UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI PRÓ REITORIA DE ENSINO ENGENHARIA AGRONÔMICA ADRIANE DUARTE COELHO Desinfestação de sementes de jabuticabeira “Sabará” na propagação in vitro Sete Lagoas 2017 ADRIANE DUARTE COELHO Desinfestação de sementes de jabuticabeira “Sabará” na propagação in vitro Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Engenharia Agronômica da Universidade Federal de São João Del Rei como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Agrônomo. Sete Lagoas 2017 ADRIANE DUARTE COELHO Desinfestação de sementes de jabuticabeira “Sabará” na propagação in vitro Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Engenharia Agronômica da Universidade Federal de São João Del Rei como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Agrônomo. Sete Lagoas, 08 de fevereiro de 2017. Banca examinadora: _______________________________________ Renata Elisa Viol – Enga. Agra. Mestranda em Ciências Agrárias (UFSJ) _______________________________________ Mayara Neves Santos Guedes – Dra. em Agroquímica (UFSJ) _______________________________________ José Carlos Moraes Rufini – Dr. Professor Associado (UFSJ) Orientador AGRADECIMENTOS Aos meus pais e irmãs por todo apoio, carinho e incentivo para a conclusão de mais uma etapa. Ao meu avô Genuíno, por ter me apresentado à Ciência desde criança e por ampliar a minha visão sobre o Universo. Ao professor e amigo Rufini, pelo apoio, dedicação e orientação em todos os momentos da graduação. À Embrapa Milho e Sorgo, em especial a pesquisadora Andrea Almeida Carneiro, por ceder parte do material utilizado nesta pesquisa e, principalmente, por toda a atenção e conhecimento sobre a Cultura de Tecidos. Agradeço aos amigos Pedro Arthur, Renata, Natália, Ruane, Adriano Mendes, Luciane, Taís, Kamila, Fernanda, Fabiane, Patrícia, Rayanne e, especialmente, a Karen Acerbi por toda sua ajuda, paciência, carinho e amor em todos os momentos. Aos amigos Lucas Silvério, Guilherme Volpe, Luana, Gizele, Crosley, Kandra, Elaine, Rogélio e a todos que tive o prazer de conviver em Fargo, dos quais tenho a felicidade de chamar de “Família”. A todos os colegas, professores da Universidade Federal de São João DelRei e integrantes do Grupo PET Agronomia UFSJ, com os quais tive o prazer de trabalhar. Agradeço a todos aqueles que contribuíram de alguma forma para a realização deste trabalho, especialmente a Mayara Guedes, por toda a ajuda e orientação necessária para a conclusão deste trabalho. RESUMO A jabuticabeira (Myrciariajaboticaba) é uma frutífera originária da região centrosul do Brasil e de ocorrência em quase todo o país, tendo maior produção na região sudeste. Sua propagação é feita principalmente por meio de sementes, porém, este método faz com que a jabuticabeira tenha um período juvenil prolongado. A obtenção de protocolos de desinfestação e de germinação eficientes é imprescindível para o desenvolvimento da técnica de microenxertia, a qual alia técnicas do cultivo in vitro com a enxertia, capaz de produzir mudas sadias de jabuticabeiras, de produção precoce e de qualidade genética superior. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi criar um protocolo de desinfestação e germinação de sementes de jabuticabeira “Sabará”. Sementes de jabuticabeira sem tegumento foram previamente tratadas com fungicida e lavadas em água corrente para retirada dos resíduos. Posteriormente, as sementes tratadas foram levadas para a câmara de fluxo laminar, em condições assépticas, onde foram imersas em etanol 70% por 30 segundos e em soluções com diferentes concentrações de hipoclorito de sódio (NaClO) (0; 0,75; 1,25; 1,75; 2,25%), por 5 ou 10 minutos, acrescidas de 2 gotas de detergente comercial. Em seguida, passaram por tríplice lavagem com água destilada autoclavada e imediatamente inoculadas em meio de cultura ½ MS. A germinação in vitro de sementes de jabuticabeira é um processo viável que pode ser utilizada na produção de mudas por microenxertia. Sementes imersas em solução de 2,25% de NaClO por 10 minutos obtiveram os melhores resultados quanto a germinação em conjunto com a redução da contaminação por fungos. Palavras chave: assepsia, microenxertia, Myrciaria jaboticaba ABSTRACT Jaboticaba tree (Myrciaria jaboticaba) is a fruit species native to the Central-South region of Brazil, and can be found in almost all country territory, whereas its best production occurs in the Southern Region. The jaboticaba propagation is mainly made by seeds. However, this method is responsible for a long juvenile plant period, not interesting for fruit producers. The creation of an efficient protocol for seeds disinfestation and germination is necessary for the development of jaboticaba micrografting techniques, which combine tissue culture with grafting, capable of produce health, pathogen-free, early production, and superior genetic quality plants. Therefore, this work aimed to create an efficient protocol for disinfestation and germination of jabuticaba “Sabará” seeds. Seed without the tegument were previously treated with fungicide and washed in running water for residue removal. After that, the seeds were taken to a laminar air flow chamber, on aseptic conditions, where they were submerse in 70% ethanol, for 30 seconds, and in Sodium Hypoclorite (NaClO) solutions, at different concentrations (0; 0.75; 1.25; 1.75; 2.25%), for 5 or 10 minutes added with 2 drops of commercial detergent. Later, the explants were washed three times with autoclaved distilled water, and immediately inoculated onto each petri dish containing ½ MS medium. In vitro seed germination of jaboticaba is a viable process which can be used in the plant production through micrografting. The seeds treated with 2.25% NaClO for 10 minutes showed the best results regarding seed germination and fungi contamination reduction. Keywords: Aseptic conditions, micrografting, Myrciaria jaboticaba SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................1 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................................3 1.1. A cultura da jabuticabeira ............................................................................................................ 3 1.2. Cultura de tecidos vegetais .......................................................................................................... 5 3. MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................................9 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................... 12 5. CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 17 6. REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 18 1. INTRODUÇÃO Pertencente à família Myrtaceae, a jabuticabeira (Myrciaria jaboticaba) é uma espécie frutífera originária da região centro-sul do Brasil (MATTOS, 1983) e de ocorrência em quase todo o país, concentrando sua maior produção na região sudeste (OLIVEIRA et al., 2003). Rico em compostos antioxidantes, altos teores de flavonóides e antocianinas, seu fruto é comercializado in natura em mercados locais ou transformado em geleia, licor, vinho e vinagre, sendo de grande importância econômica para a agricultura familiar (CITADIN et al., 2010). O principal método utilizado para a formação de mudas de jabuticabeira é a propagação sexuada, dando origem a plantas denominadas “pés-franco” (MANICA, 2000). Contudo, a propagação por sementes faz com que a muda produzida tenha um longo período juvenil, fato não interessante aos fruticultores, uma vez que se deseja antecipar ao máximo a fase de produção da jabuticabeira, que leva de 8 a 15 anos para ser iniciada (SASSO, 2009). Com a finalidade de antecipar o período de produção, produtores de mudas de frutíferas utilizam métodos de propagação vegetativa, como estaquia, alporquia e enxertia, os quais consistem em multiplicar uma planta assexuadamente, obtendo indivíduos geneticamente idênticos a planta matriz, possibilitando maiores produtividades e uniformidade do pomar. Desta forma, é possível conservar características de matrizes com genótipos superiores, uma vez que não há segregação dos genes, como ocorre na propagação por sementes. Um dos métodos de propagação vegetativa que vem ganhando espaço na fruticultura é a microenxertia, que alia as técnicas de enxertia ao cultivo in vitro, produzindo mudas sadias em condições assépticas, livres de vírus, fungos e bactérias. Neste método, desenvolvido por Murashige (1972), considera-se duas plantas distintas: o porta-enxerto, que ficará em contato com o solo absorvendo água e nutrientes, e o enxerto, que dará origem a copa da árvore. Um dos maiores entraves do uso da técnica da microenxertia é a contaminação dos explantes utilizados, causada por fungos e bactérias. Desta forma, 1 a etapa da desinfestação se faz imperativa e deve ser realizada de maneira eficaz, uma vez que os microorganismos que se desenvolvem no meio de cultura competem com os explantes por nutrientes, prejudicando o desenvolvimento e podendo causar a morte da plântula (PEREIRA et al., 2011). Para que não haja contaminação ao se utilizar a técnica da microenxertia, as sementes que darão origem aos porta-enxertos devem passar previamente pela etapa da desinfestação, onde as substâncias mais utilizadas neste processo são o etanol e o hipoclorito de sódio (NaClO) (QUISEN & ÂNGELO, 2008). Entretanto, as concentrações utilizadas e o tempo de exposição dependem da espécie a ser propagada, sendo que para a cultura da jabuticabeira existem poucos estudos relacionados a desinfestação e a germinação in vitro das sementes (ANDRADE, 2002). O objetivo deste trabalho foi desenvolver um protocolo de desinfestação de sementes de jabuticabeira a serem utilizadas como porta-enxertos na formação de mudas por microenxertia, visando à obtenção de jabuticabeiras livres de patógenos e de qualidade genética superior. 2 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. A cultura da Jabuticabeira A jabuticabeira (Myrciaria jaboticaba) é uma frutífera de ocorrência espontânea em grande parte do país, tendo sua maior produção na região sudeste, principalmente nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro (OLIVEIRA et al., 2003). Pode ser encontrada em outros países da América do Sul, como Bolívia, Argentina, Uruguai e Peru (ASCHERI et al., 2006), e seu cultivo está sendo testado no estado da Flórida, para implantação de pomares nos Estados Unidos (CITADIN et al., 2010). Segundo Joly (2002), a jabuticabeira é classificada botanicamente como uma planta Eudicotiledônea, pertencente à ordem Myrtales, à família Myrtaceae e ao gênero Myrciaria, na qual existem nove espécies conhecidas de jabuticabeira. Dentre as espécies de maior interesse, destacam-se a Myrciaria trunciflora, conhecida como “jabuticaba de cabinho”, Myrciaria cauliflora, também chamada de “jabuticaba-paulista” ou “açú”, e a Myrciaria jaboticaba, também conhecida como jabuticaba “Sabará” (MATTOS, 1983). Segundo Berg (1857), a jabuticabeira pertence ao gênero Myrciaria, entretanto, Sobral (1985) propôs a alteração de seu gênero para Plinia. Desde então, é comum encontrarmos as duas nomenclaturas sendo utilizadas no meio científico, sendo consideradas sinonímias. Segundo Mattos (1970), a jabuticabeira apresenta uma exigência de temperatura entre 20ºC a 25ºC, no mínimo 1000 mm/anuais de chuva bem distribuída e solos preferencialmente argilosos, profundos, férteis, bem dotados de umidade e permeáveis, potencializando o crescimento desta frutífera que pode atingir até 15 metros de altura e 40 centímetros de diâmetro. As flores são hermafroditas e com potencial para autopolinização, podendo florescer de duas a três vezes no ano, de acordo com os tratos culturais (DANNER et al., 2011a). Dependendo das condições edafoclimáticas da região, a jabuticabeira leva de 45 a 60 dias para completar o seu ciclo de desenvolvimento do fruto, desde a polinização até a colheita (BARROS et al., 1996 apud FORTES et al., 2012). 3 Os frutos são do tipo baga globosa de até 30 mm de diâmetro, casca apresentando tons de vermelho a preto, polpa esbranquiçada, alto teor de açúcares, presença de inúmeros nutrientes e contendo até quatro sementes. O processo de maturação da jabuticaba é caracterizada pela mudança das cores da casca, decréscimo na firmeza da fruta, aumento no pH e no conteúdo de açúcares totais (BECKER, 2015). A jabuticaba é um fruto rico em compostos antioxidantes, altos teores de flavonóides, antocianinas e compostos fenólicos (DANNER et al., 2011a). Sua casca é utilizada na medicina popular contra diarreia, asma, na inflamação dos intestinos e hemoptise. Segundo Carvalho et al., (2009), o efeito antimicrobiano do extrato de folhas de jabuticaba tem a capacidade de inibir o crescimento de espécies bacterianas presentes na cavidade oral, sendo indicada a incorporação deste extrato na produção de dentifrícios, sendo considerada como matéria-prima potencial ao combate da cárie dental. Análises das propriedades químicas retratam os benefícios da fruta, uma vez que se mostrou ser fonte de fibras, carboidratos, pigmentos naturais e por possuir compostos que apresentam atividade anticarcinogênica, destacando seu potencial uso como ingrediente na fabricação de produtos da indústria alimentícia, na produção de farinhas e biscoitos, cosmética e farmacêutica (FERREIRA et al., 2012). Um dos maiores problemas enfrentados pelos fruticultores que desejam expandir a produção do fruto no país é o alto custo das mudas, devido principalmente à dificuldade de enraizamento de estacas de jabuticabeira (PEREIRA et al., 2005). Desta forma, produtores de jabuticaba optam pela propagação seminífera, a qual contribui para a diversidade genética das plantas (RAMOS, 2016). A propagação por sementes pode ser afetada por diversos fatores internos e externos, como dormência, disponibilidade de água (na semente e no substrato de germinação), luz, gases (O2), temperatura e viabilidade da semente (MARTINS et al., 2008). As sementes de jabuticabeira conservam-se por apenas cinco dias, sendo 4 que o armazenamento a vácuo das sementes faz com que elas possam manter sua viabilidade por até 65 dias (DANNER, 2011b). O tamanho das sementes influencia na germinação e no desenvolvimento inicial das espécies de jabuticabeira “Sabará” e “Cabinho”, indicando que quanto maior o tamanho da semente, melhor são seus resultados na germinação (JÚNIOR, et al., 2011) e, segundo Picolotto et. al (2007), o fotoperíodo não influencia na sua germinação. Contudo, a propagação sexuada faz com que a muda produzida tenha um longo período juvenil. Desta forma, produtores de mudas de jabuticabeira recorrem à propagação vegetativa, utilizando técnicas de enxertia e alporquia (SASSO, 2009). Para obtenção de mudas clonais e de elevado padrão sanitário, é indicada a produção de mudas por microenxertia, método que alia a enxertia com técnicas de cultivo in vitro de tecidos vegetais. 2.2. Cultura de Tecidos Vegetais A cultura de tecidos vegetais, é um conjunto de técnicas de cultivo in vitro em que partes da planta, sejam estas folhas, raízes, sementes, caules ou embriões, são alocadas em meio nutritivo sintético adequado para a regeneração e desenvolvimento de uma nova planta, sob condições ideais de luz, assepsia, gases e temperatura (MURASHIGE et al., 1974). Os meios de cultura utilizados na cultura de tecidos in vitro possuem ingredientes vitais ao desenvolvimento dos tecidos vegetais, como macronutrientes, micronutrientes, sacarose, vitaminas e fitoreguladores. De acordo com a exigência das fases do desenvolvimento vegetal (estabelecimento, multiplicação e enraizamento) e a finalidade do processo (indução de calos ou indução do crescimento vegetativo), o meio de cultura possui concentrações específicas dos seus componentes, podendo ser de consistência mais líquida ou gelatinosa, de acordo com a concentração de agentes gelificantes utilizados (SAAD, 2012). O meio de cultura mais utilizado é o meio MS, criado por Murashige & Skoog (1962), onde contém os componentes necessários para promover o 5 crescimento vegetativo da planta, porém, deve ser acrescido de reguladores vegetais como auxinas e citocininas, para crescimento de raízes e parte aérea, respectivamente. A micropropagação é uma das técnicas de maior destaque na cultura de tecidos de plantas e tem diversas aplicações na área agrícola, sendo amplamente utilizada em programas de pesquisas em melhoramento genético e na produção de mudas de espécies arbóreas, ornamentais e frutíferas, visando obter plantas de qualidade sanitária, livre de qualquer tipo de contaminação e com características genotípicas superiores (GEORGE, 1984). A microenxertia é uma técnica utilizada na micropropagação de plantas, a qual consiste em microenxertar um ápice caulinar (meristema) sobre um portaenxerto cultivado in vitro, de aproximadamente 4 semanas de idade, para produção de mudas de maior qualidade e produtividade (PAZ; PASCOAL, 1998). A técnica da microenxertia pode ser, inclusive, utilizada para eliminação de viroses (MURASHIGE et al., 1972). Dentre as vantagens do uso das técnicas da microenxertia estão: precocidade da produção, redução no porte da planta, assegurar que as características genéticas desejadas não sejam perdidas, restauração de plantas injuriadas e limpeza clonal, a qual possibilita a formação de plantas livres de viroses (REHMAN, 2015). A germinação de sementes in vitro é um método utilizado para obtenção de plantas a serem utilizadas como porta-enxertos no processo de microenxertia (MURASHIGE et al., 1972). A propagação de plantas in vitro apenas terá sucesso se a cultura não sofrer contaminação na fase de manipulação do material vegetal a ser multiplicado, também chamado de explante. Desta forma, é de suma importância a esterilização do tecido vegetal, dos materiais utilizados, assim como a vedação dos recipientes onde as plantas serão acondicionadas, caso contrário, todo o material poderá ser perdido (GEORGE, 1984). Ao introduzir os explantes, sejam estes sementes, embrião, folhas ou segmentos nodais, microorganismos como fungos e bactérias podem entrar nos 6 recipientes pelo ar e causar a contaminação do material ou do meio de cultura. Sendo assim, realizar o trabalho em câmaras de fluxo laminar, bem como utilizar pinças e estiletes somente após esterilização é imprescindível para criar um ambiente com alto nível de assepsia (QUISEN & ANGELO, 2008). Para que não haja contaminação, o explante deve passar pela etapa da desinfestação, onde a parte do vegetal a ser propagada passa por diversas etapas para assepsia do material. Dentre os agentes utilizados na desinfestação dos explantes, o ácido clorídrico, cloreto de mercúrio, cloreto de benzalcônico e peróxido de hidrogênio são utilizados. Porém, as substâncias germicidas mais utilizadas nos protocolos de desinfestação de explantes vegetais são o etanol e o hipoclorito de sódio (NaClO) (QUISEN & ANGELO, 2008). O etanol é utilizado geralmente nas concentrações de 70% a 80%, variando de alguns segundos a minutos. Acima da concentração indicada, o tratamento se torna ineficiente, podendo desidratar os tecidos vegetais de explantes mais sensíveis, como folhas jovens e segmentos nodais (GRATTAPAGLIA; MACHADO, 1998). As concentrações de hipoclorito de sódio mais utilizadas nos protocolos de desinfestação variam de 0,5% a 2,0% de cloro ativo, porém, alguns estudos indicam concentrações mais altas para espécies de difícil desinfestação, com o tempo de exposição variando de alguns segundos a minutos (TORRES et al., 2000). A alta exposição ao hipoclorito, assim como o etanol, acaba causando efeito contrário ao desejado, promovendo a oxidação dos tecidos e a morte dos mesmos (SMITH, 2000). Para melhorar o contato das soluções a base de cloro aos tecidos vegetais, geralmente são adicionadas algumas gotas de detergente. Após fazer a desinfestação, geralmente os explantes passam por uma tríplice lavagem com água destilada autoclavada, para remoção de resíduos dos desinfestantes (TORRES et al., 2000). As concentrações de agentes desinfestantes utilizadas e o tempo de exposição dependem da espécie a ser propagada (ALFENAS et al., 2004). De acordo com Souza et al. (2011), a desinfestação de sementes de guabijuzeiro (Myrcianthes pungens O. Berg) é mais eficiente ao se utilizar etanol 70% por 60 7 segundos, seguido de solução de hipoclorito de sódio de 4 a 6%, as quais resultaram em 6% e 2% de contaminação fúngica, respectivamente. Segundo Martinoto et al. (2007), para o cultivo in vitro de sementes de cagaiteira (Eugenia dysenterica DC.) é indicado o uso de álcool 70% por 60 segundos e imersão em solução de 0,5% de hipoclorito de sódio por 15 minutos. Picollotto et al. (2007), sugerem que a desinfestação de sementes de jabuticabeira (Myrciaria spp.) é eficaz ao utilizar álcool 70% por 30 segundos, seguido de imersão em solução de hipoclorito de sódio a 5%. Entretanto, para a cultura da jabuticabeira existem poucos estudos sobre o melhor método de desinfestação das suas sementes. 8 3. MATERIAIS E MÉTODOS O trabalho foi desenvolvido no laboratório de Micropropagação da Universidade Federal de São João Del-Rei, Campus Sete Lagoas. 200 frutos de um acesso de jabuticabeira “Sabará” foram colhidos, com as cascas apresentando coloração 50% verde, e levados ao laboratório. Os frutos foram despolpados manualmente e colocados em solução de CaO (2 g.L-1) por 15 minutos, para facilitar a retirada da mucilagem. Após a desmucilagem, foi feita a lavagem do material em água corrente, onde também se removeu o tegumento das sementes, as quais secaram em temperatura ambiente (±28°C) por 2 horas. As sementes foram selecionadas de acordo com seu tamanho, onde as menores foram descartadas. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com esquema fatorial 2x5, sendo 2 tempos de imersão (5 ou 10 minutos) e 5 concentrações de hipoclorito de sódio (0; 0,75; 1,25; 1,75; 2,25%), em 4 repetições por tratamento. A unidade experimental foi composta por uma placa de petri contendo 5 explantes (sementes de jabuticabeira sem tegumento). As sementes foram mantidas por 5 minutos em solução antifúngica constituída de água destilada e Cercobin ® na concentração de 2 g.L-1 e, em seguida, lavadas em água corrente e levadas para a etapa de desinfestação, a qual ocorreu na câmara de fluxo laminar, em condições de completa assepsia. As sementes foram imersas em álcool 70% por 30 segundos (QUISEN, 2008) e seguida da imersão de hipoclorito de sódio (NaClO) nas concentrações de 0, 0,75, 1,25, 1,75 e 2,25% de cloro ativo contendo 2 gotas de detergente comercial. As sementes ficaram em contato com a solução de hipoclorito de sódio por 5 ou 10 minutos. Ao final de cada tratamento, as sementes passaram por uma tríplice lavagem com água destilada autoclavada e imediatamente inoculadas em placas de petri contendo meio de cultura ½ MS (MURASHIGE & SKOOG, 1962), (Tabela 1). O pH do meio foi ajustado para 5,8, antes da inclusão do ágar e, em seguida, autoclavado por 20 minutos a 1,5 atm e 121°C. 9 Tabela 1. Composição do Meio ½ MS (Murashige & Skoog, 1962) COMPONENTE CONCENT RAÇÃO (mg.L-1) Macronutrientes CaCl2. 4H2O 220 KH2PO4 85 KNO3 950 MgSO4.7H2O 185 NH4NO3 825 Micronutrientes CoCl2.6H2O 0,0125 CuSO4.5H2O 0,0125 H2BO3 3,1 KI 0,415 MnSO4.4H20 11,15 Na2MoO4.2H2O 0,125 ZnSO4.7H2O 4,3 Fe(SO4).7H2O 13,9 Na2EDTA.2H2O 18,6 Orgânicos Ácido nicotínico 0,25 Glicina 1,00 Mio-inositol 50 Piridoxina 0,25 Tiamina 0,025 Após inoculação das sementes, as placas de petri foram levadas para uma estufa incubadora B.O.D., onde permaneceram por 7 dias no escuro, de acordo com 10 Sasso (2009). Posteriormente, foram expostas a luz na B.O.D, sem presença de fotoperíodo e à temperatura de 25°C. Aos 7, 14, 21, 28 dias foram avaliadas as porcentagens de oxidação, contaminação fúngica e bacteriana. As sementes não contaminadas em cada observação foram transferidas para novas placas com meio de cultura ½ MS e, após 28 dias, a porcentagem de germinação das sementes de jabuticabeira foi avaliada. Os dados foram transformados em 𝑎𝑟𝑐𝑜𝑠𝑒𝑛𝑜√(𝑥/100) e submetidos à análise de variância e as médias comparadas estatisticamente pelo teste de Tukey 5%, utilizando o software SISVAR (FERREIRA, 2011). 11 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Não houve interação significativa (p<0,05) entre o tempo de imersão e a concentração do hipoclorito de sódio (NaClO) em nenhuma das variáveis analisadas (Tabela 2). Tabela 2. Resumo da análise de variância para contaminação fúngica, contaminação bacteriana, oxidação e germinação das sementes de jabuticabeira. Tratamento Fator de Variância GL QM Contaminação fúngica Concentração 4 0,0048 ** CV: 31,07 Tempo 1 0,0042 ** Média: 0,0556 Concentração*Tempo 4 0,0004 n.s. Contaminação bacteriana Concentração 4 0,0006** CV: 15,38 Tempo 1 0,0001 n.s. Média: 0,0696 Concentração*Tempo 4 0,0001 n.s. Oxidação Concentração 4 0,0008 n.s. CV: 52,48 Tempo 1 0,0014 n.s. Média: 0,0459 Concentração*Tempo 4 0,0009 n.s. Germinação Concentração 4 0,0005 ** CV: 10,09 Tempo 1 0,0001 n.s. Média: 0,0791 Concentração*Tempo 4 0,0000n.s. n.s. ** Não significativo; Significativo a 1% de probabilidade pelo teste de Tukey. Os resultados obtidos apontam que o tempo de imersão e a concentração de NaClO influencia positivamente na redução da contaminação fúngica das sementes avaliadas (Figura 1), entretanto, o tempo de imersão não foi significativo em relação à contaminação bacteriana, oxidação e germinação das sementes de jabuticabeira (Tabela 3). Figura 1. Relação entre o tempo e concentração de hipoclorito de sódio (NaClO) na contaminação das sementes por fungos. 12 Tabela 3. Contaminação fúngica, contaminação bacteriana, oxidação e germinação das sementes de jabuticabeira submetidas a diferentes tempos de imersão em hipoclorito de sódio (NaClO). Tempo (min) 5 10 CV(%) Contaminação Fúngica (%) 66,15 b 45,45 a 31,07 Contaminação Bacteriana (%) 70,95 n.s. 15,50n.s. 15,38 Oxidação (%) 39,90 n.s. 52,05 n.s. 52,48 Germinação (%) 83,10 n.s. 77,70 n.s. 10,09 Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si, segundo teste de Tukey 5%. A concentração da solução de NaClO contribuiu expressivamente para a desinfestação das sementes de jabuticabeira em relação à contaminação fúngica (Figura 2), onde maiores concentrações proporcionaram resultados expressivos, atingindo uma queda de aproximadamente 60% na contaminação das sementes imersas em 2,25% de NaClO (p<0.05). Figura 2. Relação entre as diferentes concentrações de hipoclorito de sódio(NaClO) e contaminação das sementes por fungos. Em experimento desenvolvido por Santos (2015), sementes de jabuticabeira com tegumento foram inoculadas em meio de cultura ½ MS para teste de germinação in vitro, onde houve 100% de contaminação fúngica dos explantes. Provavelmente, a retirada do tegumento implicou no melhor resultado observado neste estudo, uma vez que o tegumento favorece os microorganismos a se ocultarem 13 em suas ondulações e assim não serem completamente afetados pelo processo da desinfestação, resultando na contaminação do meio de cultura e dos explantes. A imersão em solução de hipoclorito de sódio apresentou baixo rendimento na redução da contaminação bacteriana. Apesar de ter sido reduzida em até 20%, é possível perceber uma relação diretamente proporcional entre o aumento da concentração de NaClO e a contaminação bacteriana (Figura 3). Figura 3. Relação entre diferentes concentrações de NaClO e a contaminação dos explantes por bactérias Em estudo semelhante com a cultura da jabuticabeira, Picolotto et al. (2007) indicaram que o uso de hipoclorito de sódio na concentração de 2,25% diminuiu a contaminação de bactérias em 90%, divergindo dos resultados encontrados neste trabalho. Provavelmente, ao utilizar o bico de Bunsen, o tempo de exposição ao fogo não foi suficiente para a assepsia das pinças utilizadas. De acordo com Fortes et al. (2012), este tipo de contaminação é a mais comum nos cultivos in vitro. A oxidação dos explantes não foi influenciada pelo tempo de imersão e concentração de NaClO utilizada, apresentando uma média de 45% de oxidação em todos os tratamentos. O resultado encontrado foi, provavelmente, devido à liberação de compostos fenólicos pela semente de jabuticabeira, uma vez que a baixa concentração de cloro ativo utilizada não é agressiva aos tecidos vegetais a ponto de 14 causar oxidação dos tecidos. Provavelmente, os valores de oxidação encontrados não foram maiores devido à sugestão de Sasso (2009) que, ao deixar o meio de cultura com sementes de jabuticabeira sete dias no escuro, encontrou menores valores de oxidação, uma vez que as sementes de jabuticabeira tendem a liberar menos compostos fenólicos na ausência de luz. A germinação das sementes foi influenciada positivamente pela concentração de hipoclorito de sódio utilizada, onde todos as sementes imersas em NaClO tiveram melhores resultados em relação ao controle, aumentando a germinação em até 20% (Figura 4). Figura 4. Relação entre a concentração de NaClO utilizada e a germinação das sementes de jabuticabeira. Em experimento semelhante, ao utilizar 2,25% de hipoclorito de sódio e meio MS para germinação de sementes de jabuticabeira com tegumento, Picolotto et al. (2007) obtiveram 0% de germinação em 42 dias na presença de luz, em contrapartida aos resultados obtidos neste estudo, onde a germinação iniciou-se no 9° dia e alcançou valores entre 68% a 86%. Uma possível causa seria a permeabilidade do tegumento, pois, com sua retirada, a dormência foi superada, permitindo a germinação das sementes em menor tempo. Outra possível explicação está no fato de que, neste estudo, foi utilizado somente 50% dos sais (1/2 MS) no meio de cultura, criando uma situação de menor diferença de potencial osmótico, se comparado ao meio de cultura MS (utilizando 15 100% dos sais). Ao utilizar 100% dos sais na preparação do meio de cultura, este ficará mais concentrado que a semente, fazendo com que, por diferença de potencial osmótico, a água flua da semente para o meio de cultura, causando desidratação e prejudicando a sua germinação. 16 5. CONCLUSÃO A germinação in vitro de sementes de jabuticabeira é um processo viável que pode ser utilizada na produção de porta-enxertos visando a técnica da microenxertia. Para realizar a desinfestação de sementes de jabuticabeira “Sabará” para cultivo in vitro e promover a sua germinação, é indicada a imersão das sementes em solução de hipoclorito de sódio (2,25%) por 10 minutos, uma vez que se obteve uma baixa contaminação por fungos (5%) e altos valores de germinação (86%). 17 6. REFERÊNCIAS ALFENAS, A.C.; ZUZA, E.A.V.; MAFIA, R.G.; ASSIS, T.F. Clonagem e doenças do eucalipto. Viçosa, MG: Universidade Federal de Viçosa, 442p, 2004. ANDRADE, S. R. M. Princípios de cultura de tecidos vegetais. Planaltina. Documentos 58. Embrapa Cerrados, 16p. 2002. ASCHERI, D.P.R.; ASCHERI, J.L.R.; CARVALHO, C.W.P. Caracterização da farinha do bagaço da jabuticaba e propriedades funcionais dos extrusados. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, v. 26, p. 897-905, 2006. BARROS, R.S; FINGER, F.L.; MAGALHAES, M.M. Changes in non-structural carbohydrates in developing fruit of Myrciaria jaboticaba. Scientia Horticulturae, v. 66, p. 209-215, 1996. 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