA, BRASIL - Instituto Nobre de Cardiologia, Feira de Santana, BA, BRASIL - Santa Casa de Mizericórdia, Feira de Santana, BA, BRASIL. Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 29 RESUMOS TEMAS LIVRES 40438 40439 Perfil dos Pacientes Submetidos a Cirurgia Cardíaca em um Hospital de Referência em Feira de Santana – BA Influência do tempo de ventilação mecânica sobre a independência funcional em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca: uma revisão da literatura ANDRE LUIZ LISBOA CORDEIRO ANDRE LUIZ LISBOA CORDEIRO Faculdade Nobre, Feira de Santana, BA, BRASIL - Instituto Nobre de Cardiologia, Feira de Santana, BA, BRASIL - Santa Casa de Mizericórdia, Feira de Santana, BA, BRASIL. Faculdade Nobre, Feira de Santana, BA, BRASIL - Instituto Nobre de Cardiologia, Feira de Santana, BA, BRASIL - Santa Casa de Mizericórdia, Feira de Santana, BA, BRASIL. Introdução: Atualmente a incidência de cirurgias cardíacas vem aumentando devido aos hábitos de vida da população, sendo consequência do aumento de doenças cardiovasculares causadas principalmente pela obesidade, sedentarismo, tabagismo e a hipertensão arterial sistêmica. Tais fatores são exacerbados pelo processo fisiológico do envelhecimento. (MORAES et al., 2005) A cirurgia cardíaca (CC) tem proporcionado avanço nos resultados do tratamento das doenças cardiovasculares, sendo realizada quando a probabilidade de uma vida útil é maior com o tratamento cirúrgico do que com o tratamento clínico. Conhecer o perfil dos pacientes submetidos a cirurgia cardíaca é importante para todos os profissionais visando uma melhora nos desfechos clínicos e funcionais. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca em um Hospital de referência de Feira de Santana. Materiais e Métodos: No estudo foram analisados 131 pacientes submetidos à cirurgia cardíaca no período de março de 2013 a março de 2014. Foram analisadas variáveis tais como: idade, sexo, tipo de cirurgia, tempo de ventilação mecânica e tempo de circulação extracorpórea. Resultados: A idade média foi de aproximadamente 57 ± 14 anos. O sexo masculino foi predominante em nosso estudo, perfazendo 61% da nossa amostra. A média do tempo de circulação extracorpórea foi de 74 – 38,8 minutos, enquanto o tempo de ventilação mecânica esteve em média, 10 – 7,3 horas. O tipo prevalente de cirurgia foi a revascularização miocárdica (RM) totalizando 66,4%, a troca de valva mitral correspondeu a 18,3%, a troca de valva aórtica ficou com 3,8%, a correção de comunicação inter-atrial (CIA) também 3,8% e demais cirurgias como dupla troca mitral e CIA + RM obtiveram 7,7%. Conclusão: Este estudo mostrou que o perfil dos pacientes submetidos a cirurgia cardíaca é composto de indivíduos idosos, do sexo masculino sendo a revascularização miocárdica o procedimento cirúrgico mais comum. Introdução: Os pacientes submetidos à cirurgia cardiovascular apresentam complicações motoras e respiratórias decorrentes principalmente de alta manipulação cirúrgica e do uso de ventilação mecânica. Pode-se diminuir a incidência de complicações pulmonares e o tempo de hospitalização reduzindo-se o tempo de inicio de desmame e desconectando o paciente precocemente do suporte ventilatório. As complicações motoras são as mais pertinentes, pois afetam diretamente a independência funcional pelo tempo de imobilismo. Objetivos: Identificar-se existe impacto do tempo de ventilação mecânica sobre a capacidade funcional em pacientes submetidos à cirurgia cardíacacom a finalidade de contribuir com o estabelecimento de evidências confiáveis para as práticas nesse perfil de paciente. Materiais e métodos:Foram analisados artigos originais, publicados entre 2000 e 2014, que abordassem sobre a influência do tempo de ventilação mecânica sobre a independência funcional de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca, contidas nas seguintes bases de dados eletrônicos: Scielo, BIREME (LILACS), PubMed e CAPES. Resultados: Observou-se que o tempo de permanência na unidade de terapia intensiva nas cirurgias cardíacas foi influenciado diretamente pelo tempo de CEC, VM e disfunção pulmonar. A independência funcional esteve comprometida em pacientes com maior tempo de VM, dor no pós-operatório e tempo prolongado de restrição ao leito.Também se verificou que não há consenso em relação ao protocolo para melhora da capacidade funcional. Conclusão: Existe uma declínio funcional nos pacientes submetidos a cirurgia cardíaca, principalmente naqueles em maior tempo de permanência na ventilação mecânica, refletindo de forma direta e negativa na sua independência funcional e qualidade de vida. 40441 40443 Consumo abusivo de bebidas alcoólicas na população do município de Salvador-BA Efeito de uma intervenção educacional sobre o conhecimento da doença em pacientes com insuficiência cardíaca JULES RAMON BRITO TEIXEIRA, TÁSSIA TELES SANTANA DE MACEDO, RAUAN SOUSA DA HORA, CATIA SUELY PALMEIRA e FERNANDA CARNEIRO MUSSI MARCIA MARIA CARNEIRO OLIVEIRA, ADRIANA DOS REIS ALVES DOS SANTOS, RAFAELA BARRETO SANTOS BEZERRA, ALICE MARIA ALMEIDA FRANÇA, BÁRBARA TAÍSA ASSIS SOARES, MARIA LUIZA FRANCO LEÃO SAMPAIO, VERENA ARAUJO SILVA SÁ, ANA CARLA CARVALHO COELHO, ELIEUSA E SILVA SAMPAIO e ROQUE ARAS JUNIOR Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, BA, BRASIL. Introdução: O consumo abusivo de bebida alcoólica se constitui em grave problema de saúde pública mundial. Tem sido alvo de um maior controle nos últimos anos, por ser considerado um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, bem como por estar associado a ocorrência de outros fatores de risco cardiovascular. Objetivo: Descrever a prevalência do consumo abusivo de bebidas alcoólicas na população adulta do município de Salvador-BA, no ano de 2012, segundo sexo e escolaridade. Métodos: Estudo epidemiológico, descritivo, retrospectivo, com a utilização de dados secundários do Sistema de informação do Ministério da Saúde – DATASUS. Estes dados foram originados das informações de saúde (TABNET) e estão disponíveis em Indicadores e Dados Básicos - Brasil – 2012 IDB-2012, inclusos entre os Indicadores de risco e proteção. As informações mais atuais sobre o consumo de bebida alcoólica, nessa base de dados refere-se ao ano de 2012. O DATASUS é uma base de dados de acesso público e gratuito, sem identificação dos participantes, dispensando apreciação por Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), conforme dispõe a Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Resultados: A prevalência global para o consumo excessivo de bebida alcoólica foi de 26,6% no ano analisado. Para o sexo masculino foi de 38,5% e para o feminino de 16,7%. Foi mais elevada na faixa etária de 25 a 34 anos (35,1%) seguida da faixa etária de 35 a 44 anos (30,5%). Quanto a escolaridade, indivíduos com 9 a 11 anos completos de estudo apresentaram maior prevalência (29,7%), seguidos daqueles com 12 anos ou mais (27,5%). Entre os homens, constatou-se maior prevalência de consumo abusivo naqueles com 9 a 11 anos de estudo completos (42,7%) e entre as mulheres, naquelas com 12 anos ou mais de anos de estudo (20,9%). Conclusões: É alta a prevalência do consumo abusivo de bebida alcoólica. Os homens estão mais expostos a este tipo de consumo, especialmente aqueles com 9 a 11 anos de escolaridade. Dentre as mulheres, quanto maior a escolaridade maior é consumo abusivo. Este cenário mostra a necessidade de ações em saúde e de políticas governamentais visando a prevenção e o controle do consumo abusivo de álcool na população do município de Salvador visando-se evitar o risco de futuros eventos cardiovasculares e promover a qualidade de vida da população. 30 Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA, BRASIL – Bahia. Introdução: Programas de educação para o manejo da Insuficiência Cardíaca (IC) estão associados a uma melhora do conhecimento para o autocuidado.Métodos: Trata-se de um ensaio clínico não controlado, com pacientes de IC, cujo objetivo foi verificar o efeito da intervenção educacional sobre o conhecimento da doença em pacientes com IC. A amostra foi de 25 pacientes com IC acompanhados em um ambulatório de cardiologia de um hospital público da cidade de Salvador. Avaliou-se o conhecimento sobre IC em dois momentos: V0 – antes da consulta de enfermagem e V1 – quatro semanas após a inicial (V0). Todos os pacientes participaram da consulta de enfermagem que orientava sobre alimentação, ingesta hídrica, exercícios físicos e terapia farmacológica. Os dados foram coletados através de uma entrevista, utilizando um questionário de conhecimento validado, composto por 14 questões objetivas. O conhecimento foi avaliado pela mediana de acertos no escore geral e proporção de acertos em cada quesito, antes e após a intervenção. Os dados foram analisados com testes não paramétricos McNemar e Wilcoxon e o nível de significância foi de 5%. Registro no Clinical Trials - NCT- 02230150. Resultados: Evidenciou-se mediana de idade de 52 anos, variando de 28 a 67 anos, com predomínio do sexo masculino (56%), renda mensal de 1 a 2 salários mínimos (64%), cor de pele não-branca (84%), desempregados (44%) e a maioria estudou de 3 a 12 anos. Predominou a etiologia idiopática (60%), com classe funcional II (72%) e 48% dos pacientes apresentavam fração de ejeção do ventrículo esquerdo de 30 a 39%. Além disso, 44% apresentavam hipertensão arterial e 20% diabetes mellitus. Na avaliação do conhecimento geral sobre IC foi observado uma diferença de 1,5 pontos na mediana de acertos, comparando-se o período pré e pós intervenção (Mediana: V0=6,6 Vs V1=8,1, P=0,001). Na análise de cada quesito sobre IC observou-se elevação na proporção de acertos, após a intervenção, nos itens relacionados ao conceito da IC (V0=48% Vs V1=72%), função da furosemida (V0=44% Vs V1=72%),indicação da digoxina (V0=28% Vs V1=56%), importância da atividade física (V0=48% Vs V1=64%), controle da ingestão de sódio (V0=76% Vs V1=88%) e o que pode ser feito para melhorar a IC (V0=84% Vs V1=100%).Conclusão: Observou-se que a intervenção educacional melhorou o conhecimento dos pacientes de IC sobre sua doença. Este conhecimento pode melhorar a adesão no tratamento diminuindo o número de pacientes com descompensação clínica. RESUMOS TEMAS LIVRES 40444 40448 Comparação do eletrocardiograma quanto ao sexo e idade em pacientes de um ambulatório docente assistencial Avaliação do TIMI fluxo após angioplastia primária em pacientes com infarto agudo do miocárdio e hiperglicemia de estresse BRENO LIMA ANDRADE, LUCAS DOURADO LEITE, RAFAEL FARIAS DANTAS, JULIA TUPINAMBÁ DEL REY CRUSOÉ, LUIZ AGNALDO PEREIRA DE SOUZA e LUCIOLA M L CRISOSTOMO CINTHYA FERNANDA COSTA MACEDO NASCIMENTO, GUSTAVO GUEDES DE CARVALHO, SUYA AOYAMA DA COSTA, JOÃO PAULO CERQUEIRA VIEIRA, LARISSA CRISTINA NASCIMENTO DE BARROS, ALINE BARRETO DOS SANTOS, ESDRAS CORREA SILVA, MARCELLO MENEZES DE OLIVEIRA, SARAH TATIANE GUIMARÃES DO AMPARO, JULIANA DE LIMA REIS e BRUNO EDUARDO AMORIM SANTOS Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública – Salvador, BA , Salvador, BA, BRASIL. Introdução: O eletrocardiograma (ECG) tem sua utilidade estabelecida, porém, ainda são escassos estudos que demonstrem a influência de variáveis biológicas no ECG em diferentes populações. Objetivos: Comparar as variáveis eletrocardiográficas em relação a sexo e idade em pacientes de um ambulatório docente assistencial de Salvador, BA. Métodos: Estudo transversal. População constituída por pacientes que realizaram ECG em um ambulatório docente assistencial em Salvador, BA, no período de outubro de 2014 a março de 2015, selecionados randomicamente. Critérios de inclusão: ECG disponíveis em base de dados, com registro e laudos. Critérios de exclusão: ECG inadequado para avaliação. Variáveis de Interesse: clínicas e eletrocardiográficas. Em 10% dos ECG, houve reavaliação segundo diretrizes, por dois avaliadores cegos. Análise estatística: estatística descritiva, teste t de Student não pareado, X2, Kappa para concordância interobservador, p<0,05 estatisticamente significante. Aspectos éticos: protocolo de pesquisa aprovado por CEP-EBMSP. Resultados: Incluídos 553 pacientes, 67,0% mulheres (M) e 33,0% homens(H). Idade = 48,7+17,8 anos(1-87). Frequência cardíaca (FC)=69,9+12,2bpm (32-129) e sem diferença estatisticamente significante entre M e H. O ritmo foi sinusal em 97,3%. Em M houve 2,7% de ritmo não sinusal vs. 3,3% em H, p=0,554. Os ECG foram alterados em 34,9% dos pacientes, 28,3% em M e 48,4% em H p<0.0001; 50,9% em Idosos (I) vs. 28,1% em não idosos(NI), p<0.0001. As alterações mais frequentes foram bloqueios intraventriculares, sobrecarga ventricular esquerda (SVE) e arritmia supraventricular e ventricular , 11,9%, 10,5% e 7% respectivamente. SVE em H=15,4% vs. M=8,1%, p=0,008 e em NI=15,2% vs. I=8,5%, p=0.020. Conclusões: ECG alterado foi mais frequente em H que M e I que NI, enquanto que SVE foi mais frequente em NI, e essas diferenças alcançaram significância estatística. FC não apresentou diferença estatisticamente significante em relação ao sexo e idade nos pacientes estudados. Hospital do Coração, Aracaju, SE, BRASIL. Introdução: A doença arterial coronariana é responsável por significativa morbimortalidade. A hiperglicemia na admissão de pacientes com infarto agudo do miocárdio (IAM) está associada a um pior prognóstico, sendo considerada preditor de sobrevivência e aumento do risco de complicações de forma imediata e a longo prazo. O nível glicêmico antes da intervenção coronariana percutânea (ICP) se mostrou fator preditor de maior risco de eventos cardiovasculares. Objetivo: Avaliar o fluxo TIMI após angioplastia em pacientes com glicemia de estresse na admissão hospitalar. Avaliar a relação entre hiperglicemia e a correlação com óbito. Métodos: Foram estudados 56 pacientes de um único centro admitidos na urgência com diagnóstico de IAM submetidos a ICP primária. Eles foram classificados em diabéticos e não-diabéticos, com ou sem hiperglicemia na admissão. Resultados: Entre os pacientes estudados a média de idade foi de 65,99 ±12,35 anos, a maioria foi classificada como multiarterial (86,76%) e diagnosticada com IAM com supra de ST (55%). Não foram encontrados resultados estatisticamente significativos quando comparados os grupos (DM e não-DM com ou sem hiperglicemia na admissão) em relação aos desfechos pesquisados (fluxo TIMI pós-ATC, multiarteriais). No grupo dos pacientes com hiperglicemia na admissão houve 7 óbitos, em contrapartida, no grupo sem hiperglicemia, um paciente morreu. Conclusão: Hiperglicemia na admissão mostrou ser um possível preditor de desfecho desfavorável em pacientes com IAM. 40453 40455 Análise das características demográficas, clínicas e cirúrgicas em portadores de tetralogia de Fallot – acompanhados em hospital terciário de Salvador (Bahia, Brasil AMANDA TEIXEIRA FERRO PEREIRA, ISABEL CRISTINA BRITTO GUIMARAES, BRUNO DA COSTA ROCHA, NADJA CECILIA DE CASTRO KRAYCHETE, PATRICIA GUEDES DE SOUZA e KARLA LUIZA MATOS PEDROSA Hospital Ana Nery, salvador, BA, BRASIL - Faculdade de Medicina-UFBA, Salvador, BA, BRASIL. Fundamentação: A Tetralogia de Fallot (T4F) é a cardiopatia congênita cianogênica mais prevalente, com incidência de 10% dentre todas as cardiopatias congênitas. Caracteriza-se morfologicamente pela presença de: comunicação interventricular, dextroposição da aorta, obstrução da via de saída e hipertrofia do ventrículo direito. A etiologia é multifatorial, sendo que 15% dos pacientes tem deleção do cromossomo 22q11. O ecocardiograma possibilita um detalhamento da anatomia intracardíaca, correspondendo ao método diagnóstico definitivo. O tratamento indicado é o cirúrgico, sendo que em casos mais complexos, torna-se necessário a realização da correção por etapas por meio da cirurgia paliativa (cirurgia de Blalock Taussig modificado) e posterior correção total. Objetivos: Analisar as características demográficas, clínicas e cirúrgicas dos pacientes com Tetralogia de Fallot acompanhados em um hospital terciário de Salvador , Bahia. Métodos: Realizada análise restrospectiva dos prontuários dos pacientes acompanhados com tetralogia de Fallot no período de 2007 a 2013. Resultados: Foram analisados 112 pacientes, sendo 74,1% procedentes do interior do Estado ; 58% do sexo masculino, com média de idade no momento do diagnóstico de 21 meses +/- 34. A média da idade no primeiro atendimento foi de 46,9 meses +/- 48 e a média de idade no momento da correção cirúrgica foi de 72,8 meses +/- 56,8; Entre os dados clínicos, sinais de hipoxia estavam presentes em 54,5% e baqueteamento digital em 15%. A necessidade da complementação diagnóstica com Angiotomografia ocorreu em 12,5% e de cateterismo cardiaco em 30,5% dos casos. T4F de má anatomia esteve presente em 75% dos casos. Propanolol foi utilizado como medicação pre-cirurgica em 88% dos casos analisados. A cirurgia de correção total foi realizada em 83% dos casos, sendo a técnica de ampliação do tronco e ramos pulmonares a mais prevalente, 61,6%. Cirurgia paliativa foi realizada em 12,5%. A taxa de mortalidade foi de 17%, restrita aos pacientes considerados de má anatomia. Conclusão: Concluímos que os principais preditores desfavoraveis quanto a evolução, podem estar relacionados a diagnóstico tardio, hipoxemia crônica, má anatomia e idade mais avançada no momento da correção cirúrgica. Cirurgia cardíaca minimamente invasiva: Experiência de seis anos em um centro de referência EDUARDO SAHADE DARZÉ, WANEWMAN LINS REIS DE ANDRADE, JOSÉ RICARDO L AMORETTI, JOSÉ CARLOS M. BERTASSI, SAYONARA ROCHA PINTO, MÁRCIA AZEVEDO VIANA, ADRIANO MARTINS DE OLIVEIRA e LUIZ EDUARDO FONTELES RITT Hospital Cárdio Pulmonar, Salvador, BA, BRASIL. Introdução: A Cirurgia cardíaca minimamente invasiva (CMI) envolve incisões torácicas menores em relação à esternotomia convencional e está associada a uma menor morbidade pós-operatória, recuperação mais rápida, alta precoce e a um melhor resultado estético. Este estudo representa a experiência institucional de 6 anos com a utilização de várias técnicas minimamente invasivas de cirurgia cardíaca. Métodos: Entre março/2009 e março/2015 foram realizadas 41 CMI de um total de 269 cirurgias cardíacas (15,2%). Dados clínico-demográficos e desfechos clínicos foram coletados retrospectivamente. Resultados: Em 2009, as CMI representaram 10% do total de cirurgias cardíacas realizadas na instituição e em 2015, 43%. A média de idade foi de 51 ± 16 anos e 49% eram mulheres. Trocas ou plastias valvares representaram 78% dos procedimentos (Mitral 69% / Aórtico 28% / Combinado 3%), 12% revascularizações e 10% CIA, sendo 17% re-operações. O tempo médio de circulação extracorpórea foi de 114 ± 39 min. Nenhuma conversão para esternotomia convencional foi necessária e re-operação por sangramento foi observada em um paciente. A necessidade média de transfusão foi de 0,6 ± 1,1 bolsas. A mortalidade hospitalar foi de 2,4% (1/41 pacientes) e a incidência de AVC 7,3% (3/41 pacientes). Não houve casos de mediastinite ou insuficiência renal aguda necessitando de diálise. O tempo mediano de permanência foi de 7 dias [IQ 5-10]. Conclusão: Esse estudo reforça os achados da literatura internacional de que as cirurgias cardíacas minimamente invasivas podem ser realizadas de forma segura, com baixa morbi- mortalidade e menor utilização de recursos hospitalares. Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 31 RESUMOS TEMAS LIVRES 40456 40462 Implantação do Checklist de procedimento seguro para pacientes submetidos a procedimentos percutâneos da Cardiologia: relato de experiência de enfermeiros Aderência aos Novos Antiplaquetários 3 e 6 Meses Após a Alta Hospitalar por Síndrome Coronariana Aguda EMANOELA LIMA FREITAS, MARCIA MARIA CARNEIRO OLIVEIRA, MÁRCIA AZEVEDO VIANA e PAULO DOMINGOS CHAGAS MARIANNA DEWAY ANDRADE, TAÍS DANTAS SARMENTO, ALBERTO SOUZA CORREIA FILHO, EDILANE GOUVEIA VOSS BOAVENTURA, NATLIA OLIVEIRA SANTOS e JADELSON PINHEIRO DE ANDRADE Hospital Cardio Pulmonar da Bahia, Salvador, BA, BRASIL. Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital da Bahia, Salvador, BA, BRASIL. Introdução: A segurança do paciente tornou-se um tema de grande relevância mundial. Estudos demonstram que 01 em cada 10 pacientes internados são vítimas de algum tipo de evento adverso evitável. No contexto atual, diante do aumento do número de procedimentos cardíacos percutâneos (cateterismo e angioplastia coronariana), por serem menos invasivos, e da disseminação da cultura de segurança, alicerçada na implementação da Política de Cirurgia Segura / Procedimento Seguro. Faz-se necessário a construção e consolidação de ações que visem à promoção da qualidade e segurança durante a assistência prestada aos pacientes, que serão encaminhados ao laboratório de hemodinâmica. O objetivo principal dessa sistematização foi reduzir o risco de ocorrência de não-conformidades relacionadas ao processo de preparo e encaminhamento de pacientes que serão submetidos a cateterismo e angioplastia coronariana, através da construção de um checklist. Método: trata-se do relato de experiência quanto à construção de um checklist, em uma unidade de terapia intensiva cardiovascular de um hospital privado de médio porte e alta complexidade, em Salvador Bahia, no ano de 2013. Resultados: a partir da solicitação de realização do procedimento pelo médico, o enfermeiro assume a gestão do processo, seguindo as ações pré-determinadas pelo instrumento. Esse checklist foi inserido ao relatório de passagem de plantão da equipe de enfermagem, composto pelos itens: paciente, família, médico assistente e plantonista cientes, jejum, tricotomia, suspensão do anticoagulante, punção venosa periférica em membro superior esquerdo, uso de dupla antiagregação, aplicação dos termos de consentimento e realização da avaliação pré-procedimento médica/anestésica, onde o enfermeiro assinala os itens a medida que tornam-se conformes. A vivência dessa prática diária após implementação do checklist nos permitiu uma percepção gradual de melhorias no processo e redução de não conformidades, tais como: maior envolvimento dos pacientes e familiares na tomada de decisão, otimização do tempo para realização do procedimento deixando o paciente preparado em tempo hábil, redução dos riscos de sangramento, confirmação da terapêutica medicamentosa conforme protocolo institucional e cumprimento da política institucional de cirurgia/procedimento seguro. Conclusão: a aplicação do checklist nos proporcionou prestar uma assistência mais segura ao paciente cardiopata submetidos a procedimentos percutâneos. Introdução: Com a recente introdução dos novos antiplaquetários (NAP) no tratamento da SCA, espera-se significativa redução na incidência de eventos cardiovasculares. No entanto, em virtude dos NAP terem custo individual mais elevado há uma preocupação com a não aderência e suas consequências em médio e longo prazo. Objetivo: Pimário: Avaliar a aderência do tratamento de dupla antiagregação plaquetária (DAP) 3 meses e 6 meses após a alta hospitalar de pacientes internados com SCA. Métodos: Foram incluídos os pacientes internados na UTI cardíaca do Hospital da Bahia com diagnóstico de SCA e que tiveram alta em uso de DAP no período de maio de 2013 a janeiro de 2015. A entrevista foi feita através de contato telefônico 3 e 6 meses após a alta hospitalar. Foram excluídos os pacientes que por qualquer razão não puderam ser entrevistados nesse período. Resultados: 254 pacientes foram internados por SCA nesse período. Foram excluídos 75 pacientes (óbitos intra-hospitalares, transferências para outro hospital, alta sem uso de DAP e perda no seguimento). Dos 179 pacientes analisados, a média de idade foi 65,3 ± 12,5 anos, sendo 41% diabéticos, 84% hipertensos, 69% dislipidêmicos, 18% tabagistas e 24% obesos. O diagnóstico na admissão foi angina instável em 35%, IAM sem supra de ST 47% e IAM com supra de ST 18%. 89% dos pacientes realizaram cateterismo, sendo que 46% foram submetidos à angioplastia e 16% cirurgia de revascularização miocárdica. Dos pacientes que saíram em uso de DAP, 48% foram prescritos ticagrelor, 38% clopidogrel e 4% prasugrel. Dos pacientes que saíram usando ticagrelor, clopidogrel e prasugrel 94%, 78% e 50% mantiveram o uso após 3 meses, respectivamente; e 85%, 77% e 50% após 6 meses, respectivamente. Conclusões: A aderência ao uso do ticagrelor foi considerada ótima 3 meses após a alta hospitalar (94%), porém decaiu em 6 meses para 85%, ainda assim superior a aderência ao uso do clopidogrel (78% e 77%) e do prasugrel (50%). Medidas educacionais devem ser instituídas para redução do abandono do tratamento após a alta. O custo não parece ser fator preponderante, visto que a aderência ao NAP de escolha foi superior à do clopidogrel. 40463 40465 Experiência em aterectomia rotacional de pacientes com lesões coronarianas severamente calcificadas: resultados intra-hospitalares e seguimento no primeiro ano Incorporação de colesterol na HDL e dislipidemias associadas à hipertensão na Doença Aterosclerótica Carotídea ISABELA PILAR MORAES ALVES DE SOUZA, BRUNO MACEDO AGUIAR, NARJARA DE OLIVEIRA CARDOSO DOURADO, MARILIA MENEZES GUSMÃO, MATHEUS PAMPONET FREITAS, THIAGO CARVALHO PEREIRA, ADRIANO ARAUJO MATOS MAGALHAES, JOBERTO PINHEIRO SENA, GEORGE LUIS OLIVEIRA DA SILVA, MARCELO GOTTSCHALD FERREIRA e JOSE CARLOS RAIMUNDO BRITO Hospital Santa Izabel, Salvador, BA, BRASIL. Introdução: A calcificação coronária acentuada representa um desafio para intervenção coronária percutânea (ICP), impedindo a navegação e liberação do stent, bem como a obtenção de resultado ótimo. A aterectomia rotacional (AR) ressurgiu na era dos stents farmacológicos (SF), minimizando a expansão inadequada e/ou a má aposição do dispositivo, fatores relacionados à trombose e reestenose. Métodos: Entre 07/2012 e 03/2015, foram avaliadas consecutivamente todas as ICP´s que necessitaram de AR, através de registro prospectivo, em um centro terciário de referência em cardiologia. Resultados: Foram incluídos 34 pacientes, 91,18% hipertensos, 49,99% diabéticos, 76,48% dislipidêmicos e 47,05% com história prévia ou atual de tabagismo. 47,06% apresentaram-se com síndrome coronariana sem supra desnivelamento do segmento ST; 29,41% com angina estável; 5,88% com dor torácica atípica; 8,82% com queixas tipo equivalente isquêmico e 8,82% vinham assintomáticos. Exame para avaliar isquemia antes das ICP´s foi realizado em 32,35% dos casos: a cintilografia de perfusão miocárdica foi prescrita em 90,9% das vezes e não demonstrou isquemia em apenas um paciente; teste ergométrico foi prescrito em 72,72% dos pacientes que foram submetidos à prova isquêmica e evidenciou isquemia em 62,5% dos casos. Sucesso angiográfico foi alcançado em 97,47% das lesões tratados, em 1,28% não foi possível ultrapassar a lesão e em 1.28% a lesão foi ultrapassada, mas não foi dilatada. Complicações no procedimento: 4 casos de dissecção (5,12%); nenhum caso de no-reflow e de perfuração; em 7 pacientes (17,5%) houve elevação isolada de marcadores de necrose miocárdica com critérios para infarto agudo do miocárdio (IAM, > 3x valor de referência) e ocorreram 2 sangramentos maiores (5%) em sítio da punção (femoral). Ausência de óbitos aos 30 dias. No seguimento entre 30 dias e 1 ano ocorreram 2 óbitos, 1 IAM, 1 cirurgia de revascularização miocárdica, 1 angioplastia e nenhum caso de trombose de stent e de acidente vascular cerebral; além disso, 1 paciente evoluiu com angina estável e 1 com dor torácica atípica. Conclusão: Nesse registro envolvendo pacientes portadores de lesões coronarianas com alto grau de calcificação, tratados por ICP e AR, observou-se alto índice de sucesso angiográfico imediato e boa evolução dentro do primeiro ano de seguimento. 32 Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 ALVARO LUIS MULLER DA FONSECA, e RICARDO DAVID COUTO UNEB - Universidade do Estado da Bahia, Salvador, BA, BRASIL. A maior causa de morbimortalidade no mundo atual é devida às doenças cardiovasculares, em especial nos países emergentes, envolvendo as doenças arteriais ateroscleróticas, as dislipidemias e a própria hipertensão arterial sistêmica. Essas doenças apresentam fatores e marcadores de risco em comum que necessitam ser avaliados constantemente na população para revelar o panorama geral dessa epidemia e adequar seu controle. Analisou-se a incorporação de colesterol livre na HDL e associação com outros fatores em pacientes hipertensos (HAS) com doença carotídea aterosclerótica (DCA). Estudou-se uma população de 66 indivíduos hipertensos, dos quais 32 com DCA e 34 não doentes (NDCA), examinados por ecografia vascular com doppler, de ambos os sexos e com idade média de 51,1 (± 6,7) anos. Avaliou-se fatores associados à aterogênese, como a incorporação de colesterol na HDL e dislipidemias, sua relação com o remodelamento do endotélio vascular e transporte reverso do colesterol. Métodos com marcadores isotópicos foram usados. Contatou-se que as amostras de soro dos pacientes DCA incorporaram menos colesterol livre triciado (CL-3H) quando comparados aos pacientes NDCA e, também, que os índices e demais parâmetros de avaliação do metabolismo lipídico corroboram o fenômeno (HDL-C, r=-0,330; p=0,0606, Pearson), mostrando uma tendência (HDL-C/apoA, r=0,511; p=0,0254) e relação positiva no grupo NDCA. A menor incorporação de CL-3H no grupo DCA indica deficiência no transporte reverso do colesterol, essa alteração implica em maior dificuldade de controle da hipertensão e maior risco agravo da DCA, na medida em que os mecanismos reguladores do nível de colesterol, a exemplo do transporte reverso, atuam de forma distinta daquela dos NDCA. RESUMOS TEMAS LIVRES 40470 40474 Efeitos do laser de baixa intensidade associado ao babatimão na cicatrização de mal perfurante plantar: relato de caso. Restabelecimento do controle autonômico do coração após sessão de hemodiálise JULIANA SENA ALBUQUERQUE ALVES, ROBERTA AZOUBEL, CLAUDINEIA MATOS DE ARAUJO, FABIANO VELOSO GOMES, ZELIA PEIXOTO DE LIMA, JANAINA SOUSA DIAS BORGES, SOCORRO SANTOS DA CRUZ, MAIRA MERCES BARRETO, TADEU FRANCA FERREIRA, MARIA ANDREA KERTESZ DE SOUZA e MARINES MARQUES DA CRUZ MURILO CARNEIRO MACEDO, DEBORA MARTINS DA SILVA, LUCAS BRASILEIRO LEMO, UANDERSON SILVA PIRÔPO, HELDER BRITO ANDRADE e RAFAEL PEREIRA DE PAULA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA, JEQUIÉ, BA, BRASIL. Introdução: Sessões de hemodiálise se caracterizam por grandes variações hemodinâmicas devido a retira de volume do sistema circulatório, o que exige aumento da atividade simpática e retirada vagal durante as sessões. Apesar deste fato ser conhecido, não é reportado na literatura se este comportamento do sistema nervoso autonômico permanece após a sessão de hemodiálise. Desta forma, o presente estudo objetivou comparar parâmetros de controle autonômico do coração previamente e imediatamente após duas sessões de hemodiálise. Métodos: Quatorze pacientes (33±3 anos) com diagnóstico de IRC, em tratamento dialítico há pelo menos 06 meses e sem histórico de crises hipotensivas recorrentes, tiveram os intervalos RR sucessivos registrados previamente (PRE) e imediatamente (POS) após duas sessões de hemodiálise. Os dados de intervalo RR foram analisados no domínio da frequência usando o programa Kubios HRV v.2.1. Foram obtidos os componentes de alta (AF) e baixa (BF) frequência do espectro, os quais são indicadores de atividade parassimpática e simpática, respectivamente. Foi usado o teste t de student e o nível de significância adotado foi de p < 0,05. Resultados: Não foi observada diferença significativa entre as medidas pré e pós sessão de hemodiálise (AF: PRE = 32.15±3.42%; POS = 34.75±4.19% / BF: PRE = 67.73±3.42%; POS = 65.16±4.19%) (p > 0,05). Conclusão: Os parâmetros de controle autonômico do coração relacionados à atividade simpática e parassimpática retornam aos níveis prévios de uma sessão de hemodiálise imediatamente após a realização da mesma, o que indica a rápida capacidade de adaptação do SNA e do sistema cardiovascular às condições de estresse hemodinâmico, como ocorre durante sessões de hemodiálise. Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é caracterizada pela manutenção em níveis elevados da pressão arterial. Destacam-se alterações funcionais e/ ou estruturais dos órgãos-alvo e metabólicas, com aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais. O diabetes melittus (DM), associada a HA, aumentam mais ainda os riscos de mortalidade, potencializando as doenças cardiovasculares e complicações microvasculares. Ambas apresentam alta prevalência e baixas taxas de controle. A falta de controle, principalmente do DM, levam hiperglicemia mantida, instalando-se a neuropatia diabética, com perda de sensibilidade, em destaque para os pés. Esses se tornam vulneráveis aos traumas, causados pelas pisadas e seus calçados, muitas vezes inadequados, que associado a falta do estimulo doloroso, não percebem as lesões em seus pés, ulcerando-os. Para tratamento destacam-se os lasers de baixa potência em associação a fitoterápicos, como o barbatimão. Os efeitos do laser de baixa potência proliferam os linfócitos e ativação dos macrófagos, elevam a secreção de fatores de crescimento de fibroblasto, intensificando a reabsorção tanto de fibrina quanto de colágeno e podem diminuir a síntese de mediadores inflamatórios. Quanto ao fitoterápico de escolha, o Babatimão (S. adstringens) suas propriedades cicatrizantes são conferidas aos elevados níveis de taninos presentes na casca da árvore Descrição do Caso: Paciente sexo masculino, 60 anos, hipertenso, diabético e com mal perfurante plantar na região do ante pé direito. Admitido no Projeto de extensão de uma Universidade dia 08/03/15. Ao exame clínico, apresentou extremidades distais pérvias, pulsos arteriais preservados, temperatura aumentada nos pés, associada a sinais flogisticos e coleção de secreção purulenta em região plantar. Neste dia foi realizado a limpeza da lesão e encaminhamento para o médico. Após debelada a infecção, deu inicio ao desbridamento instrumental da lesão, pomada a base de babatimão e laser de alumínio, gálio, índio e fósforo , numa intensidade de 8j/cm2, comprimento de onda de 660 nm aplicado no modo pontual contínuo, com distância entre os pontos de 1cm, em bordas e leito da lesão, 3vezes na semana, totalizando 12 aplicações, com completa cicatrização da lesão. Conclusão: O laser de baixa intensidade associado ao fitoterápico barbatimão, pode ser um tratamento de escolha para o mal perfurante plantar, entre os profissionais da área. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Jequié, BA, BRASIL. 40476 40479 Educação em Saúde sobre Hipertensão Arterial Sistêmica para adultos estudantes de uma Escola Municial de Salvador: Relato de experiência Aortite relacionada a IgG4: relato de caso de uma doença inflamatória recém-definida. ADILEIA S SILVA, CAROLINA S CERQUEIRA, DANIELE R SOUZA, LENON C FRANCO, LUANA S D FERREIRA, LUCAS G P SILVA, MARIA A B FERREIRA, MARTA S MOURA, TAINARA S F SANTOS, TIARA S ARAUJO e THABATA A M A OLIVEIRA RICARDO D OLIVEIRA VIEIRA, JOÃO DE SOUZA ANDRADE NETO, EDÍLSON FELIPE RODRIGUES CAMPOS, ROBERTO NASCIMENTO VIEIRA, JORGE ANDION TORREÃO, ODILSON MARCOS SILVESTRE, GLAUCIO WERNEK MOZER, DÉCIO CARDOSO DA SILVA JÚNIOR, MILENA VASCONCELLOS SILVA e PAULO SAMPAIO GUTIERREZ Liga Acadêmica de Enfermagem em Doenças Cardiovasculares, Salvador, BA, BRASIL - Universidade do Estado da Bahia, Salvador, BA, BRASIL. Introdução: No ano de 2012 aproximadamente 25% dos brasileiros adultos foram diagnosticados com Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), caracterizando-se como um dos principais fatores responsáveis para ocorrência de doenças cardiovasculares no País. Diante da sua importância epidemiológica, além do diagnóstico e tratamento, ações educativas na comunidade têm sido apontadas como essenciais para seu controle. O objetivo deste trabalho foi orientar alunos adultos do turno noturno do ensino fundamental de uma escola pública municipal sobre a HAS, bem como avaliar o nível de conhecimento dos mesmos sobre o tema. Métodos: Trata-se de um relato de experiência, referente a uma atividade educativa sobre HAS, realizada pelos membros da LAEDCV, em uma Escola Municipal de Salvador no mês de março de 2015. Na realização da atividade foram seguidos os seguintes passos: 1- Pré-teste com aplicação de um questionário estruturado composto por 05 questões fechadas de múltipla escolha com a finalidade de analisar o conhecimento prévio dos participantes sobre HAS; 2Apresentação de uma aula expositiva sobre o tema; 3-Pós-teste com aplicação do mesmo questionário para avaliar o nível de aprendizado dos estudantes; 4-Realização de dinâmica para consolidar o conhecimento dos alunos. Resultados: Participaram 27 estudantes na faixa etária de 17-65 anos. No pré-teste, cerca de 44% não sabiam definir HAS e acreditavam na possibilidade de cura da doença. Após a aula expositiva e reaplicação do questionário, identificou-se que cerca de 70% dos participantes souberam sinalizar corretamente a definição de HAS e 67% acertaram sobre a impossibilidade de cura. Em relação as possíveis doenças ocasionadas pelo não controle da hipertensão foi possível identificar um conhecimento prévio do assunto com um acerto de 100% antes e após a aula e 81% dos alunos sinalizaram boas condutas para a prevenção da HAS. Conclusão: A realização desta atividade educativa sobre HAS trouxe uma experiência positiva e enriquecedora tanto para a LAEDCV como para os estudantes da Escola Municipal, pois foi possível efetivar trocas de conhecimentos. Através do instrumento avaliativo aplicado em dois momentos distintos, obteve-se um resultado em potencial, que ratifica, o aproveitamento da aula e demonstra que o objetivo foi alcançado: a multiplicação efetiva da informação e o favorecimento à comunidade, a qual pôde ampliar o saber acerca da hipertensão. Hospital e Clínica São Roque, Ipiaú, BA, BRASIL - Hospital Calixto Midlej Filho, Itabuna, BA, BRASIL - Instituto do Coração - HC/FMUSP, Sao Paulo, SP, BRASIL. Introdução: Doença relacionada ao depósito de imunoglobulina G4 (DR-IgG4) é uma doença sistêmica rara e que pode afetar qualquer órgão. A nomenclatura desta doença e critérios diagnósticos foram descritos nos últimos 10 anos. Até o presente momento, na literatura médica nacional, não existe descrição de aortite relacionada a IgG4. Descrição do Caso: Paciente 52 anos, feminino, sem comorbidade, internada por síncope. Angina e dispnéia aos esforços habituais há 01 ano. Bom estado geral, PA 110/80mmHg, FC 36-74bpm, pulso parvus et tardus, BRN com sopro ejetivo com pico telessistólico, grau 3, em foco aórtico e aórtico acessório, irradiando-se para as carótidas. Não apresentava dissociação de pressão dos membros superiores ou sopro em região axilar ou abdominal. ECG bloqueio atrioventricular 2:1, 34bpm, intercalando com bloqueio atrioventricular 1o grau (320mseg). Eco evidenciou diâmetro da raiz da aorta 2,24cm. Coronariografia estenose 90% do óstio tronco da coronária esquerda e 80% do óstio artéria coronária direita, sem redução luminal ou irregularidade parietal nos demais segmentos das coronárias. Diante do achado da coronariografia, a hipótese de aortite foi aventada. Doppler carótidas e vertebrais, VDRL, FTA-ABS, anti-HIV, eletroforese de proteínas séricas sem alteração, FAN com padrão citoplasmático pontilhado fino 1:160 e P-ANCA 1:320. Achados intraoperatórios foram: presença de aderências dos folhetos pericárdicos, aspecto externo da aorta grosseiro com superfície irregular, intensa aderência entre a aorta e tronco da artéria pulmonar, acentuado espessamento da parede da aorta, aproximadamente 1,5cm de espessura, valva aórtica tricúspide com acentuado espessamento dos folhetos. Realizado implante de prótese mecânica aórtica e revascularização miocárdica com enxerto de artéria torácica interna esquerda-artéria descendente anterior e enxerto de veia safena para coronária direita. Após 15dias foi realizado implante de marcapasso definitivo. Exame microscópico evidenciou aortite crônica, atingindo especialmente a camada adventícia, com numerosos plasmócitos e densa fibrose com arranjo espiralado. Realizado imunoperoxidase para IgG4, IgG total, CD138 e Treponema pallidum. A contagem de células positivas para IgG4 e IgG total foi, respectivamente: 1157/mm2 e 2591/mm2 . Proporção IgG4/IgG total: 44,65%. A pesquisa de T. pallidum, de fungos e de bactérias foi negativa. Conclusão: Aortite relacionada a IgG4 apresenta-se como periaortite fibroinflamatória. Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 33 RESUMOS TEMAS LIVRES 40482 40483 Implante de cardiodesfibrilador implantável em criança com cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva e alto risco de morte súbita. Descompensação volêmica em pacientes com insuficiência cardíaca aguda com fração de ejeção preservada versus fração de ejeção reduzida JAMILE MAGALHAES FERREIRA LEITE, BRÁULIO JOSÉ BARAÚNA DE PINNA JÚNIOR, GEORGIA DOS SANTOS COUTO, JAMERSON DE ALMEIDA SAMPAIO, BRUNO SANTANA BOAVENTURA, LAILA MACHADO PINHEIRO e SARA FELIPE DA SILVA MEDRADO SOUZA GABRIEL NEIMANN, LUCAS CARVALHO ANDRADE, JANINE MAGALHÃES OLIVEIRA, FABIO LUIS DE JESUS SOARES, MARCIA MARIA NOYA RABELO e LUIS CLAUDIO LEMOS CORREIA Hospital Santa Izabel, Salvador, BA, BRASIL. A cardiomiopatia hipertrófica (CMH) é uma doença genética com padrão de transmissão autossômico dominante, caracterizada por hipertrofia ventricular esquerda, na ausência de outras causas de hipertrofia. É considerada a principal causa de morte súbita cardíaca (MSC) em jovens. É classificada segundo sua distribuição anatômica nos tipos septal, medioventricular, apical, lateral e concêntrico, além de suas extensões a outras regiões. Do ponto de vista hemodinâmico, as CMH são divididas em obstrutivas (septal assimétrica e medioventricular) e não obstrutivas (septal assimétrica concêntrica, apical, lateral e/ou látero-posterior. A cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva médio-ventricular é uma variante rara (1%) da cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva. A síncope e a MSC, que são as manifestações clínicas mais dramáticas da doença, geralmente decorrem da disfunção ventricular. A MSC incide em cerca de 1% ao ano em adultos com CMH, e 2% a 4% em crianças e adolescentes. Alguns fortes preditores de MSC, como síncopes de etiologia não-identificada, história familiar de MSC, medida ecocardiográfica do septo ou da parede posterior do VE maior que 30 mm, início dos sintomas na infância, presença de fibrilação atrial paroxística ou persistente, e outros pouco estudados como mutações genéticas poderiam ser avaliados por meio do implante do Cardiodesfibrilador Implantável(CDI). Neste relato de caso apresentamos um paciente RGSS, masculino, 8 anos, portador de miocardiopatia hipertrófica obstrutiva que vinha cursando com episódios de pré-síncope e síncope frequentes. Ao Ecocardiograma transtorácico apresentava FE 63% e CMH com obstrução dinâmica médio-cavitária. Holter com arritmia atrial extrassistólica e PR curto; Ressonância nuclear magnética com CMH medioventricular com obstrução dinâmica intraventricular e fibrose miocárdica, hipertrofia de VE moderada predominando na porção média, presença de gradiente entre porção apical e basal do VE, e realce tardio miocárdico no seguimento anterior e inferior da porção média. O paciente foi submetido a implante do CDI e programação de transplante cardíaco. Podemos concluir que apesar de a CMH ser uma doença pouco frequente, raramente responsável por MSC, de estratificação de risco muito difícil, tem representado importante desafio clínico para definição de um tratamento profilático de MSC e a disponibilidade recente do CDI em nosso meio torna-se uma estratégia eficaz, proporcionando segurança terapêutica a esses pacientes. 40485 40486 O volume atrial esquerdo ao ecocardiograma como avaliação hemodinâmica não invasiva do grau de descompensação volêmica em pacientes com insuficiência cardíaca agudamente descompensada Avaliação da função do átrio esquerdo pelo strain bidimensional em pacientes com síndrome coronariana aguda sem supradesnivelamento ST (SCASSST). FABIO LUIS DE JESUS SOARES, JANINE MAGALHES OLIVEIRA, LUCAS CARVALHO ANDRADE, GABRIEL NEIMANN, SAULO DIAS VIANA, ARILTON DANTAS DOS SANTOS JÚNIOR, ADRIANO CHAVES ALMEIDA FILHO, MARCIA MARIA NOYA RABELO e LUIS CLAUDIO LEMOS CORREIA Hospital São Rafael, SALVADOR, BA, BRASIL - Fundação para Desenvolvimento da Ciência, SALVADOR, BA Introdução: O aumento do volume atrial esquerdo é comum em muitas cardiopatias, sendo seu maior determinante as pressões de enchimento do ventrículo esquerdo. Ao contrário das medidas de velocidade do Doppler que refletem as pressões de enchimento ventricular no momento, o volume do átrio esquerdo reflete o efeito cumulativo dessas ao longo do tempo. No entanto, poucos trabalhos avaliaram o volume atrial indexado a superfície corpórea a outros marcadores prognósticos tais como o NT-pro-BNP. Objetivo: Testar a hipótese que o volume atrial esquerdo indexado a superfície corpórea traduz a magnitude da descompensação volêmica em pacientes admitidos com IC agudamente descompensada. Métodos: estudo de coleta prospectiva, de corte transversal com pacientes admitidos entre janeiro de 2013 a outubro de 2014, com diagnóstico de insuficiência cardíaca agudamente descompensada. O critério de inclusão é o aumento da dosagem plasmática do NT-proBNP (> 450 pg/ml para pacientes abaixo de 50 anos ou NT-proBNP > 900 pg/ml para pacientes acima de 50 anos). NT-proBNP foi utilizado como padrão de referência para o grau de descompensação, sendo testada sua associação com o volume do átrio esquerdo. Os cardiologistas que realizaram o ecocardiograma eram cegos em relação aos valores do NT-proBNP. Resultados: foram estudados 110 pacientes com insuficiência cardíaca agudamente descompensada, 55% homens, com idade média de 68 (±16) anos; dispneia foi o principal motivo do internamento (92% da amostra) e 56% com etiologia isquêmica. A PAS média da admissão de 150 (±34) mmHg, FC 90 (±30) bpm e a mediana do NT-proBNP 3962pg/ml(IQ= 2345-6667). A média do volume atrial esquerdo indexado a superfície corpórea foi de 48(±15) ml/m² e a Fração de ejeção do ventrículo esquerdo 45% (±20) Foi observada correlação entre o volume do átrio esquerdo e os níveis plasmáticos do NT-proBNP (R=0,30; p=0,003). Conclusão: A despeito do volume atrial esquerdo estar aumentado em decorrência de cardiopatia estrutural prévia, também pode representar uma medida indireta do grau de descompensação volêmica em pacientes com IC agudamente descompensada, correlacionando-se com os níveis de NT-proBNP. 34 Hospital São Rafael, SALVADOR, BA, BRASIL - Fundação para Desenvolvimento da Ciência, SALVADOR, BA, . Fundamento: Vários ensaios têm demonstrado vantagens na utilização do NTproBNP como marcador diagnóstico e prognóstico em pacientes com insuficiência cardíaca (IC). Entretanto, dispomos de poucos dados que avaliem o papel desse marcador na diferenciação do grau de descompensação volêmica entre os pacientes com e sem disfunção ventricular sistólica. Objetivo: Avaliar dentre as duas apresentações da insuficiência cardíaca: a IC com fração de ejeção preservada e a IC com fração de ejeção reduzida, qual apresenta maior descompensação volêmica através da mensuração dos níveis plasmáticos do NT-proBNP. Métodos: De janeiro 2013 até outubro de 2014, pacientes consecutivamente admitidos na Unidade de Cardiovascular Intensiva do Hospital São Rafael com diagnóstico de IC tiveram história clínica colhida de forma sistematizada e submetidos a realização de exames laboratoriais, ecocardiograma e dosagem do NTpro-BNP. Insuficiência Cardíaca foi caracterizada pela presença de dispnéia progressiva e/ou sintomas de baixo débito associada a elevação do NTpro-BNP. Enquanto que o status volêmico foi definido pelo concentração sérica do NTpro-BNP. Resultados: Foram estudados 77 pacientes, 70 (±16) anos, 54% homens, internados por IC descompensada. Do total de pacientes, 45% apresentaram fração de ejeção preservada do ventrículo esquerdo (FEP), e 55% apresentavam fração de ejeção reduzida (FER). A mediana do nível sérico do NTpro-BNP na admissão dos pacientes com FEP foi de 4.631pg/ml (IIQ: 3.083-7.464), comparada a dos pacientes com FER, que foi de: 2.875 IIQ:2.291-6.720 pg/ml; p=0,39. Na alta os valores das medianas apresentadas do NT-proBNP foram de: FEP (1873 pg/ml IQ:996-3952) e pacientes com FER (2145 pg/ml IQ: 1464-3543); p=0,094. Não foram observadas diferenças nos níveis séricos do NTpro-BNP quando comparados pacientes com FE reduzida e FE preservada. Conclusões: Não há diferença de gravidade volêmica entre IC com FE reduzida ou preservada. A queda dos níveis do NT-proBNP está ligada à melhora clínica em ambos os grupos, refletindo a mesma resposta terapêutica. Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 RAFAEL MODESTO FERNANDES, DAVID COSTA DE SOUZA LE BIHAN, ANDREA VILELA, RODRIGO BARRETO, JORGE EDUARDO ASSEF e ARI TIMERMAN Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, São Paulo, SP, BRASIL - Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, BRASIL. Fundamento: A SCASST é uma importante causa de morbi-mortalidade em todo mundo. A disfunção do átrio esquerdo (AE) foi relacionada a pior prognóstico em diversas situações clínicas, porém existem poucos trabalhos na literatura avaliando-o no contexto da SCA. Portanto, nosso objetivo é correlacionar os componentes da função do AE (reservatório, conduto e contração), analisada pelo strain bidimensional por meio do ecocardiograma, com o desenvolvimento de desfechos adversos em pacientes com SCASSST. Métodos: Esse estudo foi realizado no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, como objeto de Tese de Doutorado no programa USP-IDPC. Serão demonstrados os resultados parciais com pacientes (p) obtidos retrospectivamente por meio de um banco de dados do setor de ecocardiografia e com p obtidos prospectivamente no pronto socorro com diagnóstico de SCASSST. O desfecho combinado será composto por eventos adversos na internação e no seguimento de um ano. Resultados: Nesta análise, foram recrutados 57 p(31 p prospectivamente). Das variáveis demográficas: idade 62 anos(±11,5), masculino 41 p (72%), diabetes 21 p (37%), tabagista 21 p(21%), hipertensão 45p (78,9%), angioplastia prévia 23 p (40%), revascularização miocárdica cirúrgica prévia 11 p (19,3%), história familiar positiva 26 p(46,5%). Dos dados da admissão: pressão arterial sistólica 134mmHg(±22), frequência cardíaca 78bpm (±15), Killip I 54 p (94,7%), creatinina sérica 1,2mg/dL (±1),CKMB massa 11,3ug/L (±17),troponina Ic 3,3ng/ml(±6,1), ECG com infradesnivelamento ST 17 p (30%), escore de risco GRACE 127(± 28), escore de risco TIMI 3,3 (±1,4), diagnóstico de IAMSSST, AI de moderado risco e AI de alto risco em 84%, 9% e 7% respectivamente. Foi realizado cinecoronariografia em 49 p (86%) sendo tratados através de angioplastia, revascularização cirúrgica e clinicamente em 44%, 14% e 42% respectivamente. Os desfechos combinados na internação e seguimento ocorreram em 18 p. Comparação entre as variáveis de função do AE em p sem e com desfecho: strain de reservatório (26,9 vs 20,9;IC95%: p=0,006), strain de conduto (14,8 vs 9,9;IC95%: p=0,001) e strain de contração (12,1 vs 11;IC95%:p=0,67). Conclusão: A função do átrio esquerdo avaliada pelo strain bidimensional é um parâmetro ecocardiográfico promissor para avaliar pior prognóstico em pacientes com SCA. Nesse trabalho, a função de reservatório e de conduto do AE se correlacionaram significativamente a eventos adversos hospitalares e durante o seguimento. RESUMOS TEMAS LIVRES 40488 40489 O impacto das perdas de bolsas de sangue frente a grande demanda de transfusões em cirurgia cardíaca. ECOCARDIOGRAMA STRAIN E FIBROSE MIOCARDICA NA DOENÇA DE CHAGAS INCIPIENTE TAMARA CRISTINA DIAS DE ASSIS, LUANNA NAPOLI FAGUNDES, CARMEN LUCIA PEREIRA DIAS, IVANA MOTA DOS SANTOS, VIVIANE SILVA DE JESUS, LAIS LOPES COIMBRA, LEILANE OLIVEIRA DAS NEVES e MELISSA ALMEIDA SILVA POLIANA EVANGELISTA LIMA, MARTA MENEZES, EDMUNDO JOSE NASSRI CAMARA e RAFAEL DE CASTRO DA SILVA Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA, BRASIL. Escola bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador, BA, BRASIL - Hospital Ana Nery, Salvador, BA, BRASIL. Introdução: Uma das maiores complicações em cirurgia cardíaca tem sido a ocorrência de sangramento excessivo de etiologias distintas, levando à reintervenção, aumento nos custos do tratamento, maior permanência na unidade de pós-operatório e uma necessidade imperiosa de uso de hemocomponentes, recurso valioso altamente escasso. (BENFATTI et al., 2010). A transfusão sanguínea em cirurgias cardíacas ocorre em até 80% dos casos, especialmente, quando utiliza-se a circulação extra corpórea (RENALT et al., 2009). Atender a grande demanda por hemocomponentes frente ao déficit nos estoques de sangue é um grande desafio. Apenas 1,9% da população brasileira é doadora voluntária de sangue por ano, mas para a manutenção satisfatória dos estoques, a taxa ideal seria alcançada se 3% a 5% da população fosse doadora. A existência de perda de bolsas de sangue é um fator agravante, como apontam estudos feitos no Rio Grande do Sul, Tocantins, Sergipe, Alagoas e Ceará (FONTE, 2004). Assim, compreende-se que a diminuição do volume de sangue perdido influenciaria diretamente na economia deste recurso. Método: Estudo quantitativo que objetivou caracterizar a perda de hemocomponentes em um hospital público de Salvador em 2010 e 2011 através dos livros de registro da agência transfusional, buscando quantificar o total de hemocomponentes recebido pelo hospital, quantitativo encaminhado às unidades de internação e a ocorrência de perdas destas bolsas. Resultado: 71% do total recebido foi de concentrado de hemácias (CH) e 2,2% de crioprecipitado nos dois anos. 39,1% das liberações às unidades foram de CH e 3,3% de crioprecipitado. O maior número de solicitações (30,9%) partiu da Emergência. A causa mais frequente de perda de hemocomponentes foi o prazo de validade expirado, (55,4%), seguido do rompimento das bolsas (12,4%), bolsa instalada, mas não transfundida (10,9%), óbito do paciente pós-descongelamento da bolsa (7,2%), perda por suspensão da transfusão por ordem médica (5,8%), outros motivos de perda (5,8%) e hemólise (2,1%). O plasma fresco foi responsável por 48,1% das perdas, seguido por 32,1% de CH, 12,4% de crioprecipitado e 7,2% de concentrado de plaquetas. Resultado: É imprescindível investimento em gestão não apenas no nível local, mas em toda a rede hemoterápica, além da atuação da enfermeira, para um maior controle de recursos e no processo de transfusão buscando a redução do quantitativo de bolsas perdidas, frequentemente utilizadas em cirurgias cardíacas. Introdução: A Miocardiopatia Chagásica (MCC) apresenta uma inflamação miocárdica crônica que provoca destruição tissular progressiva e fibrose extensa no coração.1,2,3,4,5 Ainda não é possível identificar quais dos portadores de Doença de Chagas (DC) irão desenvolver a MCC.A ressonância nuclear magnética cardíaca (RMC) é o exame padrão-ouro para avaliar fibrose miocárdica (FM). Este exame permite a identificação precoce do envolvimento cardíaco, através da detecção de áreas de realce tardio indicativos de fibrose. A extensão da fibrose correlaciona-se diretamente com o estágio de evolução da doença.6,7,8 A ecocardiografia bidimensional (ECO2D) speckle tracking strain fornece uma avaliação quantitativa da função regional e global do ventrículo e é considerada um indicador mais sensível e específico de disfunção miocárdica subclínica9,10 É possível que esta técnica tenha uma boa correlação com a RMC na avaliação de FM e contratilidade cardíaca em pacientes com DC sem disfunção ventricular. Descrição do caso: Paciente do sexo feminino, 47 anos, assintomática, natural de São Felipe, Bahia, portadora de Doença de Chagas diagnosticada há oito anos. Ao exame físico, apresentava-se em bom estado geral, frequência cardíaca de 68 bpm, pressão arterial de 110 x 70 mmHg, ausculta cardíaca com bulhas normofonéticas sem sopros e ausculta pulmonar sem ruídos adventícios. O eletrocardiograma apresentava ritmo sinusal, bloqueio do ramo direito e bloqueio divisional ânterosuperior esquerdo.O ecocardiograma transtorácico mostrou câmaras cardíacas com dimensões e espessuras normais, função sistólica global do ventrículo esquerda preservada, com hipocinesia basal das paredes anterosseptal e inferosseptal, disfunção diastólica do ventrículo esquerdo, tipo alteração do relaxamento. A RMC do coração evidenciou câmaras cardíacas com dimensões normais, função sistólica biventricular preservada, hipocinesia e afilamento da parede inferolateral basal e presença de realce tardio no ventrículo esquerdo na mesma localização. A paciente foi então submetida ao ECO2D speckle tracking strain por pesquisador cego quanto a RNM e este evidenciou o Strain Global Longitudinal reduzido - 14,53%. Conclusões: O ECO2D speckle tracking strain parece ter o potencial para a detecção de fibrose miocárdica no cenário da doença de Chagas. Este é um relato de caso que faz parte de um estudo sobre a correlação entre o ECO2D strain com a RNM cardíaca nos portadores de DC sem disfunção ventricular. 40494 40495 Relação entre adesão ao tratamento antihipertensivo em idosos diabéticos e não diabéticos e meta pressórica segundo VIII Joint atendidos em um ambulatório de Salvador/BA em 2014 Pressão Sistólica da Artéria Pulmonar avaliada ao ecocardiograma como preditor de eventos cardiovasculares em pacientes com insuficiência cardíaca descompensada ROBERTO LUDOVICO GOES COSTA, MYLENA PIRES DE SIQUEIRA, THIAGO MENEZES BARBOSA DE SOUZA, GABRIELLA SODRE, ANTÔNIO MAURÍCIO DOS SANTOS CERQUEIRA JR, MARISTELA MAGNAVITA O. GARCIA, CONSTANÇA CRUZ, LUANA LEITE MENEZES SANTOS e MARIANA MAY CEDRO Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador, BA, BRASIL. FABIO LUIS DE JESUS SOARES, JANINE MAGALHES OLIVEIRA, LUCAS CARVALHO ANDRADE, GABRIEL NEIMANN, ADRIANO CHAVES ALMEIDA FILHO, SAULO DIAS VIANA, ARILTON DANTAS DOS SANTOS JÚNIOR, MARCIA MARIA NOYA RABELO e LUIS CLAUDIO LEMOS CORREIA Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença crônica que afeta mais de 30 milhões de brasileiros. Seu controle é fundamental para prevenir complicações cerebrovasculares. Objetivos: Determinar se existe relação entre adesão ao tratamento anti-hipertensivo em idosos diabéticos e não diabéticos e meta pressóricas segundo VIII Joint, atendidos em um Ambulatório Docente Assistencial em Salvador/ Ba em 2014. Métodos: Estudo de corte transversal em indivíduos diagnosticados com HAS, Pressão Arterial Sistólica (PAS) ≥ 140 e Pressão Arterial Diastólica (PAD) ≥ 90 mmHg, acompanhados no ambulatório de Clínica Médica do ADAB o hipertensaçe de vida relacionada no Brasil: tando - EBMSP. Foram incluídos indivíduos em tratamento para HAS; ≥ 60 anos; ambos os sexos; residentes em Salvador e região metropolitana. Foram excluídos portadores de doenças neurológicas e psiquiátricas; baixa escolaridade (< 01 ano); diagnóstico de HAS secundária. Foi aplicado questionário contendo informações biológicas, socioeconômicos, clínicas e hábitos de vida, além do teste de Morisky. Resultados: Foram analisados 91 pacientes, com média de idade de 66,2(+6,60) anos, maioria mulheres (65%), casadas (45,6%), com renda mensal de um salário mínimo (57,1%) e escolaridade 1º incompleto (54,9%). A maioria não era tabagista, nem etilista, sendo a prática de atividade física verificada em 36,3% dos pacientes. O perfil clínico era formado em sua maioria por pacientes diabéticos (52,7%), PAS 149,75+59,70 mmHg e PAD 91,84+12,92 mmHg. A maior parte da população (36,9%) estava em uso de 02 medicamentos anti-hipertensivos, sendo medicamentos da classe dos bloqueadores dos receptores de angiotensina II (63,8%) e diuréticos (58,8%) os mais usados. Dos pacientes analisados a maioria não estava aderente ao tratamento (63%), sendo mensurado pelo questionário de Morisky. Não houve relação significante entre adesão ao tratamento anti-hipertensivo e meta pressórica pelo VIII Joint tanto em idosos diabéticos como em não diabéticos. Conclusão: Condizente com a literatura, a maior parte (71,2%) não estava aderente ao tratamento. Da mesma forma não houve relação significante entre adesão ao tratamento anti-hipertensivo e meta pressórica pelo VIII Joint, tanto em idosos diabéticos como em não diabéticos. Hospital São Rafael, SALVADOR, BA, - Fundação para Desenvolvimento da Ciência, SALVADOR, BA. Fundamento: A Insuficiência Cardíaca (IC) agudamente descompensada é uma significativa causa de morbi-mortalidade, sendo a principal causa de internação em pessoas com mais de 65 anos de idade. Depois da primeira hospitalização, as taxas de reinternamentos são elevadas, portanto é importante identificar possíveis marcadores prognósticos. Objetivo: Avaliar se a pressão sistólica de artéria pulmonar (PSAP) mensurada ao ecocardiograma da admissão (realizado nas primeiras 24h) se associa a morte cardiovascular e/ou reinternamentos em 60 dias. Métodos: estudo de coleta prospectiva, de corte transversal com pacientes admitidos entre janeiro de 2013 a outubro de 2014, com diagnóstico de insuficiência cardíaca agudamente descompensada. O critério de inclusão é o aumento da dosagem plasmática do NT-proBNP (> 450 pg/ml para pacientes abaixo de 50 anos ou NT-proBNP > 900 pg/ml para pacientes acima de 50 anos). NT-proBNP foi utilizado como padrão de referência para o grau de descompensação, sendo testada sua associação com o volume do átrio esquerdo. Os cardiologistas que realizaram o ecocardiograma eram cegos em relação aos valores do NT-proBNP. Resultados: foram estudados 110 pacientes com insuficiência cardíaca agudamente descompensada, 55% homens, com idade média de 68 (±16) anos; dispneia foi o principal motivo do internamento (92% da amostra) e 56% com etiologia isquêmica. A PAS média da admissão de 150 (±34) mmHg, FC 90 (±30) bpm e a mediana do NT-proBNP 3962pg/ml(IQ= 2345-6667). A Fração de ejeção do ventrículo esquerdo 45% (±20) e a PSAP 45 (±14) mmHg A curva ROC da PSAP mensurada no ecocardiograma realizado nas primeiras 24h da admissão e eventos cardiovasculares em 60 dias, apresentou uma área sob a curva de 0,66 (P = 0,01; IC 95% = 0,54 - 0,76). Conclusão: A PSAP avaliada de modo não invasivo, utilizando o ecocardiograma, apresenta-se como preditor de eventos (morte e/ou reinternamento em 60 dias) em pacientes admitidos com IC agudamente descompensada (independente da FE do ventrículo esquerdo). Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 35 RESUMOS TEMAS LIVRES 40499 40500 Abordagem na dificuldade de diferenciação diagnóstica entre trombose de prótese biológica mitral e endocardite infecciosa - relato de caso e revisão da literatura Prevalência de anormalidades eletrocardiográficas em pacientes com insuficiência cardíaca chagásica em comparação com etiologia não-chagásica LEONARDO RIOS BERGANTIN, PEDRO RUBENS PEREIRA JUNIOR, LIVIA BRAGA VASCONCELOS, NAYARA GOMES e MARCOS VENICIO GORI RAIZA MENEZES FERRAZ, LUCAS ROSEMBERG PELLEGRINO JORGE ALENCAR, ADRIANO ARAUJO MATOS MAGALHAES, ISABELA PILAR MORAES ALVES DE SOUZA, JOEL ALVES PINHO FILHO e GILSON SOARES FEITOSA FILHO Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil - Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, São Paulo, SP, Brasil. Hospital Santa Izabel- Santa Casa da Misericórdia da Bahia, Salvador, BA, BRASIL Escola Bahiana de Medicina e Saude Pública, Salvador, BA, BRASIL. Paciente do sexo masculino, 32 anos, portador de valvopatia aórtica e mitral de origem reumática, foi submetido à troca valvar aórtica e mitral, com implante de próteses biológicas. Após dois meses, durante avaliação ambulatorial de seguimento pós-operatório, apresentou piora do sopro cardíaco em relação ao descrito durante a internação. Paciente assintomático e afebril, realizou ecocardiograma transtorácico com complementação esofágica, sendo evidenciado refluxo paraprotético em ambas as próteses e duas imagens ecodensas, sugestivas de vegetação ou trombo, móveis, aderidas à superfície atrial da prótese mitral. Colhidas cinco amostras de hemocultura com resultado negativo. Após um mês, quando retornou ao ambulatório, foi realizado novo ecocardiograma transesofágico, que mostrou persistência do refluxo paraprotético e das imagens em prótese mitral, mantendo o padrão anterior. Solicitado novas amostras de hemocultura, que permaneceram negativas. Paciente se manteve afebril e assintomático durante todo o período. Encaminhado à nova correção cirúrgica, para troca de ambas as próteses, o material protético foi enviado para análise laboratorial. Tal análise demonstrou que, no material aderido à prótese biológica mitral, não havia colonização por micro-organismos, descartando-se, assim, a suspeita de endocardite, e evidenciando-se trombo. Introdução: A doença de Chagas é uma importante etiologia de insuficiência cardíaca sistólica em nosso meio. Alterações eletrocardiográficas eventualmente podem ser úteis em sugerir determinadas etiologias. Objetivo: Comparar as prevalências das anormalidades eletrocardiográficas em pacientes com insuficiência cardíaca (IC) sistólica de etiologia chagásica e não-chagásica em um hospital de referência em cardiologia em Salvador, Bahia. Metodologia: Foram incluídos pacientes com IC e fração de ejeção (FE) <45%, divididos em 2 grupos conforme etiologia: Chagas e não-Chagas. Alterações eletrocardiográficas foram sistematicamente investigadas por dois avaliadores cegos para o diagnóstico etiológico. Resultados: Foram incluídos 107 pacientes, 47 com IC chagásica (43,9%), ambos com frequência aproximada de 57% de homens. No grupo Chagas, a mediana de idade foi 63 anos (intervalo interquartil (IIQ) = 55,5-69,5 anos) e de FE 37,5% (IIQ = 30,5-42%). No grupo não-Chagas, a mediana de idade foi 60 anos (IIQ = 49-67,5 anos), e a de FE 33,5% (IIQ = 24-40%). Não existiram diferenças significativas quanto às avaliações de duração ou amplitude de P e PR (quando ritmo sinusal). Existiram diferenças significativas quanto à duração de QRS, amplitude de QRS, Sokolow-Lyon, Cornell e tempo de ativação ventricular. As seguintes variáveis categóricas foram significativamente mais frequentes nos Chagásicos: Fibrilação atrial, BRD completo e BDAS. Conclusão: Existe distinção de achados eletrocardiográficos entre pacientes com IC sistólica chagásica em comparação com não-chagásicos, particularmente na análise do QRS e ritmo de fibrilação atrial. Análise do QRS: Chagas X Não-Chagas Chagas Não-Chagas p 140[120-160] 100[80-120] <0,001 Amplitude QRS (mm) 18[13-24] 28[20-32] <0,001 Sokolow-Lion (mm) 11[7-16,5] 23[16-34] <0,001 Cornell (mm) 15[8,5-20] 25,5[10-29] 0,032 Duração QRS (mseg) 40507 40508 Gerenciamento do risco de sangramento em pacientes submetidos a procedimentos percutâneos em cardiologia: relato de experiência de enfermeiros Teste de caminhada de 50m no inicio da RCV1 e na alta hospitalar em pacientes com SCA MARCELA SILVA VIEIRA, EMANOELA LIMA FREITAS, MARCIA MARIA CARNEIRO OLIVEIRA, SARA NOVAES MASCARENHAS, GUISELA STEFFEN BONADIE ALBUQUERQUE, ANDRESSA OLIVEIRA MATIAS, PAULO DOMINGOS CHAGAS e MÁRCIA AZEVEDO VIANA PAULA LUZIA SEIXAS PEREIRA DE OLIVEIRA, CRISTIANE MARIA CARVALHO COSTA DIAS, LILIAN TAPIOCA JONES CUNHA GOMES, FRANCISCO TIAGO OLIVEIRA DE OLIVEIRA, ELOISA PIRES FERREIRA PRADO, ARMENIO COSTA GUIMARÃES e EDUARDO SAHADE DARZÉ Hospital Cardio Pulmonar da Bahia, Salvador, BA, BRASIL. Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador, BA, BRASIL - Hospital CardioPulmonar, Salvador, BA, BRASIL. Introdução: A Agência Nacional de Vigilância Sanitária introduziu em 2001, a administração e gerenciamento do risco, favorecendo uma assistência segura e de qualidade. A ocorrência de sangramento após procedimento percutâneo é uma das mais freqüentes complicações e está associada ao aumento de mortalidade, evidenciando a importância de minimizar esse tipo de evento. O objetivo do presente trabalho visa descrever as estratégias utilizadas pelo enfermeiro para o gerenciamento do risco de sangramento, tendo em vista a prevenção de complicações hemorrágicas. Método: trata-se de um relato de experiência de enfermeiros, relacionado ao gerenciamento do risco de sangramento em pacientes submetidos a procedimentos percutâneos cardiológicos (cateterismo e angioplastia coronariana), em uma unidade de terapia intensiva cardiovascular de um hospital privado de médio porte, em Salvador-Bahia, no ano de 2014. Resultados: as medidas relacionadas ao risco de sangramento foram revisadas afim de padronizar todas as etapas desde, fatores relacionados, detecção do risco, estratégias de prevenção, notificação e monitoramento dos incidentes. A partir da identificação do risco, de acordo com critérios institucionais, o alerta “risco de sangramento” é inserido no prontuário eletrônico e no diagnóstico de enfermagem, dando-se inicio as medidas de bloqueio de risco, tais como: punção de acesso venoso periférico em membro superior esquerdo, prescrições médicas possuem alerta de “risco de sangramento” para as medicações anticoagulantes e antiagregantes, cuidados pós procedimentos percutâneos (manter o membro puncionado sem flexionar por 06 horas após a retirada do introdutor, atentar para pulsos periféricos e perfusão das extremidades, monitorar o sitio de punção-diariamente pelo enfermeiro da unidade e no dia seguinte pelo enfermeiro da hemodinâmica, utilizar anticoagulante somente após 24 horas após o procedimento, presença do técnico de enfermagem beira leito durante o uso de compressão mecânica) e inserção do paciente em uma planilha de monitoramento de complicações hemorrágicas. Na ocorrência de sangramento o evento é registrado no sistema de notificação de não conformidade (RNC) e este gera uma investigação/ plano de ação para o evento. Conclusão: vivenciar a experiência da assistência de enfermagem norteada pelo gerenciamento de risco permitiu-nos observar o papel estratégico do enfermeiro para promoção do cuidado seguro ao paciente. 36 Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 Introdução: Em 2009, Dias e cols. contribuiu com a aplicação do primeiro teste funcional TC 50m na Unidade Coronariana, tendo este método à proposta da mobilidade precoce de pacientes com Síndrome Coronariana Aguda (SCA). Como o programa de Reabilitação Cardiovascular 1 (RCV1) ainda não recomenda o TC50m na RCV1 por medida de segurança e de repercussão cardiovascular no programa, se faz necessário a inclusão desta ferramenta, por se tratar de uma população de risco. Objetivo: Comparar a resposta do TC50m, início e final, na RCV1 em pacientes com SCA. Metodologia: Estudo observacional, de corte longitudinal, realizado com pacientes portadores de SCA internados na UCO de um hospital de caráter privado na cidade de Salvador, no período de 24 às 48h pós-evento. Como critério de inclusão teve-se pacientes SCA com liberação médica para deambular, que não tenham sido submetidos a tratamento cirúrgico agudo, com idade > 18 anos, orientados no tempo e no espaço. Critério de exclusão paciente com problemas ortopédicos, sequelas neurológicas, com incapacidade para deambulação independente. Resultados: Foram coletados 85 pacientes, sendo a amostra final 66 pacientes, a comparação da resposta dos testes, anterior a RCV1 e no momento da alta, foram avaliados os dados da pressão arterial sistólica (PAS), frequência cardíaca (FC), percepção do esforço pela escala de Borg (EB) e tempo de caminhada. Obtiveram-se medições nas posições supina, sentada e ortostase, no final da caminhada e pós-repouso de 5 minutos e do tempo de caminhada. Observou-se significância estatística PAS, no tempo de caminhada e EB (p < 0,05), não apresentando significância estatística para a FC, houve predomínio da ausência de efeitos adversos (89,4%). Conclusão: Esta amostra comprovou que o TC50m poderá ser aplicado como ferramenta de segurança antes de iniciar a RCV1 e método de avaliação da repercussão cardiovascular pós o programa na fase hospitalar. RESUMOS TEMAS LIVRES 40509 40514 Avaliação da adesão ao tratamento da anti-hipertensivo pacientes de um ambulatório docente assistencial em Salvador/Ba em 2014 Relação entre Índice de Massa Corpórea e pressão arterial em pacientes de um ambulatório de Salvador – BA ROBERTO LUDOVICO GOES COSTA, ANTÔNIO MAURÍCIO DOS SANTOS CERQUEIRA JR, MYLENA PIRES DE SIQUEIRA, THIAGO MENEZES BARBOSA DE SOUZA, GABRIELLA SODRE, MARIANA MAY CEDRO, LUANA LEITE MENEZES SANTOS, CONSTANÇA CRUZ, MARISTELA MAGNAVITA O. GARCIA e ANA CLARA ALVES DE CARVALHO THIAGO MENEZES BARBOSA DE SOUZA, ROBERTO LUDOVICO GOES COSTA, ANTÔNIO MAURÍCIO DOS SANTOS CERQUEIRA JR, MYLENA PIRES DE SIQUEIRA, AECIO SOUSA GOMES, CONSTANÇA CRUZ, MARISTELA MAGNAVITA O. GARCIA, RAQUEL SANTIAGO MENDES DA SILVA, PHILIPPE FRES SILVA, ANA CLARA ALVES DE CARVALHO e IARA THALITA GUSMÃO GUEDES Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador, BA, BRASIL. Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador, BA, BRASIL. Introdução: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um dos principais fatores de risco cardiovascular. É uma doença de alta prevalência, acometendo cerca de 35,8% dos homens e 30% das mulheres no Brasil, porém com baixa taxa de controle. A adesão ao tratamento em hipertensos é uma meta desafiadora para obter suas faixas terapêuticas. Objetivos: Determinar o grau de adesão ao tratamento da hipertensão arterial em pacientes atendidos em um Ambulatório Docente Assistencial em Salvador/ Ba (ADAB) em 2014. Métodos: Estudo de corte transversal em indivíduos diagnosticados com HAS, Pressão Arterial Sistólica (PAS)≥140 e Pressão Arterial Diastólica (PAD)≥90mmHg, acompanhados no ADABo hipertensaçe de vida relacionada no Brasil: tando . Foram incluídos indivíduos em tratamento para HAS; ≥ 18 anos; ambos os sexos; residentes em Salvador e região metropolitana e excluídos portadores de doenças neurológicas, psiquiátricas e diagnóstico de HAS secundária. Foi aplicado questionário contendo informações biológicas, socioeconômicos, clínicas e hábitos de vida, além do teste de Morisky. Resultados: Trata-se de um estudo com 160 pacientes, sendo idade média de 61,27+10,17 anos, 72,5% mulheres, 51,3% negros, 44,4% casados, 55% renda familiar de um salário mínimo e 50,6% 1° grau incompleto. 25,6% eram tabagistas, 32,5% eram etilistas e 36,3% praticavam atividade física. A população caracterizava-se por IMC 28,22+7,91 Kg/m², PAS 146,70+25,57 mmHg e PAD 91,35+12,92 mmHg, sendo 65% dislipidemia, 41,3% diabetes as comorbidades mais prevalentes. A associação de dois medicamentos anti-hipertensivos foi a mais frequente terapia utilizada (36,9% da população). Dentre os medicamentos utilizados, os Bloqueadores dos receptores de angiotensina II foram os mais empregados (63,8%), sendo seguido por diurético (58,8%). Apenas 30% da população pesquisada estiveram aderentes ao tratamento medicamentoso através do Questionário de Morisky. Houve relevância estatística na relação entre o maior número de medicações prescritas e a menor adesão ao tratamento (P<0,05) pelo teste de Qui-Quadrado. Nas outras variáveis clínicas e demográficas, tal fato não se mostrou presente. Conclusão: Condizente com a literatura, a maior parte (71,2%) não estava aderente ao tratamento. Da mesma forma, foi constatado que quanto maior o número de medicamentos tomados, menor era a adesão. Introdução: a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é a doença cardiovascular mais prevalente na população adulta mundial, e seus fatores de risco são bem documentados. Evidências apontam para a influência do Índice de Massa Corpórea (IMC) sobre a pressão arterial sistólica (PAS) e a pressão arterial diastólica (PAD) (Costa, R. S. C.; Rev Bras Epidemiol, 1998). Objetivos: testar a hipótese de que o IMC se associa com os níveis pressóricos em pacientes hipertensos sob terapia medicamentosa. Métodos: Estudo de corte transversal em indivíduos diagnosticados com HAS (Pressão Arterial Sistólica (PAS) ≥ 140 e Pressão Arterial Diastólica (PAD) ≥ 90 mmHg) no Ambulatório Docente Assistencial da Bahiana (ADAB). Os critérios de inclusão foram: indivíduos em tratamento para HAS; ≥ 18 anos; ambos os gêneros; residentes em Salvador e região metropolitana, sendo os de exclusão, doenças neurológicas e psiquiátricas; baixa escolaridade (< 01 ano) e diagnóstico de HAS secundária. Todos responderam ao questionário padronizado, contendo informações biológicas, socioeconômicas, clínicas e hábitos de vida, além do teste de Morisky. Correlação linear de Pearson foi usada para testar a associação entre IMC e valores de PAS e PAD. Teste T de Student para comparar IMC entre os grupos tratados com medidas de PAS/PAD < 140/90 mmHg. Resultados: Os 158 pacientes analisados apresentavam média de idade de 61,27 + 10,17 anos, sendo 72,5% de mulheres, 51,3% de negros, 44,4% casados, 55% com renda mensal de um salário mínimo e 50,6% com escolaridade correspondendo ao 1º incompleto (50,6%). A maioria negou tabagismo (74,4%), ou etilismo (67,8%), sendo a prática de atividade física referida por 36,3% dos pacientes. A população caracterizou-se por IMC de 28,22+7,91, PAS 146,70+25,57 mmHg e PAD 91,35+12,92 mmHg. Terapia combinada dupla era a mais frequentemente utilizada (36,9%). Segundo o Questionário de Morisky, 70% não estava aderente ao tratamento (70,0%). Na análise univariada, foi registrado uma positiva e significativa, porém fraca, associação entre IMC e PAD (r = 0,18 , p = 0,028 ), que, entretanto, não ocorreu com PAS (r = - 0,03, p = 0,67). Conclusão: nessa população, indivíduos com maior IMC aparentam ter maiores valores de PAD, embora a mesma relação não tenha sido demonstrada para valores de PAS. 40516 40519 Caracterização da mortalidade por infarto do miocárdio no estado da Bahia entre 2003 e 2012 Comparação entre os scores OPTIMIZE-HF e ADHERE em uma população com IC agudamente descompensada ANDRÉIA SANTOS MENDES, VIRGINIA RAMOS DOS SANTOS SOUZA REIS, ANDRÉIA FERREIRA DOS SANTOS, JOSELICE ALMEIDA GOIS e FERNANDA CARNEIRO MUSSI LUCAS CARVALHO ANDRADE, GABRIEL NEIMANN, JANINE MAGALHES OLIVEIRA, FABIO LUIS DE JESUS SOARES, MARCIA MARIA NOYA RABELO e LUIS CLAUDIO LEMOS CORREIA Universidade Federal da Bahia - UFBA, Salvador, BA, BRASIL - Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS, Feira de Santana, BA, BRASIL. Hospital São Rafael, SALVADOR, BA, BRASIL - Fundação para Desenvolvimento da Ciência, SALVADOR, BA Fundamento: A Insuficiência Cardíaca Agudamente Descompensada apresenta elevada morbimortalidade a despeito do avanço terapêutico. Identificar fatores de pior prognóstico é importante para melhor assistencia durante a fase hospitalar e acompanhamento após a alta. A utilização de escores de risco tem sido de grande utilidade na prática clínica, permitindo melhor conhecimento do médico e de sua equipe no manejo dos pacientes. Objetivo: Comparar os escores risco, OPTIMIZE-HF e ADHERE como preditores de eventos cardiovasculares ocorridos em até 60 dias em pacientes com insuficiência cardíaca agudamente descompensada. Métodos: estudo de coorte prospectiva com pacientes admitidos entre janeiro de 2013 a outubro de 2014, com diagnóstico de insuficiência cardíaca agudamente descompensada. O critério de inclusão é o aumento da dosagem plasmática do NT-proBNP (> 450 pg/ml para pacientes abaixo de 50 anos ou NT-proBNP > 900 pg/ml para pacientes acima de 50 anos). Foram calculados os escores de risco ADHERE (Acute Decompensated Heart Failure National Registry) e OPTIMIZE-HF (Organized Program To Initiate Lifesaving Treatment In Hospitalized Patients With Heart Failure) e realizado a curva ROC dos escores e eventos cardiovasculares em 60 dias.Resultados: foram estudados 110 pacientes com insuficiência cardíaca agudamente descompensada, 55% homens, com idade média de 68 (±16) anos; dispneia foi o principal motivo do internamento (92% da amostra) e 56% com etiologia isquêmica. A PAS média da admissão de 150 (±34) mmHg, FC 90 (±30) bpm e a mediana do NT-proBNP 3962pg/ml (IQ= 2345-6667), fração de ejeção do ventrículo esquerdo 45% (±20). A curva ROC do escore ADHERE e eventos cardiovasculares em 60 dias, apresentou uma área sob a curva de 0,62 (P = 0,06; IC 95% = 0,51 - 0,72); e a curva ROC do escore OPTIMIZE-HF e eventos cardiovasculares em 60 dias apresentou área sob a curva de 0,64 (P = 0,06; IC 95% = 0,53 - 0,74). A diferença entre as curvas foi de 2%( P=0,6). Conclusão: Ambos os escores, ADHERE e OPTIMIZE-HF, foram capazes de predizer eventos cardiovasculares em 60 dias, com desempenho semelhante em pacientes com insuficiência cardíaca agudamente descompensada Introdução: As doenças cardiovasculares constituem uma das principais causas de morbidade e mortalidade no mundo. Na Bahia, em consonância com o país, aos agravos cardiovasculares são atribuídas as principais causas de adoecimento e morte do estado. Objetivo: Caracterizar a mortalidade por infarto do miocárdio no estado da Bahia, no período de 2003 a 2012. Método: Trata-se de estudo transversal, utilizando dados secundários do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, disponibilizados pelo DATASUS, no período de 2003 a 2012. Os achados foram analisados em números absolutos e índices percentuais. Resultados: Identificou-se 34.875 óbitos por IAM, representando 20,6% das mortes por doenças do aparelho circulatório no estado da Bahia, no período estudado. Constatou-se crescimento discreto no número de óbitos entre 2003 a 2012. A maioria dos óbitos ocorreu no hospital (59,5%), seguido do domícílio (29,1%). A mortalidade atingiu predominantemente indivíduos do sexo masculino (55,7%); da faixa etária maior ou igual a 60 anos (70,8%); da raça/cor preta ou parda (62,9%); casados (40,4%); e de baixa escolaridade (43,7%). Quanto ao município de ocorrência, verificou-se uma concentração de óbitos na capital do estado (20,9%). Conclusão: A análise deste estudo constatou que o IAM é uma afecção de grande importância no estado da Bahia, com crescente aumento do número de óbitos, constituindo-se em um grande problema na saúde pública. Estratégias de prevenção e controle deste agravo são imprescindíveis e o sistema de saúde precisa estar preparado para o atendimento precoce e eficaz das vítimas de infarto. Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 37 RESUMOS TEMAS LIVRES 40520 Fechamento percutâneo de canal arterial em paciente de 73 anos ISABELA PILAR MORAES ALVES DE SOUZA, ADRIANO DIAS DOURADO OLIVEIRA, MARILIA MENEZES GUSMÃO, NARJARA DE OLIVEIRA CARDOSO DOURADO, ADRIANO ARAUJO MATOS MAGALHAES, THIAGO CARVALHO PEREIRA, MATHEUS PAMPONET FREITAS, JOBERTO PINHEIRO SENA, ANGELE AZEVEDO ALVES e JOSE CARLOS RAIMUNDO BRITO Hospital Santa Izabel, Salvador, BA, BRASIL. Introdução: A persistência do canal arterial (PCA) é responsável por 10% das cardiopatias congênitas. Um terço dos pacientes com PCA não operados evolui com insuficiência cardíaca, hipertensão pulmonar e endarterite antes dos 40 anos, e dois terços morrem antes dos 60 anos. Relatamos o caso de uma paciente de 73 anos, portadora de PCA ampla, oligossintomática, submetida a fechamento percutâneo. Descrição do caso: paciente do sexo feminino, 73 anos, hipertensa, dislipidêmica, com passado de cirurgia de troca de válvula mitral por prótese biológica há 8 anos, relatou cansaço aos esforços há 6 meses da admissão. Negou dor precordial, tontura, edema em membros inferiores ou ortopnéia. Passado de febre reumática na infância, cirurgia de troca de válvula mitral por prótese biológica há 8 anos. Eletrocardiograma: bradicardia sinusal, sobrecarga de câmaras esquerdas. Radiografia de Torax com aumento de área cardíaca, aorta ascendente proeminente e pequeno grau de congestão pulmonar. Ecocardiograma transesofágico: prótese biológica em posição mitral sem sinais de disfunção. Persistência de canal arterial (fluxo predominante aorta - artéria pulmonar, medindo cerca de 7.0mm). Insuficiência aórtica de grau discreto. Insuficiência tricúspide de grau discreto. Dilatação importante de aorta ascendente. Dilatação de artéria pulmonar e seus ramos. Volume do átrio esquerdo estimado em 87ml/m² (Valor Normal<29ml/m²). Pressão sistólica em artéria pulmonar estimada em 47 mmHg (VN< 30 mmHg). Fração de ejeção de 66%. Paciente foi encaminhada para fechamento percutâneo de canal arterial. Durante procedimento foi observada persistência do canal arterial, amplo, tipo janela (B1 - krishenko), medindo aproximadamente 4,6 mm de menor diâmetro, com shunt moderado da esquerda para a direita, sendo realizada oclusão de canal arterial com dispositivo CERA ASD 6 mm, com sucesso. Mínimo shunt residual pela prótese. Submetida a ecocardiograma transtorácico de controle com prótese CERA ASD 6mm ocluindo defeito do canal arterial sem shunts ao collor. Paciente evoluiu sem intercorrências, recebendo alta no dia seguinte ao procedimento. Atualmente encontra-se assintomática no segundo mês após o fechamento percutâneo do canal arterial. Conclusões: O fechamento percutâneo de canal arterial PCA é o tratamento de escolha para essa patologia, quando a anatomia for favorável para oclusão com os dispositivos atuais, não sendo indicado nos pacientes com hipertensão pulmonar fixa. Análise comparativa entre medidas de volume e diâmetros do átrio esquerdo obtidas através da ecocardiografia em pacientes com fibrilação atrial PEDRO RUBENS PEREIRA JUNIOR, ANNA XIMENES ALVIM, LEONARDO RIOS BERGANTIN, NAYARA GOMES e CESAR PEDROSA SALES Biocor Instituto, Nova Lima, MG, Brasil. O valor do diâmetro atrial esquerdo, determinado em sentido ântero-posterior através de imagem obtida pela ecocardiografia em corte paraesternal eixo longo, é classicamente utilizado nos laudos ecocardiográficos como a medida da dimensão do átrio esquerdo. Entretanto, frequentemente observamos que a câmara atrial esquerda possui uma conformação bastante irregular, não esférica, o que faz com que diferentes medidas de diâmetros possam ser obtidas dependendo do ângulo através do qual essa câmara é visibilizada. Utilizando-se como referência as tabelas de quatificação de câmaras cardíacas publicadas pela Sociedade Americana de Ecocardiografia (ASE), comumente percebemos que os valores de diâmetro e volume do AE obtidos em um mesmo paciente se enquadram em categorias diferentes. O objetivo desta análise é a comparação entre as medidas ecocardiográficas dos diâmetros em sentido ânteroposterior e médio-lateral do átrio esquerdo (AE) com volume indexado, em pacientes portadores de fibrilação atrial (FA). Foram incluídos no trabalho pacientes portadores de fibrilação/flutter atrial que realizaram Ecocardiograma transtorácico/transesofágico no Biocor Instituto. Através do Ecotranstorácico foram feitas medidas dos diâmetros ântero-posterior, médio-lateral e volume indexado do AE. Foram avaliados 77 pacientes, 100% dos casos com fibrilação atrial, sendo 53,2 % do sexo masculino e 46,8 % do sexo feminino. A média de idade foi de 68 anos (+/- 15). Em relação as comorbidades, 64,9% eram hipertensos, 13% diabéticos e 44,2% tiveram valvulopatias associadas. Foi realizado comparação dos diâmetros, divididos em anteroposterior e médio-lateral, com o que mais se aproximou do volume do AE considerando o maior valor de medida. Dos 77 pacientes, 42 (54,5%) pertenceram o diâmetro médio-lateral, 27 (35,1 %) ao diâmetro anteroposterior e 8 (10,4%) tiveram medidas iguais dos diâmetros do AE. A conclusão foi que o diâmetro no sentido médio-lateral teve maior correlação com a medida de volume do que o diâmetro antero-posterior nos pacientes portadores de FA. 40531 40532 Vulnerabilidade programática: importância de ações educativas para prevenção da hipertensão arterial em crianças negras Papel da Manobra de Inspiração Profunda na Interpretação da Onda Q em parede inferior IVANA MOTA DOS SANTOS, ELANE NAYARA BATISTA DOS SANTOS, CARMEN LUCIA PEREIRA DIAS, CLAUDIANA RIBEIRO DA SILVA, LUANNA NAPOLI FAGUNDES, TAMARA CRISTINA DIAS DE ASSIS, JULIANA PEDRA DE OLIVEIRA MUNIZ, CLIMENE LAURA DE CAMARGO e VIVIANE SILVA DE JESUS SUSANA LOUISE DE ALMEIDA SANTOS, MARILIA BARROUIN SOUZA, ISABELA PILAR MORAES ALVES DE SOUZA, ADRIANO ARAUJO MATOS MAGALHAES, RODRIGO PINTO CARDOSO, MOZART DA SILVEIRA CARDOSO FILHO e GILSON SOARES FEITOSA FILHO Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, BA, BRASIL – Bahia Hospital Santa Izabel – Santa Casa de Misericórdia da Bahia, Salvador, BA, BRASIL Diagnoson/Fleury, Salvador, BA, BRASIL - Hospital São Rafael, Salvador, BA, BRASIL. Introdução: Discute-se o papel que a inspiração profunda poderia ter na modificação da posição cardíaca, modificando a expressão dos vetores na parede inferior. Objetivo: Avaliar mudanças das amplitudes das ondas Q e R em derivações inferiores na inspiração profunda em pacientes com e sem hipocaptação persistente em parede inferior. Métodos: Foram avaliados 31 pacientes cujos ECGs apresentavam ondas Q em parede inferior e que foram submetidos a estudos de isquemia miocárdica por cintilografia. Um ECG era feito antes e outro após inspiração profunda, em repouso. Tanto os avaliadores da cintilografia quanto os avaliadores dos ECGs estavam cegos em relação ao resultado do outro método. Resultados: Dos 31 pacientes avaliados, 16 eram do sexo masculino. A idade mediana foi de 62 anos (intervalo interquartil (IIQ)=55-69 anos). Tinham hipocaptação persistente de parede inferior 17 pacientes (55%). Com a inspiração profunda, foram notados discreto aumento de R em D2 e discreta queda da amplitude de Q em AVF e D3. Não houve, no entanto, diferença significativa na mudança das amplitudes das ondas Q ou R em cada uma das derivações inferiores quando realizada a inspiração profunda entre os grupos com e sem hipocaptação persistente de parede inferior. Conclusão: A manobra de inspiração profunda causou discretas alterações na amplitude de Q e R em parede inferior, mas não apresentou correlação com a presença ou não de hipocaptação persistente de parede inferior. Introdução: A Hipertensão Arterial (HA), atualmente, afeta 25% da população mundial, no Brasil a prevalência chega a ser de 35%. A população negra brasileira corresponde a 50,7% dos habitantes, e entre as doenças que mais acometem essa população, a HA chega a ser duas vezes mais prevalente quando comparados aos não negros. Em relação às crianças e adolescentes, estudos têm demonstrado prevalência crescente entre 2 a 15,8%. No entanto, em âmbito nacional, a literatura não traz ênfase no que se refere à investigação de HA em crianças negras, o que seria salutar, uma vez que resultados longitudinais afirmam que um adulto hipertenso já apresentou picos hipertensivos na infância e/ou adolescência. Desta maneira, atividades de educação em saúde que possam viabilizar mudanças de comportamentos entre os infanto-juvenis merecem atenção. Com isso, objetivou-se desenvolver atividades educativas com escolares negros para prevenção da hipertensão arterial. Método: O estudo foi desenvolvido com 130 crianças de duas escolas municipais localizadas na comunidade quilombola de Praia Grande/Ilha de Maré, Salvador-Ba. Fez-se um levantamento com abordagem semelhante ao recordatário 24 horas, o qual foi disponibilizado em 2 mesas figuras coloridas, do mesmo tamanho, de alimentos saudáveis e não saudáveis e, de brincadeiras que representavam atividades vigorosas e falta de atividade. Após, foi realizado ações educativas compostas por jogos lúdicos e rodas de conversa, enfatizando a HA com foco na prevenção da doença, abordando a redução do sedentarismo e orientações para a escolha de um estilo de vida mais saudável. Vale ressaltar que foi respeitada a cultura e práticas tradicionais de cuidado a saúde já desenvolvida pela comunidade. Resultados: Constatou-se como maior problema a escolha por alimentação não saudável, observou-se a preferência por doces, alimentos ricos em sódio e gordura. Ao analisar a prática de atividade física, evidenciou-se que as crianças são ativas, tendo sido configurado pela escolha de figuras que representam atividades vigorosas. Talvez, isso se deva à dificuldade de acesso à tecnologia na comunidade. Conclusão: É preocupante a tendência que as crianças negras em estudo têm para alimentos não saudáveis, a realização de atividades educativas que visem mudanças de comportamentos levando-os a escolha por alimentação saudável pode contribuir para a redução da incidência da doença e, consequentemente, a alta prevalência da doença na fase adulta. 38 40526 Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 RESUMOS TEMAS LIVRES 40550 40553 Perfil gestacional de puérperas atendidas em hospital público Doença aterosclerótica em jovem - relato de caso NAIARA BARBARA LIMA SANTOS, ELLEN CAROLINE DA SILVA SANTOS, MICHELE VIEIRA DA SILVA, QUESIA DOS SANTOS NORBERTO, CLAUDINEIA MATOS DE ARAUJO e PABLINE DOS SANTOS SANTANA ALINE BARRETO DOS SANTOS, SUYA AOYAMA DA COSTA e ANDRÉ BASTOS PAIXÃO Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Jequié, BA, BRASIL. Introdução: no período gestacional o corpo da mulher passa por mudanças que necessitam de cuidados especiais e preparo adequado para garantir uma gestação livre de complicações e recém-nascido saudável. Esses cuidados devem ser disponibilizados por uma assistência pré-natal de qualidade, que deve acompanhar o desenvolvimento da gestação. O presente estudo teve como objetivo traçar o perfil gestacional das puérperas atendidas em um hospital público da cidade Jequié/BA. Métodos: o estudo consistiu na avaliação de 18 puérperas, a partir de um questionário desenvolvido para as aulas práticas da disciplina Fisioterapia em Atenção à Saúde da Mulher, aplicados na Santa Casa Hospital São Judas Tadeu, durante o segundo semestre do ano 2014. Utilizou-se as seguintes variáveis: planejamento da gestação; utilização de algum método contraceptivo; preferência pelo tipo de parto; queixa álgica e cólicas; presença de sangramento e/ou perda de líquidos na gestação; realização e quantidade de consultas pré-natais; imunização; intercorrência/complicações na gestação; presença e localização de edemas; e, presença de outras complicações no período estacional. Após a coleta, os dados foram tabulados e calculadas as porcentagens das variáveis analisadas. Resultados: foram observados que 66,67% das mulheres não planejaram a gravidez; 77,78% não utilizavam métodos contraceptivos; 72,22% preferiram o parto normal; 11,11% mostraram predileção pelo parto cesário e 16,67% não mostraram preferência; 66,67% negaram algias ou cólica; 27,78% relataram histórico de sangramento ou perda de líquido após o parto; 61,11% afirmaram terem realizado em média 6 consultas de pré-natal; 88,89% foram vacinadas durante a gestação; 55,56% afirmaram a presença de edema, em sua maioria no membro inferior, havendo menor ocorrência em membro superior e face. Além disso, 22,22% relataram náuseas e vômitos; 27,78% dor abdominal; 11,11% constipação e corrimento; 16,67% cefaléia; 44,44% polaciúria durante o período gestacional, sendo concomitante a presença de alguns fatores. Conclusão: durante o período de pesquisa, os partos realizados foram, em sua maioria, decorrentes de gestações não planejadas, e de mães que não fazem uso de métodos contraceptivos. Sendo assim, conclui-se que o planejamento familiar ainda é negligenciado por grande parte da população, havendo necessidade de investimentos e ações de educação em saúde, a fim de garantir uma gestação saudável. Fundação de Beneficência Hospital Cirurgia, Aracaju, SE, BRASIL. A aterosclerose é caracterizada por um processo dinâmico, porém de evolução lenta e gradual que se inicia na infância e na adolescência, a partir de múltiplos fatores de agressão ao endotélio vascular. A doença arterial coronariana constitui condição de alta prevalência e de reconhecida repercussão clínica, sendo, na sua maioria, decorrente de lesão aretrial aterosclerótica. Determinadas situações, consideradas inusitadas, como a presença de lesões focais e ostiais, particularmente quando em pacientes jovens com pouco ou nenhum fator de risco cardiovascular, devem alertar o clínico para possibilidades de ocorrência. É relatado caso de homem de 28 anos com presença de lesão importante proximal em artéria descendente anterior. A história pregressa é marcada por relato de dispnéia e precordialgia em aperto e queimação que irradiava para o dorso, associado a grande esforço físico há 4 meses. O paciente apresentava apenas dislipidemia, como fator de risco. Foi submetido ao cateterismo cardíaco, por que apresentou teste ergométrio sugestivo de isquemia do miocárdio devido presença de sintoma clínico (dispnéia). O achado angiográfico foi representado por lesão importante no terço inicial da artéria descendente anterior, posteriormente abordada por angioplastia com stent. Em revisão de literatura, mostra que cerca de 40% da população adulta mundial possui alguma forma de dislipidemia, isolada ou associada a outros fatores de risco cardiovascular. Essa constatação assume importância em virtude da íntima associação da hipercolesterolemia com o desenvolvimento da doença aterosclerótica. A maioria das dilipidemias decorre da associação do efeito de poligenes com o meio ambiente. No presente caso, considera-se apropriado atribuir a dislipidemia, a condição de mecanismo responsável pela presença de coronariopatia constatada. Arq Bras Cardiol. 2015; 104(5Supl.3): 1-39 39