Português - Revista |HUPE

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Enfermagem
Enfermagem
01
Humanização da assistência obstétrica de
alto risco
Abilene do Nascimento Gouvêa; Elizete Leite
Gomes Pinto; Ana Lucia Freire Lopes; Helder
Camilo Leite; Helaine Maria da Silva Oliveira;
Camilla Del Giudice Dias
Núcleo Perinatal/HUPE – UERJ
Introdução
O conceito de atenção humanizada é amplo e
envolve um conjunto de conhecimentos, práticas e atitudes. É de suma importância que os
profissionais estejam comprometidos, visando
a promoção do parto, do nascimento saudável
e a prevenção da morbimortalidade materna e
perinatal. A equipe de saúde deve realizar procedimentos comprovadamente benéficos para
a mulher e o bebê, abolindo as intervenções
desnecessárias e preservando sua privacidade
e autonomia.
Objetivo
Este trabalho teve como objetivo descrever a
prática da assistência humanizada de uma maternidade de alto risco do Rio de Janeiro.
Método
Relato de experiência sobre as atividades humanizadas desenvolvidas no Núcleo Perinatal
do HUPE/UERJ.
Conclusão
Foram realizadas atividades individuais/em
grupo para promoção ao aleitamento materno
baseadas na troca de experiências e suporte
para o atendimento nas dificuldades relatadas:
oficinas de beleza com o intuito de melhorar a
autoestima e estimular o autocuidado; oficinas
de artesanato, considerando que o tempo médio
de internação é alto devido às intercorrências
clínicas apresentadas pela clientela; estímulo aos
métodos não farmacológicos de alívio da dor;
garantia de acompanhante no pré-parto, parto
e puerpério imediato; incentivo à presença da
família, inclusive de crianças, durante o período
de internação materna; participação em outras
atividades lúdicas como corais, recreadores,
música e oficinas de desenho. A humanização da assistência obstétrica permitiu maior
envolvimento da clientela/família, auxiliou na
diminuição da ansiedade/medo das usuárias,
promoveu a capacitação dos profissionais de
saúde no atendimento integral/humanizado ao
cliente, influenciando na melhoria da qualidade
da assistência de saúde materna e neonatal.
02
Desenvolvimento de um software sobre hipertensão arterial – contribuições da enfermagem
Alessandra Félix da Silva André; Regina Célia
Gollner Zeitoune; Ana Maria Domingos; Rosileide Araújo Fonseca; Ana Cristina dos Santos
Bonno; Josias da Conceição dos Santos
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Introdução
A pesquisa ora apresentada é vinculada ao projeto de extensão “Promovendo a inclusão digital e
social de moradores de uma comunidade através
de softwares educativos com vistas à promoção
da saúde”, financiado pelo CNPq. Ela surgiu da
necessidade de encontrar respostas às demandas
sociais de uma comunidade situada no campus
de uma universidade pública federal no município do Rio de Janeiro. A justificativa se deu pela
inquietação da equipe responsável pelo projeto a
partir dos resultados do diagnóstico situacional
e de saúde da população, onde se identificou na
comunidade um percentual significativo de moradores portadores de hipertensão arterial que
apresentavam déficit no autocuidado relativo
ao estilo de vida.
Objetivo
A pesquisa teve por objetivo desenvolver, avaliar
e validar softwares educacionais como instrumento no processo de educação para a saúde
sobre hipertensão arterial.
Método
Os procedimentos metodológicos aplicados
de início dizem respeito à seleção de materiais
produzidos por diferentes autores, como livros
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
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Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
e textos técnico-científicos, para leitura e busca
de informação sobre a temática, com bolsistas de ensino médio do projeto residentes na
comunidade, para a seleção dos materiais a
serem inclusos no software; desenvolvimento
do software; avaliação pelos autores do estudo
e validação pelos membros da comunidade.
Conclusão
O material instrucional colhido foi transformado em software instrucional. A etapa de
avaliação pelos autores do estudo e validação
pela equipe de trabalho do projeto e pelos membros da comunidade está em andamento. Como
resultado tem-se para o momento o software
desenvolvido e em fase de validação. Com a
disponibilização do software para a comunidade, espera-se a melhoria do conhecimento,
hábito de vida e promoção da saúde, bem como
garantir a inclusão digital da comunidade e que
passem a ser replicadores da ação de promoção
da saúde.
03
Uroterapia: o papel do enfermeiro no cuidado
de crianças com bexiga neurogênica
Aline de Fátima dos Santos Graciano; Simone
Muniz Souza
Pediatria/HUPE
Introdução
A criança portadora de bexiga neurogênica tem
uma disfunção vesical secundária a um comprometimento do sistema nervoso, e as complicações mais comuns são as infecções urinárias
de repetição, que podem causar lesão renal. Os
enfermeiros devem planejar e implementar a
uroterapia, que consiste em tratamento não
medicamentoso e não cirúrgico das disfunções
do trato urinário inferior, como o cateterismo
intermitente limpo (CIL), que é a técnica do
autocateterismo ou cateterismo vesical realizada
por outra pessoa. Esse termo foi proposto pela
International Children’s Continence Society
(ICCS) e visa usar material limpo ou estéril,
geralmente em ambiente domiciliar.
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revista.hupe.uerj.br
Objetivo
O objetivo principal é capacitar crianças para
o autocateterismo e cuidadores para realizar o
CIL no domicílio.
Método
Estudo descritivo-exploratório de abordagem
qualitativa, realizado através de pesquisa bibliográfica.
Conclusão
Concluímos que o enfermeiro tem importante
papel de educador, devendo romper com o
modelo vertical de ensino-aprendizagem, que
consiste em um cuidar tecnicista, acentuando
o abismo entre o saber científico e o senso
comum. Para contribuir com a adesão à uroterapia, faz-se necessário conhecer a criança e
sua família, saber como compreendem, sentem
e dão significado a vida, levando-se em conta os
aspectos culturais, valores, crenças e práticas dos
diferentes grupos sociais aos quais pertencem.
04
Fatores que influenciam a adesão ao tratamento da criança com doença crônica
Márcia Pereira Fernandes Gomes; Simone Muniz
Souza
Ambulatório de Pediatria/HUPE
Introdução
Adesão é um processo colaborativo que facilita
a aceitação e a integração de determinado regime terapêutico no cotidiano de pessoas em
tratamento, pressupondo sua participação nas
decisões sobre o mesmo. O paciente deve comparecer ao hospital para consultas agendadas
com profissionais de diversas especialidades,
realização de exames, recebimento de medicação etc. O trabalho com crianças conjectura
a presença de um familiar ou cuidador e a
questão da aderência ao tratamento se ramifica,
pois não lidamos apenas com o paciente, mas
com uma rede de pessoas, onde cada um tem
suas expectativas e posições particulares em
relação à terapêutica. A experiência vivenciada
no Ambulatório de Pediatria do HUPE revela
que a adesão ao tratamento é complexa porque
Enfermagem
implica em acompanhamento por um longo
período de vida.
Objetivo
Identificar os principais fatores que influenciam
a adesão ou não ao tratamento na doença crônica, enfocando o paciente pediátrico.
Método
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica descritiva-exploratória de abordagem qualitativa.
Conclusão
Conclui-se que os fatores que atuam na adesão
são: valores e cultura da família, a sinergia e
comunicação entre a equipe-cuidador-criança,
habilidade e escolaridade dos cuidadores, esquema terapêutico adotado, palatabilidade e
apresentação das medicações, tratamento em
assintomáticos, comportamento emocional,
renda familiar, custo, tipos de moradia e localização. O enfermeiro é o profissional da equipe
multidisciplinar mais familiarizado com o problema e o desafio representados pela aderência,
sendo o suporte emocional e o encorajamento,
fomentados pelo mesmo, importantes fatores
facilitadores da adesão. Portanto, o enfermeiro
deve estar atento aos elementos que influenciam
na adesão, visando minimizar as falhas no tratamento, e a partir dessa identificação, objetivar a
melhoria da qualidade de vida das crianças com
doença crônica.
05
Saberes de prevenção de câncer de próstata –
uma contribuição da enfermagem
Andrei Boscarino de Menezes Silva; Cristiane
Maria Amorim Costa; Thelma Spindola; Raquel
Conceição de Almeida Ramos; Ana Terra Porciúncula Baptista; Raphael Lopes Valério
Faculdade de Enfermagem/UERJ
Introdução
O câncer de próstata tem maior prevalência
nos homens com idade superior a 50 anos,
sendo responsável pela quarta maior causa de
óbitos em homens e representando importante
problema de saúde pública.
Objetivo
Este estudo teve como objetivo analisar junto aos
usuários da unidade de saúde o conhecimento
acerca da prevenção e diagnóstico do câncer de
próstata preconizado pela Política Nacional de
Atenção Integral a Saúde do Homem.
Método
Trata-se de um estudo exploratório, descritivo e
quantitativo submetido e aprovado pelo Comitê
de Ética da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro com o número 221.704, realizado com 61
pacientes no pós-atendimento multiprofissional
de uma unidade de saúde situada no município
do Rio de Janeiro. Os dados foram coletados
pela aplicação de formulários no período de
março a maio de 2013 respeitando as normas
e preceitos éticos estabelecidos. Os mesmos
foram coletados diretamente após as consultas
de enfermagem e médica na unidade de saúde
situada no município do Rio de Janeiro com o
suporte do programa Microsoft Office Excel
2010 para organização e tabulação dos dados.
Conclusão
Observou-se que 53 (86,8%) dos entrevistados
reconhecem a importância da realização anual
de exames preventivos para o câncer de próstata.
A falta de conhecimento dos homens sobre os
fatores de risco evidenciada em 41 pacientes,
(67,2%) pode ter ligação com questões culturais,
de acesso, ou medo do exame clínico (toque
retal), que podem ser fatores impeditivos para
a realização do método preventivo. Devem ser
realizadas ações para desmitificar a temática
da saúde do homem para o rastreamento do
câncer de próstata, considerando que 11 (28,1%)
desconhecem a associação do toque retal com
o PSA como medida preventiva do câncer de
próstata. Trinta e quatro (55,7%) dos clientes
iniciaram o rastreio por indicação dos profissionais de saúde, demonstrando a importância
da orientação para essa população. Através desse
levantamento, conclui-se que os homens necessitam de maiores esclarecimentos relacionados
às práticas preventivas do câncer de próstata,
com o objetivo de melhorar as condições de
saúde dessa população.
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Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
06
A importância da atuação do enfermeiro no
processo da realização de vasectomia
Cristiane Maria Amorim Costa; Raquel Conceição de Almeida Ramos; Carolina Pimentel
Machado; Andrei Boscarino de Menezes Silva;
Ana Terra Porciúncula Baptista; Raphael Lopes
Valério
Faculdade de Enfermagem/UERJ
Introdução
Através da Lei n° 9.263 de 12 de janeiro de 1996,
o Governo Federal implantou o programa de
planejamento familiar, sendo um dos métodos
anticoncepcionais a vasectomia, que se traduz
como um método eficaz e de fácil execução,
realizada em regime ambulatorial.
Objetivo
Identificar a eficácia das orientações perioperatórias do enfermeiro para os pacientes submetidos à cirurgia de vasectomia.
Método
Foi uma pesquisa quantitativa descritiva e exploratória onde foram analisados 250 prontuários
de homens submetidos à cirurgia de vasectomia
bilateral no período de julho de 2012 a janeiro
de 2013. Para a análise da eficácia das avaliações
de enfermagem foram utilizados os seguintes
parâmetros: complicações no pós-operatório
e orientações.
Conclusão
A média de idade foi de 37 anos, variando de 25
anos a 53 anos; 68% dos pacientes eram casados,
tiveram em média três filhos, variando de um a
nove filhos. O tempo médio entre a decisão de
realizar a vasectomia e o ato cirúrgico foi de sete
meses e meio. A opção por realizar a cirurgia foi
de 52,94% do próprio, mostrando dessa forma a
divisão da responsabilidade quanto à utilização
do método anticonceptivo. Quanto à eficácia
das orientações de enfermagem, 82,35% dos
pacientes não apresentaram complicações no
pós-operatório, entretanto, 14,71% desenvolveram infecção e 3% granuloma. Nenhum dos
pacientes relatou arrependimento da realização
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revista.hupe.uerj.br
da cirurgia. Quanto à realização do espermograma, 76,47% não realizaram o exame, sendo
53,85% por não conseguir agendar pelo SUS e
46,15% por indisponibilidade de tempo. Esses
dados mostraram a necessidade de enfatizar, na
consulta do enfermeiro, a importância da realização do exame para eficácia de todo o processo.
Os resultados mostraram que as orientações de
enfermagem no período perioperatório contribuíram para o sucesso do procedimento, sendo
necessário um enfoque maior na realização do
espermograma.
07
Utilização da internet como estratégia de
adesão ao tratamento dos pacientes HIV/Aids
Antonio Carlos Rocha; Márcia Cristina de Mendonça Tavares; Darci Cassia de Paula; Érika
Campos do Nascimento; Angélica Santos Souza;
Priscilla Bittencourt da Silva
Doenças Infecciosas e Parasitárias/HUPE
Introdução
A adesão ao tratamento proporciona o aumento
da qualidade de vida e a diminuição da morbimortalidade dos portadores de HIV. Atualmente
permanece como um grande desafio uma vez
que vários fatores interferem na eficiente adesão
ao tratamento como um todo. Estratégias têm
sido utilizadas para avaliar a adesão terapêutica,
dentre estas, a utilização das redes sociais como
ferramenta de apoio, interação, convivência e
troca de saberes entre os membros do grupo.
Objetivo
1) Descrever de que forma a utilização das redes
sociais, como estratégia de adesão, ajudam a
melhorar a autoestima dos pacientes HIV/Aids;
2) avaliar o compartilhamento das experiências
dos pacientes HIV/Aids em relação a adesão.
Método
A proposta emergiu durante as reuniões mensais
do grupo e foi implementada como estratégia
para melhorar a adesão dos pacientes que
participam do grupo de adesão do setor de
Doenças Infecciosas e Parasitárias do HUPE
e compartilhar as informações de forma mais
Enfermagem
ágil e dinâmica, aumentando assim o vínculo e
a confiança entre pacientes e equipe multiprofissional, dinamizando a circulação de informações e a troca de saberes entre os membros.
Conclusão
Em um ano de utilização dessa estratégia, observamos que houve aumento da autoestima
entre os pacientes à medida em que se sentem
mais fortalecidos e com mais autonomia para
se autocuidarem. Conforme compartilham suas
experiências, sentem-se protagonistas de suas
histórias de vida e do seu cuidado.
08
Avaliação da aprendizagem: aplicação do
Índice de Desenvolvimento da Aprendizagem
de Marinho
Antonio de Magalhães Marinho; Verônica Santos;
Carolina Cabral Pereira da Costa; Sirlene da
Silva Correa
Faculdade de Enfermagem/UERJ
Introdução
Neste estudo propomos a aplicação da autoavaliação como instrumento de aferição da
aprendizagem e a aplicação da equação utilizada para aferir o Índice de Desenvolvimento
da Aprendizagem proposto por Marinho
(IDAM). A autoavaliação é uma modalidade
de avaliação que proporciona ao aluno a possibilidade de identificar suas necessidades de
estudo, além de facilitar a busca da construção
do seu conhecimento durante o processo de
ensino-aprendizagem. Em todo processo de
ensino-aprendizagem, há necessidade de uma
avaliação do sujeito-aprendiz com o objetivo
de acompanhar o seu desenvolvimento e (re)
orientá-lo, ou meramente aplicar-lhe uma nota
ou conceito.
Objetivo
1) Demonstrar a aplicação do IDAM na aferição da aprendizagem do aluno com base na
autoavaliação inicial (diagnóstica) e final; 2)
calcular a Avaliação do Desenvolvimento da
Aprendizagem de Marinho (ADAM); 3) aplicar
e validar uma expressão matemática que auxilia
na medida do aprendizado do aluno.
Método
Estudo de caráter experimental com aplicação
da equação de cálculo do IDAM após coleta dos
dados de 34 alunos (momentos: inicial e final)
com o instrumento de autoavaliação composto
por 41/32 requisitos (itens/conteúdos). Para avaliação do IDAM e do ADAM foi estruturado um
quadro de classificação aplicando-se um Likert
de 0 a 10, onde o intervalo de 0-2,50 significa
“Não sabe”; de 2,51-5,00 “Sabe menos do que
sabe”; de 5,01-7,50 “Sabe mais do que não sabe”
e de 7,51-10,00 significa que “Sabe”.
Conclusão
Dos 34 alunos somente 31 atenderam os critérios (28 M/3 H). O IDAM mostrou que 100%
na avaliação inicial foram classificados como
“Não sabe”. Na autoavaliação final tivemos:
3,22% foram classificados como “Sabe menos
do que sabe”; 32,26% como “Sabe mais do
que não sabe” e 64,52% com “Sabe”. Quanto à
aferição do ADAM, a aplicação da contraprova
mostrou que: 58,06% “Sabe mais do que não
sabe”; 41,94% foram classificados como “Sabe”.
Concluímos que o método auxilia na aferição
do quanto o aluno apreendeu, favorecendo uma
avaliação mais transparente sobre a retenção e
aprendizado de novos conhecimentos. Com o
IDAM pode-se avaliar o crescimento individual
no início e no fim da disciplina. Sugere-se a utilização do IDAM na avaliação do aprendizado
na enfermagem, uma vez que se mostrou uma
ferramenta útil para a estruturação de conteúdos
que atendam às necessidades dos estudantes e
profissionais da enfermagem.
09
O estresse no graduando de enfermagem:
compreender para cuidar
Celia Caldeira Fonseca Kestenberg; Bárbara
Marins Santos Rosa; Alexandre Vicente da Silva;
Natalia Andre Barbosa Silva
Faculdade de Enfermagem/UERJ
Introdução
Recorte de pesquisa realizada no âmbito do
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
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Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
projeto de extensão “Vivendo vivências”: laboratório de habilidades sociais e interpessoais existente há 23 anos na Faculdade de Enfermagem/
UERJ. Serão apresentados resultados de estudo
sobre o grau de estresse de graduandos que estão
iniciando o internato (estágio supervisionado)
e participam do projeto que ocorre na modalidade de trabalho de grupo com 16 encontros
semestrais/3 horas. O estresse é o resultado de
um conjunto de reações do organismo frente a
uma situação (tensão) que exija uma adaptação e
um grande esforço emocional para ser superada.
Quanto mais tempo durar a situação ou quanto
mais grave ela for, mais estressada a pessoa
pode ficar. O organismo tenta responder a esse
estresse desencadeando uma série de fatores
que causam sintomas físicos e/ou psicológicos.
Objetivo
Identificar a fase do estresse em que se encontram os graduandos que estão iniciando
o internato; identificar os sintomas físicos e
psicológicos que os mesmos apresentam.
Método
Análise do Inventário de sintomas de estresse de
Marilda Lipp aplicados no ano de 2009 a 2012,
correspondendo a oito turmas, totalizando 213
participantes. Todos assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (protocolo
de pesquisa nº 018.3.2008).
Conclusão
A maioria dos estudantes (146), que corresponde a 68,5%, apresenta algum grau de estresse.
Destes, 115 (54%) estão na fase II, resistência,
e 30 (14%) apresentam-se na fase III, exaustão.
Foram identificados sintomas físicos e psicológicos. Os físicos são: sensação de desgaste físico
constante 111 (76%), cansaço constante 115
(78,8%) problemas com a memória 134 (91,8%),
tensão muscular 119 (55,87%). Os psicológicos
são: cansaço excessivo 75 (51,4%), irritabilidade
excessiva 92 (63%), vontade de fugir de tudo
97 (63,4%), pensar constantemente num só
assunto 81 (55,5%). Importante destacar que
os graduandos que estão na fase de resistência
do estresse podem agravar o estado devido aos
12
revista.hupe.uerj.br
fatores estressores oriundos dos campos de prática. Alguns estudantes estão na última fase do
estresse, a exaustão, e nessa fase a intervenção
se torna necessária para reduzir a possibilidade
de somatização. Os objetivos do estudo foram
alcançados uma vez que se conseguiu identificar
a fase do estresse em que os internos se encontravam, bem como os sintomas físicos e psicológicos. A partir destes resultados foram traçadas
as estratégias para o gerenciamento do estresse,
como o ensino de técnicas de relaxamento.
10
Hipotermia terapêutica como método de
proteção neuronal pós-parada cardiorrespiratória: uma revisão integrativa
Cristiane Pastor dos Santos; Karinne Cristinne
da Silva Cunha; Renata Flávia Abreu Silva;
Joelma Peixoto
Programa de Residência em Cardiologia/HUPE
– UERJ
Introdução
A parada cardiorrespiratória (PCR) é um evento
de alta mortalidade. Segundo a I Diretriz de
Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados
Cardiovasculares de Emergência da Sociedade
Brasileira de Cardiologia há em torno de 200.000
PCRs ao ano no Brasil. A PCR provoca uma
queda abrupta de fluxo sanguíneo cerebral, o
hipofluxo permanece mesmo após o retorno da
circulação sanguínea, e este evento desencadeia
uma cascata de eventos que serão deletérias para
o sistema neurológico. A hipotermia terapêutica
é o método que demonstra maior eficácia na
redução dos efeitos deletérios, seu mecanismo
de ação consiste na diminuição do metabolismo
cerebral que irá resultar no abortamento destes
efeitos para o sistema neurológico.
Objetivo
Identificar em literatura digital a produção científica sobre hipotermia terapêutica pós-PCR em
adultos na realidade brasileira.
Método
Trata-se de um estudo de revisão integrativa
com análise qualitativa dos dados; esta pesquisa
Enfermagem
foi realizada de agosto de 2011 a abril de 2013.
A pesquisa foi concretizada através da busca nas
bases de dados da literatura em português no
SciELO e LILACS. Foram utilizados os seguintes
critérios de inclusão: textos completos, artigos
em português, disponíveis nas bases de dados
citadas, no período de 2005 a abril de 2013. Foi
utilizado um instrumento adaptado de Ursi
(2005) para coleta de dados com o intuito de
extrair as informações pertinentes dos artigos.
cia bastante comum. A terapia renal substitutiva
é um procedimento complexo, que envolve as
equipes multiprofissionais das unidades de
terapia intensiva e da nefrologia para que possam atuar em conjunto, pois a primeira assiste
diretamente ao paciente, e a segunda detém o
domínio total das terapias renais substitutivas
utilizadas, portanto torna-se necessária a associação entre as partes para oferecer um cuidado
de enfermagem especializado.
Conclusão
De acordo com as estratégias definidas, a pesquisa resultou em 281 publicações. Foram selecionados para este estudo sete artigos completos
que estavam em consonância com os critérios
de inclusão. Os resultados foram organizados
dentro das seguintes categorias encontradas:
temperatura-alvo, modo de monitorização
da temperatura, tempo para o início do resfriamento, método de resfriamento, tempo de
resfriamento, método de reaquecimento, velocidade do reaquecimento; o que possibilitou
uma visão global do processo de hipotermia
terapêutica. A hipotermia terapêutica é um
método eficaz e comprovado cientificamente de
ser um protetor neuronal, responsável ainda por
diminuir a mortalidade do cliente acometido
por PCR. Evidenciou-se que é possível realizar
a hipotermia terapêutica através dos mais diversos métodos. Foi possível perceber que há uma
lacuna no conhecimento no que diz respeito a
assistência de enfermagem no cuidado a este
paciente e que há necessidade de mais estudos
no Brasil sobre hipotermia terapêutica.
Objetivo
O presente estudo tem como objetivo traçar o
perfil dos tipos de hemodiálise realizados em
pacientes potencialmente graves, com descompensação de um ou mais sistemas orgânicos.
11
Perfil dos tipos de hemodiálise realizados em
pacientes gravemente enfermos
Daniele da Silva Costa; Priscila da Silva Nascimento
Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE)
– UERJ
Introdução
A abordagem nefrológica de pacientes críticos
em unidades de terapia intensiva é uma ocorrên-
Método
Trata-se de um estudo descritivo que contém
uma abordagem quantitativa, transversal, que
utilizou um modelo retrospectivo e exploratório, baseado na coleta de dados dos meses de
março e abril de 2013 do livro de ocorrências
de hemodiálise (livro de externas) dos setores
de terapia intensiva de um hospital universitário
no município do Rio de Janeiro.
Conclusão
No CTI 1, foram realizadas 14 sessões de hemodiálise, sendo 57% do tipo convencional (com
duração de 4 horas) e 42% do tipo prolongada
(com duração de 6 a 8 horas), com variação de
1,5 L a 3,5 L de taxa de UF (ultrafiltração), sem
intercorrências relatadas. Já no CTI 2, foram
realizadas 25 sessões de hemodiálise, sendo 48%
do tipo convencional (com duração de 3 a 4 horas) e 52% do tipo prolongada, com variação de
1,5 L a 2,5 L de taxa de UF, com intercorrências
descritas, tais como: sangramento pelo óstio
do cateter, mau e/ou baixo fluxo do cateter,
hipotensão severa, com o aumento da vazão de
drogas vasoativas e um óbito. Conclui-se que as
intercorrências descritas influenciaram diretamente na qualidade e continuidade das sessões
de hemodiálise, sendo relacionadas diretamente
com o quadro de instabilidade hemodinâmica
apresentada por esses pacientes.
12
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
13
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
Consulta de enfermagem no tratamento conservador da doença renal crônica: protocolo
de atendimento
Daniele da Silva Costa; Maria Aparecida Araújo; Daniela Barbosa Felizardo; Samantha Sabá
Berçot Rodrigues
Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE)
Introdução
O tratamento conservador da doença renal
crônica (DRC) é compreendido por medidas e/
ou ações que buscam diminuir a sua progressão,
auxiliando na melhoria das condições clínicas,
físicas e psicológicas. A sistematização da assistência de enfermagem (SAE), no contexto
do tratamento conservador da DRC, se destaca
na implementação do processo de enfermagem,
oferecendo assistência individualizada. Com
este compromisso, apresentamos uma proposta
de implantação da consulta de enfermagem no
tratamento conservador no ambulatório de
nefrologia de um hospital universitário situado
no município do Rio de Janeiro.
Objetivo
Assistir o indivíduo portador de doença renal
crônica desde a sala de espera com acolhimento
humanizado visando à promoção de saúde e
prevenção de seus agravos, através de ações
integrais educativas de saúde.
Método
Os critérios de inserção de pacientes na consulta
de enfermagem consistem em indivíduos com
taxa de filtração glomerular (TFG) inferior a
30 ml/min adstrita a unidade ou através de critérios pré-estabelecidos pela instituição dentro
do cenário de atuação. O fluxo de atendimento
ocorre conforme o agendamento do paciente
no ambulatório, sendo prestado pelos residentes de enfermagem com orientação direta
da preceptoria. As consultas são baseadas em
diretrizes gerais, que são constituídas em plano
de ações que englobam: a promoção à saúde e a
prevenção primária com grupos de risco; identificação precoce e detecção da disfunção renal;
correção de causas reversíveis da doença renal;
14
revista.hupe.uerj.br
diagnóstico etiológico; definição e estadiamento
da disfunção renal; modificação das comorbidades comuns a estes pacientes e planejamento
precoce das terapias renais substitutivas.
Conclusão
A consulta de enfermagem no tratamento conservador tem sido de suma importância no ambulatório de tratamento conservador, auxiliando
na identificação dos fatores de risco relacionados
com a história do paciente e seus hábitos de vida,
que podem ser modificáveis, no estímulo a adesão ao tratamento e fortalecimento do vínculo
entre o paciente e seu cuidador, priorizando
a autonomia e a independência do indivíduo
em aspectos preventivos e educativos, visando
a minimizar o desconhecimento dos aspectos
da DRC. Assim concluímos que a abordagem
educativa durante a consulta de enfermagem
no ambulatório de tratamento conservador tem
adotado práticas de autogestão da doença, de
forma acessível e dialógica. É relevante atribuir
o paciente como um agente ativo e participante
na recuperação e adaptação imposta pela DRC.
13
Adesão ao tratamento de pacientes com
insuficiência cardíaca atendidos em clínica
especializada
Deborah Rey Mesquita; Ana Carla Dantas Cavalcanti; Cristina Silva Arruda; Juliana de Melo
Vellozo Pereira; Glaucia Cristina Andrade Vieira;
Thais de Resende Bessa Guerra
Universidade Federal Fluminense (UFF)
Introdução
As doenças cardiovasculares estão entre as
principais doenças crônicas que acometem
a população idosa brasileira e a insuficiência
cardíaca (IC), por ser a via final comum das cardiopatias, é a principal causa de reinternações,
sendo a adesão inadequada ao tratamento ou a
dificuldade do paciente em reconhecer sinais
e sintomas de descompensação da doença, os
principais fatores das internações.
Objetivo
Enfermagem
Avaliar a adesão ao tratamento de pacientes
com IC atendidos em uma clínica especializada
em acompanhamento ambulatorial; relacionar
variáveis clínicas e sociodemográficas com a
adesão ao tratamento.
pação ativa do núcleo familiar para envolver o
paciente no seu autocuidado. Este é o diferencial
que poderá trazer bons resultados ao trabalho
desenvolvido, aumentando assim a adesão ao
tratamento.
Método
Estudo observacional, transversal, com abordagem quantitativa. Para avaliação da adesão foi
utilizado o questionário de adesão de Bocchi,
cuja maior pontuação é 26. A coleta de dados
ocorreu em 2012, por meio de prontuários
e questionários utilizados nas consultas de
enfermagem, com perguntas pertinentes a situações sociodemográficas, clínicas e a adesão
ao tratamento dos pacientes. Foram incluídos
no estudo pacientes com idade igual ou maior
que 18 anos atendidos na clínica de IC, que
tenham assinado o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido, sendo excluídos aqueles
que apresentaram registros de barreiras de
cognição e portadores de doenças neurológicas
degenerativas. Os dados foram organizados e
analisados pelo programa SPSS. As variáveis
contínuas foram descritas como médias e desvio
padrão para aquelas com distribuição normal; as
variáveis categóricas, com números absolutos e
percentuais. As associações das variáveis clínicas
e sociodemográficas foram avaliadas através do
teste t de Student. Um P < 0,05 foi considerado
estatisticamente significativo.
14
Diabetes mellitus tipo 2: a atuação do enfermeiro na atenção básica na prevenção da
doença e de seus agravos
Conclusão
Dos 117 prontuários, 51,28% são do sexo feminino; idade média de 62,78 (± 12,6), 7,2 anos de
estudos (± 4,2); recebendo dois salários mínimos. A comorbidade prevalente foi hipertensão
arterial sistêmica (85%); a classe funcional II
48,72%. A pontuação da adesão foi de 14,37. A
correlação que mostrou diferença estatística foi
gênero sexual feminino e adesão (p = 0,001). A
média das mulheres e dos homens foi de 15,18
e 13,50, respectivamente. O presente estudo
comprova a importância da continuidade do
ambulatório de IC, com estratégias de educação
em saúde voltadas para o autoconhecimento da
doença e tratamento e estimulando a partici-
Delma da Silva Britto Boy; Eliete Cristina Soares;
Juliana de Oliveira Munier da Silva
Centro Universitário Serra dos Órgãos (UNIFESO)
Introdução
Este trabalho tem por objetivo fazer uma pesquisa sistemática qualitativa a respeito do que
é preconizado no tratamento e prevenção dos
agravos decorrentes do diabetes mellitus (DM),
e o que de fato é realizado na Unidade Básica
de Saúde, em particular pela atuação dos enfermeiros, com o intuito de proporcionar não
só o tratamento, como também um trabalho
eficaz de prevenção da DM 2, assim como seus
agravos. Trabalho esse que exige do profissional
enfermeiro estratégias de educação em saúde
constantes, proporcionando prevenção em saúde e cuidados básicos que resultarão em melhor
qualidade de vida aos usuários do serviço de
atenção básica. O trabalho em atenção básica
exige, por parte dos gestores públicos, atenção
e investimento, tanto em recursos financeiros
quanto em recursos humanos e capacitação dos
profissionais que ali atuam, propiciando assim,
maior poder de resolutividade aos enfermeiros
que atuam na atenção básica, a fim de que o
trabalho e esforço desses profissionais não sejam
em vão e não se perca a oportunidade de melhorar a saúde e qualidade de vida da população
mais carente.
Objetivo
Analisar e refletir sobre a funcionalidade e importância do enfermeiro na assistência primária
de saúde na prevenção do diabetes mellitus
(DM) e prevenção dos agravos decorrentes
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
15
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
da doença, proporcionando assim ao usuário
educação e prevenção em saúde, e um acompanhamento por parte da equipe multidisciplinar
na atenção básica, de acordo com a sua condição
clínica, garantindo-lhes um acompanhamento
resolutivo e melhor qualidade de vida.
Método
Esse trabalho se dará por meio de uma pesquisa
de revisão sistemática qualitativa sem metanálise a respeito da atuação do enfermeiro em
prevenção da DM 2 e de seus agravos no serviço
de atenção básica.
Conclusão
O que provavelmente tem levado muitos pacientes diagnosticados com DM 2 ao estágio
em que os agravos decorrentes da doença já
estão instalados e a internação hospitalar se faz
necessária, na maioria das vezes, é a falta de
conhecimento a respeito do que realmente é DM
2, as consequências do tratamento inadequado
e a falta de incentivo ao comprometimento com
o autocuidado. Da mesma forma que se exige
o comprometimento do usuário, o enfermeiro
comprometido com a atenção básica deve atuar
educando em saúde, prevenindo a ocorrência da
doença e junto aos já diagnosticados portadores
de DM 2, na prevenção dos agravos decorrentes
da descompensação da glicemia.
15
Auditoria: o olhar do enfermeiro residente do
Hospital Universitário Pedro Ernesto
Eliane Passos Pereira Assumpção; Fernando
Sanches
Unidade Cardio Intensiva/HUPE
Introdução
A cada dia mais profissionais vencem o preconceito de que auditoria é a exposição do erro
alheio e começam a aceitar a ideia da mensuração da qualidade assistencial dos processos de
trabalho que participam.
Objetivo
Estimular o enfermeiro residente para a prática
da auditoria.
16
revista.hupe.uerj.br
Método
Ação auditora, com acompanhamento de dois
preceptores, por enfermeiros residentes do segundo ano do programa de clínica médica em
quatro enfermarias, exercendo os papéis de auditor e auditado, utilizando um instrumento checklist para avaliação de prática administrativa,
medicamentosa, de registro, do acesso venoso
periférico, do cateter vesical de demora e gerais.
Conclusão
Nas quatro enfermarias, houve 66% de conformidade para práticas administrativas, cuja
abertura diária do livro de ordem e ocorrências e a conferência de psicotrópicos foram
realizadas por todas elas. Atenderam a 77% de
conformidade para os itens medicamentosos,
com unanimidade para o aprazamento, uso de
carimbo, atendimento à prescrição, checagem da
administração e guarda em separado de medicação de alto risco. Registros ficaram com 62%
de conformidade, sendo comum a verificação
e anotação dos sinais vitais no impresso de balanço hídrico. Nos acessos venosos periféricos,
58% das ações estavam conformes, e foi comum
a ausência de sangue no extensor do equipo
de soro. No cateterismo vesical de demora,
houve 61% de conformidade, sendo unânime
a existência de bandeja estéril, bolsa coletora
preenchida até 1.300 ml e registro sobre características da urina. Ações gerais apresentaram
63% de conformidade, com o preenchimento da
caixa de material perfurocortante, até 2/3 de sua
capacidade, encontrada em todas as unidades.
Dos cinquenta itens avaliados, dois não foram
encontrados em nenhuma das enfermarias: o
planejamento e registro do horário de almoço,
e a utilização de uma escala para avaliação de
flebite. Todos os enfermeiros residentes do
segundo ano que vivenciaram a experiência de
fazer ou responder à uma auditoria avaliaram-na
como totalmente produtiva. O exercício simulado de auditoria interna, concorrente, periódica,
específica e parcial, no período de uma hora,
gerou o diagnóstico situacional de processos de
trabalho da enfermagem, comprovou a eficácia
do instrumento checklist construído, a motiva-
Enfermagem
ção do enfermeiro residente para esta prática, e
a convicção da necessidade de acompanhamento
das práticas profissionais vigentes.
16
Livro de ouro da enfermagem: perfil dos pacientes da UCI em 2012
Eliane Passos Pereira Assumpção; Claudia de
Souza Moraes; Carlos Alberto Rodrigues da Cruz
Unidade Cardio Intensiva/HUPE
Introdução
É muito comum em uma unidade de internação
de um hospital existir um livro de admissão de
pacientes preenchido pela equipe de enfermagem, com informações que, devidamente acompanhadas, transformam-se em uma ferramenta
para sistematizar e organizar as necessidades
específicas do indivíduo hospitalizado, orientando as ações dos membros da equipe.
Objetivo
Traçar o perfil do paciente da Unidade Cardio
Intensiva (UCI) do Hospital Universitário Pedro
Ernesto (HUPE) utilizando os registros do livro
de admissão.
Método
Acompanhar e analisar periodicamente as
informações existentes no livro de admissão
de pacientes, preenchido pela equipe de enfermagem da Unidade Cardio Intensiva do HUPE.
Conclusão
Com as informações coletadas pela equipe de
enfermagem, constatou-se que em 2012, na
UCI do HUPE, foram admitidos 501 pacientes,
sendo a maioria de homens (62%), com idade
de 51 a 70 anos (55%), provenientes de UPAs
(5%), outros hospitais (5%) e do próprio HUPE
(90%), onde 44% vieram do serviço de hemodinâmica por necessitarem de internação em
unidade especializada, após o procedimento de
angioplastia percutânea transluminal coronariana. O segundo maior motivo para a internação
foi a síndrome coronariana aguda (22%). Os
indivíduos permaneceram hospitalizados de
um a cinco dias (73%), ocorrendo mais a alta
hospitalar (45%) e a transferência para a enfermaria de cardiologia (34%). Houve 7% de óbitos.
Identificando o perfil do paciente da Unidade
Cardio Intensiva através do registro da equipe de
enfermagem no livro de admissão, foi possível
perceber a diminuição da idade dos indivíduos
internados, a continuidade na prevalência de
homens, a presença constante dos pacientes
provenientes do serviço de hemodinâmica, a
redução dos dias de internação e um aumento na
alta do paciente diretamente para sua residência.
Utilizando-se deste conhecimento, é possível
fazer o planejamento do processo de trabalho
da enfermagem de uma forma mais direcionada
a cada especificidade encontrada.
17
Eventos adversos relacionados à prescrição,
aprazamento e administração de medicamentos
Eliete Aparecida Teodoro da Silva; Juliana
Gerhardt Soares Fortunato; Luana Ferreira de
Almeida; Augusto César Costa Ferreira; Gabriela Paloquino de Oliveira; Marcia Vítor Ribeiro
Martins
Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE)
Introdução
Denominam-se eventos adversos (EA) injúrias
não intencionais decorrentes da atenção à saúde
não relacionada à evolução natural da doença
de base, que ocasionam lesões nos pacientes
acometidos, prolongamento do tempo de internação e/ou morte. Assim, o gerenciamento
dos possíveis eventos adversos em uma unidade
de saúde torna-se fundamental na busca pela
qualidade no processo de cuidado.
Objetivo
Buscou-se identificar eventos adversos relacionados à prescrição, aprazamento e administração de medicamentos.
Método
Estudo quantitativo, descritivo, com análise
documental prospectiva. Foi realizado em uma
unidade de cuidados intensivos de um hospital
universitário, localizado no município do Rio
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
17
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
de Janeiro, com capacidade de oito leitos ativos. Os dados foram coletados através de dupla
checagem, nos meses de fevereiro e março de
2013 em prescrições médicas, aprazamentos de
medicações e balanços hídricos. Foram observados, com base na segurança do paciente, tais
critérios: incompatibilidade entre as medicações
prescritas e aprazadas para o mesmo horário;
aprazamento correto, conforme o intervalo solicitado na prescrição; administração da medicação e checagem da mesma na prescrição médica;
via correta de administração do medicamento;
identificação correta do paciente e do leito em
que se encontra; identificação do médico e do
enfermeiro, com carimbos de ambos na prescrição e aprazamento, respectivamente; e turno no
qual o evento ocorreu (se noturno ou diurno).
Conclusão
No total, foram analisadas 424 prescrições e
nelas foram identificados 109 eventos adversos.
Os achados demonstram que em 17,4% das
ocorrências de eventos adversos foram identificadas não administração de medicação, sem
justificativa relatada na evolução de enfermagem. A ocorrência de aprazamentos incorretos
somaram 5% dentre os achados. A incompatibilidade de drogas foi observada em 3,7% dos
aprazamentos em horários iguais. No que se
refere à prescrição de via incorreta para determinada medicação, foram observados dois casos
(2%). As medicações prescritas que não foram
aprazadas e nem administradas representam 3%
do total de EA. Os resultados encontrados neste
estudo enfatizam a importância de uma gerência
de enfermagem atenta, capaz de agir embasada
em conhecimentos técnico-científicos, de forma
a limitar, minimizar e prevenir a ocorrência
destes e de muitos outros eventos adversos
relacionados no processo de cuidado.
18
Pacientes oncológicos em terapia intensiva:
uma realidade a ser cuidada
Eliete Aparecida Teodoro da Silva; Natália Rodrigues Abrantes; Shirley de Azevedo Morais;
Luana Ferreira de Almeida; Márcia Vítor Ribeiro
18
revista.hupe.uerj.br
Martins; Bruna Dutra da Costa
Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE)
Introdução
O câncer corresponde, hoje, a um problema de
saúde pública mundial. No Brasil, já é a segunda maior causa de óbitos, sendo superada em
número apenas pelas doenças cardiovasculares.
É estimado que apenas no biênio 2012-2013
surgirão em torno de 520 mil novos casos de
câncer só no Brasil.
Objetivo
Analisar o perfil dos pacientes oncológicos
internados em uma unidade de cuidados intensivos de um hospital universitário localizado no
Rio de Janeiro.
Método
Foi aplicado um formulário pré-elaborado
contendo oito itens relacionados ao tema, preenchidos com base nos registros de enfermagem
contidos nos livros de admissão e alta da referida
unidade no ano de 2012.
Conclusão
Foram preenchidos e analisados 265 formulários. Destes, 18% dos pacientes apresentavam
alguma neoplasia, sendo em 79% dos casos, o
principal motivo de internação. A maioria era
do sexo masculino (63%), na faixa etária entre
50-70 anos (24%). Os tipos de neoplasia apresentaram grande variação, com predominância
dos que atingem o trato respiratório (19%),
sistema hematológico (13%) e próstata (5%). O
número de pacientes que evoluíram para o óbito
(44%) foi semelhante ao número de transferências (46%) para outros setores; os demais casos
corresponderam aos sem registro (8%) e alta
para residência (2%). A internação de pacientes
oncológicos na UTI é uma realidade cada vez
mais frequente. Chama a atenção o fato de não
ser uma temática muito debatida na terapia intensiva, mesmo com o aumento progressivo dos
casos. Estudos que possibilitem melhorar a assistência a estes pacientes devem ser estimulados,
pois o câncer corresponde a uma patologia que
suscita a discussão de diversas temáticas, como
Enfermagem
a terminalidade, cuidados paliativos, e requer
conhecimentos que unidades não especializadas
neste tipo de clientela não possuem.
19
Lesão renal aguda secundária à sepse e a intervenção do enfermeiro frente ao diagnóstico de
perfusão tissular ineficaz tipo renal
Eliete Cristina Soares; Nathália Teixeira Nunes;
Maria Aparecida da Glória; Delma da Silva Britto
Boy; Rosana Pires Russo Bianco
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
Introdução
A lesão renal aguda (LRA) é caracterizada pela
redução abrupta da taxa de filtração glomerular
que se mantém por períodos variáveis de tempo,
resultando na inabilidade dos rins para exercer
suas funções de excreção, manter o equilíbrio
ácido-básico e homeostase hidroeletrolítica do
organismo. A sepse, definida como síndrome
da resposta inflamatória sistêmica (SIRS) decorrente de processo infeccioso, tem se tornado
a principal causa de LRA, preponderantemente
nas unidades de terapia intensiva, onde a prevalência chega a 40% e é definida como do tipo
pré-renal. É importante ressaltar que a sepse
possui subclassificações: sepse grave, choque
séptico e síndrome da disfunção de múltiplos
órgãos.
Objetivo
Compreender os mecanismos fisiopatológicos
envolvidos na LRA secundária a sepse e estabelecer perante a literatura a correlação com o
diagnóstico de enfermagem perfusão tissular
ineficaz do tipo renal, propondo intervenções
conforme a Classificação de Intervenções de
Enfermagem (NIC).
Método
Estudo descritivo e de revisão bibliográfica das
bases de dados LILACS, MEDLINE e SciELO e o
Sistema Integrado de Biblioteca Padre Inocente
Radrizzani. Foram utilizadas 43 publicações
nacionais e internacionais dos últimos dez anos,
aplicando-se os descritores: lesão renal aguda,
sepse, cuidados de enfermagem, diagnóstico de
enfermagem e o recurso booleano AND.
Conclusão
Foram estudados os mecanismos envolvidos na
LRA secundária à sepse, e a correlação realizada
neste estudo entre o diagnóstico de enfermagem
perfusão tissular ineficaz do tipo renal e a sepse
foram norteados pelo estudo de Souza (2008),
o qual foi pontuado por 100% dos enfermeiros especialistas selecionados para validação
diagnóstica. Os mecanismos fisiopatológicos
envolvidos na LRA secundária à sepse são complexos, estando correlacionados ao diagnóstico
de enfermagem proposto, e as intervenções
tendem a promover a recuperação da perfusão
renal, a fim de evitar demais morbidades, bem
como a cronicidade do quadro.
20
Prevalência de lesões por fricção (skin tears)
em idosos hospitalizados: implicações para
o cuidado
Eliza da Silva Coelho; Rosimere Ferreira Santana;
Carleara Ferreira da Rosa Silva; Isis Pino Maciel
Hospital Federal de Bonsucesso
Introdução
As lesões por fricção (traduzidas do termo skin
tears) são lesões caracterizadas por comprometimento de camadas superficiais da pele. A pele
é a camada mais superficial e é composta de células epiteliais escamosas. A derme é a segunda
camada e contém vasos sanguíneos e linfáticos,
nervos e terminações nervosas, glândulas e folículos pilosos. A hipoderme é principalmente
uma camada irregular de tecido conectivo.
O envelhecimento da pele, assim como o de
qualquer outro órgão, pode levá-la à falência.
Quando o processo de morrer compromete os
mecanismos homeostáticos do corpo, os órgãos
sofrem e o corpo pode reagir desviando sangue
da pele para órgãos vitais. Este fato resulta na
diminuição da perfusão da pele e partes moles
e, consequentemente, no comprometimento
dos processos metabólicos cutâneos. Pequenos
traumas são capazes de ocasionar complicações
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
19
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
maiores como hemorragia, gangrena, infecção,
úlcera por pressão e skin tears. Quanto às características da lesão, as skin tears são feridas
provocadas por trauma mecânico, têm espessura
rasa e limitada com a derme. Sua característica
principal é a presença de retalho de pele, em algum momento de sua evolução. Entende-se por
retalho um segmento livre de pele não aderido
às camadas subjacentes. Não raro, o retalho de
pele pode apresentar-se parcial ou totalmente
separado do leito da ferida, dificultando o seu
diagnóstico.
Objetivo
Caracterizar as lesões de pele encontradas nos
idosos hospitalizados e traçar a prevalência de
lesões por fricção (skin tears).
Método
O estudo é uma abordagem quantitativa, observacional e prospectiva. A amostra (n) deste
estudo foi constituída por 65 pacientes maiores
de 60 anos hospitalizados. A pesquisa realizou-se através de coleta de dados. Foi utilizado um
formulário com perguntas fechadas. Foram
observados os aspectos éticos da pesquisa, atendendo ao preconizado pela Resolução 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde/MS, autorização da
Comissão de Ética em Pesquisa da instituição,
além da autorização sob o nº de protocolo CAAE
nº 10309412.9.0000.5243. Também foi solicitada
a assinatura de um Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido para o idoso ou familiar.
Conclusão
Concluiu-se com esse estudo que skin tears são
prevalentes em pacientes idosos e sua intensidade é proporcional ao grau de comprometimento
da pele e fatores de risco apresentados pelos idosos. É importante para diminuir o risco e lesão
proteger a pele do idoso, que fisiologicamente
tem predisposição.
21
Panorama das doações de sangue no Hospital
Universitário Pedro Ernesto
Gilce Erbe de Miranda Silva; Afia Jesuína Mendes
Silva; Jessica Batista Maximo Salgado Lisboa;
20
revista.hupe.uerj.br
Juliana Erbe de Miranda Maia; Glaucia Regina
M. da Silva Castro
Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE)
Introdução
A doação de sangue é um ato voluntário e altruísta realizado pela população em prol de atender
as demandas de saúde da população que necessita de suporte de componentes hemoterápicos
para tratamento dos distúrbios hematológicos.
A doação de sangue segue normas e legislações
específicas e devem ser realizadas por indivíduos
saudáveis, com idade de 16 a 67 anos, atendendo
as especificidades das faixas etárias.
Objetivo
Avaliar o panorama das doações de sangue no
Hospital Universitário Pedro Ernesto e relacionar o panorama da doação de sangue com o
consumo médio da instituição.
Método
Estudo quantitativo, descritivo, realizado na
base de dados do sistema Hemote Plus – Hemoprod retrospectivo com recorte temporal
de 2008 a 2012.
Conclusão
Observou-se no período de 2008 a 2012, que o
Hospital Universitário Pedro Ernesto apresentou o número de 30.593 doadores cadastrados,
sendo aptos para doação 24.778 candidatos. Os
cadastros de candidatos à doação realizadas por
ano foram: em 2008, 6.690 candidatos cadastrados; em 2009, 6.088 candidatos cadastrados; em
2010, 5.955 candidatos cadastrados; em 2011,
5.926 candidatos e em 2012, 5.984 candidatos
cadastrados. A utilização de sangue na instituição tem apresentado nos últimos trimestres um
incremento, sendo observada uma evolução de
5,7 para 6,3 unidades por leito. Por outro lado, o
número de doadores cadastrados na instituição
apresentou um decréscimo nos anos de 2008 a
2011, sendo realizada implementação de atividades de captação de doadores a fim de obter
um aumento do número de doadores com vistas
a ampliar o número de participantes na doação.
No ano de 2012, identificou-se um acréscimo
Enfermagem
discreto no número de doadores, sendo necessário, portanto, que as ações de captação sejam
realizadas de forma diferenciada para manutenção do estoque que atenda a necessidade de
transfusão da instituição.
22
O impacto da transfusão de sangue de clientes
das unidades cardiológicas do HUPE
Gilce Erbe de Miranda Silva; Glaucia Regina M.
da S. Castro; Juliana Erbe de Miranda Maia; Afia
Jesuina Mendes Silva; Jessica Batista M. Salgado
Lisboa; Henrique da Silva
Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE)
Introdução
A transfusão de sangue é um processo complexo
de transferência de componentes sanguíneos
utilizados em pacientes clínicos e em pacientes submetidos à procedimentos cirúrgicos.
Observa-se, no entanto, um grande impacto na
utilização de hemocomponentes nos clientes
com cardiopatias e em cirurgia cardíaca. A
utilização foi, principalmente, de concentrado
de hemácias e está relacionada com as características do transporte de gases na circulação
sanguínea, visto que o transporte de oxigênio
ocorre em torno de 98% relacionado à hemácia.
Objetivo
O objetivo do estudo é caracterizar o impacto da
transfusão sanguínea de clientes das unidades
de cardiologia do Hospital Universitário Pedro
Ernesto.
Método
Estudo quantitativo, descritivo, realizado na
base de dados do sistema Hemote Plus - Hemoprod. Estudo retrospectivo com recorte temporal do primeiro semestre de 2012 ao primeiro
semestre de 2013. Para a coleta de dados foram
observados o número de clientes transfundidos
nas unidades de cardiologia, cirurgia cardíaca
e unidade coronariana, sendo excluídos os pacientes com patologias cardíacas internados em
outras unidades do hospital.
Conclusão
Observou-se que no Hospital Universitário Pedro Ernesto os leitos das unidades cardiológicas
somam 37 (7%) do total de 520 (100%) leitos
disponibilizados. Estes clientes apresentam consumo elevado de componentes sanguíneos e representam um impacto importante nos estoques
da instituição. Identificou-se que no primeiro
semestre de 2012 foram realizadas 2.996 (100%)
transfusões, sendo 420 (14%) realizadas em
clientes da cardiologia. Em relação ao total de
transfusão por cliente as unidades apresentaram
um consumo médio de 11,3 bolsas de sangue por
cliente. Nas outras unidades observou-se um
consumo de 6,2 bolsas por cliente. No segundo
semestre de 2012 temos o quantitativo de 3.192
(100%) transfusões na instituição, sendo 431
(13%) realizadas nas unidades de cardiologia e
o consumo de 11,6 unidades por cliente. No primeiro semestre de 2013 foram realizadas 3.292
(100%) transfusões; destas, foram utilizadas
494 (15%) nas unidades cardíacas, sendo em
média 13,3 unidades por clientes e nas outras
unidades observou-se um consumo médio de
6,8 unidades por cliente. Outro fator importante
representa a adesão das unidades de cardiologia na orientação dos familiares, em relação a
participação na doação de sangue, visto que no
ano de 2012 foram transfundidos 849 clientes
e participaram da doação de sangue 53 pessoas
relacionadas a estes clientes, o que representa
menos de 6,2% pacientes transfundidos nas
unidades de cardiologia no mesmo período.
23
Inaptidão definitiva em doadores de sangue
Gilce Erbe de Miranda Silva; Glaucia Regina M.
da Silveira Castro; Afia Jesuina Mendes Silva;
Jessica Batista M. Salgado Lisboa; Juliana Erbe
de Miranda Maia
Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE)
Introdução
A triagem clínica deve ser realizada por profissionais qualificados, de nível superior, sendo
um exame rápido e complexo, com o objetivo de
excluir os doadores com fatores de risco para a
sua própria saúde ou para a saúde do receptor.
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
21
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
Objetivo
Caracterizar os tipos de inaptidão clínica definitiva em relação ao sexo do doador.
Método
Estudo de abordagem quantitativo, retrospectivo, realizado no recorte temporal de janeiro a
dezembro de 2012, com uma busca nos registros
de Hemoprod, onde foram avaliados o número
de inaptos definitivos, o sexo e causa da inaptidão. O cenário foi um hospital universitário da
cidade do Rio de Janeiro.
Conclusão
No período compareceram 5.984 candidatos.
Destes, os homens foram 3.495 (58,4%) e mulheres 2.489 (41,6%). O índice de inaptos clínicos
definitivos entre os homens foi de 0,7 % (44)
e entre as mulheres de 0,5% (29). O total de
candidatos inaptos foi de 1.399. Entre os candidatos inaptos clínicos (1.399 – 100%), 73 foram
inaptos definitivos (23,4%). Entre as causas de
inaptidão clínica definitiva identificadas, as
principais em homens foram: homossexualidade
(13,7%), doença cardíaca (12,3%), diabetes tipo
1 (5,5%), alcoolismo crônico (5,5%) e doença
neurológica (4,1%). Entre as mulheres, as principais causas foram: doença cardíaca (12,3%),
doença autoimune (9,6%), doença neurológica
(4,1%), doença endócrina (2,7%) e hanseníase
(2,7%). Já na avaliação geral (independente do
sexo), a principal causa de inaptidão foi a doença
cardíaca, com 24,7% dos inaptos definitivos,
havendo igual percentual entre homens e mulheres, seguida de homossexualidade masculina
(13,7%), doença autoimune (10,95%), doença
neurológica (8,2%) e diabetes tipo 1 (6,9%). A
doença cardíaca manteve-se em primeiro lugar
entre as causas gerais de inaptidão definitiva,
no entanto, é superada pela homossexualidade
masculina quando se trata da análise por sexo.
Atenta-se a estes dados, ressaltando-se a importância de ambos os acometimentos com relação
às causas de inaptidão definitiva e sugere-se
uma investigação qualitativa com o objetivo
de compreender o fenômeno à luz da doação
de sangue. Cabe destacar que no cotidiano do
22
revista.hupe.uerj.br
enfermeiro na triagem clínica, a comunicação
com o cliente deve ter uma interface com o cuidado, voltada para a manutenção da qualidade
de vida do indivíduo e realização das orientações
e encaminhamentos necessários.
24
Registro da passagem de plantão: subsídios
para classificação de cuidados de enfermagem
Graciete Saraiva Marques; Renata Arantes
Santos; Camilla Dias Del Giudice; Sheila Mara
Moraes Silva; Jany Moraes do Amparo Santos;
Verônica Fernandes
Enfermagem Cirúrgica – COEN/HUPE
Introdução
A passagem de plantão, para a enfermagem, é
entendida como uma troca de informações entre profissionais sobre o paciente, fundamental
para garantir a continuidade da assistência do
cuidado. Deve-se compreender que um dos
instrumentos de gestão e da assistência para enfermagem são os sistemas de classificação (SCP),
introduzidos no Brasil desde 1972. A partir de
então, outros instrumentos foram construídos
e validados nos últimos 10 anos por estudiosos
na área como Fugulin e Perroca. Tais instrumentos podem ser entendidos como uma forma
de determinar o grau de dependência de um
paciente em relação à equipe de enfermagem,
objetivando estabelecer o tempo despendido
nos cuidados diretos e indiretos, bem como a
colaborar na gerência no que se refere ao dimensionamento de pessoal para atender às necessidades deste. Sabe-se que a enfermagem tem
como meta cuidar com excelência de qualidade,
demandando assim, um conhecimento atualizado centrado nas necessidades do paciente em
relação à quantidade de cuidado de enfermagem
requerida. Além disso, a enfermagem cirúrgica
preocupa-se em prevenir, minimizar e tratar as
complicações do processo anestésico-cirúrgico,
daí a importância de conhecer o perfil sociodemográfico da clientela assistida. Em 2012,
a COEN (Coordenação de Enfermagem) e o
STAVE (Serviço de Treinamento e Avaliação em
Enfermagem) iniciaram um trabalho intitulado
Enfermagem
Renova HUPE, com a preocupação, dentre outras, de classificar os cuidados de enfermagem,
atendendo à Resolução nº 293/04 do COFEN
(Conselho Federal de Enfermagem) para utilização do sistema de classificação de pacientes
(SCP) nas unidades de saúde, referendando
os estudos de Fugulin (1994); dessa forma o
registro de passagem de plantão da unidade
cirúrgica feminina, passou por uma nova modelagem em julho de 2012, seguindo um modelo
único elaborado também com a participação de
outros enfermeiros chefes de seção das unidades
clínica, adolescente, pediatria e da cirurgia geral
feminina. Tal instrumento agora passa a conjugar no mesmo a classificação de cuidados de
enfermagem, colocado em prática desde então.
Objetivo
Classificar os tipos de cuidados de enfermagem
cirúrgica através do registro de passagem de
plantão e divulgar a utilização do impresso da
passagem de plantão como forma de sistema de
classificação de pacientes.
Método
Trata-se de um estudo exploratório e quantitativo com análise documental, tendo como fonte os
documentos de registro de passagem de plantão,
preenchidos pela equipe de enfermagem da referida unidade a cada plantão de 12h no período
de janeiro a junho de 2013.
Conclusão
Foram encontrados 1.528 documentos preenchidos de janeiro a junho de 2013. Confirmou-se ser o cuidado mínimo, seguido do cuidado
intermediário, como prevalentes na unidade
de cirurgia geral feminina em conformidade
com o COFEN. Aponta-se, porém, para uma
crescente frequência após o mês de março de
cuidados semi-intensivos, inclusive de cuidados
intensivos; no mês de junho houve declínio do
cuidado mínimo, em contrapartida houve um
acréscimo dos cuidados semi-intensivos e o de
alta dependência. Tais dados indicam que os
pacientes deveriam estar internados em unidade
intensiva ou de tratamento intensivo.
25
Perfil sociodemográfico e comportamentos
sexuais de jovens universitários
Thelma Spindola; Maria Regina Araujo Richerte
Pimentel; Haisa Borges d’Amaral; Lais de Andrade Rosa; Raquel de Oliveira Wilken; Ana Terra
P. Baptista
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ)
Introdução
A população jovem é o grupamento etário mais
exposto às doenças sexualmente transmissíveis
(DST), sendo apontado em âmbito mundial
que mais de 30% das adolescentes sexualmente
ativas têm teste positivo para infecção por clamídia (Chlamydia), e que aproximadamente 40%
foram infectadas pelo papilomavírus humano
(HPV). A abordagem das DST passou a merecer
atenção especial quando se comprovou que sua
presença é um fator de risco para a contaminação pelo vírus HIV. Atuando com jovens e
desenvolvendo projeto de extensão universitária
relacionado à prevenção de DST na população
jovem, interessou-nos conhecer o seu comportamento sexual e cuidados com a saúde.
Objetivo
Delinear o perfil sociodemográfico de estudantes de uma instituição pública de ensino superior; conhecer os hábitos e práticas relacionadas
ao cuidado com a saúde sexual e reprodutiva
dos jovens.
Método
Estudo exploratório, descritivo, quantitativo,
realizado em uma instituição pública de ensino
superior, localizada no município do Rio de
Janeiro. Foram investigados 103 estudantes da
graduação em enfermagem, selecionados por
sorteio, que responderam a um questionário.
Os procedimentos éticos preconizados na Resolução nº 466/12 do CNS foram respeitados.
Os achados foram tabulados e organizados com
auxílio do Microsoft Excel 2003 e analisados pela
aplicação da estatística descritiva.
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
23
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
Conclusão
Ficou evidenciado que em sua maioria são do
sexo feminino (89%); cor branca (41%); idade de
20-25 anos (61%); vivem com os pais (75%); só
namoram (60%); não tem filhos (96%); seguem
alguma crença religiosa (78%) e destes, 38% são
católicos; renda familiar mensal de 2-3 salários
mínimos (35%). Os achados demonstram que
os jovens não praticam sexo seguro sempre e
alguns se expõem em relações com parceiros
casuais ficando vulneráveis às DST. Assim,
considerando que 56% das mulheres investigadas têm vida sexual ativa e que 11% destas não
fizeram exame ginecológico/papanicolau no
ultimo ano, observa-se que nem todas cuidam
da saúde sexual e reprodutiva. Conclui-se que
os jovens investigados, apesar de inseridos na
educação superior, não praticam sexo seguro
sempre ficando expostos às infecções sexualmente transmissíveis.
26
Papel da enfermagem na educação em saúde
de mulheres infectadas pelo HIV
Joelma Peixoto; Cristiane Pastor dos Santos;
Dennis de Carvalho Ferreira
Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE)
– UERJ
Introdução
A abordagem multidisciplinar e o acompanhamento clínico de mulheres infectadas pelo HIV
tem como objetivo a promoção de uma melhor
qualidade de vida para este grupo.
Objetivo
Descrever o papel da enfermagem na educação
em saúde de mulheres infectadas pelo HIV/
Aids, destacando os aspectos mais desafiadores
no acompanhamento deste grupo.
Método
Foi realizado um levantamento bibliográfico
com análise qualitativa realizado no período de
julho a novembro de 2010, utilizando periódicos
científicos, livros técnicos e publicações de órgãos nacionais, tendo como fontes de consulta
o LILACS, a BVS – Biblioteca Virtual em Saúde
24
revista.hupe.uerj.br
e o Google Acadêmico dos últimos dez anos.
Conclusão
Mulheres infectadas pelo HIV/Aids apresentam
vulnerabilidade tanto em nível psicossocial
como biológico, necessitando de apoio psicoterapêutico e clínico, em decorrência de sua
patologia. Destaca-se assim a importância do
enfermeiro como agente promotor de saúde,
que encontra na infectologia um amplo campo
de atuação como na revelação do diagnóstico,
na orientação de relações sorodiscordantes, na
adesão à terapia antirretroviral, na orientação
quanto ao suporte nutricional, na condução do
pré-natal da gestante infectada e na instrução
sobre o aleitamento materno para este grupo. O
conhecimento do enfermeiro sobre a complexidade de aspectos que envolvem a infecção pelo
HIV possibilita esse apoio fundamental no discernimento e na escolha dos meios adequados
que venham ao encontro das necessidades dessas mulheres infectadas, visando fornecer‑lhes
uma melhor qualidade de vida e maior tranquilidade no enfrentamento da infecção.
27
A produção de enfermagem sobre a segurança
do paciente: uma revisão
Juliana Oliveira Munier da Silva; Fracimar Tinoco de Oliveira
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Introdução
Atualmente, há uma crescente preocupação com
os aspectos relativos à segurança no cuidado
prestado aos usuários dos serviços de saúde,
tornando-se um assunto de foco nessa área. A
segurança do paciente pode ser definida como
a redução e a mitigação de atos não seguros no
sistema de assistência à saúde, assim como a
utilização das melhores práticas que conduzem
a resultados ótimos para o paciente.
Objetivo
Identificar produções científicas de enfermagem
nacionais e internacionais sobre segurança do
paciente, no período de 2007 a 2012, e realizar
uma análise crítica das produções científicas
Enfermagem
selecionadas, delineando as práticas que garantam a segurança do paciente pela equipe de
enfermagem.
Método
Pesquisa bibliográfica computadorizada, realizada no período de janeiro a maio de 2012, nas
bases de dados LILACS, IBECS, MEDLINE,
Biblioteca Cochrane e SciELO. Foram selecionados para análise 45 artigos pela busca realizada
na BVS (44 na MEDLINE e 1 na LILACS) e 21
artigos pela busca realizada via PubMed, todos
em inglês. Após a leitura das publicações e exclusão de artigos repetidos, foram selecionados
31 artigos. Após nova leitura da seleção final,
as publicações foram dispostas em gráficos e
quadros para a análise crítica e discussão dos resultados encontrados em cada texto, permitindo
a elaboração das considerações sobre o tema.
Conclusão
Para a discussão, os 31 artigos foram categorizados de acordo com o assunto abordado de forma
contextualizada, explicitando-se sua frequência:
gerenciamento organizacional de segurança
(42%); quedas (19%); terapia medicamentosa
(16%); equipe profissional (16%); e avaliação do
conhecimento (7%). A segurança do paciente é
um tema abordado mundialmente, entretanto,
em nosso país há uma escassez de estudos nessa
área. E independente dos fatores relacionados
ao paciente, três elementos são enfatizados na
literatura de eventos adversos – a equipe de
enfermagem, o conhecimento do profissional e
a cultura de segurança no ambiente de trabalho.
Também é de extrema importância que o profissional de enfermagem se sinta valorizado em
seu ambiente de trabalho, tanto pelos gestores
como pelos membros da equipe interdisciplinar. Conclui-se que a prática da cultura de
segurança se faz necessária, uma vez que tem
como pressuposto o conceito de que os seres
humanos cometem erros, portanto, o segredo
consiste em estruturar sistemas que reduzam a
ocorrência de erros.
28
A lavagem das mãos em uma unidade de cuidados intensivos
Katherine Kristinne de Oliveira Moraes; Luana
Ferreira de Almeida; Márcia Vitor Ribeiro Martins; Gabriela Paloquino de Oliveira; Juliana
Gerhardt Soares Fortunato; Bruna Dutra da
Costa
Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE)
– UERJ
Introdução
Sabe-se que a higienização das mãos é uma
medida simples e individual muito eficaz para
evitar a propagação dessas infecções relacionadas à assistência à saúde. Essa técnica tem
como objetivo remover sujidades, como suor e
oleosidade, e diminuir a microbiota residente da
pele, interrompendo a transmissão de infecções
veiculadas através do contato. A higiene deve
ser feita não só quando as mãos estiverem visivelmente sujas, contaminadas com sangue e/ou
fluidos corporais. Deve ser realizada ao iniciar
o turno de trabalho; antes e após contato com
paciente ou objetos em torno do leito; antes e
após manipulação de medicamentos, dietas
enterais e parenterais.
Objetivo
Analisar como os profissionais de saúde realizam as etapas do processo de higienização das
mãos; verificar se a técnica utilizada está de
acordo com a preconizada pela Anvisa.
Método
Foi realizada uma pesquisa quantitativa, em
um setor de terapia intensiva de um hospital
universitário no estado do Rio de Janeiro, através
do método observacional da técnica de higienização das mãos realizada pelos profissionais de
saúde, incluindo médicos, enfermeiros, técnicos
de enfermagem, fisioterapeutas e nutricionistas,
no mês de junho de 2013.
Conclusão
Foram observados 33 profissionais de saúde.
Verificou-se que 70% dos profissionais de saúde
retiraram os adornos antes de realizá-la. Cerca
de 94% destes realizaram a técnica utilizando
água e sabão líquido e 65% umedeceram as mãos
com água antes de iniciar o procedimento. Em
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
25
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
relação ao passo-a-passo da técnica descrita,
verificou-se que 91% realizaram a fricção da
superfície palmar, enquanto que 76% realizaram
a fricção da superfície dorsal e apenas 31% realizaram a fricção interdigital. Já a higienização dos
punhos foi lembrada por apenas 24% dos profissionais observados. Apenas 21% realizaram
o enxágue das mãos em sentido unidirecional e
apenas 33% utilizaram papel toalha para fechar
a torneira, evitando a contaminação da mesma,
já que as pias do setor não possuem acionamento
automático. Conclui-se que a maioria dos profissionais de saúde desenvolve a técnica de forma
correta, retirando os adornos, utilizando água
e sabão e realizando a fricção das superfícies
palmar e dorsal das mãos. No entanto, algumas
etapas da técnica precisam ser reforçadas, já que
grande parte dos observados não realizou a fricção interdigital nem fechou a torneira da forma
correta, comprometendo a eficácia do processo
e consequentemente a segurança dos pacientes.
29
Eventos adversos durante o transporte intra-hospitalar do paciente crítico
Katherine Kristinne de Oliveira Moraes; Luana
Ferreira de Almeida; Márcia Vitor Ribeiro Martins; Shirley de Azevedo Morais; Natália Abrantes
Rodrigues; Nathália de Carvalho Rios
Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE)
– UERJ
Introdução
O transporte intra-hospitalar é um procedimento corriqueiro nas unidades de terapia intensiva
e é frequentemente desvalorizado por acontecer
dentro do ambiente hospitalar, e ser acompanhado por profissionais durante seu percurso.
O planejamento, a participação de profissionais
qualificados, equipamentos adequados de monitorização são considerados essenciais para um
transporte seguro, sendo fundamentais para
a diminuição de intercorrências durante esse
procedimento.
Objetivo
Identificar a ocorrência de eventos adversos
26
revista.hupe.uerj.br
durante o transporte intra-hospitalar do paciente crítico.
Método
Estudo documental, retrospectivo, quantitativo,
realizado em uma unidade de cuidados intensivos de um hospital universitário no Rio de
Janeiro. A coleta de dados foi realizada no período de 6 de maio a 4 de julho de 2013, através de
análise de um checklist, elaborado previamente
com itens relacionados à segurança do paciente
crítico, preenchido pela equipe de enfermagem
no momento do procedimento.
Conclusão
Foram realizados nove transportes intra‑hospitalares no referido período, sendo 56% para
exame de tomografia computadorizada, 22%
para procedimento cirúrgico, 11% para ultrassonografia, e 11% para ecocardiograma, juntamente com tomografia computadorizada. O tempo
médio de duração dos transportes foi de 1 hora
e 35 minutos. Dos nove pacientes transportados,
oito encontravam-se com suporte ventilatório.
A alteração hemodinâmica mais comum foi a
alteração da pressão arterial (44%), seguida de
alterações da frequência respiratória (22%), da
saturação de oxigênio (22%) e da glicemia capilar (22%). Foram registrados além das alterações
hemodinâmicas, mais quatro eventos adversos,
relacionados à falha do ventilador (11%), extravio de prontuário (11%) e ausência de cinto de
segurança da maca (22%). A segurança do paciente durante o transporte intra-hospitalar deve
ser foco de uma assistência de qualidade e livre
de riscos. Reconhece-se que grande parte dos
eventos adversos podem ser evitados, a partir
de condutas preventivas durante a realização do
procedimento. Dessa forma, torna-se relevante
a realização de novos estudos e a elaboração
de protocolos de segurança para o transporte
intra-hospitalar do paciente crítico.
30
Conhecimentos e crenças de estudantes de
enfermagem acerca das doenças sexualmente
transmissíveis
Thelma Spindola; Maria Regina Araujo Richerte
Enfermagem
Pimentel; Lais de Andrade Rosa; Haisa Borges
d’Amaral; Daniele de Souza dos Santos; Isabella
Carolina M. T. Dias
o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e
responderam a um questionário autoaplicativo
no período de abril a maio de 2013.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ)
Conclusão
Os jovens investigados, em sua maioria, possuem idades entre 20 e 25 anos (61%); não
praticam sexo de forma segura sempre (37%).
Em relação ao conhecimento acerca das DST,
56% desconhecem a forma de transmissão de
todas as DST. Estes achados evidenciam que
embora os jovens afirmem que conhecem as
DST/Aids, detêm pouco conhecimento acerca
das doenças sexualmente transmissíveis, suas
formas de transmissão e medidas para prevenção. Os resultados evidenciam que embora
acreditem na importância do preservativo para
a prevenção de DST, não praticam sexo de forma
segura continuamente. Um número considerável de jovens desconhecem ações simples, que
denotam desinformação do grupo investigado.
Introdução
As doenças sexualmente transmissíveis (DST)
estão presentes em nosso meio desde civilizações antigas. Segundo a Organização Mundial
da Saúde (OMS), aproximadamente um terço da
população mundial encontra-se na faixa etária
entre 10 e 24 anos e é nesta faixa de idade que
se concentra metade das infecções pelo vírus da
imunodeficiência humana (HIV). A vulnerabilidade dos adolescentes às DST/Aids está envolta
aos determinantes biológicos e aos aspectos
psicológicos caracterizados pela percepção de
invulnerabilidade, imortalidade e influência
das relações de gênero, fatores estes que influenciam diretamente no risco à transmissão
desses agravos à saúde. Atuando com jovens
universitários, interessou-nos investigar o nível
de conhecimento e crenças dos estudantes relacionado às doenças sexualmente transmissíveis,
considerando que, de acordo com a literatura,
este grupo nem sempre utiliza o preservativo e
apresenta a tendência de ter maior número de
parceiros sexuais, sinalizando a relevância de se
estudar a temática.
Objetivo
Identificar o conhecimento de estudantes de
enfermagem acerca das doenças sexualmente
transmissíveis; conhecer os mitos, tabus e crendices dos estudantes em relação à transmissão
das DST.
Método
Estudo exploratório, descritivo, quantitativo,
realizado em uma instituição pública de ensino
superior localizada no município do Rio de Janeiro, após a aprovação do CEP, nº 058.3.2012.
O conjunto amostral foi estruturado com 30%
dos estudantes do 1º ao 9º período acadêmico da
graduação em enfermagem, maiores de 18 anos,
selecionados aleatoriamente compondo uma
amostra de 103 estudantes. Os jovens assinaram
31
As práticas sexuais de jovens universitários
e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis
Thelma Spindola; Marcio Tadeu Ribeiro Francisco; Lais de Andrade Rosa; Haisa Borges d’Amaral;
Lyana Reis de Moura; Raquel de Oliveira Wilken
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ)
Introdução
Os jovens são a parcela da população mais
exposta às doenças sexualmente transmissíveis
(DST) em função da descoberta e iniciação
sexual. De acordo com dados do Ministério
da Saúde no período de 2000 a 2006, foram
registrados 19.793 casos de AIDS em jovens
com idades entre 13 e 24 anos, representando
80% dos casos notificados. Historicamente as
DST sempre representaram um problema de
saúde pública mundial. Na população jovem
observaram-se as maiores taxas de infecção
gonocócica e por clamídia, enquanto a sífilis, o
HIV e o vírus da hepatite B (HBV) foram encontrados nas pessoas de idades mais elevadas.
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
27
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
Considerando que a população que ingressa nas
universidades é constituída majoritariamente
por jovens com idades oscilando entre os 17 e
24 anos, e também a alta vulnerabilidade deste
grupo às DST, acreditamos ser relevante investigar os hábitos, crenças e práticas sexuais deste
contingente populacional.
Objetivo
Conhecer as práticas sexuais dos jovens universitários e as atitudes relacionadas à prevenção
de DST; identificar os hábitos e práticas sexuais
dos jovens e a percepção de risco para as DST.
Método
Estudo exploratório, descritivo, quantitativo,
realizado em uma instituição pública de ensino
superior localizada no município do Rio de Janeiro, após a aprovação do CEP, nº 058.3.2012.
O conjunto amostral foi composto por 81 estudantes de graduação em enfermagem, maiores
de 18 anos, escolhidos aleatoriamente do total
de alunos matriculados no referido curso. Os
jovens responderam um questionário autoaplicativo e assinaram o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido, no período de abril a maio
de 2013.
Conclusão
Os jovens investigados tiveram a primeira
relação sexual entre 15-19 anos (56%); não praticam sexo de forma segura sempre (43%); não
conhecem as formas de transmissão de todas
as DST (55%); acreditam que a relação sexual
sem preservativo favorece a exposição à Aids,
sífilis, gonorreia e hepatite (64%); e que o uso
do preservativo é a melhor maneira de prevenir
a ocorrência da Aids (100%). A realização do
estudo permitiu-nos verificar que a maioria das
jovens não pratica sexo de forma segura sempre. A prática do sexo inseguro torna as jovens
vulneráveis em contrair doenças. É oportuno
considerar o enfoque de gênero nestes achados e
que a preservação da saúde sexual e reprodutiva
das jovens está associada à negociação do sexo
com os parceiros e ao uso do preservativo.
32
Perfil de idosos institucionalizados – estudo
descritivo em dois lares de Portugal
28
revista.hupe.uerj.br
Laís G. Vasconcellos; Rosa Silva; Paula C. P.
Pitombeira
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)/Universidade Católica Portuguesa
Introdução
O processo de envelhecimento é uma etapa da
vida. E apesar de ser universal, ele não é linear
nem afeta todos os indivíduos de forma semelhante. Segundo Brito (2008), ao envelhecer, o
idoso passa por uma redução da sua capacidade
funcional, perda da autonomia, e por vezes dependência física, o que frequentemente ocasiona
impedimento ou dificuldade na realização das
atividades da vida diária. Do total de 1.972 lares
de idosos e residências em Portugal, o distrito do
Porto fica na segunda colocação com 187 lares
de idosos. O lar de idosos corresponde a uma
resposta social, destinada ao alojamento coletivo, de utilização temporária ou permanente,
para pessoas idosas ou outras em situação de
maior risco de perda de independência e/ou de
autonomia. (Carta Social, 2006).
Objetivo
Caracterizar a população idosa de dois lares
do grande Porto e conhecer o perfil do idoso
institucionalizado.
Método
Trata-se de um estudo quantitativo e descritivo.
A amostragem constou de 102 idosos residentes
em lares do Porto, Portugal. Os dados foram
colhidos a partir da aplicação de um questionário sociodemográfico, além ainda da escala
de Barthel, que permitiu avaliar as atividades
da vida diária.
Conclusão
O número total de idosos que participaram
da colheita de dados referentes a dois lares do
grande Porto corresponde a 102. A idade média desta população é de 86 anos. A amostra é
maioritariamente do sexo feminino com 84%.
relativamente ao estado civil, 54% são viúvos.
As patologias mais incidentes evidenciadas no
processo clínico do utente correspondem a: patologias do aparelho circulatório, com 87 idosos
Enfermagem
acometidos. Relativamente à presença de amigos
e familiares, 33% relataram não receber visita
alguma. Um dos temas relevantes da entrevista
é sobre o motivo da institucionalização de cada
idoso. Trinta e oito idosos relataram que tiveram
que ingressar ao lar por dependência de outros.
Questionados sobre sentimentos em relação a
sua vivência no lar, 41 utentes referiam-se tristes.
Como resultados da aplicação da escala de Barthel, na dimensão da higiene pessoal, 47,1% dos
idosos são dependentes para este autocuidado.
Através do estudo, foi possível observar que este
processo por qual o idoso passa muitas vezes
não é vivenciado da maneira mais adequada. O
processo de transição ao lar deve ser o menos
traumático possível e os cuidados prestados
pelos profissionais destas instituições não devem
ser substitutivos, e sim, deve-se promover o
autocuidado e a autonomia, para que o sentido
pela vida não seja perdido.
33
A promoção da autonomia em idosos institucionalizados em lares de Portugal
Laís Gialluise e Vasconcellos; Paula de Carvalho
Pereira Pitombeira; Rosa Carla Gomes da Silva;
Daniela Reis
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)/Universidade Católica do Porto
Introdução
O processo de envelhecimento é uma etapa da
vida. E apesar de ser universal, ele não é linear
nem afeta todos os indivíduos de forma semelhante e ao mesmo tempo. Paralelamente ao
processo de envelhecimento, os idosos foram
submetidos, por escolha própria ou da família,
a uma transição casa/lar, situação de mudança
que acarreta por si só uma perda da autonomia
e um aumento da dependência. Além da perda
da capacidade funcional e cognitiva, o idoso
com este perfil pode vir a isolar-se, deixando de
realizar atividades da vida diária. Neste sentido,
enfermeiros e cuidadores devem ser capacitados para assumir uma postura no momento
da assistência de não substituição, mas sim de
restauração do cuidado.
Objetivo
Identificar o grau de dependência em idosos
institucionalizados ao nível do autocuidado;
estabelecer estratégias para promoção da autonomia dos idosos institucionalizados.
Método
Estudo desenvolvido em dois lares da cidade
do Porto, de abordagem quantitativa, do tipo
exploratório descritivo. De uma amostra total de
84 idosos, foi aplicado o Formulário de Hernâni
(2009), além de escalas como MMSE, Escala de
Tinetti e Barthel, para selecionarmos os idosos
com prioridade de intervenção para a promoção
do autocuidado na dimensão do tomar banho
e alimentar-se, visto que se demonstram ser os
mais substituídos pelas cuidadoras dos lares.
Após esta triagem, direcionamos a nossa intervenção para a promoção da autonomia.
Conclusão
A amostra é de 84 idosos com uma média de 87
anos de idade. No tomar banho, 79% apresentam
algum grau de dependência, sendo neste tipo de
autocuidado onde se encontra o maior número
de idosos dependentes. Após assistir os idosos
no autocuidado de tomar banho e alimentar-se,
foram dados instruções e treinamento sobre estratégias adaptativas analisando as necessidades/
dificuldades de cada idoso individualmente e
percebendo quais os produtos de apoio poderiam ser propostos para facilitar o processo de
autonomia. O grau de dependência em alguns
autocuidados carece de uma intervenção mais
direcionada para a autonomia. Neste sentido,
considera-se que os profissionais de enfermagem devem avaliar no idoso a sua potencialidade
para a aprendizagem cognitiva e de novas capacidades com o objetivo de reconstruir o processo
de sua autonomia, minimizando os níveis de
dependência, como consequente incremento
na qualidade de vida.
34
Cuidados de enfermagem ao homem submetido à intervenção coronária percutânea
com stent
Liana Rosa Resende Fernandes; Maria José
Coelho
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
29
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
Escola de Enfermagem Anna Nery/UFRJ
Introdução
O uso da intervenção coronária percutânea
(ICP) com o implante de stents tem aumentado nos últimos anos. Esta opção terapêutica
tem provocado um impacto no tratamento
de doenças coronarianas, tomando o lugar
da cirurgia convencional. A Central Nacional
de Intervenções Cardiovasculares (CENIC),
órgão pertencente à Sociedade Brasileira de
Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista
(SBHCI) encaminharam, no período de janeiro
de 2003 a dezembro de 2004, dados referentes
a 53.857 intervenções coronárias percutâneas
realizadas no Brasil, sendo 67% realizadas no
sexo masculino (MANGIONE, 2006).
Objetivo
Verificar a ocorrência na população masculina
de intervenções coronárias percutâneas com
stent; conhecer o cuidar e os cuidados de enfermagem frente essa situação.
Método
Análise documental descritiva em prontuário
de natureza qualitativa na modalidade estudo
de caso.
Conclusão
Apresentação do estudo de caso entre os casos
estudados destaca: P.S.F, 56 anos, sexo masculino, casado, brasileiro, natural do Rio de Janeiro,
cor branca. Paciente com hipertensão arterial
sistêmica (HAS), relata não ser tabagista e pratica atividades físicas regularmente. Faz uso habitual de Losartana via oral. Pela manhã durante
a natação, apresentou dor precordial em aperto e
irradiada para o membro superior esquerdo, foi
à emergência aproximadamente 1h após a dor.
Na emergência o ECG apresentou infarto agudo
do miocárdio (IAM) com supra. Foi realizada
angioplastia primária com implantação de stent
em artéria coronária descendente anterior.
A detecção e controle da pressão arterial é
um ponto básico e fundamental de qualquer
programa de prevenção, devendo ser esse o
maior foco da enfermagem. As doenças crônicas não transmissíveis e a política de saúde do
30
revista.hupe.uerj.br
homem implantadas no Brasil necessitam de
produção de conhecimento científico para que
os pacientes possam manter ou recuperar a sua
saúde e receber os cuidados de enfermagem de
forma holística e quando internados, assim a
sua extensão na prevenção e na promoção da
saúde do homem e os cuidados inerentes após a
implantação do stent. A resistência masculina à
atenção primária aumenta não somente a sobrecarga financeira da sociedade, mas sobretudo, o
sofrimento físico e emocional do paciente e de
sua família na luta pela conservação da saúde e
da qualidade de vida dessas pessoas (PNAISH,
2008, p.5)
35
Fatores de risco para a saúde do professor da
EaD: questões a investigar
Liana Rosa Resende Fernandes; Raquel Juliana de
Oliveira Soares; André Luiz Rodrigues de Sousa
Universidade Estácio de Sá (UNESA)
Introdução
A Educação a Distância (EaD), antes vista como
uma modalidade secundária ou especial para
situações específicas, destaca-se hoje como um
caminho estratégico para realizar mudanças
profundas na educação como um todo. Apesar
de toda tecnologia que acompanha a modalidade de ensino a distância, ainda se faz necessária
a “presença” de um professor, que também
pode ser chamado de tutor. Os professores da
EaD, diferentemente dos professores de cursos
presenciais não estão fisicamente próximos ao
aluno, e apesar desta condição, estes professores também apresentam problemas de saúde
desenvolvidos devido ao processo de trabalho.
Poucas são as produções científicas que dão
ênfase à saúde do professor que trabalha nesta
modalidade de ensino, talvez por ser uma modalidade ainda considerada “nova”, mas que já
coloca a saúde deste profissional em risco. Nesta
perspectiva surge o questionamento: o professor
da EaD conhece os riscos que estão expostos
nesta modalidade de ensino?
Objetivo
Enfermagem
Descrever o conhecimento dos professores da
EaD sobre os fatores de risco que estão expostos
nesta modalidade de trabalho; analisar o conhecimento dos professores da EaD sobre os fatores
de risco que estão expostos nesta modalidade
de trabalho; discutir os fatores de risco para a
saúde do professor da EaD na perspectiva da
Saúde do Trabalhador.
Método
Este será um estudo exploratório, descritivo, de
natureza qualitativa. O estudo terá como local
de investigação o setor de Educação a Distância
(EaD) de uma universidade privada do município do Rio de Janeiro. Os sujeitos do estudo
serão professores da EaD em pleno exercício
da profissão e serão escolhidos aleatoriamente. Após o aceite para participar da pesquisa,
assinarão o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido de acordo com a Resolução 196/96.
Os sujeitos serão identificados numericamente
(P1; P2; P3) de acordo com a ordem de coleta
de dados.
Conclusão
Os dados serão submetidos à análise temática,
aproximando os achados em categorias. A
etapa de coleta de dados será iniciada após a
aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa
da Universidade Estácio de Sá. Este estudo se
justifica na medida em que irá gerar dados que
contribuam para a implementação de medidas
para a promoção da saúde do trabalhador professor que atua na EaD e que supram as lacunas
da produção científica da enfermagem sobre
esta temática.
36
O adolescente e a cardite reumática: sistematização da assistência de enfermagem
Lorena Paiva dos Reys; Renan Santos Lima;
Alessandra Sant’Anna Nunes
Faculdade de Enfermagem/UERJ
Introdução
A febre reumática em adolescentes e crianças
carece de uma atenção especial por parte dos
enfermeiros, visto que esses indivíduos estão
em processo de formação da personalidade e em
pleno desenvolvimento corporal, onde limitações físicas e sociais podem gerar consequências
graves se comparadas às que seriam geradas em
um adulto (RODRIGUES et al., 2010).
Objetivo
O objetivo desse estudo é expor um modelo de
sistematização da assistência de enfermagem ao
adolescente com cardite reumática.
Método
Este estudo se configura como um relato de experiência acerca de um estudo de caso realizado
pelos autores em um hospital universitário da
cidade do Rio de Janeiro. Para a coleta de dados
desse estudo, foi realizada uma entrevista semiestruturada com o adolescente e seu familiar
para o levantamento de um histórico completo,
além da realização de exames físicos e consultas
ao prontuário do referido paciente. Após a coleta dos dados, aplicou-se o passo a passo para
sistematização da assistência de enfermagem
baseado nos diagnósticos de enfermagem propostos por Nanda (2010).
Conclusão
A partir do exame físico e da coleta do histórico
completo do paciente, foram construídos, com
base nos domínios estabelecidos por Nanda
(2010), os seguintes diagnósticos de enfermagem: no Domínio 2, nutrição desequilibrada
menos que as necessidades corporais relacionada a fatores biológicos caracterizada por peso
corporal 20% abaixo do ideal; no Domínio 4,
risco de intolerância à atividade relacionada à
presença de problemas circulatórios; no Domínio 6, risco de baixa autoestima situacional relacionada à doença física; no Domínio 7, interação
social prejudicada relacionada a barreiras de
comunicação e ausência de pessoas significativas, caracterizada por desconforto em situações
sociais; no Domínio 9, ansiedade relacionada a
estado físico caracterizada por agitação e preocupação; no Domínio 13, risco de crescimento
desproporcional relacionado à doença crônica.
A partir desses diagnósticos foram construídas
intervenções de enfermagem com o objetivo
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
31
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
de suprir essas necessidades humanas básicas
afetadas. Diante dos resultados apresentados,
conclui-se que é necessário conhecer a trajetória
no diagnóstico e no tratamento, as consequências
psicossociais da febre reumática para crianças
e adolescentes, com vista à elaboração de estratégias para uma assistência que contribua
para o melhor prognóstico e para a melhoria
da qualidade de vida daqueles acometidos por
esta afecção.
37
Assistência de enfermagem ao cliente com
psoríase e doenças cardiovasculares associadas: um estudo de caso
Lorena Paiva dos Reys; Renan Santos Lima
Faculdade de Enfermagem/UERJ
Introdução
Psoríase é uma doença inflamatória sistêmica de evolução crônica, com predileção pelo
acometimento da pele e articulações. Na pele,
caracteriza-se por lesões eritemato-descamativas múltiplas que podem formar placas. Possui
caráter recidivante e pode ocasionar grandes
manifestações sistêmicas clínicas, pelo fato
de ser associada a diferentes comorbidades
(TAKAHASH, 2009).
Objetivo
Traçou-se como objetivo desse estudo discutir
a assistência de enfermagem dirigida a um
paciente cardiopata com diagnóstico médico
de psoríase.
Método
O presente estudo de caso constituiu-se como
um instrumento de sistematização dos conteúdos explorados no período do segundo semestre
de 2010, durante o desenvolvimento da Subárea
Assistencial I: Saúde, Trabalho e Meio Ambiente
3, pertencente ao currículo da Faculdade de
Enfermagem da UERJ. Para a realização deste,
adotou-se a Teoria das Necessidades Humanas
Básicas de Wanda Horta (1976), com o objetivo
de propor um plano assistencial para o paciente
estudado com diagnóstico médico principal de
psoríase, associado à púrpura trombocitopênica
32
revista.hupe.uerj.br
trombótica (PTT), artrite psoriásica e trombose
venosa profunda e candidíase oral. A técnica
utilizada para coleta de dados foi pesquisa
documental em prontuário, entrevista com o
próprio cliente e observação direta do mesmo.
Conclusão
A partir da coleta de dados, evidenciaram-se as
seguintes necessidade humanas básicas afetadas:
eliminação, percepção dolorosa, integridade
cutâneo-mucosa, regulação imunológica,
regulação vascular, sono e repouso, mecânica
corporal, percepção visual e nutrição. Diante
disso, foi elaborado um plano assistencial que
previa ações como: auxiliar paciente no sanitário
com cadeira higiênica; aplicar a Escala Visual
Analógica (EVA) para dores articulares e nas
lesões três vezes ao dia; manipular cliente com
cuidado não ocasionando incômodo nas lesões;
elevar o ângulo da cabeceira a 45º; ajudar na
locomoção da cliente; verificar sinais vitais duas
vezes ao dia; evitar mobilização do membro inferior esquerdo com trombose venosa profunda
e outras.
Por entendermos que é relevante a aplicação do
processo de enfermagem durante o desenvolvimento da assistência, concluímos que em particular, o atendimento das necessidades básicas
do paciente, deve ser o foco de preocupação e
atendimento da equipe de enfermagem, visto
que o paciente apresenta sempre um grau de
dependência do serviço de enfermagem para
uma reabilitação efetiva.
38
Práticas de prevenção de câncer de próstata –
uma contribuição da enfermagem
Andrei Boscarino de Menezes Silva; Cristiane
Maria Amorim Costa; Thelma Spindola; Raquel
Conceição de Almeida Ramos; Bruno Lira da
Silva; Lucas Barbosa Santos
Faculdade de Enfermagem/UERJ
Introdução
O câncer de próstata é responsável pela quarta
maior causa de óbitos em portadores dessa
neoplasia, sendo necessário incentivo para sua
Enfermagem
prevenção através de políticas específicas.
Objetivo
Analisar junto aos usuários da unidade de saúde
as práticas de prevenção de câncer de próstata,
conforme preconizado pela Política Nacional de
Atenção Integral a Saúde do Homem.
Método
Tratou-se de um estudo exploratório, descritivo
e quantitativo. Os sujeitos foram 61 homens no
pós-atendimento multiprofissional, sendo 22
(36%) com faixa de 61-70 anos, seguida de 19
(31%) entre 51-60 anos, e de 11 (18%) entre 4050 anos. A coleta de dados deu-se pela aplicação
de formulários após as consultas de enfermagem
e médica na unidade de saúde situada no município do Rio de Janeiro, no período de março
a maio de 2013. Foram respeitados os procedimentos éticos, sendo apreciado e aprovado pelo
Comitê de Ética da Universidade do Estado do
Rio de Janeiro com o número 221.704. Os dados
foram analisados com o suporte do programa
Microsoft Office Excel 2010.
Conclusão
Vinte e dois (36%) dos homens não realizavam
os exames específicos para o diagnóstico do câncer de próstata; 27,2% dos homens realizaram o
início do rastreamento a partir dos 45 anos. Em
pacientes com fator de risco hereditariedade (12
homens/19,6%), apenas dois (16,6%) homens
realizaram o primeiro exame de rastreamento de
câncer de próstata dentro da idade preconizada
pelo Ministério da Saúde. Apenas 28 (71,7%)
homens realizaram a combinação de exames de
toque retal associado ao P.S.A. Quanto a periodicidade, 25 (40,9%) homens realizaram exames
preventivos anualmente. Conclui-se que os
homens necessitam de maiores esclarecimentos
relacionados às práticas preventivas do câncer
de próstata, principalmente se considerarmos os
que já possuem o fator de risco hereditariedade.
39
Contribuindo na prevenção de câncer de
próstata
Cristiane Maria Amorim Costa; Raquel Con-
ceição de Almeida Ramos; Carolina Pimental
Machado; Andrei Boscarino de Menezes Silva;
Bruno Lira da Silva; Lucas Barbosa Santos
Faculdade de Enfermagem/UERJ
Introdução
Considerando que a prevenção e a detecção
precoce, entre familiares de clientes com diagnóstico de câncer de próstata, pode contribuir
sensivelmente na diminuição dos índices da
doença, nota-se a importância da educação em
saúde, baseado na concepção multidisciplinar.
Objetivo
Este estudo tem por objetivo relatar a experiência de um projeto de extensão denominado
“Contribuindo na prevenção de câncer de
próstata”.
Método
Descrição do projeto “Contribuindo na prevenção de câncer de próstata”, que tem por objetivos:
contribuir para o esclarecimento da população
visitante da enfermaria de urologia e Unidade
de Atenção à Saúde do Homem acerca da necessidade da prevenção do câncer de próstata e sua
aderência a ações que visem a essa prevenção,
também facilitar o acesso da população que
possui fator de risco para esse tipo e câncer,
através da realização de orientações voltadas
para a prevenção e rastreamento da doença.
Conclusão
Os instrumentos utilizados para o alcance dos
objetivos são: reuniões semanais para esclarecimento de todos os visitantes da enfermaria
de urologia do HUPE e rastreamento de filhos
e irmãos com mais de 40 anos de clientes internados nesse local com diagnóstico de câncer de
próstata. As reuniões são semanais para os visitantes dos clientes internados nessa enfermaria,
focando na importância da prevenção do câncer
de próstata. Para a realização do rastreamento
dos filhos e irmãos, utiliza-se um questionário,
logo após a internação do cliente. Realizamos
uma aproximação com esses familiares, sendo
então agendada uma consulta de enfermagem e
uma consulta médica para realização de exame
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
33
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
de sangue para dosagem do antígeno prostático específico e toque retal. Sabedores de todo
o preconceito e tabus que envolvem o tema
próstata, consideramos que a importância desse
trabalho reside na possibilidade de conscientizar
a população da importância da prevenção do
câncer de próstata, oferecer exames preventivos,
proporcionar aos graduandos e residentes a
oportunidade de vivenciar atitudes de profissionais envolvidos com a prevenção do câncer de
próstata, e possibilitar a elaboração de estudos
científicos sobre a temática.
40
Território: contribuição para o diagnóstico da
situação de saúde da população
Luciana Valadão Alves Kebian; Vanessa de
Almeida Ferreira; Patrícia Ferraccioli Siqueira
Lemos; Magda Guimarães de Araujo Faria;
Sonia Acioli
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ)
Introdução
A Estratégia Saúde da Família tem como
principal finalidade reorganizar a prática da
atenção à saúde em novas bases e substituir o
modelo tradicional, levando a saúde para mais
perto da família. Prevê a cobertura populacional
através de áreas geográficas, a qual deve considerar a diversidade sócio-política, econômica,
densidade populacional, entre outros fatores
na delimitação das áreas, definindo assim, o
território de atuação.
Objetivo
Refletir sobre o conceito de território e sua
contribuição para o diagnóstico da situação de
saúde da população.
Método
A pesquisa foi realizada através de revisão
bibliográfica sobre o conceito de território
e a Estratégia Saúde da Família, de agosto a
novembro de 2012, nas bases de dados científicas disponíveis na internet e em acervos de
diversas bibliotecas. Para triagem dos estudos
utilizou-se a análise dos títulos e resumos. Por
34
revista.hupe.uerj.br
fim, houve uma avaliação das publicações de
interesse, realizando leitura crítica dos textos,
observando o referencial teórico e os resultados
por eles obtidos.
Conclusão
Os resultados apontam que no território estão
presentes fatores ambientais, culturais, econômicos e políticos que influenciam na situação
de saúde da população e que devem ser considerados no diagnóstico elaborado pela equipe
de saúde da família. O diagnóstico e o planejamento não devem ser elaborados somente
com a identificação da geografia, das condições
sanitárias e da situação econômica do local,
mas também com a vivência no território, que
possibilita compreender os costumes, a cultura
e os interesses da população. Algumas práticas
de saúde, como a visita domiciliar, permitem aos
profissionais de saúde da família uma aproximação diferenciada da realidade local. É necessário
construir ações territoriais a partir de processos
de análise de singularidades e não em características regulares, que se detém na construção
de mapas. Esses mapas são compostos por perfil
físico, socioeconômico, sanitário, demográfico,
lideranças comunitárias da população, entre
outros. A formulação desses mapas traz consigo
potencialidades, tornando-se uma importante
aproximação entre a equipe e o território, porém, tem suas limitações por não contemplar os
fluxos comunitários. Foi possível concluir que o
território possui uma dinâmica própria, no qual
diversos aspectos determinam as características
da população, assim como suas necessidades, ou
seja, contribuem para o diagnóstico da situação
de saúde local.
41
Oficina prática como estratégia de capacitação
para enfermagem
Andreia Fontes da Paz; Márcia Fernandes Mendes Araújo; Claudia Elizabeth Almeida; Graciete
Saraiva Marques; Eliane Passos Pereira Assumpção; Cilene Bisagni
Coordenadoria de Enfermagem/HUPE – UERJ
Enfermagem
Introdução
Trata-se da implantação do procedimento operacional padrão (POP) de enfermagem visando
a sistematização das ações, a qualidade assistencial e a segurança do paciente. A Comissão de
Procedimento Operacional Padrão de Enfermagem (COMPOPE) do Hospital Universitário
Pedro Ernesto/UERJ realiza desde maio de 2013
oficina prática de procedimentos de enfermagem. A primeira oficina prática de capacitação
foi sobre punção venosa periférica (PVP).
Objetivo
Desenvolver a habilidade técnica e capacitar seus
profissionais para a implantação do POP de PVP.
Método
Utilizou-se o relato de experiências e a população-alvo foram profissionais, residentes e
graduandos de enfermagem. A referida oficina
foi composta por três momentos didáticos:
1º) apresentação do POP de PVP por meio
de imagens, narração e filmagem do procedimento obtido por dramatização; 2º) estação
de aprendizagem, com realização do POP de
PVP em laboratório clínico, acompanhada por
observação não participante de dois enfermeiros:
um residente e outro membro da COMPOPE,
através de instrumento checklist; 3º) autoavaliação do participante e a avaliação da oficina.
A oficina ocorreu como atividade integrante da
74ª Semana de Enfermagem da UERJ e teve público de 109 pessoas. Para a avaliação do evento
utilizou-se a planilha eletrônica Microsoft Excel.
Conclusão
A oficina prática apontou os seguintes aspectos: ser tema pertinente (95%); modalidade de
aprendizagem (77%); contribuição para a prática
profissional (89%); ter avaliador na 2ª e 3ª etapa
para o efetivo aprendizado (80%); a autoavaliação propiciada (94%). Consideramos eficiente
a estratégia da oficina prática para a capacitação
do profissional sobre um POP, uma vez que
desenvolve análise crítica e reflexiva do participante. Percebeu-se a relevância desta estratégia
pedagógica porque valoriza o aprendizado constante da prática profissional eficiente e segura,
além de confirmar que o exercício profissional
da enfermagem brasileira deve estar alicerçado
na qualidade e segurança das ações prestadas.
42
Implantação dos procedimentos operacionais
padrão de enfermagem no Hospital Universitário Pedro Ernesto
Andreia Fontes da Paz; Márcia Fernandes Mendes Araújo; Cilene Bisagni; Sandra Regina Ferreira Chaves; Rogério Marques de Souza; Paula
Alves Silva Monteiro
Coordenadoria de Enfermagem/HUPE – UERJ
Introdução
Trata-se do projeto de intervenção para implantação dos procedimentos operacionais padrão
(POP) de enfermagem no Hospital Universitário
Pedro Ernesto, do estado do Rio de Janeiro, pela
Comissão de Procedimento Operacional Padrão
de Enfermagem (COMPOPE) instituída pela
coordenadoria de enfermagem em março de
2013. O POP é uma ferramenta de gestão da
qualidade que busca a excelência na prestação
do serviço, procurando minimizar os erros nas
ações rotineiras, de forma dinâmica, que busca
profundas transformações na instituição, nos
aspectos técnicos e político-institucionais. Vale
ressaltar que uma das premissas básicas da
Coordenadoria para a construção dos POPs é a
segurança do paciente.
Objetivo
Implantar os procedimentos operacionais padrão no HUPE; elaborar os POPs de cuidados
de enfermagem diretos e indiretos; capacitar a
equipe de enfermagem para prática dos POPs.
Método
É um estudo de caso exploratório e quantitativo. A população é a equipe de enfermagem do
HUPE participante das duas etapas da capacitação: treinamento teórico e oficina prática. O
instrumento de coleta de dados são os pré-testes
e pós-testes respondidos pelos profissionais
durante a capacitação teórica e os checklists utilizados durante as oficinas. A análise dos dados
é feita pelo programa EPINFO.
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
35
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
Conclusão
Iniciamos a implantação dos POPs pelo procedimento de punção venosa periférica onde
tivemos a adesão dos profissionais, o que é
fundamental para a capacitação maciça desta
força de trabalho. A repercussão positiva da
estratégia pedagógica é determinante para o
alcance da implantação dos POPs, bem como as
ações conjuntas de comprometimento da equipe
e das chefias para a padronização dos procedimentos, refletindo na segurança do paciente e
na melhoria da qualidade da assistência.
43
Avaliação do curso de Especialização em Enfermagem na modalidade residência
Meisiherlle da Silva Bento; Claudia Regina Menezes da Rocha Pôças; Luciana Guimarães Assad;
Claudia Maria da Silva Sá; Antônia da Conceição
Cylindro Machado
Faculdade de Enfermagem/HUPE – UERJ
Introdução
O processo de avaliação da formação deve ser
contínuo e permanente, com a definição de critérios de avaliação do curso e dos profissionais
em formação visando promover a integralidade
e humanização do atendimento a clientela. O
referido projeto busca construir, implantar e
analisar indicadores de avaliação pedagógica
e administrativa do curso. Serão estabelecidos
critérios de avaliação dos alunos e dos cenários
de prática do curso.
Objetivo
Este trabalho objetiva apresentar a proposta do
projeto de avaliação do curso de Especialização
em Enfermagem na modalidade residência da
Faculdade de Enfermagem e do Hospital Universitário Pedro Ernesto da UERJ.
Método
A metodologia implementada iniciará a definição de habilidades a serem desenvolvidas em
cada um dos dois anos do curso de especialização a partir de competências propostas pelas
Diretrizes Curriculares Nacionais do curso
de graduação em Enfermagem. Com base na
36
revista.hupe.uerj.br
definição destas habilidades serão elencadas as
dimensões que serão priorizadas no processo de
avaliação, a partir das quais serão elaborados os
instrumentos de avaliação.
Conclusão
Os sujeitos deste processo de avaliação serão os
gestores, preceptores, tutores e alunos do curso.
Busca-se alcançar como resultados a definição
de instrumentos de avaliação direcionados às
atividades práticas e teóricas, e ao cenário de
cada programa, além de implementar e avaliar
as ações de reorganização pedagógica e administrativa necessárias. Os resultados da avaliação
podem fornecer aos gestores informações para
a definição de estratégias de intervenção e o
estabelecimento de prioridades.
44
Prática do sexo seguro em gestantes soropositivas ao HIV
Michelle R. Assis; Leila da S. Rangel; Daiana S.
Lima
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
Introdução
O presente estudo tem como objeto a prática
do sexo seguro em gestantes soropositivas para
o HIV (vírus da imunodeficiência humana) e a
prevenção de IST (infecções sexualmente transmissíveis). As questões que permeiam a epidemia de IST na população feminina é complexa
e devemos refletir sobre as relações desiguais
entre gêneros e aspectos socioeconômicos aos
quais as mulheres brasileiras estão expostas. A
mulher tem o agravante que a maioria das IST
são assintomáticas, o que dificulta o diagnóstico
precoce e privilegia a ocorrência de complicações de diversas ordens tais como infertilidade
e gravidez ectópicas.
Objetivo
a) Identificar em um grupo de gestantes soropositivas o conhecimento de outras IST; b)
conhecer a forma de prevenção para outras
IST em um grupo de gestantes soropositivas; c)
discutir a prática do sexo seguro em gestantes
Enfermagem
soropositivas para outras IST.
Método
Estudo descritivo exploratório com abordagem
quantitativa.
Conclusão
Os sujeitos desta pesquisa foram 10 gestantes
soropositivas. A coleta de dados ocorreu entre
os meses de dezembro de 2012 a março de
2013. A faixa etária variou entre 18 e 36 anos.
Quanto à escolaridade, quatro tinham o ensino fundamental incompleto, cinco tinham o
ensino médio completo e uma tinha o ensino
médio incompleto. Quanto à profissão e/ou
ocupação, quatro são do lar, duas estudantes,
uma operadora de caixa, uma cabeleireira, uma
professora e uma cantora/dançarina. Das participantes do estudo o estado civil prevalente foi
de casada, seguido de três solteiras. A totalidade,
ou seja, dez gestantes referiram saber quais são
as doenças transmitidas pela prática sexual.
Ao serem questionadas sobre a prática do sexo
seguro durante a gestação atual, seis referiram
uso do preservativo, duas disseram não usar e
duas afirmaram nem sempre usar. O tipo de
preservativo prevalente entre as participantes
do estudo foi o preservativo masculino citado
por nove participantes do estudo e uma falou o
preservativo feminino. Em 2012, do total de preservativos distribuídos para homens e mulheres
apenas 3% foram destinados ao público feminino. Não existe como tratar da feminização desta
infecção sem abordar aspectos como a relação de
gênero e a atenção desigual no âmbito do SUS
(Sistema Único de Saúde) na disponibilização
de preservativos, principalmente o feminino,
o planejamento familiar voltado para as necessidades específicas das mulheres soropositivas
para o HIV e as ações dos profissionais de saúde
e especificamente do enfermeiro neste cenário.
45
Triagem sorológica no pré-natal de infecções
maternas que impossibilitam a amamentação
Michelle R. Assis; Leila R. Silva; Daiana S. Lima
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
Introdução
São inquestionáveis os benefícios do aleitamento
materno, porém existem doenças infecciosas
que podem ser transmitidas pela prática do
aleitamento materno e estas são adquiridas
através da prática sexual sem o uso de preservativos, dentre elas temos a infecção pelo vírus da
imunodeficiência humana (HIV) e o vírus linfotrópico de células T humanas tipo I/II (HTLV).
Objetivo
Realizar uma revisão sobre as doenças infecciosas transmitidas pela prática da amamentação e
compor a pesquisa de Mestrado em Enfermagem “Prática do sexo seguro e as implicações
no aleitamento materno: ações de enfermagem
no pré-natal.”
Método
Estudo de revisão da literatura.
Conclusão
Lactentes de nutrizes com doenças infecciosas podem ser infectados pela prática do
aleitamento materno. Nesta circunstância, a
doença infecciosa pode constituir um obstáculo ao aleitamento. As afecções infecciosas de
origem virótica que podem ser transmitidas
pelo aleitamento são as causadas pelo vírus da
imunodeficiência humana (HIV) e o vírus linfotrópico de células T humanas tipo I/II (HTLV)
(LAMOUNIER, 2004). Em estudo realizado por
Figueiró-Filho (2005), a ocorrência da TV foi de
100%, já no caso do HIV, o risco de transmissão
é entre 7% e 22% por exposição (BRASIL, 2006).
No mundo, estima-se que mais de 20 milhões
de pessoas estejam infectadas pelo HTLV I/II e
1% a 4% dos indivíduos desenvolveram algum
tipo de doença. Em áreas endêmicas estima-se
que 25% das crianças amamentadas, nascidas
de mulheres soropositivas, adquirem a doença
e que 5% das crianças de mulheres infectadas,
mas que não amamentadas adquirem a infecção (PAIVA, 2007). O vírus do tipo I é o mais
frequente em todo o mundo e está associado
principalmente à leucemia/linfoma de células T
do adulto e a uma doença neurológica, enquanto
ao tipo II ainda não foi definida sua associação
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
37
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
com doenças humanas. As vias de transmissão
são: por contato sexual; de mãe para filho,
principalmente pelo aleitamento materno, mas
também pode ser durante trabalho de parto; por
transfusão de hemocomponentes e por agulhas
e/ou seringas contaminadas. O diagnóstico é
feito por triagem e confirmação. Desta forma,
para que o aleitamento seja indicado com responsabilidade, é de suma importância que a
triagem sorológica para a infecção do HTLV
seja inclusa na rotina mínima do pré-natal, pois
assim os profissionais de saúde, em especial o
enfermeiro, poderão orientar esta prática com
segurança, e o binômio mãe-bebê poderá gozar
de todos os benefícios do ato de amamentar e
ser amamentado.
46
Conhecimento legal de enfermeiros acerca
de procedimentos invasivos de enfermagem
Claudia de Carvalho Dantas; Fernanda de Carvalho Dantas; Mônica Vanessa Miguel de Andrade; Carolina Galdino Amorim; Yasmin Rayanne
Alves; Andreia Holanda Barbosa Meneses
Universidade Federal Fluminense (UFF)
Introdução
O trabalho trata-se de um recorte do projeto
intitulado “Legislação e gerência dos serviços
de enfermagem e de saúde” inserido no
GEPEGENF/UFF. Seu objeto de investigação
é o conhecimento de enfermeiros lotados em
uma instituição hospitalar da região litorânea
II acerca da base legal que fundamenta os
principais procedimentos invasivos realizados
pelo enfermeiro. Justifica-se pela escassez
literária face às pesquisas na área em questão. Isto
posto, emergiu a seguinte questão norteadora:
qual o conhecimento dos enfermeiros acerca dos
principais dispositivos invasivos com foco na
legislação brasileira? Esta pesquisa proporciona
contribuições para o âmbito do ensino, pesquisa
e assistência, em especial pela oportunidade
de refletir acerca do conhecimento legal desse
profissional.
Objetivo
Caracterizar o perfil de enfermeiros lotados
38
revista.hupe.uerj.br
em uma unidade hospitalar da região litorânea
II; analisar o conhecimento desses sujeitos no
tocante aos procedimentos invasivos à luz da
legislação brasileira.
Método
Trata-se de pesquisa qualitativa, de natureza
descritivo-exploratória. Os sujeitos/cenário foram enfermeiros lotados em uma instituição de
saúde da região litorânea II, localizada no estado
do Rio de Janeiro. Os dados foram coletados no
primeiro semestre de 2013, através de entrevista
gravada em sistema digital. Tendo em vista as
questões ético-legais, esta pesquisa tem parecer
de aprovação CEP HUAP nº 242.736/2013. Todos os sujeitos participantes assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados
coletados foram submetidos ao processo de
categorização.
Conclusão
Dos 13 sujeitos participantes, a maioria pertence
ao sexo feminino, com faixa etária predominante entre 31 e 35 anos e a maioria possui
outro vínculo empregatício. No tocante à análise dos dados emergiu a seguinte categoria: “o
desconhecimento de enfermeiros acerca das
bases legais que fundamentam a execução de
procedimentos invasivos em enfermagem”. Os
procedimentos invasivos questionados foram:
punção de cateter venoso central, cateterização
venosa por via umbilical, punção de cateter arterial para gasometria, punção de acesso arterial
para instalação de PAM e intubação.
Conclui-se que os enfermeiros possuem conhecimento parcial de sua base legal para execução
destes procedimentos invasivos e devem, portanto, manter-se sempre atualizados para desenvolver suas atividades assistenciais de forma
mais segura e respaldadas através de documentos que legalizam as práticas de enfermagem.
47
Habilidade empática na estratégia de saúde
da família em um CMS do Rio de Janeiro:
efeitos positivos
Celia Caldeira Fonseca Kestenberg; Natalia André
Enfermagem
Barbosa Silva; Carla Esteves Azevedo
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ)
Introdução
A empatia é uma habilidade socialmente aprendida, fundamental para as relações interpessoais
de ajuda, especialmente em profissões como a
enfermagem, cujo objetivo é o cuidado ao ser
humano em suas diferentes dimensões. Tais
habilidades podem ser aprendidas através das
diferentes interações sociais e das experiências
de aprendizagem na infância. O Programa de
Ensino para o Trabalho em Saúde (PET-Saúde)
intitulado Laboratório de Habilidades Sociais e
Interpessoais tem como proposta a construção
de um modelo de abordagem das necessidades
de saúde na atenção primária tendo como objeto
as habilidades sociais e interpessoais. Participam
do PET graduandos de enfermagem, medicina,
nutrição, odontologia, psicologia e os profissionais de duas unidades da Estratégia de Saúde da
Família no estado do Rio de Janeiro. A proposta
está centrada na interdisciplinaridade.
Objetivo
Relatar a experiência de aplicação dos conceitos
teóricos da habilidade empática na Estratégia de
Saúde da Família.
Método
Foram realizadas 10 visitas domiciliares, com
duração em média de 30 minutos, durante dois
dias. Também foram feitas consultas de enfermagem que seguiam o formato: abordagem ao
usuário na perspectiva biopsicossocioespiritual/
escuta e compreensão empática/identificação de
necessidades de saúde/estímulo à expressão de
pensamentos e sentimentos do usuário/proposta
de soluções possíveis.
Conclusão
Grande parte dos usuários mostrava-se com intensa necessidade de falar sobre seus problemas
físicos, mas também sobre questões afetivas e
sociais, que incluíam: solidão, a falta de atenção
dos familiares, condições precárias de moradia
influenciando na saúde como um todo. No mo-
mento da entrevista foi possível compreender,
através dos sinais não verbais, os sentimentos
que acompanhavam a narrativa das pessoas: a
demonstração do comportamento empático; o
acolhimento de suas dores, sem julgamento; a
ajuda na organização dos pensamentos e sentimentos. Através do comportamento manifesto
percebia-se o alívio e a sensação de bem-estar
nos usuários que se referiam à importância deste
momento junto aos profissionais, principalmente pela possibilidade de contar suas histórias
e serem ouvidos com atenção e respeito. Fica
claro que as habilidades empáticas podem ser
desenvolvidas e, para tal, é preciso aprender
os conceitos teóricos e exercitá-los intencionalmente no cotidiano da prática profissional.
Além disso, percebe-se que a empatia ocorre em
via dupla porque traz efeitos benéficos tanto ao
paciente quanto ao profissional.
48
Enfermagem e a extensão universitária na
busca de casos notificados de tétano acidental
Nathalya Macedo Nascimento Costa; Pamela
Bento dos Santos; Ana Maria Machado Leão
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ)
Introdução
Este estudo preconiza abordar o tétano acidental, pois esta doença continua sendo um problema de saúde pública mesmo após a descoberta
da vacina antitetânica. Como integrantes do
projeto “Vacinando a comunidade” da Faculdade de Enfermagem da universidade, percebemos
que ainda existem pessoas que não possuem esquema vacinal completo ou não sabem se estão
vacinados, ao longo das campanhas realizadas
pelo projeto em diferentes bairros no município
do Rio de Janeiro.
Objetivo
Identificar e discutir a incidência de casos de
tétano acidental na Região Sudeste do Brasil.
Método
Com abordagem quantitativa, utilizaram-se
dados da Região Sudeste. O período escolhido
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
39
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
foi de 2010 a 2012. Foi realizada busca no Sistema de Informação de Agravos e Notificação
(SINAN) disponível no Banco de Dados do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e identificado
o número de casos registrados em cada estado,
as idades e sexos atingidos.
Conclusão
As notificações na Região Sudeste do Brasil,
buscados no SINAN, totalizaram 160 casos
de tétanos acidentais, sendo 55 (35%) casos
em São Paulo, 27 (16%) no Rio de Janeiro, 60
(37%) em Minas Gerais e 18 (11%) no Espírito
Santo; 140 (85%) no sexo masculino e 25 (15%)
no sexo feminino. A prevalência de casos de
tétano acidental do gênero masculino pode ser
justificada pelo fato de serem muito incipientes
as campanhas de vacinação direcionadas na
fase adulta. Também foram coletados as faixas
etárias e o quantitativo: < 1 ano – 1 caso (1%); 1
a 4 anos – 2 casos (2%); 5 a 9 anos – 1 caso (1%);
10 a 14 anos – 3 casos (3%); 15 a 19 anos – 3
casos (3%); 20 a 39 anos – 39 casos (22%); 40 a
59 anos – 58 casos (38%); 60 a 64 anos – 9 casos
(5%); 65 a 69 – 11 casos (6%); 70 a 79 anos – 25
casos (15%); 80 anos ou mais – 8 casos (4%).
Neste levantamento a faixa etária que apresentou maior número de casos foi na idade adulta,
em indivíduos de 20 a 59 anos, 97 casos (60%).
Pode-se destacar nesse grupo o fato de terem
mais dificuldade em procurar regularmente os
serviços de saúde, além de não ter o costume da
preservação do cartão vacinal. Neste contexto
percebemos que mesmo na Região Sudeste
ainda encontra-se muitos casos de tétano acidental. O estudo contribuiu para mostrar uma
das interfaces da enfermagem relacionada com
a construção do saber científico, que envolve a
investigação de como atuar na busca de casos
de tétano acidental, com participação ativa na
vigilância epidemiológica da população.
49
Cuidados de enfermagem ao paciente portador de dor advinda de infarto agudo do
miocárdio e angina
Nayhara Ramalho Carneiro Gentil; Aislan da
40
revista.hupe.uerj.br
Silva Santos; Anna Carolina Mathias Losito;
Débora Viana Freitas; Lara Gomes Cosenza; Elen
da Silva Castelo Branco
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Introdução
Esta pesquisa tem como finalidade abordar
a problemática do paciente portador de dor
advinda do infarto agudo do miocárdio (IAM)
e angina pectoris, traçando estratégias para diferenciar as dores de um IAM e de uma angina,
mostrando suas causas, fatores predisponentes,
manifestações clínicas, bem como os cuidados
de enfermagem prestados a cada uma destas
patologias.
Objetivo
Descrever e comparar as dores de um infarto
agudo do miocárdio de uma angina estável,
angina instável, angina noturna e angina mista;
selecionar cuidados de enfermagem para as
diferentes patologias.
Método
Trata-se de um estudo exploratório quantitativo.
A pesquisa exploratória é um estudo preliminar
que visa obter familiarização com o fenômeno
a ser investigado, para que estudos mais detalhados possam ser feitos, de forma mais precisa
e clara, a fim de proporcionar uma maior compreensão do mesmo. Dessa forma, podemos
observar que a pesquisa é a primeira etapa na
elaboração de uma investigação mais ampla.
Conclusão
Com a realização deste trabalho, observamos a
grande importância do profissional de enfermagem, pois este, exercendo devidamente o seu papel, através de uma avaliação integral no cliente
e de uma consulta de enfermagem que busque a
resolutividade, pode colaborar diretamente para
a obtenção do real estado de saúde do cliente e a
origem e causa de sua dor. É importante ressaltar
que os achados durante o exame físico e manifestações clínicas, exames laboratoriais e testes
especiais e específicos, juntos, são essenciais
para o diagnóstico. O diagnóstico correto dessas
cardiopatias possibilita a implementação de um
Enfermagem
plano de cuidados de enfermagem adequado
para cada patologia, ou seja, uma assistência
eficaz, que traga melhoras no estado de saúde do
cliente, o que inclui o alívio das dores causadas
por estas patologias, entre outros cuidados que
melhorem a qualidade de vida dos indivíduos
acometidos pelas mesmas.
50
Enfermagem na prevenção das complicações
do trato respiratório no idoso
Pamela Bento dos Santos; Julianna Pereira Ramos; Ana Maria Machado Leão
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ)
Introdução
O envelhecimento populacional é uma realidade que marcou o mundo no século XX. No
Brasil, o processo de envelhecimento ocorre de
forma brusca, veloz e num contexto de grandes desigualdades sociais. Entre as causas de
morbimortalidade na população maior de 60
anos encontram-se as doenças respiratórias,
entre elas a infecção pelo vírus influenza, e
suas complicações se destacaram nas últimas
décadas e constituíram a primeira causa de internação hospitalar. A influenza é uma doença
respiratória infecciosa de origem viral, apresenta
potencial para levar a complicações graves e ao
óbito. Tendo em vista a relevância da prevenção
e promoção à saúde, utilizando como estratégia
a vacinação, foi criado na Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro o projeto de extensão “Vacinando a comunidade”, que desempenha suas atividades há
mais de 20 anos, realizando diversas campanhas
de vacinação durante o ano. O projeto estabelece
uma articulação entre o ensino da graduação
e a pesquisa. A vacina anti-influenza sazonal
possibilita na prevenção e redução das complicações decorrentes da influenza, que podem ter
impacto na qualidade e sobrevida desse grupo.
Objetivo
Este estudo tem como objetivo mostrar as ações
do projeto na campanha de vacinação contra a
influenza, identificar e quantificar o perfil dos
idosos vacinados.
Método
O estudo com abordagem quantitativa coletou
dados de campanhas de vacinação, nas quais se
administrou a anti-influenza, em 2012, nos cenários localizados na zona norte do Rio de Janeiro. Os dados foram extraídos das campanhas do
projeto de extensão “Vacinando a comunidade”,
que possui parcerias com a Secretaria de Saúde
e o Centro Municipal de Saúde, da 9ª Região
Administrativa/RJ. Neste estudo, priorizamos
o levantamento da população idosa acima de
60 anos e que tenha recebido a dose anual da
vacina contra a influenza.
Conclusão
O estudo aponta que o projeto em 2012 obteve
em suas campanhas um total de 168 idosos
vacinados, destes, 132 (79%) de mulheres e 36
(21%) de homens. A atuação do projeto também
contribuiu para a promoção e prevenção da saúde do indivíduo, através de ações com enfoque
na educação em saúde, com auxílio de folders
explicativos, possibilitando a resolução de dúvidas e orientações sobre a temática. Este estudo
contribuiu para mostrar as ações e a importância
da atuação do projeto para a população atendida
por ele e para o ensino na graduação capacitando e possibilitando experiências para os bolsistas
e voluntários envolvidos.
51
A educação problematizadora em saúde: uma
visão da monitoria em enfermagem
Pamela Bento dos Santos; Bruna da Silva Nascimento; Reyna Thaís Montanet Pimenta; Maria
Regina Araujo Reicherte Pimentel
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ)
Introdução
Acompanhando o movimento de adequação
curricular à atual legislação de educação e
política de saúde no Brasil, a Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio
de Janeiro (FENF/UERJ) mudou seu currículo,
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
41
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
ampliando a abordagem das ciências sociais e
humanas na formação de enfermeiros. A necessidade de implantar a monitoria em educação
em enfermagem surgiu a partir das dificuldades
apresentadas pelos estudantes na mudança de
foco do modelo biológico para o social já no 1º
período da graduação.
Objetivo
Este trabalho relata a experiência desta monitoria, cujos objetivos têm sido orientar os
estudantes no processo de ensino-aprendizagem
do papel educativo do enfermeiro no cuidado
por meio da educação problematizadora e aprofundar o conhecimento deste conteúdo para o
exercício da monitoria.
Método
A partir do planejamento de ensino, desenvolvem-se atividades de orientação aos educandos
no esclarecimento de dúvidas e na realização
de trabalhos e avaliações, como aplicação de
aula na presença da professora. Também há a
reorganização do material didático e controle da
entrega de trabalhos e frequência dos estudantes.
Há ampliação do conhecimento a partir de encontros de estudos quinzenais entre monitoras
e orientadora.
Conclusão
Os resultados são repercussões para os estudantes, monitoras e orientadora. Os estudantes
apresentaram melhoria na qualidade dos trabalhos apresentados, bem como mudança na
visão dos conceitos aprendidos a partir da problematização de seus próprios conhecimentos.
As monitoras ampliaram seu conhecimento e
desenvolveram a habilidade de problematizar
com os estudantes, com reflexo no cotidiano.
A orientadora aprimorou sua capacidade em
escutar as dificuldades, com pesquisa de novas
estratégias e textos, com implementação de
mudanças. Conclui-se que os objetivos têm sido
alcançados, pois há repercussão nos resultados
das avaliações, assim como maior domínio para
a ação docente pelas monitoras. Apesar disso,
observa-se resistência dos estudantes à metodologia, o que têm levado à busca por outras
42
revista.hupe.uerj.br
estratégias de ensino.
52
Incidência de infecção hospitalar em pacientes
internados em pós-operatório mediato
Paula de Carvalho Pereira Pitombeira; Beatriz
Gerbassi Costa Aguiar; Laís Gialluise e Vasconcellos
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
Introdução
As infecções hospitalares são, em geral, complicações infecciosas de uma doença grave,
de procedimentos diagnósticos e terapêuticos
agressivos ou imunossupressores utilizados para
o tratamento das mesmas. Silva (2003) ressalta
que as infecções hospitalares são consideradas
um problema de saúde pública. São responsáveis por acometer mais de 15% dos pacientes
internados. O objeto de estudo foi a incidência
de infecção hospitalar em pacientes internados
em pós-operatório mediato nas enfermarias de
cirurgia torácica e ortopedia em um hospital
universitário na cidade do Rio de Janeiro.
Objetivo
Identificar as infecções de maior incidência em
pacientes de pós-operatório mediato internados
nas enfermarias de cirurgia torácica e ortopedia;
discutir a incidência de infecções em pacientes
em pós-operatório mediato internados nas
enfermarias de cirurgia torácica e ortopédica.
Método
O estudo é de natureza quantitativa e exploratório. Segundo Gil (2008), a pesquisa exploratória
visa proporcionar maior familiaridade com o
problema, torná-lo mais explícito ou construir
hipóteses. A coleta de dados foi constituída da
busca e análise documental dos relatórios com
recorte temporal de janeiro a agosto de 2012,
considerando a incidência de infecções ocorridas em pacientes internados nas enfermarias
de cirurgia torácica e ortopédica, registrados na
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar.
Conclusão
A incidência de infecção em pacientes interna-
Enfermagem
dos em pós-operatório mediato nas duas enfermarias de cirurgia torácica e ortopedia totalizou
27. Ambos os setores apresentam incidência
significativa quanto ao sítio cirúrgico, configurando maior incidência, somando 13 casos. A
segunda maior incidência ocorrida foi a infecção
pulmonar, representada com quatro casos. Foi
observado que não apresentam registros de
casos de infecção hospitalar em sítio urinário
e abdominal na enfermaria de ortopedia, bem
como infecções em sítio cutâneo na enfermaria
de cirurgia torácica. O estudo demonstrou que
a população estudada apresentou incidência de
infecções divergente às apresentadas na literatura. Não houve registros de casos de infecção
hospitalar em sítio urinário e abdominal na
enfermaria de ortopedia, como também, infecções em sítio cutâneo na enfermaria de cirurgia
torácica.
53
Promovendo a estimulação cognitiva em idosos institucionalizados nos lares de Portugal
Paula de Carvalho Pereira Pitombeira; Laís
Gialluise e Vasconcellos; Rosa Carla Gomes da
Silva; Maria Luís Guimarães
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)/Universidade Católica do Porto
Introdução
O envelhecimento populacional e as doenças degenerativas crônicas, especialmente a demência,
aumentaram a sua prevalência com o aumento
da expectativa de vida. Logo, a manutenção da
saúde cognitiva tem uma importância fundamental na prevenção do compromisso cognitivo
e no atraso da instalação do quadro demencial,
da dependência e da incapacidade do idoso para
se autocuidar. Estudos indicam que a cognição
pode ser afetada por muitas variáveis, incluindo
o comprometimento sensorial, saúde fisiológica,
ambiente, influências psicossociais, entre outros.
O estudo foi desenvolvido com idosos institucionalizados em lares no distrito do Porto em
Portugal. Os lares correspondem a uma resposta
social desenvolvida em estabelecimentos para
alojamento coletivo, de utilização temporária
ou permanente, para pessoas idosas em situação
de risco ou de perda de independência e/ou
autonomia, que se beneficiam de atividades de
apoio social e cuidados de saúde. Porém, muitos
idosos apresentam deficit cognitivo e então são
feitas atividades de estimulação cognitiva.
Objetivo
Determinar o perfil cognitivo do idoso institucionalizado em dois lares do distrito do Porto,
Portugal; promover atividades de estimulação
cognitiva nos idosos institucionalizados.
Método
Estudo com abordagem quantitativa, do tipo
descritivo. A amostra de idosos corresponde
a 99. Os dados resultam da aplicação de instrumento sociodemográfico, MMSE e Índice
de Barthel.
Conclusão
A idade média dos idosos institucionalizados é
de 86 anos e a amostra é maioritariamente do
sexo feminino (84%). Através da aplicação do
MMSE chegamos à conclusão de que nas duas
instituições, apenas 17% da população não
apresenta deficit cognitivo, ao contrário dos
83%, que apresentam algum deficit cognitivo.
As dimensões que evidenciam maior grau de
comprometimento foram na orientação temporal, orientação espacial e evocação. Após
selecionados os diagnósticos de enfermagem,
foram levantadas as intervenções e atividades
específicas para cada um. O diagnóstico com
maior número de idosos comprometidos foi
cognição a nível da orientação comprometida
(orientação temporal e espacial, 76,5 e 94,1%,
respectivamente), seguido de cognição a nível
da evocação comprometida (69,6%) e cognição
a nível da atenção e cálculo comprometida
(64,7%). Os idosos se mostraram muito receptivos às intervenções de estimulação cognitiva,
pois se tratavam de atividades interativas, didáticas, com jogos e brincadeiras.
54
Sinais clínicos relacionados à parada cardiorrespiratória
Rafael André da Silva; Renata Flávia Abreu Silva;
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
43
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
Raquel de Moraes Alves
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
Introdução
A partir da minha vivência como acadêmico
de enfermagem, realizando estágio curricular
não obrigatório no setor de emergência de um
hospital da rede estadual de saúde do Rio de
Janeiro, pude observar o atendimento à PCR
realizado pelos profissionais da instituição de
estágio. Chamou a minha atenção o fato de não
haver uma forma sistematizada de agir no que
se refere às manobras de RCP, o que acabava
envolvendo os acadêmicos em aprendizado,
perpetuando esta prática. Com base na problemática descrita foram levantados os seguintes
questionamentos: os acadêmicos de enfermagem sabem reconhecer os sinais clínicos de uma
parada cardiorrespiratória? Eles conhecem as
condutas imediatas a serem implementadas?
Objetivo
Relatar se os acadêmicos de enfermagem sabem
reconhecer os sinais clínicos relacionados à
parada cardiorrespiratória e quais as condutas
imediatas que devem ser implementadas.
Método
Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa, realizado em uma universidade federal localizada no município do Rio
de Janeiro, no período de abril a maio de 2013.
A coleta de dados deu-se após a aprovação do
estudo no Comitê de Ética em Pesquisa, com a
autorização 12665313.5.0000.5285. A população
do estudo compreende acadêmicos de enfermagem dos oitavo e nono períodos da Escola
de Enfermagem Alfredo Pinto (UNIRIO). A
amostra foi obtida de forma não probabilística,
conforme aceitação do acadêmico em participar
do estudo. Os dados foram coletados por meio
de questionário estruturado, que na primeira
parte teve como foco a caracterização da população com perguntas fechadas. A segunda parte
do questionário possuía duas questões abertas
que abordavam o conhecimento em PCR e
RCP. Posteriormente os dados foram tabulados
44
revista.hupe.uerj.br
no programa Microsoft Excel® versão 2010 e
demonstrados de forma descritiva.
Conclusão
A partir do presente estudo tivemos a oportunidade de identificar que talvez o conhecimento
em relação à identificação dos sinais clínicos
de uma PCR e as ações correspondentes a uma
RCP não estão com a solidez adequada na população participante do estudo, contudo não
podemos tirar conclusões precipitadas devido
à possibilidade das perguntas propostas não
terem sido formuladas com a devida clareza.
Desta forma outros estudos se fazem necessários
para que um melhor panorama dessa situação
seja demonstrado.
55
Diagnósticos e intervenções de enfermagem
à criança portadora de cardiopatia em crise
hipoxêmica
Rafaela Mourão Redon Fernandes Casa Nova;
Liliane Faria da Silva
Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE)
Introdução
As cardiopatias congênitas se dividem em dois
grandes grupos: as acianóticas e as cianóticas.
A principal característica das cardiopatias cianóticas é a crise hipoxêmica, também chamada
de crise cianótica, que ocorre mais frequentemente nas crianças entre os três e trinta meses
de idade. O quadro clínico é variável, mas sua
apresentação típica se inicia com taquidispneia,
aumento progressivo da cianose, agitação e
perda de força. É importante que a equipe atue
de forma eficaz nessa fase, pois do contrário, o
quadro pode evoluir para sofrimento cerebral,
observado por movimentos oculares incoordenados, convulsão, coma e morte.
Objetivo
Por ser uma condição que exige cuidados de
enfermagem especializados, o objetivo deste
estudo foi apresentar um plano de assistência de
enfermagem sistematizado, com destaque para
os possíveis diagnósticos de enfermagem com
base na taxonomia de NANDA e as respectivas
Enfermagem
intervenções de enfermagem (NIC).
Método
Realizamos uma revisão de literatura para
relacionarmos a Sistematização da Assistência
de Enfermagem com a criança cardiopata em
crise hipoxêmica.
Conclusão
Com base nas manifestações clínicas da crise
hipoxêmica e nas características peculiares da
criança, foi possível identificarmos os seguintes diagnósticos de enfermagem (NANDA):
débito cardíaco diminuído caracterizado por
mudanças da cor da pele (cianose), ansiedade e
agitação; tensão no papel de cuidador caracterizado por estresse; troca de gases prejudicada
caracterizada pelo desconforto respiratório;
confusão aguda caracterizada por alteração no
nível de consciência; intolerância à atividade
caracterizada pela dispneia a esforços. As possíveis intervenções de enfermagem (NIC) são:
monitorização respiratória, oxigenoterapia,
redução da ansiedade, controle das vias aéreas, monitorização dos sinais vitais, reposição
rápida de líquidos, punção venosa, assistência
ventilatória e posicionamento adequado. Com
o término deste trabalho foi possível identificar os principais diagnósticos de enfermagem,
com isso conseguimos relacionar as respectivas
intervenções de enfermagem. Assim, a contribuição deste estudo estende-se ao profissional
como instrumento que possa ser utilizado para
subsidiar a prática assistencial da enfermagem
pediátrica visando a melhoria da qualidade da
assistência oferecida.
56
Serviço de pediatria: satisfação dos profissionais
Raquel de Moraes Alves; Vanessa Cristina de
Vasconcelos Grossi; Raíza Almeida Pereira; Stephanie Correa dos Santos; Eliza Cristina Macedo;
Wallace da Costa Soares
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
Introdução
O presente estudo constitui um relato de experiência desenvolvido por acadêmicas de enfermagem do sexto período da Escola de Enfermagem
Alfredo Pinto – EEAP da Universidade Federal
do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, durante
as atividades voluntárias de extensão em Enfermagem na Atenção à Saúde da Mulher e da
Criança em um hospital federal localizado no
estado do Rio de Janeiro.
Objetivo
O estudo tem como objetivo principal identificar
a satisfação dos profissionais de enfermagem do
serviço de pediatria quanto ao grau de humanização das condições de trabalho.
Método
Trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratória com abordagem mista, que foi desenvolvida
no setor de pediatria de um hospital federal do
estado do Rio de Janeiro, tendo como sujeitos
da pesquisa 10 profissionais da equipe de enfermagem. Foi utilizado como instrumento para
obtenção de dados um questionário semiestruturado baseado no estudo “Humanização hospitalar: satisfação dos profissionais de um hospital
pediátrico”. O tratamento dos dados foi baseado
na saturação dos resultados descritos. Este trabalho obedeceu às recomendações da Resolução
196/96 do Conselho Federal de Saúde/Ministério da Saúde, que preconiza os aspectos éticos
em pesquisa envolvendo seres humanos, com a
construção, apresentação e a devida assinatura
dos participantes envolvidos de um Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido.
Conclusão
Como resultado preliminar do estudo, foram
encontrados aspectos positivos e negativos. A
partir dos pontos negativos, foram sugeridas
então propostas de melhoria para as condições
perante as quais os profissionais do setor são
submetidos, tais como: a oferta anual de cursos
para aprimoramento de acordo com a necessidade da equipe, a oferta periódica de técnicas
e estratégias para melhoria do atendimento,
a elaboração e implementação de meios para
informar reclamações e necessidades da equiAno 12, suplemento 2, dezembro/2013
45
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
pe, realizar encontros para destacar os pontos
positivos da equipe e ouvir ideias e sugestões,
comunicar por escrito as respectivas gestões a
insatisfação da equipe com relação à limpeza
precária no setor e instalação física precária para
a equipe. Espera-se que o estudo possa contribuir com propostas para melhoria das condições
de trabalho da equipe de enfermagem, criando
estratégias de enfrentamento pessoal para os
problemas diagnosticados com base no trabalho
em equipe e no compartilhamento das vivências
de situações encontradas.
57
Sistematização da assistência de enfermagem
a um cliente com distúrbio imunológico
Raquel de Moraes Alves; Vanessa Cristina de
Vasconcelos Grossi; Anne Caroline Alessandra
dos Santos de Almeida; Sônia Regina de Souza;
Ana Cristina Silva Pinto
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
Introdução
Este estudo fez parte das estratégias de ensino-aprendizagem da disciplina Assistência de
Enfermagem a Saúde do Adulto e do Idoso,
oferecida pelo Departamento de Enfermagem
Médico-Cirúrgica, da Escola de Enfermagem
Alfredo Pinto, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, no quinto período do
curso de graduação de Enfermagem durante a
etapa de atividades práticas no plantão interno
de um hospital público federal, localizado no
município do Rio de Janeiro.
Objetivo
Teve como objetivos implementar as etapas do
processo de enfermagem, ou seja, a Sistematização da Assistência em Enfermagem (SAE) a
um paciente portador de problema imunológico baseada no Processo de Enfermagem e na
taxonomia NANDA, NIC e NOC e contribuir
para o ganho de experiência e consequente
aprendizado da Sistematização da Assistência de
Enfermagem para um paciente com problema
imunológico.
46
revista.hupe.uerj.br
Método
Trata-se de um relato de experiência com abordagem qualitativa, realizada nos meses de março
a abril de 2012. O estudo foi realizado utilizando
a técnica de revisão de prontuário, consulta à
documentação interna e observação. A escolha
do cliente para a realização do estudo baseou-se na complexidade e na demanda assistencial
apresentadas pelo cliente, e principalmente pela
motivação de implementar uma assistência de
enfermagem segura e de qualidade.
Conclusão
A partir das informações obtidas neste processo,
foi possível identificar quatro principais diagnósticos de enfermagem – o risco de infecção
relacionado à imunodeficiência; baixa autoestima situacional, relacionada à doença; nutrição
desequilibrada menor do que as necessidades
corporais, relacionada à ingestão oral diminuída
e diarreia relacionada aos patógenos entéricos
ou à infecção por HIV – bem como elucidar
os resultados esperados e as intervenções de
enfermagem para cada diagnóstico pontuado.
Sendo assim, a partir da Sistematização da Assistência realizada, tornou-se possível aprofundar
o conhecimento de como deve ser aplicada cada
etapa do processo de enfermagem para que se
possa por em prática a correta Sistematização
da Assistência de Enfermagem, através da identificação dos problemas apresentados, listando
seus possíveis diagnósticos de enfermagem e a
partir daí, elaborar metas a serem alcançadas,
bem como preparar as intervenções necessárias
para suprir as demandas então apresentadas.
Desse modo, espera-se que esse estudo possa
vir a contribuir para o esclarecimento acerca do
cuidado a clientes com esse tipo de comprometimento imunológico.
58
Taxa de absenteísmo dos profissionais de
enfermagem em um hospital universitário
Raquel de Moraes Alves; Vanessa Cristina de Vasconcelos Grossi; Raíza Almeida Pereira; Stephanie
Correia dos Santos; Fernando Rocha Porto; Pedro
Ruiz Barbosa Nassar
Enfermagem
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
Introdução
O presente estudo constitui um relato de experiência desenvolvido por acadêmicas de enfermagem do sexto período da Escola de Enfermagem
Alfredo Pinto – EEAP da Universidade Federal
do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, durante
as atividades práticas em Gerência na Atenção à
Saúde da Mulher e da Criança em um hospital
universitário localizado no estado do Rio de
Janeiro.
Objetivo
A pesquisa aborda a taxa de absenteísmo entre
os profissionais de enfermagem, tendo como
objetivo principal identificar e analisar a taxa
de absenteísmo da equipe de enfermagem da
enfermaria de ginecologia de um hospital universitário do Rio de Janeiro.
Método
Trata-se de uma pesquisa com abordagem
quantitativa, realizada através de um estudo
exploratório e descritivo, analisando a incidência de absenteísmo dos profissionais de
enfermagem desta enfermaria. Os dados foram
coletados através da escala mensal da equipe de
enfermagem, disponibilizada pela supervisão
de enfermagem do hospital em questão. Foram
consideradas apenas as escalas das equipes de
enfermagem que atuam na enfermaria de ginecologia e o tratamento dos dados foi realizado
através da fórmula de Chiavenato.
Conclusão
A partir dos dados adquiridos com o trabalho,
pode-se observar que o absenteísmo é um fator
presente na classe, em todas as suas categorias,
umas em maior quantidade, outras em menor
quantidade e até mesmo inexistente. Toma-se
então como relevância do estudo a busca da
compreensão de que o absenteísmo é um fator
que se encontra presente e em evidência dentro
de uma equipe de enfermagem, implicando
diretamente na saúde desses profissionais, na
carga horária de trabalho dos integrantes da
equipe, no acúmulo de funções, na redução da
qualidade da assistência prestada ao cliente,
acarretando, assim, maior custo para unidade.
Espera-se que o estudo possa contribuir para
uma reflexão do panorama que é encontrado
dentro dos hospitais, especificamente na classe
da enfermagem. Embora tenha sido realizada
em um ambiente micro em relação à totalidade
de um hospital universitário, é possível visualizar que esses índices teriam proporções maiores
e de piores consequências se a pesquisa contemplasse sua totalidade. Nesse contexto, almeja-se
que, através disso, possa despertar a atenção das
gerências para que busquem entender os fatores
causais desses índices, buscando promover ações
que levem sua redução e exclusão desse fator.
59
Assistência de enfermagem ao cliente com
insuficiência cardíaca congestiva: um estudo
de caso
Renan Santos Lima; Lorena Paiva dos Reys
Faculdade de Enfermagem/UERJ
Introdução
Este estudo de caso foi realizado com a finalidade de identificar os problemas de enfermagem
decorrentes do quadro clínico de insuficiência
cardíaca congestiva (ICC) associada à fibrilação
atrial (FA), insuficiência renal crônica (IRC) e
hepatite C, de um paciente internado em um
hospital universitário.
Objetivo
O presente estudo tem por objetivos identificar
quais são os problemas de enfermagem envolvidos nos processos patológicos referentes a
este paciente e propor um plano assistencial,
baseado no processo de enfermagem proposto
por Wanda Horta (1979).
Método
Trata-se de um estudo descritivo, pautado na
abordagem qualitativa e baseado na Teoria das
Necessidades Humanas Básicas e no processo
de enfermagem propostos por Wanda Horta
(1979), sendo estes considerados como fundamentais referenciais teóricos para o embasamento científico da Sistematização da Assistência de
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
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Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
Enfermagem. O sujeito do estudo é um cliente
internado com diagnóstico médico principal
de insuficiência cardíaca congestiva (ICC) em
acompanhamento na enfermaria 16 da clínica
médica de um hospital universitário, localizado
na cidade do Rio de Janeiro. Os dados foram
coletados no período de 1 a 7 de outubro de 2010
através de entrevistas semiestruturadas, exame
físico e consulta ao prontuário.
Conclusão
A partir da coleta de dados, foram identificadas as seguintes necessidades humanas básicas
afetadas: sono, nutrição, eliminações e hidratação, percepção sensorial dolorosa, segurança
emocional, religião e recreação, oxigenação,
mecânica corporal e repouso. Diante disso, foi
elaborado um plano de ação com os seguintes
objetivos: 1) estimular o autocuidado; 2) atender
as necessidades fisiológicas, sociais e religiosas
afetadas que foram identificadas no diagnóstico
de enfermagem; 3) proporcionar conforto para
que o paciente tenha uma boa adaptação ao
contexto em que vive; 4) conservar ao máximo
a energia e a integridade estrutural, pessoal e
social. A característica clínica da insuficiência
cardíaca congestiva associada a outras patologias faz desta uma doença limitante, que reduz
substancialmente a qualidade de vida dos pacientes que a apresentam. Observando a relação
entre os diagnósticos de enfermagem, concluímos que o plano de assistência ao cuidado deve
ser elaborado não apenas levando em conta
cada diagnóstico isolado, mas na intervenção
do cuidado de enfermagem com medidas que
possam bloquear a evolução deste ciclo que
quando não tratado pode ser (em longo prazo)
mortal ao paciente.
60
Psicossomática e o diabetes: um estudo de caso
em saúde mental
Renan Santos Lima; Lorena Paiva dos Reys
Faculdade de Enfermagem/UERJ
Introdução
Segundo o Ministério da Saúde (2006), o
48
revista.hupe.uerj.br
diabetes mellitus é uma doença metabólica
caracterizada por hiperglicemia e associada a
complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos. Segundo Ballone (2011), na doença
psicossomática de fato existe alteração orgânica
confirmada por exames clínicos, porém tais
alterações foram desencadeadas, determinadas
ou agravadas por razões emocionais.
Objetivo
O objetivo deste estudo é identificar alterações
emocionais vivenciadas por um paciente diabético.
Método
Este estudo se caracteriza como um relato de experiência acerca de um estudo de caso, realizado
em maio de 2011. Para a coleta de dados desse
estudo, foi realizado uma entrevista semiestruturada com um paciente diabético e com um
enfermeiro. Em respeito à Resolução 196/96,
foram apresentados aos sujeitos envolvidos no
estudo os objetivos do estudo, esclarecendo
dúvidas, sendo assinado por eles o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
Os dados foram analisados a partir da técnica
de análise de conteúdo temática categorial
proposta por Bardin (2004), sistematizada por
Oliveira (2008).
Conclusão
Diante dos dados coletados podemos evidenciar
que a convivência com o diabetes é relatada
pelo paciente como uma experiência ruim, vide
elementos em seu discurso que demonstram sua
insatisfação com algumas modificações em sua
rotina diária, provocadas pela doença, como:
oscilação do bem estar e restrição alimentar.
Em suma, o diabetes é visto como um problema
grave pelo paciente, por restringir sua autonomia, diminuir sua liberdade e causar cansaço. Na
visão do profissional de saúde entrevistado, os
diabéticos possuem dificuldades no tratamento da doença por ela exigir uma mudança no
estilo de vida. Apontou que a dificuldade com
o tratamento medicamentoso não é percebida
pelos pacientes diabéticos, e ainda os caracterizou como indivíduos que sentem carência e
Enfermagem
tristeza, que são teimosos, mas que também são
muito cuidadosos com eles mesmos em alguns
casos. Foram sinalizados alguns fatores psicossociais que podem desencadear e influenciar
no processo terapêutico, tais como: labilidade
emocional, a interação social, a segurança familiar e a autoestima. O profissional de saúde
demonstrou conhecer o conceito de doença
psicossomática, porém, sentiu a necessidade de
encaminhamento a um profissional que presta
uma assistência especializada em saúde mental.
Isso pode sugerir uma insegurança por parte dos
enfermeiros em atuar oferecendo atenção em
saúde mental, durante suas consultas.
programas que ofereçam capacitação, abordando temáticas frequentes do cotidiano. Dada a
insuficiente atenção à demanda cardiológica
em internação psiquiátrica, urge discutir o tema
através da educação continuada, no intuito de
capacitar enfermeiros a investigar existentes ou
prováveis cardiopatias.
61
Interface cardiologia, psiquiatria, educação
continuada: importância do treinamento em
cardiologia em psiquiatria
Método
A abordagem quantitativa foi eleita, pois trata de
probabilidades e estatísticas. Analisamos artigos
entre 2002 e 2012, publicados em periódicos,
adotando-se como descritores: educação continuada, psiquiatria, cardiologia e enfermagem.
Rosa G. dos S. Ferreira; Emiliane C. Ferreira;
Jorge L. do Nascimento; Neide A. Rufino; José C.
L. de Campos; Maria M. V. N. Cardoso
Instituto de Psiquiatria/UFRJ
Introdução
A internação psiquiátrica deve contemplar
atenção multifacetada, pois agravos clínicos
acompanham os sujeitos. A atenção clínica é
relevante, pois os pacientes podem cursar ou
portar desordens orgânicas, dentre as quais
as cardiológicas são comuns. As internações
psiquiátricas no DATASUS não especificam comorbidades físicas. Pelo número de internações
psiquiátricas, inferimos que há risco para esta
clientela de apresentar cardiopatias. A urgência
do diagnóstico principal condiciona anamnese
psiquiátrica tímida em relação ao agravo cardiológico e passa despercebida na crise mental,
confundindo-se com a sintomatologia do transtorno vigente. Pacientes em crise apresentam-se sedados, agitados e não oferecem meios
de informar sobre sua saúde. Podem não ser
“ouvidos”, pois o estigma de “louco” invalida os
sinais. O código de ética de enfermagem define
que é encargo do enfermeiro aprimorar técnica
e ciência. As instituições buscam implantar
Objetivo
Descrever a produção científica na BVS a
respeito da interface cardiologia, psiquiatria,
educação continuada no espaço psiquiátrico e
analisar os dados à luz do rigor metodológico,
na intenção proposta.
Conclusão
Não há produção sobre o tema, daí a necessidade
de fazê-lo. Cabe considerar que não há evidências de que pacientes sob internação psiquiátrica
se beneficiem de programas do Ministério da
Saúde, como saúde da mulher, hipertensão, e
isto pode ocorrer por ineficácia de capacitação
médica e de enfermagem, no reconhecimento
multidisciplinar para diagnóstico e tratamento
da cardiopatia. A educação continuada pode
ser facilitadora para que esta interface atue de
modo eficaz, refletindo em processos ativos de
anamnese, diagnóstico e tratamento da crise
psiquiátrica e cardiopatias.
62
Insuficiência renal aguda como complicação
do choque cardiogênico: um estudo de enfermagem
Rosa G. dos S. Ferreira; Jorge Luiz do Nascimento;
Luzimar Aparecida Borba Paim
Hospital Municipal Miguel Couto
Introdução
Este estudo de caso emerge da vivência de enfermeiros cardiointensivistas, onde o choque
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
49
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
cardiogênico e suas complicações são frequentes. Caracteriza-se por queda de débito cardíaco, aumento da PVC e da PAP, configurando
estado de hipoperfusão tissular que traz erros
inerentes à oxigenação, perfusão e equilíbrio
ácido-base (SOARES et al., 2003), incitando a
falência múltipla, a iniciar-se por insuficiência
renal aguda. O choque pode ocorrer por infarto
do miocárdio, arritmias, miocardites, hipóxia,
depressão dos centros nervosos, acidose, distúrbio eletrolítico, intoxicação ou envenenamento.
A IRA, complicação advinda do choque, é a
supressão abrupta da função renal (GOMES,
2001), caracterizada por oligúria (volume urinário menor que 20 ml/h) ou anúria e mesmo
sob terapia de depuração, há índice elevado de
morte em UTI, girando em torno de 60%.
Objetivo
Cabe a discussão da ocorrência da insuficiência
renal aguda em cardiointensivismo, com objetivo principal de alertar para as observações
que enfermeiros necessitam ampliar no intuito
de abordagem preventiva à instalação desta
complicação.
Método
O estudo de caso é um método especialmente
adequado quando buscamos compreender e
explorar contextos complexos, nos quais estão
simultaneamente envolvidos diversos fatores
(YIN, 1994).
Conclusão
Monitorização eletrocardiográfica, da PVC e
PAM, da diurese (balanço hídrico), gasometria,
eletrólitos, lactato e proteínas, correção de distúrbio ácido-básico, vigilância, administração
de O2, avaliação de sinais de EAP, observação
de resposta à contrapulsação por meio de balão
intra-aórtico, para apurar o funcionamento do
coração e dos vasos sanguíneos, controle da
dor, administração e observação da infusão
de medicamentos vasoativos, são intervenções
multidisciplinares que direcionam a sistematização do cuidado de enfermagem e profilaxia da
insuficiência renal aguda no choque cardiogênico. A pesquisa procurou conhecer a etiologia,
50
revista.hupe.uerj.br
descrever as formas de tratamento, mostrando
o papel da enfermagem na assistência ao indivíduo crítico, reforçando a necessidade de capacitação por educação continuada, garantindo
assim, a qualificação assistencial de enfermagem
nesta especificidade.
63
Arritmias cardíacas em neurointensivismo:
o conhecimento e produção de enfermagem
Rosa Gomes dos Santos Ferreira; Jorge Luiz do
Nascimento
Hospital Municipal Miguel Couto
Introdução
Este estudo emerge da vivência de enfermeiros
acerca da ocorrência da hipovolemia, caracterizada pela diminuição abrupta do volume
sanguíneo circulante, como complicação decorrente de sangramentos intracranianos, agravo
comum no ambiente da terapia intensiva, por
conta de traumatismos cranioencefálicos. Cabe
ao enfermeiro intensivista atentar para as complicações advindas do trauma, que perpassam
por quadros de insuficiência renal aguda dialítica, choque e esforço de trabalho cardíaco em
buscar perfundir órgãos nobres, culminando
em arritmias cardíacas.
Objetivo
Discutir a ocorrência e manejo das arritmias
cardíacas em neurointensivismo, dada a frequência com que ocorrem neste ambiente e
necessidade de manejo clínico, pelo enfermeiro
em sua avaliação contínua.
Método
A abordagem quantitativa foi a eleita para o
estudo, pois trata de probabilidades, associações estatisticamente significantes (CODATO;
NAKATA, 2006, p.35), sob a perspectiva da
ocorrência dos agravos cardiológicos em terapia intensiva e o conhecimento do enfermeiro
sobre a temática. Procedemos a uma pesquisa
bibliográfica que analisou artigos científicos de
enfermagem, entre 2002 e 2012, publicados em
periódicos indexados na SciELO, IBECS, MEDLINE e LILACS, adotando como descritores:
Enfermagem
enfermagem, hipovolemia e arritmias cardíacas.
dos acadêmicos de enfermagem.
Conclusão
No cruzamento dos descritores, utilizando-se
o operador booleano AND, encontramos uma
produção na fonte MEDLINE que aborda o
assunto, não da forma que elencamos e sim, no
que tange aos efeitos do bypass cardiopulmonar em crianças, destacando-se as arritmias. É
de suma importância discutir cientificamente
a abordagem e sistematização do enfermeiro
intensivista, no intuito de prevenir e reconhecer arritmias cardíacas dentro do ambiente do
neurointensivismo, uma vez que muitas delas,
caso não detectadas e tratadas, podem ser letais.
Método
Trata-se de um estudo exploratório, descritivo
com abordagem quanti-qualitativa. O cenário
de estudo foi uma faculdade de enfermagem
privada no município do Rio de Janeiro e a
amostra composta por 10 acadêmicos de enfermagem do último período. Foi realizado um
curso abordando as características do traçado
eletrocardiográfico e aplicado um instrumento
de coleta de dados a fim de verificar a opinião
dos acadêmicos sobre o tema antes e após o curso. Os dados foram organizados em um banco
de dados construído no software Epi-Info 3.5 e
apresentados em forma de tabelas.
64
Dificuldades de aprendizado do eletrocardiograma: uma investigação com acadêmicos de
enfermagem
Silvio Cesar da Conceição; Roberto Carlos Lyra
da Silva
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
Introdução
A unidade de terapia intensiva (UTI) é responsável por fornecer assistência a pacientes graves.
Sua implantação no Brasil data da década de
1970 e representa um marco na história da
assistência hospitalar já que, antes dela, as próprias enfermarias eram utilizadas para manter
estes pacientes. A equipe de enfermagem possui
destaque importante dentro da equipe multidisciplinar em terapia intensiva, ocupando posições
desde a administração do setor até às atividades
assistenciais aos pacientes, e o traçado do ECG
pode fornecer informações que auxiliem na
tomada de decisão sobre as intervenções.
Objetivo
Foram definidos os seguintes objetivos: verificar
a opinião dos acadêmicos de enfermagem em
relação à utilização do ECG em uma UTI; avaliar
o desempenho dos acadêmicos de enfermagem
perante o confronto com questões básicas sobre
o ECG; descrever a influência da abordagem
teórico-prática na opinião e no desempenho
Conclusão
A maioria dos acadêmicos de enfermagem
teve contato com o conteúdo sobre o ECG na
graduação e todos relataram ter dificuldades
para entender o assunto. Apenas metade dos
acadêmicos realizaram curso extracurricular
sobre o tema apesar de todos relatarem acreditar na importância do conhecimento sobre
o assunto. Grande parte dos acadêmicos foram
capazes de responder corretamente às questões
sobre características simples do traçado do ECG,
embora apresentassem dificuldades prévias para
citar distúrbios fisiológicos que pudessem ser
identificados através do traçado. Os resultados
permitiram comparar a opinião dos acadêmicos de enfermagem sobre o tema ECG antes e
após a realização de um curso, evidenciando as
principais dificuldades de aprendizado. Torna-se
importante a determinação de estratégias para
o ensino do assunto, visando uma assistência
mais qualificada, principalmente aos clientes
internados nas UTI.
65
Diagnósticos de enfermagem nos pacientes
em tratamento hemodialítico: uma revisão
integrativa
Elizabeth Fernandes Pessanha da Silva; Silvio
Cesar da Conceição; Hercília Regina do Amaral
Montenegro; Gicélia Lombardo Pereira
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
51
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
Hospital Federal Cardoso Fontes/Universidade
Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
Introdução
A injúria renal crônica é definida como uma
síndrome clínica caracterizada pela perda
irreversível e progressiva das funções renais,
resultando em acúmulo de toxinas, produtos do
metabolismo, e alteração do volume sanguíneo.
A hemodiálise apresenta-se como uma das opções de tratamento substitutivo à função renal,
removendo os produtos tóxicos e restabelecendo
o volume e a composição fisiológica dos líquidos
corporais. Os diagnósticos de enfermagem (DE)
fornecem meios para uma assistência direcionada, qualificada e holística do paciente em
tratamento hemodialítico, frente às mudanças
decorrentes da doença, o que é fundamental
para adesão e êxito em seu tratamento.
Objetivo
Este estudo objetivou identificar os diagnósticos
de enfermagem mais prevalentes nos pacientes
em tratamento hemodialítico, buscando integrar
as evidências encontradas na prática clínica.
Método
Trata-se de uma revisão integrativa realizada por
meio de busca sistemática de textos na Biblioteca
Virtual de Saúde, em setembro de 2012. Os critérios de inclusão foram: artigos publicados entre
2000 e 2012, apresentar os descritores: diagnósticos, enfermagem, hemodiálise, diálise renal
ou insuficiência renal crônica e estar dentro
do contexto do estudo. A busca forneceu cinco
artigos, a partir dos quais realizou-se análise das
metodologias e das principais conclusões dos
estudos, além da organização dos diagnósticos
de enfermagem segundo os padrões de saúde
funcional de Gordon.
Conclusão
Os artigos incluídos foram publicados entre
2007 e 2012 e as amostras variaram entre 20 e 98,
com média de 39,6 pacientes. Em três artigos a
teoria de enfermagem não foi esclarecida e dois
deles basearam-se na teoria de Imógene King.
Para a definição dos DE, quatro artigos utilizaram a taxonomia II da NANDA e apenas um
52
revista.hupe.uerj.br
utilizou a taxonomia I da NANDA. Os números
médios DE, FR e CR identificados nos trabalhos
foram de 12,4, 10,6 e 24,6, respectivamente.
Verificou-se que o número de artigos sobre o
tema é pequeno, sendo necessária maior clareza
da metodologia, inclusive sobre a teoria de enfermagem utilizada. Inferiu-se que a taxonomia
II da NANDA é a mais utilizada pelos autores.
Os diagnósticos de enfermagem identificados no
conjunto de artigos estudados foram agrupados
segundo o percentual de aparição nos trabalhos, permitindo a identificação daqueles mais
frequentes. Os resultados do presente trabalho
podem servir como motivação e base para o
desenvolvimento de futuras pesquisas.
66
Consulta de enfermagem na cardiologia
ambulatorial: relato de experiências em saúde
mental
Simone Costa da Matta Xavier; Celia Caldeira
Kestenberg; Janaína Mengal Gomes Fabri;
Alexandre Vicente Silva; Raquel Mota Vieitas
Programa de Residência em Psiquiatria e Saúde
Mental HUPE/UERJ
Introdução
A consulta de enfermagem é um espaço, onde
são utilizados os conhecimentos técnicos e
científicos a fim de contribuir para promoção,
prevenção, proteção da saúde, recuperação e
reabilitação do indivíduo, família e comunidade,
funcionando, ainda, como espaço de estabelecimento de vínculo terapêutico. O paciente
cardíaco crônico apresenta comprometimento
de seu todo harmônico devido a alterações
fisiológicas e emocionais, com grande impacto.​
Objetivo
Relatar a experiência da consulta de enfermagem em saúde mental como um instrumento
de cuidado a pacientes em tratamento no ambulatório de cardiologia e promover a reflexão
a respeito da influência da psicossomática no
adoecimento humano.
Método
Enfermagem
Relato de experiência do acompanhamento da
consulta de enfermagem em saúde mental com
os pacientes no ambulatório de cardiologia vinculado a uma universidade pública estadual, realizada por um professor responsável, residentes
de enfermagem do programa de pós-graduação
em Psiquiatria e Saúde Mental e alunos do oitavo
período da graduação de Enfermagem desta
universidade, assegurando os pressupostos da
Resolução 196/96.
Conclusão
Caso: V.C., sexo feminino, 66 anos, hipertensão arterial e diabetes tipo 2, encaminhada
para o serviço pela nutrição com relato de
dificuldades em aderir à dieta e ao tratamento
medicamentoso devido a problemas de relacionamento com a filha. Nas primeiras consultas
apresentou comportamento ansioso, choro
frequente, autoestima prejudicada, padrão de
sono e repouso alterado sem expectativas de
mudanças e não participava de atividades de
lazer. Nas consultas abordaram-se os seguintes
temas: a importância da realização de atividades prazerosas; a expressão de sentimentos
e pensamentos livremente em um caderno,
utilizado como um mecanismo de expressão de
emoções; reflexão sobre o relacionamento com
a filha; a realização de exercícios respiratórios
como forma de aliviar a ansiedade. A partir das
intervenções passou a realizar atividades físicas
frequentemente, participa de grupos de lazer da
terceira idade e retornou para a atividade que
era primordial para sua felicidade e apresentou
níveis de pressão arterial e glicose normais. É
imprescindível que o enfermeiro esteja atento
ao mecanismo da somatização como um meio
de comunicação, um pedido de ajuda, podendo ser um importante agente transformador,
potencializando o agente transformador que
cada ser carrega dentro de si. Para tal necessita
ter habilidades sociais empáticas para “ler nas
entrelinhas”, ou seja, que valorizem o contexto
da vida de cada paciente.
67
Consulta de enfermagem em saúde mental:
um instrumento de cuidado
Janaína Mengal Gomes Fabri; Celia Caldeira
Kestenberg; Alexandre Vicente Silva; Simone
Costa da Matta Xavier; Raquel Mota Vieitas
Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE)
Introdução
A consulta de enfermagem é um espaço privativo do enfermeiro, onde são utilizados os
conhecimentos técnicos e científicos a fim de
contribuir para promoção, prevenção, proteção
da saúde, recuperação e reabilitação do indivíduo, família e comunidade funcionando, ainda,
como um espaço de estabelecimento de vínculo
terapêutico, suporte psicossocial e de melhoria
da qualidade de vida das pessoas. O paciente
cardíaco apresenta comprometimento de seu
todo harmônico devido a alterações fisiológicas
e emocionais e precisará aprender a administrar
e aderir ao seu tratamento para que este seja
efetivo. Nessas circunstâncias, a manifestação
cardíaca constitui muitas vezes a parte visível
de um complexo processo subjetivo.
Objetivo
Relatar a experiência da consulta de enfermagem em saúde mental como um instrumento
de cuidado a pacientes em tratamento no ambulatório de cardiologia, bem como promover
a reflexão a respeito da influência da psicossomática no adoecimento humano.
Método
Estudo descritivo e exploratório, baseado em
um relato de experiência do acompanhamento
da consulta de enfermagem em saúde mental
com os pacientes no ambulatório de cardiologia
vinculado a uma universidade pública estadual.
Os pacientes são encaminhados por outros profissionais lotados na unidade de saúde mediante
a percepção do profissional acerca da presença
de algum conflito emocional que dificulte a
adesão ou a resposta esperada ao tratamento
medicamentoso. A consulta é realizada por
um professor responsável, residentes de enfermagem do programa de pós-graduação em
Psiquiatria e Saúde Mental e alunos do oitavo
período da graduação de Enfermagem desta
universidade, numa perspectiva psicossomáAno 12, suplemento 2, dezembro/2013
53
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
tica do adoecimento humano. O período de
atendimento utilizado compreende de janeiro
de 2012 a junho de 2013. Ressalta-se que a
pesquisa seguiu os preceitos éticos previstos na
Resolução 196/96.
Conclusão
Os pacientes admitidos nos atendimentos apresentam necessidade urgente de serem ouvidos,
expor sentimentos e emoções guardados de
forma tão secreta que o corpo assume a posição da fala para pedir ajuda. Diversos foram os
casos atendidos nas consultas de enfermagem,
apresentaremos aqui três destes casos para
ilustrar as interações entre as doenças coronarianas e a psicossomática. É imprescindível que
o enfermeiro esteja atento ao mecanismo da
somatização como um meio de comunicação,
um pedido de ajuda, o enfermeiro precisa ter um
olhar ampliado, o seu trabalho em conjunto com
outros profissionais de saúde é produzir vida.
68
Bexiga neurogênica: proposta de modelo
assistencial para o ambulatório de pediatria
Simone Muniz de Souza; Priscila Renata Oliveira
Vasconcelos; Márcia Pereira Fernandes Gomes
Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE)
– UERJ
Introdução
Bexiga neurogênica é a denominação que se dá
a uma disfunção vesical consequente a um comprometimento do sistema nervoso, sendo normalmente congênita. A causa mais comum é a
mielomeningocele e as principais consequências
são: incontinência urinária, infecções do trato
urinário, hidronefrose e deterioração da função
renal. O tratamento consiste em preservar a função renal e alcançar a continência urinária nas
crianças maiores. A maioria das crianças com
bexiga neurogênica necessita do cateterismo intermitente limpo como parte de seu tratamento.
O cuidado correto é imperativo para minimizar
as sequelas, principalmente a lesão renal, além
de fornecer estratégias para uma qualidade de
vida melhor. Cabe ao enfermeiro prestar cuida-
54
revista.hupe.uerj.br
do, ensinando a técnica do cateterismo vesical
para a mãe e para a criança em idade escolar,
que apresente condições cognitivo-motoras para
isso. O enfermeiro precisa conhecer bem essas
crianças, famílias, todos os métodos possíveis
para o aprendizado e a estrutura organizacional
que está inserido para ser eficaz no processo de
educação em saúde.
Objetivo
Conhecer a melhor abordagem a essas crianças
e famílias e propor estratégias para implementar
o ensino do cateterismo intermitente limpo no
Ambulatório de Bexiga Neurogênica em Pediatria do HUPE, colaborando para adesão ao
tratamento e proporcionando a essas crianças e
suas famílias o prazer e felicidade no processo
de viver saudável.
Método
Estudo descritivo-exploratório de abordagem
qualitativa, realizado através de pesquisa bibliográfica.
Conclusão
Depois deste estudo propomos: a utilização
de álbum seriado mostrando como funciona
o sistema urinário, o que ocorre na bexiga
neurogênica e a técnica do cateterismo; utilização de videoteipe mostrando passo-a-passo
do procedimento; a distribuição de manual de
orientação para o cuidador e para a criança,
elaborado diferentemente de acordo com o sexo
e a idade da criança; um livro de historinha em
quadrinhos para os de menor idade; demonstração da técnica com bonecos anatômicos e
reunião multiprofissional com os pais e crianças
mensalmente. Além disto, propomos busca
ativa para captação dos faltosos, o que aliado a
uma assistência humanizada, contribuirá para
melhor qualidade de vida para essas crianças e
suas famílias.
69
Intercorrências durante a higiene corporal no
paciente crítico em ventilação mecânica
Ana Beatriz Santos Simeão; Sonia Regina de
Oliveira e Silva de Souza; Sandra Regina Ferreira
Enfermagem
Chaves; Maria Virginia Godoy da Silva
Faculdade de Enfermagem e HUPE/UERJ
Introdução
Visando como principal fator terapêutico e de
cuidado em uma unidade intensiva a necessidade de realização de cuidados essenciais para
que o indivíduo tenha uma atenção humanizada
e voltada para a qualidade de vida, dentre os
diversos suportes tecnológicos avançados existentes na atualidade e as variadas necessidades
individuais deste sujeito, o estudo destaca a tecnologia relacionada à ventilação mecânica, suas
características e seus parâmetros primordiais e a
associação dos mesmos à realização da higiene
corporal de pacientes em ventilação mecânica,
buscando observar as intercorrências durante
o procedimento.
Objetivo
A análise dos dados foi através de percentuais observados entre as variáveis. O objetivo
proposto foi de verificar as intercorrências na
mobilização no leito durante a higiene corporal dos pacientes em ventilação mecânica. Na
trajetória do estudo, diversas intercorrências
emergiram no momento da higiene corporal,
principalmente os relacionados às alterações
hemodinâmicas e ventilatórias decorrentes do
excesso de tempo sobre um mesmo decúbito:
decúbito dorsal (DD) em média 1 hora; DLD em
média 10 minutos; DLE em média 20 minutos.
Além destas, houve a evidência de dor demonstrada ou relatada pelo paciente, o desconforto
respiratório demonstrado pela agitação e queda
de saturação de oxigênio, muitas vezes com a
necessidade de aspiração endotraqueal. Importante ressaltar que em 45% dos banhos houve
interrupção para efetuar aspiração traqueal.
Encontraram-se, ainda, alterações de infusão
dos medicamentos considerados potencialmente perigosos utilizados em hospitais, infusões de
aminas, sedativos e analgésicos, hipoglicemia,
hipotensão e hipertensão. Com vistas a tecer
uma análise mais crítica acerca desse procedimento diário na prática da enfermagem intensivista, cabe pontuar que a equipe de enfermagem,
muitas vezes, não conta com um profissional
apenas para realizar um único banho no leito,
fato comum é um mesmo profissional realizar
mais de uma higiene corporal.
Método
Trata-se de um estudo observacional, descritivo,
com abordagem quantitativa. Foram acompanhados 20 banhos no leito, dos quais 30% (n =
6) foram de pacientes de observação única e 70%
(n = 14) em pacientes observados entre três a
cinco banhos. Merece destaque o fato do tempo levado na higiene corporal de um paciente
grave que variou de 60 minutos até 2 horas e 25
minutos tendo um tempo médio por banho de
1 hora e 30 minutos.
Conclusão
As alterações com ventilação mecânica e hemodinâmicas que ocorreram durante e logo após o
término do banho no leito foram significativas, e
a maioria trouxe consequências para o paciente,
tendo havido a necessidade de intervenção. Faz-se mister inferir que é crucial para o cuidado
livre de risco a presença do enfermeiro neste
procedimento considerado por muitos com menor padrão invasivo, mas não menos relevante,
fazendo deste o foco de nossa prática intensivista
unida à teoria e ao conhecimento do enfermeiro
na atuação imediata as complicações que podem
garantir qualidade e segurança ao paciente de
alta complexidade.
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
55
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
Fisioterapia
70
Comportamento da força muscular respiratória e periférica e de mulheres hipertensas
Joédson da Silva; Patrícia dos Santos Vargas de
Abreu; Mauricio de Sant Anna Junior; Adalgiza
Mafra Moreno; Marcello Teixeira Oliveira;
Vanessa do Carmo Correia
Centro Universitário Plínio Leite
Introdução
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma
entidade clínica de alta incidência e prevalência
na população. Por tratar-se de uma condição
crônica pode ocasionar limitações funcionais.
Objetivo
Objetivou-se comparar a força de preensão
manual (FPM) e pressão respiratória estática
(PImáx e PEmáx) de mulheres hipertensas, com
valores preditos.
Método
Estudo transversal com amostra composta
por 28 mulheres, faixa etária de 28 a 79 anos,
diagnóstico de HAS. A PImáx e PEmáx foram
verificadas através de manovacuômetria. O
esforço ventilatório foi mantido por período
de três segundos, sendo o paciente orientado a
gerar a pressão com a musculatura respiratória,
e o bucal apresentava orifício de 2 mm para
dissipar a força da musculatura da boca. Para
valores preditos utilizou-se a equação proposta
por Neder (1999). A FPM foi aferida utilizando-se dinamômetro com o paciente sentado com
o braço aduzido paralelo ao tronco, ombros e
posição neutra, cotovelo flexionado a 90º graus,
antebraço em posição fundamental, sendo solicitada uma contração voluntária máxima. Para
determinação dos valores preditos de FPM, foi
utilizada a equação de regressão de Novaes et
al. (2009). Foram aferidas três medidas, com
intervalo mínimo de 30 segundos entre elas para
FPM, PImáx e PEmáx. A análise estatística foi
realizada por meio de teste T de Student considerando-se significativo α < 0,05. O presente
56
revista.hupe.uerj.br
estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade Federal Fluminense
(CEP-CMM/HUAP 029/2011).
Conclusão
Realizada a análise dos dados, a média de
idade foi de 58,5 ± 12,5 anos; a FPM obtida
apresentou média de 25,4 ± 5,1 kgf para uma
média prevista de 30,0 ± 6,1 kgf (p = 0,0099),
a PImáx obtida apresentou média de 91,7 ± 6,1
cmH2O, para uma média prevista de 80,7 ± 18
cmH2O (p = 0,0414), ambos com significância
estatística. A média da PEmáx obtida foi de 71,8
± 26,6 cmH2O, para uma PEmáx predita 79,9
± 7,6 cmH2O (p = 0,6405), não apresentando
alterações significativas estatisticamente. Tanto
a PImáx (r = 0,4030/p = 0,0335) quanto a PEmáx
(r = 0,6239/p = 0,0004) apresentaram correlação
positiva com a FPM. As mulheres hipertensas
avaliadas apresentaram FPM menores que
os valores preditos, porém valores de PEmáx
compatíveis com o predito e PImáx acima.
As variáveis de FPM apresentaram correlação
positiva com PImáx e PEmáx.
71
Efeitos do treinamento na fase II da Reabilitação Cardíaca no HUPE-UERJ
Marize Teixeira; Herby Cribb; Denise Giannini;
Cristiane Ferreira Esch; Guilherme Sá de Oliveira;
Luísa Ribeiro de Meirelles
UDA de Cirurgia Cardíaca/HUPE
Introdução
A reabilitação cardíaca visa assegurar a melhora
das condições físicas, psicológicas e sociais dos
pacientes com doenças cardiovasculares. Através da mudança do estilo de vida, visa atenuar
os efeitos decorrentes de um evento cardíaco e
melhorar a qualidade de vida destes pacientes.
A fase II da Reabilitação Cardíaca caracteriza-se
por um programa interdisciplinar, supervisionado que se inicia imediatamente após a alta
hospitalar de um evento clínico ou cirúrgico,
sendo realizados exercícios físicos que visam
restaurar a capacidade funcional, social e laborativa, reduzir a morbimortalidade e controlar
os fatores de risco.
Fisioterapia
Objetivo
O objetivo do estudo foi analisar as variáveis
fisiológicas e antropométricas em um período
de 30 a 60 dias antes e após a fase II do programa
Reabilitação Cardíaca do HUPE.
Método
Foram analisados um total de 10 pacientes,
sendo oito do sexo masculino com uma média
de idade de 59 ± 12 anos. Todos eram coronariopatas, sendo que 70% tiveram infarto agudo
do miocárdio, 90% foram submetidos a cirurgia
de revascularização do miocárdio e 10% a angioplastia. Dentre os fatores de risco, 100% eram
hipertensos e 40% diabéticos. As atividades
constavam de exercícios aeróbios, realizados em
esteira ou bicicleta e de contra-resistência realizados com pesos livres, thera-band e aparelhos
duas vezes por semana. Antes e ao término do
treino aeróbio, foram aferidas a pressão arterial
e a frequência cardíaca. A progressão da intensidade dos exercícios aeróbios ocorria de forma
gradual respeitando a individualidade de cada
paciente. Os dados analisados foram: índice de
massa corporal (IMC), velocidade da esteira,
Escala de Borg inicial e final, pressão arterial e
frequência cardíaca de repouso e após o treino
aeróbio.
Conclusão
Dentre os resultados encontrados observamos
aumento significativo da velocidade da esteira
(2,16 ± 0,59 x 3,63 ± 0,58; p < 0,0001). Houve
redução da Escala de Borg, da pressão arterial
sistólica, pressão arterial diastólica do final do
treino aeróbio, frequência cardíaca de repouso
e da frequência cardíaca após o treino aeróbio
porém, ainda sem significância estatística. Por
ser um estudo inicial, é provável que o tamanho
da amostra e o tempo do estudo tenham contribuído para a não significância estatística em
alguns dos parâmetros analisados. Foi possível
perceber ao longo do tempo uma menor fadiga
para o mesmo nível de esforço.
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
57
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
Fonoaudiologia
72
Relato de caso: aversão alimentar em recém‑nascido pós-cirurgia de cardiopatia
congênita
Luciana de Paula Cantilha de Castro; Ana Paula
Córdova da Costa
Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE)
– UERJ
Introdução
A alimentação é função vital em qualquer idade
e em especial para o recém-nascido. A correta
alimentação do RN propicia o crescimento
físico, o desenvolvimento neuropsicomotor e
a aquisição da resistência imunológica. Alguns
autores referem que uma alimentação saudável,
prazerosa e eficiente depende de uma complexa
ação neuromuscular sincrônica, que envolva
os músculos da cavidade oral, faringe, laringe
e esôfago. Além disso, os comportamentos de
alimentação e deglutição na infância são modificados de acordo com as mudanças cognitivas e
as habilidades relacionadas com a motricidade e
a situação de alimentação da criança está ligada
à presença da mãe ou de outro cuidador. A
disfagia na infância está comumente associada
a dificuldades de alimentação, dificuldades
respiratórias e/ou ao desenvolvimento de comportamentos negativos durante as refeições.
O acúmulo de alimento na cavidade oral, o
ritmo lento de sucção, o refluxo nasal, a tosse
durante a alimentação, os engasgos, a cianose,
a náusea, a taquipneia, a apneia ou a respiração
ruidosa durante a alimentação, o histórico de
pneumonias de repetição e/ou congestão brônquica crônica, as bronquiolites e a bradicardia
são alguns dos sinais que levam a suspeitar de
disfagia. Estes sintomas podem ser atribuídos
ou correlacionados com bases anatômicas ou
neuromusculares e, ocasionalmente, com adaptações comportamentais à situação de alimentação e a fatores ambientais. A doença cardíaca
congênita é definida como uma malformação do
coração ou dos vasos sanguíneos que se desen-
58
revista.hupe.uerj.br
volvem durante o período fetal. A prevalência
é de 9/1.000 nascidos vivos, correspondendo
a 1.350.000 recém-nascidos vivos ao ano. A
maioria das crianças necessita de intervenção
cirúrgica, muitas vezes no início da infância.
O recém-nascido com doença congênita pode
exigir um tempo prolongado de internação, bem
além do período neonatal, período mais importante do desenvolvimento. Em longo prazo, isto
pode afetar o crescimento somático, bem como
o cognitivo e o socioemocional. Por causa do
comprometimento cardiopulmonar, podem
demorar mais tempo para se alimentar ou apresentar pouco apetite, e se recusarem a comer. No
entanto, a dificuldade de alimentação pode não
estar associada a disfagia orofaríngea. A aversão
alimentar se dá quando da interação negativa
entre a ingestão oral e o estresse físico, isto é,
quando apresentada a situações de alimentação,
a criança ativamente resiste e evita o consumo,
desenvolvendo comportamentos negativos, até
mesmo de náuseas, choro, agressividade, tosse
e vômito. Em alguns casos a aversão alimentar
é mantida porque as complicações clínicas persistem; em outras ocasiões, a recusa do alimento
e a rejeição do ato de se alimentar persistem,
embora as dificuldades clínicas ocasionadoras
diminuam. Crianças com cardiopatia congênita
possuem maiores chances de apresentar dificuldades de alimentação caracterizado por recusa,
comportamento perturbador, preferência e falta
de competência alimentar. Os neonatos com doença cardíaca grave que necessitam de cirurgia
cardíaca no primeiro mês de vida, têm um alto
risco de dificuldade de alimentação até os dois
anos de idade. A intervenção fonoaudiológica
é de suma importância para a introdução de
via oral de forma segura sem comprometer o
crescimento somático, bem como o cognitivo e
o socioemocional.
Objetivo
O objetivo deste estudo foi descrever a intervenção fonoaudiológica em um recém-nascido
pré-termo limítrofe, portador de cardiopatia
congênita (coarctação da aorta), após a intervenção cirúrgica cardíaca, que iniciou um quadro de
Fonoaudiologia
aversão alimentar com náuseas, choro e vômito
durante a alimentação.
Método
O presente estudo foi realizado no Hospital
Universitário Pedro Ernesto (HUPE-UERJ)
durante o período de internação de março a
setembro de 2012 em um recém-nascido pré­termo limítrofe do sexo feminino, com idade
gestacional corrigida de 36,3 semanas (data da
última menstruação), com peso de nascimento
3,615 kg, portador de cardiopatia congênita
(coarctação da aorta). O estudo foi realizado
através da coleta de dados do prontuário médico,
protocolo de avaliação funcional da deglutição e
consulta bibliográfica sobre o tema. Foram coletados os seguintes dados do prontuário: data de
nascimento, sexo, diagnóstico cardiológico, tipo
de cardiologia, diagnóstico associado, história
médica, data da correção cirúrgica e dados das
seguintes avaliações: avaliação miofuncional
orofacial, avaliação da sucção não nutritiva e
sucção nutritiva através de diversas técnicas.
Conclusão
O recém-nascido internou na UTI neonatal após
alguns dias em aleitamento materno exclusivo
no alojamento conjunto para investigação de
cardiopatia. A equipe de pediatria solicitou
avaliação fonoaudiológica após necessidade de
cirurgia de coarctação da aorta. Devido à indisponibilidade materna na unidade, não foi possível retorno ao aleitamento materno exclusivo.
Na avaliação miofuncional orofacial com o recém-nascido em repouso, foi observado estruturas anatômicas preservadas e reflexos orais
presentes. Na avaliação da sucção não nutritiva,
foi observado canolamento e chicoteamento de
língua restritos, pressão intraoral fraca, ritmo
irregular e incoordenação sucção-deglutição‑respiração, apresentando desempenho insatisfatório. Foi utilizada a técnica finger-feeding
com o objetivo de adequar o padrão oral e a
coordenação sucção, deglutição e respiração,
Através desta técnica, houve melhora do padrão
oral apresentado. Na avaliação funcional da
deglutição realizada através da dieta (líquido)
por copo, foi observado padrão oral de sorvidas
com ritmo irregular, inadequada coordenação
sucção-deglutição-respiração, desperdício e
taquidispneia. Devido ao desempenho insatisfatório, mãe indisponível na unidade e equipe
médica com intenção de viabilizar via oral, foi
realizada avaliação funcional da deglutição
através da mamadeira. Na avaliação da mamadeira com bico tradicional de silicone (marca
NUK), foi realizada a ausculta cervical através
de estetoscópio (marca Hewlett Packard Rappaport-Sprague), para uso pediátrico, com o objetivo de ajudar a avaliar a fase faríngea da deglutição, foram observados episódios de regurgitação em grande quantidade, com consequente irritabilidade, aversão ao toque peri e intraoral, desempenho assistemático, com progressiva
diminuição da aceitação. Foi necessária estimulação sensório-motora-oral devido aversão ao
toque peri e intraoral. A estimulação sensório-motora-oral foi realizada para garantir a normalização da sensibilidade intraoral, até mesmo
a ocorrência de reações exacerbadas: gag (vômito ou nauseoso), podendo alterar os padrões
motores necessários à captação, preparo e retropropulsão do bolo para a faringe de maneira
coordenada e sincronizada. Foi trabalhado com
o dedo enluvado em gengivas, língua, palato
mole e duro, vestíbulo lateral e frontal e região
interna das bochechas, realizado antes da terapia
direta da deglutição. Na avaliação funcional da
deglutição através da mamadeira com bico de
transição para o copo foi utilizado estetoscópio
(marca Hewlett Packard Rappaport-Sprague),
para uso pediátrico, com o objetivo de ajudar a
avaliar a fase faríngea da deglutição, foi observado vedamento labial ineficiente, movimento
póstero-anterior de língua alternando com padrão de sucção, acúmulo de leite em cavidade
oral, escape anterior, coordenação sucção-deglutição-respiração; tempo aumentado de alimentação, ausculta cervical negativa, ausência
de sinais sugestivos de penetração e/ou aspiração laríngea e desinteresse na alimentação. Na
avaliação funcional da deglutição realizada
através da dieta (semilíquida) através da colher
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
59
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
de silicone (marca NUK) e o uso de estetoscópio
(marca Hewlett Packard Rappaport-Sprague),
para uso pediátrico, com o objetivo de ajudar a
avaliar a fase faríngea da deglutição. De acordo
com os resultados da avaliação clínica e objetiva da deglutição, foi estabelecida a conduta fonoaudiológica através de terapia direta e indireta da deglutição, realizadas no período de
março a setembro de 2012. Foi realizada terapia
direta da deglutição com a consistência líquida
(leite) através da mamadeira com bico de transição para o copo, apresentando melhora progressiva na aceitação, com melhora nas fases
oral preparatória e oral propriamente dita. À
medida que se observou melhora na aceitação,
a proposta terapêutica foi introduzir novas
consistências, como o néctar (leite com Mucilon), e foi possível obter um menor tempo durante a alimentação. Na terapia direta da deglutição com a consistência semilíquida (papa de
frutas) e pastosa homogênea (purê), oferecido
através da colher de silicone pequena e rasa, foi
observado ausência de vedamento labial, deficit
na captação do bolo, escape anterior do alimento, deficit na ejeção do bolo, e ausculta cervical,
sem sinais sugestivos de penetração e/ou aspiração laríngea. Foi necessário utilizar manobra
facilitadora para indução da deglutição com
apoio submandibular, com o objetivo de auxiliar
no fechamento de mandíbula, evitar o escape
anterior e auxiliar no controle oral. Na avaliação
e durante as terapias, o comportamento do
lactente foi acompanhado com atenção, no que
se refere ao estado de alerta, atenção para deglutir e para o ato de se alimentar por via oral.
Foram utilizadas técnicas contextualizadas e em
associação com atividades musicais (canções
infantis) que narram as vivências da criança. Os
aspectos volume, consistência, temperatura e
utensílios foram enfatizados durante a terapia.
A frequência das sessões, inicialmente ocorreu
uma a duas vezes, diariamente, nos horários das
dietas, e o cuidador foi orientado e treinado para
realização destas. Após ser acompanhada durante o período de internação, a equipe de fonoaudiologia, sugeriu alta fonoaudiológica, por
60
revista.hupe.uerj.br
apresentar viabilidade por via oral plena nas
consistências líquida, semilíquida e pastosa
homogênea, sem riscos de penetração e/ou aspiração laríngea estando a lactente com sete
meses de idade corrigida. Discussão: a forma
mais segura, eficaz e completa de alcançar crescimento e desenvolvimento adequados até o
sexto mês de vida pós-natal é garantir o aleitamento materno (AM) exclusivo desde a primeira hora de vida extrauterina, sendo essa prática
alimentar o padrão-ouro para lactentes nessa
faixa etária. Foi necessária a utilização da técnica finger-feeding, devido ao padrão oral apresentado com desempenho insatisfatório e incoordenação da sucção-deglutição-respiração.
Também originalmente utilizada em RN prematuros e/ou neurologicamente comprometidos, a técnica finger-feeding atualmente é referida no auxílio de bebês com dificuldades de
sucção, para um funcionamento oral mais efetivo. Essa técnica consiste na introdução do dedo
enluvado na boca do bebê, no qual é acoplada
uma sonda por onde flui o leite durante o treino
da sucção. A outra extremidade da sonda é colocada em um recipiente/seringa com leite
materno ordenhado, leite de banco de leite ou
fórmula láctea, de maneira que o bebê receba
esse leite ao sugar o dedo enluvado. A sucção
no seio materno associa-se ao fato do hospital
fazer parte da Iniciativa Amigo da Criança, que
estabelece os “Dez passos para o sucesso do
aleitamento materno”. Dentre esses passos, há a
indicação de que não seja oferecido ao RN: bicos
artificiais, chupetas e mamadeira, para que não
ocorra “confusão de bicos” em relação ao do seio
materno. Desta forma, foi selecionado o copo,
visando reduzir as causas de desmame relacionadas ao uso da mamadeira. Dentre os benefícios citados na literatura para a alimentação de
recém-nascidos prematuros com o uso de copo/
xícara, estão o fato de se tratar de um método
não invasivo, de evitar a possibilidade de “confusão de bicos”. Como descrito na literatura,
deve-se estar atento à indicação, considerando
que o recém-nascido pré-termo apresenta algumas desvantagens que levam a dificuldades na
Fonoaudiologia
alimentação por via oral. A musculatura orofacial possui volume reduzido e o equilíbrio dos
tendões e as estruturas dos ligamentos estão
pouco desenvolvidos. Considerando tais dificuldades, uma das preocupações é o risco de
aspiração laringotraqueal, pois tanto no copo
como na mamadeira com um orifício muito
grande, quantidades elevadas de alimento podem ser introduzidas na cavidade oral e, devido
à imaturidade das estruturas envolvidas no
processo de deglutição, o neonato poderá não
coordenar a sucção, a deglutição e a respiração,
com consequente aspiração do alimento oferecido para as vias aéreas. Nesse sentido, vários
autores enfatizam a importância do treinamento dos profissionais que trabalham nos hospitais
e a orientação aos pais quanto ao procedimento
correto relativo à oferta de leite por meio do
copo/xícara. No entanto, apesar da mamadeira
não ser o método ideal para o aleitamento de
crianças privadas dos benefícios da amamentação natural, quando utilizada de forma adequada, os prejuízos inerentes a este método artificial
de aleitamento podem ser minimizados. Sendo
assim, tanto em relação ao aspecto psicológico,
em que a mamadeira deve ser utilizada de forma
semelhante ao seio materno (preservando os
mesmos fatores emocionais positivos) quanto
aos aspectos necessários a uma técnica adequada para o uso das mesmas (formato e comprimento do bico, tamanho e posição de seu orifício, posição de mamada, tempo de mamada), as
mamadeiras têm sua indicação justificada
quando da total impossibilidade do aleitamento
natural. A mamadeira utilizada com bicos anatômicos, imitando o seio materno, e com orifícios de tamanho adequado propicia atividade
muscular semelhante à realizada durante a
amamentação, contribuindo para o desenvolvimento do sistema estomatognático. Porém, foi
utilizada mamadeira com bico tradicional de
silicone, por exigir menor esforço a sugar devi-
do à cardiopatia do lactente. E, posteriormente,
foi trabalhada através da mamadeira com bico
de transição para o copo. A intervenção terapêutica consistiu em terapia indireta de estimulação da sensibilidade e reação ao toque, global
e específico de órgãos fonoarticulatórios; e terapia direta da deglutição, com dieta líquida
(através de mamadeira com bico de transição
para o copo) e dieta semilíquida (através da
colher) consistiu em reforçar habilidades apropriadas à deglutição, tais como, controle de
ritmo e volume. De acordo com a literatura, na
população pediátrica os termos: “direto” e “indireto” podem ser análogos à terapia “nutritiva”
e “não nutritiva” respectivamente nos casos dos
recém-nascidos. Os objetivos da terapia “não
nutritiva” visam permitir a realização de exercícios que facilitem o ganho de força, mobilidade e precisão de movimentos das estruturas
compreendidas entre a fase oral e faríngea. A
terapia “nutritiva” utiliza alimentos ou líquidos
para promover de maneira sistemática uma
deglutição apropriada. Conclui-se que problemas de alimentação são comuns em crianças
com cardiopatia congênita. De acordo com
Arvedson, as dificuldades de alimentação se
caracterizam por recusa, comportamento perturbador, preferência e falta de competência
alimentar esperada para o seu nível de desenvolvimento. Os neonatos com doença cardíaca
grave que necessitam de cirurgia cardíaca no
primeiro mês de vida têm um alto risco de dificuldade de alimentação até os dois anos de
idade. A intervenção fonoaudiológica em lactentes portadores de cardiopatia congênita, que
apresentam algum distúrbio de alimentação
oral, é de suma importância para reduzir ou
eliminar fatores que potencialmente contribuem
para os prejuízos nas vias aéreas; manter nutrição e hidratação adequadas e facilitar a interação
positiva entre a criança e o cuidador.
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
61
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
Medicina
73
Atividades lúdicas na promoção do aleitamento materno
Abilene do Nascimento Gouvêa; Elizete Leite
Gomes Pinto; Ana Lúcia Freire Lopes; Janduy Gil
de Souza; Viviane Pedro da Silva; Taiza Batista
Moreno
Núcleo Perinatal/HUPE – UERJ
Introdução
Apesar da recomendação da OMS e UNICEF
sobre o aleitamento materno exclusivo até os
seis meses de idade da criança, tal prática está
distante de ser universal. Estratégias vêm sendo
desenvolvidas com objetivo de intervir nessa realidade. Consciente da importância da aplicação
de brincadeiras e jogos nas atividades de educação em saúde, os profissionais de saúde têm
utilizado de estratégias que facilitem o aprendizado e o torne mais atrativo e interessante. Neste
contexto, o uso de recursos lúdicos na promoção
do aleitamento materno torna-se determinante
para a motivação de crianças, adolescentes, pais,
gestantes, nutrizes, enfim, da população de uma
forma geral. Além disso, brincar faz-se necessário para o desenvolvimento humano.
Objetivo
Este trabalho teve como objetivo descrever a
realização de atividades lúdicas como estratégias para a promoção ao aleitamento materno
na comunidade interna e externa do Núcleo
Perinatal do HUPE/UERJ.
Método
Relato de experiência sobre as atividades lúdicas
desenvolvidas para a promoção do aleitamento
materno na comunidade interna e externa do
Núcleo Perinatal.
Conclusão
Foram utilizados jogo da memória sobre os
mamíferos; palavras cruzadas, jogo da velha e
jogo de tabuleiro abordando os benefícios do
aleitamento materno/manejo da lactação; desenhos para colorir com o tema amamentação;
62
revista.hupe.uerj.br
dentre outras atividades sempre associadas à
distribuição de material informativo e brindes
aos participantes. Conclui-se que as atividades
lúdicas têm mostrado ser um excelente recurso
no alcance do aprendizado da amamentação,
de forma agradável e envolvente por parte dos
participantes, além de ser uma estratégia de
baixo custo, fácil aplicação e de grande adesão
dos envolvidos.
74
Visita domiciliar: estratégia para captação de
doadoras de leite humano pelo BLH
Abilene do Nascimento Gouvêa; Elizete Leite
Gomes Pinto; Ana Lucia Freire Lopes; Helder
Camilo Leite; Renata Arantes Santos; Camilla
Del Giudice Dias
Núcleo Perinatal/HUPE – UERJ
Introdução
Amamentar é muito mais do que nutrir a criança. É uma prática natural que promove vínculo,
afeto, proteção e nutrição. Envolve interação
profunda entre mãe e filho, com repercussões
no sistema imunológico, na fisiologia, no desenvolvimento cognitivo e emocional da criança,
intervindo na redução da morbimortalidade
infantil, além de ter implicações na saúde física/
psíquica da mãe. Sabe-se que muitos bebês internados em unidades neonatais, prematuros ou
necessitando de cuidados especiais, encontram-se privados de receber o leite materno como
fonte de nutrição. O Banco de Leite Humano
(BLH) tem papel fundamental para reverter tal
realidade através da captação de doadores de
leite humano. Estratégias têm sido utilizadas
para aumentar a captação de doadoras, como a
busca ativa através da visita domiciliar.
Objetivo
Implementar a visita domiciliar para a captação
de mães doadoras de leite humano.
Método
Relato de experiência sobre a implementação da
visita domiciliar como estratégia para a captação de doadoras de leite humano pelo BLH do
Núcleo Perinatal – HUPE/UERJ.
Medicina
Conclusão
Para implementar a visita domiciliar fez-se necessário criar procedimento operacional padrão
específico para garantir o cumprimento da nova
rotina, viabilizar o transporte em carro próprio
da unidade, disponibilizar equipe de saúde
treinada para a coleta externa de leite humano
ordenhado, garantir materiais essenciais para
uso na coleta, divulgar a captação de doadoras.
A implementação da visita domiciliar mostrou-se efetiva, com utilização de recursos existentes
e pequenas adequações, além de propiciar o
aumento de doadoras, a satisfação das usuárias
e uma imagem positiva para o serviço.
75
Atuação da Liga de Diabetes e Metabologia
(LADM) no trote solidário: capacitando estudantes do 1º ano médico no cuidado
Aline Tiemi Kano Silva; Ana Clara Derani da
Costa Almeida; Ana Paula Almeida Rainho;
Marianne Quintas Rabello Moraes; Guilherme
Giorelli; Marilia de Brito Gomes
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ)
Introdução
A LADM visa estimular interesse dos acadêmicos da UERJ com relação à saúde e bem-estar
dos pacientes diabéticos, atuando no tripé pesquisa, ensino e extensão. A extensão propõe
intensificar o estudo em diabetes e metabologia
com expansão da participação acadêmica ao
possibilitar atuação dos acadêmicos em campanhas de saúde pública abordando clínica e
terapêutica do diabetes.
Objetivo
O Trote Solidário, realizado em 25 de maio de
2013, objetivou integrar os alunos do primeiro
ano médico aos veteranos, e, principalmente,
proporcionar vivência de atuação dos recém‑ingressos em ações comunitárias de saúde.
Método
Na semana anterior ao evento, a LADM promovera capacitação aos acadêmicos recém‑ingressos, explanando como proceder em exames
físicos e orientação à população. Durante o
evento, os integrantes da liga atuaram como
monitores auxiliando estes acadêmicos no atendimento à população que abrangia mensuração
da pressão arterial, glicemia capilar, índices
antropométricos e orientações à população do
Largo do Machado, Rio de Janeiro. Foi notória
a satisfação da população, pois receberam cuidados e orientações, conversaram sobre seus
anseios e dúvidas em relação ao diabetes. Aos
estudantes foi possível o aprimoramento em
conhecimentos clínicos e abordagens terapêuticas, além das essenciais habilidades previstas
nas Diretrizes Curriculares Nacionais como:
liderança, comunicação e iniciativa decisória,
desenvolvendo segurança e confiança na abordagem dos pacientes.
Conclusão
Das 119 pessoas atendidas, 33% homens e 67%
mulheres, foi aferido e analisado glicemia livre
que resultou em 45% dos casos valor igual ou
abaixo da referência de 99 mgm/dl, valor mínimo de 67 mgm/dl e máximo de 484 mgm/dl,
com media de 114 mgm/dl e moda de 86 mgm/
dl. Infere-se que boa parcela apresentou resultados satisfatórios, dentro do padrão de referência
de glicemia livre, sendo valor mais comum de
86 mgm/dl comprovante de bons valores glicêmicos da maioria analisada, porém não descarta
a importância de orientar sobre prevenção e
complicações do diabetes e enfatizar procura do
PSF da região para acompanhamento e realização de exames mais sensíveis e confirmatórios
de diabetes. No Trote Solidário, a LADM contribuiu para realização das ações comunitárias
ao orientar populares sobre cuidados básicos e
prevenção de doenças crônicas como diabetes.
Esse envolvimento da liga no evento beneficia
tanto a população, necessitada de maiores esclarecimentos, quanto aos acadêmicos, fixando
conhecimentos teóricos na prática.
76
Inserção da Medicina Complementar e Integrativa na graduação
Ana Paula Almeida Rainho; Juliana Ribeiro
Constante; Ana Clara Derani da Costa Almeida;
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
63
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
Camila Rocha dos Santos; Fernanda Polo Mendes
da Cunha; Renata Nunes Aranha
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ)
Introdução
Práticas complementares e integrativas são técnicas que visam o cuidado integral do indivíduo.
São fundamentais para uma saúde pública eficiente, pois atuam na promoção, prevenção e redução de danos, tendo a atenção primária como
principal campo de ação. A Liga de Medicina
Complementar e Integrativa (LiMCI) existe há
seis anos e é um espaço de estudo e divulgação
deste tema, visto que apesar da Política Nacional
de Práticas Integrativas e Complementares e da
sua grande utilização pela população, poucas
faculdades as abordam no currículo.
Objetivo
Ampliar a visão do aluno de medicina quanto a
abordagem integral do paciente, possibilitando
uma visão mais profunda do processo saúde-doença; promover melhoria da qualidade de
vida da população do entorno do hospital através de projetos de educação em saúde.
Método
Realização de simpósios multidisciplinares,
palestras e atividades práticas de acompanhamento ambulatorial para sensibilização e desenvolvimento da capacidade crítica reflexiva
dos alunos. Após isso, atuação na comunidade
por meio de feiras, de aplicação de questionários
que visem entender as demandas populacionais
e de projetos em escolas e parques.
Conclusão
Os alunos valorizaram de forma mais estruturada a relação médico-paciente centrada na pessoa
e entenderam melhor que o cuidado da saúde vai
muito além do tratamento farmacológico. Foram desenvolvidos projetos como o “Plantando
Saúde”, em que 80 crianças de uma comunidade
carente e de escolas da região aprenderam sobre o potencial terapêutico de determinados
vegetais através de oficinas de plantio e cultivo
de plantas medicinais. Os diálogos multidisci-
64
revista.hupe.uerj.br
plinares desmistificam pré-conceitos quanto às
práticas complementares e fazem entender a
relevância da integralidade no cuidado à saúde. As atividades na comunidade promovem
comprometimento dos alunos com a melhoria
do seu entorno e a apropriação do conteúdo
discutido, bem como ampliam o entendimento
das demandas sociais e das culturas populares.
Além disso, elas estimulam o uso consciente de
formas acessíveis de autocuidado.
77
Conhecimento popular em plantas medicinais
Camila Rocha dos Santos; Juliana Ribeiro
Constante; Ana Clara Derani da Costa Almeida;
Ana Paula Almeida Rainho; João Batista Ramos
da Fonseca Filho; Renata Nunes Aranha
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ)
Introdução
Desde 1978, com a Declaração de Alma-Ata,
a OMS enfatiza a importância da utilização de
plantas medicinais no âmbito sanitário, visto
que 80% da população dos países em desenvolvimento utilizam a medicina tradicional em
cuidados básicos de saúde. Em consonância a
isso, foi criada em 2006 a Política Nacional de
Plantas Medicinais e Fitoterápicos que busca
fortalecer o uso da medicina tradicional e da
fitoterapia na atenção básica.
Objetivo
Avaliar o conhecimento da população carioca
quanto às doze plantas disponibilizadas como
fitoterápicos às clínicas de família e estimular
o uso consciente e assistido de plantas ou preparações destas.
Método
Busca bibliográfica, grupo focal para elaboração
de questionário com as dimensões: reconhecimento visual da planta, indicações, utilização
e contraindicações. A atividade consistia em
jogo, cartilha informativa e saquinhos com
sementes. No jogo havia dois dodecaedros, fotografias das doze plantas e questionários de cada
planta no verso da respectiva fotografia. Cada
Medicina
participante, após responder ao questionário
epidemiológico, jogava o dado. O número que
caísse correspondia a uma planta sobre a qual
eram feitas perguntas, tiradas dúvidas e feitos
esclarecimentos quanto ao seu uso. A atividade
foi realizada num parque e numa feira livre.
Conclusão
Das 110 pessoas abordadas, predominantemente adultos, 64% eram mulheres e 36% homens. A
população se interessou bastante pela atividade
com alguns fornecendo e-mails para mais informações. 58% faziam uso de plantas medicinais,
37% tinham um conhecimento insatisfatório
sobre essas e 76% desconheciam fitoterapia.
Das 12 plantas trabalhadas, sete não foram
reconhecidas. Muitas pessoas utilizam plantas
medicinais no cuidado à saúde, todavia boa
parte desconhece informações relevantes sobre
as mesmas, o que mostra que sua utilização é
cultural e muitas vezes não questionada. Isso
mostrou a importância de elaborarmos atividades de embasamento teórico do uso de plantas e
de posteriormente avaliarmos o conhecimento
de graduandos e médicos sobre o assunto.
78
Eficácia de treinamentos no controle de surtos
causados por germes multirresistentes
Ana Fatima Coelho Carvalho; Nathália de Carvalho Rios; Camila Matias Cardoso da Silva;
Luiz Carlos Santos de Paula; Graciellen Alves
Fagundes; Allan Richelle Rodrigues Torres
Coordenadoria de Controle de Infecção Hospitalar/HUPE
Introdução
O bloqueio da transmissão de microrganismos
entre pacientes através da prática dos profissionais de saúde é um dos principais métodos para
o controle de infecção hospitalar. A transmissão
de patógenos potencialmente infecciosos na assistência à saúde requer uma fonte de agentes infecciosos, um hospedeiro susceptível com uma
porta de entrada e um modo de transmissão
para o agente. A transmissão desses microrganismos pode ocorrer através do contato (direto
ou indireto), por gotículas ou por transmissão
aérea. As infecções relacionadas à assistência
de saúde estão entre as principais causas de
morbimortalidade e elevação de custos para o
tratamento dos pacientes. As precauções devem
ser adotadas de acordo com a via de transmissão
do patógeno e a higienização das mãos como
procedimento fundamental na prevenção destas
infecções. Os treinamentos de serviço em saúde
constituem-se como rotina essencial para a
qualificação dos profissionais, bem como dos
serviços prestados por eles. Deve ser planejado
de acordo com as demandas dos serviços de
saúde e com as necessidades dos profissionais
envolvidos.
Objetivo
Avaliar o conhecimento dos profissionais de
enfermagem acerca dos tipos de precauções,
durante a realização de treinamento em serviço.
Método
Estudo descritivo, qualitativo, desenvolvido
em uma enfermaria do HUPE, onde ocorreu
surto causado por enterobactérias resistentes
à carbapenêmicos (ERC). Os sujeitos foram 10
profissionais de enfermagem. Os treinamentos
foram divididos em quatro fases: pré-teste, palestra expositiva, dinâmica e pós-teste.
Conclusão
Avaliamos que, tanto o pré-teste com o pós-teste
motivou os profissionais, que se empenharam
em responder as questões relacionadas aos
temas propostos. Não observamos diferenças
significativas nos resultados. No entanto, durante a palestra expositiva, observamos várias
intervenções destes profissionais, no sentido de
que a prática adotada no cotidiano da assistência
pode sofrer influência da adesão e postura de
outros profissionais, assim como, depende da
existência de insumos indispensáveis como papel toalha, capotes, álcool a 70%, dentre outros.
Percebe-se que situações cotidianas de trabalho
podem afetar as boas práticas relacionadas ao
controle e prevenção de infecções relacionadas à assistência da saúde, e que treinamentos
podem ser ferramentas motivacionais e aliadas
deste processo.
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
65
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
79
Ações de enfermagem direcionadas ao uso do
cateter vesical de demora
Ana Fatima Coelho Carvalho; Paulo Vieira
Damasco; Eduardo Almeida Ribeiro de Castro;
Eliane Passos; Carlos Cruz; Barbara Chambarelli
Coordenadoria de Controle de Infecção Hospitalar/HUPE
Introdução
Infecções do trato urinário correspondem a mais
de 40% das infecções hospitalares. Pacientes
expostos a cateteres vesicais de demora (CVD)
tem alta probabilidade de desenvolver tais infecções, já que estes dispositivos interferem nas
defesas imunológicas e favorecem a formação
de biofilmes. Pacientes críticos necessitam de
monitorização do débito urinário e utilizam determinados medicamentos que podem indicar
o uso deste cateter.
Objetivo
Promover a padronização e cumprimento de
boas práticas, evitando a permanência desnecessária do CVD.
Método
Pesquisa descritiva, de abordagem quantiqualitativa. Avaliamos 36 pacientes internados na
Unidade Coronariana do Hospital Universitário Pedro Ernesto, durante os meses de abril
a setembro de 2011. Para coleta de dados, elaboramos fichas para controle da permanência
do CVD. Avaliamos variáveis epidemiológicas
(sexo, idade, doenças de base e comorbidades),
indicações para o uso do dispositivo (retenção
urinária, rebaixamento do nível de consciência, instabilidade hemodinâmica, presença de
úlcera por pressão estágio IV e balanço hídrico rigoroso) e a utilização de medicamentos
(diuréticos e drogas vasoativas). As ações da
equipe de enfermagem ficaram centralizadas no
monitoramento diário de condutas científicas
previamente discutidas durante treinamento em
serviço, como o questionamento diário sobre
a necessidade do uso do cateter, sua adequada
fixação, posicionamento correto da bolsa cole-
66
revista.hupe.uerj.br
tora e seu esvaziamento quando o nível de urina
atingir 2/3 da sua capacidade e justificativa de
troca do cateter. Os dados obtidos foram estratificados e tabulados.
Conclusão
Em 72,2% dos casos, a necessidade de balanço
hídrico rigoroso foi a principal indicação para
o uso e permanência do cateter, seguida de
instabilidade hemodinâmica com 41% dos casos, rebaixamento do nível de consciência com
19,4% e retenção urinária, representando 8,3%
dos casos. A maioria dos pacientes apresentou
mais de uma indicação. O uso de diuréticos
constitui 44% dos casos e o uso de drogas vasoativas a 33%. O tempo médio de permanência
do CVD foi de 8,9 dias. Com a adoção de boas
práticas no setor, verificamos a padronização
da assistência no que se refere a indicação do
uso do CVD pela equipe de enfermagem, que
se tornou componente ativo do processo de
monitoramento e real indicação da necessidade
do uso deste dispositivo.
80
Prevalência de hipertensão arterial em um
ambulatório de atenção básica
Ana Luiza Cury Guimarães; Mariana Tomasi
Scardua; Luiza Lobato Ilarri; Claudiana Klein
W. de M. Barcelos da Silva; Paula Prates Cardoso
Departamento de Medicina Integral, Familiar e
Comunitária (DMIFC)/UERJ
Introdução
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma
das doenças mais prevalentes do mundo, alcançando aproximadamente 20% da população
adulta mundial. Trata-se do mais importante
fator de risco modificável para doença coronariana, acidente vascular cerebral, insuficiência
cardíaca, doença vascular periférica e doença
terminal. A cada ano morrem 7,6 milhões de
pessoas em todo o mundo devido à hipertensão,
cerca de 80% dessas mortes ocorrem em países
em desenvolvimento como o Brasil. O National High Blood Pressure Education Program,
concebido em 1972, contém dados que revelam
Medicina
controle da doença concomitante a redução da
morbidade e mortalidade.
Objetivo
Apresentar a prevalência da HAS em um ambulatório de atenção básica na zona norte do
Rio de Janeiro.
Método
Foram avaliados 7.688 pacientes de todas as idades cadastrados em prontuário eletrônico num
centro municipal de saúde do Rio de Janeiro
no período de um ano, entre junho de 2012 a
junho de 2013.
Conclusão
Foram encontrados 969 pacientes hipertensos,
com diagnóstico prévio ou feito durante a consulta, resultando numa prevalência de 12% em
relação a população adscrita. Estima-se que 70%
dos usuários da área são maiores de 20 anos, aumentando a prevalência para 18% quando considerada apenas a população adulta. Conclui-se
que a HAS tem alta prevalência e baixas taxas
de controle, além de apresentar alto impacto
socioeconômico. Dados do DATASUS revelam
que em 2009 a cidade do Rio de Janeiro apresentava taxa de prevalência de HAS em 28% da
população adulta. A prevalência relativamente
baixa do estudo é refletida pelo fato de ser realizado numa unidade mista, sem registro total
dos hipertensos em prontuário eletrônico. A
detecção, o tratamento e o controle da HAS são
pilares fundamentais para a redução dos eventos
cardiovasculares e melhora da saúde pública.
81
Ações da brinquedoteca no projeto de humanização do HUPE
Candida Mirian de Vasconcelos Santos; Joanathan
Santos Garrido; Vera Lúcia Hernandes de
Oliveira; Maira Torres Ruiz Martins; Léa Santos
Leal; Ana Joaquina Antunes Ferreira
Brinquedoteca do Setor de Pediatria/HUPE
Introdução
A Brinquedoteca do HUPE, além de ser campo
de estágio, ensino e pesquisa, com o projeto
de extensão “Brincando no HUPE”, ligado à
Faculdade de Ciências Médicas, é parceira no
desenvolvimento e incremento do processo de
humanização no Hospital Universitário Pedro
Ernesto. Para isso, vem desenvolvendo estratégias e atividades que valorizem a prestação de
uma assistência mais integrada, humanizada e
de excelência à saúde, visando articular e incrementar o conjunto das relações e inter-relações
que se formam na instituição.
Objetivo
Promover melhor relação entre pacientes, acompanhantes e equipe de saúde; contribuir para
diminuição do estresse, ansiedade e incerteza de
quem aguarda atendimento; qualificar o acolhimento a pacientes e seus familiares; melhorar a
condição física do trabalhador, integração social,
autoestima e trabalho em equipe.
Método
Através do viés da arte e da sensibilização, desenvolvemos várias atividades que contemplam não
só pacientes, mas também seus acompanhantes,
a equipe de saúde, alunos, outros profissionais e
funcionários. As propostas acontecem regularmente, sendo que em alguns períodos de forma
mais intensa do que em outros. Destacamos:
“Viagem de Recreio”, “Ginástica Laboral”, “Torneio de Futebol Boleiros do HUPE”, “Oficina
Criativa”, “Oficina de Reciclagem”, “Festa de
Natal”, “Baile dos Funcionários” e outras datas
significativas. Além dessas, com a criatividade das crianças atendidas na Brinquedoteca,
desenvolvemos “Ornamentações” em eventos
específicos como nos congressos do HUPE, festa
dos funcionários, Operação Sorriso etc.
Conclusão
As atividades promovidas transmitiram alegria,
prazer e liberdade pela quebra da rotina, evocando sentimentos de pertencimento, de troca,
manifestações de afeto, reforçando a autoestima
e desmistificando o ambiente hospitalar, além
de fomentar o religamento entre os diversos
sujeitos e seus saberes. Através dos relatos de
pacientes, acompanhantes e sugestões de funcionários para a continuação de nossas atividades,
constatamos que nossas ações podem ser comAno 12, suplemento 2, dezembro/2013
67
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
preendidas como uma experiência de cuidado
com o outro, que podem levar a transformações
tanto coletivas quanto individuais. Desse modo,
contribuímos para o processo de humanização
da assistência, transformando o hospital em
um espaço ampliado de intervenção na saúde,
o que vai de encontro com a filosofia e diretrizes
do Programa Nacional de Humanização nos
Hospitais.
82
Hipotireoidismo subclínico em idosos na
atenção primária
Carla Mutto Ferreira Pontes Neves; Rosimere de
Jesus Teixeira
Medicina de Família e Comunidade (Integral)/
UERJ
Introdução
O hipotireoidismo subclínico (HSC) é um diagnóstico estritamente laboratorial e independente
dos sintomas clínicos. Os pacientes são assintomáticos ou com poucos sinais e sintomas, que
no idoso podem ser vistos como alterações do
envelhecimento. Sua prevalência aumenta com
a idade, principalmente se associado à doença
autoimune e história familiar positiva, podendo chegar a 20% na população idosa. O TSH
é fisiologicamente aumentado no idoso, dessa
forma, existem controvérsias quanto ao valor de
referência do TSH para diagnóstico e necessidade de tratamento. Na presença de HSC, além
da chance de progredir para hipotireoidismo
franco, deve-se atentar para a piora do perfil
lipídico e risco de doenças cardiovasculares.
Objetivo
Rastrear a função tireoidiana em idosos acompanhados na Clínica da Família Ana Maria da
Conceição dos Santos Correia.
Método
Foi escolhido como cenário o ambiente de
atuação da residência médica. O rastreio foi
realizado em pacientes maiores de 60 anos, de
ambos os sexos, assintomáticos ou pouco sintomáticos. A coleta de dados foi feita durante
a consulta ambulatorial, a partir da solicitação
68
revista.hupe.uerj.br
das dosagens hormonais do TSH e T4l. O HSC
foi definido pelos níveis de TSH entre 4,5 a 10
mUI/L e T4l normal, e na presença de TSH
maior que 10 mUI/L, foi considerado como
hipotireoidismo franco.
Conclusão
Foram avaliados 54 pacientes, sendo 19 homens
e 35 mulheres. Foi observado alteração dos
níveis de TSH em 13 (24%) pacientes, sendo a
maioria do sexo feminino (69%). O hipotireoidismo foi observado em 10 pacientes (77%),
sendo a metade com HSC. Outros três casos
apresentaram níveis de TSH suprimidos. Dos 41
pacientes que apresentam dosagens hormonais
normais, quatro pacientes têm hipotireoidismo
prévio e se encontram em tratamento. Nossos
dados confirmam que as tireoidopatias são frequentes nos idosos, especialmente o hipotireoidismo. Ainda não existe consenso na literatura
sobre o início da avaliação tireoidiana na ausência de sintomas. Acreditamos ser justificável
rastrear os idosos porque os sinais e sintomas
do hipotireoidismo podem ser vistos como
queixas comuns do envelhecimento. Enfatizamos a importância do profissional de saúde da
atenção primária na investigação da disfunção
tireoidiana, visando melhorar a qualidade de
vida da população idosa.
83
BLS para a sociedade – 10.000 aprendizes
Maria Cristina Araújo Maya; Sara Costa Raoux
Lemos; João Batista Ramos da Fonseca Filho;
Rachael Vasconcelos Alves Vieira Lima; Izabella
Chaves Silva Pinto.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ)
Introdução
O suporte básico de vida representa um protocolo de ações que visam reduzir a mortalidade após
uma parada cardiorrespiratória. Seu ensinamento torna-se importante a partir do momento
em que as chances de um indivíduo ter uma
PCR fora do ambiente hospitalar são grandes e
que a RCP precoce pode dobrar ou triplicar a
Medicina
sobrevida de uma pessoa. A LTE-UERJ, com o
projeto BLS para a sociedade, visa a divulgação
e propagação de ações simples que um leigo
poderá fazer para salvar vidas.
Objetivo
(1) Capacitar estudantes do curso médico da
FCM-UERJ no treinamento de profissionais da
área da saúde e leigos em BLS/RCP; (2) realizar
cursos de BLS, internamente, para: estudantes
da área da saúde da UERJ, profissionais da área
da saúde do HUPE e seguranças da UERJ e do
HUPE; (3) realizar cursos de BLS para: escolas,
academias, centros comunitários, praças e parques; (4) realizar questionários pré e pós-curso/
treinamento para pesquisa científica sobre o
conhecimento do tema e o impacto do curso
na população-alvo; (5) alcançar o número de
10.000 aprendizes até 2015.
Método
O Curso Integrado de Primeiros Socorros, que
ocorre anualmente, capacita alunos da Medicina
UERJ para perpetuação do conhecimento adquirido para o público-alvo nos eventos organizados. Nos eventos realizados para profissionais
de saúde e leigos são realizados questionários
e coletados dados que serão utilizados para a
produção de artigos científicos e relatos de experiência. Além disso, os eventos são compostos
por breves explicações teóricas sobre a cadeia
de sobrevivência do BLS e pelo treinamento da
técnica de RCP em manequins.
Conclusão
No interior da faculdade, já capacitamos 300
alunos pelo CIPS, 110 alunos da Odontologia,
30 médicos e residentes da Pediatria, 50 leigos
no Congresso Científico do HUPE de 2011. Formamos 80 pessoas no projeto “Tocando saúde
no Salgueiro”, 30 profissionais de saúde no H.E.
Carlos Chagas. Em 2012 foi oferecido o curso
de BLS para professores das escolas públicas
do município de Vassouras. Ainda em 2012,
capacitamos 100 pessoas no evento “Ligados
em Saúde”, organizado pela DLU da UERJ, na
Quinta da Boa Vista. Em 2013 foi ministrada
uma aula teórica com demonstração pratica no
Simpósio da LAMEX (UERJ) para 80 alunos
(Medicina, Educação Física e Fisioterapia). Em
2013, capacitamos 20 profissionais da escola de
dança Reboco das Artes Laranjeiras. No total,
1.602 pessoas foram capacitadas em seis anos
de projeto e nossa meta é ampliar e alcançar os
10.000 até 2015.
84
Síncope prévia e parada cardíaca (PCR) no teste ergométrico (TE) na ausência de isquemia
aguda: qual a melhor abordagem?
Alinne Gimenez Ferreira; Celso Dias Coelho
Filho; Kezia Silva Ataide; Alyne Freitas Pereira
Gondar; Lucas Tadeu Falante Jazbik; Henrique
Thadeu Periard Mussi
Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE)
Introdução
Arritmias são complicações associadas à isquemia aguda, tendo impacto deletério no prognóstico. A abordagem da síncope no coronariopata
requer definições visando corrigir a isquemia
ou determinar algum dano estrutural crônico.
Contudo, essa caracterização nem sempre se
dá de maneira objetiva e precisamos definir se
a terapêutica implicará em cardiodesfibrilador
(CDI) ou abordagem da lesão.
Objetivo
Através de caso clínico real, discutir indicação
de CDI e angioplastia coronariana em paciente
coronariopata com alto risco para arritmia
ventricular.
Método
U.J., 54 anos, motorista, referia tontura, turvação visual e perda da consciência após esforço
intenso. Negava dor, palpitação e episódios
prévios. Em 24h foi transferido para o Hospital
Universitário Pedro Ernesto assintomático,
estável, eletrocardiograma com ritmo sinusal,
área inativa em parede inferior, exames laboratoriais e troponina normais. Sabidamente
hipertenso, dislipidêmico, obeso, ex-tabagista
e revascularizado em 1994. Ecocardiograma
com acinesia inferior e ínfero-lateral e disfunção sistólica global leve; Doppler de carótidas
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
69
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
e vertebrais normal; Holter com ritmo sinusal,
extrassístoles ventriculares isoladas frequentes
e raras acopladas, repolarização ventricular estável. Submetido a TE em protocolo de Bruce,
tolerância de 7METS, interrompido por cansaço.
Na recuperação, apresentou TV polimórfica
e PCR. Realizadas manobras de ressuscitação
por 20 min com sucesso e encaminhado para
CAT que mostrou coronária direita ocluída no
segmento proximal, leito distal enchendo-se amplamente por colaterais de coronária esquerda.
Descendente anterior (DA) com obstrução de
70% no terço médio, leito distal difusamente
comprometido. Mamária implantada em ramo
diagonal longo, pérvia e livre de obstruções
significativas. Realizado angioplastia de DA
com 2 stents. Sete dias após angioplastia, foi
submetido a novo TE em uso de amiodarona.
Durante a fase de recuperação, evoluiu com TV
monomórfica com pulso, retornando ao ritmo
sinusal espontaneamente no 6º min. Manteve-se estável e assintomático. Foi implantado CDI
visando prevenção secundária.
Conclusão
Definir se as lesões evidenciadas no CAT são
substratos arritmogênicos, tendo em vista as
dificuldades no SUS para realização de métodos
que comprovem isquemia em determinado
território, é motivo de grande discussão. Assim,
visando-se estabelecer uma causa reversível para
síncope e PCR optou-se por tratar a lesão, considerando-se também o fato de que o implante
do CDI impediria o exercício de sua profissão.
85
Segurança do Paciente: desafio permanente
para o HUPE (Parte I)
Augusto C. Ferreira; Claudia Regina Machado;
Maria Virginia Godoy Silva; Rogerio M. Souza;
Renata O. Maciel; Sonia R. O. S. Sousa
Superintendência de Saúde e HUPE/UERJ
Introdução
Estudo descritivo que aborda o tema Segurança
do Paciente. Em abril de 2013, o Ministério da
Saúde criou o Programa Nacional de Segurança
70
revista.hupe.uerj.br
do Paciente para o monitoramento e prevenção
de danos na assistência à saúde. Neste programa
foram propostos seis protocolos de segurança
abrangendo a identificação do paciente, a comunicação entre profissionais, administração
de medicamentos, cirurgia segura, higiene
das mãos para evitar infecção e prevenção de
quedas.
Objetivo
O objetivo deste estudo é analisar as práticas
atuais relativas à segurança do paciente e seus
desafios para implementação efetiva no HUPE.
Neste estudo foram analisadas as metas de
identificação correta dos pacientes, melhora
de comunicação efetiva e de segurança de
medicamentos de alta vigilância. As políticas
exigem ao menos duas formas de identificação
do paciente a serem definidas pela instituição.
Em relação à comunicação, a instituição deverá
desenvolver políticas e/ou procedimentos para
prescrições verbais ou por telefone assim como
para resultado de exames laboratoriais. Quanto
aos medicamentos de alta vigilância torna-se
necessário definir os locais para armazenamento
e a forma de rotulagem específica.
Método
Estudo descritivo que relata a prática assistencial
atual do HUPE com enfoque para a segurança
dos pacientes.
Conclusão
O uso das pulseiras de identificação ainda não
foi implantado. Foram observadas formas de
identificação dos pacientes através de um único
elemento (nome) nas unidades fechadas, e em
unidades de clínica médica e de obstetrícia.
Essa pulseira terá que ser viabilizada rapidamente para o atendimento das RDC 302/2005
e 7/2013. A primeira dispõe sobre regulamento
técnico para funcionamento de laboratórios
clínicos. Está sendo implementada pelo Serviço
de Enfermagem Clínica e pela Coordenadoria
de Enfermagem a identificação de medicações
com maior risco de agravos para maior rigor
durante a infusão. Está sendo planejada a oferta
da dose unitária. Não foi observada nenhuma
Medicina
política específica em relação à comunicação
verbal de prescrições ou exames em situações
de urgência. Está sendo mantido entendimento
com a direção do HUPE para o uso da pulseira
de identificação com código de barras para leitura dos mesmos antes dos procedimentos aos
clientes. Em virtude do observado acredita-se
que algumas alterações nos processos de trabalho poderão favorecer a segurança dos pacientes
atendidos de acordo com as metas de segurança
da OMS assegurando qualidade da assistência.
86
Segurança do Paciente: desafio permanente
para o HUPE (Parte II)
Augusto C. Ferreira; Claudia Regina Machado;
Maria Virgínia Godoy Silva; Rogerio M. Souza;
Renata O. Maciel; Sonia R. O. S. Sousa
Superintendência de Saúde e HUPE/UERJ
Introdução
Estudo descritivo que aborda o tema Segurança
do Paciente. Em abril de 2013 o Ministério da
Saúde criou o Programa Nacional de Segurança
do Paciente para o monitoramento e prevenção
de danos na assistência à saúde. Neste programa
foram propostos seis protocolos de segurança
abrangendo a identificação do paciente, a comunicação entre profissionais, administração
de medicamentos, cirurgia segura, higiene das
mãos para evitar infecção e prevenção do risco
de quedas.
Objetivo
O objetivo deste estudo é analisar as práticas
atuais relativas à segurança do paciente e seus
desafios para implementação efetiva no HUPE.
Neste estudo foram analisadas as metas de
identificação correta dos pacientes, melhora
de comunicação efetiva e de segurança de
medicamentos de alta vigilância. As políticas
exigem ao menos duas formas de identificação
do paciente a serem definidas pela instituição.
Em relação à comunicação, a instituição deverá
desenvolver políticas e/ou procedimentos para
prescrições verbais ou por telefone assim como
para resultado de exames laboratoriais. Quanto
aos medicamentos de alta vigilância torna-se
necessário definir os locais para armazenamento
e a forma de rotulagem específica.
Método
Estudo descritivo que relata a prática assistencial
atual do HUPE com enfoque para a segurança
dos pacientes.
Conclusão
O Serviço de Anestesiologia do HUPE já realiza
práticas de segurança e de avaliação pré e pós-anestésicas embora as mesmas não estejam
totalmente sistematizadas. A implantação de
um “checklist” na entrada do paciente no centro cirúrgico, imediatamente antes da indução
anestésica e do procedimento cirúrgico, assim
como na saída da sala operatória, permitirão o
alcance dessa meta em acordo com a OMS e o
próprio Ministério da Saúde. A Coordenadoria
de Enfermagem vem trabalhando na sistematização da assistência de enfermagem. No centro
cirúrgico já esta implantada a Sistematização
da Assistência de Enfermagem Perioperatória
(SAEP). A SAEP leva a melhoria da qualidade
assistencial no perioperatório por intermédio
da realização do processo de enfermagem eficaz em todas as suas etapas seja no pré, trans
e pós-operatório através da identificação de
diagnósticos de enfermagem, planejando assim
a assistência adequada com ações prescritivas
precisas, individualizadas ao momento cirúrgico
e com registros formais, gerando segurança para
o profissional assim como para o cliente. O uso
de adereços ainda permanece como um desafio
a ser enfrentado por várias instituições e isso
inclui o HUPE.
87
Gestão de risco e segurança do paciente: guia
rápido de interação medicamentosa
Dalila Passos Pereira da Silva; Eliane Passos
Pereira Assumpção; Fernanda Siqueira Taboada
Fontanella; Maria Angélica Paixão Maioli
Gerência de Risco/HUPE
Introdução
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
71
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
Considerando a prioridade dada à segurança
do paciente em serviços de saúde na agenda
política dos Estados-Membros da Organização
Mundial da Saúde (OMS) e na Política Nacional
de Segurança do Paciente (PNSP), na qual gestão
de risco é a aplicação sistêmica e contínua de
iniciativas, procedimentos, condutas e recursos
na avaliação e controle de riscos e eventos adversos que afetam a segurança, a saúde humana
e a integridade profissional, foi pactuada uma
parceria entre a gerência de risco sanitário do
Hospital Universitário Pedro Ernesto e a enfermeira da unidade coronariana (UC). Essa
unidade possui uma quantidade significativa
de pacientes polimedicados, o que pode proporcionar a ocorrência de eventos adversos na
administração dos medicamentos.
será disponibilizada em local apropriado, para
utilização pelos funcionários do setor. A criação
do guia de interações é uma iniciativa voltada
à segurança do paciente, pois facilita uma visualização rápida de interações medicamentosas,
possibilitando a redução da ocorrência de evento adverso nas etapas de aprazamento, preparo e
administração de medicamento pela equipe de
enfermagem, promove a cultura de segurança
com ênfase no aprendizado e engajamento dos
profissionais pelo enfoque multidisciplinar.
Objetivo
Elaborar um guia rápido de interação medicamentosa objetivando a gestão de risco e a
segurança do paciente.
Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE)
Método
De uma lista inicial com 106 medicamentos
foram selecionados para a 1ª fase de elaboração do guia, 20 medicamentos potencialmente
perigosos conforme classificação do Instituto
para Práticas Seguras no Uso de Medicamentos, e estes foram analisados frente aos 45 mais
prescritos. As referências para estudo foram
literatura de farmacologia e o guia de interações
medicamentosas desenvolvido pela Universidade Federal de Goiás em colaboração com o
Hospital das Clínicas de Goiás.
Conclusão
Os estudos apontaram que dos medicamentos
perigosos um não interagia com nenhum dos
medicamentos mais prescritos, um interage com
dezessete medicamentos e três interagem com
pelo menos dez medicamentos. Uma tabela em
ordem alfabética foi elaborada, com os nomes
dos princípios ativos dos medicamentos perigosos à esquerda e na horizontal os medicamentos
mais prescritos na unidade. Onde ocorria interação medicamentosa foi feita uma sinalização
colorida, para facilitar a visualização. Esta tabela
72
revista.hupe.uerj.br
88
Gerenciamento de resíduos nos laboratórios
de ensino e pesquisa de uma universidade
Dalila Passos Pereira da Silva; Fátima Napoleão;
Alexandre Ribeiro Bello
Introdução
A responsabilidade compartilhada de condutas
ou atividades lesivas ao meio ambiente é uma
realidade e se estende a diversos atores e setores.
No contexto da geração de resíduos de serviços
de saúde (RSS), os produzidos nos laboratórios
de ensino e pesquisa podem produzir impacto
à saúde pública e ao meio ambiente.
Objetivo
Identificar as dificuldades que os laboratórios
de ensino e pesquisa enfrentam para realizar o
correto gerenciamento dos resíduos de serviço
de saúde.
Método
A pesquisa foi delimitada às etapas do manejo
dos RSS nos laboratórios de ensino e pesquisa
de uma universidade pública. Um questionário
foi elaborado para levantamento de dados. Os
sujeitos envolvidos neste estudo fazem parte da
comunidade de alunos, técnicos universitários
de nível médio (TUM), servidores da universidade, técnicos universitários de nível superior
(TUS) contratados e docentes, totalizando 75
sujeitos. Uma análise dos dados de algumas
perguntas, de três módulos dos questionários,
foi realizada.
Medicina
Conclusão
A forma como a instituição gerencia os resíduos
gerados nas atividades diárias e o destino que
ela dá aos resíduos após recolhidos dos laboratórios, é desconhecida para 80% dos sujeitos e
72% não sabe o que é plano de gerenciamento
de resíduos de serviços de saúde (PGRSS), mas
quando perguntados sobre a importância de
elaborar um plano para gerenciar esses resíduos
em seus laboratórios, 86% consideraram ser
muito importante fazê-lo e 72% declararam
poder ajudar com sua mobilização para separá-los corretamente.
Os resultados apontam para a necessidade de
planejar e desenvolver um plano para o gerenciamento dos resíduos gerados nas atividades
diárias destes laboratórios e capacitar esses
sujeitos, visto a responsabilidade solidária destes
laboratórios quanto ao correto gerenciamento
desses resíduos, tanto para a segurança ocupacional dos alunos, docentes e servidores como
para evitar impacto ao meio ambiente.
89
Infecção do cabo de marca-passo extrusado
por Staphylococcus aureus resistente à meticilina
Juliana Vieira Cunha da Silva; Marcus Vinicius
de Jesus da Silva; Daniella Chimeli Lopes Raposo;
Anna Caryna Cabral; Leonardo de Oliveira
Carvalho; Camila Almeida Lopes
Faculdade de Ciências Médicas (FCM)/UERJ
Introdução
A bactéria Staphylococcus aureus é a bactéria
mais virulenta do gênero Staphylococcus. Coloniza de 25 a 50% das pessoas sadias, de forma
transitória ou permanente. Esta taxa de colonização aumenta em pessoas infectadas pelo
HIV, indivíduos em hemodiálise, indivíduos
insulinodependentes e em indivíduos com lesões cutâneas. Apesar das narinas serem o sítio
frequentemente colonizado, a pele, em qualquer
outra parte do corpo, pode estar colonizada,
servindo de foco para futuras infecções. Após a
invasão e replicação do S. aureus no foco inicial
da infecção, estes produzem a leucocidina de
Panton-Valentine, que causa a citólise de macrófagos, monócitos e polimorfonucleares. O
diagnóstico das infecções estafilocócicas pode
ser feito pela coloração de Gram, pelo exame
microscópico e/ou cultura do conteúdo dos
tecidos infectados e as hemoculturas podem ser
positivas em alguns casos.
Objetivo
Descrever achados clínico-laboratoriais de
um paciente com infecção por Staphylococcus
aureus resistente à meticilina (MRSA) causada
pela extrusão de parte do cabo do marca-passo.
Método
Estudo retrospectivo do prontuário do paciente
com diagnóstico de infecção por Staphylococcus
aureus resistente à meticilina (MRSA) internado
na unidade de terapia intensiva do Hospital
Universitário Pedro Ernesto, e posteriormente
transferido para a enfermaria do serviço de
Cardiologia do mesmo hospital. O diagnóstico
de infecção por MRSA apenas foi confirmado
mediante resultado da cultura.
Conclusão
Inicialmente, foi agendada a retirada do
marca-passo; suspeitava-se de endocardite
infecciosa, contudo o paciente não apresentava
sintomas clínicos clássicos e o ecocardiograma
transtorácico não revelou vegetações no endocárdio; assim esse diagnóstico foi descartado.
Em 18/07/2013, o resultado da hemocultura
demonstrou crescimento de Staphylococcus
aureus resistente à meticilina (MRSA); foi discutida com a Comissão de Controle de Infecções
Hospitalares (CCIH) o tempo de permanência
da infusão de vancomicina. Concluiu-se que o
antibiótico vancomicina será administrado por
quatro semanas. Dado o exposto, ressalta-se a
importância da hemocultura para o diagnóstico
final.
90
Paracoccidiomicose tipo juvenil: um relato
de caso
Daniella Chimeli Lopes Raposo; Francisca Paloma Gama Neves; Juliana Vieira Cunha da Silva;
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
73
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
Leonardo de Oliveira Carvalho; Luiz Fernando
Pereira Alves Junior; Anna Caryna Cabral
Faculdade de Ciências Médicas (FCM)/UERJ
Introdução
A paracoccidiomicose (PCM) é uma doença
sistêmica decorrente da infecção pelo fungo dimórfico Paracoccidioides brasiliensis. Apresenta
maior prevalência na América do Sul, principalmente em indivíduos do sexo masculino com
idade entre 30 a 50 anos ligados a atividades
agropecuárias, visto que o reservatório natural
da espécie é o solo e a poeira. A infecção é adquirida através da inalação de blastoconídios, os
quais se desenvolvem no parênquima pulmonar, podendo disseminar por via sanguínea ou
linfática para outros órgãos. A forma clínica é
dividida em PCM-infecção – forma assintomática – PCM-doença e PCM-residual – reincidente
após tratamento. A PCM-doença diferencia-se
em tipo juvenil e adulto; a seguir, relatamos um
caso de PCM tipo juvenil em um paciente previamente saudável, morador de uma área rural
da Baixada Fluminense.
Objetivo
Relato de caso de paciente internado na enfermaria de doenças infecciosas do Hospital
Universitário Pedro Ernesto – UERJ com PCM
tipo juvenil.
Método
Análise de prontuário e registro fotográfico.
Conclusão
Paciente masculino, 29 anos, pardo, solteiro,
natural do Rio de Janeiro, trabalha no ramo
de autopeças, morador de Belford Roxo, RJ.
Queixa principal: “inchaço no pescoço e febre”.
Paciente com história de febre intermitente
38ºC há quatro meses associado à perda de 18
kg nesse período e lesões cutâneas. Ao exame
clínico revela fácies atípica, xerodermia difusa,
múltiplas lesões cutâneas ulceradas, abscedadas
e fistulizadas mais proeminentes em cabeça e
pescoço; linfonodomegalias cervicais palpáveis;
ritmo cardíaco regular sem sopros e extrassístoles; pulmões limpos; edema discreto em
74
revista.hupe.uerj.br
membro inferior esquerdo; sorologia anti-HIV
I e II/VDRL não reagente; exame parasitológico
de fezes negativo. Tomografia de tórax: cisto
no segmento basal posterior do lobo inferior a
esquerda medindo 0,9 cm, esplenomegalia, atelectasia subsegmentar no lobo médio. BAAR no
escarro negativo. Exame micológico direto por
aspiração transcutânea do linfonodo cervical
relatou a presença de leveduras de formas arredondadas, de parede espessa, com gemulação
múltipla sugestivo de Paracoccidiodes brasilensis.
Terapia iniciada foi Anfotericina B complexo
lipídico nos primeiros dias e depois por conta
de reação foi trocada para lipossomal.
91
A inserção do graduando de medicina em um
projeto de puericultura multidisciplinar
Dayane da Silva Pereira; Isabel Rey Madeira;
Antônia da Conceição Cylindro Machado; Luana
Silva Monteiro; Carolina de Paula Ruggeri; Ana
Paula Córdova da Costa
Faculdade de Ciências Médicas (FCM)/UERJ
Introdução
Há no meio acadêmico um grande contingente
de alunos, graduandos de medicina, inseridos
em projetos de extensão, iniciações científicas e
pesquisas que visam obter experiência e maiores
conhecimentos sobre assistência médica ou
assuntos relacionados à área médica.
Objetivo
Descrever a participação do bolsista de extensão
– aluno da FCM-UERJ – no Projeto de Assistência Multidisciplinar em Pediatria (AMAR),
que assiste crianças (CÇ) do nascimento até os 5
anos, visando à: promoção e prevenção em saúde; treinar alunos (bolsistas de extensão, internos e residentes); realizar pesquisa em atenção
primária. Nesse âmbito, o bolsista participa das
consultas seja assistindo como atendendo sob
supervisão. Cabe também ao bolsista atualizar
os dados dos pacientes inseridos na pesquisa
“Diagnóstico de saúde das CÇ do AMAR”, cujo
objetivo é avaliar o aleitamento materno e o
estado nutricional no 1º ano de vida.
Medicina
Método
Alunos e residentes de medicina, enfermagem,
fonoaudiologia, nutrição, serviço social e psicologia e um bolsista de extensão (graduando de
medicina), sob supervisão, realizam consultas
multidisciplinares de puericultura, seminários
e educação em saúde e pesquisa.
Conclusão
Através do Projeto AMAR, o bolsista de extensão adquire conhecimento e experiência
em atenção primária e propedêutica logo nos
primeiros anos da graduação, o que só aconteceria a partir do 3º ano de curso de Medicina da
FCM-UERJ, quando o aluno tem contato com
a disciplina de clínica médica. Além disso, é
possível que se obtenha a troca de saberes entre
os membros da equipe multidisciplinar através
de reuniões, onde toda a equipe discute temas
pertinentes a todas as áreas envolvidas e casos
de pacientes que possuem quadros complexos.
No Projeto AMAR o bolsista de extensão amadurece seu conhecimento e aprende em cenário
real de assistência, além de aprofundar sua
experiência e enriquecer sua abordagem clínica
com visão multidisciplinar, essencial para sua
prática futura.
92
Seminário de avaliação e aprimoramento:
integrando residência e graduação
Denise Herdy Afonso; Daniela Tavares Pimenta;
Daniela Sobrino Dieguez; Leticia Virgínia Rodrigues da Silva; Samira Meletti da Silva Goulart;
Cristiana Brasil
CDA e NAPPRE/HUPE
Introdução
Considerando o desafio de formar médicos
competentes para atender às necessidades e demandas da sociedade a CNRM em continuidade
às DCNs valoriza em todos os programas de
residência o desenvolvimento de competências
técnicas e atitudinais. Como parte fundamental
do processo de ensino, a avaliação deve estar
adequada à identificação de terreno fértil para
o desenvolvimento destas competências nos
candidatos e na aquisição efetiva daqueles que
concluem o programa. Em 2013 a COREME/
FCM/HUPE decide aprimorar os processos de
avaliação na residência médica e promove o
Seminário Residência Médica 2013: Avaliação
e Aprimoramento.
Objetivo
Compartilhar o processo de construção coletiva
e os produtos deste seminário.
Método
Foram convidados preceptores e docentes
envolvidos com a RM e graduação, alunos e
residentes. Como parte do diagnóstico situacional, buscamos identificar entre os inscritos
sua experiência em avaliação e oportunidades
de aprimoramento. No evento, houve participação da CNRM, dos gestores FCM/HUPE, dos
presidentes de processos seletivos anteriores e
de instituições parceiras que compartilharam
experiências com avaliação e processo seletivo.
Conclusão
Setenta e nove se inscreveram previamente
representando 36 PRM. Compareceram 73
profissionais/estudantes, nem todos previamente inscritos, 62% participam da avaliação do
residente, destes, 96% participam da avaliação
prática e 50% da teórica. 84% participam da
seleção e destes, 93% da etapa prática. Dentre
os métodos avaliativos há maior domínio dos
métodos cognitivos com desconhecimento ou
pouco domínio das ferramentas de avaliação
prática. Quanto ao processo seletivo, 54% já
participou e 77% refere interesse em participar,
63% avaliam ser necessário modificá-lo, sendo
83% a favor da inclusão da etapa prática.
93
YOU HUPE: educação na saúde mediada pelo
cinema
Denise Herdy Afonso; Leticia Virgínia Rodrigues
da Silva; Lorran Fabrini de Araújo Rocha;
Daniela Tavares Pimenta; Luciana Rodrigues de
Oliveira Durante; Cristiana Brasil
CDA e NEXT/HUPE – UERJ
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
75
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
Introdução
O YOU HUPE é uma estratégia de educação
permanente desenvolvida pela CDA/NAPPRE
desde 2009, que agrega lazer e formação na
Residência do HUPE/UERJ. A atividade busca
promover integração social e profissional, ampliação da responsabilidade social e qualificação
profissional. A metodologia promove reflexão
e coloca em discussão temas transversais relacionados à saúde e educação. Capacitar novos
profissionais da saúde no mundo contemporâneo requer soluções criativas para o debate de
assuntos importantes para a formação. O cinema
é capaz de despertar emoções, discussões e novas soluções para estes desafios. Desta forma,
escolhemos a imagem como disparador para
emoção, reflexão e discussão que pressupõem
a atividade.
Objetivo
Apresentar esta estratégia de educação permanente desenvolvida pela Coordenadoria de
Desenvolvimento Acadêmico.
Método
Às quintas-feiras, mensalmente, entre 12-14h
é exibido um filme/documentário, com temas
transversais às profissões da saúde com debate
ao final mediado por preceptores, residentes/
alunos ou usuários. O público-alvo são professores, preceptores de Internato e Residência,
alunos de graduação, funcionários e pacientes da
comunidade HUPE. Previamente ao dia da exibição o tema é selecionado e, em conjunto com
os mediadores, é construído o roteiro de mediação com os principais pontos identificados no
vídeo e relacionados ao foco da discussão. Na
atividade é oferecido lanche aos participantes.
Conclusão
Nestes quatro anos de atividade foram realizadas 43 sessões do YOU HUPE que abordaram
38 temas distintos. Três filmes e três temas se
repetiram, porém com abordagens diferentes.
Em 2010, o YOU HUPE tornou-se um projeto
de extensão do HUPE com a participação de
cinco bolsistas. A atividade promove a integração dos profissionais envolvidos na Residência,
76
revista.hupe.uerj.br
além de desenvolvimento do pensamento crítico
e do exercício de reflexão individual e coletiva
partindo da experiência sensível despertada pelo
filme. O debate coletivo facilita a aprendizagem
e amplia a reflexão sobre as atitudes diárias,
além de favorecer a construção de vínculos e
rede de cuidado. O YOU HUPE possibilita a
discussão das DCNs e introduz novos temas
para a formação na Residência, além de contribuir para o desenvolvimento de uma cultura de
participação ativa na resolução de problemas. O
conhecimento e a troca de experiências no YOU
HUPE facilitam a reorganização hospitalar e
ampliam as reflexões sobre as ações de atenção à
saúde, trabalho em equipe, interdisciplinaridade
e aprendizagem.
94
Conhecer, aprender, transformar: valorizando
comunicação e informação nos programas de
residência
Denise Herdy Afonso; Daniela Tavares Pimenta;
Daniela Sobrino Dieguez; Leticia Virgínia Rodrigues da Silva; Samira Meletti da Silva Goulart;
Luciana Rodrigues de Oliveira Durante
CDA e NAPPRE/HUPE – UERJ
Introdução
O HUPE/UERJ é um reconhecido espaço de
formação em saúde. Oferece 330 vagas de
Residência em nove áreas profissionais. Em
consonância às DCN e princípios e diretrizes
do SUS, a Coordenadoria de Desenvolvimento
Acadêmico/Núcleo de Apoio Psicopedagógico
ao Residente (CDA/NAPPRE) desenvolve ações
junto aos residentes, preceptores e coordenadores com objetivo de contribuir com a Educação
Permanente dos diferentes atores. Uma dessas
ações é a Ambientação dos Residentes: com
objetivo de acolher, informar e integrar o residente à instituição e aos serviços, apresentando
os valores institucionais e promovendo reflexão
e exercício de competências valorizadas pela
instituição. É espaço de (re)conhecimento da
instituição, convivência e troca entre profissionais de diferentes categorias. Em 2013, valorizamos a Comunicação Institucional como tema
Medicina
da ambientação e interagimos previamente com
os residentes por meio virtual, solicitando que
respondessem o Questionário de Avaliação
de Risco de Adoecimento. Além disso, interagimos também com candidatos que optaram
por não ocupar a vaga que conquistaram nesta
instituição.
Objetivo
Identificar os fatores que motivam e desmotivam
residentes e candidatos a fazer sua formação no
HUPE e as oportunidades de aprimoramento de
nossa instituição.
Método
Foram enviados por e-mail links de dois questionários distintos com objetivo de identificar:
1) dados pertinentes ao contexto social e
profissional do residente e 2) questionário de
desistentes buscando motivações em não optar
por permanecer no HUPE.
Conclusão
Aproximadamente 63% dos candidatos conheceram a Residência em contato com residentes,
alunos ou preceptores. Setenta e cinco por cento
dos desistentes optaram por outra instituição no
sudeste e destes 60% optaram por permanecer
no RJ. Entre fatores que motivaram o candidato a permanecer, destacam-se a referência do
HUPE, certificação da Residência e localização
da instituição. Entre os fatores desmotivadores
para continuidade estão a ausência de emergência aberta, infraestrutura do HUPE, pouca
diversidade de cenários de formação e baixo
número e variedade de cirurgias por residente.
Reconhecer potencialidades e desafios da nossa
instituição na oferta de Residência de qualidade
é fundamental para identificarmos oportunidades de aprimoramento e (re)planejarmos ações
institucionais.
95
Busca ativa dos casos de sepse grave no HUPE
Elisabete Novello Ferreira; Viviane Silva e Silva;
Luana Ferreira de Almeida; Eliane Passos Pereira
Assumpção; Sérgio da Cunha; Jessica Bernardes
Almeida Borges da Silva
Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE)
Introdução
A busca ativa de casos consiste em uma das
atividades realizadas pelo projeto “HUPE contra sepse”. Trata-se de uma estratégia voltada à
detecção precoce de casos de sepse no Hospital
Universitário Pedro Ernesto (HUPE), sendo
realizada nas unidades-piloto do referido projeto. Nesses locais, a busca ativa de casos de
sepse corresponde a uma atitude permanente
incorporada à rotina de atividades de profissionais de Medicina e de Enfermagem, incluindo
professores, profissionais efetivos e contratados,
residentes e internos.
Objetivo
Objetivamos relatar a experiência de enfermeiras na busca ativa de casos de sepse grave, no período de setembro a dezembro de 2012, em um
hospital público universitário credenciado pelo
Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS).
Método
As visitas ocorreram de segunda a sexta-feira e
duravam de vinte minutos a duas horas. Médicos
e equipes de enfermagem, entre professores,
profissionais efetivos e contratados, residentes
e internos eram abordados verbalmente quanto
à presença de casos de sepse. Além disso, foram
realizadas consultas em documentos presentes
nos prontuários, como evoluções, prescrições
médicas e balanços hídricos, e ainda, no impresso construído especificamente para preenchimento nos casos de sepse no HUPE.
Conclusão
Percebeu-se, com a continuidade da realização
de busca ativa de casos de sepse, que os médicos
mostraram-se progressivamente mais receptivos
a tal proposta, o que foi compartilhado pelos
residentes de medicina e de enfermagem. A
coleta de informações em prontuário se mostrou
extremamente difícil, sobretudo pela escassez
de dados registrados, particularmente aqueles
relacionados ao momento do diagnóstico da
sepse e às condutas tomadas em decorrência
do diagnóstico. A busca ativa pareceu ser mais
fácil em unidades em que os responsáveis pelas
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
77
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
equipes médica e de enfermagem mostraram-se
envolvidos com a proposta de detecção de casos,
diagnóstico precoce, tratamento imediato e
captação de informações. Concluiu-se que é necessária uma maior sensibilização por parte da
comissão que envolve o projeto “HUPE contra
sepse” para com os envolvidos no diagnóstico e
tratamento dos casos de sepse no HUPE, visando a uma maior participação de tais profissionais, tanto no registro exato de suas atividades
relacionadas à detecção precoce dos sinais de
sepse, como na efetiva realização do protocolo
preconizado pela Surviving Sepsis Campaign,
que é institucionalmente implantado.
96
Fatores limitantes na execução do projeto
Luana Ferreira de Almeida; Eliane Passos Pereira
Assumpção; Sérgio da Cunha; Elisabete Novello
Ferreira; Mário Castro Álvares Perez; Paulo
Vieira Damasco
Grupo de Sepse/HUPE
Introdução
O projeto “HUPE contra sepse” busca o reconhecimento precoce da sepse, para a implementação das intervenções associadas à diminuição
da letalidade por sepse grave. Assim, é importante que os profissionais envolvidos na atenção
à saúde estejam atentos à detecção dos sinais e
sintomas correlacionados com a condição.
Objetivo
Objetivamos identificar as dificuldades para a
execução do protocolo adotado pelo projeto
“HUPE contra sepse”.
Método
O estudo foi realizado nas enfermarias de clínicas médica e cirúrgica, DIP, plantão geral e
unidades de terapia intensiva do HUPE, totalizando onze unidades de internação. Foi aplicado em janeiro de 2013 um questionário aos
profissionais efetivos e contratados, residentes
e internos de medicina e de enfermagem. Tal
instrumento continha perguntas abertas e fechadas, relacionadas ao perfil dos profissionais
e ao tema em questão.
78
revista.hupe.uerj.br
Conclusão
Participaram do estudo 51 profissionais: 22
(43%) da equipe médica e 29 (57%) de enfermagem. Desses, 12 eram residentes de medicina, e
oito eram residentes de enfermagem, todos do
primeiro ano (aproximadamente 78% dos investigados). A maioria dos médicos (55%), 38% dos
enfermeiros e 40% dos técnicos de enfermagem
afirmaram ter como dificuldade a administração
da 1ª dose do antibiótico em até uma hora após
o diagnóstico. Cerca de 45% dos médicos e 31%
dos enfermeiros também relataram como dificuldade ir à Central de Distribuição de Material
para adquirir o Kit Sepse (que contém materiais
para punção venosa profunda, monitoração hemodinâmica invasiva e coleta de hemoculturas).
Médicos (41%) e técnicos de enfermagem (40%)
ainda relataram como dificuldade ir à farmácia
para adquirir a 1ª dose do antibiótico. Outros
fatores limitantes também foram apontados:
obtenção do cateterismo vesical de demora;
identificação rápida do quadro de sepse grave;
registro de dados em impresso próprio do protocolo; coleta das amostras de hemocultura para
aeróbio; e punção de acesso venoso periférico.
As dificuldades apontadas pelos profissionais
são comuns e abarcam fatores de responsabilidade institucional e/ou profissional. Buscar
soluções para os problemas levantados permite
um direcionamento de ações futuras a serem desenvolvidas, dentre elas a constante capacitação
de profissionais envolvidos na assistência aos
pacientes internados nas unidades investigadas.
Permite também a busca de melhor infraestrutura institucional para o adequado atendimento
das demandas do paciente com sepse grave.
97
Identificação do quadro de sepse grave pelas
equipes médica e de enfermagem
Sérgio da Cunha; Eliane Passos Pereia Assumpção;
Luana Ferreira de Almeida; Elisabete Novello
Ferreira; Mário Castro Álvares Perez; Viviane
Silva e Silva
Grupo de Sepse/HUPE
Introdução
O reconhecimento precoce de sepse é baseado
Medicina
em infecção associada a dois sinais de SRIS
(hipo ou hipertermia; taquipneia; taquicardia;
leucocitose ou leucopenia). A sepse grave
caracteriza-se pela presença de pelo menos uma
disfunção orgânica, hipotensão ou sinais de
hipoperfusão tecidual. É relevante que os profissionais de saúde saibam identificar tais sinais
e associá-los a um possível quadro infeccioso,
buscando a execução de metas preconizadas
para o tratamento de sepse grave.
Objetivo
Buscamos identificar o reconhecimento precoce
dos sinais de sepse grave pelas equipes médica
e de enfermagem.
Método
Estudo realizado em enfermarias de clínica médica/cirúrgica, plantão geral e UTIs, inseridas no
projeto “HUPE contra sepse”, no qual atividades
são desenvolvidas com vista à capacitação profissional para identificação do quadro de sepse
grave. Aplicou-se um questionário, em janeiro
de 2013, a médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e residentes, com perguntas fechadas
relacionadas ao tema em questão.
Conclusão
Responderam o questionário 51 profissionais:
22 (43%) da equipe médica e 29 (47%) de
enfermagem. Todos (100%) já tinham ouvido
falar do assunto. O HUPE foi apontado por 50%
dos médicos, 79% dos enfermeiros e 80% dos
técnicos de enfermagem como o primeiro local
no qual se aproximaram do protocolo contra
sepse; e também por 95% dos médicos, 87% dos
enfermeiros e 80% dos técnicos de enfermagem
por ser o primeiro local em que cuidaram de
um paciente com sepse grave. Para os médicos,
a hipotensão é o sinal que mais chama atenção
no diagnóstico de sepse grave (59%), seguida
da diminuição da diurese (22%) e hipertermia
(18%). Em relação aos enfermeiros, os sinais que
mais chamam atenção são: hipertermia (79%),
hipotensão (46%) e taquicardia (46%). Para
todos os técnicos de enfermagem o que mais
chama atenção é a hipertermia.
Médicos e enfermeiros investigados sabem re-
conhecer os sinais de sepse grave. No entanto,
os técnicos de enfermagem ainda associam esse
quadro somente à hipertermia, demonstrando
a necessidade de educação permanente. Ao
contrário dos médicos, durante sua formação
profissional, a equipe de enfermagem não se
aproxima de conteúdos curriculares relacionados ao tema em questão. Contudo, percebe-se
que é possível, através do programa de residência ou treinamento profissional, realizados no
HUPE, adquirir habilidades e competências
necessárias para identificação de sepse grave,
não desenvolvidas anteriormente.
98
A amamentação na primeira hora de vida
influenciando no tipo de aleitamento materno
na alta hospitalar
Elizete Leite Gomes Pinto; Abilene do Nascimento
Gouvêa; Ana Lucia Freire Lopes; Camila Arantes
Ferreira Brecht D. Oliveira; Priscila da Luz Pinto;
Thayna Janaina Gomides Machado
Núcleo Perinatal/HUPE – UERJ
Introdução
Sabe-se da superioridade do leite materno
em relação ao leite de outras espécies. O leite
materno é o melhor alimento do ponto de vista
nutricional, pois reforça o sistema imunológico
do bebê e também exerce importante papel
preventivo contra diversas doenças/agravos. A
amamentação deve ser estimulada na primeira
hora de vida e continuada durante os seis primeiros meses de forma exclusiva.
Objetivo
Verificar a relação do tipo de aleitamento materno (AM) na alta hospitalar dos recém-natos
com AM na primeira hora de vida.
Método
A pesquisa apresenta abordagem quantitativa
descritiva da interface existente entre o tipo de
AM na alta hospitalar dos recém-natos com AM
na primeira hora de vida. A coleta dos dados
se deu através da análise dos prontuários dos
recém-natos internados no período de janeiro
a junho de 2013 no Núcleo Perinatal - HUPE/
UERJ.
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
79
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
Conclusão
Dos 342 partos realizados, 210 (61,4%) recém-natos foram amamentados na primeira hora.
Saíram da maternidade em aleitamento materno
exclusivo (AME) 245 (71,6%) recém-natos, 33
(9,6%) em AM complementar e 23 (6,7%) em
aleitamento artificial. Do total de partos realizados 41 (11,9%) não tinham informações quanto
ao tipo de AM ao deixar a maternidade.
Através dos resultados apresentados verificamos
que 100% dos recém-natos que foram amamentados na primeira hora saíram da maternidade
em AM. Além deste quantitativo observamos
também que 35 (26,5%) dos recém-natos que
não foram amamentados na primeira hora
também saíram da maternidade em AME.
Esses resultados corroboram a importância de
incentivar o aleitamento materno na primeira
hora de vida.
99
A relação do aleitamento materno na primeira
hora de vida com a via de parto
Elizete Leite Gomes Pinto; Abilene do Nascimento
Gouvêa; Ana Lúcia Freire Lopes; Mariana P. N.
Fonseca; Thiago T. Panizzi; Viviane P. Silva
Núcleo Perinatal/HUPE – UERJ
Introdução
Estudos científicos comprovam que o aleitamento materno tem inúmeras vantagens tanto para
a saúde do bebê quanto para a da mãe. Diversas
ações foram criadas visando o incentivo, o apoio
e a promoção do aleitamento materno e umas
dessas ações foi a criação da Iniciativa Hospital
Amigo da Criança (IHAC). O quarto passo
dos Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento
Materno da IHAC é “ajudar as mães a iniciar
o aleitamento materno na primeira meia hora
após o nascimento”, favorecendo uma maior
interação entre o binômio e o aleitamento materno precoce.
Objetivo
Verificar a relação do aleitamento materno na
primeira hora de vida com a via de parto em
uma maternidade de alto risco do município
do Rio de Janeiro.
80
revista.hupe.uerj.br
Método
É um estudo de caráter quantitativo descritivo
que foi realizado através da análise dos prontuários dos recém-natos no período de janeiro
a junho de 2013 no Núcleo Perinatal - HUPE
/ UERJ.
Conclusão
Quanto ao tipo de parto realizado no período
do estudo, 145 foram partos normais e 197
partos cesáreos, totalizando 342 partos. Dos 145
recém-natos que nasceram de parto normal, 110
tiveram contato na primeira hora com o seio
materno, e dos 197 que nasceram de parto cesáreo, 100 foram amamentados na primeira hora
e destes, 76 foram encaminhados para Unidade
Neonatal, devido a intercorrências. Do total de
prontuários analisados, 41 possuíam dados insuficientes. Foi observada uma maior prevalência
de aleitamento materno na primeira hora de
vida nos recém-natos que nasceram através de
parto normal. Embora no parto cirúrgico tenha
sido menor a prevalência, deve-se ressaltar que
76 recém-natos apresentaram intercorrências
clínicas no nascimento e que alguns dados foram
inconclusivos por falta de registro adequado.
100
Impacto das Ligas de Cardiologia na prevenção primária e secundária das doenças
cardiovasculares
Eric Costa de Almeida; Camila Lima dos Santos;
Mariana Ponte Mesquita; Igor Coutinho de
Magalhães; Maria Clara Zampirolli; Denílson
Campos de Albuquerque
Liga de Cardiologia – FCM/UERJ
Introdução
A importância das ligas acadêmicas em projetos
de conscientização dos pacientes de diferentes patologias tem sido relatada na literatura.
Quanto às Ligas de Cardiologia, ainda não existe
uma uniformização de conduta a ser tomada
na abordagem dos diversos fatores de riscos
cardiovasculares.
Objetivo
Avaliar o impacto de uma intervenção comuni-
Medicina
tária por uma Liga de Cardiologia quanto aos
fatores de risco para doenças cardiovasculares
(DCV) na prevenção primária e secundária
dessas doenças, além de suas complicações,
relevância da adesão ao tratamento e mudanças
nos hábitos de vida.
Método
A pesquisa foi realizada por alunos de graduação
(3º e 4º ano) do curso de Medicina da UERJ em
agosto de 2012 e abril de 2013 em dois locais
públicos na cidade do Rio de Janeiro: Largo do
Machado e Quinta da Boa Vista. Inicialmente
foi aplicado um questionário em 112 voluntários
com abordagem aleatória em praça pública.
Após o questionário foram aferidas a pressão
arterial de todos os participantes, distribuídos
folhetos explicativos referentes à campanha
“Eu sou 12 x 8” da Sociedade Brasileira de
Cardiologia e esclarecidas todas as questões
abordadas no questionário. Foram avaliados os
conhecimentos sobre as principais complicações
da hipertensão arterial sistêmica (HAS), a prática de atividade física, e especificamente para
os voluntários hipertensos quantos seguiam o
tratamento medicamentoso.
Conclusão
A amostragem foi constituída de 61,82% do
sexo feminino, com faixa etária entre 10-89 anos
(média de 48 anos). Dos fatores de risco avaliados, 38,39% declararam-se diagnosticados com
HAS. Dos declarados hipertensos, 25,58% dos
pacientes desconhecem o seu conceito, 81,40%
afirmaram seguir o tratamento medicamentoso regularmente e 27,91% passaram a praticar
alguma atividade física regular após o diagnóstico. Das complicações da HAS, infarto agudo
do miocárdio foi citado em 34,88%, acidente
vascular cerebral em 51,16%, insuficiência renal
crônica em 13,95% e aterosclerose dos vasos em
6,98% dos hipertensos. Uma primeira análise
dos dados aponta um amplo desconhecimento,
por grande parte dos entrevistados hipertensos,
em relação aos conceitos básicos de sua doença
e complicações. Portanto, é de fundamental
importância o papel desempenhado pelas Ligas
de Cardiologia em realizar atividades nas áreas
de promoção, prevenção primária e secundária
de DCV. As ligas devem procurar alternativas
simples de estabelecer uma melhor abordagem
e maior vínculo com o paciente a fim de garantir a adesão ao tratamento e assimilação dos
conhecimentos.
101
O estilo de vida influencia no perfil dos pacientes submetidos à cirurgia cardíaca no
HUPE
Guilherme de Oliveira França; Alice Ricciardi
Sampaio; Pedro Cruz Cherem; Bruno Cicero
Teixeira; Guilherme Sá de Oliveira; Luisa Ribeiro
de Meirelles
UDA de Cirurgia Cardíaca/HUPE
Introdução
A presença de fatores de risco e comorbidades
caracteriza-se como um dos principais fatores
associados a um pior prognóstico clínico após
realização de cirurgias cardíacas. Deste modo,
uma avaliação pré-operatória dos fatores de
risco associados às doenças cardiovasculares
torna-se imprescindível para a identificação de
pacientes, principalmente aqueles com risco
cirúrgico aumentado. No entanto, em virtude
das características inerentes ao sistema de saúde
brasileiro, pouco se conhece sobre o perfil de
pacientes submetidos à cirurgia cardíaca.
Objetivo
O objetivo do presente estudo foi investigar o
perfil dos pacientes submetidos à cirurgia cardíaca no Hospital Universitário Pedro Ernesto
(HUPE).
Método
Trata-se de um estudo retrospectivo de caráter
descritivo, envolvendo pacientes submetidos à
cirurgia cardíaca no ano de 2013. A amostra foi
composta por 12 pacientes, sendo nove homens
com idade média de 59 ± 10 anos. Os dados foram coletados a partir dos prontuários médicos
obtidos no setor de arquivos do hospital onde
identificou-se as características demográficas
e os principais fatores de risco associados às
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
81
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
doenças cardíacas. Foi considerado sobrepeso,
um índice de massa corporal (IMC) > 25 e < 30
e obesidade ≥ 30 kg/m2 .
Conclusão
Dentre os principais fatores de risco, a hipertensão arterial foi a de maior prevalência,
apresentando-se em 100% dos sujeitos, seguidas
pela presença de sedentarismo (67%), diabetes
mellitus (58%) e tabagismo (50%). A obesidade
apresentou uma prevalência de 17% (36,3 ± 3,6
kg/m2) e sobrepeso de 75% (24,9 ± 1,7 kg/m2).
A prevalência de três ou mais fatores de risco
esteve presente em 67% da amostra estudada.
Foi observado 16% de óbitos, sendo todos do
sexo feminino. O presente estudo demonstrou
uma elevada prevalência de fatores de riscos
associadas às doenças cardiovasculares em
pacientes submetidos a cirurgia cardíaca do
HUPE. Desta forma, confirma-se a importância
do estilo de vida e de hábitos comportamentais
na mitigação do prognóstico clínico destes
pacientes. Programas que estimulem a adoção
de um estilo de vida mais saudável tornam-se
imprescindíveis em populações de risco como
a do presente estudo.
102
Pesquisa de polimorfismo genético e evolução
clínica de pacientes com insuficiência cardíaca
e coronariopatia
Gustavo Salgado Duque; Felipe Neves de
Albuquerque; Roberto Pozzan; Ricardo Mourilhe
Rocha; Dayse Aparecida da Silva; Denilson
Campos de Albuquerque
Serviço de Cardiologia/HUPE e Policlínica
Piquet Carneiro – UERJ
Introdução
Relatos de associação entre polimorfismos genéticos da ECA e diferentes evoluções clínicas
foram descritos em pacientes com insuficiência
cardíaca (IC) e coronariopatia. O estudo do
perfil genético da população local com as duas
doenças torna-se necessário para verificar essa
hipótese em nossa população. Estudos corroboram associação entre os genótipos dos polimor-
82
revista.hupe.uerj.br
fismos da ECA e diferenças quanto à mudanças
de classe funcional, além de pior evolução de
sintomas e sobrevida, porém poucos estudos e
com número pequenos de pacientes na literatura
nacional e dados ainda mais escassos envolvendo pacientes isquêmicos e com IC.
Objetivo
Avaliar a frequência dos polimorfismos genéticos da enzima conversora de angiotensina em
pacientes com insuficiência cardíaca de etiologia isquêmica de uma população do Rio de
Janeiro e sua associação com a evolução clínica
e desfechos clínicos, a saber: hospitalização
por IC, emergência por IC e óbito por causa
cardiovascular.
Método
Avaliação genética do polimorfismo I/D da
ECA associada à análise de dados clínicos e
laboratoriais de 99 pacientes. Analisamos os
dados dos prontuários dos pacientes de forma
retrospectiva, desde o início no serviço de
cardiologia, até a última consulta, em abril de
2013, com criação de um banco de dados onde
eram analisados os exames complementares e
os dados de consulta, incluindo os dados na
primeira e última consulta. Além disso, todos
os pacientes tiveram, após assinarem o TCLE,
análise de sangue do polimorfismo da ECA,
inserção (I) ou deleção (D), de forma cega para
o investigador. A análise estatística foi realizada
usando o programa SPSS for Windows, versão
17.0, com teste de Tukey, teste do qui-quadrado,
teste de correlação de Pearson, teste de regressão
múltipla, teste de regressão logística e curvas
de sobrevida de Kaplan-Meyer. As frequências
gênicas e haplotípicas foram estimadas de
acordo com Nei usando o software Arlequin
versão 2000.
Conclusão
As frequências alélicas e genotípicas relacionadas ao polimorfismo genético da ECA encontradas diferem da literatura nacional e internacional, com apenas 3% da nossa população com
genótipo II. Houve associação do polimorfismo
genético da ECA com a evolução clínica: hospi-
Medicina
talização, emergência e óbitos cardiovasculares
com relevância estatística, com pior evolução no
genótipo DD, seguido do DI e melhor no II. O
alelo D esteve associado de forma independente
e estatisticamente significativa com os desfechos
clínicos estudados.
gravura e fala a respeito daquele alimento. A
partir das informações trazidas por eles, são
dadas orientações. Além disso, é explicado
a respeito de hipertensão arterial e diabetes
mellitus e como essas doenças estão relacionadas
a hábitos não saudáveis.
103
Promoção de hábitos saudáveis como estratégia de prevenção da doença cardiovascular
Conclusão
Os responsáveis pelas crianças têm suas dúvidas esclarecidas e podem aprender um pouco
mais sobre uma alimentação saudável e seus
benefícios. Além disso, a troca de informações
e experiências entre as pessoas possibilita um
enriquecimento cultural e até mesmo pessoal
dos participantes. A participação ativa e a satisfação com a atividade mostram sua importância
para os integrantes. A atividade de educação
em saúde visa à prevenção da obesidade infantil, componente da síndrome metabólica
(obesidade, hipertensão arterial, dislipidemia
e alteração do metabolismo da glicose). Para
isso, a discussão do assunto com os pais é de
extrema importância na tentativa de se estabelecer um estilo de vida saudável. Para os estagiários de medicina, o projeto é uma excelente
oportunidade de aprender mais sobre o tema,
enriquecer a sua formação profissional a partir
do convívio com as diferentes categorias profissionais da área da saúde, além de contribuir
para uma visão integral do cuidado em saúde e
ser ainda oportunidade de iniciar o acolhimento
médico‑paciente.
Isabela Tamiozzo Serpa; Mariana Mendes
Bastos Figueiredo; Isabel R. Madeira; Márcia P.
F. Gomes; Ana Paula Pereira da Silva; Léa dos
Santos Leal
Ambulatório de Pediatria/HUPE
Introdução
Atualmente, observa-se um aumento na prevalência da obesidade, inclusive na faixa etária
infantil. Correlacionando-se à outras alterações, como hipertensão arterial, dislipidemia
e intolerância à glicose, a obesidade atua como
importante fator de risco para doença cardiovascular. Sendo assim, uma atividade de educação
em saúde que visa à discussão de estilos de vida
saudáveis na família é de extrema importância
como estratégia de prevenção.
Objetivo
O objetivo do presente trabalho é apresentar
uma atividade de educação em saúde em obesidade infantil, voltada aos responsáveis das crianças do Ambulatório de Pediatria Geral, inserida
num Projeto de Estágio Interno Complementar
para graduandos da FCM.
Método
A atividade faz parte de um projeto de Estágio
Interno Complementar para alunos da FCM
e ocorre mensalmente, na sala de espera do
Ambulatório de Pediatria Geral. O público alvo
é composto pelos responsáveis das crianças
e é abordada pela equipe multidisciplinar a
importância de se ter hábitos saudáveis de vida,
focando na alimentação da família. Para isso,
algumas ferramentas são utilizadas, como um
painel com números que escondem gravuras
de alimentos. Cada participante escolhe uma
104
Liga de Trauma e emergência da Universidade
do Estado do Rio de Janeiro
Izabella Chaves Silva Pinto; Maria Cristina
Araújo Maya; Pablo Ricardo da R. Costa;
Thatiany Magda Alves da Silva; João Batista R.
da F. Filho; Carolina Couto e Costa
Departamento de Cirurgia Geral/HUPE
Introdução
A LTE foi criada em 2006 com o intuito de
estimular o conhecimento dos acadêmicos de
Medicina da UERJ acerca de um assunto de
extrema importância e que não é abordado de
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
83
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
forma mais aprofundada na grade curricular: o
trauma. Por meio das aulas teóricas e práticas, os
ligantes são preparados para atuar em serviços
de emergência e ajudar a comunidade. Os alunos
de medicina são mobilizados e orientados em
prol da luta pela prevenção, atendimento pré e
intra-hospitalar das urgências e emergências e
a recuperação do trauma, na medida de suas
limitações como entidade universitária, prestando e aceitando para tanto a colaboração de
entidades afins.
Objetivo
Preparar os alunos do curso de Medicina
para atendimentos de emergência no âmbito
pré‑hospitalar (BLS e PHTLS) e intra-hospitalar
(ATLS e ACLS), além de torná-los propagadores do conhecimento; promover trabalhos de
prevenção do trauma e primeiros socorros na
comunidade; produção de trabalhos científicos
e pesquisas na área de prevenção ao trauma.
Método
Dois anos de curso para alunos a partir do terceiro ano do curso médico com módulos teóricos
de trauma e emergência, com aulas ministradas
por professores especialistas para cada tema,
além de aulas práticas de sutura, intubação e extricação. O segundo ano da Liga é composto por
aulas teórico-práticas no setor do Politrauma do
Hospital Municipal Miguel Couto. Em 2013:
participação do curso de suturas promovido no
XII Congresso Médico dos Hospitais Públicos
de Emergência do Rio de Janeiro, por meio do
envio de monitores; auxílio na organização do
Pré-CoLT 2013 no Rio de Janeiro; realização do
Curso Integrado de Primeiros Socorros (CIPS)
com aulas teórico-práticas de BLS e extricação;
aulas práticas de intubação orotraqueal; aula de
salvamento aquático com Szpilman; projetos
em andamento: “Casa segura: prevenção de
acidentes com idosos e crianças”, “Socorrista
Júnior: ensinando crianças a técnica do BLS”;
“Primeiros socorros” e “ Luz, câmera, BLS e
ação!”.
Conclusão
Os alunos que já participaram demonstraram
84
revista.hupe.uerj.br
grande aproveitamento científico e amadurecimento pessoal e profissional, acumulando um
conhecimento que os possibilitará uma atuação
mais qualificada no trauma. O desenvolvimento
de projetos pelos ligantes é parte fundamental
na capacitação para produção de atividades de
prevenção junto à comunidade, possibilitando
que o aprendizado teórico da Liga possa ser aplicado por meio de um olhar crítico, conjugando o
saber médico à vivência diária com os pacientes.
105
Epidemiologia da sepse grave no Hospital
Universitário Pedro Ernesto
Jéssica Rosa de Oliveira; Catherine da Cal Valdez;
Thereza Cristina Ferreira Camello; Mario Castro
Alvarez Perez; Sergio Cunha; Paulo Vieira
Damasco
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar/
Faculdade de Ciências Médicas (FCM)/HUPE
Introdução
A sepse constitui a principal causa de morte nas
UTIs do Brasil e a mortalidade no país é superior
à média mundial. Com objetivo de reduzir essas
taxas, foi criado no HUPE, um grupo de profissionais para uniformizar as condutas médicas na
sepse grave (SG).
Objetivo
Descrever a epidemiologia da SG no HUPE.
Método
O conceito de sepse foi definido conforme Guideline 2013. A análise estatística foi realizada
através do Microsoft Excel®, a partir dos dados
de pacientes internados no período de setembro
de 2012 a maio de 2013.
Conclusão
Analisaram-se 89 pacientes com SG, 47 (52,8%)
masculinos, com uma mediana de idade de 63
anos e de Apache II de 21. Nos 32 pacientes
com sepse comunitária, a letalidade foi de
56,2% enquanto nos 57 pacientes com sepse
hospitalar atingiu 63,1%. No grupo de SG, 51%
apresentaram choque séptico, 58,5% entraram
no protocolo de vasopressores e 35,1% entra-
Medicina
ram no protocolo de corticoterapia. O grupo
de sepse hospitalar em uso de corticoterapia
foi o de maior mortalidade ODD 3,2 (IC 95%
1,0 - 9,7, p = 0,03). Os principais focos de
infecção foram: pulmonar (45,7%), urinário
(17,0%) e abdominal (14,8%). A prevalência
de hemoculturas positivas foi de 25,8% e
identificou-se 23 microrganismos, sendo 65,2%
bacilos Gram-negativo (BGN), 21,7% cocos
Gram-positivos e 13,6% fungos. Os principais
foram: K.pneumoniae (21,7%), E.coli (17,3%),
Candida spp (13,0%), Proteus mirabilis (8,6%),
Enterobacter cloacae (8,6%), Citrobacter (4,3%),
P.aeruginosa (4,3%), S.pneumoniae (4,3%),
S.aureus (4,3%), S.agalactiae (4,3%), SCN (4,3%)
e VRE (4,3%). Os principais gatilhos da sepse no
HUPE foram as enterobactérias, com destaque
para K.pneumoniae. Foi possível analisar a adequação dos antimicrobianos em 11 casos com
hemoculturas verdadeiramente positivas. Entretanto, encontrou-se 27,2% de inadequações:
um paciente com sepse por VRE, outro com
bacteremia por SCN e uma infecção por KPC.
Nesta série de casos de SG, apenas 39,4% sobreviveram, sendo que os pacientes com sepse
hospitalar, em uso de corticoide, foram os que
tiveram maior mortalidade. A prevalência de hemoculturas positivas foi de 25,8% e os principais
microrganismos responsáveis foram os BGN
(65,2%), sendo que a Candida spp foi o terceiro
agente identificado. Em 2008, pesquisadores da
FCM analisaram 47 pacientes do HUPE com
sepse, em que 57% das infecções eram por BGN
e a taxa de sobrevida foi de 52%. Isso demonstra
a importância destes microrganismos na patogenia da sepse e o aumento da mortalidade por
SG no HUPE.
106
Treinamento do Corpo Salva Guarda da comunidade Babilônia
Jurraine Herculano Pereira; Maria Cristina
Araújo Maya; Carolina Couto e Costa; Izabella
Chaves Silva Pinto; Rachael de Vasconcelos Alves
Vieira Lima
Departamento de Cirurgia Geral/HUPE
Introdução
A Comunidade da Babilônia está localizada
no Morro da Babilônia, no bairro do Leme na
cidade do Rio de Janeiro. Hoje faz parte das
comunidades que já receberam a Unidade de
Polícia Pacificadora (UPP). Os integrantes da
comunidade se juntaram para criar um Corpo
Salva Guarda o qual ajudaria pessoas debilitadas
ou que passem mal repentinamente a chegar
rapidamente em um serviço médico.
Objetivo
Treinamento do Corpo Salva Guarda da comunidade Babilônia para atendimento de emergência no âmbito pré-hospitalar, através do Suporte
Básico de Vida (BLS), sendo capazes de prestar o
auxílio inicial para qualquer adversidade dentro
da comunidade.
Método
O Corpo Salva Guarda da comunidade da
Babilônia é composto por 20 integrantes.
O treinamento consiste em um dia de aulas
teórico-práticas de BLS, com uso de bonecos
simuladores para reanimação cardiopulmonar,
e prancha de imobilização para o ensino da
extricação, ministradas por alunos de medicina
pertencentes à Liga de Trauma e Emergência da
UERJ sob supervisão dos médicos orientadores.
Conclusão
O treinamento ocorreu sem intercorrências
e com boa resposta por parte do Corpo Salva
Guarda, que ampliou seus conhecimentos
em relação à prestação de primeiros socorros
e possibilitou que os mesmos praticassem a
teoria aprendida. Houve um crescimento intelectual, maior capacitação e preparação do
Corpo Salva Guarda para as emergências que
certamente aparecerão na comunidade. É de
extrema importância que o grupo responsável
por fazer o primeiro contato com esses pacientes
se encontre preparado e seguro para atuar, o que
é mais facilmente atingido após o treinamento
qualificado. Sendo assim, não somente o Corpo
Salva Guarda é beneficiado, como também toda
a Comunidade da Babilônia.
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
85
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
107
Relato de caso: síndrome oculoglandular de
Parinaud causada por esporotricose
Lana Sayuri Makita; Carla Cristina Gaudereto
Duarte Galvão; Luiz Fernando Régis-Pacheco;
Maria Tereza de Andrade Silveira
Departamento de Oftalmologia
Introdução
A esporotricose é uma zoonose epidêmica no
estado do Rio de Janeiro. É uma doença transmitida pelo gato, acometendo aproximadamente
2.200 humanos e 3.244 gatos até dezembro de
2009. A doença cutâneo-linfática é a forma mais
comum de apresentação em humanos. A esporotricose ocular é uma doença rara, que pode
se apresentar como a síndrome oculoglandular
de Parinaud (SOGP), acometimento conjuntival associado a adenomegalia. A SOGP é mais
comumente descrita acompanhando a bartonelose, causada pelo Bartonella henselae. Nessa
apresentação, abordaremos a SOGP causada
pela esporotricose.
Objetivo
Apresentar um relato de caso de paciente do
serviço de Oftalmologia portando a síndrome
oculoglandular de Parinaud por Sporothrix spp.
Método
Relato de caso do diagnóstico, tratamento e
evolução da doença.
Conclusão
Paciente segue em acompanhamento no serviço de Oftalmologia há um mês, realizando
tratamento oral com Itraconazol 200 mg/dia.
Apresenta melhora evolutiva de suas lesões
cutâneas e oculares.
108
Perfil de crianças com doenças crônicas vítimas de violência em um hospital universitário
Larissa V. da Conceição; Stephanie Cathren F.
dos Santos; Ana Tereza M. S. de Moura; Ricardo
M. R. Rafael; Nathalia V. Melo
Faculdade de Ciências Médicas (FCM)/UERJ
86
revista.hupe.uerj.br
Introdução
A violência familiar tem suscitado a necessidade
de uma abordagem diferenciada no âmbito da
saúde. A detecção precoce da violência familiar
ainda é um desafio e as crianças vítimas costumam percorrer um longo caminho nos serviços
de saúde até que a situação seja evidenciada. A
mudança no perfil de comorbidades na prática pediátrica vem exigindo um esforço para
atender as necessidades de crianças portadoras
de doenças graves, de evolução crônica e que
necessitam de múltiplos cuidados especializados. Existe ainda a necessidade extrema de
uma avaliação integral e acompanhamento
multidisciplinar a essas crianças por estarem
mais vulneráveis à vitimização, sendo oportuna
a reflexão sobre as práticas de saúde oferecidas
em hospitais e a inserção de tecnologias leves
compondo o atendimento.
Objetivo
Este projeto faz parte de uma linha de investigação iniciada em 2001 e tem como objetivo
principal conhecer os caminhos percorridos
pelas crianças vítimas de violência e suas famílias até a sua detecção e identificar a ocorrência
de comorbidades ou necessidades especiais em
saúde entre as crianças atendidas no AF o que
pode tornar o seu acompanhamento ainda mais
complexo. Por fim, também pretende avaliar em
uma segunda etapa do projeto, a prevalência da
violência em pacientes com doenças crônicas
atendidas em ambulatórios de especialidade.
Método
Trata-se de um estudo do tipo transversal, com
aplicação de questionários aos responsáveis
pelas crianças atendidas nos ambulatórios de
pediatria do HUPE e obtenção de informações
a partir de prontuários. Será utilizado um banco
de dados como ferramenta, a fim de gerar o
perfil das crianças que sofrem violência familiar
e são portadoras de doença crônica.
Conclusão
No trabalho foram avaliados 128 prontuários. O
perfil encontrado foi: 52,6% de meninas e com
idade entre cinco e nove anos (62,3%). As infor-
Medicina
mações foram obtidas a partir de informações
disponíveis no prontuário do Ambulatório da
Família (97,4%). Quanto aos tipos de violência,
violência física foi prevalente em 58%, a sexual
em 30,5%, psicológica em 27,8% e negligência
em 23,6%. Das crianças que participaram do
estudo 29,8% acompanhavam no serviço de
psicologia, 16,7% de fonoaudiologia, 14,9% de
nutrição, 50% de neurologia, 28,5% de nefrologia e 25% nos serviços de genética de follow-up.
O estudo concluiu que as crianças com doença
crônica acompanham com frequência na psicologia e neurologia pediátrica e sofrem mais
frequentemente violência física não havendo
diferença significativa entre os sexos.
109
Alimentação infantil: obesidade não é brincadeira
Larissa V. da Conceição; Sabrina P. A. Gomes;
Kelly Cristina de A. Monteso; Isabel R. Madeira;
Isabor da C. Sant’anna; Eduardo B. Pieranti
Faculdade de Ciências Médicas (FCM)/UERJ
Introdução
A obesidade infantil tem aumentado nas últimas
décadas no mundo, entretanto, ainda não temos
um plano terapêutico eficaz para seu controle.
Objetivo
Objetivou-se analisar o número de crianças que
estão sendo afetadas por esse mal na comunidade do Salgueiro e informar aos pais o perigo da
obesidade. Tal pesquisa foi realizada pela Liga de
Pediatria da UERJ no projeto “Tocando Saúde
no Salgueiro”, em 2011.
Método
Foi montada uma tenda no pátio da associação
de moradores da comunidade e avaliamos 120
crianças entre um e dezessete anos. Houve exposição sobre conceitos de alimentação saudável
em informativos e atividades lúdicas. Tiveram
peso e altura medidos, respectivamente, com
uma balança analógica 150 kg/100 g e com um
estadiômetro de parede. O IMC e as grandezas
foram calculados e plotadas em gráficos de Z-Score (OMS). Foram aconselhadas mudanças
de hábito à criança e seu responsável caso suas
medidas e gráficos estivessem fora da faixa de
normalidade de peso ou IMC.
Conclusão
Das 120 crianças participantes do projeto,
0,83% da faixa estaria lactente (uma criança
de um ano), 25,83% pré-escolar (31 crianças),
20% escolar (24 crianças) e 53,33% adolescente
(64 adolescentes). Sendo que 74,1% (89 participantes) estavam na faixa de normalidade para
peso e IMC; 15 % (18 participantes) com baixo
peso; 3,34% (4 participantes) com sobrepeso e
obesidade; 1,67% (2 participantes) com risco
de sobrepeso e magreza extrema; 0,84% (1
participante) com obesidade extrema. Apesar
da prevalência crescente de obesidade infantil
no Brasil e no mundo, a pesquisa demonstrou
um acentuado índice de crianças abaixo do peso
ideal, segundo os padrões da OMS. Portanto, é
fundamental a orientação pelos profissionais
de saúde acerca da alimentação adequada de
acordo com a faixa etária e condições sociais
da criança ou adolescente.
110
A utilização de atividades lúdicas no incentivo
à prevenção da obesidade infantil
Mariana Mendes Bastos Figueiredo; Isabela
Tamiozzo Serpa; Isabel Rey Madeira; Candida
Mirian de Vasconcelos Santos; Vera Lucia
Hernandes de Oliveira; Joanathan Santos Garrido
Serviço da Pediatria Geral/HUPE
Introdução
Atualmente, observa-se um aumento na prevalência da obesidade, inclusive na faixa etária
infantil. Correlacionando-se com outras alterações metabólicas, como hipertensão arterial,
dislipidemia e intolerância à glicose, a obesidade
atua como um importante fator de risco para
doença cardiovascular.
Objetivo
O objetivo do presente trabalho é apresentar
uma atividade de educação em saúde em obesidade infantil, voltada para crianças, inserida
num Projeto de Estágio Interno Complementar
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
87
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
para graduandos da Faculdade de Ciências
Médicas da UERJ.
Método
A atividade faz parte do Estágio Interno Complementar e ocorre na sala de espera do Ambulatório da Pediatria Geral. Tem como público-alvo
as crianças. São realizadas, na brinquedoteca,
atividades lúdicas como “contar histórias”
voltadas para o tema obesidade infantil e estilo
de vida saudável, brincadeiras que valorizam a
atividade física e a degustação de alimentos saudáveis. Ao final, as crianças avaliam as atividades
realizadas através do desenho de “carinhas”:
excelente, bom, regular e ruim. São ainda entregues brindes que valorizam os hábitos saudáveis,
como pular corda. Concomitantemente, os
responsáveis permanecem reunidos em outro
cenário, em outra atividade que também visa
à prevenção da doença cardiovascular. Após
isso, os responsáveis vão à brinquedoteca para
também participar de algumas atividades, como
a degustação.
Conclusão
O aproveitamento durante as atividades é ótimo,
e a avaliação feita pelas crianças também mostra como as tarefas são bem aceitas e alcançam
seus objetivos. Elas passam a conhecer mais
sobre a alimentação saudável e os benefícios
da atividade física. Podem ainda experimentar
novos alimentos que não conheciam e outros
que diziam não gostar. A estratégia de utilização
de atividades lúdicas é de extrema importância
para a promoção da saúde junto a essa faixa
etária. Não só as crianças são beneficiadas, como
também a equipe responsável pela realização
das tarefas. Assim, os estagiários de medicina
enriquecem o seu conhecimento e a sua formação profissional através do contato com outras
categorias profissionais da área de saúde. Além
disso, vivenciam uma experiência que contribui
para uma visão integral do cuidado em saúde e
tem a oportunidade de proporcionar o acolhimento ao paciente.
111
Curso de primeiros socorros para leigos
88
revista.hupe.uerj.br
Mariana Mendes Bastos Figueiredo; Thatiany
Magda Alves da Silva; Jurraine Herculano
Pereira; Pablo Ricardo da Rosa Costa; João
Batista Ramos da Fonseca Filho; Maria Cristina
Araújo Maya
Departamento de Cirurgia Geral/HUPE
Introdução
Anualmente, milhares de pessoas se acidentam
nas ruas, rodovias ou em casa. Geralmente,
são quedas, queimaduras, envenenamentos,
cortes, choques, exigindo na maioria das vezes
socorro imediato. É marcante na personalidade
da população brasileira o forte sentimento de
solidariedade, porém, não basta o querer ajudar se, muitas vezes, não temos condições para
tal. O indivíduo que tem a intenção de ajudar,
porém não tem o conhecimento, pode agravar
o estado de saúde de uma vítima de acidente,
ou até mesmo, colocar em risco a própria vida.
Objetivo
O curso, que faz parte dos projetos de extensão
da Liga de Trauma e Emergência da UERJ (LTE),
orienta a população quanto aos principais acidentes e situações na qual poderão se encontrar,
e principalmente orienta quanto às medidas que
deverão ser tomadas. Os seguintes temas são
abordados: queimaduras, fraturas, picadas de
animais peçonhentos, estancamento de hemorragias, choque elétrico, asfixia, e principalmente,
a importância da ativação do sistema de saúde.
Prático e com uma linguagem simples, este curso apresenta a forma correta de realizar procedimentos tão importantes que são os primeiros
socorros. Por primeiros socorros, entendemos
os procedimentos adotados, antes da chegada do
médico, de um profissional qualificado da área
da saúde ou da ambulância, quando uma pessoa
é vítima de qualquer acidente, apresentando
grande potencial de salvar vidas.
Método
Os ligantes da LTE são, primeiramente, instruídos de modo a passarem o conhecimento
adiante, de forma simples, para que o leigo (não
profissional da saúde) compreenda. São realizadas simulações ao vivo, além da utilização de
Medicina
banners e da distribuição de flyers, contendo os
principais procedimentos e “o que não se deve
fazer” em caso de acidentes. O público-alvo
participa de maneira ativa e tem a oportunidade
de tirar quaisquer dúvidas sobre o assunto.
Conclusão
É importante que o leigo tenha noções de
primeiros socorros, pois a probabilidade de
existir um profissional da saúde no momento
de um acidente é muito pequena. Tendo noções
sobre o que fazer, o leigo terá a oportunidade
de diminuir sequelas ou aumentar as chances
de sobrevivência de um acidentado, enquanto
a equipe de saúde ativada não chegue ao local.
O projeto de primeiros socorros visa espalhar
tal conhecimento e, consequentemente, ajudar
a salvar vidas.
112
Perfil clínico epidemiológico das pacientes
portadoras de efusão mamilar no Hospital
Universitário Gafrée e Guinle
Najla Marques de Oliveira Mattar; Marco Felipe
Franco Rosa; Lucas Delmonico; Gilda Alves
Brown; Carolina Maria de Azevedo
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
Introdução
O câncer de mama é uma das principais causas
de morte entre mulheres. O Instituto Nacional
do Câncer (INCA) prevê 52.680 novos casos em
2012 no país, risco de 52/100.000 mulheres. A
efusão mamilar (NAF – Nipple Aspirate Fluid)
é descrita em 10-15% das mulheres com doença
benigna da mama e 2,5-3% das mulheres com
carcinoma mamário. O sintoma mais frequente
depois do nódulo é dor mamária, com incidência de 4,8-7,4%. Classificada macroscopicamente em leitosa, esverdeada, castanha, sanguínea,
serosa, turva ou purulenta. A importância de
derrames sanguíneos deve-se à associação com
papiloma intracanalicular e carcinoma papilífero. Há relação com câncer de mama quando
abundante, cristalino ou sanguinolento, unilateral, exteriorizando-se por ducto único. Em
homens, tal relação é maior que em mulheres,
engloba 20% dos acometidos, predominando
aspecto hemorrágico.
Objetivo
O estudo propôs traçar o perfil clínico-epidemiológico das pacientes com NAF atendidas
na radiologia do HUGG e estabelecer relações
com fatores de risco, colaborando na detecção
precoce de lesões malignas da mama e ampliando estudo de um sintoma pouco abordado na
literatura.
Método
Selecionaram-se pacientes com NAF espontânea
ou provocada na mamografia, de qualquer aspecto, exceto leitoso. Participaram 98 mulheres
maiores de 23 anos. Colheu-se material pela
compressão da mama realizando estudo citológico e proteico. Aprovado pelo Comitê de Ética
em Pesquisa do HUGG e INCA.
Conclusão
Incluídas 98 pacientes, das quais 81,6% realizaram mamografia e 64,2% a USG. Faixa etária
entre 23/77 anos, 70,7% entre 41-60 anos. A
maioria não fumante, não utilizou terapia de
reposição hormonal ou método contraceptivo.
Constatou-se baixo número de história familiar
de CA mama. Não houveram diferenças clínicas
nas pacientes com efusão não patológica das
patológicas, das quais 37% estavam entre 41-60
anos. O estudo é um dos pioneiros a delinear
tal perfil nas portadoras de NAF, evidenciando
a prevalência de fatores de risco e detecção
precoce do câncer de mama neste grupo. Os
resultados apontam cuidado ao rastrear neoplasias da mama em pacientes maiores de 40 anos,
justificado pela alta incidência de efusão patológica neste grupo. O número de mamografias
Birads-0 alerta sobre possibilidade de patologia
mamária subjacente aos achados radiográficos,
necessitando exames adicionais (USG) cujos
achados foram majoritariamente benignos. Tal
incerteza diagnóstica instiga buscar novos campos de investigação patológica, dando ênfase ao
poder diagnóstico da análise molecular do NAF.
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
89
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
113
Eficácia do programa de reabilitação cardíaca
do HUPE: análise das variáveis fisiológicas
obtidas em teste ergométrico
Pedro Cruz Cherem; Bruno Cícero Teixeira; Alice
Ricciardi Sampaio; Guilherme de Sá Oliveira;
Guilherme de Oliveira França; Luisa Ribeiro de
Meirelles
UDA de Cirurgia Cardíaca/HUPE
Introdução
As doenças cardiovasculares são as causas mais
comuns de morbimortalidade, destacando-se a
doença arterial coronariana (DAC). Uma das
intervenções terapêuticas é a cirurgia cardíaca,
caracterizada por um procedimento de risco e
um pós-operatório crítico, com possibilidade
de complicações. A prática de exercício físico
na RC contribui para melhorar o prognóstico
desses pacientes.
Objetivo
O objetivo do estudo foi verificar as alterações
fisiológicas de pacientes do programa de RC
do HUPE, através dos testes de esforço efetuados antes, e após três e seis meses do início do
programa.
Método
Participaram 25 sujeitos (sendo 18 homens)
com 63,9 ± 8 anos, todos sedentários e possuíam
DAC, destes 64% infarto agudo do miocárdio,
16% insuficiência cardíaca, 80% hipertensos,
24% diabéticos, 56% ex-tabagistas e 72% história
familiar de doenças cardiovasculares. Foram
submetidos ao programa de RC, constituído de
24 semanas, três sessões semanais de 60 min,
correspondentes a 30 de exercício aeróbio e 30
de exercício resistido.
Conclusão
Houve redução significativa (P < 0,05) do duplo
produto (DP) de repouso (9768 ± 1146; 8160 ±
1429; 7404 ± 1206 bpm.mmHg) no primeiro,
segundo e terceiro testes, respectivamente. A
pressão arterial sistólica (PAS) de repouso reduziu de forma significativa (130,8 ± 11,1; 116,6
± 11,2; 114,7 ± 7,4 mm/Hg). A FC no pico do
90
revista.hupe.uerj.br
esforço não apresentou alteração significativa. A
PAS máxima sofreu decréscimo não significativo, (156,8 ± 27,4; 156,6 ± 26,8; 155,3 ± 22 mm/
Hg), igual ao DP máximo (18886 ± 5433; 19019
± 6953; 19640 ± 5810 bpm.mmHg). O MET máximo aumentou significativamente, (7,4 ± 2,1;
8,6 ± 2,4 e 9,5 ± 2,6 ml.kg.min), igual ao volume
máximo de absorção de oxigênio (26 ± 7,5; 30,5
± 8,4; 33,5 ± 9,2 ml.kg/min). Os resultados não
significativos podem ter sido subestimados por
influência de um teste de esforço submáximo.
Porém, os dados gerais indicam um prognóstico
mais favorável da doença, através de uma maior
facilidade e segurança na execução de atividades
cotidianas, contribuindo positivamente para
uma melhor qualidade de vida.
114
Prevenção de acidentes domésticos com crianças – casa segura
Rachael de Vasconcelos Alves Vieira Lima; Sara
Costa Raoux Lemos; Jurraine Herculano Pereira;
Fabiana da Silva Madeira; Izabella Chaves Silva
Pinto; Maria Cristina Araújo Maya
Departamento de Cirurgia Geral/HUPE
Introdução
Os acidentes ou lesões não intencionais representam a principal causa de morte de crianças
de um a quatorze anos no Brasil. No total, mais
de 5 mil crianças morrem e cerca de 137 mil
são hospitalizadas anualmente. Afogamentos,
sufocação, queimaduras, quedas e intoxicações
juntos somam, em média, 52% em cada ano,
sendo acidentes que comumente ocorrem em
casa. O objetivo do presente trabalho é mostrar
a familiares e cuidadores alternativas de como
deixar a casa segura para crianças a fim de prevenir acidentes domésticos, bem como orientá-las
sobre possíveis perigos dentro de casa e como
podem evitar acidentes.
Objetivo
Mostrar a familiares e cuidadores alternativas
de como deixar a casa segura para crianças a
fim de prevenir acidentes domésticos com elas,
bem como orientá-las sobre possíveis perigos
Medicina
dentro de casa e como podem evitar acidentes.
Faculdade de Ciências Médicas (FCM)/UERJ
Método
Confecção de uma maquete com pontos destacados em locais potencialmente perigosos, os
quais devem ser identificados pelas crianças,
que respondem o motivo do perigo e como
evitar acidentes naquele local. Quando algum
ponto de potencial perigo não é identificado
pelas crianças, os monitores o fazem, explicam
de forma lúdica o motivo do perigo e como
prevenir acidentes naquele local.
Introdução
O acolhimento é uma ação de inclusão que não
se esgota no momento do atendimento, mas
deve ocorrer em todos os locais e momentos dos
serviços de saúde. O PAMI é o Primeiro Atendimento do Ambulatório de Medicina Integral
(AMI), onde o acolhimento é aplicado como
ferramenta de escuta, construção de vínculo e
acesso com responsabilização e resolutividade.
Conclusão
O projeto foi apresentado no Espaço Atividade: Aprendendo Brincando, durante o 49°
Congresso Científico do Hospital Universitário
Pedro Ernesto (HUPE). Passaram pelo local
150 crianças, alunos de escolas públicas do Rio
de Janeiro trazidas em excursão. As crianças
foram capazes de, interativamente, através da
maquete, mostrarem seus conhecimentos sobre
os perigos e as que não os conheciam foram
orientadas. Diversas dúvidas foram elucidadas
e acreditamos que a orientação dada às crianças
foi de grande importância na prevenção. Além
disso, as crianças foram orientadas a se tornarem
disseminadoras do conhecimento adquirido
com pessoas de seu convívio.
Acidentes podem ser evitados e o melhor meio
de se conseguir isso é educando a população,
tanto os pais quanto as crianças, através de
medidas preventivas. A Liga de Trauma e
Emergência da Universidade do Estado do Rio
de Janeiro (LTE-UERJ) acredita que é relevante
que o conhecimento de métodos preventivos
seja estendido ao meio social, buscando a melhor forma de conscientizar a população sobre
os riscos de acidentes domésticos, que são, sem
dúvida, preveníveis.
115
Acolhimento no PAMI – o primeiro contato
do aluno de Medicina
Rachel Tiemi Kagohara de Hollanda Cavalcanti;
Thais de Medeiros Batista; Sarah Graziela Pini de
Souza; Rosimere J. Teixeira; Francisco Barbosa
Objetivo
Nosso objetivo foi descrever o primeiro contato do aluno de medicina com o atendimento
ambulatorial.
Método
Este estudo foi realizado com base em 23 consultas do PAMI, entre 25/03 até 13/05/2013, às
segundas-feiras, pelos alunos do segundo ano
de Medicina. O atendimento foi realizado por
2-3 alunos sob a supervisão de um preceptor
através de uma ficha SOAP. Esta ficha dá ênfase
às informações: subjetivas – demanda, trajetória
assistencial, itinerário terapêutico, história familiar, social e pregressa; objetivas – exame físico
e exames complementares; avaliação de riscos
– adoecimento agudo, doenças crônicas, problemas psicossociais, necessidades não-percebidas;
plano de acolhimento – marcação de consulta
no AMI; encaminhamento para PSF ou outros
serviços; conduta terapêutica, etc.
Conclusão
O perfil dos pacientes atendidos no PAMI foi
de predomínio do sexo feminino (17 mulheres
e 6 homens) e de idosos (11 maiores de 60 anos,
nove entre 20-59 anos e um de 18 anos; dois
não tiveram idade registrada). A maioria era
proveniente de bairros da Baixada Fluminense
e zona norte (9 e 8, respectivamente). Dois vinham de outros municípios, dois da zona oeste
e apenas um da zona sul. Dos 23 pacientes,
apenas três não faziam uso de medicamentos.
Na avaliação de risco observamos que 17 pacientes apresentavam doenças crônicas, sendo a
doença cardiovascular mais prevalente (13). Três
pacientes apresentavam problemas psicossociais
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
91
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
como ansiedade e depressão. Quase metade (11)
já utilizava os serviços no HUPE, enquanto os
demais eram provenientes de serviços de saúde
externos. Neste cenário do PAMI, os alunos
podem praticar o conceito de acolhimento e
perceber que o atendimento deve ir muito além
da abordagem tradicional e que o médico tem
papel fundamental neste processo ao estabelecer
um vínculo e demonstrar preocupação com a
pessoa como um todo. Ficou claro, no decorrer
da prática dos atendimentos, que as necessidades das pessoas, muitas vezes, se encontravam
nas esferas psicológicas ou sociais. Desta forma,
uma abordagem centrada na pessoa é essencial
para o sucesso do plano terapêutico.
116
Coleta de papel para reciclagem: uma prática
sustentável e solidária
Dalila P. P. da Silva; Luciana G. Assad; Paula
Raquel dos Santos; Rayanni S. Teixeira; Louise
B. Mendes; Antônio A. B. de O. Junior
Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE)
Introdução
Conciliar o processo de trabalho às ações de
proteção ao meio ambiente através da utilização
responsável de insumos, o reconhecimento dos
sujeitos quanto suas responsabilidades como
potenciais geradores e a adoção de práticas
sustentáveis no ambiente de trabalho são um
grande desafio. O projeto de extensão “A reciclagem na coleta de papel na Faculdade de
Enfermagem e no Hospital Universitário: uma
prática de ensino, extensão e pesquisa” foi a estratégia encontrada em 2010 para promoção de
uma prática sustentável, solidária e responsável
nestas unidades.
Objetivo
Implantar a coleta seletiva solidária de papel
para reciclagem no Hospital Universitário e
na Faculdade de Enfermagem, promovendo
educação permanente.
Método
O projeto conta com a participação de bolsistas,
acadêmicos da graduação de enfermagem. No
92
revista.hupe.uerj.br
hospital participam 36 setores divididos em
administrativos e assistenciais. Na faculdade de
enfermagem foram selecionadas 29 unidades
para implantação do projeto. Atendendo a proposta de educação permanente são elaboradas
ações educativas, seminários e treinamentos
que promovem a sensibilização, reflexão,
capacitação e formação de multiplicadores.
Instrumentos como questionários e inspeções
contribuem para o monitoramento e construção
de indicadores.
Conclusão
Parceria com a Prefeitura dos campi resultou na
aquisição de lixeiras e contentores para acondicionamento e transporte do papel coletado no
hospital. No início, somente o papel branco era
coletado. Em 2011 foram incluídos o papel misto
e papelão. Questionário aplicado em janeiro de
2013 aponta que 100% dos funcionários avaliam
como importante a implantação de um programa para reciclagem e 96% mantinham-se motivados a colaborar com o projeto. Em 2012 e até
junho de 2013, respectivamente, foram coletados 20.000 kg e 19.722 kg de papel. A coleta para
reciclagem como prática sustentável e solidária
é uma realidade. As instituições estão comprometidas a integrar a conscientização ambiental,
para promoção de um gerenciamento adequado
destes resíduos, com comprometimento social já
que a coleta seletiva de papel solidária permite
o acesso desse segmento de trabalhadores à
cidadania, à renda e inclusão. As comunidades
envolvidas estão cada vez mais sensibilizadas
com a temática, a julgar, pela participação nos
eventos programados e a motivação traduzida
por seu voluntariado em contribuir com o processo de coleta e o aumento de papel coletado
promovido pela extensão do projeto.
117
Síndrome metabólica e leptina em crianças
pré‑púberes com excesso de peso
Rebeca Mathias de Queiroz Ribeiro; Isabel Rey
Madeira; Maria Alice Neves Bordallo; Nádia
Cristina Pinheiro Rodrigues; Fernanda Mussi
Gazolla; Cecilia Noronha de Miranda Carvalho
Medicina
Faculdade de Ciências Médicas (FCM)/UERJ
Introdução
A obesidade atinge a população cada vez mais
precocemente, tendo papel central na fisiopatologia dos componentes da síndrome metabólica
(SM), que agrega fatores de risco para doenças
cardiovasculares (DCV). O tecido adiposo tem
função endócrina secretando substâncias, como
a leptina, relacionada à resistência insulínica.
Em crianças não há consenso para definir SM, e
a leptina poderia auxiliar na detecção do grupo
de risco para DCV.
Objetivo
Avaliar o melhor ponto de corte da leptina na
identificação da SM em crianças impúberes
com excesso de peso e avaliar a associação entre
leptina e SM.
Método
O estudo incluiu 275 crianças (160 H, 115 M),
com média de idade 93,72m ± 17,79, 65 eutróficas, 46 com sobrepeso e 164 obesos, segundo
OMS. A definição de SM foi adaptada da International Diabetes Federation. Para cada valor
de leptina dosado foi estimado sensibilidade
e especificidade para SM. Uma curva ROC foi
construída com estes valores. Foi ainda avaliada
associação entre leptina aumentada e SM (regressão logística), ajustando-se por sexo e idade.
Conclusão
A acurácia da curva ROC foi 68%, o melhor
ponto de corte de leptina 12,3 ng/mL (sensibilidade 85,3%, especificidade 63,5% e índice de
Youden 0,488). O modelo logístico mostrou que
leptina e idade se associam com SM (p 0,0004,
OR 1,03, IC 1,01-1,06; p 0,0009, OR 1,06, IC
1,01-1,06). Com a prevalência crescente da
obesidade infantil e consequente aumento da
morbimortalidade por DCV no adulto, é válido definir um ponto de corte de leptina que
contribua na identificação de maior risco para
DCV ainda na infância. Aquela se mostrou útil
na detecção de SM, sendo o ponto de corte de
12,3 ng/mL o melhor.
118
Recepção aos internos de Medicina – acolhimento, ensino e aprendizagem
Ana Cláudia Chazan; Rosimere de Jesus Teixeira;
Cláudia Ramos Rocha; Thaís Yamamoto; Regina
Moura; Cesar Agusto Orazen Favoreto
Departamento de Medicina Integral, Familiar e
Comunitária (DMIFC)/HUPE
Introdução
O Ambulatório de Medicina Integral (AMI) faz
parte do Departamento de Medicina Integral,
Familiar e Comunitária, sendo responsável
pelo atendimento de grande parte dos pacientes
ambulatoriais do Hospital Universitário Pedro
Ernesto. Além do seu papel assistencial, também é espaço de ensino e aprendizagem para a
graduação e internato de Medicina. Os internos
de Medicina fazem o atendimento continuado
dos pacientes durante estágio de um ano, onde
atuam 4h/semana, sob supervisão médica – cada
quatro a cinco alunos para um preceptor. Neste
estudo vamos descrever a recepção aos internos
que estagiaram no AMI entre 2012/2013.
Objetivo
Apresentar e integrar internos e preceptores;
resgatar o aprendizado dos primeiros anos da
graduação sobre princípios e práticas da medicina de família e abordagem centrada na pessoa;
apresentar os objetivos de aprendizagem e as
estratégias de avaliação no ambulatório.
Método
Os alunos foram divididos em quatro grupos
com 25 internos/cada, cada um acolhido por
quatro preceptores. Foram utilizadas metodologias ativas de aprendizagem e as estratégias
didáticas: diagnóstico situacional sobre o ensino
médico, dinâmica de integração entre alunos e
preceptores e aprendizagem mediada por filmes
(cena de 6 min do filme “Óleo de Lorenzo”).
Para encerrar, foi feita uma exposição dialogada
sobre a abordagem centrada na pessoa, seguida
da apresentação da rotina do serviço e o sistema
de avaliação da aprendizagem no internato.
Duração de 3h.
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
93
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
Conclusão
Os principais conceitos relembrados dos anos
anteriores foram: integralidade, SUS (Sistema
Único de Saúde), resiliência e educação em
saúde. As principais qualidades apreciadas entre
os colegas foram: ter responsabilidade e habilidades de comunicação, ser atencioso, acolhedor
e empático com os pacientes. O filme permitiu
o debate sobre as competências de comunicação
de más notícias e a reflexão sobre os cuidados
com a privacidade, a comunicação verbal e não
verbal, empatia e suporte necessários nessas
situações. Os internos avaliaram que foi importante recordar conceitos e revelaram que
estavam ansiosos e com muitas expectativas em
relação à aprendizagem prática com os pacientes. Concluímos que a recepção aos internos,
além de ser um espaço de acolhimento, permite
aos preceptores conhecer melhor os internos,
suas necessidades e expectativas de aprendizagem e suporte durante o estágio prático no AMI.
119
Prevenção de queda de idosos em casa – casa
segura
Sara Costa Raoux Lemos; Maria Cristina Araújo
Maya; Mariana Mendes Bastos Figueiredo; Pablo
Ricardo da Rosa Costa; Rachael de Vasconcelos
Alves Vieira Lima; Thatiany Alves
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ)
Introdução
As quedas e as consequentes lesões resultantes
constituem um problema de saúde pública e de
grande impacto social. A queda é o mais sério e
frequente acidente doméstico que ocorre com os
idosos e a principal etiologia de morte acidental
em pessoas acima de 65 anos. A prevenção da
mesma é de importância ímpar pelo seu potencial de diminuir a morbidade e a mortalidade, os
custos hospitalares e consequentes internações
em asilos ou casas de repouso.
Objetivo
Nosso objetivo é alertar os idosos, familiares e
cuidadores sobre os riscos presentes em suas
94
revista.hupe.uerj.br
residências e apresentar alternativas de baixo
custo a fim de tornar a casa um ambiente mais
seguro para os idosos.
Método
Confecção de uma maquete para demonstrar
aos familiares e cuidadores formas alternativas
de como tornar uma casa segura, sendo as explicações individualizadas para cada parte da casa.
Contamos também com um pôster destacando
as informações mais importantes para exposição
e apresentação ao público, além de panfletos
para distribuição aos visitantes do evento.
Conclusão
O projeto foi realizado durante o evento “UERJ
Tocando Saúde no Salgueiro” realizado na
quadra central da comunidade do Morro do
Salgueiro em 2011. Mais de duzentas pessoas
passaram pelo projeto em questão. Diversas
dúvidas foram elucidadas. Com o auxílio da maquete foi possível ensinar à população medidas
alternativas de como deixar uma casa segura
com baixo custo, permitindo que esta população
mais carente previna, de formas simples, a queda
de idosos em sua casa. Em 2013, o projeto em
questão está sendo aprimorado, bem como a
maquete, com o objetivo de ampliá-lo para as
comunidades da região. O trauma é a quinta
causa de mortalidade na faixa etária acima de
65 anos, sendo a queda responsável por 70%
das mortes acidentais em pessoas acima de 75
anos. Além disso, 50% dos idosos que já caíram
apresentam um novo episódio de queda. A LTE–
UERJ acredita ser relevante a extensão ao meio
social do conhecimento de métodos preventivos
aos mais diversos tipos de eventos traumáticos,
buscando a melhor forma de conscientizar a
população sobre o trauma, que é, sem dúvida,
a doença do século.
120
A vida é muito mais que a Aids
Stephanie Cathren F. dos Santos; Janduy G. de
Souza; Anna C. Cabral
Faculdade de Ciências Médicas (FCM)/UERJ
Introdução
No Brasil estima-se que aproximadamente
Medicina
530.000 pessoas são portadoras do HIV e que
25,4% desconhecem a infecção. É importante a
consciência que o grau de instrução influência
expressivamente na vulnerabilidade, embora,
não seja suficiente para gerar proteção. Portanto,
existe a real necessidade de ações estratégicas e
programas educativos e preventivos.
Objetivo
Caracterização do nível de informação da população em questão, sobre o HIV/Aids; esclarecimento de mitos sobre a transmissão e contágio;
instrução da importância do preservativo na
prevenção.
Método
Aplicação de questionário com perguntas para
caracterização do conhecimento prévio sobre
o assunto e posterior comparação com as respostas corretas, fornecidas pelo investigador.
Houve distribuição de preservativos, folhetos
explicativos, endereços de Centros de Testagem
e Aconselhamento (CTA) e orientação da forma
de realização do teste.
Conclusão
Participaram 88 moradores do bairro Afonso
Pena, Rio de Janeiro, todos com idade superior
a 15 anos. Identificou-se que 67,04% dos participantes consideram que beijo na boca não transmite HIV, 87,5% conhecem possibilidade de
contágio através do sexo oral, 95,45% entendem
que não necessariamente pode-se encontrar
sintomatologia evidente, 64,77% consideram
que casais onde ambos são HIV positivos devem permanecer usando preservativo, 54,54%
acreditam que sexo vaginal é mais propenso a
transmissão, 95,45% conhecem possibilidade de
contágio ainda que não haja ejaculação durante
o sexo, 82,95% estão cientes que a transmissão
vertical não é necessariamente obrigatória, por
fim, 65,9% disseram que mulheres HIV positivo
não podem amamentar.
O conhecimento sobre o HIV/Aids se distribui
de forma desigual, havendo a necessidade de
estratégias educativas e levando-nos a reflexão
sobre como o investimento em educação, instrução e profilaxia resultariam em um impacto
positivo na saúde pública do país. 121
Socorrista júnior: ensinando a crianças a
técnica do BLS
Taíza Batista Moreno; Maria Cristina Maia;
Jurraine Herculano Pereira; Izabella Chaves
Silva Pinto; Fabiana da Silva Madeira; Mariana
Mendes Bastos Figueiredo
Departamento de Cirurgia Geral/HUPE
Introdução
O infarto agudo do miocárdio (IAM) é a principal causa de parada cardiorrespiratória (PCR).
Devido ao fato de grande parte das PCR ocorrerem em domicílio, destacamos a importância
da disseminação do Suporte Básico de Vida
(BLS) na população. A cada minuto em parada
cardíaca sem RCP (recuperação cardiopulmonar) e sem desfibrilação, o paciente perde 10%
de chances de sobreviver. O paciente que recebe
uma RCP adequada até a desfibrilação tem três
vezes mais chances de sobreviver do que aquele
que não a recebe. Daí a importância tanto de
uma ativação precoce do serviço de saúde para
a desfibrilação, quanto uma RCP adequada
mantida até a chegada do desfibrilador.
Objetivo
O projeto organizado pela Liga de Trauma e
Emergência (LTE) visa a capacitação de crianças
para que sejam promotoras do BLS na sociedade
e possam atuar, caso preciso, ativamente no BLS
(ligando para o 192/fazendo a RCP) auxiliando
ou orientando alguém a fazer, até a chegada da
ambulância com o desfibrilador.
Método
Serão elaborados coletes e faixas de “socorrista
júnior”, para serem utilizados pelas crianças
durante o curso. Em uma aula teórica, ensinaremos o BLS para as turmas. A aula teórica
terá o auxílio dos manequins de reanimação
cardiopulmonar, nos quais será mostrado todo
o procedimento de RCP. Em seguida os alunos
irão praticar nos manequins com o auxílio de
um monitor da LTE. Após a aula de BLS será
realizado um teatro interativo. Encenaremos um
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
95
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
evento de IAM em domicílio, no qual há apenas
uma criança no local para socorrer a vítima.
Serão feitos panfletos e cartazes para deixar na
escola. Ao final do curso, serão entregues certificados de socorrista júnior para as crianças
que participarem.
Conclusão
O curso foi realizado durante o evento Ligados
em Saúde, na Quinta da Boa Vista – RJ, em
agosto de 2012. A forma de abordagem das
crianças despertou o seu interesse pelo assunto,
e observamos que o conteúdo foi prontamente
absorvido. Os socorristas júnior demonstraram
ter entendido toda a cadeia do BLS e é esperado
que eles atuem disseminando esse conhecimento na sociedade, falando aos parentes e colegas
de fora da escola sobre o que aprenderam conosco, assim, atingiremos um grande número
de pessoas. A realização de RCP é de extrema
importância em um evento de PCR, reduzindo
a mortalidade nos casos onde é realizada corretamente. É esperado que os socorristas júnior
atuem disseminando o BLS na sociedade falando aos parentes e colegas de fora da escola sobre
o que aprenderam conosco, assim atingiremos
mais pessoas.
122
Luz, Câmera, BLS e Ação!
Taíza Batista Moreno; Maria Cristina Maia; João
Batista Ramos da Fonseca Filho; Izabella Chaves
Silva Pinto; Carolina Couto e Costa; Fabiana da
Silva Madeira
Departamento de Cirurgia Geral/HUPE
Introdução
O ensinamento do Suporte Básico de Vida (BLS)
para leigos torna-se importante a partir do momento em que as chances de um indivíduo ter
uma parada cardiorrespiratória fora do ambiente hospitalar são grandes e que a ressuscitação
cardiopulmonar (RCP) precoce pode dobrar
ou triplicar as chances de sobrevida de uma
pessoa. Juntando isso à dificuldade dos serviços
de saúde de alcançar o interior da maioria da
comunidades, o projeto “Luz, Câmera, BLS e
96
revista.hupe.uerj.br
Ação!” foi criado com o objetivo de ensinar BLS
em um primeiro contato nos centros culturais
dessa comunidades e posteriormente avaliar o
aprendizado através de peças/esquetes teatrais
montadas pelos membros desses centros.
Objetivo
O projeto tem como objetivo principal ensinar
membros dos centros culturais das comunidades
do Rio de Janeiro para que estes sirvam de disseminadores da informação para sua comunidade
de origem. Ao final de cada ciclo de preparação
e apresentação, será obtido como resultado a
capacitação de um público-alvo de X pessoas
que estarão diretamente habilitadas a realizar
as manobras de BLS, ou através da participação
ativa como atores ou como expectadores. Além
disso, a distribuição de DVDs com o trabalho
realizado contribuirá para aumentar de maneira
significativa a quantidade de pessoas cientes das
manobras e aptas a realizá-las.
Método
A Liga de Trauma e Emergência da UERJ (LTE)
entrará em contato com membros dos centros
culturais agendando um primeiro encontro na
comunidade, que será composto por breves
explicações teóricas sobre a cadeia de sobrevivência do BLS e pelo treinamento da técnica
de RCP em manequins. Posteriormente, um
segundo encontro acontecerá, no qual será
apresentada uma peça teatral escrita e produzida
pelos membros do centro cultural da comunidade em questão, abordando a importância e
aplicação da técnica que lhes foram ensinadas no
primeiro encontro. Essas peças teatrais criadas
e encenadas por eles serão gravadas em DVDs
e distribuídas pela LTE em eventos produzidos
pela mesma.
Conclusão
O projeto criado em junho de 2013 tem como
resultado preliminar o grande interesse e apoio
por parte dos participantes do Grupo Cultural
CUFA da comunidade Cidade de Deus e da
própria comunidade, que anseia pelo desenvolvimento da atividade.
123
Liga Acadêmica de Medicina Familiar e Co-
Medicina
munitária: um relato de experiência
Leonardo de Oliveira Carvalho; Tania Cavalcante
Ramos; Juliana Ribeiro Constante; Carlos Roberto
Figueiredo Coelho; Isabela Tamiozzo Serpa;
Daniella Chimeli Lopes Raposo
Faculdade de Ciências Médicas (FCM)/UERJ
Introdução
O modelo biomédico, predominantemente
utilizado no ensino médico, mostra-se ultrapassado no que tange à atenção integral à saúde.
A graduação médica, além de ser pautada na
doença, desconsiderando por vezes o indivíduo
como um ser integral, demonstra deficiência na
formação profissional dos acadêmicos quanto à
qualidade gestora e empreendedora.
Objetivo
Nesse contexto, o objetivo deste trabalho é
apresentar um relato de experiência das vivências na Liga Acadêmica de Medicina Familiar
e Comunitária da UERJ (LAMFaC/ UERJ). A
LAMFaC é um espaço extraclasse que busca
desenvolver atividades que contribuam com
o curso de graduação, por meio de práticas
pedagógicas participativas que enriqueçam a
vivência teórico-prática dos alunos da Faculdade de Ciências Médicas da UERJ no que tange
à Medicina Familiar e Comunitária, Estratégia
de Saúde da Família e Atenção Básica à Saúde,
visando uma formação profissional de excelência através do fortalecimento da relação entre
ensino, pesquisa e extensão.
Método
As atividades da LAMFaC são desenvolvidas ao
longo de um ano. Nesse tempo, o “ligante” participa de aulas teóricas que visam a ampliação
do conhecimento sobre a Medicina Familiar e
Comunitária; atividades práticas, como o acompanhamento ambulatorial no Ambulatório de
Medicina Integral do HUPE e nas Clínicas da
Família, desenvolvimento e implementação de
ações de educação em saúde; e pesquisa. Após a
conclusão das atividades da Liga, o aluno pode
ingressar como gestão, desenvolvendo habilidades e competências essenciais à inserção no
mercado de trabalho, como trabalho em equipe,
criatividade, oratória, respeito ao próximo e
liderança.
Conclusão
Entendendo a saúde em seu aspecto mais amplo, as atividades da LAMFaC incentivaram a
formação de profissionais críticos e reflexivos
pautados em uma visão mais humanizada e
integral da prática médica. No âmbito social,
foram desenvolvidas atividades de educação
em saúde. No âmbito científico, a Liga estimulou a participação dos alunos em congressos
médicos, por meio de relatos de experiência,
planejamento das atividades e apresentação em
mesas redondas. A LAMFaC permite ao aluno
a ampliação do conhecimento sobre a Medicina
Familiar e Comunitária e a aproximação com a
prática na Atenção Primária à Saúde, experiência fundamental para a formação do médico,
tendo em vista que a Atenção Básica é o alicerce
de um sistema de saúde eficiente. Além disso,
a experiência com a gestão prepara o futuro
médico para o trabalho em equipe.
124
Mecanismos de enfrentamento desenvolvidos
por pacientes ambulatoriais e hospitalares
Thays Macedo Nascimento Costa; Carlos
Eduardo Peres Sampaio
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ)
Introdução
A cirurgia ambulatorial surgiu como proposta
para reduzir o impacto de uma cirurgia clássica
hospitalar na vida do paciente e sua família. A
cirurgia hospitalar caracteriza-se pela internação do paciente antes da intervenção cirúrgica e
alguns dias depois recebe alta hospitalar.
Objetivo
Identificar as diferentes estratégias de enfrentamento, percepções e sentimentos dos pacientes
submetidos à cirurgia ambulatorial e hospitalar.
Método
Trata-se de um estudo do tipo exploratório
descritivo com abordagem qualitativa. O local
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
97
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
selecionado para a coleta de dados foram as
enfermarias de clínica cirúrgica 1 e 2 feminina,
4 e 5 masculina de um Hospital Universitário,
e a enfermaria de clínica cirúrgica de um ambulatório. O projeto foi aprovado pelo Comitê
de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário
Pedro Ernesto da Universidade do Estado do
Rio de Janeiro (CEP/HUPE/UERJ) com parecer
3014/2011.
Conclusão
A amostra deste estudo foi constituída por 12
pacientes, sendo sete (58,3%) pacientes do sexo
feminino e cinco (41,6%) pacientes do sexo masculino. Já o número de participantes na pesquisa
a nível hospitalar correspondeu a 20 pacientes,
sendo 12 (60%) pacientes do sexo feminino e
oito (40%) pacientes do sexo masculino. Quanto
às estratégias dos pacientes ambulatoriais: apego
na religião e na família, em relação à percepção,
observou-se a falta de informações quanto ao
procedimento cirúrgico. As ações de enferma-
98
revista.hupe.uerj.br
gem ao paciente ambulatorial são identificadas
em fases, visando o cuidado ao paciente cirúrgico. Nos pacientes a nível hospitalar, percebemos
que os pacientes foram orientados acerca da
cirurgia e dos procedimentos que são realizados,
porém muitos evidenciaram como percepção
o medo a realizar o procedimento, e com isso
identificamos a importância das orientações de
enfermagem. A respeito dos sentimentos dos
pacientes foram identificados sentimentos positivos e negativos, sendo que, a nível ambulatorial
e hospitalar, os pacientes buscaram manter a
calma e tranquilidade. Já nos pacientes hospitalares podemos perceber a preocupação de não
conseguir operar, o ambiente social e familiar.
Desta forma, concluímos que em ambos os tipos
cirúrgicos o pacientes apresenta suas ansiedades
e medos, sendo amenizado pelo apoio familiar
e dos amigos. Os enfermeiros são importantes,
pois atuam identificando estas dificuldades e
buscando tratar o paciente de forma holística,
humanizando a assistência de enfermagem.
Nutrição
Nutrição
125
Correlação entre obesidade e aspectos comportamentais e bioquímicos em pacientes em
prevenção secundária para DCV
Ana Carolina Alvim Hudson Cadinha; Priscila
Gomes de Mello; Bianca de Souza Rodrigues; Ana
Paula Rocha Trotte; Denise Alves da Conceição
Barros; Annie Seixas Bello Moreira
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ)
Introdução
Modificação do estilo de vida é hoje um dos
principais pilares para a prevenção e tratamento
das doenças cardiovasculares (DCV), principalmente em relação a padrões dietéticos.
Objetivo
Logo, o presente estudo objetivou verificar a
correlação entre a obesidade e aspectos comportamentais e bioquímicos em pacientes que tenham tido algum evento cardiovascular (ECV).
Método
Trata-se de um estudo transversal descritivo
com 30 pacientes participantes, 14 obesos e
16 não obesos, até o momento, em prevenção
secundária para DCV. Os pacientes foram
captados na cardiologia da Policlínica Piquet
Carneiro da UERJ com histórico de ECV como
infarto agudo do miocárdio (IAM) e angina.
São realizadas avaliações antropométrica e bioquímica, coleta de história da DCV e aspectos
comportamentais.
Conclusão
Os dados foram apresentados com média +- erro
padrão. Foi realizado o teste T de Student para
comparação entre médias e o teste chi-quadrado
para comparação das frequências. Os pacientes
estudados apresentaram uma média de idade
de 64 ± 1,9 anos. Dentre esses pacientes, 46%
com história de IAM e 48,3% com angina (sem
diferença entre obesos e não obesos). Sobre os
outros fatores, apenas 33% praticavam atividade física regular (20% não obesos e 13,3%
obesos). A média da circunferência da cintura
e do pescoço foi alta na população sendo maior
nos obesos (p < 0,05). Diante dos resultados
bioquímicos, a média de TG foi de 201 ± 35,4
mg/dL nos obesos e 124,9 ± 17,4 nos não obesos;
p < 0,05 ); não houve diferença na frequência
de hipercolesterolemia e nem DM. Mesmo
sem diferença entre os dois grupos estudados
para o HDL, os obesos tiveram uma tendência
a menores taxas (41,6 ± 4,1 mg/dL obesos e
não obesos 52,9 ± 4,1 mg/dL). Sobre os hábitos
alimentares verificou-se consumo regular (5x/
sem) de vegetais (83,3%) e frutas (80%). Não
houve hábito regular de consumo de refrigerantes (13,3%). A frequência de refeições fora
de casa por semana e de alimentos prontos foi
alta. Verificou-se 48% de consumo de leite de
baixo teor de gordura (31% não obesos e 17%
em obesos); carnes ricas em gordura (6,7%,
sendo todos obesos). A frequência de consumo
de sucos de frutas por semana foi insatisfatória
(16,7%) e o consumo de frutas (80%) e vegetais
(70%) 5x/sem. Os pacientes obesos em prevenção secundária de DCV apresentam alta
frequência de fatores de risco como o próprio
excesso de peso correlacionado ao sedentarismo
e maus hábitos alimentares. Sugerimos que é
essencial conhecer hábitos alimentares, fatores
associados ao risco de novos ECV e promover
estilo de vida saudável.
126
Bebida de soja, abacaxi e maçã: avaliação
sensorial por pacientes adolescentes
Bruna Paraiso de Araujo; Marisa Helena
Cardoso; Mariângela Giana de Abreu Gonzaga
Ribeiro; Mario Fritsch Toros Neves
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
Introdução
Nas duas últimas décadas, a atenção à saúde do
adolescente vem se tornando uma prioridade
em muitos países. Isto se deve à constatação de
que a formação do estilo de vida do adolescente
é crucial, não somente para ele, como também
para as gerações futuras. A soja apresenta grande
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
99
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
potencial no mercado de alimentos funcionais por conter compostos bioativos, como as
isoflavonas, capazes de protegerem pessoas de
doenças crônicas. A bebida de soja e frutas reúne
as características sensoriais desejáveis da fruta
com as propriedades funcionais da soja.
Objetivo
Este trabalho teve como objetivo divulgar uma
bebida de soja, abacaxi e maçã para adolescentes
frequentadores de um núcleo de estudos de saúde, por meio de aplicação de provas sensoriais
desta bebida.
Método
Durante 2012, esta bebida foi oferecida aos
adolescentes pacientes. A bebida era preparada
pela discente em seu lar e transportada para esse
núcleo de forma a mantê-la resfriada. Periodicamente, foi realizada pesquisa de microrganismos
deteriorantes e patogênicos na bebida. Os adolescentes avaliaram a cor, o aroma e o sabor da
bebida com base em uma escala de impressões,
variando de ótimo a péssimo. Perguntas sobre
alturas e pesos desses adolescentes foram realizadas, com o objetivo de se calcular o índice de
massa corpóreo (IMC) deles. O estado de saúde
do adolescente foi indagado.
Conclusão
Os resultados da pesquisa microbiológica
mostraram que a bebida foi considerada apta
para o consumo. Um grupo de 125 pacientes
adolescentes, com idades variando de 9 a 21
anos, dentre os quais 55 pertenciam ao sexo
masculino, provaram a bebida. A distribuição
dos IMC mostrou que 26% dos adolescentes
apresentaram baixo peso; 10%, sobrepeso, e, 5%,
obesidade. Dentre os adolescentes, 37% apresentavam algum tipo de doença, e, neste subgrupo,
as mais frequentemente informadas eram lúpus
e febre reumática. Dentre os adolescentes, 26%
nunca haviam experimentado soja antes do
momento da realização da prova sensorial. Os
somatórios das respostas ótimo e bom para cor,
aroma e sabor foram, respectivamente, 68%,
62% e 55%. Os resultados sensoriais mostraram
que os adolescentes apreciaram levemente a
100
revista.hupe.uerj.br
bebida de soja, abacaxi e maçã, o que revelou a
necessidade de se melhorá-la para um próximo
estudo. Esta ação está vinculada ao Programa
Alimentação Saudável e Avaliação Sensorial de
Preparações com Soja por Coletividades Hígidas
e Não Hígidas (PASASPSoja), reconhecido pelo
Edital nº 4 do ProExt 2011 do MEC SESu.
127
Consumo do óleo vegetal comestível “in natura” de acréscimo na dieta infantil
Cinthia de Carvalho Couto; Maria Elisa Barros;
Haydée Serrão Lanzillotti
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ)
Introdução
Os benefícios fisiológicos do óleo vegetal
comestível “in natura” prendem-se ao efeito
PUFA (EPA/DHA), que atua na diminuição da
transcrição de citocinas pró-inflamatórias e na
expressão de moléculas de adesão na superfície
vascular no adulto. Na criança atua na formação,
desenvolvimento e funcionamento do cérebro,
da retina e aumento da densidade energética
da dieta.
Objetivo
Desenvolver questionário que explique a adoção
à prática do consumo de óleo vegetal comestível
“in natura” de acréscimo na dieta infantil.
Método
O estudo seguiu o Consensus-based standards
for the selection of health status measurement
instrument (COSMIN). Participaram responsáveis pela alimentação da criança, em dois contextos: atenção secundária e primária, HUPE,
n = 80; PPC, n = 80. A elaboração do mapa do
construto partiu da revisão de literatura, buscando as dimensões postuladas – compreensão
dos responsáveis pela alimentação da criança
sobre a prática do uso do óleo vegetal “in natura”,
recomendada pelo MS-2002. A etapa desenho
dos itens compreende técnica dos informantes-chave, parafraseamento, número de caracteres
das assertivas, taxa de endosso (TE) do escore,
índice de discriminação (ID). A escala de
Nutrição
Likert, de 5 pontos e 15 assertivas, definiu os
escores. Confiabilidade do questionário pelo
procedimento split-half e r Spearman. Análise
de componente principal (ACP), scree plot e
testes Kaiser-Meyer-Olkin measure of sampling
adequacy (KMO) e Bartlett’s test of sphericity
indicaram dimensões. Aplicativo PASW Statistic
versão 18.
Conclusão
Dimensões postuladas: D1 – “benefícios do
consumo de óleo vegetal comestível ‘in natura’
na dieta infantil”; D2 – “percepção dos responsáveis pela alimentação da criança em relação ao
consumo de óleo vegetal comestível ‘in natura’
na dieta infantil”. Do total de assertivas, foram
parafraseadas quatro e uma ultrapassou o limite
de 80 caracteres. Nenhuma apresentou TE >
0,80 e todas, < 0,20. Na PPC três assertivas mostraram ID > 1 e no HUPE, uma. Consistência
interna, segundo r Spearman: PPC entre 0,30 a
0,65 (D1) e 0,66 a 0,85 (D2) e no HUPE, 0,23
a 0,60 (D1) e 0,45 e 0,74 (D2). ACP explicou
35,80% e 28,19% da latência do construto para
PPC e HUPE, respectivamente. Teste de KMO
apresentou: PPC, 0,811 e HUPE, 0,742 (ponto
de corte=0,60). Qui-quadrado de Bartlett’s test
of sphericity com valores de 410,18 (p=0,000) na
PPC e 318,21 (p=0,000) no HUPE, mostrando
adequação da amostra. Resultados sugerem
unidimensionalidade do construto para ambos
os contextos.
128
Associação de indicadores antropométricos
com fatores de risco cardiovascular em adolescentes com excesso de peso
Patrícia Vasconcelos Fontana; Denise Tavares
Giannini
Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE)
Introdução
O aumento do sobrepeso e obesidade em adolescentes vem caracterizando esta população
em todas as regiões brasileiras. De acordo com
os inquéritos do Estudo Nacional de Despesas
Familiares, Pesquisa Nacional de Saúde e Nutri-
ção e Pesquisa de Orçamento Familiar, de 1974
a 2009, a prevalência de excesso de peso neste
grupo etário aumentou em aproximadamente
seis vezes no sexo masculino (3,7% para 21,7%) e
em quase três vezes no sexo feminino (7,6% para
19,4%). Em função da importância adquirida
pelo excesso de peso, o constante desenvolvimento e utilização de técnicas confiáveis para a
avaliação nutricional são fundamentais para a
sua correta identificação e a possível determinação de seus riscos.
Objetivo
Analisar a relação dos parâmetros antropométricos com os fatores de risco cardiovascular em
adolescentes com excesso de peso, atendidos no
ambulatório do Núcleo de Estudos da Saúde do
Adolescente.
Método
Trata-se de um estudo transversal que avaliou
adolescentes de 12 a 17 anos com excesso de
peso, participantes do programa para prevenção
de obesidade na adolescência, através da antropometria, bioimpedância, exames bioquímicos
e pressão arterial. A associação entre os parâmetros antropométricos e os fatores de risco foi
verificada através da regressão linear.
Conclusão
Foram avaliados 27 adolescentes, sendo 59,26%
meninas e 40,74% meninos. Não houve diferença estatística significativa entre os sexos em
relação às variáveis analisadas. O percentual de
adolescentes com três ou mais fatores de risco
cardiovascular foi de 89%. O índice de massa
corporal se associou de forma significativa com
a circunferência da cintura, o percentual de gordura e a razão cintura-estatura. O percentual de
gordura também se associou significativamente
com a circunferência da cintura e a razão cintura-estatura. Houve uma associação significativa
entre triglicerídeos e índice de massa corporal,
circunferência da cintura e a razão cintura-estatura, sendo o poder de explicação de 25%,
17% e 19% respectivamente. Conclui-se que a
associação do índice de massa corporal, circunferência da cintura e a razão cintura-estatura
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
101
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
com os triglicerídeos demonstra a importância
de se avaliar a obesidade de forma global e localizada, para predizer risco de comorbidades
em adolescentes. São necessários pontos de
corte padronizados para esta população e um
direcionamento dos programas de prevenção
do excesso de peso, possibilitando uma ação
preventiva precoce.
129
Prevalência de fatores de risco e proteção em
portadores de doença aterosclerótica
Elisa Maia dos Santos; Mariana Pereira de
Castilhos; Aline Menezes; Luanda Naus Crevelário;
Janaína Fortunato; Annie Seixas Bello Moreira
Instituto Nacional de Cardiologia
Introdução
Os fatores de risco clássicos para doenças cardiovasculares, como hipertensão arterial, diabetes, dislipidemias e síndrome metabólica são
conhecidos há bastante tempo. Porém, estudos
mostraram que medidas de intervenção no estilo
de vida são eficazes na redução e prevenção de
eventos cardiovasculares (ARTINIAN et al.,
2010).
Objetivo
Avaliar a prevalência de fatores de risco clássicos
para doença arterial coronariana (DAC) e de
fatores de proteção de pacientes portadores de
doença aterosclerótica atendidos em hospital
terciário da cidade do Rio de Janeiro.
Método
Foram avaliados 20 pacientes com história
documentada de doença aterosclerótica prévia.
Foi realizada antropometria para avaliação do
estado nutricional e aplicado questionário para
identificação de fatores de risco e proteção para
doenças cardiovasculares, assim como doenças
crônicas e para avaliação de estilo de vida.
Conclusão
Dos pacientes avaliados 60% eram do sexo
masculino, 73,7% eram diabéticos e 60% têm
história familiar positiva para doença cardiovascular. Dos pacientes analisados 89,5% apresenta-
102
revista.hupe.uerj.br
ram três ou mais fatores de risco clássicos para
DAC (HAS, DM, sexo, HF e DLP) e somente
5% dos indivíduos apresentavam pelo menos
dois fatores de proteção. Observou-se que 80%
dos pacientes são sedentários e que em 70%
dos indivíduos o tempo utilizado assistindo
televisão é considerado excessivo. Foi possível
observar que estes pacientes sofrem influência
de grande presença de fatores de risco clássicos
para DAC associada à baixos níveis de fatores de
proteção, tal como a prática de atividade física,
o que sugere a necessidade de promoção de um
estilo de vida mais saudável nestes indivíduos,
com o objetivo de evitar a ocorrência de novos
eventos cardiovasculares futuros.
130
Avaliação da qualidade de vida de pacientes
portadores de doença aterosclerótica
Elisa Maia dos Santos; Mariana Pereira de
Castilhos; Aline Menezes; Luanda Naus Crevelário;
Janaína Fortunato; Annie Seixas Bello Moreira
Instituto Nacional de Cardiologia
Introdução
A qualidade de vida (QV) tornou-se uma importante medida de impacto em saúde. Pacientes
com doenças cardiovasculares (DCV) são mais
propensos a uma QV prejudicada, devido a limitações funcionais e psicossociais, tornando-se
importante conhecer a QV destes indivíduos.
Objetivo
Avaliar a qualidade de vida de pacientes portadores de doença ateroscleróticas atendidos em
hospital terciário da cidade do Rio de Janeiro.
Método
Foram avaliados 20 pacientes com história documentada de doença aterosclerótica prévia. Foi
realizado o questionário de avaliação de qualidade de vida SF-36, validado para a população
brasileira. Foi aplicado também questionário
de avaliação de prática de atividade física. Os
resultados foram expressos em oito domínios
de avaliação da QV: capacidade funcional, limitação por aspectos físicos, dor, estado geral de
saúde, vitalidade, aspectos sociais, limitação por
Nutrição
aspectos emocionais e saúde mental. Estes domínios foram analisados individualmente, sendo
considerada uma boa QV valores acima de 50.
Conclusão
Dos pacientes avaliados, 55% apresentavam boa
capacidade funcional e 55% relatavam limitação
por aspectos físicos. Porém, estes dois domínios
obtiveram médias menores que 50, sendo respectivamente de 47,25 e 40. No domínio dor, a
pontuação média foi 52,75 e o estado geral de
saúde obteve média de 64,65. O domínio vitalidade apresentou a média de 54,75. Nos aspectos
sociais a média foi de 73,25 e no domínio limitação por aspectos emocionais ficou com média
73,33. Na saúde mental obteve-se a pontuação
média de 68,4. Com relação à prática de atividade física, 80% dos pacientes são sedentários.
Observou-se que a capacidade funcional e a
limitação por aspectos físicos encontraram-se
abaixo dos valores esperados, podendo refletir
limitações impostas pela própria DCV (sequelas, incapacidade física) e se relacionar com a
inatividade física. A análise dos demais domínios mostra boa qualidade de vida dos pacientes
analisados. Sugerimos que a avaliação da QV de
pacientes portadores de DCV possa contribuir
para melhoria do tratamento destes indivíduos.
131
Bebida de soja, abacaxi e maçã: ação em saúde
para pacientes hospitalares
Maria Isabel Macedo Costa; Hilda Azevedo Silva;
Andréa Villardo Andrade; Pedro Eder Portari
Filho; Marisa Helena Cardoso
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
Introdução
No Brasil, as doenças crônicas não transmissíveis correspondem a 72% das causas de óbitos.
Neste grupo, estão doenças do aparelho circulatório, cânceres, doenças respiratórias crônicas e
diabetes. Os fatores de risco comuns entre elas e
passíveis de mudança são tabagismo, inatividade
física, alcoolismo, alimentação não saudável e
obesidade. A soja é uma leguminosa com altos
teores de proteínas, ácidos graxos essenciais e
fibras. Ela contém isoflavonas, associadas à diminuição do risco de doenças cardiovasculares,
osteoporose e alguns tipos de cânceres.
Objetivo
O objetivo deste trabalho foi, durante 2012,
divulgar a soja como alimento saudável, por
meio de aplicação de provas sensoriais de uma
bebida de soja, abacaxi e maçã, para pacientes
ambulatoriais e de enfermarias de um hospital
universitário.
Método
Esta bebida foi elaborada pela discente em
seu lar, empregando-se boas práticas de manipulação. Esta preparação foi submetida
periodicamente à pesquisa de microrganismos
deteriorantes e patogênicos e considerada apta
para consumo. O transporte sob refrigeração ao
hospital foi observado. Os pacientes responderam a um questionário aplicado pela discente
sobre a qualidade sensorial dessa bebida com
base em escala de cinco impressões, variando
do péssimo ao ótimo.
Conclusão
Cem pacientes provaram a bebida, sendo que
59 eram do sexo feminino. A distribuição dos
pacientes segundo as faixas etárias mostraram
que 40% tinham 60 a 89 anos; 45% tinham 30 a
59 anos; 7% tinham 20 a 29 anos e 8% tinham
10 a 19 anos. As doenças mais relatadas foram
hipertensão arterial e diabetes mellitus. Nas
respostas sensoriais obtidas, mais de 80% dos
pacientes classificaram como bons a cor, o
aroma e o sabor da bebida. Quanto aos hábitos
alimentares dos pacientes, 73% deles já haviam
consumido soja e 64% deles haviam tomado
bebida de soja industrializada. Quanto ao consumo de frutas, 72% relataram nunca consumirem
abacaxi e 47%, maçã. Dentre os pacientes, 92 não
sabiam o preço de um quilo de soja; 68 sabiam
que o consumo diário de soja faz bem à saúde;
80 se interessaram em aprender a elaborar a
bebida com a discente executora desta ação; 95
gostaram de provar a bebida de soja, abacaxi e
maçã. Estes resultados mostraram que, de modo
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
103
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
geral, esta bebida agradou os pacientes. Esta
ação está vinculada ao Programa Alimentação
Saudável e Avaliação Sensorial de Preparações
com Soja por Coletividades Hígidas e Não Hígidas (PASASPSoja), reconhecido pelo Edital nº
4 do ProExt 2011 do MEC SESu.
132
Comparação entre gêneros e risco cardiovascular em pacientes com doença arterial
coronariana
Priscila Gomes de Mello; Ana Carolina H. A.
Cadinha; Mariana J. Favacho dos Santos; Ana
Paula R. Trotte; Bianca R. da Silva; Annie Seixas
Bello Moreira
Policlínica Piquet Carneiro – UERJ
Introdução
A diferença entre as especificidades do gênero
no desenvolvimento de doenças cardiovasculares tem sido mostrada por uma série de estudos
com intuito de planejar alternativas para prevenção, tratamento, obtenção de um prognóstico
favorável e aumento da expectativa de vida.
Objetivo
Avaliar a diferença entre os gêneros em relação
aos fatores de risco cardiovascular e hábitos
comportamentais em pacientes coronariopatas.
Método
Foi realizado um estudo transversal com 30
pacientes, sendo 18 do gênero masculino e 12
do gênero feminino atendidos no ambulatório
de cardiologia da Policlínica Piquet Carneiro.
O trabalho foi aceito no CEP do Hospital Universitário Pedro Ernesto. Foram avaliadas a
pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial
diastólica (PAD); índices antropométricos: circunferência abdominal (CA), indíce de massa
corporal (IMC) e circunferência do pescoço
(CP); exames laboratoriais: perfil lipídico, glicêmico e eletrolítico, e enzimas hepáticas. Quanto
aos hábitos comportamentais foram avaliados:
nível de atividade física e consumo alimentar.
Foi realizada a correlação de Pearson e considerados estatisticamente significativos valores
de p < 0,05.
104
revista.hupe.uerj.br
Conclusão
Foram identificadas diferenças significativas entre os grupos no qual o gênero feminino possuiu
valores mais acentuados de PAS com média de
146,6 e erro padrão de 7,817 e magnésio com
média 2,118 e erro padrão 0,0352; e o gênero
masculino maior risco cardiovascular, segundo
CP com a média obtida de 40,78 e erro padrão
0,781. Não houve diferença estatística quanto às
diferenças entre os grupos quanto à obesidade.
Eventos clínicos: 63,3% da população já tiveram
infarto sendo que 53,3% dessa população eram
do gênero masculino e 10% feminino. Na população avaliada 42,9% foram submetidos à angioplastia, sendo que 39,6% do gênero masculino
e 3,6% feminino. Quanto a atividade física 70%
da população é sedentária e 40% do grupo é do
gênero feminino. O consumo de frutas é acentuado na população: 80% consome dentro das
recomendações nutricionais; entre o grupo que
tinha hábito de consumo de refrigerantes, 100%
eram homens. Conclui-se que houve diferenças
significativas entre os gêneros segundo aos parâmetros avaliados quanto ao risco cardiovascular
e hábitos comportamentais nos quais apontam
para medidas de intervenção direcionadas para
as especificidades dos gêneros.
133
Assistência multidisciplinar na prevenção da
doença cardiovascular desde a infância
Simone Augusta Ribas; Joanathan Garrido; Rafaela
Ferreira de Souza Gomes; Ana Paula Pereira; Raquel
Tavares Boy da Silva; Luanda Gomes
DiNutri/HUPE
Introdução
A importância da equipe multidisciplinar no
cenário de prevenção da doença cardiovascular,
desde a infância, deve-se ao princípio do cuidado compartilhado, que respeita o indivíduo
como um ser biopsicossocial e entende que a
adesão às recomendações fornecidas por toda
equipe de saúde só alcança o sucesso, se for
realizada de forma integrada e humanizada.
Objetivo
Nutrição
Avaliar a qualidade do atendimento e da adesão
ao tratamento após a inserção da equipe multidisciplinar.
Método
Foram sujeitos deste projeto, 40 dislipidêmicos,
de ambos os sexos, entre 2 e 12 anos, advindos
do ambulatório de pediatria do HUPE/UERJ. O
atendimento ambulatorial transdisciplinar (Nutrição, Psicologia, Educação Física e Genética)
iniciou-se em abril deste ano. Além dos dados
relacionados à história clínica, nutricional,
sociodemográfica e da escuta subjetiva dos pacientes, foram colhidas informações referentes
ao atendimento antes e depois do início da
intervenção de uma equipe multidisciplinar
como: qualidade do atendimento, intervalo
entre as consultas e adesão ao tratamento. Para
fins de análise estatística descritiva, dados foram
expressos em médias e percentuais.
Conclusão
Do total dos participantes admitidos, 77,5%
eram crianças, 67,5% do sexo feminino e 88,6%
pertencentes à classe econômica baixa e muito
baixa. Quanto ao estado nutricional, observou-se que 27,5% dos pacientes dislipidêmicos
apresentaram peso elevado para idade e 40%
excesso de peso para o índice de massa corporal e 2,5% baixo peso. Quanto ao atendimento,
constatou-se que o tempo intervalo entre as
consultas foi reduzido de quatro para dois meses
e a adesão das consultas aumentou de 25 para
60%. O atendimento humanizado permitiu que
o processo de escuta e do cuidado fosse ampliado, pois identificou através da escuta destes
sujeitos, oito dentre eles que necessitavam de
acompanhamento psicológico individualizado.
A partir dos dados apresentados fica evidente a
importância da atuação multidisciplinar no processo de prevenção da doença cardiovascular,
devido a sua natureza multifatorial e complexa.
O diagnóstico e a intervenção específica nos
estágios mais precoces contribui minimizar
os efeitos colaterais da aterosclerose desde a
infância na vida adulta.
134
Ações educativas sobre bebida de soja para
indivíduos com necessidades educacionais
especiais
Thayana Calixto de Carvalho; Thereza Christina
Moret Polonia; Mônica Porciúncula Pernambuco
Oliveira; Marisa Helena Cardoso.
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
Introdução
A merenda escolar é um instrumento capaz
de atingir alunos em todos os pontos do país
e por isso merece planejamento, controle de
qualidade e avaliação sensorial. No Brasil,
detectou-se aumento do consumo de alimentos
industrializados apresentando altos teores de
gorduras, açúcares e sódio. Os hábitos alimentares adquiridos na infância tendem a se solidificar
na vida adulta. Assim, a adoção de medidas de
promoção da saúde é vital na infância. A soja
contém expressivos teores de proteínas, fibras,
oligossacarídeos, vitaminas e minerais, sendo
considerada alimento funcional.
Objetivo
O objetivo deste trabalho foi divulgar a soja
por meio de ações educativas em saúde para
crianças e adolescentes com necessidades educacionais especiais. Estas ações, que consistiram
tanto em oferecer uma bebida de soja, abacaxi
e maçã a esses alunos, bem como palestra para
reabilitandos e responsáveis pelos alunos, foram
realizadas em um instituto federal de educação
que trabalha com este tipo de público, na cidade
do Rio de Janeiro.
Método
Durante 2012, 101 alunos, com idades entre 4 e
21 anos, provaram esta bebida, que foi preparada
artesanalmente, e responderam a um questionário aplicado pela discente sobre hábitos alimentares e propriedades sensoriais desta bebida,
como aroma e sabor, com base em escala de impressões. A bebida foi periodicamente avaliada
microbiologicamente, mostrando-se apta para
consumo. Uma apresentação em PowerPoint foi
preparada sobre hábitos alimentares e benefícios
ao se consumir alimentos como soja, abacaxi e
maçã. Os resultados mostraram que 74% dos
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
105
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
alunos sabiam que o consumo regular de soja e
frutas faz bem à saúde. Por outro lado, apenas
5% sabiam o preço do quilo da soja. O aroma
foi considerado bom ou ótimo por 76% dos
estudantes; 69% deles atribuíram conceito bom
ou ótimo para o sabor; 77% deles não deixaram
resto no copo no qual a amostra de bebida foi
oferecida. Uma palestra foi ministrada a 65
pessoas, em evento em que se comemorou o Dia
Mundial da Alimentação, no referido instituto.
Conclusão
As ações junto aos alunos e adultos alcançaram
bons resultados. A expectativa é os alunos se
familiarizem paulatinamente com preparações
nutritivas com soja, pois a adoção de novos
hábitos alimentares é um processo moroso e
complexo, que requer paciência e perseverança. Estas ações estão vinculadas ao Programa
Alimentação Saudável e Avaliação Sensorial de
Preparações com Soja por Coletividades Hígidas
e Não Hígidas, reconhecido pelo Edital nº 4 do
ProExt 2011 do MEC SESu.
135
Bebida de soja, laranja, banana e maçã: avaliação sensorial por idosos
Verônica de Oliveira Corrêa Rached; Maria Lúcia
Carneiro dos Rios Ferreira; Pedro Eder Portari
Filho; Marisa Helena Cardoso
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
Introdução
Estudos apontam que a soja pode ser utilizada
de forma preventiva no tratamento de doenças
cardiovasculares, câncer, osteoporose e sintomas
da menopausa. O extrato hidrossolúvel de soja
(EHS) preparado artesanalmente apresenta
baixo custo e alta qualidade proteica. A combinação de EHS com sucos de frutas representa
uma alternativa ao leite de vaca para as pessoas
intolerantes à lactose e alérgicas.
Objetivo
O objetivo deste trabalho foi divulgar uma bebida de soja, banana, laranja e maçã para idosos
de um centro de atendimento a esses indivíduos,
106
revista.hupe.uerj.br
por meio de aplicação de provas sensoriais desta.
Método
Durante 2012, a bebida foi preparada no lar
da discente, adotando-se boas práticas de
manipulação. Cálculos utilizando tabela de
composição de alimentos foram realizados
para o estabelecimento do valor energético da
bebida. Periodicamente, realizou-se pesquisa
de microrganismos deteriorantes e patogênicos
na bebida. Os atributos de qualidade sensorial
foram avaliados com base em escala de impressões, variando de ótimo a péssimo.
Conclusão
O valor energético de 200 ml da bebida foi de
88,56 kcal. Os resultados microbiológicos mostraram que a bebida encontrava-se apta para
consumo e ela foi provada por 103 idosos com
idades entre 57 e 94 anos. Dentre eles, 96% eram
do sexo feminino; 78% apreciavam banana,
laranja e maçã; 79% já haviam experimentado
bebida de soja industrializada antes sendo que
51% a classificaram como boa ou ótima. Neste
estudo, a cor foi considerada ótima ou boa por
91% dos idosos; o aroma, por 85% deles, e, o
sabor, por 92% deles. Para os idosos, 41% perceberam aroma predominante de banana sobre
os de laranja e de maçã; 38% detectaram predominância de sabor de banana sobre os de laranja
e maçã; 29% deles não conseguiram perceber
aroma de quaisquer das três frutas presentes e
18% não conseguiram perceber os sabores das
frutas utilizadas na bebida. Quanto ao interesse dos idosos em aprenderem a preparar esta
bebida, 90% deles afirmaram que gostariam de
elaborá-la em seus lares. Devido aos benefícios
proporcionados pelo consumo da soja à saúde
humana, é importante estimular a inclusão
deste alimento na dieta dos idosos. Este estudo
mostrou que a bebida de soja, banana, laranja e
maçã agradou a maior parcela dos idosos entrevistados. Esta ação está vinculada ao Programa
Alimentação Saudável e Avaliação Sensorial de
Preparações com Soja por Coletividades Hígidas
e Não Hígidas (PASASPSoja), reconhecido pelo
Edital nº 4 do ProExt 2011 do MEC SESu.
Odontologia
Odontologia
136
Vivência de acadêmicas de odontologia na
Estratégia de Saúde da Família: análise da
contribuição na formação profissional
Célia Caldeira Fonseca Kestenberg; Beatriz Faro
Wanzeller; Thamyris da Silva Cruz; Elizabeth
Santos Botelho
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ)
Introdução
Descrever a contribuição das experiências vividas por acadêmicas de odontologia, bolsistas do
Programa de Ensino para o Trabalho em Saúde
(PET-Saúde) intitulado Laboratório de Habilidades Sociais e Interpessoais, no que diz respeito
a formação profissional. Através da integração
entre os cursos de odontologia, medicina, nutrição, enfermagem, psicologia e os profissionais
da unidade da Estratégia de Saúde da Família no
RJ, elaborou-se a construção interdisciplinar do
conhecimento em saúde através de cursos de
capacitação. O foco principal da abordagem teórica foram os conceitos de habilidades sociais.
Objetivo
Relatar a vivência das acadêmicas de odontologia na Estratégia de Saúde da Família e a
contribuição do PET-LAHIS na formação de
profissionais qualificados; determinar de que
forma a participação nas atividades realizadas
no cotidiano da atenção primária contribuiu
para formação profissional.
Método
Descrição das diferentes atividades que ocorreram semanalmente, de março a agosto de 2013,
na comunidade da Formiga, sobe a orientação
da preceptora cirurgiã dentista e avaliação
da prática das habilidades sociais. Atividades
desenvolvidas: 1. mutirão da criança (01): atividades informativas dinâmicas, como avaliação
da saúde oral e demais exames; 2. atendimento
odontológico (90): somado ao procedimento
técnico, era possibilitado a cada paciente “de-
sabafar” suas angústias, refletir sobre seu sofrimento e suas causas e por consequência, tomar
consciência de suas ações; 3. consultas conjuntas
(02): atendimento interdisciplinar entre os
profissionais da saúde de distintas disciplinas
e áreas do conhecimento; 4. grupos de saúde
bucal (03): atividades dinâmicas informativas
sobre saúde oral, seguidos de atendimentos
clínicos da população; 5. visitas domiciliares
(02): na atenção básica, são realizadas ações em
domicílio, como o cadastramento, a busca ativa,
ações de vigilância e de educação em saúde.
A atenção domiciliar ocorre também quando
pacientes cuja situação demande um cuidado
e acompanhamento periódico, estão impossibilitados ou com dificuldade de locomoção
à unidade de saúde; 6. planejamento familiar
(01): através de um conjunto de ações foram
apresentadas, discutidas informações sobre
sexualidade, além de métodos e técnicas para
concepção e anticoncepção; 7. acolhimento
(01): permitindo a expressão das angústias e
preocupações do indivíduo.
Conclusão
Programas que visam aproximar a graduação
ao sistema público de saúde complementam
a formação teórica e prática de acadêmicos de
odontologia.
137
Estudo retrospectivo de 2.078 casos biopsiados na Clínica de Especialização em Estomatologia/UERJ
Marcus Vinicius Rego Benevides; Monalisa C.
A. M. Albuquerque; Renata Magalhães; Bruna
Lavinas Sayed Picciani; Geraldo Oliveira Silva-Júnior; Marília H. Cantisano
Estomatologia/Policlínica Piquet Carneiro –
UERJ
Introdução
O complexo oral e maxilofacial pode ser afetado
por diferentes tipos de lesões dos tecidos duros
e moles. O exame clínico e o exame radiográfico
permitem um diagnóstico clínico provisório
que, em muitos casos, deverá ser confirmado
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
107
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
através de biópsia. Existem poucos estudos que
informem a frequência relativa ou prevalência
das lesões orais, que incluam confirmação histopatológica e abranjam dados demográficos dos
pacientes e frequência da localização anatômica
das lesões.
Objetivo
Realizar um estudo retrospectivo das lesões
biopsiadas do complexo oral e maxilofacial de
indivíduos brasileiros atendidos na Clínica de
Estomatologia num período de 2000 a 2012.
Método
Os prontuários de 2.078 pacientes com diagnóstico histopatológico de lesões da cavidade oral e
maxilofaciais foram estudados. Os dados clínicos dos pacientes foram registrados e avaliados
retrospectivamente. Os dados foram agrupados
em patologias e caracterizados quanto à idade,
ao gênero e à localização anatômica. As informações foram introduzidas no Microsoft Office
Excel 2007 e a estatística descritiva foi realizada.
Conclusão
Num período de 12 anos foram realizadas 2.178
biópsias, sendo que destes 1.441 casos (69%)
obtiveram diagnóstico comprovado através de
exame histopatólogico e 31% (637 casos) diagnóstico descritivo. Dos casos com diagnóstico
histopatólogico conhecido, 59% eram mulheres,
31% homens e 11% não informado o sexo. A
média de idade da população estudada foi de
50,63 anos e em 58% dos casos os pacientes eram
leucodermas, 31% melanodermas e em 21% dos
casos a cor de pele não foi relatada. O sítio de
localização das lesões com diagnóstico foram
no rebordo alveolar, mucosa jugal e no palato
duro. Os achados histológicos foram variáveis,
com um total de 108 diagnósticos diferentes.
As lesões mais freqüentes foram os processos
proliferativos não neoplásicos, incluindo hiperplasia fibrosa inflamatória (33,7%), granuloma
piogênico (4,5%) e fibroma ossificante periférico (1,0%). O carcinoma de células escamosas
(7,9%), fenômeno de extravasamento/retenção
de muco (7,0%) e líquen plano (4,2%) também
foram comuns entre os casos estudados. Os
108
revista.hupe.uerj.br
resultados deste trabalho representam a prevalência das patologias orais e maxilofaciais
descritas na população em geral, semelhante
aos achados reportados na literatura, reforçando
desta forma que o diagnóstico histopatológico
representa uma importante ferramenta no
diagnóstico quando associada com os exames
clínico e de imagem.
138
Síndrome de Cowden – diagnóstico precoce
através de manifestações orais
Thays Teixeira de Souza; Gabriella Mundim
Rocha de Oliveira; Bruna Lavinas Sayed Picciani;
Ruth Tramontani Ramos; Geraldo de Oliveira
Silva Júnior; Marília Heffer Cantisano
Estomatologia/Policlínica Piquet Carneiro –
UERJ
Introdução
A síndrome de Cowden ou síndrome dos
hamartomas múltiplos é uma genodermatose
autossômica dominante rara, caracterizada
pela presença de múltiplos hamartomas mucocutâneos, fibromas orais, queratose acral
benigna, pólipos gastrointestinais e tumores de
mama. Afeta múltiplos órgãos (mama, tireóide,
estômago, cólon), com a forte possibilidade de
desenvolvimento de neoplasia maligna nestes
órgãos.
Objetivo
O objetivo deste trabalho é apresentar um caso
de síndrome rara, com destaque para as lesões
orais que foram responsáveis pelo diagnóstico
precoce desta doença.
Método
Mulher, 34 anos, leucoderma, com história de
nódulos benignos em tireóide e mama, apresentou-se à clínica odontológica para avaliação
de lesões orais.
Conclusão
Exame extraoral revelou pápulas em região
nasal, crescimentos verrucosos em região axilar e queratose palmoplantar. Exame intraoral
mostrou múltiplas pápulas em gengiva inserida,
língua e trígono retromolar. Análise histológica
Odontologia
das lesões orais foi compatível com hiperplasia
fibroepitelial. O diagnóstico da síndrome de
Cowden foi então sugerido após análise dos
achados orais, associado ao envolvimento
cutâneo e história patológica pregressa. Este
caso relata a importância do estomatologista no
diagnóstico desta síndrome, caracterizada pela
alta prevalência de tumores malignos, indicando
que exames de rotina fazem-se necessários em
pacientes afetados pela doença.
139
Prevenção do câncer bucal
Tuanny Lima Rangel; Marília Heffer Cantisano;
Geraldo de Oliveira da Silva Junior; Bruna Lavinas
Sayed Picciani; Ruth Tramontani Ramos; Thiago
Pessoa
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ)
Introdução
A Organização Mundial da Saúde (OMS) em
1997 considerou como lesões pré-malignas ou
lesões pré-cancerosas, um tecido morfologicamente alterado no qual o câncer é mais provável
de ocorrer do que em sua contraparte aparentemente normal. Em 2005 sugeriram o termo
“lesões epiteliais precursoras” definidas como
lesões que apresentam o epitélio alterado com
maior tendência à progressão para o carcinoma
de células escamosas. As principais lesões bucais
que podem ser precursoras são as leucoplasias,
as eritroplasias, as eritroleucoplasias e a queilite
actínica que se manifesta nos lábios.
Objetivo
O referido trabalho de extensão sobre a prevenção do câncer bucal teve por objetivo avaliar o
perfil clínico dos pacientes portadores de desordens potencialmente malignas da cavidade oral,
num período de dez anos, atendidos na Clínica
de Estomatologia da Policlínica Piquet Carneiro
da Universidade do Estado do Rio de Janeiro,
bem como conscientizar através de meios informativos a população e os profissionais da área
de saúde sobre a importância da prevenção e
diagnóstico precoce.
Método
Quanto aos procedimentos para diagnóstico, o
exame físico incluiu a inspeção visual e palpação
de todas as superfícies mucosas, palpação bimanual do assoalho da boca e a avaliação clínica
do pescoço em busca do envolvimento de linfonodos. O diagnóstico definitivo foi confirmado
por biópsia de espécime removida da área mais
suspeita clinicamente.
Conclusão
Após avaliação foi verificado que a lesão pré‑maligna que prevaleceu foi a leucoplasia, tendo
como sítio principal a língua (37,1%) seguido
da mucosa jugal (12,9%); a eritroleucoplasia
apresentou como sítio principal a língua (50%),
seguida do palato (14,3%); cem por cento dos casos de queilite actínica ocorreram no lábio inferior, bem como apresentaram displasia epitelial
e o carcinoma de células escamosas instalados
em dois casos. Pode-se concluir sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce
das referidas lesões através da conscientização
da população e meios informativos à população.
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
109
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
Psicologia
140
LIPAPS – eixo de saúde mental: perspectivas
da integração da pesquisa ao SUS
Alice Lopes do Amaral Menezes; Karen Athié;
Angela Machado; Eloá Borges; Marília Verdussen;
Sandra Lucia Correia Lima Fortes
Laboratório Interdisciplinar de Pesquisa em
Atenção Primária à Saúde (LIPAPS)/ UERJ
Introdução
O Laboratório Interdisciplinar de Pesquisa em
Atenção Primária à Saúde (LIPAPS) do Centro
Biomédico é um centro voltado para atenção
primária à saúde (APS) envolvendo atividades
de ensino, pesquisa e formação de recursos humanos. Possui três eixos de atuação: Saúde Mental, Adolescência e Saúde, e Sexualidade. A SM
na APS é uma das prioridades da restruturação
da assistência no país devido à alta prevalência
de transtornos mentais e à necessidade de ampliar o acesso à Estratégia de Saúde da Família.
Objetivo
Informar à comunidade científica sobre pesquisas e projetos específicos do eixo de Saúde
Mental (SM).
Método
São adotadas metodologias quantitativas e/ou
análises “quali-quanti” de acordo com o objetivo
de cada projeto.
Conclusão
As linhas de pesquisa englobam: 1) epidemiologia; 2) formação e educação permanente; 3)
intervenções terapêuticas e práticas de cuidado;
4) sistemas de saúde; 5) classificação diagnóstica;
6) projetos especiais. Além da participação de
alunos de graduação e pós-graduação (residência, especialização, mestrado e doutorado), o LIPAPS tem parceria com instituições
nacionais e internacionais: ENSP/FIOCRUZ,
UNIFESP, UEL, UFC, UFRJ, a universidade
espanhola Zaragoza e as inglesas de Manchester
e Liverpool. Em pesquisa, foram financiados
por agências públicas cinco projetos que, em
110
revista.hupe.uerj.br
geral, foram feitos na Área Programática 2.2
do município do Rio de Janeiro: Avaliação de
capacitação em saúde mental: matriciamento
(CNPq, 2009); Formando para o cuidado para
álcool, crack e depressão (MS/SGTES, 2011);
Avaliação do cuidado em Saúde Mental (FAPERJ/PPSUS, 2010-2013); Avaliação do cuidado
da depressão (CNPq/REBRATS, 2011-2013);
Mulheres na ESF: grupos, educação em saúde
e geração de renda (Secretaria de Política para
Mulheres – Presidência da República, 2013).
Em capacitação, foram ministrados cursos para
funcionários da Secretaria Municipal de Saúde
do Rio de Janeiro: Aperfeiçoamento em SM na
APS – BABEL (2010) e Qualificação profissional:
violência e SM na APS (2011). Também foram
realizados três seminários presenciais e, mensalmente, são realizados seminários à distância
via Portal Telessaúde. Em pesquisa acadêmica,
foram concluídas diversas dissertações e teses
sobre avaliação de treinamento, serviços e intervenções terapêuticas, demanda de pacientes,
etc. Pela extensão da atuação, o LIPAPS vem se
tornando uma instituição pioneira em pesquisa sobre SM na APS e vem transformando as
perspectivas da educação, pesquisa, assistência
e gestão nesse setor.
141
Pró-Saúde apoia curso de comunicação em
saúde para alunos de graduação
Alice Lopes do Amaral Menezes; Daniela Tavares
Pimenta; Celia Kestenberg; Bianca Souza; Sandra
Lucia Correia Lima Fortes
Laboratório Interdisciplinar de Pesquisa em
Atenção Primária à Saúde (LIPAPS)/UERJ
Introdução
Na área de saúde, a expansão da Estratégia de
Saúde da Família (atenção primária) aponta
para a atenção baseada na longitudinalidade do
vínculo profissional de saúde-paciente. Paralelamente, na educação, as Diretrizes Curriculares
Nacionais orientam as instituições de ensino
superior quanto à formação de profissionais
de saúde em competências como: atenção à
saúde, tomada de decisão, comunicação, lide-
Psicologia
rança, administração e gerenciamento, educação
permanente. Considerando esses contextos, o
Programa Pró-Saúde apoia o curso de Comunicação em Saúde voltado para a aproximação
entre a formação de graduação e as necessidades
do sistema de saúde.
Objetivo
1) Desenvolver habilidade de comunicação por
meio do exercício de técnicas de intervenção
psicossocial; 2) ampliar o desempenho na realização da entrevista clínica com o paciente.
Método
Promover o exercício de habilidades interpessoais e sociais através técnicas de abordagem e
intervenção de caráter psicossocial. Adotou-se
o programa “Entrevista Clínica e Comunicação Assistencial” de Orozco González, Borrell
Carrió e García-Campayo, da Universidade
de Zaragoza (Espanha), que preconiza uso de
metodologias como dramatização, dinâmicas,
gravação de vídeo com feedback sobre o desempenho do aluno. Para a avaliação do curso,
utilizou-se grupo focal (qualitativa).
Conclusão
Foram ministrados cursos para públicos distintos. O primeiro para alunos de diferentes
especialidades que participam do PET-Saúde
Laboratório de Habilidades Interpessoais e Sociais (multidisciplinar). O segundo para alunos
do 3º ano de Medicina que cursam a disciplina
de Clínica Médica (unidisciplinar). Alunos
avaliaram que os temas abordados e o exercício
prático de intervenções clínicas contribuíram
para o desenvolvimento de novas habilidades de
empatia, comunicação e relacionamento interpessoal. Para eles, aprender “Comunicação em
Saúde” participando dinamicamente, permite
significativa integração teórico-prática, além da
aproximação com a realidade dos serviços em
que um dia atuarão. Por reunir várias especialidades, na turma multidisciplinar surgiu maior
diversidade de opiniões e experiências, o que levou ao aprofundamento espontâneo da troca de
conhecimentos e potencializou a aprendizagem.
Recomenda-se integrar o ensino de habilidades
de comunicação no currículo da graduação, a
fim de preparar os alunos para o manejo da
relação profissional de saúde-paciente e do
vínculo e, assim, garantir a longitudinalidade e
a qualidade da assistência à saúde.
142
Uso de metodologia ativa para comunicação
em saúde na graduação UERJ
Alice Lopes do Amaral Menezes; Daniela T.
Pimenta; Celia Kestenberg; Bianca Souza; Sandra
Lucia Correia Lima Fortes
Laboratório Interdisciplinar de Pesquisa em
Atenção Primária à Saúde (LIPAPS)/UERJ
Introdução
As transformações sociais contemporâneas e a
influência dos meios de comunicação aceleram
a velocidade da produção de informações e
alteram a relação humana com o conhecimento. Surgem novas formas de aprendizagem
e, portanto, de educação profissional. Nesse
contexto, as Diretrizes Curriculares Nacionais
visam orientar as instituições de ensino superior
sobre a formação dos profissionais de saúde nas
competências de: atenção à saúde, tomada de
decisão, comunicação, liderança, administração e gerenciamento, educação permanente. O
desenvolvimento dessas competências exige,
por sua vez, modalidades inovadoras de ensino-aprendizagem. Diante disso, propôs-se um
curso de Comunicação em Saúde.
Objetivo
Testar metodologias ativas de ensino na graduação.
Método
Contrapondo o modelo tradicional baseado na
reprodução do conhecimento em que o aluno
tem papel mais passivo, optou-se por metodologias ativas que estimulam a postura participante e buscam ensinar o aluno a “aprender a
aprender” a fim de desenvolver a autonomia e
a capacidade crítica-reflexiva. Adotou-se o programa “Entrevista Clínica e Comunicação Assistencial” de Orozco González, Borrell Carrió e
García-Campayo, da Universidade de Zaragoza
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
111
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
(Espanha), que preconiza uso de metodologias
como dramatização, dinâmicas, gravação de
vídeo com feedback sobre o desempenho do
aluno. Para avaliar o curso, utilizou-se grupo
focal (qualitativa).
Conclusão
Foram ministrados dois cursos pilotos. O
primeiro em parceria com o PET-Saúde, com
caráter multidisciplinar, ministrado para 15
graduandos de medicina, enfermagem, odontologia e nutrição. O segundo em parceria com
a Clínica Médica, com caráter unidisciplinar,
ministrado para oito alunos da disciplina de Clínica Médica (3ºano). Na avaliação dos alunos,
apesar do estranhamento inicial, eles se engajaram nas práticas e aprenderam interagindo.
Entre as estratégias didáticas, o vídeo com o
respectivo feedback foi apontado como recurso
potencializador do aprendizado. Apareceram
críticas sobre a integração entre as disciplinas e
uso predominante de métodos tradicionais. Para
eles, as metodologias ativas possibilitaram que
experimentassem intervenções que futuramente
exercerão na clínica, integrando teoria-prática
e ensino-serviço. O uso de metodologias ativas
enriquece o ensino-aprendizagem, sendo valorizado pelos discentes. A fim de acompanhar
as mudanças curriculares e as transformações
sociais, recomenda-se adotá-las no programa
pedagógico da graduação e capacitar a equipe
docente nessas abordagens.
de graduação do curso de Psicologia – junto
ao Serviço de Cirurgia Cardíaca do Hospital
Universitário Pedro Ernesto. O serviço recebe
pacientes para realização de cirurgias cardíacas,
sendo as mais comuns, as cirurgias de troca
valvar e de revascularização do miocárdio. É
bastante frequente a mobilização de medos
e angústias diante da necessidade de realizar
procedimentos cirúrgicos. Em se tratando da
cirurgia cardíaca, especificamente, o evento é
potencializado pela simbologia em torno do
coração, fazendo deste um momento crítico na
vida dos pacientes. Além disso, os familiares
também são atores importantes nesse contexto,
uma vez que são invariavelmente muito afetados diante da possibilidade de perda iminente
decorrente da cirurgia ou de complicações no
pós-operatório. O serviço oferece ainda acompanhamento no pós-operatório tardio, com
vistas à reabilitação cardiovascular.
Objetivo
A partir da perspectiva do paciente como um
todo, de um ser integral, espera-se que o trabalho da equipe de psicologia, pautado no suporte
e na escuta, possa contribuir para a expressão
de sentimentos, a superação das dificuldades,
o reconhecimento de limites, a reflexão sobre
a importância de mudança de alguns hábitos e
estilo de vida e, principalmente, para a descoberta/criação de novas possibilidades para o viver.
Instituto de Psicologia/UDA de Cirurgia Cardíaca/HUPE – UERJ
Método
A equipe de psicologia atua através da participação em grupos pré-operatórios, do atendimento
aos pacientes no CTI-cardíaco, do acompanhamento aos familiares, da realização de grupos
voltados para a reabilitação cardiovascular e
da realização de entrevistas individuais. Faz-se
necessário ainda a articulação com outros profissionais de saúde, visando a atenção integral
ao paciente e a compreensão de seu processo
de adoecimento.
Introdução
O presente resumo tem como objetivo apresentar o trabalho da equipe de psicologia –
composta por residentes de psicologia e alunos
Conclusão
Na intervenção psicológica, o diálogo possibilita
o estabelecimento de uma relação de confiança entre o profissional e o paciente/familiar,
143
Psicologia e cirurgia cardíaca: uma parceria
necessária
Cristiane Ferreira Esch; Anna Paula Rezende
Pereira; Danielle Rosa de Oliveira; Ingrid
Maracahense da Silveira Cavalcante Carlos; Ana
Cléa Candido da Silva; Luiza de Carvalho Gama
112
revista.hupe.uerj.br
Psicologia
fundamental neste momento de intensa fragilidade na vida desses indivíduos. É com base
no acolhimento, no oferecimento de suporte e
no respeito à singularidade que o profissional
de psicologia participa desta travessia. Dessa
forma, a presença de um outro, que oferece
suporte e escuta, é fundamental para a vivência
desse momento, que envolve o desconhecido, a
falta de garantias e certezas, mas que também
se mostra potente, ao abrir possibilidades para
o indivíduo reinventar-se.
144
Psicologia e reabilitação cardiovascular: um
encontro repleto de possibilidades
Anna Paula Rezende Pereira; Ana Cléa Candido
da Silva; Luiza de Carvalho Gama; Danielle Rosa
de Oliveira; Fabiene Barros de Oliveira; Cristiane
Ferreira Esch
Instituto de Psicologia/UDA de Cirurgia Cardíaca/HUPE – UERJ
Introdução
O presente trabalho tem como objetivo apresentar a importância do acompanhamento
psicológico no processo de reabilitação cardiovascular de pacientes submetidos à cirurgia de
revascularização do miocárdio. A OMS entende
por reabilitação cardíaca o somatório das atividades necessárias para garantir aos pacientes
portadores de cardiopatia as melhores condições
física, mental e social, de forma que eles consigam, pelo seu próprio esforço, reconquistar uma
posição normal na comunidade e levar uma vida
ativa e produtiva.
Objetivo
As doenças cardiovasculares (DCV) são atualmente designadas como o inimigo número um
da saúde pública em todo o mundo. Por outro
lado, as DCV encontram-se entre as principais
causas de limitações funcionais, incluindo deficit
no funcionamento físico, psicológico e social.
Neste sentido, através de uma equipe multiprofissional busca-se uma reabilitação como um
todo: física, mental e social.
Método
O trabalho ocorre no Serviço de Cirurgia
Cardíaca do Hospital Universitário Pedro
Ernesto e conta com profissionais de educação
física, fisioterapia, nutrição e psicologia.
A psicologia atua a partir de duas frentes:
entrevistas individuais com o objetivo de
acolher o paciente, compreender o processo
de adoecimento, buscar informações sobre
seus hábitos e informar sobre a proposta de
reabilitação; e encontros quinzenais em grupos,
com o objetivo de estabelecer naquele espaço
uma rede de apoio para auxiliar na tomada
de consciência dos limites atuais, na reflexão
sobre a necessidade de efetuar mudanças
em seus estilos de vida e na construção e/ou
descoberta de novas possibilidades, a partir
da troca de experiências. Busca-se, portanto,
estimular a reflexão e conscientização acerca do
binômio saúde/doença, e com isso possibilitar
a construção em conjunto com o paciente
de uma nova postura frente à vida e ao seu
reestabelecimento.
Conclusão
A intervenção psicológica fornece suporte
diante das dificuldades que se apresentam nesta trajetória e contribuem com o paciente na
conquista de sua autonomia. É neste contexto
que entendemos a importância da inserção da
Psicologia a partir da perspectiva gestáltica, e
sua compreensão do indivíduo como um todo:
um ser biológico, psicológico e social, sendo,
portanto de extrema importância a consideração de todos estes aspectos quando se busca o
caminho da reabilitação.
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
113
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
Serviço Social
145
A contribuição da assessoria à equipe técnica
de Serviço Social no resgate da sua atuação no
processo transexualizador
Andressa Cristina Pilar Ribeiro Abreu; Guilherme
S. Almeida; Marcia Cristina Brasil Santos; Zelia
Lima Gebrath; Samantha Guedes Clemente
Serviço Social do Processo Transexualizador/
HUPE
Introdução
A “Assessoria à equipe técnica de Serviço Social
na implementação do processo transexualizador no HUPE” construiu como uma de suas
atividades uma linha do tempo sobre a atuação da equipe de Serviço Social do Processo
Transexualizador. Houve um resgate histórico
deste o ano de 2003 com a criação do programa,
quando o primeiro usuário ingressou por meio
de mandato judicial, requerendo a cirurgia
de redesignação sexual. A implementação da
portaria do Ministério da Saúde nº 457 de 19
de agosto de 2008, que institui o HUPE como
um dos quatro centros de referências para a
realização do processo transexualizador, além
de uma equipe mínima de saúde, que dentre
outras inclui o assistente social. Para tanto, com
a instituição desta nova demanda para a equipe
de serviço social, buscou-se ampliar a formação
técnica de seus quadros, através do embasamento teórico-crítico e analítico necessário
para o atendimento desses usuários, a fim de
compreender suas demandas explícitas e implícitas dentro do processo, pautando-se no direito
desses indivíduos ao atendimento humanizado,
na perspectiva da igualdade, integralidade e da
qualidade livre de discriminações de qualquer
natureza em consonância com a Carta de Direitos dos Usuários da Saúde de 2006.
Objetivo
A assessoria à equipe tem buscado contribuir
para estratégias de intervenção do serviço social
dentro do programa, aproximação com as outras
equipes envolvidas, sistematização das ativida-
114
revista.hupe.uerj.br
des, desenvolvimento da produção científica e
estímulo aos profissionais e usuários à participação no controle social da política de saúde.
Método
Para tanto, houve encontros mensais com o assessor, para a elaboração de uma linha do tempo
sobre a atuação da equipe de serviço social no
processo transexualizador do HUPE. Ademais,
foi necessário uma pesquisa dos eventos que
esta equipe já participou, além da produção em
eventos científicos.
Conclusão
Assim, esta atividade, além de recuperar a
memória do que já foi realizado pela equipe de
serviço social no processo transexualizador e
estimular o trabalho desenvolvido pela mesma,
também possibilitou uma avaliação dessa equipe
e da contribuição da assessoria nesse espaço de
atuação.
146
Uma concepção ampliada de seguridade social e sua abordagem nas salas de espera do
Projeto Bússola
Elizabeth da Luz Marques; Priscila Jesus do
Nascimento Fonseca
Programa de Atenção à Saúde do Adulto/HUPE
Introdução
O Projeto Bússola foi organizado em 1999 pela
equipe de Serviço Social do PASA (Programa
de Atenção à Saúde do Adulto) e um de seus
subprojetos é a Sala de Espera. O presente trabalho tem por finalidade mostrar a relevância
das temáticas discutidas nas salas de espera, e
sua relação com o conceito ampliado de seguridade social.
Objetivo
Objetiva-se nesta atividade instrumentalizar
os usuários quanto à seus direitos, com fins de
fazer jus ao princípio da integralidade da atenção. Em geral, a concepção usual de seguridade
social engloba três políticas, a saber: assistência,
saúde e previdência; nesse trabalho, porém, a
abordaremos de forma ampliada.
Serviço Social
Método
As oito temáticas trabalhadas discutem sobre
o acesso à saúde e cidadania de forma ampla.
São elas: Política de Atenção Integral a Saúde
do Homem; cartas dos direitos dos usuários
do SUS; prevenção de DST/Aids; doação de
sangue; previdência social; BPC; Política de
Medicamentos e Política de Transportes. Os
conteúdos trabalhados envolvem as seguintes
preocupações: saúde do homem e a cultura
histórica do não cuidado; o desconhecimento
dos direitos na política de saúde; prevenção de
DST/Aids; construção de uma cultura de doação de sangue; critérios de acesso aos direitos
previdenciários; socialização de informações
quanto ao Benefício de Prestação Continuada;
formas de acesso aos medicamentos prescritos
e gratuidade nos transportes. Nosso percurso
metodológico tem sido a construção de uma
abordagem problematizadora das temáticas
arroladas, mediante roteiros estruturados,
onde oportuniza-se a participação social dos
usuários, a socialização dos direitos e as formas
de acessá-los.
Conclusão
Neste trabalho, definimos para efeitos comparativos o período de julho a dezembro de 2012:
27 salas realizadas; 269 usuários alcançados;
sete temáticas abordadas, a saber: BPC, Política
Integral à Saúde do Homem, Política de Medicamentos, Política de Transporte, prevenção
de DST/Aids, doação de sangue e carta dos
direitos dos usuários. Doze ambulatórios foram
alcançados por essa atividade: dermatologia,
urologia, diabetes, ginecologia, urologia, reumatologia, ortopedia, oftalmologia, hepatologia,
AMI (medicina integral), otorrino e neurologia.
Concluímos que este trabalho tem oportunizado a construção da visibilidade profissional do
assistente social; a informação e o acesso aos
direitos sociais pelos usuários e a consolidação
dessa prática educativa no ambulatório central
do HUPE.
147
O perfil dos usuários do ambulatório de tu-
berculose do HUPE/UERJ
Elizabeth da Luz Marques; Ana Beatriz Martins
Costa; Ana Carolina A. da Silva
Programa de Atenção à Saúde do Adulto/HUPE
Introdução
O serviço social do PASA (Programa de Atenção a Saúde do Adulto) iniciou intervenção no
ambulatório de tuberculose no dia 3 de junho
de 2013 com uma equipe de três assistentes
sociais (um TPB, uma residente e uma staff);
uma preocupação inicial foi conhecer o perfil
dos usuários que são ali acompanhados, passo
fundamental para o planejamento do trabalho
que será realizado. O conhecimento dessa população permitirá ao serviço social mobilizar
recursos governamentais e não governamentais,
a partir do perfil desenhado, garantindo o acesso
às políticas sociais aos usuários.
Objetivo
Apresentar perfil da população que faz tratamento de tuberculose no HUPE, através da
sistematização de aspectos contidos nos prontuários organizados pela equipe de enfermagem
e medicina; os aspectos que foram registrados
pelo serviço social foram: sexo, idade, endereço,
profissão/ocupação, tipos de encaminhamento
para o ambulatório, condição sorológica para o
HIV, tipos de tuberculose, tabagismo e reincidência da patologia.
Método
Num período de três semanas a equipe de serviço social fez levantamento de 90 prontuários,
considerado o período de julho de 2012¹ a junho
de 2013, recorte anual que possibilitará o conhecimento da população usuária daquele serviço
e que servirá para nortear as ações profissionais
do serviço social. Serão apresentados 10 gráficos
que englobarão os aspectos arrolados acima.
(1) Do ano de 2012 foram considerados apenas
os que ainda se encontravam em tratamento.
Conclusão
Em relação à idade, 65% encontram-se na
faixa etária produtiva (18 a 59 anos), sendo
que 12% são do lar e 23% dos prontuários não
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
115
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
tem informações acerca da profissão. Quanto
ao sexo, 61% das pessoas acompanhadas neste
ambulatório são homens, o que pode expressar
uma cultura do não cuidado por parte desse
público em relação à prevenção. Com relação à
moradia, 59% residem no município do Rio de
Janeiro, o que possibilitará o acesso ao RioCard
Especial. Encontramos 11% dos usuários com
coinfecção para o HIV/Aids confirmando dados
do Ministério da Saúde. Em relação ao tipo
de encaminhamento interno, 32% não foram
identificados e 34% não foram informados.
Conclui-se que o processo de sistematização é
indispensável para o profissional de saúde que
busca organizar tanto o planejamento quanto a
operacionalização das suas ações, subsidiados
pelos dados da realidade sociossanitária dos
usuários.
148
Grupo Com Vida possibilitando aprendizagem – de pacientes a multiplicadores da
promoção da saúde
Elizabeth da Luz Marques; Amanda Pereira
Nunes; Daniella Almeida
Programa de Atenção à Saúde do Adulto/HUPE
Introdução
O serviço social da equipe de Saúde do Adulto
do Hospital Universitário Pedro Ernesto vem
priorizando as práticas educativas na organização de seu processo de trabalho; essa escolha
profissional é calcada na verificação do impacto
que a atividade com grupos proporciona, expressa no perfil das residentes que passam pela
área e também na educação permanente dos
sujeitos envolvidos na dinâmica coletiva.
Objetivo
O Grupo Com Vida é destinado a pessoas
vivendo com HIV/Aids, de ambos os sexos,
existente há 17 anos no HUPE; tem caráter
multidisciplinar com traços interdisciplinares
(enfermagem/nutrição/serviço social/medicina), configurando-se como cenário de aprendizagem também para a Nutrição e estudantes
de Medicina da UERJ. O objetivo do presente
116
revista.hupe.uerj.br
trabalho é o de apresentar o potencial do grupo Com Vida, no que se refere ao processo de
aquisição de autonomia pelos usuários, que têm
a possibilidade de sair do papel de passividade
e assumir o de protagonista e multiplicador das
ações de educação em saúde nas relações que
estabelecem com o mundo à sua volta.
Método
Este espaço educativo funciona como lugar de
debates de temáticas correlatas ao HIV/Aids,
cujos assuntos são oriundos quase sempre
dos usuários, o que possibilita o interesse na
participação dos mesmos. Buscamos nos depoimentos dos usuários, registrados nos relatos
das reuniões semanais, posturas proativas que
expressam uma participação mais política no
trato da questão da Aids.
Conclusão
Seguem alguns exemplos que expressam o amadurecimento dos usuários, e que transcende a
preocupação em entender sua patologia e como
administrar os medicamentos. 1) Usuária que
organiza feira de saúde em sua comunidade, cultivando a ideia de prevenção e promoção da saúde; 2) usuária que promove discussão em igrejas
sobre prevenção de DST/Aids; 3) usuária que se
torna “conselheira” em seu bairro para assuntos
de prevenção e promoção de saúde, distribuindo
preservativos após efetuar aconselhamentos; 4)
usuários que tomam como responsabilidade a
distribuição de folhetos informativos e aconselham o uso de preservativos em suas próprias
famílias e locais de trabalho; 5) usuários que se
tornaram voluntários do Grupo Com Vida e que
fazem visitas às enfermarias do HUPE se oferecendo a apoiar usuários recém‑diagnosticados.
149
O treinamento profissional bolsista do assistente social no núcleo de cuidados paliativos
do HUPE
Erika Mesquita; Darci Cassia de Paula
Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE)
Introdução
O presente trabalho visa expor a experiência
da atuação profissional do assistente social, em
Serviço Social
treinamento profissional, voltada aos usuários
em acompanhamento no Núcleo de Cuidados
Paliativos do Hospital Universitário Pedro
Ernesto.
Objetivo
Contribuir com o debate acerca dos potenciais
da ação do serviço social junto aos cuidados
paliativos.
Método
A inserção do assistente social na equipe
multiprofissional possui como norte efetivar a
atenção integral em saúde, contribuindo para a
cidadania dos usuários/familiares ao informar
e orientar sobre seus direitos sociais, efetivando
encaminhamentos e realizando a interlocução
com outras áreas da política social. Temos percebido a crescente demanda por esclarecimentos
acerca de benefícios previdenciários e assistenciais, renda, transporte, acesso a medicamentos
e insumos. Neste sentido, a atuação qualificada
para intervir nos casos em acompanhamento
revela a importância deste campo para o treinamento profissional do assistente social.
Conclusão
A inserção do assistente social no Núcleo de Cuidados Paliativos tem se mostrado de grande relevância para usuários e familiares ao possibilitar
a implementação dos cuidados ativos e integrais,
os quais devem ser “prestados a usuários com
doença progressiva e irreversível, sendo fundamental o controle da dor e de outros sintomas
através da prevenção e do alívio do sofrimento
físico, psicológico, social e espiritual.” (ANCP,
2006:12). Além disso, vem cumprindo com o
“compromisso com a qualidade dos serviços
prestados à população e com o aprimoramento
intelectual, na perspectiva da competência
profissional” (CFESS, 38:2010), ao viabilizar o
treinamento profissional nesta área.
150
As potencialidades do atendimento social:
limites e possibilidades
Érika Campos do Nascimento; Jaqueline Flôr da
França; Samantha Guedes Clemente
Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE)
Introdução
Tendo em vista a possibilidade de inserção dos
assistentes sociais em distintos espaços ocupacionais, nos quais desenvolvem ações desde o
atendimento direto ao usuário até o planejamento, a formulação e a gestão das políticas
sociais, dentre outros, o trabalho desenvolvido
pelo serviço social do Programa de Atenção à
Saúde do Adulto (PASA) no ambulatório central
do Hospital Universitário Pedro Ernesto atua no
acolhimento e intervenção de múltiplas demandas da população usuária.
Objetivo
O objetivo deste trabalho é discorrer sobre o
atendimento social a partir das experiências
das residentes de Serviço Social inseridas neste
espaço, que intervêm nas demandas e necessidades apresentadas pelos usuários.
Método
No atendimento social são utilizados vários
instrumentos que possibilitam a intervenção
do profissional. É utilizado o estudo social
(ficha onde o profissional relata e documenta a
passagem do usuário no serviço, as demandas
e procedimentos adotados); também são realizados pareceres e encaminhamentos (internos
e externos) para outros profissionais e serviços;
são desenvolvidas ações socioeducativas de promoção e prevenção em saúde, com distribuição
de folders e cartilhas, além de preservativos
masculinos e femininos; e ainda, orientações
previdenciárias, assistenciais, dentre outras. Será
com base na sistematização das informações de
tais instrumentos que basearemos os apontamentos levantados nesse trabalho.
Conclusão
Diante da atual conjuntura de regressão de
direitos e a dificuldade de consolidação das
políticas públicas, identificamos que é preciso
desenvolver estratégias e criar mecanismos
que possibilitem aos cidadãos, em especial
aqueles que se encontram em condições de
vulnerabilidade social e econômica, a terem
acesso às políticas sociais. Observamos que o
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
117
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
desconhecimento quanto a operacionalização
das políticas, dentre outros fatores, se configura
em uma barreira que dificulta o acesso aos bens e
serviços de saúde, dificuldades essas que chegam
ao serviço social caracterizadas em múltiplas
demandas de atuação do profissional, visto que
este é incitado a desenvolver uma intervenção
ampliada em diversas áreas, como educação,
saúde, previdência e assistência social, habitação, trabalho e meio ambiente, entre outras,
norteado por princípios e valores defendidos
pelo projeto ético-político profissional, e pelo
seu código de ética, na perspectiva de viabilizar o
acesso aos direitos sociais e, consequentemente,
às políticas públicas.
151
O envelhecimento populacional e sua expressão no atendimento social do PASA
Andréa Vieira de Oliveira; Jaqueline Flôr da
França
Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE)
Introdução
O interesse pela realização desse trabalho surgiu
das inquietações dos profissionais no atendimento social do Programa de Atenção a Saúde
do Adulto (PASA), a partir das observações
quanto ao aumento do número de demandas
apresentadas pelos idosos, com propósito de
emitir uma resposta que possibilitará resolutividade às demandas apresentadas pela população
específica.
Objetivo
Este trabalho tem o propósito de traçar um
perfil dos idosos atendidos pela equipe de
serviço social, e assim, possibilitar visibilidade
às demandas apresentadas pelos mesmos, bem
como dinamizar as estratégias profissionais de
intervenção.
Método
Utilizamos o instrumento operacional da
sistematização com o objetivo de mensurar
o quantitativo de idosos atendidos pela área
no plantão social; com isto, refletimos nossa
prática, objetivando dimensionar e atualizar
118
revista.hupe.uerj.br
com referencial teórico-metodológico, técnico-operativo, na perspectiva de dinamizar nossa
rede e aperfeiçoar nossos atendimentos referentes a esse público.
Conclusão
Realizamos a sistematização acerca dos atendimentos aos usuários idosos do PASA, entre
o período de abril de 2012 a setembro de 2012.
Constatamos que atendemos um total de 97
idosos, sendo 38 homens e 59 mulheres. Na faixa
etária de 60 a 65 anos, atendemos 55 idosos; 66 a
70 anos, foram 15 atendidos; 71 a 75 anos, foram
10 atendidos; 76 a 80, foram nove atendidos;
81 a 85 anos, foram quatro atendidos; 86 em
diante foram quatro idosos. Utilizamos categorias como: gêneros dos idosos, bairros, estado
civil, configuração sociofamiliar, informações
socioeconômicas, espaço sociofamiliar, renda,
situação de renda, escolaridade e demandas. A
partir dos resultados dessa pesquisa, a equipe
constatou a necessidade de uma capacitação
permanente da área da saúde do idoso, para que
seja incrementada a resolutividade da atenção
prestada à esse público, com isto, redimensionar
nossas ações de intervenção, a capacitação profissional, se faz necessário para uma intervenção
de qualidade, aprimorando o profissional para o
enfrentamento das expressões da questão social.
152
Ambulatório social
Ana Clara Derani Almeida; Paula Ramos David;
Felipe Nicolau; Gabriel Caetani; Laila Texeira;
Laryssa Nayana
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ)
Introdução
Iniciado em 2008, o projeto de extensão Ambulatório Social da UERJ, vinculado ao Departamento de Clínica Médica da FCM, coordenado
pelo professor Mário Castro Alvarez Perez e
organizado pelo Centro Acadêmico de Medicina
da UERJ (CASAF), inclui como evento anual o
“Trote Solidário”, supervisionado por médicos,
no qual alunos de medicina realizam atendi-
Serviço Social
mento em prevenção e rastreio de doenças da
comunidade.
Objetivo
Fortalecer aprendizado prático-acadêmico,
permitindo avaliar e investigar doenças mais
prevalentes, e promover interação dos alunos
na atenção primária da comunidade, atuando
em prevenção, promoção e educação em saúde.
Método
O Trote Solidário ocorreu em 25 de maio de
2013, organizado por dois médicos, 10 monitores voluntários, e 30 calouros que atenderam
e preencheram fichas de 119 pacientes durante
a manhã no Colégio Amaro Cavalcanti – Largo
do Machado. Para rastrear doenças com alta
prevalência, como diabetes e hipertensão arterial, e promover, prevenir e educar em saúde,
foi realizado antes do evento uma capacitação
dos estudantes em uma série de aulas teóricas
e práticas.
Conclusão
As fichas do evento foram base para análises
epidemiológicas subsequentes. Do total de 119
avaliados, predominantemente adultos entre 50
e 65 anos, 67% eram mulheres e 33% homens.
Os índices glicêmicos em 45% dos casos estavam
abaixo de 99 mg/dl, a pressão sistólica (PS) abaixo de 120 mm de Hg em 46% e IMC abaixo de
30 kg/m² em 74%. Entretanto, 41% apresentou
circunferência abdominal (CA) acima de 88
cm (mulher) e 102 cm (homem). Infere-se que
pessoas da meia idade, principalmente o sexo
feminino, buscam avaliar e controlar mais a saúde. A maioria dos valores glicêmicos, PS e IMC,
mantêm-se em padrão de referência, porém a
alimentação saudável e prática de exercícios
físicos devem ser incentivados como demonstrado pelo CA acima do padrão de referência.
O projeto alcança seu objetivo ao promover a
direta atuação na prática médica dos estudantes
antes do internato (primeiro ao quarto ano de
medicina) que demonstram satisfação pessoal e
aproveitamento da efetiva e precoce inserção na
prática médica. Esta metodologia e os resultados
de sua aplicação contribuem para a formação de
médicos mais humanizados e que priorizam a
abordagem biopsicossocial do paciente e não o
processo fisiopatológico. É, então, uma lacuna
fundamental na construção do conhecimento
acadêmico dos alunos de Medicina, além de
complementar a atuação ainda restrita do governo na área de atenção primária, enfatizando
educação em saúde.
153
O atendimento às pessoas inseridas nas TRS:
a perspectiva do serviço social
Rodriane de Oliveira Souza; Ana Beatriz Martins
Costa; Amanda Pereira Nunes; Gabriella Berçot
Barroso de Morais; Igor Collyer Lima Calandrini;
Jaqueline Flor da França
Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE)
Introdução
O estudo apresenta algumas reflexões acerca do
trabalho do serviço social no acompanhamento
dos usuários inseridos nas modalidades de
terapias renais substitutivas (TRS). Para tanto,
considera-se como terapia renal substitutiva a
hemodiálise, a diálise peritonial e o transplante
renal. São procedimentos considerados pela
política de saúde brasileira como de alta complexidade, caracterizando tratamentos que visam
viabilizar a função renal, quando os rins de um
determinado indivíduo não são mais capazes de
exercer as suas funções.
Objetivo
Sistematizar a intervenção do serviço social
junto à pessoa com doença renal, identificando
e compreendendo os determinantes sociais, econômicos e culturais que interferem no processo
de aparecimento e desenvolvimento da doença
renal, com vistas à construção de estratégias
político-institucionais para o enfrentamento
dessas questões.
Método
Serão utilizados os dados socioeconômicos presentes nos estudos sociais, que são instrumentos
utilizados pela equipe do serviço social para
apreender a realidade social da pessoa com doença renal. Dessa forma, alguns apontamentos
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
119
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
poderão ser feitos quanto às condições de vida
desses usuários e as implicações das mesmas no
seu tratamento de saúde.
Conclusão
A doença renal crônica avançada é determinada
tanto por doenças de base como por condições
de vida e trabalho que também as provocam,
como precária alimentação e insuficientes
políticas públicas, e que tornam a doença renal
uma questão de saúde pública e também uma
das expressões da questão social. A atuação profissional junto a esses indivíduos é respaldada
pela concepção de que o processo saúde-doença
é determinado socialmente. Os limites ou, até
mesmo, a impossibilidade do acesso aos serviços sociais e de saúde por parte dos usuários é
considerado, na perspectiva do Serviço Social,
uma violação de direitos. Por outro lado, a
necessidade de realização das TRS aponta para
a importância da reorganização individual,
familiar e comunitária, pois se trata do monitoramento de novos hábitos e modos de vida.
Dentre as questões que expressam essa realidade, ressaltam-se a alteração da dieta alimentar, o
uso contínuo de medicamentos, a adequação da
infraestrutura habitacional, o afastamento das
suas atividades laborativas e educacionais, além
da busca pelos benefícios socioassistenciais que
possam garantir as mínimas condições de vida e
de saúde. Tais mudanças engendram potenciais
demandas para o trabalho dos assistentes sociais
no acompanhamento social destes usuários.
154
Desafios do trabalho em equipe na garantia
do acesso aos direitos sociais
Rodriane de Oliveira Souza; Amanda Pereira
Nunes; Ana Beatriz Martins Costa; Jaqueline Flôr
da França; Gabriella Berçot Barroso de Morais;
Igor Collyer Lima Calandrini
Serviço Social/HUPE
Introdução
Esse trabalho apresenta algumas reflexões acerca
da importância do trabalho em equipe como
um dos elementos centrais na concretização da
120
revista.hupe.uerj.br
integralidade e intersetorialidade, princípios que
compõem o Sistema Único de Saúde (SUS) e são
fundamentais na garantia do acesso aos direitos
socioassistenciais e previdenciários.
Objetivo
Problematizar alguns elementos constitutivos do
trabalho coletivo que contribuem ou dificultam
o acesso aos benefícios socioassistenciais e previdenciários aos usuários da saúde, ressaltando
a importância estratégica dos laudos e pareceres
de distintos profissionais, resguardada a autonomia de cada sujeito envolvido no trabalho
em saúde.
Método
Parte-se do pressuposto que o conteúdo de
laudos e pareceres profissionais deve considerar
a finalidade a que se destina. O recurso metodológico utilizado é a observação sistemática
do cotidiano do trabalho em saúde e que vem
demonstrando que os laudos profissionais,
quando abordam a totalidade dos elementos
presentes na caracterização da situação de saúde,
colaboram no deferimento dos benefícios a que
os usuários têm direito.
Conclusão
O laudo ou parecer profissional pode ser
compreendido como uma opinião técnico-profissional, com base no estudo de uma dada
situação, fornecendo elementos para o acesso
a diferentes políticas e direitos sociais. Para
tanto, faz-se necessário que os profissionais da
equipe de saúde considerem os pressupostos
da concepção ampliada de saúde, de forma
articulada, visando o princípio da integralidade
no atendimento das demandas que chegam ao
sistema de saúde. Isso requer reciprocidade nas
relações profissionais e de poder, que devem ser
tendentes à horizontalidade, além de apontar
para perspectivas de estratégias comuns para
toda a equipe. Assim, o laudo ou parecer profissional ganha centralidade ao resgatar a história
da situação de saúde do usuário, observados
os aspectos sociais, econômicos e culturais que
interferem no processo saúde-doença, inclusive a trajetória de atendimento por serviços
Serviço Social
de saúde. Esse instrumento pode apresentar
as possibilidades e empecilhos à continuidade
do acompanhamento de saúde dos usuários
do SUS, bem como buscar superar a tendência
à medicalização social, processo que associa
a perspectiva de redução dos adoecimentos a
problemas da máquina humana que a tecnologia
químico-cirúrgica irá resolver, demandando a
submissão ao estilo de vida saudável e desvalorizando a abordagem dos modos de vida, hábitos e
valores relacionados ao processo saúde-doença.
155
Feminização da AIDS e os desafios da prevenção entre mulheres que vivenciam a transexualidade
Samantha G. Clemente; Marcia Cristina B.
Santos; Guilherme S. Almeida; Zélia L. Gebrath;
Andressa Cristina P. Ribeiro
Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE)
Introdução
Este projeto surgiu como uma necessidade de
organizar a intervenção profissional do serviço
social do Hospital Universitário Pedro Ernesto
no processo transexualizador desenvolvido
no hospital. Transexualização é o conjunto de
alterações corporais e sociais que possibilitam
a passagem do gênero atribuído para o gênero
identificado; a cirurgia de transgenitalização
não é a única etapa deste processo, cabendo
ao sistema de saúde e demais segmentos das
políticas públicas uma ampla e complexa teia de
ações no sentido de garantir o acesso e usufruto
dos direitos humanos.
Objetivo
Este projeto tem como objetivo subsidiar tecnicamente e conceitualmente o desenvolvimento
de ações no campo da saúde que possui como
alvo o atendimento aos transexuais.
Método
Há no programa em torno de 215 pessoas que
desejam se submeter à cirurgia de readequação
sexual. Estes usuários são atendidos por uma
equipe multidisciplinar, que no caso do serviço
social, tem desenvolvido uma linha de atenção
ao aspecto da prevenção das DSTs. As transexuais têm sido associadas ao grupo epidemiológico
dos homens que fazem sexo com homens, pois a
sociedade não reconhece a identidade de gênero
vivida por elas. Deslegitima-se, assim, a identidade feminina vivenciada por elas, resultando na
concepção de que se trata “homens que querem
mudar de sexo” e não mulheres de fato.
Conclusão
O grande obstáculo às abordagens preventivas
é o preconceito e o despreparo dos profissionais
na forma como percebem essas mulheres, não
as identificando como mulheres submetidas à
vulnerabilidade muito maiores do que as que
nascem com o sexo biológico feminino. Em
geral, as abordagens são inexistentes ou direcionadas para profissionais do sexo como se
toda a mulher que vivenciasse a transexualidade
praticasse a prostituição, ideia que não se adequa
ao grupo de pessoas atendidas neste serviço.
Essas mulheres adotam posturas acanhadas,
submetidas e silenciosas tanto dentro da instituição como em suas vidas afetivas, apontando
para o serviço a dificuldade que este impõe ao
acesso, adesão e permanência delas na rede de
saúde, devendo-se, principalmente, às situações
de discriminação e violência institucional, uma
vez que grande parte dos serviços limita-se a
enxergá-las e a tratá-las como “homens”, que se
reflete ao não reconhecimento de sua identidade
de gênero. Tais situações são apontadas como
principais causas para o afastamento dessas
usuárias da rede do SUS e, consequentemente,
da descontinuidade da atenção à sua saúde.
156
O serviço social e o processo transexualizador
no HUPE
Samantha G. Clemente; Marcia Cristina B.
Santos; Guilherme S. Almeida; Elizabeth da L.
Marques; Zélia L. Gebrath; Andressa Cristina
P. Ribeiro
Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE)
Introdução
O processo transexualizador é um programa
Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013
121
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2)
que compõe a política de saúde brasileira e
atualmente inclui procedimentos de diferentes
graus de complexidade e ampla diversidade
técnica, como parte da assistência em saúde
destinada a pessoas transexuais. O mais debatido destes procedimentos, que é realizado
apenas em grandes hospitais, são as cirurgias
de transgenitalização, conforme o Anexo 4 da
Portaria nº.457 emitida pelo Ministério da Saúde
em 19 de agosto de 2008. É esta Portaria que
atualmente regulamenta o funcionamento do
processo transexualizador no âmbito do Sistema
Único de Saúde (SUS).
des públicas do país, uma das quatro unidades
de atenção especializada do Processo Transexualizador no SUS. Entendemos por processo
transexualizador neste artigo, “o conjunto de
alterações corporais e sociais que possibilitam
a passagem do gênero atribuído para o gênero
identificado; a cirurgia de transgenitalização
não é a única etapa deste processo” (BENTO,
2008:146), cabendo ao sistema de saúde e demais
segmentos das políticas públicas (educação, assistência social, previdência social, entre outras),
além do Poder Judiciário, uma ampla e complexa
teia de ações.
Objetivo
Este trabalho tem como objetivo reforçar a
necessidade de se combater qualquer atitude
preconceituosa, discriminatória ou que cerceie
a liberdade individual e coletiva e a necessidade
e de se promover o exercício da cidadania, independentemente do tipo de ação profissional
que se pretenda realizar.
Conclusão
Tais ações, embora não sejam disponíveis com
o alcance e a qualidade almejada, de maneira
geral, estão orientadas no sentido de garantirem
o acesso e usufruto de direitos elementares a
pessoas transexuais. Estão associadas a princípios inalienáveis a serem perseguidos por todos
aqueles que sonham com uma sociedade mais
justa e emancipada, na qual os direitos humanos
sejam respeitados e garantidos a todos, como
o direito de ir e vir, o direito à liberdade de
expressão, à saúde, à própria possibilidade de
continuar existindo.
Método
Por realizar as cirurgias de transgenitalização
e por ser um hospital universitário de grande
porte, o HUPE tornou-se, ao lado de outras três
grandes unidades de saúde ligadas a universida-
122
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