Enfermagem Enfermagem 01 Humanização da assistência obstétrica de alto risco Abilene do Nascimento Gouvêa; Elizete Leite Gomes Pinto; Ana Lucia Freire Lopes; Helder Camilo Leite; Helaine Maria da Silva Oliveira; Camilla Del Giudice Dias Núcleo Perinatal/HUPE – UERJ Introdução O conceito de atenção humanizada é amplo e envolve um conjunto de conhecimentos, práticas e atitudes. É de suma importância que os profissionais estejam comprometidos, visando a promoção do parto, do nascimento saudável e a prevenção da morbimortalidade materna e perinatal. A equipe de saúde deve realizar procedimentos comprovadamente benéficos para a mulher e o bebê, abolindo as intervenções desnecessárias e preservando sua privacidade e autonomia. Objetivo Este trabalho teve como objetivo descrever a prática da assistência humanizada de uma maternidade de alto risco do Rio de Janeiro. Método Relato de experiência sobre as atividades humanizadas desenvolvidas no Núcleo Perinatal do HUPE/UERJ. Conclusão Foram realizadas atividades individuais/em grupo para promoção ao aleitamento materno baseadas na troca de experiências e suporte para o atendimento nas dificuldades relatadas: oficinas de beleza com o intuito de melhorar a autoestima e estimular o autocuidado; oficinas de artesanato, considerando que o tempo médio de internação é alto devido às intercorrências clínicas apresentadas pela clientela; estímulo aos métodos não farmacológicos de alívio da dor; garantia de acompanhante no pré-parto, parto e puerpério imediato; incentivo à presença da família, inclusive de crianças, durante o período de internação materna; participação em outras atividades lúdicas como corais, recreadores, música e oficinas de desenho. A humanização da assistência obstétrica permitiu maior envolvimento da clientela/família, auxiliou na diminuição da ansiedade/medo das usuárias, promoveu a capacitação dos profissionais de saúde no atendimento integral/humanizado ao cliente, influenciando na melhoria da qualidade da assistência de saúde materna e neonatal. 02 Desenvolvimento de um software sobre hipertensão arterial – contribuições da enfermagem Alessandra Félix da Silva André; Regina Célia Gollner Zeitoune; Ana Maria Domingos; Rosileide Araújo Fonseca; Ana Cristina dos Santos Bonno; Josias da Conceição dos Santos Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Introdução A pesquisa ora apresentada é vinculada ao projeto de extensão “Promovendo a inclusão digital e social de moradores de uma comunidade através de softwares educativos com vistas à promoção da saúde”, financiado pelo CNPq. Ela surgiu da necessidade de encontrar respostas às demandas sociais de uma comunidade situada no campus de uma universidade pública federal no município do Rio de Janeiro. A justificativa se deu pela inquietação da equipe responsável pelo projeto a partir dos resultados do diagnóstico situacional e de saúde da população, onde se identificou na comunidade um percentual significativo de moradores portadores de hipertensão arterial que apresentavam déficit no autocuidado relativo ao estilo de vida. Objetivo A pesquisa teve por objetivo desenvolver, avaliar e validar softwares educacionais como instrumento no processo de educação para a saúde sobre hipertensão arterial. Método Os procedimentos metodológicos aplicados de início dizem respeito à seleção de materiais produzidos por diferentes autores, como livros Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 7 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) e textos técnico-científicos, para leitura e busca de informação sobre a temática, com bolsistas de ensino médio do projeto residentes na comunidade, para a seleção dos materiais a serem inclusos no software; desenvolvimento do software; avaliação pelos autores do estudo e validação pelos membros da comunidade. Conclusão O material instrucional colhido foi transformado em software instrucional. A etapa de avaliação pelos autores do estudo e validação pela equipe de trabalho do projeto e pelos membros da comunidade está em andamento. Como resultado tem-se para o momento o software desenvolvido e em fase de validação. Com a disponibilização do software para a comunidade, espera-se a melhoria do conhecimento, hábito de vida e promoção da saúde, bem como garantir a inclusão digital da comunidade e que passem a ser replicadores da ação de promoção da saúde. 03 Uroterapia: o papel do enfermeiro no cuidado de crianças com bexiga neurogênica Aline de Fátima dos Santos Graciano; Simone Muniz Souza Pediatria/HUPE Introdução A criança portadora de bexiga neurogênica tem uma disfunção vesical secundária a um comprometimento do sistema nervoso, e as complicações mais comuns são as infecções urinárias de repetição, que podem causar lesão renal. Os enfermeiros devem planejar e implementar a uroterapia, que consiste em tratamento não medicamentoso e não cirúrgico das disfunções do trato urinário inferior, como o cateterismo intermitente limpo (CIL), que é a técnica do autocateterismo ou cateterismo vesical realizada por outra pessoa. Esse termo foi proposto pela International Children’s Continence Society (ICCS) e visa usar material limpo ou estéril, geralmente em ambiente domiciliar. 8 revista.hupe.uerj.br Objetivo O objetivo principal é capacitar crianças para o autocateterismo e cuidadores para realizar o CIL no domicílio. Método Estudo descritivo-exploratório de abordagem qualitativa, realizado através de pesquisa bibliográfica. Conclusão Concluímos que o enfermeiro tem importante papel de educador, devendo romper com o modelo vertical de ensino-aprendizagem, que consiste em um cuidar tecnicista, acentuando o abismo entre o saber científico e o senso comum. Para contribuir com a adesão à uroterapia, faz-se necessário conhecer a criança e sua família, saber como compreendem, sentem e dão significado a vida, levando-se em conta os aspectos culturais, valores, crenças e práticas dos diferentes grupos sociais aos quais pertencem. 04 Fatores que influenciam a adesão ao tratamento da criança com doença crônica Márcia Pereira Fernandes Gomes; Simone Muniz Souza Ambulatório de Pediatria/HUPE Introdução Adesão é um processo colaborativo que facilita a aceitação e a integração de determinado regime terapêutico no cotidiano de pessoas em tratamento, pressupondo sua participação nas decisões sobre o mesmo. O paciente deve comparecer ao hospital para consultas agendadas com profissionais de diversas especialidades, realização de exames, recebimento de medicação etc. O trabalho com crianças conjectura a presença de um familiar ou cuidador e a questão da aderência ao tratamento se ramifica, pois não lidamos apenas com o paciente, mas com uma rede de pessoas, onde cada um tem suas expectativas e posições particulares em relação à terapêutica. A experiência vivenciada no Ambulatório de Pediatria do HUPE revela que a adesão ao tratamento é complexa porque Enfermagem implica em acompanhamento por um longo período de vida. Objetivo Identificar os principais fatores que influenciam a adesão ou não ao tratamento na doença crônica, enfocando o paciente pediátrico. Método Trata-se de uma pesquisa bibliográfica descritiva-exploratória de abordagem qualitativa. Conclusão Conclui-se que os fatores que atuam na adesão são: valores e cultura da família, a sinergia e comunicação entre a equipe-cuidador-criança, habilidade e escolaridade dos cuidadores, esquema terapêutico adotado, palatabilidade e apresentação das medicações, tratamento em assintomáticos, comportamento emocional, renda familiar, custo, tipos de moradia e localização. O enfermeiro é o profissional da equipe multidisciplinar mais familiarizado com o problema e o desafio representados pela aderência, sendo o suporte emocional e o encorajamento, fomentados pelo mesmo, importantes fatores facilitadores da adesão. Portanto, o enfermeiro deve estar atento aos elementos que influenciam na adesão, visando minimizar as falhas no tratamento, e a partir dessa identificação, objetivar a melhoria da qualidade de vida das crianças com doença crônica. 05 Saberes de prevenção de câncer de próstata – uma contribuição da enfermagem Andrei Boscarino de Menezes Silva; Cristiane Maria Amorim Costa; Thelma Spindola; Raquel Conceição de Almeida Ramos; Ana Terra Porciúncula Baptista; Raphael Lopes Valério Faculdade de Enfermagem/UERJ Introdução O câncer de próstata tem maior prevalência nos homens com idade superior a 50 anos, sendo responsável pela quarta maior causa de óbitos em homens e representando importante problema de saúde pública. Objetivo Este estudo teve como objetivo analisar junto aos usuários da unidade de saúde o conhecimento acerca da prevenção e diagnóstico do câncer de próstata preconizado pela Política Nacional de Atenção Integral a Saúde do Homem. Método Trata-se de um estudo exploratório, descritivo e quantitativo submetido e aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade do Estado do Rio de Janeiro com o número 221.704, realizado com 61 pacientes no pós-atendimento multiprofissional de uma unidade de saúde situada no município do Rio de Janeiro. Os dados foram coletados pela aplicação de formulários no período de março a maio de 2013 respeitando as normas e preceitos éticos estabelecidos. Os mesmos foram coletados diretamente após as consultas de enfermagem e médica na unidade de saúde situada no município do Rio de Janeiro com o suporte do programa Microsoft Office Excel 2010 para organização e tabulação dos dados. Conclusão Observou-se que 53 (86,8%) dos entrevistados reconhecem a importância da realização anual de exames preventivos para o câncer de próstata. A falta de conhecimento dos homens sobre os fatores de risco evidenciada em 41 pacientes, (67,2%) pode ter ligação com questões culturais, de acesso, ou medo do exame clínico (toque retal), que podem ser fatores impeditivos para a realização do método preventivo. Devem ser realizadas ações para desmitificar a temática da saúde do homem para o rastreamento do câncer de próstata, considerando que 11 (28,1%) desconhecem a associação do toque retal com o PSA como medida preventiva do câncer de próstata. Trinta e quatro (55,7%) dos clientes iniciaram o rastreio por indicação dos profissionais de saúde, demonstrando a importância da orientação para essa população. Através desse levantamento, conclui-se que os homens necessitam de maiores esclarecimentos relacionados às práticas preventivas do câncer de próstata, com o objetivo de melhorar as condições de saúde dessa população. Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 9 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) 06 A importância da atuação do enfermeiro no processo da realização de vasectomia Cristiane Maria Amorim Costa; Raquel Conceição de Almeida Ramos; Carolina Pimentel Machado; Andrei Boscarino de Menezes Silva; Ana Terra Porciúncula Baptista; Raphael Lopes Valério Faculdade de Enfermagem/UERJ Introdução Através da Lei n° 9.263 de 12 de janeiro de 1996, o Governo Federal implantou o programa de planejamento familiar, sendo um dos métodos anticoncepcionais a vasectomia, que se traduz como um método eficaz e de fácil execução, realizada em regime ambulatorial. Objetivo Identificar a eficácia das orientações perioperatórias do enfermeiro para os pacientes submetidos à cirurgia de vasectomia. Método Foi uma pesquisa quantitativa descritiva e exploratória onde foram analisados 250 prontuários de homens submetidos à cirurgia de vasectomia bilateral no período de julho de 2012 a janeiro de 2013. Para a análise da eficácia das avaliações de enfermagem foram utilizados os seguintes parâmetros: complicações no pós-operatório e orientações. Conclusão A média de idade foi de 37 anos, variando de 25 anos a 53 anos; 68% dos pacientes eram casados, tiveram em média três filhos, variando de um a nove filhos. O tempo médio entre a decisão de realizar a vasectomia e o ato cirúrgico foi de sete meses e meio. A opção por realizar a cirurgia foi de 52,94% do próprio, mostrando dessa forma a divisão da responsabilidade quanto à utilização do método anticonceptivo. Quanto à eficácia das orientações de enfermagem, 82,35% dos pacientes não apresentaram complicações no pós-operatório, entretanto, 14,71% desenvolveram infecção e 3% granuloma. Nenhum dos pacientes relatou arrependimento da realização 10 revista.hupe.uerj.br da cirurgia. Quanto à realização do espermograma, 76,47% não realizaram o exame, sendo 53,85% por não conseguir agendar pelo SUS e 46,15% por indisponibilidade de tempo. Esses dados mostraram a necessidade de enfatizar, na consulta do enfermeiro, a importância da realização do exame para eficácia de todo o processo. Os resultados mostraram que as orientações de enfermagem no período perioperatório contribuíram para o sucesso do procedimento, sendo necessário um enfoque maior na realização do espermograma. 07 Utilização da internet como estratégia de adesão ao tratamento dos pacientes HIV/Aids Antonio Carlos Rocha; Márcia Cristina de Mendonça Tavares; Darci Cassia de Paula; Érika Campos do Nascimento; Angélica Santos Souza; Priscilla Bittencourt da Silva Doenças Infecciosas e Parasitárias/HUPE Introdução A adesão ao tratamento proporciona o aumento da qualidade de vida e a diminuição da morbimortalidade dos portadores de HIV. Atualmente permanece como um grande desafio uma vez que vários fatores interferem na eficiente adesão ao tratamento como um todo. Estratégias têm sido utilizadas para avaliar a adesão terapêutica, dentre estas, a utilização das redes sociais como ferramenta de apoio, interação, convivência e troca de saberes entre os membros do grupo. Objetivo 1) Descrever de que forma a utilização das redes sociais, como estratégia de adesão, ajudam a melhorar a autoestima dos pacientes HIV/Aids; 2) avaliar o compartilhamento das experiências dos pacientes HIV/Aids em relação a adesão. Método A proposta emergiu durante as reuniões mensais do grupo e foi implementada como estratégia para melhorar a adesão dos pacientes que participam do grupo de adesão do setor de Doenças Infecciosas e Parasitárias do HUPE e compartilhar as informações de forma mais Enfermagem ágil e dinâmica, aumentando assim o vínculo e a confiança entre pacientes e equipe multiprofissional, dinamizando a circulação de informações e a troca de saberes entre os membros. Conclusão Em um ano de utilização dessa estratégia, observamos que houve aumento da autoestima entre os pacientes à medida em que se sentem mais fortalecidos e com mais autonomia para se autocuidarem. Conforme compartilham suas experiências, sentem-se protagonistas de suas histórias de vida e do seu cuidado. 08 Avaliação da aprendizagem: aplicação do Índice de Desenvolvimento da Aprendizagem de Marinho Antonio de Magalhães Marinho; Verônica Santos; Carolina Cabral Pereira da Costa; Sirlene da Silva Correa Faculdade de Enfermagem/UERJ Introdução Neste estudo propomos a aplicação da autoavaliação como instrumento de aferição da aprendizagem e a aplicação da equação utilizada para aferir o Índice de Desenvolvimento da Aprendizagem proposto por Marinho (IDAM). A autoavaliação é uma modalidade de avaliação que proporciona ao aluno a possibilidade de identificar suas necessidades de estudo, além de facilitar a busca da construção do seu conhecimento durante o processo de ensino-aprendizagem. Em todo processo de ensino-aprendizagem, há necessidade de uma avaliação do sujeito-aprendiz com o objetivo de acompanhar o seu desenvolvimento e (re) orientá-lo, ou meramente aplicar-lhe uma nota ou conceito. Objetivo 1) Demonstrar a aplicação do IDAM na aferição da aprendizagem do aluno com base na autoavaliação inicial (diagnóstica) e final; 2) calcular a Avaliação do Desenvolvimento da Aprendizagem de Marinho (ADAM); 3) aplicar e validar uma expressão matemática que auxilia na medida do aprendizado do aluno. Método Estudo de caráter experimental com aplicação da equação de cálculo do IDAM após coleta dos dados de 34 alunos (momentos: inicial e final) com o instrumento de autoavaliação composto por 41/32 requisitos (itens/conteúdos). Para avaliação do IDAM e do ADAM foi estruturado um quadro de classificação aplicando-se um Likert de 0 a 10, onde o intervalo de 0-2,50 significa “Não sabe”; de 2,51-5,00 “Sabe menos do que sabe”; de 5,01-7,50 “Sabe mais do que não sabe” e de 7,51-10,00 significa que “Sabe”. Conclusão Dos 34 alunos somente 31 atenderam os critérios (28 M/3 H). O IDAM mostrou que 100% na avaliação inicial foram classificados como “Não sabe”. Na autoavaliação final tivemos: 3,22% foram classificados como “Sabe menos do que sabe”; 32,26% como “Sabe mais do que não sabe” e 64,52% com “Sabe”. Quanto à aferição do ADAM, a aplicação da contraprova mostrou que: 58,06% “Sabe mais do que não sabe”; 41,94% foram classificados como “Sabe”. Concluímos que o método auxilia na aferição do quanto o aluno apreendeu, favorecendo uma avaliação mais transparente sobre a retenção e aprendizado de novos conhecimentos. Com o IDAM pode-se avaliar o crescimento individual no início e no fim da disciplina. Sugere-se a utilização do IDAM na avaliação do aprendizado na enfermagem, uma vez que se mostrou uma ferramenta útil para a estruturação de conteúdos que atendam às necessidades dos estudantes e profissionais da enfermagem. 09 O estresse no graduando de enfermagem: compreender para cuidar Celia Caldeira Fonseca Kestenberg; Bárbara Marins Santos Rosa; Alexandre Vicente da Silva; Natalia Andre Barbosa Silva Faculdade de Enfermagem/UERJ Introdução Recorte de pesquisa realizada no âmbito do Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 11 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) projeto de extensão “Vivendo vivências”: laboratório de habilidades sociais e interpessoais existente há 23 anos na Faculdade de Enfermagem/ UERJ. Serão apresentados resultados de estudo sobre o grau de estresse de graduandos que estão iniciando o internato (estágio supervisionado) e participam do projeto que ocorre na modalidade de trabalho de grupo com 16 encontros semestrais/3 horas. O estresse é o resultado de um conjunto de reações do organismo frente a uma situação (tensão) que exija uma adaptação e um grande esforço emocional para ser superada. Quanto mais tempo durar a situação ou quanto mais grave ela for, mais estressada a pessoa pode ficar. O organismo tenta responder a esse estresse desencadeando uma série de fatores que causam sintomas físicos e/ou psicológicos. Objetivo Identificar a fase do estresse em que se encontram os graduandos que estão iniciando o internato; identificar os sintomas físicos e psicológicos que os mesmos apresentam. Método Análise do Inventário de sintomas de estresse de Marilda Lipp aplicados no ano de 2009 a 2012, correspondendo a oito turmas, totalizando 213 participantes. Todos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (protocolo de pesquisa nº 018.3.2008). Conclusão A maioria dos estudantes (146), que corresponde a 68,5%, apresenta algum grau de estresse. Destes, 115 (54%) estão na fase II, resistência, e 30 (14%) apresentam-se na fase III, exaustão. Foram identificados sintomas físicos e psicológicos. Os físicos são: sensação de desgaste físico constante 111 (76%), cansaço constante 115 (78,8%) problemas com a memória 134 (91,8%), tensão muscular 119 (55,87%). Os psicológicos são: cansaço excessivo 75 (51,4%), irritabilidade excessiva 92 (63%), vontade de fugir de tudo 97 (63,4%), pensar constantemente num só assunto 81 (55,5%). Importante destacar que os graduandos que estão na fase de resistência do estresse podem agravar o estado devido aos 12 revista.hupe.uerj.br fatores estressores oriundos dos campos de prática. Alguns estudantes estão na última fase do estresse, a exaustão, e nessa fase a intervenção se torna necessária para reduzir a possibilidade de somatização. Os objetivos do estudo foram alcançados uma vez que se conseguiu identificar a fase do estresse em que os internos se encontravam, bem como os sintomas físicos e psicológicos. A partir destes resultados foram traçadas as estratégias para o gerenciamento do estresse, como o ensino de técnicas de relaxamento. 10 Hipotermia terapêutica como método de proteção neuronal pós-parada cardiorrespiratória: uma revisão integrativa Cristiane Pastor dos Santos; Karinne Cristinne da Silva Cunha; Renata Flávia Abreu Silva; Joelma Peixoto Programa de Residência em Cardiologia/HUPE – UERJ Introdução A parada cardiorrespiratória (PCR) é um evento de alta mortalidade. Segundo a I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia há em torno de 200.000 PCRs ao ano no Brasil. A PCR provoca uma queda abrupta de fluxo sanguíneo cerebral, o hipofluxo permanece mesmo após o retorno da circulação sanguínea, e este evento desencadeia uma cascata de eventos que serão deletérias para o sistema neurológico. A hipotermia terapêutica é o método que demonstra maior eficácia na redução dos efeitos deletérios, seu mecanismo de ação consiste na diminuição do metabolismo cerebral que irá resultar no abortamento destes efeitos para o sistema neurológico. Objetivo Identificar em literatura digital a produção científica sobre hipotermia terapêutica pós-PCR em adultos na realidade brasileira. Método Trata-se de um estudo de revisão integrativa com análise qualitativa dos dados; esta pesquisa Enfermagem foi realizada de agosto de 2011 a abril de 2013. A pesquisa foi concretizada através da busca nas bases de dados da literatura em português no SciELO e LILACS. Foram utilizados os seguintes critérios de inclusão: textos completos, artigos em português, disponíveis nas bases de dados citadas, no período de 2005 a abril de 2013. Foi utilizado um instrumento adaptado de Ursi (2005) para coleta de dados com o intuito de extrair as informações pertinentes dos artigos. cia bastante comum. A terapia renal substitutiva é um procedimento complexo, que envolve as equipes multiprofissionais das unidades de terapia intensiva e da nefrologia para que possam atuar em conjunto, pois a primeira assiste diretamente ao paciente, e a segunda detém o domínio total das terapias renais substitutivas utilizadas, portanto torna-se necessária a associação entre as partes para oferecer um cuidado de enfermagem especializado. Conclusão De acordo com as estratégias definidas, a pesquisa resultou em 281 publicações. Foram selecionados para este estudo sete artigos completos que estavam em consonância com os critérios de inclusão. Os resultados foram organizados dentro das seguintes categorias encontradas: temperatura-alvo, modo de monitorização da temperatura, tempo para o início do resfriamento, método de resfriamento, tempo de resfriamento, método de reaquecimento, velocidade do reaquecimento; o que possibilitou uma visão global do processo de hipotermia terapêutica. A hipotermia terapêutica é um método eficaz e comprovado cientificamente de ser um protetor neuronal, responsável ainda por diminuir a mortalidade do cliente acometido por PCR. Evidenciou-se que é possível realizar a hipotermia terapêutica através dos mais diversos métodos. Foi possível perceber que há uma lacuna no conhecimento no que diz respeito a assistência de enfermagem no cuidado a este paciente e que há necessidade de mais estudos no Brasil sobre hipotermia terapêutica. Objetivo O presente estudo tem como objetivo traçar o perfil dos tipos de hemodiálise realizados em pacientes potencialmente graves, com descompensação de um ou mais sistemas orgânicos. 11 Perfil dos tipos de hemodiálise realizados em pacientes gravemente enfermos Daniele da Silva Costa; Priscila da Silva Nascimento Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) – UERJ Introdução A abordagem nefrológica de pacientes críticos em unidades de terapia intensiva é uma ocorrên- Método Trata-se de um estudo descritivo que contém uma abordagem quantitativa, transversal, que utilizou um modelo retrospectivo e exploratório, baseado na coleta de dados dos meses de março e abril de 2013 do livro de ocorrências de hemodiálise (livro de externas) dos setores de terapia intensiva de um hospital universitário no município do Rio de Janeiro. Conclusão No CTI 1, foram realizadas 14 sessões de hemodiálise, sendo 57% do tipo convencional (com duração de 4 horas) e 42% do tipo prolongada (com duração de 6 a 8 horas), com variação de 1,5 L a 3,5 L de taxa de UF (ultrafiltração), sem intercorrências relatadas. Já no CTI 2, foram realizadas 25 sessões de hemodiálise, sendo 48% do tipo convencional (com duração de 3 a 4 horas) e 52% do tipo prolongada, com variação de 1,5 L a 2,5 L de taxa de UF, com intercorrências descritas, tais como: sangramento pelo óstio do cateter, mau e/ou baixo fluxo do cateter, hipotensão severa, com o aumento da vazão de drogas vasoativas e um óbito. Conclui-se que as intercorrências descritas influenciaram diretamente na qualidade e continuidade das sessões de hemodiálise, sendo relacionadas diretamente com o quadro de instabilidade hemodinâmica apresentada por esses pacientes. 12 Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 13 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) Consulta de enfermagem no tratamento conservador da doença renal crônica: protocolo de atendimento Daniele da Silva Costa; Maria Aparecida Araújo; Daniela Barbosa Felizardo; Samantha Sabá Berçot Rodrigues Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) Introdução O tratamento conservador da doença renal crônica (DRC) é compreendido por medidas e/ ou ações que buscam diminuir a sua progressão, auxiliando na melhoria das condições clínicas, físicas e psicológicas. A sistematização da assistência de enfermagem (SAE), no contexto do tratamento conservador da DRC, se destaca na implementação do processo de enfermagem, oferecendo assistência individualizada. Com este compromisso, apresentamos uma proposta de implantação da consulta de enfermagem no tratamento conservador no ambulatório de nefrologia de um hospital universitário situado no município do Rio de Janeiro. Objetivo Assistir o indivíduo portador de doença renal crônica desde a sala de espera com acolhimento humanizado visando à promoção de saúde e prevenção de seus agravos, através de ações integrais educativas de saúde. Método Os critérios de inserção de pacientes na consulta de enfermagem consistem em indivíduos com taxa de filtração glomerular (TFG) inferior a 30 ml/min adstrita a unidade ou através de critérios pré-estabelecidos pela instituição dentro do cenário de atuação. O fluxo de atendimento ocorre conforme o agendamento do paciente no ambulatório, sendo prestado pelos residentes de enfermagem com orientação direta da preceptoria. As consultas são baseadas em diretrizes gerais, que são constituídas em plano de ações que englobam: a promoção à saúde e a prevenção primária com grupos de risco; identificação precoce e detecção da disfunção renal; correção de causas reversíveis da doença renal; 14 revista.hupe.uerj.br diagnóstico etiológico; definição e estadiamento da disfunção renal; modificação das comorbidades comuns a estes pacientes e planejamento precoce das terapias renais substitutivas. Conclusão A consulta de enfermagem no tratamento conservador tem sido de suma importância no ambulatório de tratamento conservador, auxiliando na identificação dos fatores de risco relacionados com a história do paciente e seus hábitos de vida, que podem ser modificáveis, no estímulo a adesão ao tratamento e fortalecimento do vínculo entre o paciente e seu cuidador, priorizando a autonomia e a independência do indivíduo em aspectos preventivos e educativos, visando a minimizar o desconhecimento dos aspectos da DRC. Assim concluímos que a abordagem educativa durante a consulta de enfermagem no ambulatório de tratamento conservador tem adotado práticas de autogestão da doença, de forma acessível e dialógica. É relevante atribuir o paciente como um agente ativo e participante na recuperação e adaptação imposta pela DRC. 13 Adesão ao tratamento de pacientes com insuficiência cardíaca atendidos em clínica especializada Deborah Rey Mesquita; Ana Carla Dantas Cavalcanti; Cristina Silva Arruda; Juliana de Melo Vellozo Pereira; Glaucia Cristina Andrade Vieira; Thais de Resende Bessa Guerra Universidade Federal Fluminense (UFF) Introdução As doenças cardiovasculares estão entre as principais doenças crônicas que acometem a população idosa brasileira e a insuficiência cardíaca (IC), por ser a via final comum das cardiopatias, é a principal causa de reinternações, sendo a adesão inadequada ao tratamento ou a dificuldade do paciente em reconhecer sinais e sintomas de descompensação da doença, os principais fatores das internações. Objetivo Enfermagem Avaliar a adesão ao tratamento de pacientes com IC atendidos em uma clínica especializada em acompanhamento ambulatorial; relacionar variáveis clínicas e sociodemográficas com a adesão ao tratamento. pação ativa do núcleo familiar para envolver o paciente no seu autocuidado. Este é o diferencial que poderá trazer bons resultados ao trabalho desenvolvido, aumentando assim a adesão ao tratamento. Método Estudo observacional, transversal, com abordagem quantitativa. Para avaliação da adesão foi utilizado o questionário de adesão de Bocchi, cuja maior pontuação é 26. A coleta de dados ocorreu em 2012, por meio de prontuários e questionários utilizados nas consultas de enfermagem, com perguntas pertinentes a situações sociodemográficas, clínicas e a adesão ao tratamento dos pacientes. Foram incluídos no estudo pacientes com idade igual ou maior que 18 anos atendidos na clínica de IC, que tenham assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, sendo excluídos aqueles que apresentaram registros de barreiras de cognição e portadores de doenças neurológicas degenerativas. Os dados foram organizados e analisados pelo programa SPSS. As variáveis contínuas foram descritas como médias e desvio padrão para aquelas com distribuição normal; as variáveis categóricas, com números absolutos e percentuais. As associações das variáveis clínicas e sociodemográficas foram avaliadas através do teste t de Student. Um P < 0,05 foi considerado estatisticamente significativo. 14 Diabetes mellitus tipo 2: a atuação do enfermeiro na atenção básica na prevenção da doença e de seus agravos Conclusão Dos 117 prontuários, 51,28% são do sexo feminino; idade média de 62,78 (± 12,6), 7,2 anos de estudos (± 4,2); recebendo dois salários mínimos. A comorbidade prevalente foi hipertensão arterial sistêmica (85%); a classe funcional II 48,72%. A pontuação da adesão foi de 14,37. A correlação que mostrou diferença estatística foi gênero sexual feminino e adesão (p = 0,001). A média das mulheres e dos homens foi de 15,18 e 13,50, respectivamente. O presente estudo comprova a importância da continuidade do ambulatório de IC, com estratégias de educação em saúde voltadas para o autoconhecimento da doença e tratamento e estimulando a partici- Delma da Silva Britto Boy; Eliete Cristina Soares; Juliana de Oliveira Munier da Silva Centro Universitário Serra dos Órgãos (UNIFESO) Introdução Este trabalho tem por objetivo fazer uma pesquisa sistemática qualitativa a respeito do que é preconizado no tratamento e prevenção dos agravos decorrentes do diabetes mellitus (DM), e o que de fato é realizado na Unidade Básica de Saúde, em particular pela atuação dos enfermeiros, com o intuito de proporcionar não só o tratamento, como também um trabalho eficaz de prevenção da DM 2, assim como seus agravos. Trabalho esse que exige do profissional enfermeiro estratégias de educação em saúde constantes, proporcionando prevenção em saúde e cuidados básicos que resultarão em melhor qualidade de vida aos usuários do serviço de atenção básica. O trabalho em atenção básica exige, por parte dos gestores públicos, atenção e investimento, tanto em recursos financeiros quanto em recursos humanos e capacitação dos profissionais que ali atuam, propiciando assim, maior poder de resolutividade aos enfermeiros que atuam na atenção básica, a fim de que o trabalho e esforço desses profissionais não sejam em vão e não se perca a oportunidade de melhorar a saúde e qualidade de vida da população mais carente. Objetivo Analisar e refletir sobre a funcionalidade e importância do enfermeiro na assistência primária de saúde na prevenção do diabetes mellitus (DM) e prevenção dos agravos decorrentes Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 15 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) da doença, proporcionando assim ao usuário educação e prevenção em saúde, e um acompanhamento por parte da equipe multidisciplinar na atenção básica, de acordo com a sua condição clínica, garantindo-lhes um acompanhamento resolutivo e melhor qualidade de vida. Método Esse trabalho se dará por meio de uma pesquisa de revisão sistemática qualitativa sem metanálise a respeito da atuação do enfermeiro em prevenção da DM 2 e de seus agravos no serviço de atenção básica. Conclusão O que provavelmente tem levado muitos pacientes diagnosticados com DM 2 ao estágio em que os agravos decorrentes da doença já estão instalados e a internação hospitalar se faz necessária, na maioria das vezes, é a falta de conhecimento a respeito do que realmente é DM 2, as consequências do tratamento inadequado e a falta de incentivo ao comprometimento com o autocuidado. Da mesma forma que se exige o comprometimento do usuário, o enfermeiro comprometido com a atenção básica deve atuar educando em saúde, prevenindo a ocorrência da doença e junto aos já diagnosticados portadores de DM 2, na prevenção dos agravos decorrentes da descompensação da glicemia. 15 Auditoria: o olhar do enfermeiro residente do Hospital Universitário Pedro Ernesto Eliane Passos Pereira Assumpção; Fernando Sanches Unidade Cardio Intensiva/HUPE Introdução A cada dia mais profissionais vencem o preconceito de que auditoria é a exposição do erro alheio e começam a aceitar a ideia da mensuração da qualidade assistencial dos processos de trabalho que participam. Objetivo Estimular o enfermeiro residente para a prática da auditoria. 16 revista.hupe.uerj.br Método Ação auditora, com acompanhamento de dois preceptores, por enfermeiros residentes do segundo ano do programa de clínica médica em quatro enfermarias, exercendo os papéis de auditor e auditado, utilizando um instrumento checklist para avaliação de prática administrativa, medicamentosa, de registro, do acesso venoso periférico, do cateter vesical de demora e gerais. Conclusão Nas quatro enfermarias, houve 66% de conformidade para práticas administrativas, cuja abertura diária do livro de ordem e ocorrências e a conferência de psicotrópicos foram realizadas por todas elas. Atenderam a 77% de conformidade para os itens medicamentosos, com unanimidade para o aprazamento, uso de carimbo, atendimento à prescrição, checagem da administração e guarda em separado de medicação de alto risco. Registros ficaram com 62% de conformidade, sendo comum a verificação e anotação dos sinais vitais no impresso de balanço hídrico. Nos acessos venosos periféricos, 58% das ações estavam conformes, e foi comum a ausência de sangue no extensor do equipo de soro. No cateterismo vesical de demora, houve 61% de conformidade, sendo unânime a existência de bandeja estéril, bolsa coletora preenchida até 1.300 ml e registro sobre características da urina. Ações gerais apresentaram 63% de conformidade, com o preenchimento da caixa de material perfurocortante, até 2/3 de sua capacidade, encontrada em todas as unidades. Dos cinquenta itens avaliados, dois não foram encontrados em nenhuma das enfermarias: o planejamento e registro do horário de almoço, e a utilização de uma escala para avaliação de flebite. Todos os enfermeiros residentes do segundo ano que vivenciaram a experiência de fazer ou responder à uma auditoria avaliaram-na como totalmente produtiva. O exercício simulado de auditoria interna, concorrente, periódica, específica e parcial, no período de uma hora, gerou o diagnóstico situacional de processos de trabalho da enfermagem, comprovou a eficácia do instrumento checklist construído, a motiva- Enfermagem ção do enfermeiro residente para esta prática, e a convicção da necessidade de acompanhamento das práticas profissionais vigentes. 16 Livro de ouro da enfermagem: perfil dos pacientes da UCI em 2012 Eliane Passos Pereira Assumpção; Claudia de Souza Moraes; Carlos Alberto Rodrigues da Cruz Unidade Cardio Intensiva/HUPE Introdução É muito comum em uma unidade de internação de um hospital existir um livro de admissão de pacientes preenchido pela equipe de enfermagem, com informações que, devidamente acompanhadas, transformam-se em uma ferramenta para sistematizar e organizar as necessidades específicas do indivíduo hospitalizado, orientando as ações dos membros da equipe. Objetivo Traçar o perfil do paciente da Unidade Cardio Intensiva (UCI) do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) utilizando os registros do livro de admissão. Método Acompanhar e analisar periodicamente as informações existentes no livro de admissão de pacientes, preenchido pela equipe de enfermagem da Unidade Cardio Intensiva do HUPE. Conclusão Com as informações coletadas pela equipe de enfermagem, constatou-se que em 2012, na UCI do HUPE, foram admitidos 501 pacientes, sendo a maioria de homens (62%), com idade de 51 a 70 anos (55%), provenientes de UPAs (5%), outros hospitais (5%) e do próprio HUPE (90%), onde 44% vieram do serviço de hemodinâmica por necessitarem de internação em unidade especializada, após o procedimento de angioplastia percutânea transluminal coronariana. O segundo maior motivo para a internação foi a síndrome coronariana aguda (22%). Os indivíduos permaneceram hospitalizados de um a cinco dias (73%), ocorrendo mais a alta hospitalar (45%) e a transferência para a enfermaria de cardiologia (34%). Houve 7% de óbitos. Identificando o perfil do paciente da Unidade Cardio Intensiva através do registro da equipe de enfermagem no livro de admissão, foi possível perceber a diminuição da idade dos indivíduos internados, a continuidade na prevalência de homens, a presença constante dos pacientes provenientes do serviço de hemodinâmica, a redução dos dias de internação e um aumento na alta do paciente diretamente para sua residência. Utilizando-se deste conhecimento, é possível fazer o planejamento do processo de trabalho da enfermagem de uma forma mais direcionada a cada especificidade encontrada. 17 Eventos adversos relacionados à prescrição, aprazamento e administração de medicamentos Eliete Aparecida Teodoro da Silva; Juliana Gerhardt Soares Fortunato; Luana Ferreira de Almeida; Augusto César Costa Ferreira; Gabriela Paloquino de Oliveira; Marcia Vítor Ribeiro Martins Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) Introdução Denominam-se eventos adversos (EA) injúrias não intencionais decorrentes da atenção à saúde não relacionada à evolução natural da doença de base, que ocasionam lesões nos pacientes acometidos, prolongamento do tempo de internação e/ou morte. Assim, o gerenciamento dos possíveis eventos adversos em uma unidade de saúde torna-se fundamental na busca pela qualidade no processo de cuidado. Objetivo Buscou-se identificar eventos adversos relacionados à prescrição, aprazamento e administração de medicamentos. Método Estudo quantitativo, descritivo, com análise documental prospectiva. Foi realizado em uma unidade de cuidados intensivos de um hospital universitário, localizado no município do Rio Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 17 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) de Janeiro, com capacidade de oito leitos ativos. Os dados foram coletados através de dupla checagem, nos meses de fevereiro e março de 2013 em prescrições médicas, aprazamentos de medicações e balanços hídricos. Foram observados, com base na segurança do paciente, tais critérios: incompatibilidade entre as medicações prescritas e aprazadas para o mesmo horário; aprazamento correto, conforme o intervalo solicitado na prescrição; administração da medicação e checagem da mesma na prescrição médica; via correta de administração do medicamento; identificação correta do paciente e do leito em que se encontra; identificação do médico e do enfermeiro, com carimbos de ambos na prescrição e aprazamento, respectivamente; e turno no qual o evento ocorreu (se noturno ou diurno). Conclusão No total, foram analisadas 424 prescrições e nelas foram identificados 109 eventos adversos. Os achados demonstram que em 17,4% das ocorrências de eventos adversos foram identificadas não administração de medicação, sem justificativa relatada na evolução de enfermagem. A ocorrência de aprazamentos incorretos somaram 5% dentre os achados. A incompatibilidade de drogas foi observada em 3,7% dos aprazamentos em horários iguais. No que se refere à prescrição de via incorreta para determinada medicação, foram observados dois casos (2%). As medicações prescritas que não foram aprazadas e nem administradas representam 3% do total de EA. Os resultados encontrados neste estudo enfatizam a importância de uma gerência de enfermagem atenta, capaz de agir embasada em conhecimentos técnico-científicos, de forma a limitar, minimizar e prevenir a ocorrência destes e de muitos outros eventos adversos relacionados no processo de cuidado. 18 Pacientes oncológicos em terapia intensiva: uma realidade a ser cuidada Eliete Aparecida Teodoro da Silva; Natália Rodrigues Abrantes; Shirley de Azevedo Morais; Luana Ferreira de Almeida; Márcia Vítor Ribeiro 18 revista.hupe.uerj.br Martins; Bruna Dutra da Costa Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) Introdução O câncer corresponde, hoje, a um problema de saúde pública mundial. No Brasil, já é a segunda maior causa de óbitos, sendo superada em número apenas pelas doenças cardiovasculares. É estimado que apenas no biênio 2012-2013 surgirão em torno de 520 mil novos casos de câncer só no Brasil. Objetivo Analisar o perfil dos pacientes oncológicos internados em uma unidade de cuidados intensivos de um hospital universitário localizado no Rio de Janeiro. Método Foi aplicado um formulário pré-elaborado contendo oito itens relacionados ao tema, preenchidos com base nos registros de enfermagem contidos nos livros de admissão e alta da referida unidade no ano de 2012. Conclusão Foram preenchidos e analisados 265 formulários. Destes, 18% dos pacientes apresentavam alguma neoplasia, sendo em 79% dos casos, o principal motivo de internação. A maioria era do sexo masculino (63%), na faixa etária entre 50-70 anos (24%). Os tipos de neoplasia apresentaram grande variação, com predominância dos que atingem o trato respiratório (19%), sistema hematológico (13%) e próstata (5%). O número de pacientes que evoluíram para o óbito (44%) foi semelhante ao número de transferências (46%) para outros setores; os demais casos corresponderam aos sem registro (8%) e alta para residência (2%). A internação de pacientes oncológicos na UTI é uma realidade cada vez mais frequente. Chama a atenção o fato de não ser uma temática muito debatida na terapia intensiva, mesmo com o aumento progressivo dos casos. Estudos que possibilitem melhorar a assistência a estes pacientes devem ser estimulados, pois o câncer corresponde a uma patologia que suscita a discussão de diversas temáticas, como Enfermagem a terminalidade, cuidados paliativos, e requer conhecimentos que unidades não especializadas neste tipo de clientela não possuem. 19 Lesão renal aguda secundária à sepse e a intervenção do enfermeiro frente ao diagnóstico de perfusão tissular ineficaz tipo renal Eliete Cristina Soares; Nathália Teixeira Nunes; Maria Aparecida da Glória; Delma da Silva Britto Boy; Rosana Pires Russo Bianco Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) Introdução A lesão renal aguda (LRA) é caracterizada pela redução abrupta da taxa de filtração glomerular que se mantém por períodos variáveis de tempo, resultando na inabilidade dos rins para exercer suas funções de excreção, manter o equilíbrio ácido-básico e homeostase hidroeletrolítica do organismo. A sepse, definida como síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS) decorrente de processo infeccioso, tem se tornado a principal causa de LRA, preponderantemente nas unidades de terapia intensiva, onde a prevalência chega a 40% e é definida como do tipo pré-renal. É importante ressaltar que a sepse possui subclassificações: sepse grave, choque séptico e síndrome da disfunção de múltiplos órgãos. Objetivo Compreender os mecanismos fisiopatológicos envolvidos na LRA secundária a sepse e estabelecer perante a literatura a correlação com o diagnóstico de enfermagem perfusão tissular ineficaz do tipo renal, propondo intervenções conforme a Classificação de Intervenções de Enfermagem (NIC). Método Estudo descritivo e de revisão bibliográfica das bases de dados LILACS, MEDLINE e SciELO e o Sistema Integrado de Biblioteca Padre Inocente Radrizzani. Foram utilizadas 43 publicações nacionais e internacionais dos últimos dez anos, aplicando-se os descritores: lesão renal aguda, sepse, cuidados de enfermagem, diagnóstico de enfermagem e o recurso booleano AND. Conclusão Foram estudados os mecanismos envolvidos na LRA secundária à sepse, e a correlação realizada neste estudo entre o diagnóstico de enfermagem perfusão tissular ineficaz do tipo renal e a sepse foram norteados pelo estudo de Souza (2008), o qual foi pontuado por 100% dos enfermeiros especialistas selecionados para validação diagnóstica. Os mecanismos fisiopatológicos envolvidos na LRA secundária à sepse são complexos, estando correlacionados ao diagnóstico de enfermagem proposto, e as intervenções tendem a promover a recuperação da perfusão renal, a fim de evitar demais morbidades, bem como a cronicidade do quadro. 20 Prevalência de lesões por fricção (skin tears) em idosos hospitalizados: implicações para o cuidado Eliza da Silva Coelho; Rosimere Ferreira Santana; Carleara Ferreira da Rosa Silva; Isis Pino Maciel Hospital Federal de Bonsucesso Introdução As lesões por fricção (traduzidas do termo skin tears) são lesões caracterizadas por comprometimento de camadas superficiais da pele. A pele é a camada mais superficial e é composta de células epiteliais escamosas. A derme é a segunda camada e contém vasos sanguíneos e linfáticos, nervos e terminações nervosas, glândulas e folículos pilosos. A hipoderme é principalmente uma camada irregular de tecido conectivo. O envelhecimento da pele, assim como o de qualquer outro órgão, pode levá-la à falência. Quando o processo de morrer compromete os mecanismos homeostáticos do corpo, os órgãos sofrem e o corpo pode reagir desviando sangue da pele para órgãos vitais. Este fato resulta na diminuição da perfusão da pele e partes moles e, consequentemente, no comprometimento dos processos metabólicos cutâneos. Pequenos traumas são capazes de ocasionar complicações Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 19 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) maiores como hemorragia, gangrena, infecção, úlcera por pressão e skin tears. Quanto às características da lesão, as skin tears são feridas provocadas por trauma mecânico, têm espessura rasa e limitada com a derme. Sua característica principal é a presença de retalho de pele, em algum momento de sua evolução. Entende-se por retalho um segmento livre de pele não aderido às camadas subjacentes. Não raro, o retalho de pele pode apresentar-se parcial ou totalmente separado do leito da ferida, dificultando o seu diagnóstico. Objetivo Caracterizar as lesões de pele encontradas nos idosos hospitalizados e traçar a prevalência de lesões por fricção (skin tears). Método O estudo é uma abordagem quantitativa, observacional e prospectiva. A amostra (n) deste estudo foi constituída por 65 pacientes maiores de 60 anos hospitalizados. A pesquisa realizou-se através de coleta de dados. Foi utilizado um formulário com perguntas fechadas. Foram observados os aspectos éticos da pesquisa, atendendo ao preconizado pela Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde/MS, autorização da Comissão de Ética em Pesquisa da instituição, além da autorização sob o nº de protocolo CAAE nº 10309412.9.0000.5243. Também foi solicitada a assinatura de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para o idoso ou familiar. Conclusão Concluiu-se com esse estudo que skin tears são prevalentes em pacientes idosos e sua intensidade é proporcional ao grau de comprometimento da pele e fatores de risco apresentados pelos idosos. É importante para diminuir o risco e lesão proteger a pele do idoso, que fisiologicamente tem predisposição. 21 Panorama das doações de sangue no Hospital Universitário Pedro Ernesto Gilce Erbe de Miranda Silva; Afia Jesuína Mendes Silva; Jessica Batista Maximo Salgado Lisboa; 20 revista.hupe.uerj.br Juliana Erbe de Miranda Maia; Glaucia Regina M. da Silva Castro Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) Introdução A doação de sangue é um ato voluntário e altruísta realizado pela população em prol de atender as demandas de saúde da população que necessita de suporte de componentes hemoterápicos para tratamento dos distúrbios hematológicos. A doação de sangue segue normas e legislações específicas e devem ser realizadas por indivíduos saudáveis, com idade de 16 a 67 anos, atendendo as especificidades das faixas etárias. Objetivo Avaliar o panorama das doações de sangue no Hospital Universitário Pedro Ernesto e relacionar o panorama da doação de sangue com o consumo médio da instituição. Método Estudo quantitativo, descritivo, realizado na base de dados do sistema Hemote Plus – Hemoprod retrospectivo com recorte temporal de 2008 a 2012. Conclusão Observou-se no período de 2008 a 2012, que o Hospital Universitário Pedro Ernesto apresentou o número de 30.593 doadores cadastrados, sendo aptos para doação 24.778 candidatos. Os cadastros de candidatos à doação realizadas por ano foram: em 2008, 6.690 candidatos cadastrados; em 2009, 6.088 candidatos cadastrados; em 2010, 5.955 candidatos cadastrados; em 2011, 5.926 candidatos e em 2012, 5.984 candidatos cadastrados. A utilização de sangue na instituição tem apresentado nos últimos trimestres um incremento, sendo observada uma evolução de 5,7 para 6,3 unidades por leito. Por outro lado, o número de doadores cadastrados na instituição apresentou um decréscimo nos anos de 2008 a 2011, sendo realizada implementação de atividades de captação de doadores a fim de obter um aumento do número de doadores com vistas a ampliar o número de participantes na doação. No ano de 2012, identificou-se um acréscimo Enfermagem discreto no número de doadores, sendo necessário, portanto, que as ações de captação sejam realizadas de forma diferenciada para manutenção do estoque que atenda a necessidade de transfusão da instituição. 22 O impacto da transfusão de sangue de clientes das unidades cardiológicas do HUPE Gilce Erbe de Miranda Silva; Glaucia Regina M. da S. Castro; Juliana Erbe de Miranda Maia; Afia Jesuina Mendes Silva; Jessica Batista M. Salgado Lisboa; Henrique da Silva Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) Introdução A transfusão de sangue é um processo complexo de transferência de componentes sanguíneos utilizados em pacientes clínicos e em pacientes submetidos à procedimentos cirúrgicos. Observa-se, no entanto, um grande impacto na utilização de hemocomponentes nos clientes com cardiopatias e em cirurgia cardíaca. A utilização foi, principalmente, de concentrado de hemácias e está relacionada com as características do transporte de gases na circulação sanguínea, visto que o transporte de oxigênio ocorre em torno de 98% relacionado à hemácia. Objetivo O objetivo do estudo é caracterizar o impacto da transfusão sanguínea de clientes das unidades de cardiologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto. Método Estudo quantitativo, descritivo, realizado na base de dados do sistema Hemote Plus - Hemoprod. Estudo retrospectivo com recorte temporal do primeiro semestre de 2012 ao primeiro semestre de 2013. Para a coleta de dados foram observados o número de clientes transfundidos nas unidades de cardiologia, cirurgia cardíaca e unidade coronariana, sendo excluídos os pacientes com patologias cardíacas internados em outras unidades do hospital. Conclusão Observou-se que no Hospital Universitário Pedro Ernesto os leitos das unidades cardiológicas somam 37 (7%) do total de 520 (100%) leitos disponibilizados. Estes clientes apresentam consumo elevado de componentes sanguíneos e representam um impacto importante nos estoques da instituição. Identificou-se que no primeiro semestre de 2012 foram realizadas 2.996 (100%) transfusões, sendo 420 (14%) realizadas em clientes da cardiologia. Em relação ao total de transfusão por cliente as unidades apresentaram um consumo médio de 11,3 bolsas de sangue por cliente. Nas outras unidades observou-se um consumo de 6,2 bolsas por cliente. No segundo semestre de 2012 temos o quantitativo de 3.192 (100%) transfusões na instituição, sendo 431 (13%) realizadas nas unidades de cardiologia e o consumo de 11,6 unidades por cliente. No primeiro semestre de 2013 foram realizadas 3.292 (100%) transfusões; destas, foram utilizadas 494 (15%) nas unidades cardíacas, sendo em média 13,3 unidades por clientes e nas outras unidades observou-se um consumo médio de 6,8 unidades por cliente. Outro fator importante representa a adesão das unidades de cardiologia na orientação dos familiares, em relação a participação na doação de sangue, visto que no ano de 2012 foram transfundidos 849 clientes e participaram da doação de sangue 53 pessoas relacionadas a estes clientes, o que representa menos de 6,2% pacientes transfundidos nas unidades de cardiologia no mesmo período. 23 Inaptidão definitiva em doadores de sangue Gilce Erbe de Miranda Silva; Glaucia Regina M. da Silveira Castro; Afia Jesuina Mendes Silva; Jessica Batista M. Salgado Lisboa; Juliana Erbe de Miranda Maia Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) Introdução A triagem clínica deve ser realizada por profissionais qualificados, de nível superior, sendo um exame rápido e complexo, com o objetivo de excluir os doadores com fatores de risco para a sua própria saúde ou para a saúde do receptor. Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 21 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) Objetivo Caracterizar os tipos de inaptidão clínica definitiva em relação ao sexo do doador. Método Estudo de abordagem quantitativo, retrospectivo, realizado no recorte temporal de janeiro a dezembro de 2012, com uma busca nos registros de Hemoprod, onde foram avaliados o número de inaptos definitivos, o sexo e causa da inaptidão. O cenário foi um hospital universitário da cidade do Rio de Janeiro. Conclusão No período compareceram 5.984 candidatos. Destes, os homens foram 3.495 (58,4%) e mulheres 2.489 (41,6%). O índice de inaptos clínicos definitivos entre os homens foi de 0,7 % (44) e entre as mulheres de 0,5% (29). O total de candidatos inaptos foi de 1.399. Entre os candidatos inaptos clínicos (1.399 – 100%), 73 foram inaptos definitivos (23,4%). Entre as causas de inaptidão clínica definitiva identificadas, as principais em homens foram: homossexualidade (13,7%), doença cardíaca (12,3%), diabetes tipo 1 (5,5%), alcoolismo crônico (5,5%) e doença neurológica (4,1%). Entre as mulheres, as principais causas foram: doença cardíaca (12,3%), doença autoimune (9,6%), doença neurológica (4,1%), doença endócrina (2,7%) e hanseníase (2,7%). Já na avaliação geral (independente do sexo), a principal causa de inaptidão foi a doença cardíaca, com 24,7% dos inaptos definitivos, havendo igual percentual entre homens e mulheres, seguida de homossexualidade masculina (13,7%), doença autoimune (10,95%), doença neurológica (8,2%) e diabetes tipo 1 (6,9%). A doença cardíaca manteve-se em primeiro lugar entre as causas gerais de inaptidão definitiva, no entanto, é superada pela homossexualidade masculina quando se trata da análise por sexo. Atenta-se a estes dados, ressaltando-se a importância de ambos os acometimentos com relação às causas de inaptidão definitiva e sugere-se uma investigação qualitativa com o objetivo de compreender o fenômeno à luz da doação de sangue. Cabe destacar que no cotidiano do 22 revista.hupe.uerj.br enfermeiro na triagem clínica, a comunicação com o cliente deve ter uma interface com o cuidado, voltada para a manutenção da qualidade de vida do indivíduo e realização das orientações e encaminhamentos necessários. 24 Registro da passagem de plantão: subsídios para classificação de cuidados de enfermagem Graciete Saraiva Marques; Renata Arantes Santos; Camilla Dias Del Giudice; Sheila Mara Moraes Silva; Jany Moraes do Amparo Santos; Verônica Fernandes Enfermagem Cirúrgica – COEN/HUPE Introdução A passagem de plantão, para a enfermagem, é entendida como uma troca de informações entre profissionais sobre o paciente, fundamental para garantir a continuidade da assistência do cuidado. Deve-se compreender que um dos instrumentos de gestão e da assistência para enfermagem são os sistemas de classificação (SCP), introduzidos no Brasil desde 1972. A partir de então, outros instrumentos foram construídos e validados nos últimos 10 anos por estudiosos na área como Fugulin e Perroca. Tais instrumentos podem ser entendidos como uma forma de determinar o grau de dependência de um paciente em relação à equipe de enfermagem, objetivando estabelecer o tempo despendido nos cuidados diretos e indiretos, bem como a colaborar na gerência no que se refere ao dimensionamento de pessoal para atender às necessidades deste. Sabe-se que a enfermagem tem como meta cuidar com excelência de qualidade, demandando assim, um conhecimento atualizado centrado nas necessidades do paciente em relação à quantidade de cuidado de enfermagem requerida. Além disso, a enfermagem cirúrgica preocupa-se em prevenir, minimizar e tratar as complicações do processo anestésico-cirúrgico, daí a importância de conhecer o perfil sociodemográfico da clientela assistida. Em 2012, a COEN (Coordenação de Enfermagem) e o STAVE (Serviço de Treinamento e Avaliação em Enfermagem) iniciaram um trabalho intitulado Enfermagem Renova HUPE, com a preocupação, dentre outras, de classificar os cuidados de enfermagem, atendendo à Resolução nº 293/04 do COFEN (Conselho Federal de Enfermagem) para utilização do sistema de classificação de pacientes (SCP) nas unidades de saúde, referendando os estudos de Fugulin (1994); dessa forma o registro de passagem de plantão da unidade cirúrgica feminina, passou por uma nova modelagem em julho de 2012, seguindo um modelo único elaborado também com a participação de outros enfermeiros chefes de seção das unidades clínica, adolescente, pediatria e da cirurgia geral feminina. Tal instrumento agora passa a conjugar no mesmo a classificação de cuidados de enfermagem, colocado em prática desde então. Objetivo Classificar os tipos de cuidados de enfermagem cirúrgica através do registro de passagem de plantão e divulgar a utilização do impresso da passagem de plantão como forma de sistema de classificação de pacientes. Método Trata-se de um estudo exploratório e quantitativo com análise documental, tendo como fonte os documentos de registro de passagem de plantão, preenchidos pela equipe de enfermagem da referida unidade a cada plantão de 12h no período de janeiro a junho de 2013. Conclusão Foram encontrados 1.528 documentos preenchidos de janeiro a junho de 2013. Confirmou-se ser o cuidado mínimo, seguido do cuidado intermediário, como prevalentes na unidade de cirurgia geral feminina em conformidade com o COFEN. Aponta-se, porém, para uma crescente frequência após o mês de março de cuidados semi-intensivos, inclusive de cuidados intensivos; no mês de junho houve declínio do cuidado mínimo, em contrapartida houve um acréscimo dos cuidados semi-intensivos e o de alta dependência. Tais dados indicam que os pacientes deveriam estar internados em unidade intensiva ou de tratamento intensivo. 25 Perfil sociodemográfico e comportamentos sexuais de jovens universitários Thelma Spindola; Maria Regina Araujo Richerte Pimentel; Haisa Borges d’Amaral; Lais de Andrade Rosa; Raquel de Oliveira Wilken; Ana Terra P. Baptista Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Introdução A população jovem é o grupamento etário mais exposto às doenças sexualmente transmissíveis (DST), sendo apontado em âmbito mundial que mais de 30% das adolescentes sexualmente ativas têm teste positivo para infecção por clamídia (Chlamydia), e que aproximadamente 40% foram infectadas pelo papilomavírus humano (HPV). A abordagem das DST passou a merecer atenção especial quando se comprovou que sua presença é um fator de risco para a contaminação pelo vírus HIV. Atuando com jovens e desenvolvendo projeto de extensão universitária relacionado à prevenção de DST na população jovem, interessou-nos conhecer o seu comportamento sexual e cuidados com a saúde. Objetivo Delinear o perfil sociodemográfico de estudantes de uma instituição pública de ensino superior; conhecer os hábitos e práticas relacionadas ao cuidado com a saúde sexual e reprodutiva dos jovens. Método Estudo exploratório, descritivo, quantitativo, realizado em uma instituição pública de ensino superior, localizada no município do Rio de Janeiro. Foram investigados 103 estudantes da graduação em enfermagem, selecionados por sorteio, que responderam a um questionário. Os procedimentos éticos preconizados na Resolução nº 466/12 do CNS foram respeitados. Os achados foram tabulados e organizados com auxílio do Microsoft Excel 2003 e analisados pela aplicação da estatística descritiva. Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 23 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) Conclusão Ficou evidenciado que em sua maioria são do sexo feminino (89%); cor branca (41%); idade de 20-25 anos (61%); vivem com os pais (75%); só namoram (60%); não tem filhos (96%); seguem alguma crença religiosa (78%) e destes, 38% são católicos; renda familiar mensal de 2-3 salários mínimos (35%). Os achados demonstram que os jovens não praticam sexo seguro sempre e alguns se expõem em relações com parceiros casuais ficando vulneráveis às DST. Assim, considerando que 56% das mulheres investigadas têm vida sexual ativa e que 11% destas não fizeram exame ginecológico/papanicolau no ultimo ano, observa-se que nem todas cuidam da saúde sexual e reprodutiva. Conclui-se que os jovens investigados, apesar de inseridos na educação superior, não praticam sexo seguro sempre ficando expostos às infecções sexualmente transmissíveis. 26 Papel da enfermagem na educação em saúde de mulheres infectadas pelo HIV Joelma Peixoto; Cristiane Pastor dos Santos; Dennis de Carvalho Ferreira Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) – UERJ Introdução A abordagem multidisciplinar e o acompanhamento clínico de mulheres infectadas pelo HIV tem como objetivo a promoção de uma melhor qualidade de vida para este grupo. Objetivo Descrever o papel da enfermagem na educação em saúde de mulheres infectadas pelo HIV/ Aids, destacando os aspectos mais desafiadores no acompanhamento deste grupo. Método Foi realizado um levantamento bibliográfico com análise qualitativa realizado no período de julho a novembro de 2010, utilizando periódicos científicos, livros técnicos e publicações de órgãos nacionais, tendo como fontes de consulta o LILACS, a BVS – Biblioteca Virtual em Saúde 24 revista.hupe.uerj.br e o Google Acadêmico dos últimos dez anos. Conclusão Mulheres infectadas pelo HIV/Aids apresentam vulnerabilidade tanto em nível psicossocial como biológico, necessitando de apoio psicoterapêutico e clínico, em decorrência de sua patologia. Destaca-se assim a importância do enfermeiro como agente promotor de saúde, que encontra na infectologia um amplo campo de atuação como na revelação do diagnóstico, na orientação de relações sorodiscordantes, na adesão à terapia antirretroviral, na orientação quanto ao suporte nutricional, na condução do pré-natal da gestante infectada e na instrução sobre o aleitamento materno para este grupo. O conhecimento do enfermeiro sobre a complexidade de aspectos que envolvem a infecção pelo HIV possibilita esse apoio fundamental no discernimento e na escolha dos meios adequados que venham ao encontro das necessidades dessas mulheres infectadas, visando fornecer‑lhes uma melhor qualidade de vida e maior tranquilidade no enfrentamento da infecção. 27 A produção de enfermagem sobre a segurança do paciente: uma revisão Juliana Oliveira Munier da Silva; Fracimar Tinoco de Oliveira Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Introdução Atualmente, há uma crescente preocupação com os aspectos relativos à segurança no cuidado prestado aos usuários dos serviços de saúde, tornando-se um assunto de foco nessa área. A segurança do paciente pode ser definida como a redução e a mitigação de atos não seguros no sistema de assistência à saúde, assim como a utilização das melhores práticas que conduzem a resultados ótimos para o paciente. Objetivo Identificar produções científicas de enfermagem nacionais e internacionais sobre segurança do paciente, no período de 2007 a 2012, e realizar uma análise crítica das produções científicas Enfermagem selecionadas, delineando as práticas que garantam a segurança do paciente pela equipe de enfermagem. Método Pesquisa bibliográfica computadorizada, realizada no período de janeiro a maio de 2012, nas bases de dados LILACS, IBECS, MEDLINE, Biblioteca Cochrane e SciELO. Foram selecionados para análise 45 artigos pela busca realizada na BVS (44 na MEDLINE e 1 na LILACS) e 21 artigos pela busca realizada via PubMed, todos em inglês. Após a leitura das publicações e exclusão de artigos repetidos, foram selecionados 31 artigos. Após nova leitura da seleção final, as publicações foram dispostas em gráficos e quadros para a análise crítica e discussão dos resultados encontrados em cada texto, permitindo a elaboração das considerações sobre o tema. Conclusão Para a discussão, os 31 artigos foram categorizados de acordo com o assunto abordado de forma contextualizada, explicitando-se sua frequência: gerenciamento organizacional de segurança (42%); quedas (19%); terapia medicamentosa (16%); equipe profissional (16%); e avaliação do conhecimento (7%). A segurança do paciente é um tema abordado mundialmente, entretanto, em nosso país há uma escassez de estudos nessa área. E independente dos fatores relacionados ao paciente, três elementos são enfatizados na literatura de eventos adversos – a equipe de enfermagem, o conhecimento do profissional e a cultura de segurança no ambiente de trabalho. Também é de extrema importância que o profissional de enfermagem se sinta valorizado em seu ambiente de trabalho, tanto pelos gestores como pelos membros da equipe interdisciplinar. Conclui-se que a prática da cultura de segurança se faz necessária, uma vez que tem como pressuposto o conceito de que os seres humanos cometem erros, portanto, o segredo consiste em estruturar sistemas que reduzam a ocorrência de erros. 28 A lavagem das mãos em uma unidade de cuidados intensivos Katherine Kristinne de Oliveira Moraes; Luana Ferreira de Almeida; Márcia Vitor Ribeiro Martins; Gabriela Paloquino de Oliveira; Juliana Gerhardt Soares Fortunato; Bruna Dutra da Costa Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) – UERJ Introdução Sabe-se que a higienização das mãos é uma medida simples e individual muito eficaz para evitar a propagação dessas infecções relacionadas à assistência à saúde. Essa técnica tem como objetivo remover sujidades, como suor e oleosidade, e diminuir a microbiota residente da pele, interrompendo a transmissão de infecções veiculadas através do contato. A higiene deve ser feita não só quando as mãos estiverem visivelmente sujas, contaminadas com sangue e/ou fluidos corporais. Deve ser realizada ao iniciar o turno de trabalho; antes e após contato com paciente ou objetos em torno do leito; antes e após manipulação de medicamentos, dietas enterais e parenterais. Objetivo Analisar como os profissionais de saúde realizam as etapas do processo de higienização das mãos; verificar se a técnica utilizada está de acordo com a preconizada pela Anvisa. Método Foi realizada uma pesquisa quantitativa, em um setor de terapia intensiva de um hospital universitário no estado do Rio de Janeiro, através do método observacional da técnica de higienização das mãos realizada pelos profissionais de saúde, incluindo médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas e nutricionistas, no mês de junho de 2013. Conclusão Foram observados 33 profissionais de saúde. Verificou-se que 70% dos profissionais de saúde retiraram os adornos antes de realizá-la. Cerca de 94% destes realizaram a técnica utilizando água e sabão líquido e 65% umedeceram as mãos com água antes de iniciar o procedimento. Em Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 25 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) relação ao passo-a-passo da técnica descrita, verificou-se que 91% realizaram a fricção da superfície palmar, enquanto que 76% realizaram a fricção da superfície dorsal e apenas 31% realizaram a fricção interdigital. Já a higienização dos punhos foi lembrada por apenas 24% dos profissionais observados. Apenas 21% realizaram o enxágue das mãos em sentido unidirecional e apenas 33% utilizaram papel toalha para fechar a torneira, evitando a contaminação da mesma, já que as pias do setor não possuem acionamento automático. Conclui-se que a maioria dos profissionais de saúde desenvolve a técnica de forma correta, retirando os adornos, utilizando água e sabão e realizando a fricção das superfícies palmar e dorsal das mãos. No entanto, algumas etapas da técnica precisam ser reforçadas, já que grande parte dos observados não realizou a fricção interdigital nem fechou a torneira da forma correta, comprometendo a eficácia do processo e consequentemente a segurança dos pacientes. 29 Eventos adversos durante o transporte intra-hospitalar do paciente crítico Katherine Kristinne de Oliveira Moraes; Luana Ferreira de Almeida; Márcia Vitor Ribeiro Martins; Shirley de Azevedo Morais; Natália Abrantes Rodrigues; Nathália de Carvalho Rios Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) – UERJ Introdução O transporte intra-hospitalar é um procedimento corriqueiro nas unidades de terapia intensiva e é frequentemente desvalorizado por acontecer dentro do ambiente hospitalar, e ser acompanhado por profissionais durante seu percurso. O planejamento, a participação de profissionais qualificados, equipamentos adequados de monitorização são considerados essenciais para um transporte seguro, sendo fundamentais para a diminuição de intercorrências durante esse procedimento. Objetivo Identificar a ocorrência de eventos adversos 26 revista.hupe.uerj.br durante o transporte intra-hospitalar do paciente crítico. Método Estudo documental, retrospectivo, quantitativo, realizado em uma unidade de cuidados intensivos de um hospital universitário no Rio de Janeiro. A coleta de dados foi realizada no período de 6 de maio a 4 de julho de 2013, através de análise de um checklist, elaborado previamente com itens relacionados à segurança do paciente crítico, preenchido pela equipe de enfermagem no momento do procedimento. Conclusão Foram realizados nove transportes intra‑hospitalares no referido período, sendo 56% para exame de tomografia computadorizada, 22% para procedimento cirúrgico, 11% para ultrassonografia, e 11% para ecocardiograma, juntamente com tomografia computadorizada. O tempo médio de duração dos transportes foi de 1 hora e 35 minutos. Dos nove pacientes transportados, oito encontravam-se com suporte ventilatório. A alteração hemodinâmica mais comum foi a alteração da pressão arterial (44%), seguida de alterações da frequência respiratória (22%), da saturação de oxigênio (22%) e da glicemia capilar (22%). Foram registrados além das alterações hemodinâmicas, mais quatro eventos adversos, relacionados à falha do ventilador (11%), extravio de prontuário (11%) e ausência de cinto de segurança da maca (22%). A segurança do paciente durante o transporte intra-hospitalar deve ser foco de uma assistência de qualidade e livre de riscos. Reconhece-se que grande parte dos eventos adversos podem ser evitados, a partir de condutas preventivas durante a realização do procedimento. Dessa forma, torna-se relevante a realização de novos estudos e a elaboração de protocolos de segurança para o transporte intra-hospitalar do paciente crítico. 30 Conhecimentos e crenças de estudantes de enfermagem acerca das doenças sexualmente transmissíveis Thelma Spindola; Maria Regina Araujo Richerte Enfermagem Pimentel; Lais de Andrade Rosa; Haisa Borges d’Amaral; Daniele de Souza dos Santos; Isabella Carolina M. T. Dias o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e responderam a um questionário autoaplicativo no período de abril a maio de 2013. Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Conclusão Os jovens investigados, em sua maioria, possuem idades entre 20 e 25 anos (61%); não praticam sexo de forma segura sempre (37%). Em relação ao conhecimento acerca das DST, 56% desconhecem a forma de transmissão de todas as DST. Estes achados evidenciam que embora os jovens afirmem que conhecem as DST/Aids, detêm pouco conhecimento acerca das doenças sexualmente transmissíveis, suas formas de transmissão e medidas para prevenção. Os resultados evidenciam que embora acreditem na importância do preservativo para a prevenção de DST, não praticam sexo de forma segura continuamente. Um número considerável de jovens desconhecem ações simples, que denotam desinformação do grupo investigado. Introdução As doenças sexualmente transmissíveis (DST) estão presentes em nosso meio desde civilizações antigas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente um terço da população mundial encontra-se na faixa etária entre 10 e 24 anos e é nesta faixa de idade que se concentra metade das infecções pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). A vulnerabilidade dos adolescentes às DST/Aids está envolta aos determinantes biológicos e aos aspectos psicológicos caracterizados pela percepção de invulnerabilidade, imortalidade e influência das relações de gênero, fatores estes que influenciam diretamente no risco à transmissão desses agravos à saúde. Atuando com jovens universitários, interessou-nos investigar o nível de conhecimento e crenças dos estudantes relacionado às doenças sexualmente transmissíveis, considerando que, de acordo com a literatura, este grupo nem sempre utiliza o preservativo e apresenta a tendência de ter maior número de parceiros sexuais, sinalizando a relevância de se estudar a temática. Objetivo Identificar o conhecimento de estudantes de enfermagem acerca das doenças sexualmente transmissíveis; conhecer os mitos, tabus e crendices dos estudantes em relação à transmissão das DST. Método Estudo exploratório, descritivo, quantitativo, realizado em uma instituição pública de ensino superior localizada no município do Rio de Janeiro, após a aprovação do CEP, nº 058.3.2012. O conjunto amostral foi estruturado com 30% dos estudantes do 1º ao 9º período acadêmico da graduação em enfermagem, maiores de 18 anos, selecionados aleatoriamente compondo uma amostra de 103 estudantes. Os jovens assinaram 31 As práticas sexuais de jovens universitários e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis Thelma Spindola; Marcio Tadeu Ribeiro Francisco; Lais de Andrade Rosa; Haisa Borges d’Amaral; Lyana Reis de Moura; Raquel de Oliveira Wilken Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Introdução Os jovens são a parcela da população mais exposta às doenças sexualmente transmissíveis (DST) em função da descoberta e iniciação sexual. De acordo com dados do Ministério da Saúde no período de 2000 a 2006, foram registrados 19.793 casos de AIDS em jovens com idades entre 13 e 24 anos, representando 80% dos casos notificados. Historicamente as DST sempre representaram um problema de saúde pública mundial. Na população jovem observaram-se as maiores taxas de infecção gonocócica e por clamídia, enquanto a sífilis, o HIV e o vírus da hepatite B (HBV) foram encontrados nas pessoas de idades mais elevadas. Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 27 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) Considerando que a população que ingressa nas universidades é constituída majoritariamente por jovens com idades oscilando entre os 17 e 24 anos, e também a alta vulnerabilidade deste grupo às DST, acreditamos ser relevante investigar os hábitos, crenças e práticas sexuais deste contingente populacional. Objetivo Conhecer as práticas sexuais dos jovens universitários e as atitudes relacionadas à prevenção de DST; identificar os hábitos e práticas sexuais dos jovens e a percepção de risco para as DST. Método Estudo exploratório, descritivo, quantitativo, realizado em uma instituição pública de ensino superior localizada no município do Rio de Janeiro, após a aprovação do CEP, nº 058.3.2012. O conjunto amostral foi composto por 81 estudantes de graduação em enfermagem, maiores de 18 anos, escolhidos aleatoriamente do total de alunos matriculados no referido curso. Os jovens responderam um questionário autoaplicativo e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, no período de abril a maio de 2013. Conclusão Os jovens investigados tiveram a primeira relação sexual entre 15-19 anos (56%); não praticam sexo de forma segura sempre (43%); não conhecem as formas de transmissão de todas as DST (55%); acreditam que a relação sexual sem preservativo favorece a exposição à Aids, sífilis, gonorreia e hepatite (64%); e que o uso do preservativo é a melhor maneira de prevenir a ocorrência da Aids (100%). A realização do estudo permitiu-nos verificar que a maioria das jovens não pratica sexo de forma segura sempre. A prática do sexo inseguro torna as jovens vulneráveis em contrair doenças. É oportuno considerar o enfoque de gênero nestes achados e que a preservação da saúde sexual e reprodutiva das jovens está associada à negociação do sexo com os parceiros e ao uso do preservativo. 32 Perfil de idosos institucionalizados – estudo descritivo em dois lares de Portugal 28 revista.hupe.uerj.br Laís G. Vasconcellos; Rosa Silva; Paula C. P. Pitombeira Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)/Universidade Católica Portuguesa Introdução O processo de envelhecimento é uma etapa da vida. E apesar de ser universal, ele não é linear nem afeta todos os indivíduos de forma semelhante. Segundo Brito (2008), ao envelhecer, o idoso passa por uma redução da sua capacidade funcional, perda da autonomia, e por vezes dependência física, o que frequentemente ocasiona impedimento ou dificuldade na realização das atividades da vida diária. Do total de 1.972 lares de idosos e residências em Portugal, o distrito do Porto fica na segunda colocação com 187 lares de idosos. O lar de idosos corresponde a uma resposta social, destinada ao alojamento coletivo, de utilização temporária ou permanente, para pessoas idosas ou outras em situação de maior risco de perda de independência e/ou de autonomia. (Carta Social, 2006). Objetivo Caracterizar a população idosa de dois lares do grande Porto e conhecer o perfil do idoso institucionalizado. Método Trata-se de um estudo quantitativo e descritivo. A amostragem constou de 102 idosos residentes em lares do Porto, Portugal. Os dados foram colhidos a partir da aplicação de um questionário sociodemográfico, além ainda da escala de Barthel, que permitiu avaliar as atividades da vida diária. Conclusão O número total de idosos que participaram da colheita de dados referentes a dois lares do grande Porto corresponde a 102. A idade média desta população é de 86 anos. A amostra é maioritariamente do sexo feminino com 84%. relativamente ao estado civil, 54% são viúvos. As patologias mais incidentes evidenciadas no processo clínico do utente correspondem a: patologias do aparelho circulatório, com 87 idosos Enfermagem acometidos. Relativamente à presença de amigos e familiares, 33% relataram não receber visita alguma. Um dos temas relevantes da entrevista é sobre o motivo da institucionalização de cada idoso. Trinta e oito idosos relataram que tiveram que ingressar ao lar por dependência de outros. Questionados sobre sentimentos em relação a sua vivência no lar, 41 utentes referiam-se tristes. Como resultados da aplicação da escala de Barthel, na dimensão da higiene pessoal, 47,1% dos idosos são dependentes para este autocuidado. Através do estudo, foi possível observar que este processo por qual o idoso passa muitas vezes não é vivenciado da maneira mais adequada. O processo de transição ao lar deve ser o menos traumático possível e os cuidados prestados pelos profissionais destas instituições não devem ser substitutivos, e sim, deve-se promover o autocuidado e a autonomia, para que o sentido pela vida não seja perdido. 33 A promoção da autonomia em idosos institucionalizados em lares de Portugal Laís Gialluise e Vasconcellos; Paula de Carvalho Pereira Pitombeira; Rosa Carla Gomes da Silva; Daniela Reis Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)/Universidade Católica do Porto Introdução O processo de envelhecimento é uma etapa da vida. E apesar de ser universal, ele não é linear nem afeta todos os indivíduos de forma semelhante e ao mesmo tempo. Paralelamente ao processo de envelhecimento, os idosos foram submetidos, por escolha própria ou da família, a uma transição casa/lar, situação de mudança que acarreta por si só uma perda da autonomia e um aumento da dependência. Além da perda da capacidade funcional e cognitiva, o idoso com este perfil pode vir a isolar-se, deixando de realizar atividades da vida diária. Neste sentido, enfermeiros e cuidadores devem ser capacitados para assumir uma postura no momento da assistência de não substituição, mas sim de restauração do cuidado. Objetivo Identificar o grau de dependência em idosos institucionalizados ao nível do autocuidado; estabelecer estratégias para promoção da autonomia dos idosos institucionalizados. Método Estudo desenvolvido em dois lares da cidade do Porto, de abordagem quantitativa, do tipo exploratório descritivo. De uma amostra total de 84 idosos, foi aplicado o Formulário de Hernâni (2009), além de escalas como MMSE, Escala de Tinetti e Barthel, para selecionarmos os idosos com prioridade de intervenção para a promoção do autocuidado na dimensão do tomar banho e alimentar-se, visto que se demonstram ser os mais substituídos pelas cuidadoras dos lares. Após esta triagem, direcionamos a nossa intervenção para a promoção da autonomia. Conclusão A amostra é de 84 idosos com uma média de 87 anos de idade. No tomar banho, 79% apresentam algum grau de dependência, sendo neste tipo de autocuidado onde se encontra o maior número de idosos dependentes. Após assistir os idosos no autocuidado de tomar banho e alimentar-se, foram dados instruções e treinamento sobre estratégias adaptativas analisando as necessidades/ dificuldades de cada idoso individualmente e percebendo quais os produtos de apoio poderiam ser propostos para facilitar o processo de autonomia. O grau de dependência em alguns autocuidados carece de uma intervenção mais direcionada para a autonomia. Neste sentido, considera-se que os profissionais de enfermagem devem avaliar no idoso a sua potencialidade para a aprendizagem cognitiva e de novas capacidades com o objetivo de reconstruir o processo de sua autonomia, minimizando os níveis de dependência, como consequente incremento na qualidade de vida. 34 Cuidados de enfermagem ao homem submetido à intervenção coronária percutânea com stent Liana Rosa Resende Fernandes; Maria José Coelho Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 29 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) Escola de Enfermagem Anna Nery/UFRJ Introdução O uso da intervenção coronária percutânea (ICP) com o implante de stents tem aumentado nos últimos anos. Esta opção terapêutica tem provocado um impacto no tratamento de doenças coronarianas, tomando o lugar da cirurgia convencional. A Central Nacional de Intervenções Cardiovasculares (CENIC), órgão pertencente à Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI) encaminharam, no período de janeiro de 2003 a dezembro de 2004, dados referentes a 53.857 intervenções coronárias percutâneas realizadas no Brasil, sendo 67% realizadas no sexo masculino (MANGIONE, 2006). Objetivo Verificar a ocorrência na população masculina de intervenções coronárias percutâneas com stent; conhecer o cuidar e os cuidados de enfermagem frente essa situação. Método Análise documental descritiva em prontuário de natureza qualitativa na modalidade estudo de caso. Conclusão Apresentação do estudo de caso entre os casos estudados destaca: P.S.F, 56 anos, sexo masculino, casado, brasileiro, natural do Rio de Janeiro, cor branca. Paciente com hipertensão arterial sistêmica (HAS), relata não ser tabagista e pratica atividades físicas regularmente. Faz uso habitual de Losartana via oral. Pela manhã durante a natação, apresentou dor precordial em aperto e irradiada para o membro superior esquerdo, foi à emergência aproximadamente 1h após a dor. Na emergência o ECG apresentou infarto agudo do miocárdio (IAM) com supra. Foi realizada angioplastia primária com implantação de stent em artéria coronária descendente anterior. A detecção e controle da pressão arterial é um ponto básico e fundamental de qualquer programa de prevenção, devendo ser esse o maior foco da enfermagem. As doenças crônicas não transmissíveis e a política de saúde do 30 revista.hupe.uerj.br homem implantadas no Brasil necessitam de produção de conhecimento científico para que os pacientes possam manter ou recuperar a sua saúde e receber os cuidados de enfermagem de forma holística e quando internados, assim a sua extensão na prevenção e na promoção da saúde do homem e os cuidados inerentes após a implantação do stent. A resistência masculina à atenção primária aumenta não somente a sobrecarga financeira da sociedade, mas sobretudo, o sofrimento físico e emocional do paciente e de sua família na luta pela conservação da saúde e da qualidade de vida dessas pessoas (PNAISH, 2008, p.5) 35 Fatores de risco para a saúde do professor da EaD: questões a investigar Liana Rosa Resende Fernandes; Raquel Juliana de Oliveira Soares; André Luiz Rodrigues de Sousa Universidade Estácio de Sá (UNESA) Introdução A Educação a Distância (EaD), antes vista como uma modalidade secundária ou especial para situações específicas, destaca-se hoje como um caminho estratégico para realizar mudanças profundas na educação como um todo. Apesar de toda tecnologia que acompanha a modalidade de ensino a distância, ainda se faz necessária a “presença” de um professor, que também pode ser chamado de tutor. Os professores da EaD, diferentemente dos professores de cursos presenciais não estão fisicamente próximos ao aluno, e apesar desta condição, estes professores também apresentam problemas de saúde desenvolvidos devido ao processo de trabalho. Poucas são as produções científicas que dão ênfase à saúde do professor que trabalha nesta modalidade de ensino, talvez por ser uma modalidade ainda considerada “nova”, mas que já coloca a saúde deste profissional em risco. Nesta perspectiva surge o questionamento: o professor da EaD conhece os riscos que estão expostos nesta modalidade de ensino? Objetivo Enfermagem Descrever o conhecimento dos professores da EaD sobre os fatores de risco que estão expostos nesta modalidade de trabalho; analisar o conhecimento dos professores da EaD sobre os fatores de risco que estão expostos nesta modalidade de trabalho; discutir os fatores de risco para a saúde do professor da EaD na perspectiva da Saúde do Trabalhador. Método Este será um estudo exploratório, descritivo, de natureza qualitativa. O estudo terá como local de investigação o setor de Educação a Distância (EaD) de uma universidade privada do município do Rio de Janeiro. Os sujeitos do estudo serão professores da EaD em pleno exercício da profissão e serão escolhidos aleatoriamente. Após o aceite para participar da pesquisa, assinarão o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido de acordo com a Resolução 196/96. Os sujeitos serão identificados numericamente (P1; P2; P3) de acordo com a ordem de coleta de dados. Conclusão Os dados serão submetidos à análise temática, aproximando os achados em categorias. A etapa de coleta de dados será iniciada após a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estácio de Sá. Este estudo se justifica na medida em que irá gerar dados que contribuam para a implementação de medidas para a promoção da saúde do trabalhador professor que atua na EaD e que supram as lacunas da produção científica da enfermagem sobre esta temática. 36 O adolescente e a cardite reumática: sistematização da assistência de enfermagem Lorena Paiva dos Reys; Renan Santos Lima; Alessandra Sant’Anna Nunes Faculdade de Enfermagem/UERJ Introdução A febre reumática em adolescentes e crianças carece de uma atenção especial por parte dos enfermeiros, visto que esses indivíduos estão em processo de formação da personalidade e em pleno desenvolvimento corporal, onde limitações físicas e sociais podem gerar consequências graves se comparadas às que seriam geradas em um adulto (RODRIGUES et al., 2010). Objetivo O objetivo desse estudo é expor um modelo de sistematização da assistência de enfermagem ao adolescente com cardite reumática. Método Este estudo se configura como um relato de experiência acerca de um estudo de caso realizado pelos autores em um hospital universitário da cidade do Rio de Janeiro. Para a coleta de dados desse estudo, foi realizada uma entrevista semiestruturada com o adolescente e seu familiar para o levantamento de um histórico completo, além da realização de exames físicos e consultas ao prontuário do referido paciente. Após a coleta dos dados, aplicou-se o passo a passo para sistematização da assistência de enfermagem baseado nos diagnósticos de enfermagem propostos por Nanda (2010). Conclusão A partir do exame físico e da coleta do histórico completo do paciente, foram construídos, com base nos domínios estabelecidos por Nanda (2010), os seguintes diagnósticos de enfermagem: no Domínio 2, nutrição desequilibrada menos que as necessidades corporais relacionada a fatores biológicos caracterizada por peso corporal 20% abaixo do ideal; no Domínio 4, risco de intolerância à atividade relacionada à presença de problemas circulatórios; no Domínio 6, risco de baixa autoestima situacional relacionada à doença física; no Domínio 7, interação social prejudicada relacionada a barreiras de comunicação e ausência de pessoas significativas, caracterizada por desconforto em situações sociais; no Domínio 9, ansiedade relacionada a estado físico caracterizada por agitação e preocupação; no Domínio 13, risco de crescimento desproporcional relacionado à doença crônica. A partir desses diagnósticos foram construídas intervenções de enfermagem com o objetivo Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 31 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) de suprir essas necessidades humanas básicas afetadas. Diante dos resultados apresentados, conclui-se que é necessário conhecer a trajetória no diagnóstico e no tratamento, as consequências psicossociais da febre reumática para crianças e adolescentes, com vista à elaboração de estratégias para uma assistência que contribua para o melhor prognóstico e para a melhoria da qualidade de vida daqueles acometidos por esta afecção. 37 Assistência de enfermagem ao cliente com psoríase e doenças cardiovasculares associadas: um estudo de caso Lorena Paiva dos Reys; Renan Santos Lima Faculdade de Enfermagem/UERJ Introdução Psoríase é uma doença inflamatória sistêmica de evolução crônica, com predileção pelo acometimento da pele e articulações. Na pele, caracteriza-se por lesões eritemato-descamativas múltiplas que podem formar placas. Possui caráter recidivante e pode ocasionar grandes manifestações sistêmicas clínicas, pelo fato de ser associada a diferentes comorbidades (TAKAHASH, 2009). Objetivo Traçou-se como objetivo desse estudo discutir a assistência de enfermagem dirigida a um paciente cardiopata com diagnóstico médico de psoríase. Método O presente estudo de caso constituiu-se como um instrumento de sistematização dos conteúdos explorados no período do segundo semestre de 2010, durante o desenvolvimento da Subárea Assistencial I: Saúde, Trabalho e Meio Ambiente 3, pertencente ao currículo da Faculdade de Enfermagem da UERJ. Para a realização deste, adotou-se a Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Wanda Horta (1976), com o objetivo de propor um plano assistencial para o paciente estudado com diagnóstico médico principal de psoríase, associado à púrpura trombocitopênica 32 revista.hupe.uerj.br trombótica (PTT), artrite psoriásica e trombose venosa profunda e candidíase oral. A técnica utilizada para coleta de dados foi pesquisa documental em prontuário, entrevista com o próprio cliente e observação direta do mesmo. Conclusão A partir da coleta de dados, evidenciaram-se as seguintes necessidade humanas básicas afetadas: eliminação, percepção dolorosa, integridade cutâneo-mucosa, regulação imunológica, regulação vascular, sono e repouso, mecânica corporal, percepção visual e nutrição. Diante disso, foi elaborado um plano assistencial que previa ações como: auxiliar paciente no sanitário com cadeira higiênica; aplicar a Escala Visual Analógica (EVA) para dores articulares e nas lesões três vezes ao dia; manipular cliente com cuidado não ocasionando incômodo nas lesões; elevar o ângulo da cabeceira a 45º; ajudar na locomoção da cliente; verificar sinais vitais duas vezes ao dia; evitar mobilização do membro inferior esquerdo com trombose venosa profunda e outras. Por entendermos que é relevante a aplicação do processo de enfermagem durante o desenvolvimento da assistência, concluímos que em particular, o atendimento das necessidades básicas do paciente, deve ser o foco de preocupação e atendimento da equipe de enfermagem, visto que o paciente apresenta sempre um grau de dependência do serviço de enfermagem para uma reabilitação efetiva. 38 Práticas de prevenção de câncer de próstata – uma contribuição da enfermagem Andrei Boscarino de Menezes Silva; Cristiane Maria Amorim Costa; Thelma Spindola; Raquel Conceição de Almeida Ramos; Bruno Lira da Silva; Lucas Barbosa Santos Faculdade de Enfermagem/UERJ Introdução O câncer de próstata é responsável pela quarta maior causa de óbitos em portadores dessa neoplasia, sendo necessário incentivo para sua Enfermagem prevenção através de políticas específicas. Objetivo Analisar junto aos usuários da unidade de saúde as práticas de prevenção de câncer de próstata, conforme preconizado pela Política Nacional de Atenção Integral a Saúde do Homem. Método Tratou-se de um estudo exploratório, descritivo e quantitativo. Os sujeitos foram 61 homens no pós-atendimento multiprofissional, sendo 22 (36%) com faixa de 61-70 anos, seguida de 19 (31%) entre 51-60 anos, e de 11 (18%) entre 4050 anos. A coleta de dados deu-se pela aplicação de formulários após as consultas de enfermagem e médica na unidade de saúde situada no município do Rio de Janeiro, no período de março a maio de 2013. Foram respeitados os procedimentos éticos, sendo apreciado e aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade do Estado do Rio de Janeiro com o número 221.704. Os dados foram analisados com o suporte do programa Microsoft Office Excel 2010. Conclusão Vinte e dois (36%) dos homens não realizavam os exames específicos para o diagnóstico do câncer de próstata; 27,2% dos homens realizaram o início do rastreamento a partir dos 45 anos. Em pacientes com fator de risco hereditariedade (12 homens/19,6%), apenas dois (16,6%) homens realizaram o primeiro exame de rastreamento de câncer de próstata dentro da idade preconizada pelo Ministério da Saúde. Apenas 28 (71,7%) homens realizaram a combinação de exames de toque retal associado ao P.S.A. Quanto a periodicidade, 25 (40,9%) homens realizaram exames preventivos anualmente. Conclui-se que os homens necessitam de maiores esclarecimentos relacionados às práticas preventivas do câncer de próstata, principalmente se considerarmos os que já possuem o fator de risco hereditariedade. 39 Contribuindo na prevenção de câncer de próstata Cristiane Maria Amorim Costa; Raquel Con- ceição de Almeida Ramos; Carolina Pimental Machado; Andrei Boscarino de Menezes Silva; Bruno Lira da Silva; Lucas Barbosa Santos Faculdade de Enfermagem/UERJ Introdução Considerando que a prevenção e a detecção precoce, entre familiares de clientes com diagnóstico de câncer de próstata, pode contribuir sensivelmente na diminuição dos índices da doença, nota-se a importância da educação em saúde, baseado na concepção multidisciplinar. Objetivo Este estudo tem por objetivo relatar a experiência de um projeto de extensão denominado “Contribuindo na prevenção de câncer de próstata”. Método Descrição do projeto “Contribuindo na prevenção de câncer de próstata”, que tem por objetivos: contribuir para o esclarecimento da população visitante da enfermaria de urologia e Unidade de Atenção à Saúde do Homem acerca da necessidade da prevenção do câncer de próstata e sua aderência a ações que visem a essa prevenção, também facilitar o acesso da população que possui fator de risco para esse tipo e câncer, através da realização de orientações voltadas para a prevenção e rastreamento da doença. Conclusão Os instrumentos utilizados para o alcance dos objetivos são: reuniões semanais para esclarecimento de todos os visitantes da enfermaria de urologia do HUPE e rastreamento de filhos e irmãos com mais de 40 anos de clientes internados nesse local com diagnóstico de câncer de próstata. As reuniões são semanais para os visitantes dos clientes internados nessa enfermaria, focando na importância da prevenção do câncer de próstata. Para a realização do rastreamento dos filhos e irmãos, utiliza-se um questionário, logo após a internação do cliente. Realizamos uma aproximação com esses familiares, sendo então agendada uma consulta de enfermagem e uma consulta médica para realização de exame Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 33 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) de sangue para dosagem do antígeno prostático específico e toque retal. Sabedores de todo o preconceito e tabus que envolvem o tema próstata, consideramos que a importância desse trabalho reside na possibilidade de conscientizar a população da importância da prevenção do câncer de próstata, oferecer exames preventivos, proporcionar aos graduandos e residentes a oportunidade de vivenciar atitudes de profissionais envolvidos com a prevenção do câncer de próstata, e possibilitar a elaboração de estudos científicos sobre a temática. 40 Território: contribuição para o diagnóstico da situação de saúde da população Luciana Valadão Alves Kebian; Vanessa de Almeida Ferreira; Patrícia Ferraccioli Siqueira Lemos; Magda Guimarães de Araujo Faria; Sonia Acioli Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Introdução A Estratégia Saúde da Família tem como principal finalidade reorganizar a prática da atenção à saúde em novas bases e substituir o modelo tradicional, levando a saúde para mais perto da família. Prevê a cobertura populacional através de áreas geográficas, a qual deve considerar a diversidade sócio-política, econômica, densidade populacional, entre outros fatores na delimitação das áreas, definindo assim, o território de atuação. Objetivo Refletir sobre o conceito de território e sua contribuição para o diagnóstico da situação de saúde da população. Método A pesquisa foi realizada através de revisão bibliográfica sobre o conceito de território e a Estratégia Saúde da Família, de agosto a novembro de 2012, nas bases de dados científicas disponíveis na internet e em acervos de diversas bibliotecas. Para triagem dos estudos utilizou-se a análise dos títulos e resumos. Por 34 revista.hupe.uerj.br fim, houve uma avaliação das publicações de interesse, realizando leitura crítica dos textos, observando o referencial teórico e os resultados por eles obtidos. Conclusão Os resultados apontam que no território estão presentes fatores ambientais, culturais, econômicos e políticos que influenciam na situação de saúde da população e que devem ser considerados no diagnóstico elaborado pela equipe de saúde da família. O diagnóstico e o planejamento não devem ser elaborados somente com a identificação da geografia, das condições sanitárias e da situação econômica do local, mas também com a vivência no território, que possibilita compreender os costumes, a cultura e os interesses da população. Algumas práticas de saúde, como a visita domiciliar, permitem aos profissionais de saúde da família uma aproximação diferenciada da realidade local. É necessário construir ações territoriais a partir de processos de análise de singularidades e não em características regulares, que se detém na construção de mapas. Esses mapas são compostos por perfil físico, socioeconômico, sanitário, demográfico, lideranças comunitárias da população, entre outros. A formulação desses mapas traz consigo potencialidades, tornando-se uma importante aproximação entre a equipe e o território, porém, tem suas limitações por não contemplar os fluxos comunitários. Foi possível concluir que o território possui uma dinâmica própria, no qual diversos aspectos determinam as características da população, assim como suas necessidades, ou seja, contribuem para o diagnóstico da situação de saúde local. 41 Oficina prática como estratégia de capacitação para enfermagem Andreia Fontes da Paz; Márcia Fernandes Mendes Araújo; Claudia Elizabeth Almeida; Graciete Saraiva Marques; Eliane Passos Pereira Assumpção; Cilene Bisagni Coordenadoria de Enfermagem/HUPE – UERJ Enfermagem Introdução Trata-se da implantação do procedimento operacional padrão (POP) de enfermagem visando a sistematização das ações, a qualidade assistencial e a segurança do paciente. A Comissão de Procedimento Operacional Padrão de Enfermagem (COMPOPE) do Hospital Universitário Pedro Ernesto/UERJ realiza desde maio de 2013 oficina prática de procedimentos de enfermagem. A primeira oficina prática de capacitação foi sobre punção venosa periférica (PVP). Objetivo Desenvolver a habilidade técnica e capacitar seus profissionais para a implantação do POP de PVP. Método Utilizou-se o relato de experiências e a população-alvo foram profissionais, residentes e graduandos de enfermagem. A referida oficina foi composta por três momentos didáticos: 1º) apresentação do POP de PVP por meio de imagens, narração e filmagem do procedimento obtido por dramatização; 2º) estação de aprendizagem, com realização do POP de PVP em laboratório clínico, acompanhada por observação não participante de dois enfermeiros: um residente e outro membro da COMPOPE, através de instrumento checklist; 3º) autoavaliação do participante e a avaliação da oficina. A oficina ocorreu como atividade integrante da 74ª Semana de Enfermagem da UERJ e teve público de 109 pessoas. Para a avaliação do evento utilizou-se a planilha eletrônica Microsoft Excel. Conclusão A oficina prática apontou os seguintes aspectos: ser tema pertinente (95%); modalidade de aprendizagem (77%); contribuição para a prática profissional (89%); ter avaliador na 2ª e 3ª etapa para o efetivo aprendizado (80%); a autoavaliação propiciada (94%). Consideramos eficiente a estratégia da oficina prática para a capacitação do profissional sobre um POP, uma vez que desenvolve análise crítica e reflexiva do participante. Percebeu-se a relevância desta estratégia pedagógica porque valoriza o aprendizado constante da prática profissional eficiente e segura, além de confirmar que o exercício profissional da enfermagem brasileira deve estar alicerçado na qualidade e segurança das ações prestadas. 42 Implantação dos procedimentos operacionais padrão de enfermagem no Hospital Universitário Pedro Ernesto Andreia Fontes da Paz; Márcia Fernandes Mendes Araújo; Cilene Bisagni; Sandra Regina Ferreira Chaves; Rogério Marques de Souza; Paula Alves Silva Monteiro Coordenadoria de Enfermagem/HUPE – UERJ Introdução Trata-se do projeto de intervenção para implantação dos procedimentos operacionais padrão (POP) de enfermagem no Hospital Universitário Pedro Ernesto, do estado do Rio de Janeiro, pela Comissão de Procedimento Operacional Padrão de Enfermagem (COMPOPE) instituída pela coordenadoria de enfermagem em março de 2013. O POP é uma ferramenta de gestão da qualidade que busca a excelência na prestação do serviço, procurando minimizar os erros nas ações rotineiras, de forma dinâmica, que busca profundas transformações na instituição, nos aspectos técnicos e político-institucionais. Vale ressaltar que uma das premissas básicas da Coordenadoria para a construção dos POPs é a segurança do paciente. Objetivo Implantar os procedimentos operacionais padrão no HUPE; elaborar os POPs de cuidados de enfermagem diretos e indiretos; capacitar a equipe de enfermagem para prática dos POPs. Método É um estudo de caso exploratório e quantitativo. A população é a equipe de enfermagem do HUPE participante das duas etapas da capacitação: treinamento teórico e oficina prática. O instrumento de coleta de dados são os pré-testes e pós-testes respondidos pelos profissionais durante a capacitação teórica e os checklists utilizados durante as oficinas. A análise dos dados é feita pelo programa EPINFO. Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 35 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) Conclusão Iniciamos a implantação dos POPs pelo procedimento de punção venosa periférica onde tivemos a adesão dos profissionais, o que é fundamental para a capacitação maciça desta força de trabalho. A repercussão positiva da estratégia pedagógica é determinante para o alcance da implantação dos POPs, bem como as ações conjuntas de comprometimento da equipe e das chefias para a padronização dos procedimentos, refletindo na segurança do paciente e na melhoria da qualidade da assistência. 43 Avaliação do curso de Especialização em Enfermagem na modalidade residência Meisiherlle da Silva Bento; Claudia Regina Menezes da Rocha Pôças; Luciana Guimarães Assad; Claudia Maria da Silva Sá; Antônia da Conceição Cylindro Machado Faculdade de Enfermagem/HUPE – UERJ Introdução O processo de avaliação da formação deve ser contínuo e permanente, com a definição de critérios de avaliação do curso e dos profissionais em formação visando promover a integralidade e humanização do atendimento a clientela. O referido projeto busca construir, implantar e analisar indicadores de avaliação pedagógica e administrativa do curso. Serão estabelecidos critérios de avaliação dos alunos e dos cenários de prática do curso. Objetivo Este trabalho objetiva apresentar a proposta do projeto de avaliação do curso de Especialização em Enfermagem na modalidade residência da Faculdade de Enfermagem e do Hospital Universitário Pedro Ernesto da UERJ. Método A metodologia implementada iniciará a definição de habilidades a serem desenvolvidas em cada um dos dois anos do curso de especialização a partir de competências propostas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de graduação em Enfermagem. Com base na 36 revista.hupe.uerj.br definição destas habilidades serão elencadas as dimensões que serão priorizadas no processo de avaliação, a partir das quais serão elaborados os instrumentos de avaliação. Conclusão Os sujeitos deste processo de avaliação serão os gestores, preceptores, tutores e alunos do curso. Busca-se alcançar como resultados a definição de instrumentos de avaliação direcionados às atividades práticas e teóricas, e ao cenário de cada programa, além de implementar e avaliar as ações de reorganização pedagógica e administrativa necessárias. Os resultados da avaliação podem fornecer aos gestores informações para a definição de estratégias de intervenção e o estabelecimento de prioridades. 44 Prática do sexo seguro em gestantes soropositivas ao HIV Michelle R. Assis; Leila da S. Rangel; Daiana S. Lima Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) Introdução O presente estudo tem como objeto a prática do sexo seguro em gestantes soropositivas para o HIV (vírus da imunodeficiência humana) e a prevenção de IST (infecções sexualmente transmissíveis). As questões que permeiam a epidemia de IST na população feminina é complexa e devemos refletir sobre as relações desiguais entre gêneros e aspectos socioeconômicos aos quais as mulheres brasileiras estão expostas. A mulher tem o agravante que a maioria das IST são assintomáticas, o que dificulta o diagnóstico precoce e privilegia a ocorrência de complicações de diversas ordens tais como infertilidade e gravidez ectópicas. Objetivo a) Identificar em um grupo de gestantes soropositivas o conhecimento de outras IST; b) conhecer a forma de prevenção para outras IST em um grupo de gestantes soropositivas; c) discutir a prática do sexo seguro em gestantes Enfermagem soropositivas para outras IST. Método Estudo descritivo exploratório com abordagem quantitativa. Conclusão Os sujeitos desta pesquisa foram 10 gestantes soropositivas. A coleta de dados ocorreu entre os meses de dezembro de 2012 a março de 2013. A faixa etária variou entre 18 e 36 anos. Quanto à escolaridade, quatro tinham o ensino fundamental incompleto, cinco tinham o ensino médio completo e uma tinha o ensino médio incompleto. Quanto à profissão e/ou ocupação, quatro são do lar, duas estudantes, uma operadora de caixa, uma cabeleireira, uma professora e uma cantora/dançarina. Das participantes do estudo o estado civil prevalente foi de casada, seguido de três solteiras. A totalidade, ou seja, dez gestantes referiram saber quais são as doenças transmitidas pela prática sexual. Ao serem questionadas sobre a prática do sexo seguro durante a gestação atual, seis referiram uso do preservativo, duas disseram não usar e duas afirmaram nem sempre usar. O tipo de preservativo prevalente entre as participantes do estudo foi o preservativo masculino citado por nove participantes do estudo e uma falou o preservativo feminino. Em 2012, do total de preservativos distribuídos para homens e mulheres apenas 3% foram destinados ao público feminino. Não existe como tratar da feminização desta infecção sem abordar aspectos como a relação de gênero e a atenção desigual no âmbito do SUS (Sistema Único de Saúde) na disponibilização de preservativos, principalmente o feminino, o planejamento familiar voltado para as necessidades específicas das mulheres soropositivas para o HIV e as ações dos profissionais de saúde e especificamente do enfermeiro neste cenário. 45 Triagem sorológica no pré-natal de infecções maternas que impossibilitam a amamentação Michelle R. Assis; Leila R. Silva; Daiana S. Lima Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) Introdução São inquestionáveis os benefícios do aleitamento materno, porém existem doenças infecciosas que podem ser transmitidas pela prática do aleitamento materno e estas são adquiridas através da prática sexual sem o uso de preservativos, dentre elas temos a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e o vírus linfotrópico de células T humanas tipo I/II (HTLV). Objetivo Realizar uma revisão sobre as doenças infecciosas transmitidas pela prática da amamentação e compor a pesquisa de Mestrado em Enfermagem “Prática do sexo seguro e as implicações no aleitamento materno: ações de enfermagem no pré-natal.” Método Estudo de revisão da literatura. Conclusão Lactentes de nutrizes com doenças infecciosas podem ser infectados pela prática do aleitamento materno. Nesta circunstância, a doença infecciosa pode constituir um obstáculo ao aleitamento. As afecções infecciosas de origem virótica que podem ser transmitidas pelo aleitamento são as causadas pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e o vírus linfotrópico de células T humanas tipo I/II (HTLV) (LAMOUNIER, 2004). Em estudo realizado por Figueiró-Filho (2005), a ocorrência da TV foi de 100%, já no caso do HIV, o risco de transmissão é entre 7% e 22% por exposição (BRASIL, 2006). No mundo, estima-se que mais de 20 milhões de pessoas estejam infectadas pelo HTLV I/II e 1% a 4% dos indivíduos desenvolveram algum tipo de doença. Em áreas endêmicas estima-se que 25% das crianças amamentadas, nascidas de mulheres soropositivas, adquirem a doença e que 5% das crianças de mulheres infectadas, mas que não amamentadas adquirem a infecção (PAIVA, 2007). O vírus do tipo I é o mais frequente em todo o mundo e está associado principalmente à leucemia/linfoma de células T do adulto e a uma doença neurológica, enquanto ao tipo II ainda não foi definida sua associação Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 37 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) com doenças humanas. As vias de transmissão são: por contato sexual; de mãe para filho, principalmente pelo aleitamento materno, mas também pode ser durante trabalho de parto; por transfusão de hemocomponentes e por agulhas e/ou seringas contaminadas. O diagnóstico é feito por triagem e confirmação. Desta forma, para que o aleitamento seja indicado com responsabilidade, é de suma importância que a triagem sorológica para a infecção do HTLV seja inclusa na rotina mínima do pré-natal, pois assim os profissionais de saúde, em especial o enfermeiro, poderão orientar esta prática com segurança, e o binômio mãe-bebê poderá gozar de todos os benefícios do ato de amamentar e ser amamentado. 46 Conhecimento legal de enfermeiros acerca de procedimentos invasivos de enfermagem Claudia de Carvalho Dantas; Fernanda de Carvalho Dantas; Mônica Vanessa Miguel de Andrade; Carolina Galdino Amorim; Yasmin Rayanne Alves; Andreia Holanda Barbosa Meneses Universidade Federal Fluminense (UFF) Introdução O trabalho trata-se de um recorte do projeto intitulado “Legislação e gerência dos serviços de enfermagem e de saúde” inserido no GEPEGENF/UFF. Seu objeto de investigação é o conhecimento de enfermeiros lotados em uma instituição hospitalar da região litorânea II acerca da base legal que fundamenta os principais procedimentos invasivos realizados pelo enfermeiro. Justifica-se pela escassez literária face às pesquisas na área em questão. Isto posto, emergiu a seguinte questão norteadora: qual o conhecimento dos enfermeiros acerca dos principais dispositivos invasivos com foco na legislação brasileira? Esta pesquisa proporciona contribuições para o âmbito do ensino, pesquisa e assistência, em especial pela oportunidade de refletir acerca do conhecimento legal desse profissional. Objetivo Caracterizar o perfil de enfermeiros lotados 38 revista.hupe.uerj.br em uma unidade hospitalar da região litorânea II; analisar o conhecimento desses sujeitos no tocante aos procedimentos invasivos à luz da legislação brasileira. Método Trata-se de pesquisa qualitativa, de natureza descritivo-exploratória. Os sujeitos/cenário foram enfermeiros lotados em uma instituição de saúde da região litorânea II, localizada no estado do Rio de Janeiro. Os dados foram coletados no primeiro semestre de 2013, através de entrevista gravada em sistema digital. Tendo em vista as questões ético-legais, esta pesquisa tem parecer de aprovação CEP HUAP nº 242.736/2013. Todos os sujeitos participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados coletados foram submetidos ao processo de categorização. Conclusão Dos 13 sujeitos participantes, a maioria pertence ao sexo feminino, com faixa etária predominante entre 31 e 35 anos e a maioria possui outro vínculo empregatício. No tocante à análise dos dados emergiu a seguinte categoria: “o desconhecimento de enfermeiros acerca das bases legais que fundamentam a execução de procedimentos invasivos em enfermagem”. Os procedimentos invasivos questionados foram: punção de cateter venoso central, cateterização venosa por via umbilical, punção de cateter arterial para gasometria, punção de acesso arterial para instalação de PAM e intubação. Conclui-se que os enfermeiros possuem conhecimento parcial de sua base legal para execução destes procedimentos invasivos e devem, portanto, manter-se sempre atualizados para desenvolver suas atividades assistenciais de forma mais segura e respaldadas através de documentos que legalizam as práticas de enfermagem. 47 Habilidade empática na estratégia de saúde da família em um CMS do Rio de Janeiro: efeitos positivos Celia Caldeira Fonseca Kestenberg; Natalia André Enfermagem Barbosa Silva; Carla Esteves Azevedo Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Introdução A empatia é uma habilidade socialmente aprendida, fundamental para as relações interpessoais de ajuda, especialmente em profissões como a enfermagem, cujo objetivo é o cuidado ao ser humano em suas diferentes dimensões. Tais habilidades podem ser aprendidas através das diferentes interações sociais e das experiências de aprendizagem na infância. O Programa de Ensino para o Trabalho em Saúde (PET-Saúde) intitulado Laboratório de Habilidades Sociais e Interpessoais tem como proposta a construção de um modelo de abordagem das necessidades de saúde na atenção primária tendo como objeto as habilidades sociais e interpessoais. Participam do PET graduandos de enfermagem, medicina, nutrição, odontologia, psicologia e os profissionais de duas unidades da Estratégia de Saúde da Família no estado do Rio de Janeiro. A proposta está centrada na interdisciplinaridade. Objetivo Relatar a experiência de aplicação dos conceitos teóricos da habilidade empática na Estratégia de Saúde da Família. Método Foram realizadas 10 visitas domiciliares, com duração em média de 30 minutos, durante dois dias. Também foram feitas consultas de enfermagem que seguiam o formato: abordagem ao usuário na perspectiva biopsicossocioespiritual/ escuta e compreensão empática/identificação de necessidades de saúde/estímulo à expressão de pensamentos e sentimentos do usuário/proposta de soluções possíveis. Conclusão Grande parte dos usuários mostrava-se com intensa necessidade de falar sobre seus problemas físicos, mas também sobre questões afetivas e sociais, que incluíam: solidão, a falta de atenção dos familiares, condições precárias de moradia influenciando na saúde como um todo. No mo- mento da entrevista foi possível compreender, através dos sinais não verbais, os sentimentos que acompanhavam a narrativa das pessoas: a demonstração do comportamento empático; o acolhimento de suas dores, sem julgamento; a ajuda na organização dos pensamentos e sentimentos. Através do comportamento manifesto percebia-se o alívio e a sensação de bem-estar nos usuários que se referiam à importância deste momento junto aos profissionais, principalmente pela possibilidade de contar suas histórias e serem ouvidos com atenção e respeito. Fica claro que as habilidades empáticas podem ser desenvolvidas e, para tal, é preciso aprender os conceitos teóricos e exercitá-los intencionalmente no cotidiano da prática profissional. Além disso, percebe-se que a empatia ocorre em via dupla porque traz efeitos benéficos tanto ao paciente quanto ao profissional. 48 Enfermagem e a extensão universitária na busca de casos notificados de tétano acidental Nathalya Macedo Nascimento Costa; Pamela Bento dos Santos; Ana Maria Machado Leão Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Introdução Este estudo preconiza abordar o tétano acidental, pois esta doença continua sendo um problema de saúde pública mesmo após a descoberta da vacina antitetânica. Como integrantes do projeto “Vacinando a comunidade” da Faculdade de Enfermagem da universidade, percebemos que ainda existem pessoas que não possuem esquema vacinal completo ou não sabem se estão vacinados, ao longo das campanhas realizadas pelo projeto em diferentes bairros no município do Rio de Janeiro. Objetivo Identificar e discutir a incidência de casos de tétano acidental na Região Sudeste do Brasil. Método Com abordagem quantitativa, utilizaram-se dados da Região Sudeste. O período escolhido Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 39 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) foi de 2010 a 2012. Foi realizada busca no Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN) disponível no Banco de Dados do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e identificado o número de casos registrados em cada estado, as idades e sexos atingidos. Conclusão As notificações na Região Sudeste do Brasil, buscados no SINAN, totalizaram 160 casos de tétanos acidentais, sendo 55 (35%) casos em São Paulo, 27 (16%) no Rio de Janeiro, 60 (37%) em Minas Gerais e 18 (11%) no Espírito Santo; 140 (85%) no sexo masculino e 25 (15%) no sexo feminino. A prevalência de casos de tétano acidental do gênero masculino pode ser justificada pelo fato de serem muito incipientes as campanhas de vacinação direcionadas na fase adulta. Também foram coletados as faixas etárias e o quantitativo: < 1 ano – 1 caso (1%); 1 a 4 anos – 2 casos (2%); 5 a 9 anos – 1 caso (1%); 10 a 14 anos – 3 casos (3%); 15 a 19 anos – 3 casos (3%); 20 a 39 anos – 39 casos (22%); 40 a 59 anos – 58 casos (38%); 60 a 64 anos – 9 casos (5%); 65 a 69 – 11 casos (6%); 70 a 79 anos – 25 casos (15%); 80 anos ou mais – 8 casos (4%). Neste levantamento a faixa etária que apresentou maior número de casos foi na idade adulta, em indivíduos de 20 a 59 anos, 97 casos (60%). Pode-se destacar nesse grupo o fato de terem mais dificuldade em procurar regularmente os serviços de saúde, além de não ter o costume da preservação do cartão vacinal. Neste contexto percebemos que mesmo na Região Sudeste ainda encontra-se muitos casos de tétano acidental. O estudo contribuiu para mostrar uma das interfaces da enfermagem relacionada com a construção do saber científico, que envolve a investigação de como atuar na busca de casos de tétano acidental, com participação ativa na vigilância epidemiológica da população. 49 Cuidados de enfermagem ao paciente portador de dor advinda de infarto agudo do miocárdio e angina Nayhara Ramalho Carneiro Gentil; Aislan da 40 revista.hupe.uerj.br Silva Santos; Anna Carolina Mathias Losito; Débora Viana Freitas; Lara Gomes Cosenza; Elen da Silva Castelo Branco Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Introdução Esta pesquisa tem como finalidade abordar a problemática do paciente portador de dor advinda do infarto agudo do miocárdio (IAM) e angina pectoris, traçando estratégias para diferenciar as dores de um IAM e de uma angina, mostrando suas causas, fatores predisponentes, manifestações clínicas, bem como os cuidados de enfermagem prestados a cada uma destas patologias. Objetivo Descrever e comparar as dores de um infarto agudo do miocárdio de uma angina estável, angina instável, angina noturna e angina mista; selecionar cuidados de enfermagem para as diferentes patologias. Método Trata-se de um estudo exploratório quantitativo. A pesquisa exploratória é um estudo preliminar que visa obter familiarização com o fenômeno a ser investigado, para que estudos mais detalhados possam ser feitos, de forma mais precisa e clara, a fim de proporcionar uma maior compreensão do mesmo. Dessa forma, podemos observar que a pesquisa é a primeira etapa na elaboração de uma investigação mais ampla. Conclusão Com a realização deste trabalho, observamos a grande importância do profissional de enfermagem, pois este, exercendo devidamente o seu papel, através de uma avaliação integral no cliente e de uma consulta de enfermagem que busque a resolutividade, pode colaborar diretamente para a obtenção do real estado de saúde do cliente e a origem e causa de sua dor. É importante ressaltar que os achados durante o exame físico e manifestações clínicas, exames laboratoriais e testes especiais e específicos, juntos, são essenciais para o diagnóstico. O diagnóstico correto dessas cardiopatias possibilita a implementação de um Enfermagem plano de cuidados de enfermagem adequado para cada patologia, ou seja, uma assistência eficaz, que traga melhoras no estado de saúde do cliente, o que inclui o alívio das dores causadas por estas patologias, entre outros cuidados que melhorem a qualidade de vida dos indivíduos acometidos pelas mesmas. 50 Enfermagem na prevenção das complicações do trato respiratório no idoso Pamela Bento dos Santos; Julianna Pereira Ramos; Ana Maria Machado Leão Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Introdução O envelhecimento populacional é uma realidade que marcou o mundo no século XX. No Brasil, o processo de envelhecimento ocorre de forma brusca, veloz e num contexto de grandes desigualdades sociais. Entre as causas de morbimortalidade na população maior de 60 anos encontram-se as doenças respiratórias, entre elas a infecção pelo vírus influenza, e suas complicações se destacaram nas últimas décadas e constituíram a primeira causa de internação hospitalar. A influenza é uma doença respiratória infecciosa de origem viral, apresenta potencial para levar a complicações graves e ao óbito. Tendo em vista a relevância da prevenção e promoção à saúde, utilizando como estratégia a vacinação, foi criado na Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro o projeto de extensão “Vacinando a comunidade”, que desempenha suas atividades há mais de 20 anos, realizando diversas campanhas de vacinação durante o ano. O projeto estabelece uma articulação entre o ensino da graduação e a pesquisa. A vacina anti-influenza sazonal possibilita na prevenção e redução das complicações decorrentes da influenza, que podem ter impacto na qualidade e sobrevida desse grupo. Objetivo Este estudo tem como objetivo mostrar as ações do projeto na campanha de vacinação contra a influenza, identificar e quantificar o perfil dos idosos vacinados. Método O estudo com abordagem quantitativa coletou dados de campanhas de vacinação, nas quais se administrou a anti-influenza, em 2012, nos cenários localizados na zona norte do Rio de Janeiro. Os dados foram extraídos das campanhas do projeto de extensão “Vacinando a comunidade”, que possui parcerias com a Secretaria de Saúde e o Centro Municipal de Saúde, da 9ª Região Administrativa/RJ. Neste estudo, priorizamos o levantamento da população idosa acima de 60 anos e que tenha recebido a dose anual da vacina contra a influenza. Conclusão O estudo aponta que o projeto em 2012 obteve em suas campanhas um total de 168 idosos vacinados, destes, 132 (79%) de mulheres e 36 (21%) de homens. A atuação do projeto também contribuiu para a promoção e prevenção da saúde do indivíduo, através de ações com enfoque na educação em saúde, com auxílio de folders explicativos, possibilitando a resolução de dúvidas e orientações sobre a temática. Este estudo contribuiu para mostrar as ações e a importância da atuação do projeto para a população atendida por ele e para o ensino na graduação capacitando e possibilitando experiências para os bolsistas e voluntários envolvidos. 51 A educação problematizadora em saúde: uma visão da monitoria em enfermagem Pamela Bento dos Santos; Bruna da Silva Nascimento; Reyna Thaís Montanet Pimenta; Maria Regina Araujo Reicherte Pimentel Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Introdução Acompanhando o movimento de adequação curricular à atual legislação de educação e política de saúde no Brasil, a Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FENF/UERJ) mudou seu currículo, Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 41 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) ampliando a abordagem das ciências sociais e humanas na formação de enfermeiros. A necessidade de implantar a monitoria em educação em enfermagem surgiu a partir das dificuldades apresentadas pelos estudantes na mudança de foco do modelo biológico para o social já no 1º período da graduação. Objetivo Este trabalho relata a experiência desta monitoria, cujos objetivos têm sido orientar os estudantes no processo de ensino-aprendizagem do papel educativo do enfermeiro no cuidado por meio da educação problematizadora e aprofundar o conhecimento deste conteúdo para o exercício da monitoria. Método A partir do planejamento de ensino, desenvolvem-se atividades de orientação aos educandos no esclarecimento de dúvidas e na realização de trabalhos e avaliações, como aplicação de aula na presença da professora. Também há a reorganização do material didático e controle da entrega de trabalhos e frequência dos estudantes. Há ampliação do conhecimento a partir de encontros de estudos quinzenais entre monitoras e orientadora. Conclusão Os resultados são repercussões para os estudantes, monitoras e orientadora. Os estudantes apresentaram melhoria na qualidade dos trabalhos apresentados, bem como mudança na visão dos conceitos aprendidos a partir da problematização de seus próprios conhecimentos. As monitoras ampliaram seu conhecimento e desenvolveram a habilidade de problematizar com os estudantes, com reflexo no cotidiano. A orientadora aprimorou sua capacidade em escutar as dificuldades, com pesquisa de novas estratégias e textos, com implementação de mudanças. Conclui-se que os objetivos têm sido alcançados, pois há repercussão nos resultados das avaliações, assim como maior domínio para a ação docente pelas monitoras. Apesar disso, observa-se resistência dos estudantes à metodologia, o que têm levado à busca por outras 42 revista.hupe.uerj.br estratégias de ensino. 52 Incidência de infecção hospitalar em pacientes internados em pós-operatório mediato Paula de Carvalho Pereira Pitombeira; Beatriz Gerbassi Costa Aguiar; Laís Gialluise e Vasconcellos Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) Introdução As infecções hospitalares são, em geral, complicações infecciosas de uma doença grave, de procedimentos diagnósticos e terapêuticos agressivos ou imunossupressores utilizados para o tratamento das mesmas. Silva (2003) ressalta que as infecções hospitalares são consideradas um problema de saúde pública. São responsáveis por acometer mais de 15% dos pacientes internados. O objeto de estudo foi a incidência de infecção hospitalar em pacientes internados em pós-operatório mediato nas enfermarias de cirurgia torácica e ortopedia em um hospital universitário na cidade do Rio de Janeiro. Objetivo Identificar as infecções de maior incidência em pacientes de pós-operatório mediato internados nas enfermarias de cirurgia torácica e ortopedia; discutir a incidência de infecções em pacientes em pós-operatório mediato internados nas enfermarias de cirurgia torácica e ortopédica. Método O estudo é de natureza quantitativa e exploratório. Segundo Gil (2008), a pesquisa exploratória visa proporcionar maior familiaridade com o problema, torná-lo mais explícito ou construir hipóteses. A coleta de dados foi constituída da busca e análise documental dos relatórios com recorte temporal de janeiro a agosto de 2012, considerando a incidência de infecções ocorridas em pacientes internados nas enfermarias de cirurgia torácica e ortopédica, registrados na Comissão de Controle de Infecção Hospitalar. Conclusão A incidência de infecção em pacientes interna- Enfermagem dos em pós-operatório mediato nas duas enfermarias de cirurgia torácica e ortopedia totalizou 27. Ambos os setores apresentam incidência significativa quanto ao sítio cirúrgico, configurando maior incidência, somando 13 casos. A segunda maior incidência ocorrida foi a infecção pulmonar, representada com quatro casos. Foi observado que não apresentam registros de casos de infecção hospitalar em sítio urinário e abdominal na enfermaria de ortopedia, bem como infecções em sítio cutâneo na enfermaria de cirurgia torácica. O estudo demonstrou que a população estudada apresentou incidência de infecções divergente às apresentadas na literatura. Não houve registros de casos de infecção hospitalar em sítio urinário e abdominal na enfermaria de ortopedia, como também, infecções em sítio cutâneo na enfermaria de cirurgia torácica. 53 Promovendo a estimulação cognitiva em idosos institucionalizados nos lares de Portugal Paula de Carvalho Pereira Pitombeira; Laís Gialluise e Vasconcellos; Rosa Carla Gomes da Silva; Maria Luís Guimarães Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)/Universidade Católica do Porto Introdução O envelhecimento populacional e as doenças degenerativas crônicas, especialmente a demência, aumentaram a sua prevalência com o aumento da expectativa de vida. Logo, a manutenção da saúde cognitiva tem uma importância fundamental na prevenção do compromisso cognitivo e no atraso da instalação do quadro demencial, da dependência e da incapacidade do idoso para se autocuidar. Estudos indicam que a cognição pode ser afetada por muitas variáveis, incluindo o comprometimento sensorial, saúde fisiológica, ambiente, influências psicossociais, entre outros. O estudo foi desenvolvido com idosos institucionalizados em lares no distrito do Porto em Portugal. Os lares correspondem a uma resposta social desenvolvida em estabelecimentos para alojamento coletivo, de utilização temporária ou permanente, para pessoas idosas em situação de risco ou de perda de independência e/ou autonomia, que se beneficiam de atividades de apoio social e cuidados de saúde. Porém, muitos idosos apresentam deficit cognitivo e então são feitas atividades de estimulação cognitiva. Objetivo Determinar o perfil cognitivo do idoso institucionalizado em dois lares do distrito do Porto, Portugal; promover atividades de estimulação cognitiva nos idosos institucionalizados. Método Estudo com abordagem quantitativa, do tipo descritivo. A amostra de idosos corresponde a 99. Os dados resultam da aplicação de instrumento sociodemográfico, MMSE e Índice de Barthel. Conclusão A idade média dos idosos institucionalizados é de 86 anos e a amostra é maioritariamente do sexo feminino (84%). Através da aplicação do MMSE chegamos à conclusão de que nas duas instituições, apenas 17% da população não apresenta deficit cognitivo, ao contrário dos 83%, que apresentam algum deficit cognitivo. As dimensões que evidenciam maior grau de comprometimento foram na orientação temporal, orientação espacial e evocação. Após selecionados os diagnósticos de enfermagem, foram levantadas as intervenções e atividades específicas para cada um. O diagnóstico com maior número de idosos comprometidos foi cognição a nível da orientação comprometida (orientação temporal e espacial, 76,5 e 94,1%, respectivamente), seguido de cognição a nível da evocação comprometida (69,6%) e cognição a nível da atenção e cálculo comprometida (64,7%). Os idosos se mostraram muito receptivos às intervenções de estimulação cognitiva, pois se tratavam de atividades interativas, didáticas, com jogos e brincadeiras. 54 Sinais clínicos relacionados à parada cardiorrespiratória Rafael André da Silva; Renata Flávia Abreu Silva; Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 43 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) Raquel de Moraes Alves Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) Introdução A partir da minha vivência como acadêmico de enfermagem, realizando estágio curricular não obrigatório no setor de emergência de um hospital da rede estadual de saúde do Rio de Janeiro, pude observar o atendimento à PCR realizado pelos profissionais da instituição de estágio. Chamou a minha atenção o fato de não haver uma forma sistematizada de agir no que se refere às manobras de RCP, o que acabava envolvendo os acadêmicos em aprendizado, perpetuando esta prática. Com base na problemática descrita foram levantados os seguintes questionamentos: os acadêmicos de enfermagem sabem reconhecer os sinais clínicos de uma parada cardiorrespiratória? Eles conhecem as condutas imediatas a serem implementadas? Objetivo Relatar se os acadêmicos de enfermagem sabem reconhecer os sinais clínicos relacionados à parada cardiorrespiratória e quais as condutas imediatas que devem ser implementadas. Método Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa, realizado em uma universidade federal localizada no município do Rio de Janeiro, no período de abril a maio de 2013. A coleta de dados deu-se após a aprovação do estudo no Comitê de Ética em Pesquisa, com a autorização 12665313.5.0000.5285. A população do estudo compreende acadêmicos de enfermagem dos oitavo e nono períodos da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (UNIRIO). A amostra foi obtida de forma não probabilística, conforme aceitação do acadêmico em participar do estudo. Os dados foram coletados por meio de questionário estruturado, que na primeira parte teve como foco a caracterização da população com perguntas fechadas. A segunda parte do questionário possuía duas questões abertas que abordavam o conhecimento em PCR e RCP. Posteriormente os dados foram tabulados 44 revista.hupe.uerj.br no programa Microsoft Excel® versão 2010 e demonstrados de forma descritiva. Conclusão A partir do presente estudo tivemos a oportunidade de identificar que talvez o conhecimento em relação à identificação dos sinais clínicos de uma PCR e as ações correspondentes a uma RCP não estão com a solidez adequada na população participante do estudo, contudo não podemos tirar conclusões precipitadas devido à possibilidade das perguntas propostas não terem sido formuladas com a devida clareza. Desta forma outros estudos se fazem necessários para que um melhor panorama dessa situação seja demonstrado. 55 Diagnósticos e intervenções de enfermagem à criança portadora de cardiopatia em crise hipoxêmica Rafaela Mourão Redon Fernandes Casa Nova; Liliane Faria da Silva Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) Introdução As cardiopatias congênitas se dividem em dois grandes grupos: as acianóticas e as cianóticas. A principal característica das cardiopatias cianóticas é a crise hipoxêmica, também chamada de crise cianótica, que ocorre mais frequentemente nas crianças entre os três e trinta meses de idade. O quadro clínico é variável, mas sua apresentação típica se inicia com taquidispneia, aumento progressivo da cianose, agitação e perda de força. É importante que a equipe atue de forma eficaz nessa fase, pois do contrário, o quadro pode evoluir para sofrimento cerebral, observado por movimentos oculares incoordenados, convulsão, coma e morte. Objetivo Por ser uma condição que exige cuidados de enfermagem especializados, o objetivo deste estudo foi apresentar um plano de assistência de enfermagem sistematizado, com destaque para os possíveis diagnósticos de enfermagem com base na taxonomia de NANDA e as respectivas Enfermagem intervenções de enfermagem (NIC). Método Realizamos uma revisão de literatura para relacionarmos a Sistematização da Assistência de Enfermagem com a criança cardiopata em crise hipoxêmica. Conclusão Com base nas manifestações clínicas da crise hipoxêmica e nas características peculiares da criança, foi possível identificarmos os seguintes diagnósticos de enfermagem (NANDA): débito cardíaco diminuído caracterizado por mudanças da cor da pele (cianose), ansiedade e agitação; tensão no papel de cuidador caracterizado por estresse; troca de gases prejudicada caracterizada pelo desconforto respiratório; confusão aguda caracterizada por alteração no nível de consciência; intolerância à atividade caracterizada pela dispneia a esforços. As possíveis intervenções de enfermagem (NIC) são: monitorização respiratória, oxigenoterapia, redução da ansiedade, controle das vias aéreas, monitorização dos sinais vitais, reposição rápida de líquidos, punção venosa, assistência ventilatória e posicionamento adequado. Com o término deste trabalho foi possível identificar os principais diagnósticos de enfermagem, com isso conseguimos relacionar as respectivas intervenções de enfermagem. Assim, a contribuição deste estudo estende-se ao profissional como instrumento que possa ser utilizado para subsidiar a prática assistencial da enfermagem pediátrica visando a melhoria da qualidade da assistência oferecida. 56 Serviço de pediatria: satisfação dos profissionais Raquel de Moraes Alves; Vanessa Cristina de Vasconcelos Grossi; Raíza Almeida Pereira; Stephanie Correa dos Santos; Eliza Cristina Macedo; Wallace da Costa Soares Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) Introdução O presente estudo constitui um relato de experiência desenvolvido por acadêmicas de enfermagem do sexto período da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto – EEAP da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, durante as atividades voluntárias de extensão em Enfermagem na Atenção à Saúde da Mulher e da Criança em um hospital federal localizado no estado do Rio de Janeiro. Objetivo O estudo tem como objetivo principal identificar a satisfação dos profissionais de enfermagem do serviço de pediatria quanto ao grau de humanização das condições de trabalho. Método Trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratória com abordagem mista, que foi desenvolvida no setor de pediatria de um hospital federal do estado do Rio de Janeiro, tendo como sujeitos da pesquisa 10 profissionais da equipe de enfermagem. Foi utilizado como instrumento para obtenção de dados um questionário semiestruturado baseado no estudo “Humanização hospitalar: satisfação dos profissionais de um hospital pediátrico”. O tratamento dos dados foi baseado na saturação dos resultados descritos. Este trabalho obedeceu às recomendações da Resolução 196/96 do Conselho Federal de Saúde/Ministério da Saúde, que preconiza os aspectos éticos em pesquisa envolvendo seres humanos, com a construção, apresentação e a devida assinatura dos participantes envolvidos de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Conclusão Como resultado preliminar do estudo, foram encontrados aspectos positivos e negativos. A partir dos pontos negativos, foram sugeridas então propostas de melhoria para as condições perante as quais os profissionais do setor são submetidos, tais como: a oferta anual de cursos para aprimoramento de acordo com a necessidade da equipe, a oferta periódica de técnicas e estratégias para melhoria do atendimento, a elaboração e implementação de meios para informar reclamações e necessidades da equiAno 12, suplemento 2, dezembro/2013 45 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) pe, realizar encontros para destacar os pontos positivos da equipe e ouvir ideias e sugestões, comunicar por escrito as respectivas gestões a insatisfação da equipe com relação à limpeza precária no setor e instalação física precária para a equipe. Espera-se que o estudo possa contribuir com propostas para melhoria das condições de trabalho da equipe de enfermagem, criando estratégias de enfrentamento pessoal para os problemas diagnosticados com base no trabalho em equipe e no compartilhamento das vivências de situações encontradas. 57 Sistematização da assistência de enfermagem a um cliente com distúrbio imunológico Raquel de Moraes Alves; Vanessa Cristina de Vasconcelos Grossi; Anne Caroline Alessandra dos Santos de Almeida; Sônia Regina de Souza; Ana Cristina Silva Pinto Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) Introdução Este estudo fez parte das estratégias de ensino-aprendizagem da disciplina Assistência de Enfermagem a Saúde do Adulto e do Idoso, oferecida pelo Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica, da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, no quinto período do curso de graduação de Enfermagem durante a etapa de atividades práticas no plantão interno de um hospital público federal, localizado no município do Rio de Janeiro. Objetivo Teve como objetivos implementar as etapas do processo de enfermagem, ou seja, a Sistematização da Assistência em Enfermagem (SAE) a um paciente portador de problema imunológico baseada no Processo de Enfermagem e na taxonomia NANDA, NIC e NOC e contribuir para o ganho de experiência e consequente aprendizado da Sistematização da Assistência de Enfermagem para um paciente com problema imunológico. 46 revista.hupe.uerj.br Método Trata-se de um relato de experiência com abordagem qualitativa, realizada nos meses de março a abril de 2012. O estudo foi realizado utilizando a técnica de revisão de prontuário, consulta à documentação interna e observação. A escolha do cliente para a realização do estudo baseou-se na complexidade e na demanda assistencial apresentadas pelo cliente, e principalmente pela motivação de implementar uma assistência de enfermagem segura e de qualidade. Conclusão A partir das informações obtidas neste processo, foi possível identificar quatro principais diagnósticos de enfermagem – o risco de infecção relacionado à imunodeficiência; baixa autoestima situacional, relacionada à doença; nutrição desequilibrada menor do que as necessidades corporais, relacionada à ingestão oral diminuída e diarreia relacionada aos patógenos entéricos ou à infecção por HIV – bem como elucidar os resultados esperados e as intervenções de enfermagem para cada diagnóstico pontuado. Sendo assim, a partir da Sistematização da Assistência realizada, tornou-se possível aprofundar o conhecimento de como deve ser aplicada cada etapa do processo de enfermagem para que se possa por em prática a correta Sistematização da Assistência de Enfermagem, através da identificação dos problemas apresentados, listando seus possíveis diagnósticos de enfermagem e a partir daí, elaborar metas a serem alcançadas, bem como preparar as intervenções necessárias para suprir as demandas então apresentadas. Desse modo, espera-se que esse estudo possa vir a contribuir para o esclarecimento acerca do cuidado a clientes com esse tipo de comprometimento imunológico. 58 Taxa de absenteísmo dos profissionais de enfermagem em um hospital universitário Raquel de Moraes Alves; Vanessa Cristina de Vasconcelos Grossi; Raíza Almeida Pereira; Stephanie Correia dos Santos; Fernando Rocha Porto; Pedro Ruiz Barbosa Nassar Enfermagem Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) Introdução O presente estudo constitui um relato de experiência desenvolvido por acadêmicas de enfermagem do sexto período da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto – EEAP da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, durante as atividades práticas em Gerência na Atenção à Saúde da Mulher e da Criança em um hospital universitário localizado no estado do Rio de Janeiro. Objetivo A pesquisa aborda a taxa de absenteísmo entre os profissionais de enfermagem, tendo como objetivo principal identificar e analisar a taxa de absenteísmo da equipe de enfermagem da enfermaria de ginecologia de um hospital universitário do Rio de Janeiro. Método Trata-se de uma pesquisa com abordagem quantitativa, realizada através de um estudo exploratório e descritivo, analisando a incidência de absenteísmo dos profissionais de enfermagem desta enfermaria. Os dados foram coletados através da escala mensal da equipe de enfermagem, disponibilizada pela supervisão de enfermagem do hospital em questão. Foram consideradas apenas as escalas das equipes de enfermagem que atuam na enfermaria de ginecologia e o tratamento dos dados foi realizado através da fórmula de Chiavenato. Conclusão A partir dos dados adquiridos com o trabalho, pode-se observar que o absenteísmo é um fator presente na classe, em todas as suas categorias, umas em maior quantidade, outras em menor quantidade e até mesmo inexistente. Toma-se então como relevância do estudo a busca da compreensão de que o absenteísmo é um fator que se encontra presente e em evidência dentro de uma equipe de enfermagem, implicando diretamente na saúde desses profissionais, na carga horária de trabalho dos integrantes da equipe, no acúmulo de funções, na redução da qualidade da assistência prestada ao cliente, acarretando, assim, maior custo para unidade. Espera-se que o estudo possa contribuir para uma reflexão do panorama que é encontrado dentro dos hospitais, especificamente na classe da enfermagem. Embora tenha sido realizada em um ambiente micro em relação à totalidade de um hospital universitário, é possível visualizar que esses índices teriam proporções maiores e de piores consequências se a pesquisa contemplasse sua totalidade. Nesse contexto, almeja-se que, através disso, possa despertar a atenção das gerências para que busquem entender os fatores causais desses índices, buscando promover ações que levem sua redução e exclusão desse fator. 59 Assistência de enfermagem ao cliente com insuficiência cardíaca congestiva: um estudo de caso Renan Santos Lima; Lorena Paiva dos Reys Faculdade de Enfermagem/UERJ Introdução Este estudo de caso foi realizado com a finalidade de identificar os problemas de enfermagem decorrentes do quadro clínico de insuficiência cardíaca congestiva (ICC) associada à fibrilação atrial (FA), insuficiência renal crônica (IRC) e hepatite C, de um paciente internado em um hospital universitário. Objetivo O presente estudo tem por objetivos identificar quais são os problemas de enfermagem envolvidos nos processos patológicos referentes a este paciente e propor um plano assistencial, baseado no processo de enfermagem proposto por Wanda Horta (1979). Método Trata-se de um estudo descritivo, pautado na abordagem qualitativa e baseado na Teoria das Necessidades Humanas Básicas e no processo de enfermagem propostos por Wanda Horta (1979), sendo estes considerados como fundamentais referenciais teóricos para o embasamento científico da Sistematização da Assistência de Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 47 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) Enfermagem. O sujeito do estudo é um cliente internado com diagnóstico médico principal de insuficiência cardíaca congestiva (ICC) em acompanhamento na enfermaria 16 da clínica médica de um hospital universitário, localizado na cidade do Rio de Janeiro. Os dados foram coletados no período de 1 a 7 de outubro de 2010 através de entrevistas semiestruturadas, exame físico e consulta ao prontuário. Conclusão A partir da coleta de dados, foram identificadas as seguintes necessidades humanas básicas afetadas: sono, nutrição, eliminações e hidratação, percepção sensorial dolorosa, segurança emocional, religião e recreação, oxigenação, mecânica corporal e repouso. Diante disso, foi elaborado um plano de ação com os seguintes objetivos: 1) estimular o autocuidado; 2) atender as necessidades fisiológicas, sociais e religiosas afetadas que foram identificadas no diagnóstico de enfermagem; 3) proporcionar conforto para que o paciente tenha uma boa adaptação ao contexto em que vive; 4) conservar ao máximo a energia e a integridade estrutural, pessoal e social. A característica clínica da insuficiência cardíaca congestiva associada a outras patologias faz desta uma doença limitante, que reduz substancialmente a qualidade de vida dos pacientes que a apresentam. Observando a relação entre os diagnósticos de enfermagem, concluímos que o plano de assistência ao cuidado deve ser elaborado não apenas levando em conta cada diagnóstico isolado, mas na intervenção do cuidado de enfermagem com medidas que possam bloquear a evolução deste ciclo que quando não tratado pode ser (em longo prazo) mortal ao paciente. 60 Psicossomática e o diabetes: um estudo de caso em saúde mental Renan Santos Lima; Lorena Paiva dos Reys Faculdade de Enfermagem/UERJ Introdução Segundo o Ministério da Saúde (2006), o 48 revista.hupe.uerj.br diabetes mellitus é uma doença metabólica caracterizada por hiperglicemia e associada a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos. Segundo Ballone (2011), na doença psicossomática de fato existe alteração orgânica confirmada por exames clínicos, porém tais alterações foram desencadeadas, determinadas ou agravadas por razões emocionais. Objetivo O objetivo deste estudo é identificar alterações emocionais vivenciadas por um paciente diabético. Método Este estudo se caracteriza como um relato de experiência acerca de um estudo de caso, realizado em maio de 2011. Para a coleta de dados desse estudo, foi realizado uma entrevista semiestruturada com um paciente diabético e com um enfermeiro. Em respeito à Resolução 196/96, foram apresentados aos sujeitos envolvidos no estudo os objetivos do estudo, esclarecendo dúvidas, sendo assinado por eles o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os dados foram analisados a partir da técnica de análise de conteúdo temática categorial proposta por Bardin (2004), sistematizada por Oliveira (2008). Conclusão Diante dos dados coletados podemos evidenciar que a convivência com o diabetes é relatada pelo paciente como uma experiência ruim, vide elementos em seu discurso que demonstram sua insatisfação com algumas modificações em sua rotina diária, provocadas pela doença, como: oscilação do bem estar e restrição alimentar. Em suma, o diabetes é visto como um problema grave pelo paciente, por restringir sua autonomia, diminuir sua liberdade e causar cansaço. Na visão do profissional de saúde entrevistado, os diabéticos possuem dificuldades no tratamento da doença por ela exigir uma mudança no estilo de vida. Apontou que a dificuldade com o tratamento medicamentoso não é percebida pelos pacientes diabéticos, e ainda os caracterizou como indivíduos que sentem carência e Enfermagem tristeza, que são teimosos, mas que também são muito cuidadosos com eles mesmos em alguns casos. Foram sinalizados alguns fatores psicossociais que podem desencadear e influenciar no processo terapêutico, tais como: labilidade emocional, a interação social, a segurança familiar e a autoestima. O profissional de saúde demonstrou conhecer o conceito de doença psicossomática, porém, sentiu a necessidade de encaminhamento a um profissional que presta uma assistência especializada em saúde mental. Isso pode sugerir uma insegurança por parte dos enfermeiros em atuar oferecendo atenção em saúde mental, durante suas consultas. programas que ofereçam capacitação, abordando temáticas frequentes do cotidiano. Dada a insuficiente atenção à demanda cardiológica em internação psiquiátrica, urge discutir o tema através da educação continuada, no intuito de capacitar enfermeiros a investigar existentes ou prováveis cardiopatias. 61 Interface cardiologia, psiquiatria, educação continuada: importância do treinamento em cardiologia em psiquiatria Método A abordagem quantitativa foi eleita, pois trata de probabilidades e estatísticas. Analisamos artigos entre 2002 e 2012, publicados em periódicos, adotando-se como descritores: educação continuada, psiquiatria, cardiologia e enfermagem. Rosa G. dos S. Ferreira; Emiliane C. Ferreira; Jorge L. do Nascimento; Neide A. Rufino; José C. L. de Campos; Maria M. V. N. Cardoso Instituto de Psiquiatria/UFRJ Introdução A internação psiquiátrica deve contemplar atenção multifacetada, pois agravos clínicos acompanham os sujeitos. A atenção clínica é relevante, pois os pacientes podem cursar ou portar desordens orgânicas, dentre as quais as cardiológicas são comuns. As internações psiquiátricas no DATASUS não especificam comorbidades físicas. Pelo número de internações psiquiátricas, inferimos que há risco para esta clientela de apresentar cardiopatias. A urgência do diagnóstico principal condiciona anamnese psiquiátrica tímida em relação ao agravo cardiológico e passa despercebida na crise mental, confundindo-se com a sintomatologia do transtorno vigente. Pacientes em crise apresentam-se sedados, agitados e não oferecem meios de informar sobre sua saúde. Podem não ser “ouvidos”, pois o estigma de “louco” invalida os sinais. O código de ética de enfermagem define que é encargo do enfermeiro aprimorar técnica e ciência. As instituições buscam implantar Objetivo Descrever a produção científica na BVS a respeito da interface cardiologia, psiquiatria, educação continuada no espaço psiquiátrico e analisar os dados à luz do rigor metodológico, na intenção proposta. Conclusão Não há produção sobre o tema, daí a necessidade de fazê-lo. Cabe considerar que não há evidências de que pacientes sob internação psiquiátrica se beneficiem de programas do Ministério da Saúde, como saúde da mulher, hipertensão, e isto pode ocorrer por ineficácia de capacitação médica e de enfermagem, no reconhecimento multidisciplinar para diagnóstico e tratamento da cardiopatia. A educação continuada pode ser facilitadora para que esta interface atue de modo eficaz, refletindo em processos ativos de anamnese, diagnóstico e tratamento da crise psiquiátrica e cardiopatias. 62 Insuficiência renal aguda como complicação do choque cardiogênico: um estudo de enfermagem Rosa G. dos S. Ferreira; Jorge Luiz do Nascimento; Luzimar Aparecida Borba Paim Hospital Municipal Miguel Couto Introdução Este estudo de caso emerge da vivência de enfermeiros cardiointensivistas, onde o choque Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 49 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) cardiogênico e suas complicações são frequentes. Caracteriza-se por queda de débito cardíaco, aumento da PVC e da PAP, configurando estado de hipoperfusão tissular que traz erros inerentes à oxigenação, perfusão e equilíbrio ácido-base (SOARES et al., 2003), incitando a falência múltipla, a iniciar-se por insuficiência renal aguda. O choque pode ocorrer por infarto do miocárdio, arritmias, miocardites, hipóxia, depressão dos centros nervosos, acidose, distúrbio eletrolítico, intoxicação ou envenenamento. A IRA, complicação advinda do choque, é a supressão abrupta da função renal (GOMES, 2001), caracterizada por oligúria (volume urinário menor que 20 ml/h) ou anúria e mesmo sob terapia de depuração, há índice elevado de morte em UTI, girando em torno de 60%. Objetivo Cabe a discussão da ocorrência da insuficiência renal aguda em cardiointensivismo, com objetivo principal de alertar para as observações que enfermeiros necessitam ampliar no intuito de abordagem preventiva à instalação desta complicação. Método O estudo de caso é um método especialmente adequado quando buscamos compreender e explorar contextos complexos, nos quais estão simultaneamente envolvidos diversos fatores (YIN, 1994). Conclusão Monitorização eletrocardiográfica, da PVC e PAM, da diurese (balanço hídrico), gasometria, eletrólitos, lactato e proteínas, correção de distúrbio ácido-básico, vigilância, administração de O2, avaliação de sinais de EAP, observação de resposta à contrapulsação por meio de balão intra-aórtico, para apurar o funcionamento do coração e dos vasos sanguíneos, controle da dor, administração e observação da infusão de medicamentos vasoativos, são intervenções multidisciplinares que direcionam a sistematização do cuidado de enfermagem e profilaxia da insuficiência renal aguda no choque cardiogênico. A pesquisa procurou conhecer a etiologia, 50 revista.hupe.uerj.br descrever as formas de tratamento, mostrando o papel da enfermagem na assistência ao indivíduo crítico, reforçando a necessidade de capacitação por educação continuada, garantindo assim, a qualificação assistencial de enfermagem nesta especificidade. 63 Arritmias cardíacas em neurointensivismo: o conhecimento e produção de enfermagem Rosa Gomes dos Santos Ferreira; Jorge Luiz do Nascimento Hospital Municipal Miguel Couto Introdução Este estudo emerge da vivência de enfermeiros acerca da ocorrência da hipovolemia, caracterizada pela diminuição abrupta do volume sanguíneo circulante, como complicação decorrente de sangramentos intracranianos, agravo comum no ambiente da terapia intensiva, por conta de traumatismos cranioencefálicos. Cabe ao enfermeiro intensivista atentar para as complicações advindas do trauma, que perpassam por quadros de insuficiência renal aguda dialítica, choque e esforço de trabalho cardíaco em buscar perfundir órgãos nobres, culminando em arritmias cardíacas. Objetivo Discutir a ocorrência e manejo das arritmias cardíacas em neurointensivismo, dada a frequência com que ocorrem neste ambiente e necessidade de manejo clínico, pelo enfermeiro em sua avaliação contínua. Método A abordagem quantitativa foi a eleita para o estudo, pois trata de probabilidades, associações estatisticamente significantes (CODATO; NAKATA, 2006, p.35), sob a perspectiva da ocorrência dos agravos cardiológicos em terapia intensiva e o conhecimento do enfermeiro sobre a temática. Procedemos a uma pesquisa bibliográfica que analisou artigos científicos de enfermagem, entre 2002 e 2012, publicados em periódicos indexados na SciELO, IBECS, MEDLINE e LILACS, adotando como descritores: Enfermagem enfermagem, hipovolemia e arritmias cardíacas. dos acadêmicos de enfermagem. Conclusão No cruzamento dos descritores, utilizando-se o operador booleano AND, encontramos uma produção na fonte MEDLINE que aborda o assunto, não da forma que elencamos e sim, no que tange aos efeitos do bypass cardiopulmonar em crianças, destacando-se as arritmias. É de suma importância discutir cientificamente a abordagem e sistematização do enfermeiro intensivista, no intuito de prevenir e reconhecer arritmias cardíacas dentro do ambiente do neurointensivismo, uma vez que muitas delas, caso não detectadas e tratadas, podem ser letais. Método Trata-se de um estudo exploratório, descritivo com abordagem quanti-qualitativa. O cenário de estudo foi uma faculdade de enfermagem privada no município do Rio de Janeiro e a amostra composta por 10 acadêmicos de enfermagem do último período. Foi realizado um curso abordando as características do traçado eletrocardiográfico e aplicado um instrumento de coleta de dados a fim de verificar a opinião dos acadêmicos sobre o tema antes e após o curso. Os dados foram organizados em um banco de dados construído no software Epi-Info 3.5 e apresentados em forma de tabelas. 64 Dificuldades de aprendizado do eletrocardiograma: uma investigação com acadêmicos de enfermagem Silvio Cesar da Conceição; Roberto Carlos Lyra da Silva Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) Introdução A unidade de terapia intensiva (UTI) é responsável por fornecer assistência a pacientes graves. Sua implantação no Brasil data da década de 1970 e representa um marco na história da assistência hospitalar já que, antes dela, as próprias enfermarias eram utilizadas para manter estes pacientes. A equipe de enfermagem possui destaque importante dentro da equipe multidisciplinar em terapia intensiva, ocupando posições desde a administração do setor até às atividades assistenciais aos pacientes, e o traçado do ECG pode fornecer informações que auxiliem na tomada de decisão sobre as intervenções. Objetivo Foram definidos os seguintes objetivos: verificar a opinião dos acadêmicos de enfermagem em relação à utilização do ECG em uma UTI; avaliar o desempenho dos acadêmicos de enfermagem perante o confronto com questões básicas sobre o ECG; descrever a influência da abordagem teórico-prática na opinião e no desempenho Conclusão A maioria dos acadêmicos de enfermagem teve contato com o conteúdo sobre o ECG na graduação e todos relataram ter dificuldades para entender o assunto. Apenas metade dos acadêmicos realizaram curso extracurricular sobre o tema apesar de todos relatarem acreditar na importância do conhecimento sobre o assunto. Grande parte dos acadêmicos foram capazes de responder corretamente às questões sobre características simples do traçado do ECG, embora apresentassem dificuldades prévias para citar distúrbios fisiológicos que pudessem ser identificados através do traçado. Os resultados permitiram comparar a opinião dos acadêmicos de enfermagem sobre o tema ECG antes e após a realização de um curso, evidenciando as principais dificuldades de aprendizado. Torna-se importante a determinação de estratégias para o ensino do assunto, visando uma assistência mais qualificada, principalmente aos clientes internados nas UTI. 65 Diagnósticos de enfermagem nos pacientes em tratamento hemodialítico: uma revisão integrativa Elizabeth Fernandes Pessanha da Silva; Silvio Cesar da Conceição; Hercília Regina do Amaral Montenegro; Gicélia Lombardo Pereira Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 51 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) Hospital Federal Cardoso Fontes/Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) Introdução A injúria renal crônica é definida como uma síndrome clínica caracterizada pela perda irreversível e progressiva das funções renais, resultando em acúmulo de toxinas, produtos do metabolismo, e alteração do volume sanguíneo. A hemodiálise apresenta-se como uma das opções de tratamento substitutivo à função renal, removendo os produtos tóxicos e restabelecendo o volume e a composição fisiológica dos líquidos corporais. Os diagnósticos de enfermagem (DE) fornecem meios para uma assistência direcionada, qualificada e holística do paciente em tratamento hemodialítico, frente às mudanças decorrentes da doença, o que é fundamental para adesão e êxito em seu tratamento. Objetivo Este estudo objetivou identificar os diagnósticos de enfermagem mais prevalentes nos pacientes em tratamento hemodialítico, buscando integrar as evidências encontradas na prática clínica. Método Trata-se de uma revisão integrativa realizada por meio de busca sistemática de textos na Biblioteca Virtual de Saúde, em setembro de 2012. Os critérios de inclusão foram: artigos publicados entre 2000 e 2012, apresentar os descritores: diagnósticos, enfermagem, hemodiálise, diálise renal ou insuficiência renal crônica e estar dentro do contexto do estudo. A busca forneceu cinco artigos, a partir dos quais realizou-se análise das metodologias e das principais conclusões dos estudos, além da organização dos diagnósticos de enfermagem segundo os padrões de saúde funcional de Gordon. Conclusão Os artigos incluídos foram publicados entre 2007 e 2012 e as amostras variaram entre 20 e 98, com média de 39,6 pacientes. Em três artigos a teoria de enfermagem não foi esclarecida e dois deles basearam-se na teoria de Imógene King. Para a definição dos DE, quatro artigos utilizaram a taxonomia II da NANDA e apenas um 52 revista.hupe.uerj.br utilizou a taxonomia I da NANDA. Os números médios DE, FR e CR identificados nos trabalhos foram de 12,4, 10,6 e 24,6, respectivamente. Verificou-se que o número de artigos sobre o tema é pequeno, sendo necessária maior clareza da metodologia, inclusive sobre a teoria de enfermagem utilizada. Inferiu-se que a taxonomia II da NANDA é a mais utilizada pelos autores. Os diagnósticos de enfermagem identificados no conjunto de artigos estudados foram agrupados segundo o percentual de aparição nos trabalhos, permitindo a identificação daqueles mais frequentes. Os resultados do presente trabalho podem servir como motivação e base para o desenvolvimento de futuras pesquisas. 66 Consulta de enfermagem na cardiologia ambulatorial: relato de experiências em saúde mental Simone Costa da Matta Xavier; Celia Caldeira Kestenberg; Janaína Mengal Gomes Fabri; Alexandre Vicente Silva; Raquel Mota Vieitas Programa de Residência em Psiquiatria e Saúde Mental HUPE/UERJ Introdução A consulta de enfermagem é um espaço, onde são utilizados os conhecimentos técnicos e científicos a fim de contribuir para promoção, prevenção, proteção da saúde, recuperação e reabilitação do indivíduo, família e comunidade, funcionando, ainda, como espaço de estabelecimento de vínculo terapêutico. O paciente cardíaco crônico apresenta comprometimento de seu todo harmônico devido a alterações fisiológicas e emocionais, com grande impacto. Objetivo Relatar a experiência da consulta de enfermagem em saúde mental como um instrumento de cuidado a pacientes em tratamento no ambulatório de cardiologia e promover a reflexão a respeito da influência da psicossomática no adoecimento humano. Método Enfermagem Relato de experiência do acompanhamento da consulta de enfermagem em saúde mental com os pacientes no ambulatório de cardiologia vinculado a uma universidade pública estadual, realizada por um professor responsável, residentes de enfermagem do programa de pós-graduação em Psiquiatria e Saúde Mental e alunos do oitavo período da graduação de Enfermagem desta universidade, assegurando os pressupostos da Resolução 196/96. Conclusão Caso: V.C., sexo feminino, 66 anos, hipertensão arterial e diabetes tipo 2, encaminhada para o serviço pela nutrição com relato de dificuldades em aderir à dieta e ao tratamento medicamentoso devido a problemas de relacionamento com a filha. Nas primeiras consultas apresentou comportamento ansioso, choro frequente, autoestima prejudicada, padrão de sono e repouso alterado sem expectativas de mudanças e não participava de atividades de lazer. Nas consultas abordaram-se os seguintes temas: a importância da realização de atividades prazerosas; a expressão de sentimentos e pensamentos livremente em um caderno, utilizado como um mecanismo de expressão de emoções; reflexão sobre o relacionamento com a filha; a realização de exercícios respiratórios como forma de aliviar a ansiedade. A partir das intervenções passou a realizar atividades físicas frequentemente, participa de grupos de lazer da terceira idade e retornou para a atividade que era primordial para sua felicidade e apresentou níveis de pressão arterial e glicose normais. É imprescindível que o enfermeiro esteja atento ao mecanismo da somatização como um meio de comunicação, um pedido de ajuda, podendo ser um importante agente transformador, potencializando o agente transformador que cada ser carrega dentro de si. Para tal necessita ter habilidades sociais empáticas para “ler nas entrelinhas”, ou seja, que valorizem o contexto da vida de cada paciente. 67 Consulta de enfermagem em saúde mental: um instrumento de cuidado Janaína Mengal Gomes Fabri; Celia Caldeira Kestenberg; Alexandre Vicente Silva; Simone Costa da Matta Xavier; Raquel Mota Vieitas Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) Introdução A consulta de enfermagem é um espaço privativo do enfermeiro, onde são utilizados os conhecimentos técnicos e científicos a fim de contribuir para promoção, prevenção, proteção da saúde, recuperação e reabilitação do indivíduo, família e comunidade funcionando, ainda, como um espaço de estabelecimento de vínculo terapêutico, suporte psicossocial e de melhoria da qualidade de vida das pessoas. O paciente cardíaco apresenta comprometimento de seu todo harmônico devido a alterações fisiológicas e emocionais e precisará aprender a administrar e aderir ao seu tratamento para que este seja efetivo. Nessas circunstâncias, a manifestação cardíaca constitui muitas vezes a parte visível de um complexo processo subjetivo. Objetivo Relatar a experiência da consulta de enfermagem em saúde mental como um instrumento de cuidado a pacientes em tratamento no ambulatório de cardiologia, bem como promover a reflexão a respeito da influência da psicossomática no adoecimento humano. Método Estudo descritivo e exploratório, baseado em um relato de experiência do acompanhamento da consulta de enfermagem em saúde mental com os pacientes no ambulatório de cardiologia vinculado a uma universidade pública estadual. Os pacientes são encaminhados por outros profissionais lotados na unidade de saúde mediante a percepção do profissional acerca da presença de algum conflito emocional que dificulte a adesão ou a resposta esperada ao tratamento medicamentoso. A consulta é realizada por um professor responsável, residentes de enfermagem do programa de pós-graduação em Psiquiatria e Saúde Mental e alunos do oitavo período da graduação de Enfermagem desta universidade, numa perspectiva psicossomáAno 12, suplemento 2, dezembro/2013 53 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) tica do adoecimento humano. O período de atendimento utilizado compreende de janeiro de 2012 a junho de 2013. Ressalta-se que a pesquisa seguiu os preceitos éticos previstos na Resolução 196/96. Conclusão Os pacientes admitidos nos atendimentos apresentam necessidade urgente de serem ouvidos, expor sentimentos e emoções guardados de forma tão secreta que o corpo assume a posição da fala para pedir ajuda. Diversos foram os casos atendidos nas consultas de enfermagem, apresentaremos aqui três destes casos para ilustrar as interações entre as doenças coronarianas e a psicossomática. É imprescindível que o enfermeiro esteja atento ao mecanismo da somatização como um meio de comunicação, um pedido de ajuda, o enfermeiro precisa ter um olhar ampliado, o seu trabalho em conjunto com outros profissionais de saúde é produzir vida. 68 Bexiga neurogênica: proposta de modelo assistencial para o ambulatório de pediatria Simone Muniz de Souza; Priscila Renata Oliveira Vasconcelos; Márcia Pereira Fernandes Gomes Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) – UERJ Introdução Bexiga neurogênica é a denominação que se dá a uma disfunção vesical consequente a um comprometimento do sistema nervoso, sendo normalmente congênita. A causa mais comum é a mielomeningocele e as principais consequências são: incontinência urinária, infecções do trato urinário, hidronefrose e deterioração da função renal. O tratamento consiste em preservar a função renal e alcançar a continência urinária nas crianças maiores. A maioria das crianças com bexiga neurogênica necessita do cateterismo intermitente limpo como parte de seu tratamento. O cuidado correto é imperativo para minimizar as sequelas, principalmente a lesão renal, além de fornecer estratégias para uma qualidade de vida melhor. Cabe ao enfermeiro prestar cuida- 54 revista.hupe.uerj.br do, ensinando a técnica do cateterismo vesical para a mãe e para a criança em idade escolar, que apresente condições cognitivo-motoras para isso. O enfermeiro precisa conhecer bem essas crianças, famílias, todos os métodos possíveis para o aprendizado e a estrutura organizacional que está inserido para ser eficaz no processo de educação em saúde. Objetivo Conhecer a melhor abordagem a essas crianças e famílias e propor estratégias para implementar o ensino do cateterismo intermitente limpo no Ambulatório de Bexiga Neurogênica em Pediatria do HUPE, colaborando para adesão ao tratamento e proporcionando a essas crianças e suas famílias o prazer e felicidade no processo de viver saudável. Método Estudo descritivo-exploratório de abordagem qualitativa, realizado através de pesquisa bibliográfica. Conclusão Depois deste estudo propomos: a utilização de álbum seriado mostrando como funciona o sistema urinário, o que ocorre na bexiga neurogênica e a técnica do cateterismo; utilização de videoteipe mostrando passo-a-passo do procedimento; a distribuição de manual de orientação para o cuidador e para a criança, elaborado diferentemente de acordo com o sexo e a idade da criança; um livro de historinha em quadrinhos para os de menor idade; demonstração da técnica com bonecos anatômicos e reunião multiprofissional com os pais e crianças mensalmente. Além disto, propomos busca ativa para captação dos faltosos, o que aliado a uma assistência humanizada, contribuirá para melhor qualidade de vida para essas crianças e suas famílias. 69 Intercorrências durante a higiene corporal no paciente crítico em ventilação mecânica Ana Beatriz Santos Simeão; Sonia Regina de Oliveira e Silva de Souza; Sandra Regina Ferreira Enfermagem Chaves; Maria Virginia Godoy da Silva Faculdade de Enfermagem e HUPE/UERJ Introdução Visando como principal fator terapêutico e de cuidado em uma unidade intensiva a necessidade de realização de cuidados essenciais para que o indivíduo tenha uma atenção humanizada e voltada para a qualidade de vida, dentre os diversos suportes tecnológicos avançados existentes na atualidade e as variadas necessidades individuais deste sujeito, o estudo destaca a tecnologia relacionada à ventilação mecânica, suas características e seus parâmetros primordiais e a associação dos mesmos à realização da higiene corporal de pacientes em ventilação mecânica, buscando observar as intercorrências durante o procedimento. Objetivo A análise dos dados foi através de percentuais observados entre as variáveis. O objetivo proposto foi de verificar as intercorrências na mobilização no leito durante a higiene corporal dos pacientes em ventilação mecânica. Na trajetória do estudo, diversas intercorrências emergiram no momento da higiene corporal, principalmente os relacionados às alterações hemodinâmicas e ventilatórias decorrentes do excesso de tempo sobre um mesmo decúbito: decúbito dorsal (DD) em média 1 hora; DLD em média 10 minutos; DLE em média 20 minutos. Além destas, houve a evidência de dor demonstrada ou relatada pelo paciente, o desconforto respiratório demonstrado pela agitação e queda de saturação de oxigênio, muitas vezes com a necessidade de aspiração endotraqueal. Importante ressaltar que em 45% dos banhos houve interrupção para efetuar aspiração traqueal. Encontraram-se, ainda, alterações de infusão dos medicamentos considerados potencialmente perigosos utilizados em hospitais, infusões de aminas, sedativos e analgésicos, hipoglicemia, hipotensão e hipertensão. Com vistas a tecer uma análise mais crítica acerca desse procedimento diário na prática da enfermagem intensivista, cabe pontuar que a equipe de enfermagem, muitas vezes, não conta com um profissional apenas para realizar um único banho no leito, fato comum é um mesmo profissional realizar mais de uma higiene corporal. Método Trata-se de um estudo observacional, descritivo, com abordagem quantitativa. Foram acompanhados 20 banhos no leito, dos quais 30% (n = 6) foram de pacientes de observação única e 70% (n = 14) em pacientes observados entre três a cinco banhos. Merece destaque o fato do tempo levado na higiene corporal de um paciente grave que variou de 60 minutos até 2 horas e 25 minutos tendo um tempo médio por banho de 1 hora e 30 minutos. Conclusão As alterações com ventilação mecânica e hemodinâmicas que ocorreram durante e logo após o término do banho no leito foram significativas, e a maioria trouxe consequências para o paciente, tendo havido a necessidade de intervenção. Faz-se mister inferir que é crucial para o cuidado livre de risco a presença do enfermeiro neste procedimento considerado por muitos com menor padrão invasivo, mas não menos relevante, fazendo deste o foco de nossa prática intensivista unida à teoria e ao conhecimento do enfermeiro na atuação imediata as complicações que podem garantir qualidade e segurança ao paciente de alta complexidade. Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 55 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) Fisioterapia 70 Comportamento da força muscular respiratória e periférica e de mulheres hipertensas Joédson da Silva; Patrícia dos Santos Vargas de Abreu; Mauricio de Sant Anna Junior; Adalgiza Mafra Moreno; Marcello Teixeira Oliveira; Vanessa do Carmo Correia Centro Universitário Plínio Leite Introdução A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma entidade clínica de alta incidência e prevalência na população. Por tratar-se de uma condição crônica pode ocasionar limitações funcionais. Objetivo Objetivou-se comparar a força de preensão manual (FPM) e pressão respiratória estática (PImáx e PEmáx) de mulheres hipertensas, com valores preditos. Método Estudo transversal com amostra composta por 28 mulheres, faixa etária de 28 a 79 anos, diagnóstico de HAS. A PImáx e PEmáx foram verificadas através de manovacuômetria. O esforço ventilatório foi mantido por período de três segundos, sendo o paciente orientado a gerar a pressão com a musculatura respiratória, e o bucal apresentava orifício de 2 mm para dissipar a força da musculatura da boca. Para valores preditos utilizou-se a equação proposta por Neder (1999). A FPM foi aferida utilizando-se dinamômetro com o paciente sentado com o braço aduzido paralelo ao tronco, ombros e posição neutra, cotovelo flexionado a 90º graus, antebraço em posição fundamental, sendo solicitada uma contração voluntária máxima. Para determinação dos valores preditos de FPM, foi utilizada a equação de regressão de Novaes et al. (2009). Foram aferidas três medidas, com intervalo mínimo de 30 segundos entre elas para FPM, PImáx e PEmáx. A análise estatística foi realizada por meio de teste T de Student considerando-se significativo α < 0,05. O presente 56 revista.hupe.uerj.br estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal Fluminense (CEP-CMM/HUAP 029/2011). Conclusão Realizada a análise dos dados, a média de idade foi de 58,5 ± 12,5 anos; a FPM obtida apresentou média de 25,4 ± 5,1 kgf para uma média prevista de 30,0 ± 6,1 kgf (p = 0,0099), a PImáx obtida apresentou média de 91,7 ± 6,1 cmH2O, para uma média prevista de 80,7 ± 18 cmH2O (p = 0,0414), ambos com significância estatística. A média da PEmáx obtida foi de 71,8 ± 26,6 cmH2O, para uma PEmáx predita 79,9 ± 7,6 cmH2O (p = 0,6405), não apresentando alterações significativas estatisticamente. Tanto a PImáx (r = 0,4030/p = 0,0335) quanto a PEmáx (r = 0,6239/p = 0,0004) apresentaram correlação positiva com a FPM. As mulheres hipertensas avaliadas apresentaram FPM menores que os valores preditos, porém valores de PEmáx compatíveis com o predito e PImáx acima. As variáveis de FPM apresentaram correlação positiva com PImáx e PEmáx. 71 Efeitos do treinamento na fase II da Reabilitação Cardíaca no HUPE-UERJ Marize Teixeira; Herby Cribb; Denise Giannini; Cristiane Ferreira Esch; Guilherme Sá de Oliveira; Luísa Ribeiro de Meirelles UDA de Cirurgia Cardíaca/HUPE Introdução A reabilitação cardíaca visa assegurar a melhora das condições físicas, psicológicas e sociais dos pacientes com doenças cardiovasculares. Através da mudança do estilo de vida, visa atenuar os efeitos decorrentes de um evento cardíaco e melhorar a qualidade de vida destes pacientes. A fase II da Reabilitação Cardíaca caracteriza-se por um programa interdisciplinar, supervisionado que se inicia imediatamente após a alta hospitalar de um evento clínico ou cirúrgico, sendo realizados exercícios físicos que visam restaurar a capacidade funcional, social e laborativa, reduzir a morbimortalidade e controlar os fatores de risco. Fisioterapia Objetivo O objetivo do estudo foi analisar as variáveis fisiológicas e antropométricas em um período de 30 a 60 dias antes e após a fase II do programa Reabilitação Cardíaca do HUPE. Método Foram analisados um total de 10 pacientes, sendo oito do sexo masculino com uma média de idade de 59 ± 12 anos. Todos eram coronariopatas, sendo que 70% tiveram infarto agudo do miocárdio, 90% foram submetidos a cirurgia de revascularização do miocárdio e 10% a angioplastia. Dentre os fatores de risco, 100% eram hipertensos e 40% diabéticos. As atividades constavam de exercícios aeróbios, realizados em esteira ou bicicleta e de contra-resistência realizados com pesos livres, thera-band e aparelhos duas vezes por semana. Antes e ao término do treino aeróbio, foram aferidas a pressão arterial e a frequência cardíaca. A progressão da intensidade dos exercícios aeróbios ocorria de forma gradual respeitando a individualidade de cada paciente. Os dados analisados foram: índice de massa corporal (IMC), velocidade da esteira, Escala de Borg inicial e final, pressão arterial e frequência cardíaca de repouso e após o treino aeróbio. Conclusão Dentre os resultados encontrados observamos aumento significativo da velocidade da esteira (2,16 ± 0,59 x 3,63 ± 0,58; p < 0,0001). Houve redução da Escala de Borg, da pressão arterial sistólica, pressão arterial diastólica do final do treino aeróbio, frequência cardíaca de repouso e da frequência cardíaca após o treino aeróbio porém, ainda sem significância estatística. Por ser um estudo inicial, é provável que o tamanho da amostra e o tempo do estudo tenham contribuído para a não significância estatística em alguns dos parâmetros analisados. Foi possível perceber ao longo do tempo uma menor fadiga para o mesmo nível de esforço. Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 57 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) Fonoaudiologia 72 Relato de caso: aversão alimentar em recém‑nascido pós-cirurgia de cardiopatia congênita Luciana de Paula Cantilha de Castro; Ana Paula Córdova da Costa Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) – UERJ Introdução A alimentação é função vital em qualquer idade e em especial para o recém-nascido. A correta alimentação do RN propicia o crescimento físico, o desenvolvimento neuropsicomotor e a aquisição da resistência imunológica. Alguns autores referem que uma alimentação saudável, prazerosa e eficiente depende de uma complexa ação neuromuscular sincrônica, que envolva os músculos da cavidade oral, faringe, laringe e esôfago. Além disso, os comportamentos de alimentação e deglutição na infância são modificados de acordo com as mudanças cognitivas e as habilidades relacionadas com a motricidade e a situação de alimentação da criança está ligada à presença da mãe ou de outro cuidador. A disfagia na infância está comumente associada a dificuldades de alimentação, dificuldades respiratórias e/ou ao desenvolvimento de comportamentos negativos durante as refeições. O acúmulo de alimento na cavidade oral, o ritmo lento de sucção, o refluxo nasal, a tosse durante a alimentação, os engasgos, a cianose, a náusea, a taquipneia, a apneia ou a respiração ruidosa durante a alimentação, o histórico de pneumonias de repetição e/ou congestão brônquica crônica, as bronquiolites e a bradicardia são alguns dos sinais que levam a suspeitar de disfagia. Estes sintomas podem ser atribuídos ou correlacionados com bases anatômicas ou neuromusculares e, ocasionalmente, com adaptações comportamentais à situação de alimentação e a fatores ambientais. A doença cardíaca congênita é definida como uma malformação do coração ou dos vasos sanguíneos que se desen- 58 revista.hupe.uerj.br volvem durante o período fetal. A prevalência é de 9/1.000 nascidos vivos, correspondendo a 1.350.000 recém-nascidos vivos ao ano. A maioria das crianças necessita de intervenção cirúrgica, muitas vezes no início da infância. O recém-nascido com doença congênita pode exigir um tempo prolongado de internação, bem além do período neonatal, período mais importante do desenvolvimento. Em longo prazo, isto pode afetar o crescimento somático, bem como o cognitivo e o socioemocional. Por causa do comprometimento cardiopulmonar, podem demorar mais tempo para se alimentar ou apresentar pouco apetite, e se recusarem a comer. No entanto, a dificuldade de alimentação pode não estar associada a disfagia orofaríngea. A aversão alimentar se dá quando da interação negativa entre a ingestão oral e o estresse físico, isto é, quando apresentada a situações de alimentação, a criança ativamente resiste e evita o consumo, desenvolvendo comportamentos negativos, até mesmo de náuseas, choro, agressividade, tosse e vômito. Em alguns casos a aversão alimentar é mantida porque as complicações clínicas persistem; em outras ocasiões, a recusa do alimento e a rejeição do ato de se alimentar persistem, embora as dificuldades clínicas ocasionadoras diminuam. Crianças com cardiopatia congênita possuem maiores chances de apresentar dificuldades de alimentação caracterizado por recusa, comportamento perturbador, preferência e falta de competência alimentar. Os neonatos com doença cardíaca grave que necessitam de cirurgia cardíaca no primeiro mês de vida, têm um alto risco de dificuldade de alimentação até os dois anos de idade. A intervenção fonoaudiológica é de suma importância para a introdução de via oral de forma segura sem comprometer o crescimento somático, bem como o cognitivo e o socioemocional. Objetivo O objetivo deste estudo foi descrever a intervenção fonoaudiológica em um recém-nascido pré-termo limítrofe, portador de cardiopatia congênita (coarctação da aorta), após a intervenção cirúrgica cardíaca, que iniciou um quadro de Fonoaudiologia aversão alimentar com náuseas, choro e vômito durante a alimentação. Método O presente estudo foi realizado no Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE-UERJ) durante o período de internação de março a setembro de 2012 em um recém-nascido pré­termo limítrofe do sexo feminino, com idade gestacional corrigida de 36,3 semanas (data da última menstruação), com peso de nascimento 3,615 kg, portador de cardiopatia congênita (coarctação da aorta). O estudo foi realizado através da coleta de dados do prontuário médico, protocolo de avaliação funcional da deglutição e consulta bibliográfica sobre o tema. Foram coletados os seguintes dados do prontuário: data de nascimento, sexo, diagnóstico cardiológico, tipo de cardiologia, diagnóstico associado, história médica, data da correção cirúrgica e dados das seguintes avaliações: avaliação miofuncional orofacial, avaliação da sucção não nutritiva e sucção nutritiva através de diversas técnicas. Conclusão O recém-nascido internou na UTI neonatal após alguns dias em aleitamento materno exclusivo no alojamento conjunto para investigação de cardiopatia. A equipe de pediatria solicitou avaliação fonoaudiológica após necessidade de cirurgia de coarctação da aorta. Devido à indisponibilidade materna na unidade, não foi possível retorno ao aleitamento materno exclusivo. Na avaliação miofuncional orofacial com o recém-nascido em repouso, foi observado estruturas anatômicas preservadas e reflexos orais presentes. Na avaliação da sucção não nutritiva, foi observado canolamento e chicoteamento de língua restritos, pressão intraoral fraca, ritmo irregular e incoordenação sucção-deglutição‑respiração, apresentando desempenho insatisfatório. Foi utilizada a técnica finger-feeding com o objetivo de adequar o padrão oral e a coordenação sucção, deglutição e respiração, Através desta técnica, houve melhora do padrão oral apresentado. Na avaliação funcional da deglutição realizada através da dieta (líquido) por copo, foi observado padrão oral de sorvidas com ritmo irregular, inadequada coordenação sucção-deglutição-respiração, desperdício e taquidispneia. Devido ao desempenho insatisfatório, mãe indisponível na unidade e equipe médica com intenção de viabilizar via oral, foi realizada avaliação funcional da deglutição através da mamadeira. Na avaliação da mamadeira com bico tradicional de silicone (marca NUK), foi realizada a ausculta cervical através de estetoscópio (marca Hewlett Packard Rappaport-Sprague), para uso pediátrico, com o objetivo de ajudar a avaliar a fase faríngea da deglutição, foram observados episódios de regurgitação em grande quantidade, com consequente irritabilidade, aversão ao toque peri e intraoral, desempenho assistemático, com progressiva diminuição da aceitação. Foi necessária estimulação sensório-motora-oral devido aversão ao toque peri e intraoral. A estimulação sensório-motora-oral foi realizada para garantir a normalização da sensibilidade intraoral, até mesmo a ocorrência de reações exacerbadas: gag (vômito ou nauseoso), podendo alterar os padrões motores necessários à captação, preparo e retropropulsão do bolo para a faringe de maneira coordenada e sincronizada. Foi trabalhado com o dedo enluvado em gengivas, língua, palato mole e duro, vestíbulo lateral e frontal e região interna das bochechas, realizado antes da terapia direta da deglutição. Na avaliação funcional da deglutição através da mamadeira com bico de transição para o copo foi utilizado estetoscópio (marca Hewlett Packard Rappaport-Sprague), para uso pediátrico, com o objetivo de ajudar a avaliar a fase faríngea da deglutição, foi observado vedamento labial ineficiente, movimento póstero-anterior de língua alternando com padrão de sucção, acúmulo de leite em cavidade oral, escape anterior, coordenação sucção-deglutição-respiração; tempo aumentado de alimentação, ausculta cervical negativa, ausência de sinais sugestivos de penetração e/ou aspiração laríngea e desinteresse na alimentação. Na avaliação funcional da deglutição realizada através da dieta (semilíquida) através da colher Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 59 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) de silicone (marca NUK) e o uso de estetoscópio (marca Hewlett Packard Rappaport-Sprague), para uso pediátrico, com o objetivo de ajudar a avaliar a fase faríngea da deglutição. De acordo com os resultados da avaliação clínica e objetiva da deglutição, foi estabelecida a conduta fonoaudiológica através de terapia direta e indireta da deglutição, realizadas no período de março a setembro de 2012. Foi realizada terapia direta da deglutição com a consistência líquida (leite) através da mamadeira com bico de transição para o copo, apresentando melhora progressiva na aceitação, com melhora nas fases oral preparatória e oral propriamente dita. À medida que se observou melhora na aceitação, a proposta terapêutica foi introduzir novas consistências, como o néctar (leite com Mucilon), e foi possível obter um menor tempo durante a alimentação. Na terapia direta da deglutição com a consistência semilíquida (papa de frutas) e pastosa homogênea (purê), oferecido através da colher de silicone pequena e rasa, foi observado ausência de vedamento labial, deficit na captação do bolo, escape anterior do alimento, deficit na ejeção do bolo, e ausculta cervical, sem sinais sugestivos de penetração e/ou aspiração laríngea. Foi necessário utilizar manobra facilitadora para indução da deglutição com apoio submandibular, com o objetivo de auxiliar no fechamento de mandíbula, evitar o escape anterior e auxiliar no controle oral. Na avaliação e durante as terapias, o comportamento do lactente foi acompanhado com atenção, no que se refere ao estado de alerta, atenção para deglutir e para o ato de se alimentar por via oral. Foram utilizadas técnicas contextualizadas e em associação com atividades musicais (canções infantis) que narram as vivências da criança. Os aspectos volume, consistência, temperatura e utensílios foram enfatizados durante a terapia. A frequência das sessões, inicialmente ocorreu uma a duas vezes, diariamente, nos horários das dietas, e o cuidador foi orientado e treinado para realização destas. Após ser acompanhada durante o período de internação, a equipe de fonoaudiologia, sugeriu alta fonoaudiológica, por 60 revista.hupe.uerj.br apresentar viabilidade por via oral plena nas consistências líquida, semilíquida e pastosa homogênea, sem riscos de penetração e/ou aspiração laríngea estando a lactente com sete meses de idade corrigida. Discussão: a forma mais segura, eficaz e completa de alcançar crescimento e desenvolvimento adequados até o sexto mês de vida pós-natal é garantir o aleitamento materno (AM) exclusivo desde a primeira hora de vida extrauterina, sendo essa prática alimentar o padrão-ouro para lactentes nessa faixa etária. Foi necessária a utilização da técnica finger-feeding, devido ao padrão oral apresentado com desempenho insatisfatório e incoordenação da sucção-deglutição-respiração. Também originalmente utilizada em RN prematuros e/ou neurologicamente comprometidos, a técnica finger-feeding atualmente é referida no auxílio de bebês com dificuldades de sucção, para um funcionamento oral mais efetivo. Essa técnica consiste na introdução do dedo enluvado na boca do bebê, no qual é acoplada uma sonda por onde flui o leite durante o treino da sucção. A outra extremidade da sonda é colocada em um recipiente/seringa com leite materno ordenhado, leite de banco de leite ou fórmula láctea, de maneira que o bebê receba esse leite ao sugar o dedo enluvado. A sucção no seio materno associa-se ao fato do hospital fazer parte da Iniciativa Amigo da Criança, que estabelece os “Dez passos para o sucesso do aleitamento materno”. Dentre esses passos, há a indicação de que não seja oferecido ao RN: bicos artificiais, chupetas e mamadeira, para que não ocorra “confusão de bicos” em relação ao do seio materno. Desta forma, foi selecionado o copo, visando reduzir as causas de desmame relacionadas ao uso da mamadeira. Dentre os benefícios citados na literatura para a alimentação de recém-nascidos prematuros com o uso de copo/ xícara, estão o fato de se tratar de um método não invasivo, de evitar a possibilidade de “confusão de bicos”. Como descrito na literatura, deve-se estar atento à indicação, considerando que o recém-nascido pré-termo apresenta algumas desvantagens que levam a dificuldades na Fonoaudiologia alimentação por via oral. A musculatura orofacial possui volume reduzido e o equilíbrio dos tendões e as estruturas dos ligamentos estão pouco desenvolvidos. Considerando tais dificuldades, uma das preocupações é o risco de aspiração laringotraqueal, pois tanto no copo como na mamadeira com um orifício muito grande, quantidades elevadas de alimento podem ser introduzidas na cavidade oral e, devido à imaturidade das estruturas envolvidas no processo de deglutição, o neonato poderá não coordenar a sucção, a deglutição e a respiração, com consequente aspiração do alimento oferecido para as vias aéreas. Nesse sentido, vários autores enfatizam a importância do treinamento dos profissionais que trabalham nos hospitais e a orientação aos pais quanto ao procedimento correto relativo à oferta de leite por meio do copo/xícara. No entanto, apesar da mamadeira não ser o método ideal para o aleitamento de crianças privadas dos benefícios da amamentação natural, quando utilizada de forma adequada, os prejuízos inerentes a este método artificial de aleitamento podem ser minimizados. Sendo assim, tanto em relação ao aspecto psicológico, em que a mamadeira deve ser utilizada de forma semelhante ao seio materno (preservando os mesmos fatores emocionais positivos) quanto aos aspectos necessários a uma técnica adequada para o uso das mesmas (formato e comprimento do bico, tamanho e posição de seu orifício, posição de mamada, tempo de mamada), as mamadeiras têm sua indicação justificada quando da total impossibilidade do aleitamento natural. A mamadeira utilizada com bicos anatômicos, imitando o seio materno, e com orifícios de tamanho adequado propicia atividade muscular semelhante à realizada durante a amamentação, contribuindo para o desenvolvimento do sistema estomatognático. Porém, foi utilizada mamadeira com bico tradicional de silicone, por exigir menor esforço a sugar devi- do à cardiopatia do lactente. E, posteriormente, foi trabalhada através da mamadeira com bico de transição para o copo. A intervenção terapêutica consistiu em terapia indireta de estimulação da sensibilidade e reação ao toque, global e específico de órgãos fonoarticulatórios; e terapia direta da deglutição, com dieta líquida (através de mamadeira com bico de transição para o copo) e dieta semilíquida (através da colher) consistiu em reforçar habilidades apropriadas à deglutição, tais como, controle de ritmo e volume. De acordo com a literatura, na população pediátrica os termos: “direto” e “indireto” podem ser análogos à terapia “nutritiva” e “não nutritiva” respectivamente nos casos dos recém-nascidos. Os objetivos da terapia “não nutritiva” visam permitir a realização de exercícios que facilitem o ganho de força, mobilidade e precisão de movimentos das estruturas compreendidas entre a fase oral e faríngea. A terapia “nutritiva” utiliza alimentos ou líquidos para promover de maneira sistemática uma deglutição apropriada. Conclui-se que problemas de alimentação são comuns em crianças com cardiopatia congênita. De acordo com Arvedson, as dificuldades de alimentação se caracterizam por recusa, comportamento perturbador, preferência e falta de competência alimentar esperada para o seu nível de desenvolvimento. Os neonatos com doença cardíaca grave que necessitam de cirurgia cardíaca no primeiro mês de vida têm um alto risco de dificuldade de alimentação até os dois anos de idade. A intervenção fonoaudiológica em lactentes portadores de cardiopatia congênita, que apresentam algum distúrbio de alimentação oral, é de suma importância para reduzir ou eliminar fatores que potencialmente contribuem para os prejuízos nas vias aéreas; manter nutrição e hidratação adequadas e facilitar a interação positiva entre a criança e o cuidador. Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 61 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) Medicina 73 Atividades lúdicas na promoção do aleitamento materno Abilene do Nascimento Gouvêa; Elizete Leite Gomes Pinto; Ana Lúcia Freire Lopes; Janduy Gil de Souza; Viviane Pedro da Silva; Taiza Batista Moreno Núcleo Perinatal/HUPE – UERJ Introdução Apesar da recomendação da OMS e UNICEF sobre o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade da criança, tal prática está distante de ser universal. Estratégias vêm sendo desenvolvidas com objetivo de intervir nessa realidade. Consciente da importância da aplicação de brincadeiras e jogos nas atividades de educação em saúde, os profissionais de saúde têm utilizado de estratégias que facilitem o aprendizado e o torne mais atrativo e interessante. Neste contexto, o uso de recursos lúdicos na promoção do aleitamento materno torna-se determinante para a motivação de crianças, adolescentes, pais, gestantes, nutrizes, enfim, da população de uma forma geral. Além disso, brincar faz-se necessário para o desenvolvimento humano. Objetivo Este trabalho teve como objetivo descrever a realização de atividades lúdicas como estratégias para a promoção ao aleitamento materno na comunidade interna e externa do Núcleo Perinatal do HUPE/UERJ. Método Relato de experiência sobre as atividades lúdicas desenvolvidas para a promoção do aleitamento materno na comunidade interna e externa do Núcleo Perinatal. Conclusão Foram utilizados jogo da memória sobre os mamíferos; palavras cruzadas, jogo da velha e jogo de tabuleiro abordando os benefícios do aleitamento materno/manejo da lactação; desenhos para colorir com o tema amamentação; 62 revista.hupe.uerj.br dentre outras atividades sempre associadas à distribuição de material informativo e brindes aos participantes. Conclui-se que as atividades lúdicas têm mostrado ser um excelente recurso no alcance do aprendizado da amamentação, de forma agradável e envolvente por parte dos participantes, além de ser uma estratégia de baixo custo, fácil aplicação e de grande adesão dos envolvidos. 74 Visita domiciliar: estratégia para captação de doadoras de leite humano pelo BLH Abilene do Nascimento Gouvêa; Elizete Leite Gomes Pinto; Ana Lucia Freire Lopes; Helder Camilo Leite; Renata Arantes Santos; Camilla Del Giudice Dias Núcleo Perinatal/HUPE – UERJ Introdução Amamentar é muito mais do que nutrir a criança. É uma prática natural que promove vínculo, afeto, proteção e nutrição. Envolve interação profunda entre mãe e filho, com repercussões no sistema imunológico, na fisiologia, no desenvolvimento cognitivo e emocional da criança, intervindo na redução da morbimortalidade infantil, além de ter implicações na saúde física/ psíquica da mãe. Sabe-se que muitos bebês internados em unidades neonatais, prematuros ou necessitando de cuidados especiais, encontram-se privados de receber o leite materno como fonte de nutrição. O Banco de Leite Humano (BLH) tem papel fundamental para reverter tal realidade através da captação de doadores de leite humano. Estratégias têm sido utilizadas para aumentar a captação de doadoras, como a busca ativa através da visita domiciliar. Objetivo Implementar a visita domiciliar para a captação de mães doadoras de leite humano. Método Relato de experiência sobre a implementação da visita domiciliar como estratégia para a captação de doadoras de leite humano pelo BLH do Núcleo Perinatal – HUPE/UERJ. Medicina Conclusão Para implementar a visita domiciliar fez-se necessário criar procedimento operacional padrão específico para garantir o cumprimento da nova rotina, viabilizar o transporte em carro próprio da unidade, disponibilizar equipe de saúde treinada para a coleta externa de leite humano ordenhado, garantir materiais essenciais para uso na coleta, divulgar a captação de doadoras. A implementação da visita domiciliar mostrou-se efetiva, com utilização de recursos existentes e pequenas adequações, além de propiciar o aumento de doadoras, a satisfação das usuárias e uma imagem positiva para o serviço. 75 Atuação da Liga de Diabetes e Metabologia (LADM) no trote solidário: capacitando estudantes do 1º ano médico no cuidado Aline Tiemi Kano Silva; Ana Clara Derani da Costa Almeida; Ana Paula Almeida Rainho; Marianne Quintas Rabello Moraes; Guilherme Giorelli; Marilia de Brito Gomes Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Introdução A LADM visa estimular interesse dos acadêmicos da UERJ com relação à saúde e bem-estar dos pacientes diabéticos, atuando no tripé pesquisa, ensino e extensão. A extensão propõe intensificar o estudo em diabetes e metabologia com expansão da participação acadêmica ao possibilitar atuação dos acadêmicos em campanhas de saúde pública abordando clínica e terapêutica do diabetes. Objetivo O Trote Solidário, realizado em 25 de maio de 2013, objetivou integrar os alunos do primeiro ano médico aos veteranos, e, principalmente, proporcionar vivência de atuação dos recém‑ingressos em ações comunitárias de saúde. Método Na semana anterior ao evento, a LADM promovera capacitação aos acadêmicos recém‑ingressos, explanando como proceder em exames físicos e orientação à população. Durante o evento, os integrantes da liga atuaram como monitores auxiliando estes acadêmicos no atendimento à população que abrangia mensuração da pressão arterial, glicemia capilar, índices antropométricos e orientações à população do Largo do Machado, Rio de Janeiro. Foi notória a satisfação da população, pois receberam cuidados e orientações, conversaram sobre seus anseios e dúvidas em relação ao diabetes. Aos estudantes foi possível o aprimoramento em conhecimentos clínicos e abordagens terapêuticas, além das essenciais habilidades previstas nas Diretrizes Curriculares Nacionais como: liderança, comunicação e iniciativa decisória, desenvolvendo segurança e confiança na abordagem dos pacientes. Conclusão Das 119 pessoas atendidas, 33% homens e 67% mulheres, foi aferido e analisado glicemia livre que resultou em 45% dos casos valor igual ou abaixo da referência de 99 mgm/dl, valor mínimo de 67 mgm/dl e máximo de 484 mgm/dl, com media de 114 mgm/dl e moda de 86 mgm/ dl. Infere-se que boa parcela apresentou resultados satisfatórios, dentro do padrão de referência de glicemia livre, sendo valor mais comum de 86 mgm/dl comprovante de bons valores glicêmicos da maioria analisada, porém não descarta a importância de orientar sobre prevenção e complicações do diabetes e enfatizar procura do PSF da região para acompanhamento e realização de exames mais sensíveis e confirmatórios de diabetes. No Trote Solidário, a LADM contribuiu para realização das ações comunitárias ao orientar populares sobre cuidados básicos e prevenção de doenças crônicas como diabetes. Esse envolvimento da liga no evento beneficia tanto a população, necessitada de maiores esclarecimentos, quanto aos acadêmicos, fixando conhecimentos teóricos na prática. 76 Inserção da Medicina Complementar e Integrativa na graduação Ana Paula Almeida Rainho; Juliana Ribeiro Constante; Ana Clara Derani da Costa Almeida; Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 63 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) Camila Rocha dos Santos; Fernanda Polo Mendes da Cunha; Renata Nunes Aranha Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Introdução Práticas complementares e integrativas são técnicas que visam o cuidado integral do indivíduo. São fundamentais para uma saúde pública eficiente, pois atuam na promoção, prevenção e redução de danos, tendo a atenção primária como principal campo de ação. A Liga de Medicina Complementar e Integrativa (LiMCI) existe há seis anos e é um espaço de estudo e divulgação deste tema, visto que apesar da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares e da sua grande utilização pela população, poucas faculdades as abordam no currículo. Objetivo Ampliar a visão do aluno de medicina quanto a abordagem integral do paciente, possibilitando uma visão mais profunda do processo saúde-doença; promover melhoria da qualidade de vida da população do entorno do hospital através de projetos de educação em saúde. Método Realização de simpósios multidisciplinares, palestras e atividades práticas de acompanhamento ambulatorial para sensibilização e desenvolvimento da capacidade crítica reflexiva dos alunos. Após isso, atuação na comunidade por meio de feiras, de aplicação de questionários que visem entender as demandas populacionais e de projetos em escolas e parques. Conclusão Os alunos valorizaram de forma mais estruturada a relação médico-paciente centrada na pessoa e entenderam melhor que o cuidado da saúde vai muito além do tratamento farmacológico. Foram desenvolvidos projetos como o “Plantando Saúde”, em que 80 crianças de uma comunidade carente e de escolas da região aprenderam sobre o potencial terapêutico de determinados vegetais através de oficinas de plantio e cultivo de plantas medicinais. Os diálogos multidisci- 64 revista.hupe.uerj.br plinares desmistificam pré-conceitos quanto às práticas complementares e fazem entender a relevância da integralidade no cuidado à saúde. As atividades na comunidade promovem comprometimento dos alunos com a melhoria do seu entorno e a apropriação do conteúdo discutido, bem como ampliam o entendimento das demandas sociais e das culturas populares. Além disso, elas estimulam o uso consciente de formas acessíveis de autocuidado. 77 Conhecimento popular em plantas medicinais Camila Rocha dos Santos; Juliana Ribeiro Constante; Ana Clara Derani da Costa Almeida; Ana Paula Almeida Rainho; João Batista Ramos da Fonseca Filho; Renata Nunes Aranha Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Introdução Desde 1978, com a Declaração de Alma-Ata, a OMS enfatiza a importância da utilização de plantas medicinais no âmbito sanitário, visto que 80% da população dos países em desenvolvimento utilizam a medicina tradicional em cuidados básicos de saúde. Em consonância a isso, foi criada em 2006 a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos que busca fortalecer o uso da medicina tradicional e da fitoterapia na atenção básica. Objetivo Avaliar o conhecimento da população carioca quanto às doze plantas disponibilizadas como fitoterápicos às clínicas de família e estimular o uso consciente e assistido de plantas ou preparações destas. Método Busca bibliográfica, grupo focal para elaboração de questionário com as dimensões: reconhecimento visual da planta, indicações, utilização e contraindicações. A atividade consistia em jogo, cartilha informativa e saquinhos com sementes. No jogo havia dois dodecaedros, fotografias das doze plantas e questionários de cada planta no verso da respectiva fotografia. Cada Medicina participante, após responder ao questionário epidemiológico, jogava o dado. O número que caísse correspondia a uma planta sobre a qual eram feitas perguntas, tiradas dúvidas e feitos esclarecimentos quanto ao seu uso. A atividade foi realizada num parque e numa feira livre. Conclusão Das 110 pessoas abordadas, predominantemente adultos, 64% eram mulheres e 36% homens. A população se interessou bastante pela atividade com alguns fornecendo e-mails para mais informações. 58% faziam uso de plantas medicinais, 37% tinham um conhecimento insatisfatório sobre essas e 76% desconheciam fitoterapia. Das 12 plantas trabalhadas, sete não foram reconhecidas. Muitas pessoas utilizam plantas medicinais no cuidado à saúde, todavia boa parte desconhece informações relevantes sobre as mesmas, o que mostra que sua utilização é cultural e muitas vezes não questionada. Isso mostrou a importância de elaborarmos atividades de embasamento teórico do uso de plantas e de posteriormente avaliarmos o conhecimento de graduandos e médicos sobre o assunto. 78 Eficácia de treinamentos no controle de surtos causados por germes multirresistentes Ana Fatima Coelho Carvalho; Nathália de Carvalho Rios; Camila Matias Cardoso da Silva; Luiz Carlos Santos de Paula; Graciellen Alves Fagundes; Allan Richelle Rodrigues Torres Coordenadoria de Controle de Infecção Hospitalar/HUPE Introdução O bloqueio da transmissão de microrganismos entre pacientes através da prática dos profissionais de saúde é um dos principais métodos para o controle de infecção hospitalar. A transmissão de patógenos potencialmente infecciosos na assistência à saúde requer uma fonte de agentes infecciosos, um hospedeiro susceptível com uma porta de entrada e um modo de transmissão para o agente. A transmissão desses microrganismos pode ocorrer através do contato (direto ou indireto), por gotículas ou por transmissão aérea. As infecções relacionadas à assistência de saúde estão entre as principais causas de morbimortalidade e elevação de custos para o tratamento dos pacientes. As precauções devem ser adotadas de acordo com a via de transmissão do patógeno e a higienização das mãos como procedimento fundamental na prevenção destas infecções. Os treinamentos de serviço em saúde constituem-se como rotina essencial para a qualificação dos profissionais, bem como dos serviços prestados por eles. Deve ser planejado de acordo com as demandas dos serviços de saúde e com as necessidades dos profissionais envolvidos. Objetivo Avaliar o conhecimento dos profissionais de enfermagem acerca dos tipos de precauções, durante a realização de treinamento em serviço. Método Estudo descritivo, qualitativo, desenvolvido em uma enfermaria do HUPE, onde ocorreu surto causado por enterobactérias resistentes à carbapenêmicos (ERC). Os sujeitos foram 10 profissionais de enfermagem. Os treinamentos foram divididos em quatro fases: pré-teste, palestra expositiva, dinâmica e pós-teste. Conclusão Avaliamos que, tanto o pré-teste com o pós-teste motivou os profissionais, que se empenharam em responder as questões relacionadas aos temas propostos. Não observamos diferenças significativas nos resultados. No entanto, durante a palestra expositiva, observamos várias intervenções destes profissionais, no sentido de que a prática adotada no cotidiano da assistência pode sofrer influência da adesão e postura de outros profissionais, assim como, depende da existência de insumos indispensáveis como papel toalha, capotes, álcool a 70%, dentre outros. Percebe-se que situações cotidianas de trabalho podem afetar as boas práticas relacionadas ao controle e prevenção de infecções relacionadas à assistência da saúde, e que treinamentos podem ser ferramentas motivacionais e aliadas deste processo. Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 65 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) 79 Ações de enfermagem direcionadas ao uso do cateter vesical de demora Ana Fatima Coelho Carvalho; Paulo Vieira Damasco; Eduardo Almeida Ribeiro de Castro; Eliane Passos; Carlos Cruz; Barbara Chambarelli Coordenadoria de Controle de Infecção Hospitalar/HUPE Introdução Infecções do trato urinário correspondem a mais de 40% das infecções hospitalares. Pacientes expostos a cateteres vesicais de demora (CVD) tem alta probabilidade de desenvolver tais infecções, já que estes dispositivos interferem nas defesas imunológicas e favorecem a formação de biofilmes. Pacientes críticos necessitam de monitorização do débito urinário e utilizam determinados medicamentos que podem indicar o uso deste cateter. Objetivo Promover a padronização e cumprimento de boas práticas, evitando a permanência desnecessária do CVD. Método Pesquisa descritiva, de abordagem quantiqualitativa. Avaliamos 36 pacientes internados na Unidade Coronariana do Hospital Universitário Pedro Ernesto, durante os meses de abril a setembro de 2011. Para coleta de dados, elaboramos fichas para controle da permanência do CVD. Avaliamos variáveis epidemiológicas (sexo, idade, doenças de base e comorbidades), indicações para o uso do dispositivo (retenção urinária, rebaixamento do nível de consciência, instabilidade hemodinâmica, presença de úlcera por pressão estágio IV e balanço hídrico rigoroso) e a utilização de medicamentos (diuréticos e drogas vasoativas). As ações da equipe de enfermagem ficaram centralizadas no monitoramento diário de condutas científicas previamente discutidas durante treinamento em serviço, como o questionamento diário sobre a necessidade do uso do cateter, sua adequada fixação, posicionamento correto da bolsa cole- 66 revista.hupe.uerj.br tora e seu esvaziamento quando o nível de urina atingir 2/3 da sua capacidade e justificativa de troca do cateter. Os dados obtidos foram estratificados e tabulados. Conclusão Em 72,2% dos casos, a necessidade de balanço hídrico rigoroso foi a principal indicação para o uso e permanência do cateter, seguida de instabilidade hemodinâmica com 41% dos casos, rebaixamento do nível de consciência com 19,4% e retenção urinária, representando 8,3% dos casos. A maioria dos pacientes apresentou mais de uma indicação. O uso de diuréticos constitui 44% dos casos e o uso de drogas vasoativas a 33%. O tempo médio de permanência do CVD foi de 8,9 dias. Com a adoção de boas práticas no setor, verificamos a padronização da assistência no que se refere a indicação do uso do CVD pela equipe de enfermagem, que se tornou componente ativo do processo de monitoramento e real indicação da necessidade do uso deste dispositivo. 80 Prevalência de hipertensão arterial em um ambulatório de atenção básica Ana Luiza Cury Guimarães; Mariana Tomasi Scardua; Luiza Lobato Ilarri; Claudiana Klein W. de M. Barcelos da Silva; Paula Prates Cardoso Departamento de Medicina Integral, Familiar e Comunitária (DMIFC)/UERJ Introdução A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma das doenças mais prevalentes do mundo, alcançando aproximadamente 20% da população adulta mundial. Trata-se do mais importante fator de risco modificável para doença coronariana, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca, doença vascular periférica e doença terminal. A cada ano morrem 7,6 milhões de pessoas em todo o mundo devido à hipertensão, cerca de 80% dessas mortes ocorrem em países em desenvolvimento como o Brasil. O National High Blood Pressure Education Program, concebido em 1972, contém dados que revelam Medicina controle da doença concomitante a redução da morbidade e mortalidade. Objetivo Apresentar a prevalência da HAS em um ambulatório de atenção básica na zona norte do Rio de Janeiro. Método Foram avaliados 7.688 pacientes de todas as idades cadastrados em prontuário eletrônico num centro municipal de saúde do Rio de Janeiro no período de um ano, entre junho de 2012 a junho de 2013. Conclusão Foram encontrados 969 pacientes hipertensos, com diagnóstico prévio ou feito durante a consulta, resultando numa prevalência de 12% em relação a população adscrita. Estima-se que 70% dos usuários da área são maiores de 20 anos, aumentando a prevalência para 18% quando considerada apenas a população adulta. Conclui-se que a HAS tem alta prevalência e baixas taxas de controle, além de apresentar alto impacto socioeconômico. Dados do DATASUS revelam que em 2009 a cidade do Rio de Janeiro apresentava taxa de prevalência de HAS em 28% da população adulta. A prevalência relativamente baixa do estudo é refletida pelo fato de ser realizado numa unidade mista, sem registro total dos hipertensos em prontuário eletrônico. A detecção, o tratamento e o controle da HAS são pilares fundamentais para a redução dos eventos cardiovasculares e melhora da saúde pública. 81 Ações da brinquedoteca no projeto de humanização do HUPE Candida Mirian de Vasconcelos Santos; Joanathan Santos Garrido; Vera Lúcia Hernandes de Oliveira; Maira Torres Ruiz Martins; Léa Santos Leal; Ana Joaquina Antunes Ferreira Brinquedoteca do Setor de Pediatria/HUPE Introdução A Brinquedoteca do HUPE, além de ser campo de estágio, ensino e pesquisa, com o projeto de extensão “Brincando no HUPE”, ligado à Faculdade de Ciências Médicas, é parceira no desenvolvimento e incremento do processo de humanização no Hospital Universitário Pedro Ernesto. Para isso, vem desenvolvendo estratégias e atividades que valorizem a prestação de uma assistência mais integrada, humanizada e de excelência à saúde, visando articular e incrementar o conjunto das relações e inter-relações que se formam na instituição. Objetivo Promover melhor relação entre pacientes, acompanhantes e equipe de saúde; contribuir para diminuição do estresse, ansiedade e incerteza de quem aguarda atendimento; qualificar o acolhimento a pacientes e seus familiares; melhorar a condição física do trabalhador, integração social, autoestima e trabalho em equipe. Método Através do viés da arte e da sensibilização, desenvolvemos várias atividades que contemplam não só pacientes, mas também seus acompanhantes, a equipe de saúde, alunos, outros profissionais e funcionários. As propostas acontecem regularmente, sendo que em alguns períodos de forma mais intensa do que em outros. Destacamos: “Viagem de Recreio”, “Ginástica Laboral”, “Torneio de Futebol Boleiros do HUPE”, “Oficina Criativa”, “Oficina de Reciclagem”, “Festa de Natal”, “Baile dos Funcionários” e outras datas significativas. Além dessas, com a criatividade das crianças atendidas na Brinquedoteca, desenvolvemos “Ornamentações” em eventos específicos como nos congressos do HUPE, festa dos funcionários, Operação Sorriso etc. Conclusão As atividades promovidas transmitiram alegria, prazer e liberdade pela quebra da rotina, evocando sentimentos de pertencimento, de troca, manifestações de afeto, reforçando a autoestima e desmistificando o ambiente hospitalar, além de fomentar o religamento entre os diversos sujeitos e seus saberes. Através dos relatos de pacientes, acompanhantes e sugestões de funcionários para a continuação de nossas atividades, constatamos que nossas ações podem ser comAno 12, suplemento 2, dezembro/2013 67 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) preendidas como uma experiência de cuidado com o outro, que podem levar a transformações tanto coletivas quanto individuais. Desse modo, contribuímos para o processo de humanização da assistência, transformando o hospital em um espaço ampliado de intervenção na saúde, o que vai de encontro com a filosofia e diretrizes do Programa Nacional de Humanização nos Hospitais. 82 Hipotireoidismo subclínico em idosos na atenção primária Carla Mutto Ferreira Pontes Neves; Rosimere de Jesus Teixeira Medicina de Família e Comunidade (Integral)/ UERJ Introdução O hipotireoidismo subclínico (HSC) é um diagnóstico estritamente laboratorial e independente dos sintomas clínicos. Os pacientes são assintomáticos ou com poucos sinais e sintomas, que no idoso podem ser vistos como alterações do envelhecimento. Sua prevalência aumenta com a idade, principalmente se associado à doença autoimune e história familiar positiva, podendo chegar a 20% na população idosa. O TSH é fisiologicamente aumentado no idoso, dessa forma, existem controvérsias quanto ao valor de referência do TSH para diagnóstico e necessidade de tratamento. Na presença de HSC, além da chance de progredir para hipotireoidismo franco, deve-se atentar para a piora do perfil lipídico e risco de doenças cardiovasculares. Objetivo Rastrear a função tireoidiana em idosos acompanhados na Clínica da Família Ana Maria da Conceição dos Santos Correia. Método Foi escolhido como cenário o ambiente de atuação da residência médica. O rastreio foi realizado em pacientes maiores de 60 anos, de ambos os sexos, assintomáticos ou pouco sintomáticos. A coleta de dados foi feita durante a consulta ambulatorial, a partir da solicitação 68 revista.hupe.uerj.br das dosagens hormonais do TSH e T4l. O HSC foi definido pelos níveis de TSH entre 4,5 a 10 mUI/L e T4l normal, e na presença de TSH maior que 10 mUI/L, foi considerado como hipotireoidismo franco. Conclusão Foram avaliados 54 pacientes, sendo 19 homens e 35 mulheres. Foi observado alteração dos níveis de TSH em 13 (24%) pacientes, sendo a maioria do sexo feminino (69%). O hipotireoidismo foi observado em 10 pacientes (77%), sendo a metade com HSC. Outros três casos apresentaram níveis de TSH suprimidos. Dos 41 pacientes que apresentam dosagens hormonais normais, quatro pacientes têm hipotireoidismo prévio e se encontram em tratamento. Nossos dados confirmam que as tireoidopatias são frequentes nos idosos, especialmente o hipotireoidismo. Ainda não existe consenso na literatura sobre o início da avaliação tireoidiana na ausência de sintomas. Acreditamos ser justificável rastrear os idosos porque os sinais e sintomas do hipotireoidismo podem ser vistos como queixas comuns do envelhecimento. Enfatizamos a importância do profissional de saúde da atenção primária na investigação da disfunção tireoidiana, visando melhorar a qualidade de vida da população idosa. 83 BLS para a sociedade – 10.000 aprendizes Maria Cristina Araújo Maya; Sara Costa Raoux Lemos; João Batista Ramos da Fonseca Filho; Rachael Vasconcelos Alves Vieira Lima; Izabella Chaves Silva Pinto. Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Introdução O suporte básico de vida representa um protocolo de ações que visam reduzir a mortalidade após uma parada cardiorrespiratória. Seu ensinamento torna-se importante a partir do momento em que as chances de um indivíduo ter uma PCR fora do ambiente hospitalar são grandes e que a RCP precoce pode dobrar ou triplicar a Medicina sobrevida de uma pessoa. A LTE-UERJ, com o projeto BLS para a sociedade, visa a divulgação e propagação de ações simples que um leigo poderá fazer para salvar vidas. Objetivo (1) Capacitar estudantes do curso médico da FCM-UERJ no treinamento de profissionais da área da saúde e leigos em BLS/RCP; (2) realizar cursos de BLS, internamente, para: estudantes da área da saúde da UERJ, profissionais da área da saúde do HUPE e seguranças da UERJ e do HUPE; (3) realizar cursos de BLS para: escolas, academias, centros comunitários, praças e parques; (4) realizar questionários pré e pós-curso/ treinamento para pesquisa científica sobre o conhecimento do tema e o impacto do curso na população-alvo; (5) alcançar o número de 10.000 aprendizes até 2015. Método O Curso Integrado de Primeiros Socorros, que ocorre anualmente, capacita alunos da Medicina UERJ para perpetuação do conhecimento adquirido para o público-alvo nos eventos organizados. Nos eventos realizados para profissionais de saúde e leigos são realizados questionários e coletados dados que serão utilizados para a produção de artigos científicos e relatos de experiência. Além disso, os eventos são compostos por breves explicações teóricas sobre a cadeia de sobrevivência do BLS e pelo treinamento da técnica de RCP em manequins. Conclusão No interior da faculdade, já capacitamos 300 alunos pelo CIPS, 110 alunos da Odontologia, 30 médicos e residentes da Pediatria, 50 leigos no Congresso Científico do HUPE de 2011. Formamos 80 pessoas no projeto “Tocando saúde no Salgueiro”, 30 profissionais de saúde no H.E. Carlos Chagas. Em 2012 foi oferecido o curso de BLS para professores das escolas públicas do município de Vassouras. Ainda em 2012, capacitamos 100 pessoas no evento “Ligados em Saúde”, organizado pela DLU da UERJ, na Quinta da Boa Vista. Em 2013 foi ministrada uma aula teórica com demonstração pratica no Simpósio da LAMEX (UERJ) para 80 alunos (Medicina, Educação Física e Fisioterapia). Em 2013, capacitamos 20 profissionais da escola de dança Reboco das Artes Laranjeiras. No total, 1.602 pessoas foram capacitadas em seis anos de projeto e nossa meta é ampliar e alcançar os 10.000 até 2015. 84 Síncope prévia e parada cardíaca (PCR) no teste ergométrico (TE) na ausência de isquemia aguda: qual a melhor abordagem? Alinne Gimenez Ferreira; Celso Dias Coelho Filho; Kezia Silva Ataide; Alyne Freitas Pereira Gondar; Lucas Tadeu Falante Jazbik; Henrique Thadeu Periard Mussi Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) Introdução Arritmias são complicações associadas à isquemia aguda, tendo impacto deletério no prognóstico. A abordagem da síncope no coronariopata requer definições visando corrigir a isquemia ou determinar algum dano estrutural crônico. Contudo, essa caracterização nem sempre se dá de maneira objetiva e precisamos definir se a terapêutica implicará em cardiodesfibrilador (CDI) ou abordagem da lesão. Objetivo Através de caso clínico real, discutir indicação de CDI e angioplastia coronariana em paciente coronariopata com alto risco para arritmia ventricular. Método U.J., 54 anos, motorista, referia tontura, turvação visual e perda da consciência após esforço intenso. Negava dor, palpitação e episódios prévios. Em 24h foi transferido para o Hospital Universitário Pedro Ernesto assintomático, estável, eletrocardiograma com ritmo sinusal, área inativa em parede inferior, exames laboratoriais e troponina normais. Sabidamente hipertenso, dislipidêmico, obeso, ex-tabagista e revascularizado em 1994. Ecocardiograma com acinesia inferior e ínfero-lateral e disfunção sistólica global leve; Doppler de carótidas Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 69 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) e vertebrais normal; Holter com ritmo sinusal, extrassístoles ventriculares isoladas frequentes e raras acopladas, repolarização ventricular estável. Submetido a TE em protocolo de Bruce, tolerância de 7METS, interrompido por cansaço. Na recuperação, apresentou TV polimórfica e PCR. Realizadas manobras de ressuscitação por 20 min com sucesso e encaminhado para CAT que mostrou coronária direita ocluída no segmento proximal, leito distal enchendo-se amplamente por colaterais de coronária esquerda. Descendente anterior (DA) com obstrução de 70% no terço médio, leito distal difusamente comprometido. Mamária implantada em ramo diagonal longo, pérvia e livre de obstruções significativas. Realizado angioplastia de DA com 2 stents. Sete dias após angioplastia, foi submetido a novo TE em uso de amiodarona. Durante a fase de recuperação, evoluiu com TV monomórfica com pulso, retornando ao ritmo sinusal espontaneamente no 6º min. Manteve-se estável e assintomático. Foi implantado CDI visando prevenção secundária. Conclusão Definir se as lesões evidenciadas no CAT são substratos arritmogênicos, tendo em vista as dificuldades no SUS para realização de métodos que comprovem isquemia em determinado território, é motivo de grande discussão. Assim, visando-se estabelecer uma causa reversível para síncope e PCR optou-se por tratar a lesão, considerando-se também o fato de que o implante do CDI impediria o exercício de sua profissão. 85 Segurança do Paciente: desafio permanente para o HUPE (Parte I) Augusto C. Ferreira; Claudia Regina Machado; Maria Virginia Godoy Silva; Rogerio M. Souza; Renata O. Maciel; Sonia R. O. S. Sousa Superintendência de Saúde e HUPE/UERJ Introdução Estudo descritivo que aborda o tema Segurança do Paciente. Em abril de 2013, o Ministério da Saúde criou o Programa Nacional de Segurança 70 revista.hupe.uerj.br do Paciente para o monitoramento e prevenção de danos na assistência à saúde. Neste programa foram propostos seis protocolos de segurança abrangendo a identificação do paciente, a comunicação entre profissionais, administração de medicamentos, cirurgia segura, higiene das mãos para evitar infecção e prevenção de quedas. Objetivo O objetivo deste estudo é analisar as práticas atuais relativas à segurança do paciente e seus desafios para implementação efetiva no HUPE. Neste estudo foram analisadas as metas de identificação correta dos pacientes, melhora de comunicação efetiva e de segurança de medicamentos de alta vigilância. As políticas exigem ao menos duas formas de identificação do paciente a serem definidas pela instituição. Em relação à comunicação, a instituição deverá desenvolver políticas e/ou procedimentos para prescrições verbais ou por telefone assim como para resultado de exames laboratoriais. Quanto aos medicamentos de alta vigilância torna-se necessário definir os locais para armazenamento e a forma de rotulagem específica. Método Estudo descritivo que relata a prática assistencial atual do HUPE com enfoque para a segurança dos pacientes. Conclusão O uso das pulseiras de identificação ainda não foi implantado. Foram observadas formas de identificação dos pacientes através de um único elemento (nome) nas unidades fechadas, e em unidades de clínica médica e de obstetrícia. Essa pulseira terá que ser viabilizada rapidamente para o atendimento das RDC 302/2005 e 7/2013. A primeira dispõe sobre regulamento técnico para funcionamento de laboratórios clínicos. Está sendo implementada pelo Serviço de Enfermagem Clínica e pela Coordenadoria de Enfermagem a identificação de medicações com maior risco de agravos para maior rigor durante a infusão. Está sendo planejada a oferta da dose unitária. Não foi observada nenhuma Medicina política específica em relação à comunicação verbal de prescrições ou exames em situações de urgência. Está sendo mantido entendimento com a direção do HUPE para o uso da pulseira de identificação com código de barras para leitura dos mesmos antes dos procedimentos aos clientes. Em virtude do observado acredita-se que algumas alterações nos processos de trabalho poderão favorecer a segurança dos pacientes atendidos de acordo com as metas de segurança da OMS assegurando qualidade da assistência. 86 Segurança do Paciente: desafio permanente para o HUPE (Parte II) Augusto C. Ferreira; Claudia Regina Machado; Maria Virgínia Godoy Silva; Rogerio M. Souza; Renata O. Maciel; Sonia R. O. S. Sousa Superintendência de Saúde e HUPE/UERJ Introdução Estudo descritivo que aborda o tema Segurança do Paciente. Em abril de 2013 o Ministério da Saúde criou o Programa Nacional de Segurança do Paciente para o monitoramento e prevenção de danos na assistência à saúde. Neste programa foram propostos seis protocolos de segurança abrangendo a identificação do paciente, a comunicação entre profissionais, administração de medicamentos, cirurgia segura, higiene das mãos para evitar infecção e prevenção do risco de quedas. Objetivo O objetivo deste estudo é analisar as práticas atuais relativas à segurança do paciente e seus desafios para implementação efetiva no HUPE. Neste estudo foram analisadas as metas de identificação correta dos pacientes, melhora de comunicação efetiva e de segurança de medicamentos de alta vigilância. As políticas exigem ao menos duas formas de identificação do paciente a serem definidas pela instituição. Em relação à comunicação, a instituição deverá desenvolver políticas e/ou procedimentos para prescrições verbais ou por telefone assim como para resultado de exames laboratoriais. Quanto aos medicamentos de alta vigilância torna-se necessário definir os locais para armazenamento e a forma de rotulagem específica. Método Estudo descritivo que relata a prática assistencial atual do HUPE com enfoque para a segurança dos pacientes. Conclusão O Serviço de Anestesiologia do HUPE já realiza práticas de segurança e de avaliação pré e pós-anestésicas embora as mesmas não estejam totalmente sistematizadas. A implantação de um “checklist” na entrada do paciente no centro cirúrgico, imediatamente antes da indução anestésica e do procedimento cirúrgico, assim como na saída da sala operatória, permitirão o alcance dessa meta em acordo com a OMS e o próprio Ministério da Saúde. A Coordenadoria de Enfermagem vem trabalhando na sistematização da assistência de enfermagem. No centro cirúrgico já esta implantada a Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória (SAEP). A SAEP leva a melhoria da qualidade assistencial no perioperatório por intermédio da realização do processo de enfermagem eficaz em todas as suas etapas seja no pré, trans e pós-operatório através da identificação de diagnósticos de enfermagem, planejando assim a assistência adequada com ações prescritivas precisas, individualizadas ao momento cirúrgico e com registros formais, gerando segurança para o profissional assim como para o cliente. O uso de adereços ainda permanece como um desafio a ser enfrentado por várias instituições e isso inclui o HUPE. 87 Gestão de risco e segurança do paciente: guia rápido de interação medicamentosa Dalila Passos Pereira da Silva; Eliane Passos Pereira Assumpção; Fernanda Siqueira Taboada Fontanella; Maria Angélica Paixão Maioli Gerência de Risco/HUPE Introdução Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 71 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) Considerando a prioridade dada à segurança do paciente em serviços de saúde na agenda política dos Estados-Membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) e na Política Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), na qual gestão de risco é a aplicação sistêmica e contínua de iniciativas, procedimentos, condutas e recursos na avaliação e controle de riscos e eventos adversos que afetam a segurança, a saúde humana e a integridade profissional, foi pactuada uma parceria entre a gerência de risco sanitário do Hospital Universitário Pedro Ernesto e a enfermeira da unidade coronariana (UC). Essa unidade possui uma quantidade significativa de pacientes polimedicados, o que pode proporcionar a ocorrência de eventos adversos na administração dos medicamentos. será disponibilizada em local apropriado, para utilização pelos funcionários do setor. A criação do guia de interações é uma iniciativa voltada à segurança do paciente, pois facilita uma visualização rápida de interações medicamentosas, possibilitando a redução da ocorrência de evento adverso nas etapas de aprazamento, preparo e administração de medicamento pela equipe de enfermagem, promove a cultura de segurança com ênfase no aprendizado e engajamento dos profissionais pelo enfoque multidisciplinar. Objetivo Elaborar um guia rápido de interação medicamentosa objetivando a gestão de risco e a segurança do paciente. Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) Método De uma lista inicial com 106 medicamentos foram selecionados para a 1ª fase de elaboração do guia, 20 medicamentos potencialmente perigosos conforme classificação do Instituto para Práticas Seguras no Uso de Medicamentos, e estes foram analisados frente aos 45 mais prescritos. As referências para estudo foram literatura de farmacologia e o guia de interações medicamentosas desenvolvido pela Universidade Federal de Goiás em colaboração com o Hospital das Clínicas de Goiás. Conclusão Os estudos apontaram que dos medicamentos perigosos um não interagia com nenhum dos medicamentos mais prescritos, um interage com dezessete medicamentos e três interagem com pelo menos dez medicamentos. Uma tabela em ordem alfabética foi elaborada, com os nomes dos princípios ativos dos medicamentos perigosos à esquerda e na horizontal os medicamentos mais prescritos na unidade. Onde ocorria interação medicamentosa foi feita uma sinalização colorida, para facilitar a visualização. Esta tabela 72 revista.hupe.uerj.br 88 Gerenciamento de resíduos nos laboratórios de ensino e pesquisa de uma universidade Dalila Passos Pereira da Silva; Fátima Napoleão; Alexandre Ribeiro Bello Introdução A responsabilidade compartilhada de condutas ou atividades lesivas ao meio ambiente é uma realidade e se estende a diversos atores e setores. No contexto da geração de resíduos de serviços de saúde (RSS), os produzidos nos laboratórios de ensino e pesquisa podem produzir impacto à saúde pública e ao meio ambiente. Objetivo Identificar as dificuldades que os laboratórios de ensino e pesquisa enfrentam para realizar o correto gerenciamento dos resíduos de serviço de saúde. Método A pesquisa foi delimitada às etapas do manejo dos RSS nos laboratórios de ensino e pesquisa de uma universidade pública. Um questionário foi elaborado para levantamento de dados. Os sujeitos envolvidos neste estudo fazem parte da comunidade de alunos, técnicos universitários de nível médio (TUM), servidores da universidade, técnicos universitários de nível superior (TUS) contratados e docentes, totalizando 75 sujeitos. Uma análise dos dados de algumas perguntas, de três módulos dos questionários, foi realizada. Medicina Conclusão A forma como a instituição gerencia os resíduos gerados nas atividades diárias e o destino que ela dá aos resíduos após recolhidos dos laboratórios, é desconhecida para 80% dos sujeitos e 72% não sabe o que é plano de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde (PGRSS), mas quando perguntados sobre a importância de elaborar um plano para gerenciar esses resíduos em seus laboratórios, 86% consideraram ser muito importante fazê-lo e 72% declararam poder ajudar com sua mobilização para separá-los corretamente. Os resultados apontam para a necessidade de planejar e desenvolver um plano para o gerenciamento dos resíduos gerados nas atividades diárias destes laboratórios e capacitar esses sujeitos, visto a responsabilidade solidária destes laboratórios quanto ao correto gerenciamento desses resíduos, tanto para a segurança ocupacional dos alunos, docentes e servidores como para evitar impacto ao meio ambiente. 89 Infecção do cabo de marca-passo extrusado por Staphylococcus aureus resistente à meticilina Juliana Vieira Cunha da Silva; Marcus Vinicius de Jesus da Silva; Daniella Chimeli Lopes Raposo; Anna Caryna Cabral; Leonardo de Oliveira Carvalho; Camila Almeida Lopes Faculdade de Ciências Médicas (FCM)/UERJ Introdução A bactéria Staphylococcus aureus é a bactéria mais virulenta do gênero Staphylococcus. Coloniza de 25 a 50% das pessoas sadias, de forma transitória ou permanente. Esta taxa de colonização aumenta em pessoas infectadas pelo HIV, indivíduos em hemodiálise, indivíduos insulinodependentes e em indivíduos com lesões cutâneas. Apesar das narinas serem o sítio frequentemente colonizado, a pele, em qualquer outra parte do corpo, pode estar colonizada, servindo de foco para futuras infecções. Após a invasão e replicação do S. aureus no foco inicial da infecção, estes produzem a leucocidina de Panton-Valentine, que causa a citólise de macrófagos, monócitos e polimorfonucleares. O diagnóstico das infecções estafilocócicas pode ser feito pela coloração de Gram, pelo exame microscópico e/ou cultura do conteúdo dos tecidos infectados e as hemoculturas podem ser positivas em alguns casos. Objetivo Descrever achados clínico-laboratoriais de um paciente com infecção por Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) causada pela extrusão de parte do cabo do marca-passo. Método Estudo retrospectivo do prontuário do paciente com diagnóstico de infecção por Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) internado na unidade de terapia intensiva do Hospital Universitário Pedro Ernesto, e posteriormente transferido para a enfermaria do serviço de Cardiologia do mesmo hospital. O diagnóstico de infecção por MRSA apenas foi confirmado mediante resultado da cultura. Conclusão Inicialmente, foi agendada a retirada do marca-passo; suspeitava-se de endocardite infecciosa, contudo o paciente não apresentava sintomas clínicos clássicos e o ecocardiograma transtorácico não revelou vegetações no endocárdio; assim esse diagnóstico foi descartado. Em 18/07/2013, o resultado da hemocultura demonstrou crescimento de Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA); foi discutida com a Comissão de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH) o tempo de permanência da infusão de vancomicina. Concluiu-se que o antibiótico vancomicina será administrado por quatro semanas. Dado o exposto, ressalta-se a importância da hemocultura para o diagnóstico final. 90 Paracoccidiomicose tipo juvenil: um relato de caso Daniella Chimeli Lopes Raposo; Francisca Paloma Gama Neves; Juliana Vieira Cunha da Silva; Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 73 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) Leonardo de Oliveira Carvalho; Luiz Fernando Pereira Alves Junior; Anna Caryna Cabral Faculdade de Ciências Médicas (FCM)/UERJ Introdução A paracoccidiomicose (PCM) é uma doença sistêmica decorrente da infecção pelo fungo dimórfico Paracoccidioides brasiliensis. Apresenta maior prevalência na América do Sul, principalmente em indivíduos do sexo masculino com idade entre 30 a 50 anos ligados a atividades agropecuárias, visto que o reservatório natural da espécie é o solo e a poeira. A infecção é adquirida através da inalação de blastoconídios, os quais se desenvolvem no parênquima pulmonar, podendo disseminar por via sanguínea ou linfática para outros órgãos. A forma clínica é dividida em PCM-infecção – forma assintomática – PCM-doença e PCM-residual – reincidente após tratamento. A PCM-doença diferencia-se em tipo juvenil e adulto; a seguir, relatamos um caso de PCM tipo juvenil em um paciente previamente saudável, morador de uma área rural da Baixada Fluminense. Objetivo Relato de caso de paciente internado na enfermaria de doenças infecciosas do Hospital Universitário Pedro Ernesto – UERJ com PCM tipo juvenil. Método Análise de prontuário e registro fotográfico. Conclusão Paciente masculino, 29 anos, pardo, solteiro, natural do Rio de Janeiro, trabalha no ramo de autopeças, morador de Belford Roxo, RJ. Queixa principal: “inchaço no pescoço e febre”. Paciente com história de febre intermitente 38ºC há quatro meses associado à perda de 18 kg nesse período e lesões cutâneas. Ao exame clínico revela fácies atípica, xerodermia difusa, múltiplas lesões cutâneas ulceradas, abscedadas e fistulizadas mais proeminentes em cabeça e pescoço; linfonodomegalias cervicais palpáveis; ritmo cardíaco regular sem sopros e extrassístoles; pulmões limpos; edema discreto em 74 revista.hupe.uerj.br membro inferior esquerdo; sorologia anti-HIV I e II/VDRL não reagente; exame parasitológico de fezes negativo. Tomografia de tórax: cisto no segmento basal posterior do lobo inferior a esquerda medindo 0,9 cm, esplenomegalia, atelectasia subsegmentar no lobo médio. BAAR no escarro negativo. Exame micológico direto por aspiração transcutânea do linfonodo cervical relatou a presença de leveduras de formas arredondadas, de parede espessa, com gemulação múltipla sugestivo de Paracoccidiodes brasilensis. Terapia iniciada foi Anfotericina B complexo lipídico nos primeiros dias e depois por conta de reação foi trocada para lipossomal. 91 A inserção do graduando de medicina em um projeto de puericultura multidisciplinar Dayane da Silva Pereira; Isabel Rey Madeira; Antônia da Conceição Cylindro Machado; Luana Silva Monteiro; Carolina de Paula Ruggeri; Ana Paula Córdova da Costa Faculdade de Ciências Médicas (FCM)/UERJ Introdução Há no meio acadêmico um grande contingente de alunos, graduandos de medicina, inseridos em projetos de extensão, iniciações científicas e pesquisas que visam obter experiência e maiores conhecimentos sobre assistência médica ou assuntos relacionados à área médica. Objetivo Descrever a participação do bolsista de extensão – aluno da FCM-UERJ – no Projeto de Assistência Multidisciplinar em Pediatria (AMAR), que assiste crianças (CÇ) do nascimento até os 5 anos, visando à: promoção e prevenção em saúde; treinar alunos (bolsistas de extensão, internos e residentes); realizar pesquisa em atenção primária. Nesse âmbito, o bolsista participa das consultas seja assistindo como atendendo sob supervisão. Cabe também ao bolsista atualizar os dados dos pacientes inseridos na pesquisa “Diagnóstico de saúde das CÇ do AMAR”, cujo objetivo é avaliar o aleitamento materno e o estado nutricional no 1º ano de vida. Medicina Método Alunos e residentes de medicina, enfermagem, fonoaudiologia, nutrição, serviço social e psicologia e um bolsista de extensão (graduando de medicina), sob supervisão, realizam consultas multidisciplinares de puericultura, seminários e educação em saúde e pesquisa. Conclusão Através do Projeto AMAR, o bolsista de extensão adquire conhecimento e experiência em atenção primária e propedêutica logo nos primeiros anos da graduação, o que só aconteceria a partir do 3º ano de curso de Medicina da FCM-UERJ, quando o aluno tem contato com a disciplina de clínica médica. Além disso, é possível que se obtenha a troca de saberes entre os membros da equipe multidisciplinar através de reuniões, onde toda a equipe discute temas pertinentes a todas as áreas envolvidas e casos de pacientes que possuem quadros complexos. No Projeto AMAR o bolsista de extensão amadurece seu conhecimento e aprende em cenário real de assistência, além de aprofundar sua experiência e enriquecer sua abordagem clínica com visão multidisciplinar, essencial para sua prática futura. 92 Seminário de avaliação e aprimoramento: integrando residência e graduação Denise Herdy Afonso; Daniela Tavares Pimenta; Daniela Sobrino Dieguez; Leticia Virgínia Rodrigues da Silva; Samira Meletti da Silva Goulart; Cristiana Brasil CDA e NAPPRE/HUPE Introdução Considerando o desafio de formar médicos competentes para atender às necessidades e demandas da sociedade a CNRM em continuidade às DCNs valoriza em todos os programas de residência o desenvolvimento de competências técnicas e atitudinais. Como parte fundamental do processo de ensino, a avaliação deve estar adequada à identificação de terreno fértil para o desenvolvimento destas competências nos candidatos e na aquisição efetiva daqueles que concluem o programa. Em 2013 a COREME/ FCM/HUPE decide aprimorar os processos de avaliação na residência médica e promove o Seminário Residência Médica 2013: Avaliação e Aprimoramento. Objetivo Compartilhar o processo de construção coletiva e os produtos deste seminário. Método Foram convidados preceptores e docentes envolvidos com a RM e graduação, alunos e residentes. Como parte do diagnóstico situacional, buscamos identificar entre os inscritos sua experiência em avaliação e oportunidades de aprimoramento. No evento, houve participação da CNRM, dos gestores FCM/HUPE, dos presidentes de processos seletivos anteriores e de instituições parceiras que compartilharam experiências com avaliação e processo seletivo. Conclusão Setenta e nove se inscreveram previamente representando 36 PRM. Compareceram 73 profissionais/estudantes, nem todos previamente inscritos, 62% participam da avaliação do residente, destes, 96% participam da avaliação prática e 50% da teórica. 84% participam da seleção e destes, 93% da etapa prática. Dentre os métodos avaliativos há maior domínio dos métodos cognitivos com desconhecimento ou pouco domínio das ferramentas de avaliação prática. Quanto ao processo seletivo, 54% já participou e 77% refere interesse em participar, 63% avaliam ser necessário modificá-lo, sendo 83% a favor da inclusão da etapa prática. 93 YOU HUPE: educação na saúde mediada pelo cinema Denise Herdy Afonso; Leticia Virgínia Rodrigues da Silva; Lorran Fabrini de Araújo Rocha; Daniela Tavares Pimenta; Luciana Rodrigues de Oliveira Durante; Cristiana Brasil CDA e NEXT/HUPE – UERJ Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 75 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) Introdução O YOU HUPE é uma estratégia de educação permanente desenvolvida pela CDA/NAPPRE desde 2009, que agrega lazer e formação na Residência do HUPE/UERJ. A atividade busca promover integração social e profissional, ampliação da responsabilidade social e qualificação profissional. A metodologia promove reflexão e coloca em discussão temas transversais relacionados à saúde e educação. Capacitar novos profissionais da saúde no mundo contemporâneo requer soluções criativas para o debate de assuntos importantes para a formação. O cinema é capaz de despertar emoções, discussões e novas soluções para estes desafios. Desta forma, escolhemos a imagem como disparador para emoção, reflexão e discussão que pressupõem a atividade. Objetivo Apresentar esta estratégia de educação permanente desenvolvida pela Coordenadoria de Desenvolvimento Acadêmico. Método Às quintas-feiras, mensalmente, entre 12-14h é exibido um filme/documentário, com temas transversais às profissões da saúde com debate ao final mediado por preceptores, residentes/ alunos ou usuários. O público-alvo são professores, preceptores de Internato e Residência, alunos de graduação, funcionários e pacientes da comunidade HUPE. Previamente ao dia da exibição o tema é selecionado e, em conjunto com os mediadores, é construído o roteiro de mediação com os principais pontos identificados no vídeo e relacionados ao foco da discussão. Na atividade é oferecido lanche aos participantes. Conclusão Nestes quatro anos de atividade foram realizadas 43 sessões do YOU HUPE que abordaram 38 temas distintos. Três filmes e três temas se repetiram, porém com abordagens diferentes. Em 2010, o YOU HUPE tornou-se um projeto de extensão do HUPE com a participação de cinco bolsistas. A atividade promove a integração dos profissionais envolvidos na Residência, 76 revista.hupe.uerj.br além de desenvolvimento do pensamento crítico e do exercício de reflexão individual e coletiva partindo da experiência sensível despertada pelo filme. O debate coletivo facilita a aprendizagem e amplia a reflexão sobre as atitudes diárias, além de favorecer a construção de vínculos e rede de cuidado. O YOU HUPE possibilita a discussão das DCNs e introduz novos temas para a formação na Residência, além de contribuir para o desenvolvimento de uma cultura de participação ativa na resolução de problemas. O conhecimento e a troca de experiências no YOU HUPE facilitam a reorganização hospitalar e ampliam as reflexões sobre as ações de atenção à saúde, trabalho em equipe, interdisciplinaridade e aprendizagem. 94 Conhecer, aprender, transformar: valorizando comunicação e informação nos programas de residência Denise Herdy Afonso; Daniela Tavares Pimenta; Daniela Sobrino Dieguez; Leticia Virgínia Rodrigues da Silva; Samira Meletti da Silva Goulart; Luciana Rodrigues de Oliveira Durante CDA e NAPPRE/HUPE – UERJ Introdução O HUPE/UERJ é um reconhecido espaço de formação em saúde. Oferece 330 vagas de Residência em nove áreas profissionais. Em consonância às DCN e princípios e diretrizes do SUS, a Coordenadoria de Desenvolvimento Acadêmico/Núcleo de Apoio Psicopedagógico ao Residente (CDA/NAPPRE) desenvolve ações junto aos residentes, preceptores e coordenadores com objetivo de contribuir com a Educação Permanente dos diferentes atores. Uma dessas ações é a Ambientação dos Residentes: com objetivo de acolher, informar e integrar o residente à instituição e aos serviços, apresentando os valores institucionais e promovendo reflexão e exercício de competências valorizadas pela instituição. É espaço de (re)conhecimento da instituição, convivência e troca entre profissionais de diferentes categorias. Em 2013, valorizamos a Comunicação Institucional como tema Medicina da ambientação e interagimos previamente com os residentes por meio virtual, solicitando que respondessem o Questionário de Avaliação de Risco de Adoecimento. Além disso, interagimos também com candidatos que optaram por não ocupar a vaga que conquistaram nesta instituição. Objetivo Identificar os fatores que motivam e desmotivam residentes e candidatos a fazer sua formação no HUPE e as oportunidades de aprimoramento de nossa instituição. Método Foram enviados por e-mail links de dois questionários distintos com objetivo de identificar: 1) dados pertinentes ao contexto social e profissional do residente e 2) questionário de desistentes buscando motivações em não optar por permanecer no HUPE. Conclusão Aproximadamente 63% dos candidatos conheceram a Residência em contato com residentes, alunos ou preceptores. Setenta e cinco por cento dos desistentes optaram por outra instituição no sudeste e destes 60% optaram por permanecer no RJ. Entre fatores que motivaram o candidato a permanecer, destacam-se a referência do HUPE, certificação da Residência e localização da instituição. Entre os fatores desmotivadores para continuidade estão a ausência de emergência aberta, infraestrutura do HUPE, pouca diversidade de cenários de formação e baixo número e variedade de cirurgias por residente. Reconhecer potencialidades e desafios da nossa instituição na oferta de Residência de qualidade é fundamental para identificarmos oportunidades de aprimoramento e (re)planejarmos ações institucionais. 95 Busca ativa dos casos de sepse grave no HUPE Elisabete Novello Ferreira; Viviane Silva e Silva; Luana Ferreira de Almeida; Eliane Passos Pereira Assumpção; Sérgio da Cunha; Jessica Bernardes Almeida Borges da Silva Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) Introdução A busca ativa de casos consiste em uma das atividades realizadas pelo projeto “HUPE contra sepse”. Trata-se de uma estratégia voltada à detecção precoce de casos de sepse no Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), sendo realizada nas unidades-piloto do referido projeto. Nesses locais, a busca ativa de casos de sepse corresponde a uma atitude permanente incorporada à rotina de atividades de profissionais de Medicina e de Enfermagem, incluindo professores, profissionais efetivos e contratados, residentes e internos. Objetivo Objetivamos relatar a experiência de enfermeiras na busca ativa de casos de sepse grave, no período de setembro a dezembro de 2012, em um hospital público universitário credenciado pelo Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS). Método As visitas ocorreram de segunda a sexta-feira e duravam de vinte minutos a duas horas. Médicos e equipes de enfermagem, entre professores, profissionais efetivos e contratados, residentes e internos eram abordados verbalmente quanto à presença de casos de sepse. Além disso, foram realizadas consultas em documentos presentes nos prontuários, como evoluções, prescrições médicas e balanços hídricos, e ainda, no impresso construído especificamente para preenchimento nos casos de sepse no HUPE. Conclusão Percebeu-se, com a continuidade da realização de busca ativa de casos de sepse, que os médicos mostraram-se progressivamente mais receptivos a tal proposta, o que foi compartilhado pelos residentes de medicina e de enfermagem. A coleta de informações em prontuário se mostrou extremamente difícil, sobretudo pela escassez de dados registrados, particularmente aqueles relacionados ao momento do diagnóstico da sepse e às condutas tomadas em decorrência do diagnóstico. A busca ativa pareceu ser mais fácil em unidades em que os responsáveis pelas Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 77 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) equipes médica e de enfermagem mostraram-se envolvidos com a proposta de detecção de casos, diagnóstico precoce, tratamento imediato e captação de informações. Concluiu-se que é necessária uma maior sensibilização por parte da comissão que envolve o projeto “HUPE contra sepse” para com os envolvidos no diagnóstico e tratamento dos casos de sepse no HUPE, visando a uma maior participação de tais profissionais, tanto no registro exato de suas atividades relacionadas à detecção precoce dos sinais de sepse, como na efetiva realização do protocolo preconizado pela Surviving Sepsis Campaign, que é institucionalmente implantado. 96 Fatores limitantes na execução do projeto Luana Ferreira de Almeida; Eliane Passos Pereira Assumpção; Sérgio da Cunha; Elisabete Novello Ferreira; Mário Castro Álvares Perez; Paulo Vieira Damasco Grupo de Sepse/HUPE Introdução O projeto “HUPE contra sepse” busca o reconhecimento precoce da sepse, para a implementação das intervenções associadas à diminuição da letalidade por sepse grave. Assim, é importante que os profissionais envolvidos na atenção à saúde estejam atentos à detecção dos sinais e sintomas correlacionados com a condição. Objetivo Objetivamos identificar as dificuldades para a execução do protocolo adotado pelo projeto “HUPE contra sepse”. Método O estudo foi realizado nas enfermarias de clínicas médica e cirúrgica, DIP, plantão geral e unidades de terapia intensiva do HUPE, totalizando onze unidades de internação. Foi aplicado em janeiro de 2013 um questionário aos profissionais efetivos e contratados, residentes e internos de medicina e de enfermagem. Tal instrumento continha perguntas abertas e fechadas, relacionadas ao perfil dos profissionais e ao tema em questão. 78 revista.hupe.uerj.br Conclusão Participaram do estudo 51 profissionais: 22 (43%) da equipe médica e 29 (57%) de enfermagem. Desses, 12 eram residentes de medicina, e oito eram residentes de enfermagem, todos do primeiro ano (aproximadamente 78% dos investigados). A maioria dos médicos (55%), 38% dos enfermeiros e 40% dos técnicos de enfermagem afirmaram ter como dificuldade a administração da 1ª dose do antibiótico em até uma hora após o diagnóstico. Cerca de 45% dos médicos e 31% dos enfermeiros também relataram como dificuldade ir à Central de Distribuição de Material para adquirir o Kit Sepse (que contém materiais para punção venosa profunda, monitoração hemodinâmica invasiva e coleta de hemoculturas). Médicos (41%) e técnicos de enfermagem (40%) ainda relataram como dificuldade ir à farmácia para adquirir a 1ª dose do antibiótico. Outros fatores limitantes também foram apontados: obtenção do cateterismo vesical de demora; identificação rápida do quadro de sepse grave; registro de dados em impresso próprio do protocolo; coleta das amostras de hemocultura para aeróbio; e punção de acesso venoso periférico. As dificuldades apontadas pelos profissionais são comuns e abarcam fatores de responsabilidade institucional e/ou profissional. Buscar soluções para os problemas levantados permite um direcionamento de ações futuras a serem desenvolvidas, dentre elas a constante capacitação de profissionais envolvidos na assistência aos pacientes internados nas unidades investigadas. Permite também a busca de melhor infraestrutura institucional para o adequado atendimento das demandas do paciente com sepse grave. 97 Identificação do quadro de sepse grave pelas equipes médica e de enfermagem Sérgio da Cunha; Eliane Passos Pereia Assumpção; Luana Ferreira de Almeida; Elisabete Novello Ferreira; Mário Castro Álvares Perez; Viviane Silva e Silva Grupo de Sepse/HUPE Introdução O reconhecimento precoce de sepse é baseado Medicina em infecção associada a dois sinais de SRIS (hipo ou hipertermia; taquipneia; taquicardia; leucocitose ou leucopenia). A sepse grave caracteriza-se pela presença de pelo menos uma disfunção orgânica, hipotensão ou sinais de hipoperfusão tecidual. É relevante que os profissionais de saúde saibam identificar tais sinais e associá-los a um possível quadro infeccioso, buscando a execução de metas preconizadas para o tratamento de sepse grave. Objetivo Buscamos identificar o reconhecimento precoce dos sinais de sepse grave pelas equipes médica e de enfermagem. Método Estudo realizado em enfermarias de clínica médica/cirúrgica, plantão geral e UTIs, inseridas no projeto “HUPE contra sepse”, no qual atividades são desenvolvidas com vista à capacitação profissional para identificação do quadro de sepse grave. Aplicou-se um questionário, em janeiro de 2013, a médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e residentes, com perguntas fechadas relacionadas ao tema em questão. Conclusão Responderam o questionário 51 profissionais: 22 (43%) da equipe médica e 29 (47%) de enfermagem. Todos (100%) já tinham ouvido falar do assunto. O HUPE foi apontado por 50% dos médicos, 79% dos enfermeiros e 80% dos técnicos de enfermagem como o primeiro local no qual se aproximaram do protocolo contra sepse; e também por 95% dos médicos, 87% dos enfermeiros e 80% dos técnicos de enfermagem por ser o primeiro local em que cuidaram de um paciente com sepse grave. Para os médicos, a hipotensão é o sinal que mais chama atenção no diagnóstico de sepse grave (59%), seguida da diminuição da diurese (22%) e hipertermia (18%). Em relação aos enfermeiros, os sinais que mais chamam atenção são: hipertermia (79%), hipotensão (46%) e taquicardia (46%). Para todos os técnicos de enfermagem o que mais chama atenção é a hipertermia. Médicos e enfermeiros investigados sabem re- conhecer os sinais de sepse grave. No entanto, os técnicos de enfermagem ainda associam esse quadro somente à hipertermia, demonstrando a necessidade de educação permanente. Ao contrário dos médicos, durante sua formação profissional, a equipe de enfermagem não se aproxima de conteúdos curriculares relacionados ao tema em questão. Contudo, percebe-se que é possível, através do programa de residência ou treinamento profissional, realizados no HUPE, adquirir habilidades e competências necessárias para identificação de sepse grave, não desenvolvidas anteriormente. 98 A amamentação na primeira hora de vida influenciando no tipo de aleitamento materno na alta hospitalar Elizete Leite Gomes Pinto; Abilene do Nascimento Gouvêa; Ana Lucia Freire Lopes; Camila Arantes Ferreira Brecht D. Oliveira; Priscila da Luz Pinto; Thayna Janaina Gomides Machado Núcleo Perinatal/HUPE – UERJ Introdução Sabe-se da superioridade do leite materno em relação ao leite de outras espécies. O leite materno é o melhor alimento do ponto de vista nutricional, pois reforça o sistema imunológico do bebê e também exerce importante papel preventivo contra diversas doenças/agravos. A amamentação deve ser estimulada na primeira hora de vida e continuada durante os seis primeiros meses de forma exclusiva. Objetivo Verificar a relação do tipo de aleitamento materno (AM) na alta hospitalar dos recém-natos com AM na primeira hora de vida. Método A pesquisa apresenta abordagem quantitativa descritiva da interface existente entre o tipo de AM na alta hospitalar dos recém-natos com AM na primeira hora de vida. A coleta dos dados se deu através da análise dos prontuários dos recém-natos internados no período de janeiro a junho de 2013 no Núcleo Perinatal - HUPE/ UERJ. Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 79 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) Conclusão Dos 342 partos realizados, 210 (61,4%) recém-natos foram amamentados na primeira hora. Saíram da maternidade em aleitamento materno exclusivo (AME) 245 (71,6%) recém-natos, 33 (9,6%) em AM complementar e 23 (6,7%) em aleitamento artificial. Do total de partos realizados 41 (11,9%) não tinham informações quanto ao tipo de AM ao deixar a maternidade. Através dos resultados apresentados verificamos que 100% dos recém-natos que foram amamentados na primeira hora saíram da maternidade em AM. Além deste quantitativo observamos também que 35 (26,5%) dos recém-natos que não foram amamentados na primeira hora também saíram da maternidade em AME. Esses resultados corroboram a importância de incentivar o aleitamento materno na primeira hora de vida. 99 A relação do aleitamento materno na primeira hora de vida com a via de parto Elizete Leite Gomes Pinto; Abilene do Nascimento Gouvêa; Ana Lúcia Freire Lopes; Mariana P. N. Fonseca; Thiago T. Panizzi; Viviane P. Silva Núcleo Perinatal/HUPE – UERJ Introdução Estudos científicos comprovam que o aleitamento materno tem inúmeras vantagens tanto para a saúde do bebê quanto para a da mãe. Diversas ações foram criadas visando o incentivo, o apoio e a promoção do aleitamento materno e umas dessas ações foi a criação da Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC). O quarto passo dos Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno da IHAC é “ajudar as mães a iniciar o aleitamento materno na primeira meia hora após o nascimento”, favorecendo uma maior interação entre o binômio e o aleitamento materno precoce. Objetivo Verificar a relação do aleitamento materno na primeira hora de vida com a via de parto em uma maternidade de alto risco do município do Rio de Janeiro. 80 revista.hupe.uerj.br Método É um estudo de caráter quantitativo descritivo que foi realizado através da análise dos prontuários dos recém-natos no período de janeiro a junho de 2013 no Núcleo Perinatal - HUPE / UERJ. Conclusão Quanto ao tipo de parto realizado no período do estudo, 145 foram partos normais e 197 partos cesáreos, totalizando 342 partos. Dos 145 recém-natos que nasceram de parto normal, 110 tiveram contato na primeira hora com o seio materno, e dos 197 que nasceram de parto cesáreo, 100 foram amamentados na primeira hora e destes, 76 foram encaminhados para Unidade Neonatal, devido a intercorrências. Do total de prontuários analisados, 41 possuíam dados insuficientes. Foi observada uma maior prevalência de aleitamento materno na primeira hora de vida nos recém-natos que nasceram através de parto normal. Embora no parto cirúrgico tenha sido menor a prevalência, deve-se ressaltar que 76 recém-natos apresentaram intercorrências clínicas no nascimento e que alguns dados foram inconclusivos por falta de registro adequado. 100 Impacto das Ligas de Cardiologia na prevenção primária e secundária das doenças cardiovasculares Eric Costa de Almeida; Camila Lima dos Santos; Mariana Ponte Mesquita; Igor Coutinho de Magalhães; Maria Clara Zampirolli; Denílson Campos de Albuquerque Liga de Cardiologia – FCM/UERJ Introdução A importância das ligas acadêmicas em projetos de conscientização dos pacientes de diferentes patologias tem sido relatada na literatura. Quanto às Ligas de Cardiologia, ainda não existe uma uniformização de conduta a ser tomada na abordagem dos diversos fatores de riscos cardiovasculares. Objetivo Avaliar o impacto de uma intervenção comuni- Medicina tária por uma Liga de Cardiologia quanto aos fatores de risco para doenças cardiovasculares (DCV) na prevenção primária e secundária dessas doenças, além de suas complicações, relevância da adesão ao tratamento e mudanças nos hábitos de vida. Método A pesquisa foi realizada por alunos de graduação (3º e 4º ano) do curso de Medicina da UERJ em agosto de 2012 e abril de 2013 em dois locais públicos na cidade do Rio de Janeiro: Largo do Machado e Quinta da Boa Vista. Inicialmente foi aplicado um questionário em 112 voluntários com abordagem aleatória em praça pública. Após o questionário foram aferidas a pressão arterial de todos os participantes, distribuídos folhetos explicativos referentes à campanha “Eu sou 12 x 8” da Sociedade Brasileira de Cardiologia e esclarecidas todas as questões abordadas no questionário. Foram avaliados os conhecimentos sobre as principais complicações da hipertensão arterial sistêmica (HAS), a prática de atividade física, e especificamente para os voluntários hipertensos quantos seguiam o tratamento medicamentoso. Conclusão A amostragem foi constituída de 61,82% do sexo feminino, com faixa etária entre 10-89 anos (média de 48 anos). Dos fatores de risco avaliados, 38,39% declararam-se diagnosticados com HAS. Dos declarados hipertensos, 25,58% dos pacientes desconhecem o seu conceito, 81,40% afirmaram seguir o tratamento medicamentoso regularmente e 27,91% passaram a praticar alguma atividade física regular após o diagnóstico. Das complicações da HAS, infarto agudo do miocárdio foi citado em 34,88%, acidente vascular cerebral em 51,16%, insuficiência renal crônica em 13,95% e aterosclerose dos vasos em 6,98% dos hipertensos. Uma primeira análise dos dados aponta um amplo desconhecimento, por grande parte dos entrevistados hipertensos, em relação aos conceitos básicos de sua doença e complicações. Portanto, é de fundamental importância o papel desempenhado pelas Ligas de Cardiologia em realizar atividades nas áreas de promoção, prevenção primária e secundária de DCV. As ligas devem procurar alternativas simples de estabelecer uma melhor abordagem e maior vínculo com o paciente a fim de garantir a adesão ao tratamento e assimilação dos conhecimentos. 101 O estilo de vida influencia no perfil dos pacientes submetidos à cirurgia cardíaca no HUPE Guilherme de Oliveira França; Alice Ricciardi Sampaio; Pedro Cruz Cherem; Bruno Cicero Teixeira; Guilherme Sá de Oliveira; Luisa Ribeiro de Meirelles UDA de Cirurgia Cardíaca/HUPE Introdução A presença de fatores de risco e comorbidades caracteriza-se como um dos principais fatores associados a um pior prognóstico clínico após realização de cirurgias cardíacas. Deste modo, uma avaliação pré-operatória dos fatores de risco associados às doenças cardiovasculares torna-se imprescindível para a identificação de pacientes, principalmente aqueles com risco cirúrgico aumentado. No entanto, em virtude das características inerentes ao sistema de saúde brasileiro, pouco se conhece sobre o perfil de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. Objetivo O objetivo do presente estudo foi investigar o perfil dos pacientes submetidos à cirurgia cardíaca no Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE). Método Trata-se de um estudo retrospectivo de caráter descritivo, envolvendo pacientes submetidos à cirurgia cardíaca no ano de 2013. A amostra foi composta por 12 pacientes, sendo nove homens com idade média de 59 ± 10 anos. Os dados foram coletados a partir dos prontuários médicos obtidos no setor de arquivos do hospital onde identificou-se as características demográficas e os principais fatores de risco associados às Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 81 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) doenças cardíacas. Foi considerado sobrepeso, um índice de massa corporal (IMC) > 25 e < 30 e obesidade ≥ 30 kg/m2 . Conclusão Dentre os principais fatores de risco, a hipertensão arterial foi a de maior prevalência, apresentando-se em 100% dos sujeitos, seguidas pela presença de sedentarismo (67%), diabetes mellitus (58%) e tabagismo (50%). A obesidade apresentou uma prevalência de 17% (36,3 ± 3,6 kg/m2) e sobrepeso de 75% (24,9 ± 1,7 kg/m2). A prevalência de três ou mais fatores de risco esteve presente em 67% da amostra estudada. Foi observado 16% de óbitos, sendo todos do sexo feminino. O presente estudo demonstrou uma elevada prevalência de fatores de riscos associadas às doenças cardiovasculares em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca do HUPE. Desta forma, confirma-se a importância do estilo de vida e de hábitos comportamentais na mitigação do prognóstico clínico destes pacientes. Programas que estimulem a adoção de um estilo de vida mais saudável tornam-se imprescindíveis em populações de risco como a do presente estudo. 102 Pesquisa de polimorfismo genético e evolução clínica de pacientes com insuficiência cardíaca e coronariopatia Gustavo Salgado Duque; Felipe Neves de Albuquerque; Roberto Pozzan; Ricardo Mourilhe Rocha; Dayse Aparecida da Silva; Denilson Campos de Albuquerque Serviço de Cardiologia/HUPE e Policlínica Piquet Carneiro – UERJ Introdução Relatos de associação entre polimorfismos genéticos da ECA e diferentes evoluções clínicas foram descritos em pacientes com insuficiência cardíaca (IC) e coronariopatia. O estudo do perfil genético da população local com as duas doenças torna-se necessário para verificar essa hipótese em nossa população. Estudos corroboram associação entre os genótipos dos polimor- 82 revista.hupe.uerj.br fismos da ECA e diferenças quanto à mudanças de classe funcional, além de pior evolução de sintomas e sobrevida, porém poucos estudos e com número pequenos de pacientes na literatura nacional e dados ainda mais escassos envolvendo pacientes isquêmicos e com IC. Objetivo Avaliar a frequência dos polimorfismos genéticos da enzima conversora de angiotensina em pacientes com insuficiência cardíaca de etiologia isquêmica de uma população do Rio de Janeiro e sua associação com a evolução clínica e desfechos clínicos, a saber: hospitalização por IC, emergência por IC e óbito por causa cardiovascular. Método Avaliação genética do polimorfismo I/D da ECA associada à análise de dados clínicos e laboratoriais de 99 pacientes. Analisamos os dados dos prontuários dos pacientes de forma retrospectiva, desde o início no serviço de cardiologia, até a última consulta, em abril de 2013, com criação de um banco de dados onde eram analisados os exames complementares e os dados de consulta, incluindo os dados na primeira e última consulta. Além disso, todos os pacientes tiveram, após assinarem o TCLE, análise de sangue do polimorfismo da ECA, inserção (I) ou deleção (D), de forma cega para o investigador. A análise estatística foi realizada usando o programa SPSS for Windows, versão 17.0, com teste de Tukey, teste do qui-quadrado, teste de correlação de Pearson, teste de regressão múltipla, teste de regressão logística e curvas de sobrevida de Kaplan-Meyer. As frequências gênicas e haplotípicas foram estimadas de acordo com Nei usando o software Arlequin versão 2000. Conclusão As frequências alélicas e genotípicas relacionadas ao polimorfismo genético da ECA encontradas diferem da literatura nacional e internacional, com apenas 3% da nossa população com genótipo II. Houve associação do polimorfismo genético da ECA com a evolução clínica: hospi- Medicina talização, emergência e óbitos cardiovasculares com relevância estatística, com pior evolução no genótipo DD, seguido do DI e melhor no II. O alelo D esteve associado de forma independente e estatisticamente significativa com os desfechos clínicos estudados. gravura e fala a respeito daquele alimento. A partir das informações trazidas por eles, são dadas orientações. Além disso, é explicado a respeito de hipertensão arterial e diabetes mellitus e como essas doenças estão relacionadas a hábitos não saudáveis. 103 Promoção de hábitos saudáveis como estratégia de prevenção da doença cardiovascular Conclusão Os responsáveis pelas crianças têm suas dúvidas esclarecidas e podem aprender um pouco mais sobre uma alimentação saudável e seus benefícios. Além disso, a troca de informações e experiências entre as pessoas possibilita um enriquecimento cultural e até mesmo pessoal dos participantes. A participação ativa e a satisfação com a atividade mostram sua importância para os integrantes. A atividade de educação em saúde visa à prevenção da obesidade infantil, componente da síndrome metabólica (obesidade, hipertensão arterial, dislipidemia e alteração do metabolismo da glicose). Para isso, a discussão do assunto com os pais é de extrema importância na tentativa de se estabelecer um estilo de vida saudável. Para os estagiários de medicina, o projeto é uma excelente oportunidade de aprender mais sobre o tema, enriquecer a sua formação profissional a partir do convívio com as diferentes categorias profissionais da área da saúde, além de contribuir para uma visão integral do cuidado em saúde e ser ainda oportunidade de iniciar o acolhimento médico‑paciente. Isabela Tamiozzo Serpa; Mariana Mendes Bastos Figueiredo; Isabel R. Madeira; Márcia P. F. Gomes; Ana Paula Pereira da Silva; Léa dos Santos Leal Ambulatório de Pediatria/HUPE Introdução Atualmente, observa-se um aumento na prevalência da obesidade, inclusive na faixa etária infantil. Correlacionando-se à outras alterações, como hipertensão arterial, dislipidemia e intolerância à glicose, a obesidade atua como importante fator de risco para doença cardiovascular. Sendo assim, uma atividade de educação em saúde que visa à discussão de estilos de vida saudáveis na família é de extrema importância como estratégia de prevenção. Objetivo O objetivo do presente trabalho é apresentar uma atividade de educação em saúde em obesidade infantil, voltada aos responsáveis das crianças do Ambulatório de Pediatria Geral, inserida num Projeto de Estágio Interno Complementar para graduandos da FCM. Método A atividade faz parte de um projeto de Estágio Interno Complementar para alunos da FCM e ocorre mensalmente, na sala de espera do Ambulatório de Pediatria Geral. O público alvo é composto pelos responsáveis das crianças e é abordada pela equipe multidisciplinar a importância de se ter hábitos saudáveis de vida, focando na alimentação da família. Para isso, algumas ferramentas são utilizadas, como um painel com números que escondem gravuras de alimentos. Cada participante escolhe uma 104 Liga de Trauma e emergência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro Izabella Chaves Silva Pinto; Maria Cristina Araújo Maya; Pablo Ricardo da R. Costa; Thatiany Magda Alves da Silva; João Batista R. da F. Filho; Carolina Couto e Costa Departamento de Cirurgia Geral/HUPE Introdução A LTE foi criada em 2006 com o intuito de estimular o conhecimento dos acadêmicos de Medicina da UERJ acerca de um assunto de extrema importância e que não é abordado de Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 83 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) forma mais aprofundada na grade curricular: o trauma. Por meio das aulas teóricas e práticas, os ligantes são preparados para atuar em serviços de emergência e ajudar a comunidade. Os alunos de medicina são mobilizados e orientados em prol da luta pela prevenção, atendimento pré e intra-hospitalar das urgências e emergências e a recuperação do trauma, na medida de suas limitações como entidade universitária, prestando e aceitando para tanto a colaboração de entidades afins. Objetivo Preparar os alunos do curso de Medicina para atendimentos de emergência no âmbito pré‑hospitalar (BLS e PHTLS) e intra-hospitalar (ATLS e ACLS), além de torná-los propagadores do conhecimento; promover trabalhos de prevenção do trauma e primeiros socorros na comunidade; produção de trabalhos científicos e pesquisas na área de prevenção ao trauma. Método Dois anos de curso para alunos a partir do terceiro ano do curso médico com módulos teóricos de trauma e emergência, com aulas ministradas por professores especialistas para cada tema, além de aulas práticas de sutura, intubação e extricação. O segundo ano da Liga é composto por aulas teórico-práticas no setor do Politrauma do Hospital Municipal Miguel Couto. Em 2013: participação do curso de suturas promovido no XII Congresso Médico dos Hospitais Públicos de Emergência do Rio de Janeiro, por meio do envio de monitores; auxílio na organização do Pré-CoLT 2013 no Rio de Janeiro; realização do Curso Integrado de Primeiros Socorros (CIPS) com aulas teórico-práticas de BLS e extricação; aulas práticas de intubação orotraqueal; aula de salvamento aquático com Szpilman; projetos em andamento: “Casa segura: prevenção de acidentes com idosos e crianças”, “Socorrista Júnior: ensinando crianças a técnica do BLS”; “Primeiros socorros” e “ Luz, câmera, BLS e ação!”. Conclusão Os alunos que já participaram demonstraram 84 revista.hupe.uerj.br grande aproveitamento científico e amadurecimento pessoal e profissional, acumulando um conhecimento que os possibilitará uma atuação mais qualificada no trauma. O desenvolvimento de projetos pelos ligantes é parte fundamental na capacitação para produção de atividades de prevenção junto à comunidade, possibilitando que o aprendizado teórico da Liga possa ser aplicado por meio de um olhar crítico, conjugando o saber médico à vivência diária com os pacientes. 105 Epidemiologia da sepse grave no Hospital Universitário Pedro Ernesto Jéssica Rosa de Oliveira; Catherine da Cal Valdez; Thereza Cristina Ferreira Camello; Mario Castro Alvarez Perez; Sergio Cunha; Paulo Vieira Damasco Comissão de Controle de Infecção Hospitalar/ Faculdade de Ciências Médicas (FCM)/HUPE Introdução A sepse constitui a principal causa de morte nas UTIs do Brasil e a mortalidade no país é superior à média mundial. Com objetivo de reduzir essas taxas, foi criado no HUPE, um grupo de profissionais para uniformizar as condutas médicas na sepse grave (SG). Objetivo Descrever a epidemiologia da SG no HUPE. Método O conceito de sepse foi definido conforme Guideline 2013. A análise estatística foi realizada através do Microsoft Excel®, a partir dos dados de pacientes internados no período de setembro de 2012 a maio de 2013. Conclusão Analisaram-se 89 pacientes com SG, 47 (52,8%) masculinos, com uma mediana de idade de 63 anos e de Apache II de 21. Nos 32 pacientes com sepse comunitária, a letalidade foi de 56,2% enquanto nos 57 pacientes com sepse hospitalar atingiu 63,1%. No grupo de SG, 51% apresentaram choque séptico, 58,5% entraram no protocolo de vasopressores e 35,1% entra- Medicina ram no protocolo de corticoterapia. O grupo de sepse hospitalar em uso de corticoterapia foi o de maior mortalidade ODD 3,2 (IC 95% 1,0 - 9,7, p = 0,03). Os principais focos de infecção foram: pulmonar (45,7%), urinário (17,0%) e abdominal (14,8%). A prevalência de hemoculturas positivas foi de 25,8% e identificou-se 23 microrganismos, sendo 65,2% bacilos Gram-negativo (BGN), 21,7% cocos Gram-positivos e 13,6% fungos. Os principais foram: K.pneumoniae (21,7%), E.coli (17,3%), Candida spp (13,0%), Proteus mirabilis (8,6%), Enterobacter cloacae (8,6%), Citrobacter (4,3%), P.aeruginosa (4,3%), S.pneumoniae (4,3%), S.aureus (4,3%), S.agalactiae (4,3%), SCN (4,3%) e VRE (4,3%). Os principais gatilhos da sepse no HUPE foram as enterobactérias, com destaque para K.pneumoniae. Foi possível analisar a adequação dos antimicrobianos em 11 casos com hemoculturas verdadeiramente positivas. Entretanto, encontrou-se 27,2% de inadequações: um paciente com sepse por VRE, outro com bacteremia por SCN e uma infecção por KPC. Nesta série de casos de SG, apenas 39,4% sobreviveram, sendo que os pacientes com sepse hospitalar, em uso de corticoide, foram os que tiveram maior mortalidade. A prevalência de hemoculturas positivas foi de 25,8% e os principais microrganismos responsáveis foram os BGN (65,2%), sendo que a Candida spp foi o terceiro agente identificado. Em 2008, pesquisadores da FCM analisaram 47 pacientes do HUPE com sepse, em que 57% das infecções eram por BGN e a taxa de sobrevida foi de 52%. Isso demonstra a importância destes microrganismos na patogenia da sepse e o aumento da mortalidade por SG no HUPE. 106 Treinamento do Corpo Salva Guarda da comunidade Babilônia Jurraine Herculano Pereira; Maria Cristina Araújo Maya; Carolina Couto e Costa; Izabella Chaves Silva Pinto; Rachael de Vasconcelos Alves Vieira Lima Departamento de Cirurgia Geral/HUPE Introdução A Comunidade da Babilônia está localizada no Morro da Babilônia, no bairro do Leme na cidade do Rio de Janeiro. Hoje faz parte das comunidades que já receberam a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Os integrantes da comunidade se juntaram para criar um Corpo Salva Guarda o qual ajudaria pessoas debilitadas ou que passem mal repentinamente a chegar rapidamente em um serviço médico. Objetivo Treinamento do Corpo Salva Guarda da comunidade Babilônia para atendimento de emergência no âmbito pré-hospitalar, através do Suporte Básico de Vida (BLS), sendo capazes de prestar o auxílio inicial para qualquer adversidade dentro da comunidade. Método O Corpo Salva Guarda da comunidade da Babilônia é composto por 20 integrantes. O treinamento consiste em um dia de aulas teórico-práticas de BLS, com uso de bonecos simuladores para reanimação cardiopulmonar, e prancha de imobilização para o ensino da extricação, ministradas por alunos de medicina pertencentes à Liga de Trauma e Emergência da UERJ sob supervisão dos médicos orientadores. Conclusão O treinamento ocorreu sem intercorrências e com boa resposta por parte do Corpo Salva Guarda, que ampliou seus conhecimentos em relação à prestação de primeiros socorros e possibilitou que os mesmos praticassem a teoria aprendida. Houve um crescimento intelectual, maior capacitação e preparação do Corpo Salva Guarda para as emergências que certamente aparecerão na comunidade. É de extrema importância que o grupo responsável por fazer o primeiro contato com esses pacientes se encontre preparado e seguro para atuar, o que é mais facilmente atingido após o treinamento qualificado. Sendo assim, não somente o Corpo Salva Guarda é beneficiado, como também toda a Comunidade da Babilônia. Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 85 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) 107 Relato de caso: síndrome oculoglandular de Parinaud causada por esporotricose Lana Sayuri Makita; Carla Cristina Gaudereto Duarte Galvão; Luiz Fernando Régis-Pacheco; Maria Tereza de Andrade Silveira Departamento de Oftalmologia Introdução A esporotricose é uma zoonose epidêmica no estado do Rio de Janeiro. É uma doença transmitida pelo gato, acometendo aproximadamente 2.200 humanos e 3.244 gatos até dezembro de 2009. A doença cutâneo-linfática é a forma mais comum de apresentação em humanos. A esporotricose ocular é uma doença rara, que pode se apresentar como a síndrome oculoglandular de Parinaud (SOGP), acometimento conjuntival associado a adenomegalia. A SOGP é mais comumente descrita acompanhando a bartonelose, causada pelo Bartonella henselae. Nessa apresentação, abordaremos a SOGP causada pela esporotricose. Objetivo Apresentar um relato de caso de paciente do serviço de Oftalmologia portando a síndrome oculoglandular de Parinaud por Sporothrix spp. Método Relato de caso do diagnóstico, tratamento e evolução da doença. Conclusão Paciente segue em acompanhamento no serviço de Oftalmologia há um mês, realizando tratamento oral com Itraconazol 200 mg/dia. Apresenta melhora evolutiva de suas lesões cutâneas e oculares. 108 Perfil de crianças com doenças crônicas vítimas de violência em um hospital universitário Larissa V. da Conceição; Stephanie Cathren F. dos Santos; Ana Tereza M. S. de Moura; Ricardo M. R. Rafael; Nathalia V. Melo Faculdade de Ciências Médicas (FCM)/UERJ 86 revista.hupe.uerj.br Introdução A violência familiar tem suscitado a necessidade de uma abordagem diferenciada no âmbito da saúde. A detecção precoce da violência familiar ainda é um desafio e as crianças vítimas costumam percorrer um longo caminho nos serviços de saúde até que a situação seja evidenciada. A mudança no perfil de comorbidades na prática pediátrica vem exigindo um esforço para atender as necessidades de crianças portadoras de doenças graves, de evolução crônica e que necessitam de múltiplos cuidados especializados. Existe ainda a necessidade extrema de uma avaliação integral e acompanhamento multidisciplinar a essas crianças por estarem mais vulneráveis à vitimização, sendo oportuna a reflexão sobre as práticas de saúde oferecidas em hospitais e a inserção de tecnologias leves compondo o atendimento. Objetivo Este projeto faz parte de uma linha de investigação iniciada em 2001 e tem como objetivo principal conhecer os caminhos percorridos pelas crianças vítimas de violência e suas famílias até a sua detecção e identificar a ocorrência de comorbidades ou necessidades especiais em saúde entre as crianças atendidas no AF o que pode tornar o seu acompanhamento ainda mais complexo. Por fim, também pretende avaliar em uma segunda etapa do projeto, a prevalência da violência em pacientes com doenças crônicas atendidas em ambulatórios de especialidade. Método Trata-se de um estudo do tipo transversal, com aplicação de questionários aos responsáveis pelas crianças atendidas nos ambulatórios de pediatria do HUPE e obtenção de informações a partir de prontuários. Será utilizado um banco de dados como ferramenta, a fim de gerar o perfil das crianças que sofrem violência familiar e são portadoras de doença crônica. Conclusão No trabalho foram avaliados 128 prontuários. O perfil encontrado foi: 52,6% de meninas e com idade entre cinco e nove anos (62,3%). As infor- Medicina mações foram obtidas a partir de informações disponíveis no prontuário do Ambulatório da Família (97,4%). Quanto aos tipos de violência, violência física foi prevalente em 58%, a sexual em 30,5%, psicológica em 27,8% e negligência em 23,6%. Das crianças que participaram do estudo 29,8% acompanhavam no serviço de psicologia, 16,7% de fonoaudiologia, 14,9% de nutrição, 50% de neurologia, 28,5% de nefrologia e 25% nos serviços de genética de follow-up. O estudo concluiu que as crianças com doença crônica acompanham com frequência na psicologia e neurologia pediátrica e sofrem mais frequentemente violência física não havendo diferença significativa entre os sexos. 109 Alimentação infantil: obesidade não é brincadeira Larissa V. da Conceição; Sabrina P. A. Gomes; Kelly Cristina de A. Monteso; Isabel R. Madeira; Isabor da C. Sant’anna; Eduardo B. Pieranti Faculdade de Ciências Médicas (FCM)/UERJ Introdução A obesidade infantil tem aumentado nas últimas décadas no mundo, entretanto, ainda não temos um plano terapêutico eficaz para seu controle. Objetivo Objetivou-se analisar o número de crianças que estão sendo afetadas por esse mal na comunidade do Salgueiro e informar aos pais o perigo da obesidade. Tal pesquisa foi realizada pela Liga de Pediatria da UERJ no projeto “Tocando Saúde no Salgueiro”, em 2011. Método Foi montada uma tenda no pátio da associação de moradores da comunidade e avaliamos 120 crianças entre um e dezessete anos. Houve exposição sobre conceitos de alimentação saudável em informativos e atividades lúdicas. Tiveram peso e altura medidos, respectivamente, com uma balança analógica 150 kg/100 g e com um estadiômetro de parede. O IMC e as grandezas foram calculados e plotadas em gráficos de Z-Score (OMS). Foram aconselhadas mudanças de hábito à criança e seu responsável caso suas medidas e gráficos estivessem fora da faixa de normalidade de peso ou IMC. Conclusão Das 120 crianças participantes do projeto, 0,83% da faixa estaria lactente (uma criança de um ano), 25,83% pré-escolar (31 crianças), 20% escolar (24 crianças) e 53,33% adolescente (64 adolescentes). Sendo que 74,1% (89 participantes) estavam na faixa de normalidade para peso e IMC; 15 % (18 participantes) com baixo peso; 3,34% (4 participantes) com sobrepeso e obesidade; 1,67% (2 participantes) com risco de sobrepeso e magreza extrema; 0,84% (1 participante) com obesidade extrema. Apesar da prevalência crescente de obesidade infantil no Brasil e no mundo, a pesquisa demonstrou um acentuado índice de crianças abaixo do peso ideal, segundo os padrões da OMS. Portanto, é fundamental a orientação pelos profissionais de saúde acerca da alimentação adequada de acordo com a faixa etária e condições sociais da criança ou adolescente. 110 A utilização de atividades lúdicas no incentivo à prevenção da obesidade infantil Mariana Mendes Bastos Figueiredo; Isabela Tamiozzo Serpa; Isabel Rey Madeira; Candida Mirian de Vasconcelos Santos; Vera Lucia Hernandes de Oliveira; Joanathan Santos Garrido Serviço da Pediatria Geral/HUPE Introdução Atualmente, observa-se um aumento na prevalência da obesidade, inclusive na faixa etária infantil. Correlacionando-se com outras alterações metabólicas, como hipertensão arterial, dislipidemia e intolerância à glicose, a obesidade atua como um importante fator de risco para doença cardiovascular. Objetivo O objetivo do presente trabalho é apresentar uma atividade de educação em saúde em obesidade infantil, voltada para crianças, inserida num Projeto de Estágio Interno Complementar Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 87 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) para graduandos da Faculdade de Ciências Médicas da UERJ. Método A atividade faz parte do Estágio Interno Complementar e ocorre na sala de espera do Ambulatório da Pediatria Geral. Tem como público-alvo as crianças. São realizadas, na brinquedoteca, atividades lúdicas como “contar histórias” voltadas para o tema obesidade infantil e estilo de vida saudável, brincadeiras que valorizam a atividade física e a degustação de alimentos saudáveis. Ao final, as crianças avaliam as atividades realizadas através do desenho de “carinhas”: excelente, bom, regular e ruim. São ainda entregues brindes que valorizam os hábitos saudáveis, como pular corda. Concomitantemente, os responsáveis permanecem reunidos em outro cenário, em outra atividade que também visa à prevenção da doença cardiovascular. Após isso, os responsáveis vão à brinquedoteca para também participar de algumas atividades, como a degustação. Conclusão O aproveitamento durante as atividades é ótimo, e a avaliação feita pelas crianças também mostra como as tarefas são bem aceitas e alcançam seus objetivos. Elas passam a conhecer mais sobre a alimentação saudável e os benefícios da atividade física. Podem ainda experimentar novos alimentos que não conheciam e outros que diziam não gostar. A estratégia de utilização de atividades lúdicas é de extrema importância para a promoção da saúde junto a essa faixa etária. Não só as crianças são beneficiadas, como também a equipe responsável pela realização das tarefas. Assim, os estagiários de medicina enriquecem o seu conhecimento e a sua formação profissional através do contato com outras categorias profissionais da área de saúde. Além disso, vivenciam uma experiência que contribui para uma visão integral do cuidado em saúde e tem a oportunidade de proporcionar o acolhimento ao paciente. 111 Curso de primeiros socorros para leigos 88 revista.hupe.uerj.br Mariana Mendes Bastos Figueiredo; Thatiany Magda Alves da Silva; Jurraine Herculano Pereira; Pablo Ricardo da Rosa Costa; João Batista Ramos da Fonseca Filho; Maria Cristina Araújo Maya Departamento de Cirurgia Geral/HUPE Introdução Anualmente, milhares de pessoas se acidentam nas ruas, rodovias ou em casa. Geralmente, são quedas, queimaduras, envenenamentos, cortes, choques, exigindo na maioria das vezes socorro imediato. É marcante na personalidade da população brasileira o forte sentimento de solidariedade, porém, não basta o querer ajudar se, muitas vezes, não temos condições para tal. O indivíduo que tem a intenção de ajudar, porém não tem o conhecimento, pode agravar o estado de saúde de uma vítima de acidente, ou até mesmo, colocar em risco a própria vida. Objetivo O curso, que faz parte dos projetos de extensão da Liga de Trauma e Emergência da UERJ (LTE), orienta a população quanto aos principais acidentes e situações na qual poderão se encontrar, e principalmente orienta quanto às medidas que deverão ser tomadas. Os seguintes temas são abordados: queimaduras, fraturas, picadas de animais peçonhentos, estancamento de hemorragias, choque elétrico, asfixia, e principalmente, a importância da ativação do sistema de saúde. Prático e com uma linguagem simples, este curso apresenta a forma correta de realizar procedimentos tão importantes que são os primeiros socorros. Por primeiros socorros, entendemos os procedimentos adotados, antes da chegada do médico, de um profissional qualificado da área da saúde ou da ambulância, quando uma pessoa é vítima de qualquer acidente, apresentando grande potencial de salvar vidas. Método Os ligantes da LTE são, primeiramente, instruídos de modo a passarem o conhecimento adiante, de forma simples, para que o leigo (não profissional da saúde) compreenda. São realizadas simulações ao vivo, além da utilização de Medicina banners e da distribuição de flyers, contendo os principais procedimentos e “o que não se deve fazer” em caso de acidentes. O público-alvo participa de maneira ativa e tem a oportunidade de tirar quaisquer dúvidas sobre o assunto. Conclusão É importante que o leigo tenha noções de primeiros socorros, pois a probabilidade de existir um profissional da saúde no momento de um acidente é muito pequena. Tendo noções sobre o que fazer, o leigo terá a oportunidade de diminuir sequelas ou aumentar as chances de sobrevivência de um acidentado, enquanto a equipe de saúde ativada não chegue ao local. O projeto de primeiros socorros visa espalhar tal conhecimento e, consequentemente, ajudar a salvar vidas. 112 Perfil clínico epidemiológico das pacientes portadoras de efusão mamilar no Hospital Universitário Gafrée e Guinle Najla Marques de Oliveira Mattar; Marco Felipe Franco Rosa; Lucas Delmonico; Gilda Alves Brown; Carolina Maria de Azevedo Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) Introdução O câncer de mama é uma das principais causas de morte entre mulheres. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) prevê 52.680 novos casos em 2012 no país, risco de 52/100.000 mulheres. A efusão mamilar (NAF – Nipple Aspirate Fluid) é descrita em 10-15% das mulheres com doença benigna da mama e 2,5-3% das mulheres com carcinoma mamário. O sintoma mais frequente depois do nódulo é dor mamária, com incidência de 4,8-7,4%. Classificada macroscopicamente em leitosa, esverdeada, castanha, sanguínea, serosa, turva ou purulenta. A importância de derrames sanguíneos deve-se à associação com papiloma intracanalicular e carcinoma papilífero. Há relação com câncer de mama quando abundante, cristalino ou sanguinolento, unilateral, exteriorizando-se por ducto único. Em homens, tal relação é maior que em mulheres, engloba 20% dos acometidos, predominando aspecto hemorrágico. Objetivo O estudo propôs traçar o perfil clínico-epidemiológico das pacientes com NAF atendidas na radiologia do HUGG e estabelecer relações com fatores de risco, colaborando na detecção precoce de lesões malignas da mama e ampliando estudo de um sintoma pouco abordado na literatura. Método Selecionaram-se pacientes com NAF espontânea ou provocada na mamografia, de qualquer aspecto, exceto leitoso. Participaram 98 mulheres maiores de 23 anos. Colheu-se material pela compressão da mama realizando estudo citológico e proteico. Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HUGG e INCA. Conclusão Incluídas 98 pacientes, das quais 81,6% realizaram mamografia e 64,2% a USG. Faixa etária entre 23/77 anos, 70,7% entre 41-60 anos. A maioria não fumante, não utilizou terapia de reposição hormonal ou método contraceptivo. Constatou-se baixo número de história familiar de CA mama. Não houveram diferenças clínicas nas pacientes com efusão não patológica das patológicas, das quais 37% estavam entre 41-60 anos. O estudo é um dos pioneiros a delinear tal perfil nas portadoras de NAF, evidenciando a prevalência de fatores de risco e detecção precoce do câncer de mama neste grupo. Os resultados apontam cuidado ao rastrear neoplasias da mama em pacientes maiores de 40 anos, justificado pela alta incidência de efusão patológica neste grupo. O número de mamografias Birads-0 alerta sobre possibilidade de patologia mamária subjacente aos achados radiográficos, necessitando exames adicionais (USG) cujos achados foram majoritariamente benignos. Tal incerteza diagnóstica instiga buscar novos campos de investigação patológica, dando ênfase ao poder diagnóstico da análise molecular do NAF. Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 89 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) 113 Eficácia do programa de reabilitação cardíaca do HUPE: análise das variáveis fisiológicas obtidas em teste ergométrico Pedro Cruz Cherem; Bruno Cícero Teixeira; Alice Ricciardi Sampaio; Guilherme de Sá Oliveira; Guilherme de Oliveira França; Luisa Ribeiro de Meirelles UDA de Cirurgia Cardíaca/HUPE Introdução As doenças cardiovasculares são as causas mais comuns de morbimortalidade, destacando-se a doença arterial coronariana (DAC). Uma das intervenções terapêuticas é a cirurgia cardíaca, caracterizada por um procedimento de risco e um pós-operatório crítico, com possibilidade de complicações. A prática de exercício físico na RC contribui para melhorar o prognóstico desses pacientes. Objetivo O objetivo do estudo foi verificar as alterações fisiológicas de pacientes do programa de RC do HUPE, através dos testes de esforço efetuados antes, e após três e seis meses do início do programa. Método Participaram 25 sujeitos (sendo 18 homens) com 63,9 ± 8 anos, todos sedentários e possuíam DAC, destes 64% infarto agudo do miocárdio, 16% insuficiência cardíaca, 80% hipertensos, 24% diabéticos, 56% ex-tabagistas e 72% história familiar de doenças cardiovasculares. Foram submetidos ao programa de RC, constituído de 24 semanas, três sessões semanais de 60 min, correspondentes a 30 de exercício aeróbio e 30 de exercício resistido. Conclusão Houve redução significativa (P < 0,05) do duplo produto (DP) de repouso (9768 ± 1146; 8160 ± 1429; 7404 ± 1206 bpm.mmHg) no primeiro, segundo e terceiro testes, respectivamente. A pressão arterial sistólica (PAS) de repouso reduziu de forma significativa (130,8 ± 11,1; 116,6 ± 11,2; 114,7 ± 7,4 mm/Hg). A FC no pico do 90 revista.hupe.uerj.br esforço não apresentou alteração significativa. A PAS máxima sofreu decréscimo não significativo, (156,8 ± 27,4; 156,6 ± 26,8; 155,3 ± 22 mm/ Hg), igual ao DP máximo (18886 ± 5433; 19019 ± 6953; 19640 ± 5810 bpm.mmHg). O MET máximo aumentou significativamente, (7,4 ± 2,1; 8,6 ± 2,4 e 9,5 ± 2,6 ml.kg.min), igual ao volume máximo de absorção de oxigênio (26 ± 7,5; 30,5 ± 8,4; 33,5 ± 9,2 ml.kg/min). Os resultados não significativos podem ter sido subestimados por influência de um teste de esforço submáximo. Porém, os dados gerais indicam um prognóstico mais favorável da doença, através de uma maior facilidade e segurança na execução de atividades cotidianas, contribuindo positivamente para uma melhor qualidade de vida. 114 Prevenção de acidentes domésticos com crianças – casa segura Rachael de Vasconcelos Alves Vieira Lima; Sara Costa Raoux Lemos; Jurraine Herculano Pereira; Fabiana da Silva Madeira; Izabella Chaves Silva Pinto; Maria Cristina Araújo Maya Departamento de Cirurgia Geral/HUPE Introdução Os acidentes ou lesões não intencionais representam a principal causa de morte de crianças de um a quatorze anos no Brasil. No total, mais de 5 mil crianças morrem e cerca de 137 mil são hospitalizadas anualmente. Afogamentos, sufocação, queimaduras, quedas e intoxicações juntos somam, em média, 52% em cada ano, sendo acidentes que comumente ocorrem em casa. O objetivo do presente trabalho é mostrar a familiares e cuidadores alternativas de como deixar a casa segura para crianças a fim de prevenir acidentes domésticos, bem como orientá-las sobre possíveis perigos dentro de casa e como podem evitar acidentes. Objetivo Mostrar a familiares e cuidadores alternativas de como deixar a casa segura para crianças a fim de prevenir acidentes domésticos com elas, bem como orientá-las sobre possíveis perigos Medicina dentro de casa e como podem evitar acidentes. Faculdade de Ciências Médicas (FCM)/UERJ Método Confecção de uma maquete com pontos destacados em locais potencialmente perigosos, os quais devem ser identificados pelas crianças, que respondem o motivo do perigo e como evitar acidentes naquele local. Quando algum ponto de potencial perigo não é identificado pelas crianças, os monitores o fazem, explicam de forma lúdica o motivo do perigo e como prevenir acidentes naquele local. Introdução O acolhimento é uma ação de inclusão que não se esgota no momento do atendimento, mas deve ocorrer em todos os locais e momentos dos serviços de saúde. O PAMI é o Primeiro Atendimento do Ambulatório de Medicina Integral (AMI), onde o acolhimento é aplicado como ferramenta de escuta, construção de vínculo e acesso com responsabilização e resolutividade. Conclusão O projeto foi apresentado no Espaço Atividade: Aprendendo Brincando, durante o 49° Congresso Científico do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE). Passaram pelo local 150 crianças, alunos de escolas públicas do Rio de Janeiro trazidas em excursão. As crianças foram capazes de, interativamente, através da maquete, mostrarem seus conhecimentos sobre os perigos e as que não os conheciam foram orientadas. Diversas dúvidas foram elucidadas e acreditamos que a orientação dada às crianças foi de grande importância na prevenção. Além disso, as crianças foram orientadas a se tornarem disseminadoras do conhecimento adquirido com pessoas de seu convívio. Acidentes podem ser evitados e o melhor meio de se conseguir isso é educando a população, tanto os pais quanto as crianças, através de medidas preventivas. A Liga de Trauma e Emergência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (LTE-UERJ) acredita que é relevante que o conhecimento de métodos preventivos seja estendido ao meio social, buscando a melhor forma de conscientizar a população sobre os riscos de acidentes domésticos, que são, sem dúvida, preveníveis. 115 Acolhimento no PAMI – o primeiro contato do aluno de Medicina Rachel Tiemi Kagohara de Hollanda Cavalcanti; Thais de Medeiros Batista; Sarah Graziela Pini de Souza; Rosimere J. Teixeira; Francisco Barbosa Objetivo Nosso objetivo foi descrever o primeiro contato do aluno de medicina com o atendimento ambulatorial. Método Este estudo foi realizado com base em 23 consultas do PAMI, entre 25/03 até 13/05/2013, às segundas-feiras, pelos alunos do segundo ano de Medicina. O atendimento foi realizado por 2-3 alunos sob a supervisão de um preceptor através de uma ficha SOAP. Esta ficha dá ênfase às informações: subjetivas – demanda, trajetória assistencial, itinerário terapêutico, história familiar, social e pregressa; objetivas – exame físico e exames complementares; avaliação de riscos – adoecimento agudo, doenças crônicas, problemas psicossociais, necessidades não-percebidas; plano de acolhimento – marcação de consulta no AMI; encaminhamento para PSF ou outros serviços; conduta terapêutica, etc. Conclusão O perfil dos pacientes atendidos no PAMI foi de predomínio do sexo feminino (17 mulheres e 6 homens) e de idosos (11 maiores de 60 anos, nove entre 20-59 anos e um de 18 anos; dois não tiveram idade registrada). A maioria era proveniente de bairros da Baixada Fluminense e zona norte (9 e 8, respectivamente). Dois vinham de outros municípios, dois da zona oeste e apenas um da zona sul. Dos 23 pacientes, apenas três não faziam uso de medicamentos. Na avaliação de risco observamos que 17 pacientes apresentavam doenças crônicas, sendo a doença cardiovascular mais prevalente (13). Três pacientes apresentavam problemas psicossociais Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 91 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) como ansiedade e depressão. Quase metade (11) já utilizava os serviços no HUPE, enquanto os demais eram provenientes de serviços de saúde externos. Neste cenário do PAMI, os alunos podem praticar o conceito de acolhimento e perceber que o atendimento deve ir muito além da abordagem tradicional e que o médico tem papel fundamental neste processo ao estabelecer um vínculo e demonstrar preocupação com a pessoa como um todo. Ficou claro, no decorrer da prática dos atendimentos, que as necessidades das pessoas, muitas vezes, se encontravam nas esferas psicológicas ou sociais. Desta forma, uma abordagem centrada na pessoa é essencial para o sucesso do plano terapêutico. 116 Coleta de papel para reciclagem: uma prática sustentável e solidária Dalila P. P. da Silva; Luciana G. Assad; Paula Raquel dos Santos; Rayanni S. Teixeira; Louise B. Mendes; Antônio A. B. de O. Junior Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) Introdução Conciliar o processo de trabalho às ações de proteção ao meio ambiente através da utilização responsável de insumos, o reconhecimento dos sujeitos quanto suas responsabilidades como potenciais geradores e a adoção de práticas sustentáveis no ambiente de trabalho são um grande desafio. O projeto de extensão “A reciclagem na coleta de papel na Faculdade de Enfermagem e no Hospital Universitário: uma prática de ensino, extensão e pesquisa” foi a estratégia encontrada em 2010 para promoção de uma prática sustentável, solidária e responsável nestas unidades. Objetivo Implantar a coleta seletiva solidária de papel para reciclagem no Hospital Universitário e na Faculdade de Enfermagem, promovendo educação permanente. Método O projeto conta com a participação de bolsistas, acadêmicos da graduação de enfermagem. No 92 revista.hupe.uerj.br hospital participam 36 setores divididos em administrativos e assistenciais. Na faculdade de enfermagem foram selecionadas 29 unidades para implantação do projeto. Atendendo a proposta de educação permanente são elaboradas ações educativas, seminários e treinamentos que promovem a sensibilização, reflexão, capacitação e formação de multiplicadores. Instrumentos como questionários e inspeções contribuem para o monitoramento e construção de indicadores. Conclusão Parceria com a Prefeitura dos campi resultou na aquisição de lixeiras e contentores para acondicionamento e transporte do papel coletado no hospital. No início, somente o papel branco era coletado. Em 2011 foram incluídos o papel misto e papelão. Questionário aplicado em janeiro de 2013 aponta que 100% dos funcionários avaliam como importante a implantação de um programa para reciclagem e 96% mantinham-se motivados a colaborar com o projeto. Em 2012 e até junho de 2013, respectivamente, foram coletados 20.000 kg e 19.722 kg de papel. A coleta para reciclagem como prática sustentável e solidária é uma realidade. As instituições estão comprometidas a integrar a conscientização ambiental, para promoção de um gerenciamento adequado destes resíduos, com comprometimento social já que a coleta seletiva de papel solidária permite o acesso desse segmento de trabalhadores à cidadania, à renda e inclusão. As comunidades envolvidas estão cada vez mais sensibilizadas com a temática, a julgar, pela participação nos eventos programados e a motivação traduzida por seu voluntariado em contribuir com o processo de coleta e o aumento de papel coletado promovido pela extensão do projeto. 117 Síndrome metabólica e leptina em crianças pré‑púberes com excesso de peso Rebeca Mathias de Queiroz Ribeiro; Isabel Rey Madeira; Maria Alice Neves Bordallo; Nádia Cristina Pinheiro Rodrigues; Fernanda Mussi Gazolla; Cecilia Noronha de Miranda Carvalho Medicina Faculdade de Ciências Médicas (FCM)/UERJ Introdução A obesidade atinge a população cada vez mais precocemente, tendo papel central na fisiopatologia dos componentes da síndrome metabólica (SM), que agrega fatores de risco para doenças cardiovasculares (DCV). O tecido adiposo tem função endócrina secretando substâncias, como a leptina, relacionada à resistência insulínica. Em crianças não há consenso para definir SM, e a leptina poderia auxiliar na detecção do grupo de risco para DCV. Objetivo Avaliar o melhor ponto de corte da leptina na identificação da SM em crianças impúberes com excesso de peso e avaliar a associação entre leptina e SM. Método O estudo incluiu 275 crianças (160 H, 115 M), com média de idade 93,72m ± 17,79, 65 eutróficas, 46 com sobrepeso e 164 obesos, segundo OMS. A definição de SM foi adaptada da International Diabetes Federation. Para cada valor de leptina dosado foi estimado sensibilidade e especificidade para SM. Uma curva ROC foi construída com estes valores. Foi ainda avaliada associação entre leptina aumentada e SM (regressão logística), ajustando-se por sexo e idade. Conclusão A acurácia da curva ROC foi 68%, o melhor ponto de corte de leptina 12,3 ng/mL (sensibilidade 85,3%, especificidade 63,5% e índice de Youden 0,488). O modelo logístico mostrou que leptina e idade se associam com SM (p 0,0004, OR 1,03, IC 1,01-1,06; p 0,0009, OR 1,06, IC 1,01-1,06). Com a prevalência crescente da obesidade infantil e consequente aumento da morbimortalidade por DCV no adulto, é válido definir um ponto de corte de leptina que contribua na identificação de maior risco para DCV ainda na infância. Aquela se mostrou útil na detecção de SM, sendo o ponto de corte de 12,3 ng/mL o melhor. 118 Recepção aos internos de Medicina – acolhimento, ensino e aprendizagem Ana Cláudia Chazan; Rosimere de Jesus Teixeira; Cláudia Ramos Rocha; Thaís Yamamoto; Regina Moura; Cesar Agusto Orazen Favoreto Departamento de Medicina Integral, Familiar e Comunitária (DMIFC)/HUPE Introdução O Ambulatório de Medicina Integral (AMI) faz parte do Departamento de Medicina Integral, Familiar e Comunitária, sendo responsável pelo atendimento de grande parte dos pacientes ambulatoriais do Hospital Universitário Pedro Ernesto. Além do seu papel assistencial, também é espaço de ensino e aprendizagem para a graduação e internato de Medicina. Os internos de Medicina fazem o atendimento continuado dos pacientes durante estágio de um ano, onde atuam 4h/semana, sob supervisão médica – cada quatro a cinco alunos para um preceptor. Neste estudo vamos descrever a recepção aos internos que estagiaram no AMI entre 2012/2013. Objetivo Apresentar e integrar internos e preceptores; resgatar o aprendizado dos primeiros anos da graduação sobre princípios e práticas da medicina de família e abordagem centrada na pessoa; apresentar os objetivos de aprendizagem e as estratégias de avaliação no ambulatório. Método Os alunos foram divididos em quatro grupos com 25 internos/cada, cada um acolhido por quatro preceptores. Foram utilizadas metodologias ativas de aprendizagem e as estratégias didáticas: diagnóstico situacional sobre o ensino médico, dinâmica de integração entre alunos e preceptores e aprendizagem mediada por filmes (cena de 6 min do filme “Óleo de Lorenzo”). Para encerrar, foi feita uma exposição dialogada sobre a abordagem centrada na pessoa, seguida da apresentação da rotina do serviço e o sistema de avaliação da aprendizagem no internato. Duração de 3h. Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 93 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) Conclusão Os principais conceitos relembrados dos anos anteriores foram: integralidade, SUS (Sistema Único de Saúde), resiliência e educação em saúde. As principais qualidades apreciadas entre os colegas foram: ter responsabilidade e habilidades de comunicação, ser atencioso, acolhedor e empático com os pacientes. O filme permitiu o debate sobre as competências de comunicação de más notícias e a reflexão sobre os cuidados com a privacidade, a comunicação verbal e não verbal, empatia e suporte necessários nessas situações. Os internos avaliaram que foi importante recordar conceitos e revelaram que estavam ansiosos e com muitas expectativas em relação à aprendizagem prática com os pacientes. Concluímos que a recepção aos internos, além de ser um espaço de acolhimento, permite aos preceptores conhecer melhor os internos, suas necessidades e expectativas de aprendizagem e suporte durante o estágio prático no AMI. 119 Prevenção de queda de idosos em casa – casa segura Sara Costa Raoux Lemos; Maria Cristina Araújo Maya; Mariana Mendes Bastos Figueiredo; Pablo Ricardo da Rosa Costa; Rachael de Vasconcelos Alves Vieira Lima; Thatiany Alves Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Introdução As quedas e as consequentes lesões resultantes constituem um problema de saúde pública e de grande impacto social. A queda é o mais sério e frequente acidente doméstico que ocorre com os idosos e a principal etiologia de morte acidental em pessoas acima de 65 anos. A prevenção da mesma é de importância ímpar pelo seu potencial de diminuir a morbidade e a mortalidade, os custos hospitalares e consequentes internações em asilos ou casas de repouso. Objetivo Nosso objetivo é alertar os idosos, familiares e cuidadores sobre os riscos presentes em suas 94 revista.hupe.uerj.br residências e apresentar alternativas de baixo custo a fim de tornar a casa um ambiente mais seguro para os idosos. Método Confecção de uma maquete para demonstrar aos familiares e cuidadores formas alternativas de como tornar uma casa segura, sendo as explicações individualizadas para cada parte da casa. Contamos também com um pôster destacando as informações mais importantes para exposição e apresentação ao público, além de panfletos para distribuição aos visitantes do evento. Conclusão O projeto foi realizado durante o evento “UERJ Tocando Saúde no Salgueiro” realizado na quadra central da comunidade do Morro do Salgueiro em 2011. Mais de duzentas pessoas passaram pelo projeto em questão. Diversas dúvidas foram elucidadas. Com o auxílio da maquete foi possível ensinar à população medidas alternativas de como deixar uma casa segura com baixo custo, permitindo que esta população mais carente previna, de formas simples, a queda de idosos em sua casa. Em 2013, o projeto em questão está sendo aprimorado, bem como a maquete, com o objetivo de ampliá-lo para as comunidades da região. O trauma é a quinta causa de mortalidade na faixa etária acima de 65 anos, sendo a queda responsável por 70% das mortes acidentais em pessoas acima de 75 anos. Além disso, 50% dos idosos que já caíram apresentam um novo episódio de queda. A LTE– UERJ acredita ser relevante a extensão ao meio social do conhecimento de métodos preventivos aos mais diversos tipos de eventos traumáticos, buscando a melhor forma de conscientizar a população sobre o trauma, que é, sem dúvida, a doença do século. 120 A vida é muito mais que a Aids Stephanie Cathren F. dos Santos; Janduy G. de Souza; Anna C. Cabral Faculdade de Ciências Médicas (FCM)/UERJ Introdução No Brasil estima-se que aproximadamente Medicina 530.000 pessoas são portadoras do HIV e que 25,4% desconhecem a infecção. É importante a consciência que o grau de instrução influência expressivamente na vulnerabilidade, embora, não seja suficiente para gerar proteção. Portanto, existe a real necessidade de ações estratégicas e programas educativos e preventivos. Objetivo Caracterização do nível de informação da população em questão, sobre o HIV/Aids; esclarecimento de mitos sobre a transmissão e contágio; instrução da importância do preservativo na prevenção. Método Aplicação de questionário com perguntas para caracterização do conhecimento prévio sobre o assunto e posterior comparação com as respostas corretas, fornecidas pelo investigador. Houve distribuição de preservativos, folhetos explicativos, endereços de Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e orientação da forma de realização do teste. Conclusão Participaram 88 moradores do bairro Afonso Pena, Rio de Janeiro, todos com idade superior a 15 anos. Identificou-se que 67,04% dos participantes consideram que beijo na boca não transmite HIV, 87,5% conhecem possibilidade de contágio através do sexo oral, 95,45% entendem que não necessariamente pode-se encontrar sintomatologia evidente, 64,77% consideram que casais onde ambos são HIV positivos devem permanecer usando preservativo, 54,54% acreditam que sexo vaginal é mais propenso a transmissão, 95,45% conhecem possibilidade de contágio ainda que não haja ejaculação durante o sexo, 82,95% estão cientes que a transmissão vertical não é necessariamente obrigatória, por fim, 65,9% disseram que mulheres HIV positivo não podem amamentar. O conhecimento sobre o HIV/Aids se distribui de forma desigual, havendo a necessidade de estratégias educativas e levando-nos a reflexão sobre como o investimento em educação, instrução e profilaxia resultariam em um impacto positivo na saúde pública do país. 121 Socorrista júnior: ensinando a crianças a técnica do BLS Taíza Batista Moreno; Maria Cristina Maia; Jurraine Herculano Pereira; Izabella Chaves Silva Pinto; Fabiana da Silva Madeira; Mariana Mendes Bastos Figueiredo Departamento de Cirurgia Geral/HUPE Introdução O infarto agudo do miocárdio (IAM) é a principal causa de parada cardiorrespiratória (PCR). Devido ao fato de grande parte das PCR ocorrerem em domicílio, destacamos a importância da disseminação do Suporte Básico de Vida (BLS) na população. A cada minuto em parada cardíaca sem RCP (recuperação cardiopulmonar) e sem desfibrilação, o paciente perde 10% de chances de sobreviver. O paciente que recebe uma RCP adequada até a desfibrilação tem três vezes mais chances de sobreviver do que aquele que não a recebe. Daí a importância tanto de uma ativação precoce do serviço de saúde para a desfibrilação, quanto uma RCP adequada mantida até a chegada do desfibrilador. Objetivo O projeto organizado pela Liga de Trauma e Emergência (LTE) visa a capacitação de crianças para que sejam promotoras do BLS na sociedade e possam atuar, caso preciso, ativamente no BLS (ligando para o 192/fazendo a RCP) auxiliando ou orientando alguém a fazer, até a chegada da ambulância com o desfibrilador. Método Serão elaborados coletes e faixas de “socorrista júnior”, para serem utilizados pelas crianças durante o curso. Em uma aula teórica, ensinaremos o BLS para as turmas. A aula teórica terá o auxílio dos manequins de reanimação cardiopulmonar, nos quais será mostrado todo o procedimento de RCP. Em seguida os alunos irão praticar nos manequins com o auxílio de um monitor da LTE. Após a aula de BLS será realizado um teatro interativo. Encenaremos um Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 95 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) evento de IAM em domicílio, no qual há apenas uma criança no local para socorrer a vítima. Serão feitos panfletos e cartazes para deixar na escola. Ao final do curso, serão entregues certificados de socorrista júnior para as crianças que participarem. Conclusão O curso foi realizado durante o evento Ligados em Saúde, na Quinta da Boa Vista – RJ, em agosto de 2012. A forma de abordagem das crianças despertou o seu interesse pelo assunto, e observamos que o conteúdo foi prontamente absorvido. Os socorristas júnior demonstraram ter entendido toda a cadeia do BLS e é esperado que eles atuem disseminando esse conhecimento na sociedade, falando aos parentes e colegas de fora da escola sobre o que aprenderam conosco, assim, atingiremos um grande número de pessoas. A realização de RCP é de extrema importância em um evento de PCR, reduzindo a mortalidade nos casos onde é realizada corretamente. É esperado que os socorristas júnior atuem disseminando o BLS na sociedade falando aos parentes e colegas de fora da escola sobre o que aprenderam conosco, assim atingiremos mais pessoas. 122 Luz, Câmera, BLS e Ação! Taíza Batista Moreno; Maria Cristina Maia; João Batista Ramos da Fonseca Filho; Izabella Chaves Silva Pinto; Carolina Couto e Costa; Fabiana da Silva Madeira Departamento de Cirurgia Geral/HUPE Introdução O ensinamento do Suporte Básico de Vida (BLS) para leigos torna-se importante a partir do momento em que as chances de um indivíduo ter uma parada cardiorrespiratória fora do ambiente hospitalar são grandes e que a ressuscitação cardiopulmonar (RCP) precoce pode dobrar ou triplicar as chances de sobrevida de uma pessoa. Juntando isso à dificuldade dos serviços de saúde de alcançar o interior da maioria da comunidades, o projeto “Luz, Câmera, BLS e 96 revista.hupe.uerj.br Ação!” foi criado com o objetivo de ensinar BLS em um primeiro contato nos centros culturais dessa comunidades e posteriormente avaliar o aprendizado através de peças/esquetes teatrais montadas pelos membros desses centros. Objetivo O projeto tem como objetivo principal ensinar membros dos centros culturais das comunidades do Rio de Janeiro para que estes sirvam de disseminadores da informação para sua comunidade de origem. Ao final de cada ciclo de preparação e apresentação, será obtido como resultado a capacitação de um público-alvo de X pessoas que estarão diretamente habilitadas a realizar as manobras de BLS, ou através da participação ativa como atores ou como expectadores. Além disso, a distribuição de DVDs com o trabalho realizado contribuirá para aumentar de maneira significativa a quantidade de pessoas cientes das manobras e aptas a realizá-las. Método A Liga de Trauma e Emergência da UERJ (LTE) entrará em contato com membros dos centros culturais agendando um primeiro encontro na comunidade, que será composto por breves explicações teóricas sobre a cadeia de sobrevivência do BLS e pelo treinamento da técnica de RCP em manequins. Posteriormente, um segundo encontro acontecerá, no qual será apresentada uma peça teatral escrita e produzida pelos membros do centro cultural da comunidade em questão, abordando a importância e aplicação da técnica que lhes foram ensinadas no primeiro encontro. Essas peças teatrais criadas e encenadas por eles serão gravadas em DVDs e distribuídas pela LTE em eventos produzidos pela mesma. Conclusão O projeto criado em junho de 2013 tem como resultado preliminar o grande interesse e apoio por parte dos participantes do Grupo Cultural CUFA da comunidade Cidade de Deus e da própria comunidade, que anseia pelo desenvolvimento da atividade. 123 Liga Acadêmica de Medicina Familiar e Co- Medicina munitária: um relato de experiência Leonardo de Oliveira Carvalho; Tania Cavalcante Ramos; Juliana Ribeiro Constante; Carlos Roberto Figueiredo Coelho; Isabela Tamiozzo Serpa; Daniella Chimeli Lopes Raposo Faculdade de Ciências Médicas (FCM)/UERJ Introdução O modelo biomédico, predominantemente utilizado no ensino médico, mostra-se ultrapassado no que tange à atenção integral à saúde. A graduação médica, além de ser pautada na doença, desconsiderando por vezes o indivíduo como um ser integral, demonstra deficiência na formação profissional dos acadêmicos quanto à qualidade gestora e empreendedora. Objetivo Nesse contexto, o objetivo deste trabalho é apresentar um relato de experiência das vivências na Liga Acadêmica de Medicina Familiar e Comunitária da UERJ (LAMFaC/ UERJ). A LAMFaC é um espaço extraclasse que busca desenvolver atividades que contribuam com o curso de graduação, por meio de práticas pedagógicas participativas que enriqueçam a vivência teórico-prática dos alunos da Faculdade de Ciências Médicas da UERJ no que tange à Medicina Familiar e Comunitária, Estratégia de Saúde da Família e Atenção Básica à Saúde, visando uma formação profissional de excelência através do fortalecimento da relação entre ensino, pesquisa e extensão. Método As atividades da LAMFaC são desenvolvidas ao longo de um ano. Nesse tempo, o “ligante” participa de aulas teóricas que visam a ampliação do conhecimento sobre a Medicina Familiar e Comunitária; atividades práticas, como o acompanhamento ambulatorial no Ambulatório de Medicina Integral do HUPE e nas Clínicas da Família, desenvolvimento e implementação de ações de educação em saúde; e pesquisa. Após a conclusão das atividades da Liga, o aluno pode ingressar como gestão, desenvolvendo habilidades e competências essenciais à inserção no mercado de trabalho, como trabalho em equipe, criatividade, oratória, respeito ao próximo e liderança. Conclusão Entendendo a saúde em seu aspecto mais amplo, as atividades da LAMFaC incentivaram a formação de profissionais críticos e reflexivos pautados em uma visão mais humanizada e integral da prática médica. No âmbito social, foram desenvolvidas atividades de educação em saúde. No âmbito científico, a Liga estimulou a participação dos alunos em congressos médicos, por meio de relatos de experiência, planejamento das atividades e apresentação em mesas redondas. A LAMFaC permite ao aluno a ampliação do conhecimento sobre a Medicina Familiar e Comunitária e a aproximação com a prática na Atenção Primária à Saúde, experiência fundamental para a formação do médico, tendo em vista que a Atenção Básica é o alicerce de um sistema de saúde eficiente. Além disso, a experiência com a gestão prepara o futuro médico para o trabalho em equipe. 124 Mecanismos de enfrentamento desenvolvidos por pacientes ambulatoriais e hospitalares Thays Macedo Nascimento Costa; Carlos Eduardo Peres Sampaio Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Introdução A cirurgia ambulatorial surgiu como proposta para reduzir o impacto de uma cirurgia clássica hospitalar na vida do paciente e sua família. A cirurgia hospitalar caracteriza-se pela internação do paciente antes da intervenção cirúrgica e alguns dias depois recebe alta hospitalar. Objetivo Identificar as diferentes estratégias de enfrentamento, percepções e sentimentos dos pacientes submetidos à cirurgia ambulatorial e hospitalar. Método Trata-se de um estudo do tipo exploratório descritivo com abordagem qualitativa. O local Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 97 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) selecionado para a coleta de dados foram as enfermarias de clínica cirúrgica 1 e 2 feminina, 4 e 5 masculina de um Hospital Universitário, e a enfermaria de clínica cirúrgica de um ambulatório. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Pedro Ernesto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (CEP/HUPE/UERJ) com parecer 3014/2011. Conclusão A amostra deste estudo foi constituída por 12 pacientes, sendo sete (58,3%) pacientes do sexo feminino e cinco (41,6%) pacientes do sexo masculino. Já o número de participantes na pesquisa a nível hospitalar correspondeu a 20 pacientes, sendo 12 (60%) pacientes do sexo feminino e oito (40%) pacientes do sexo masculino. Quanto às estratégias dos pacientes ambulatoriais: apego na religião e na família, em relação à percepção, observou-se a falta de informações quanto ao procedimento cirúrgico. As ações de enferma- 98 revista.hupe.uerj.br gem ao paciente ambulatorial são identificadas em fases, visando o cuidado ao paciente cirúrgico. Nos pacientes a nível hospitalar, percebemos que os pacientes foram orientados acerca da cirurgia e dos procedimentos que são realizados, porém muitos evidenciaram como percepção o medo a realizar o procedimento, e com isso identificamos a importância das orientações de enfermagem. A respeito dos sentimentos dos pacientes foram identificados sentimentos positivos e negativos, sendo que, a nível ambulatorial e hospitalar, os pacientes buscaram manter a calma e tranquilidade. Já nos pacientes hospitalares podemos perceber a preocupação de não conseguir operar, o ambiente social e familiar. Desta forma, concluímos que em ambos os tipos cirúrgicos o pacientes apresenta suas ansiedades e medos, sendo amenizado pelo apoio familiar e dos amigos. Os enfermeiros são importantes, pois atuam identificando estas dificuldades e buscando tratar o paciente de forma holística, humanizando a assistência de enfermagem. Nutrição Nutrição 125 Correlação entre obesidade e aspectos comportamentais e bioquímicos em pacientes em prevenção secundária para DCV Ana Carolina Alvim Hudson Cadinha; Priscila Gomes de Mello; Bianca de Souza Rodrigues; Ana Paula Rocha Trotte; Denise Alves da Conceição Barros; Annie Seixas Bello Moreira Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Introdução Modificação do estilo de vida é hoje um dos principais pilares para a prevenção e tratamento das doenças cardiovasculares (DCV), principalmente em relação a padrões dietéticos. Objetivo Logo, o presente estudo objetivou verificar a correlação entre a obesidade e aspectos comportamentais e bioquímicos em pacientes que tenham tido algum evento cardiovascular (ECV). Método Trata-se de um estudo transversal descritivo com 30 pacientes participantes, 14 obesos e 16 não obesos, até o momento, em prevenção secundária para DCV. Os pacientes foram captados na cardiologia da Policlínica Piquet Carneiro da UERJ com histórico de ECV como infarto agudo do miocárdio (IAM) e angina. São realizadas avaliações antropométrica e bioquímica, coleta de história da DCV e aspectos comportamentais. Conclusão Os dados foram apresentados com média +- erro padrão. Foi realizado o teste T de Student para comparação entre médias e o teste chi-quadrado para comparação das frequências. Os pacientes estudados apresentaram uma média de idade de 64 ± 1,9 anos. Dentre esses pacientes, 46% com história de IAM e 48,3% com angina (sem diferença entre obesos e não obesos). Sobre os outros fatores, apenas 33% praticavam atividade física regular (20% não obesos e 13,3% obesos). A média da circunferência da cintura e do pescoço foi alta na população sendo maior nos obesos (p < 0,05). Diante dos resultados bioquímicos, a média de TG foi de 201 ± 35,4 mg/dL nos obesos e 124,9 ± 17,4 nos não obesos; p < 0,05 ); não houve diferença na frequência de hipercolesterolemia e nem DM. Mesmo sem diferença entre os dois grupos estudados para o HDL, os obesos tiveram uma tendência a menores taxas (41,6 ± 4,1 mg/dL obesos e não obesos 52,9 ± 4,1 mg/dL). Sobre os hábitos alimentares verificou-se consumo regular (5x/ sem) de vegetais (83,3%) e frutas (80%). Não houve hábito regular de consumo de refrigerantes (13,3%). A frequência de refeições fora de casa por semana e de alimentos prontos foi alta. Verificou-se 48% de consumo de leite de baixo teor de gordura (31% não obesos e 17% em obesos); carnes ricas em gordura (6,7%, sendo todos obesos). A frequência de consumo de sucos de frutas por semana foi insatisfatória (16,7%) e o consumo de frutas (80%) e vegetais (70%) 5x/sem. Os pacientes obesos em prevenção secundária de DCV apresentam alta frequência de fatores de risco como o próprio excesso de peso correlacionado ao sedentarismo e maus hábitos alimentares. Sugerimos que é essencial conhecer hábitos alimentares, fatores associados ao risco de novos ECV e promover estilo de vida saudável. 126 Bebida de soja, abacaxi e maçã: avaliação sensorial por pacientes adolescentes Bruna Paraiso de Araujo; Marisa Helena Cardoso; Mariângela Giana de Abreu Gonzaga Ribeiro; Mario Fritsch Toros Neves Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) Introdução Nas duas últimas décadas, a atenção à saúde do adolescente vem se tornando uma prioridade em muitos países. Isto se deve à constatação de que a formação do estilo de vida do adolescente é crucial, não somente para ele, como também para as gerações futuras. A soja apresenta grande Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 99 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) potencial no mercado de alimentos funcionais por conter compostos bioativos, como as isoflavonas, capazes de protegerem pessoas de doenças crônicas. A bebida de soja e frutas reúne as características sensoriais desejáveis da fruta com as propriedades funcionais da soja. Objetivo Este trabalho teve como objetivo divulgar uma bebida de soja, abacaxi e maçã para adolescentes frequentadores de um núcleo de estudos de saúde, por meio de aplicação de provas sensoriais desta bebida. Método Durante 2012, esta bebida foi oferecida aos adolescentes pacientes. A bebida era preparada pela discente em seu lar e transportada para esse núcleo de forma a mantê-la resfriada. Periodicamente, foi realizada pesquisa de microrganismos deteriorantes e patogênicos na bebida. Os adolescentes avaliaram a cor, o aroma e o sabor da bebida com base em uma escala de impressões, variando de ótimo a péssimo. Perguntas sobre alturas e pesos desses adolescentes foram realizadas, com o objetivo de se calcular o índice de massa corpóreo (IMC) deles. O estado de saúde do adolescente foi indagado. Conclusão Os resultados da pesquisa microbiológica mostraram que a bebida foi considerada apta para o consumo. Um grupo de 125 pacientes adolescentes, com idades variando de 9 a 21 anos, dentre os quais 55 pertenciam ao sexo masculino, provaram a bebida. A distribuição dos IMC mostrou que 26% dos adolescentes apresentaram baixo peso; 10%, sobrepeso, e, 5%, obesidade. Dentre os adolescentes, 37% apresentavam algum tipo de doença, e, neste subgrupo, as mais frequentemente informadas eram lúpus e febre reumática. Dentre os adolescentes, 26% nunca haviam experimentado soja antes do momento da realização da prova sensorial. Os somatórios das respostas ótimo e bom para cor, aroma e sabor foram, respectivamente, 68%, 62% e 55%. Os resultados sensoriais mostraram que os adolescentes apreciaram levemente a 100 revista.hupe.uerj.br bebida de soja, abacaxi e maçã, o que revelou a necessidade de se melhorá-la para um próximo estudo. Esta ação está vinculada ao Programa Alimentação Saudável e Avaliação Sensorial de Preparações com Soja por Coletividades Hígidas e Não Hígidas (PASASPSoja), reconhecido pelo Edital nº 4 do ProExt 2011 do MEC SESu. 127 Consumo do óleo vegetal comestível “in natura” de acréscimo na dieta infantil Cinthia de Carvalho Couto; Maria Elisa Barros; Haydée Serrão Lanzillotti Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Introdução Os benefícios fisiológicos do óleo vegetal comestível “in natura” prendem-se ao efeito PUFA (EPA/DHA), que atua na diminuição da transcrição de citocinas pró-inflamatórias e na expressão de moléculas de adesão na superfície vascular no adulto. Na criança atua na formação, desenvolvimento e funcionamento do cérebro, da retina e aumento da densidade energética da dieta. Objetivo Desenvolver questionário que explique a adoção à prática do consumo de óleo vegetal comestível “in natura” de acréscimo na dieta infantil. Método O estudo seguiu o Consensus-based standards for the selection of health status measurement instrument (COSMIN). Participaram responsáveis pela alimentação da criança, em dois contextos: atenção secundária e primária, HUPE, n = 80; PPC, n = 80. A elaboração do mapa do construto partiu da revisão de literatura, buscando as dimensões postuladas – compreensão dos responsáveis pela alimentação da criança sobre a prática do uso do óleo vegetal “in natura”, recomendada pelo MS-2002. A etapa desenho dos itens compreende técnica dos informantes-chave, parafraseamento, número de caracteres das assertivas, taxa de endosso (TE) do escore, índice de discriminação (ID). A escala de Nutrição Likert, de 5 pontos e 15 assertivas, definiu os escores. Confiabilidade do questionário pelo procedimento split-half e r Spearman. Análise de componente principal (ACP), scree plot e testes Kaiser-Meyer-Olkin measure of sampling adequacy (KMO) e Bartlett’s test of sphericity indicaram dimensões. Aplicativo PASW Statistic versão 18. Conclusão Dimensões postuladas: D1 – “benefícios do consumo de óleo vegetal comestível ‘in natura’ na dieta infantil”; D2 – “percepção dos responsáveis pela alimentação da criança em relação ao consumo de óleo vegetal comestível ‘in natura’ na dieta infantil”. Do total de assertivas, foram parafraseadas quatro e uma ultrapassou o limite de 80 caracteres. Nenhuma apresentou TE > 0,80 e todas, < 0,20. Na PPC três assertivas mostraram ID > 1 e no HUPE, uma. Consistência interna, segundo r Spearman: PPC entre 0,30 a 0,65 (D1) e 0,66 a 0,85 (D2) e no HUPE, 0,23 a 0,60 (D1) e 0,45 e 0,74 (D2). ACP explicou 35,80% e 28,19% da latência do construto para PPC e HUPE, respectivamente. Teste de KMO apresentou: PPC, 0,811 e HUPE, 0,742 (ponto de corte=0,60). Qui-quadrado de Bartlett’s test of sphericity com valores de 410,18 (p=0,000) na PPC e 318,21 (p=0,000) no HUPE, mostrando adequação da amostra. Resultados sugerem unidimensionalidade do construto para ambos os contextos. 128 Associação de indicadores antropométricos com fatores de risco cardiovascular em adolescentes com excesso de peso Patrícia Vasconcelos Fontana; Denise Tavares Giannini Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) Introdução O aumento do sobrepeso e obesidade em adolescentes vem caracterizando esta população em todas as regiões brasileiras. De acordo com os inquéritos do Estudo Nacional de Despesas Familiares, Pesquisa Nacional de Saúde e Nutri- ção e Pesquisa de Orçamento Familiar, de 1974 a 2009, a prevalência de excesso de peso neste grupo etário aumentou em aproximadamente seis vezes no sexo masculino (3,7% para 21,7%) e em quase três vezes no sexo feminino (7,6% para 19,4%). Em função da importância adquirida pelo excesso de peso, o constante desenvolvimento e utilização de técnicas confiáveis para a avaliação nutricional são fundamentais para a sua correta identificação e a possível determinação de seus riscos. Objetivo Analisar a relação dos parâmetros antropométricos com os fatores de risco cardiovascular em adolescentes com excesso de peso, atendidos no ambulatório do Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente. Método Trata-se de um estudo transversal que avaliou adolescentes de 12 a 17 anos com excesso de peso, participantes do programa para prevenção de obesidade na adolescência, através da antropometria, bioimpedância, exames bioquímicos e pressão arterial. A associação entre os parâmetros antropométricos e os fatores de risco foi verificada através da regressão linear. Conclusão Foram avaliados 27 adolescentes, sendo 59,26% meninas e 40,74% meninos. Não houve diferença estatística significativa entre os sexos em relação às variáveis analisadas. O percentual de adolescentes com três ou mais fatores de risco cardiovascular foi de 89%. O índice de massa corporal se associou de forma significativa com a circunferência da cintura, o percentual de gordura e a razão cintura-estatura. O percentual de gordura também se associou significativamente com a circunferência da cintura e a razão cintura-estatura. Houve uma associação significativa entre triglicerídeos e índice de massa corporal, circunferência da cintura e a razão cintura-estatura, sendo o poder de explicação de 25%, 17% e 19% respectivamente. Conclui-se que a associação do índice de massa corporal, circunferência da cintura e a razão cintura-estatura Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 101 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) com os triglicerídeos demonstra a importância de se avaliar a obesidade de forma global e localizada, para predizer risco de comorbidades em adolescentes. São necessários pontos de corte padronizados para esta população e um direcionamento dos programas de prevenção do excesso de peso, possibilitando uma ação preventiva precoce. 129 Prevalência de fatores de risco e proteção em portadores de doença aterosclerótica Elisa Maia dos Santos; Mariana Pereira de Castilhos; Aline Menezes; Luanda Naus Crevelário; Janaína Fortunato; Annie Seixas Bello Moreira Instituto Nacional de Cardiologia Introdução Os fatores de risco clássicos para doenças cardiovasculares, como hipertensão arterial, diabetes, dislipidemias e síndrome metabólica são conhecidos há bastante tempo. Porém, estudos mostraram que medidas de intervenção no estilo de vida são eficazes na redução e prevenção de eventos cardiovasculares (ARTINIAN et al., 2010). Objetivo Avaliar a prevalência de fatores de risco clássicos para doença arterial coronariana (DAC) e de fatores de proteção de pacientes portadores de doença aterosclerótica atendidos em hospital terciário da cidade do Rio de Janeiro. Método Foram avaliados 20 pacientes com história documentada de doença aterosclerótica prévia. Foi realizada antropometria para avaliação do estado nutricional e aplicado questionário para identificação de fatores de risco e proteção para doenças cardiovasculares, assim como doenças crônicas e para avaliação de estilo de vida. Conclusão Dos pacientes avaliados 60% eram do sexo masculino, 73,7% eram diabéticos e 60% têm história familiar positiva para doença cardiovascular. Dos pacientes analisados 89,5% apresenta- 102 revista.hupe.uerj.br ram três ou mais fatores de risco clássicos para DAC (HAS, DM, sexo, HF e DLP) e somente 5% dos indivíduos apresentavam pelo menos dois fatores de proteção. Observou-se que 80% dos pacientes são sedentários e que em 70% dos indivíduos o tempo utilizado assistindo televisão é considerado excessivo. Foi possível observar que estes pacientes sofrem influência de grande presença de fatores de risco clássicos para DAC associada à baixos níveis de fatores de proteção, tal como a prática de atividade física, o que sugere a necessidade de promoção de um estilo de vida mais saudável nestes indivíduos, com o objetivo de evitar a ocorrência de novos eventos cardiovasculares futuros. 130 Avaliação da qualidade de vida de pacientes portadores de doença aterosclerótica Elisa Maia dos Santos; Mariana Pereira de Castilhos; Aline Menezes; Luanda Naus Crevelário; Janaína Fortunato; Annie Seixas Bello Moreira Instituto Nacional de Cardiologia Introdução A qualidade de vida (QV) tornou-se uma importante medida de impacto em saúde. Pacientes com doenças cardiovasculares (DCV) são mais propensos a uma QV prejudicada, devido a limitações funcionais e psicossociais, tornando-se importante conhecer a QV destes indivíduos. Objetivo Avaliar a qualidade de vida de pacientes portadores de doença ateroscleróticas atendidos em hospital terciário da cidade do Rio de Janeiro. Método Foram avaliados 20 pacientes com história documentada de doença aterosclerótica prévia. Foi realizado o questionário de avaliação de qualidade de vida SF-36, validado para a população brasileira. Foi aplicado também questionário de avaliação de prática de atividade física. Os resultados foram expressos em oito domínios de avaliação da QV: capacidade funcional, limitação por aspectos físicos, dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais, limitação por Nutrição aspectos emocionais e saúde mental. Estes domínios foram analisados individualmente, sendo considerada uma boa QV valores acima de 50. Conclusão Dos pacientes avaliados, 55% apresentavam boa capacidade funcional e 55% relatavam limitação por aspectos físicos. Porém, estes dois domínios obtiveram médias menores que 50, sendo respectivamente de 47,25 e 40. No domínio dor, a pontuação média foi 52,75 e o estado geral de saúde obteve média de 64,65. O domínio vitalidade apresentou a média de 54,75. Nos aspectos sociais a média foi de 73,25 e no domínio limitação por aspectos emocionais ficou com média 73,33. Na saúde mental obteve-se a pontuação média de 68,4. Com relação à prática de atividade física, 80% dos pacientes são sedentários. Observou-se que a capacidade funcional e a limitação por aspectos físicos encontraram-se abaixo dos valores esperados, podendo refletir limitações impostas pela própria DCV (sequelas, incapacidade física) e se relacionar com a inatividade física. A análise dos demais domínios mostra boa qualidade de vida dos pacientes analisados. Sugerimos que a avaliação da QV de pacientes portadores de DCV possa contribuir para melhoria do tratamento destes indivíduos. 131 Bebida de soja, abacaxi e maçã: ação em saúde para pacientes hospitalares Maria Isabel Macedo Costa; Hilda Azevedo Silva; Andréa Villardo Andrade; Pedro Eder Portari Filho; Marisa Helena Cardoso Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) Introdução No Brasil, as doenças crônicas não transmissíveis correspondem a 72% das causas de óbitos. Neste grupo, estão doenças do aparelho circulatório, cânceres, doenças respiratórias crônicas e diabetes. Os fatores de risco comuns entre elas e passíveis de mudança são tabagismo, inatividade física, alcoolismo, alimentação não saudável e obesidade. A soja é uma leguminosa com altos teores de proteínas, ácidos graxos essenciais e fibras. Ela contém isoflavonas, associadas à diminuição do risco de doenças cardiovasculares, osteoporose e alguns tipos de cânceres. Objetivo O objetivo deste trabalho foi, durante 2012, divulgar a soja como alimento saudável, por meio de aplicação de provas sensoriais de uma bebida de soja, abacaxi e maçã, para pacientes ambulatoriais e de enfermarias de um hospital universitário. Método Esta bebida foi elaborada pela discente em seu lar, empregando-se boas práticas de manipulação. Esta preparação foi submetida periodicamente à pesquisa de microrganismos deteriorantes e patogênicos e considerada apta para consumo. O transporte sob refrigeração ao hospital foi observado. Os pacientes responderam a um questionário aplicado pela discente sobre a qualidade sensorial dessa bebida com base em escala de cinco impressões, variando do péssimo ao ótimo. Conclusão Cem pacientes provaram a bebida, sendo que 59 eram do sexo feminino. A distribuição dos pacientes segundo as faixas etárias mostraram que 40% tinham 60 a 89 anos; 45% tinham 30 a 59 anos; 7% tinham 20 a 29 anos e 8% tinham 10 a 19 anos. As doenças mais relatadas foram hipertensão arterial e diabetes mellitus. Nas respostas sensoriais obtidas, mais de 80% dos pacientes classificaram como bons a cor, o aroma e o sabor da bebida. Quanto aos hábitos alimentares dos pacientes, 73% deles já haviam consumido soja e 64% deles haviam tomado bebida de soja industrializada. Quanto ao consumo de frutas, 72% relataram nunca consumirem abacaxi e 47%, maçã. Dentre os pacientes, 92 não sabiam o preço de um quilo de soja; 68 sabiam que o consumo diário de soja faz bem à saúde; 80 se interessaram em aprender a elaborar a bebida com a discente executora desta ação; 95 gostaram de provar a bebida de soja, abacaxi e maçã. Estes resultados mostraram que, de modo Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 103 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) geral, esta bebida agradou os pacientes. Esta ação está vinculada ao Programa Alimentação Saudável e Avaliação Sensorial de Preparações com Soja por Coletividades Hígidas e Não Hígidas (PASASPSoja), reconhecido pelo Edital nº 4 do ProExt 2011 do MEC SESu. 132 Comparação entre gêneros e risco cardiovascular em pacientes com doença arterial coronariana Priscila Gomes de Mello; Ana Carolina H. A. Cadinha; Mariana J. Favacho dos Santos; Ana Paula R. Trotte; Bianca R. da Silva; Annie Seixas Bello Moreira Policlínica Piquet Carneiro – UERJ Introdução A diferença entre as especificidades do gênero no desenvolvimento de doenças cardiovasculares tem sido mostrada por uma série de estudos com intuito de planejar alternativas para prevenção, tratamento, obtenção de um prognóstico favorável e aumento da expectativa de vida. Objetivo Avaliar a diferença entre os gêneros em relação aos fatores de risco cardiovascular e hábitos comportamentais em pacientes coronariopatas. Método Foi realizado um estudo transversal com 30 pacientes, sendo 18 do gênero masculino e 12 do gênero feminino atendidos no ambulatório de cardiologia da Policlínica Piquet Carneiro. O trabalho foi aceito no CEP do Hospital Universitário Pedro Ernesto. Foram avaliadas a pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial diastólica (PAD); índices antropométricos: circunferência abdominal (CA), indíce de massa corporal (IMC) e circunferência do pescoço (CP); exames laboratoriais: perfil lipídico, glicêmico e eletrolítico, e enzimas hepáticas. Quanto aos hábitos comportamentais foram avaliados: nível de atividade física e consumo alimentar. Foi realizada a correlação de Pearson e considerados estatisticamente significativos valores de p < 0,05. 104 revista.hupe.uerj.br Conclusão Foram identificadas diferenças significativas entre os grupos no qual o gênero feminino possuiu valores mais acentuados de PAS com média de 146,6 e erro padrão de 7,817 e magnésio com média 2,118 e erro padrão 0,0352; e o gênero masculino maior risco cardiovascular, segundo CP com a média obtida de 40,78 e erro padrão 0,781. Não houve diferença estatística quanto às diferenças entre os grupos quanto à obesidade. Eventos clínicos: 63,3% da população já tiveram infarto sendo que 53,3% dessa população eram do gênero masculino e 10% feminino. Na população avaliada 42,9% foram submetidos à angioplastia, sendo que 39,6% do gênero masculino e 3,6% feminino. Quanto a atividade física 70% da população é sedentária e 40% do grupo é do gênero feminino. O consumo de frutas é acentuado na população: 80% consome dentro das recomendações nutricionais; entre o grupo que tinha hábito de consumo de refrigerantes, 100% eram homens. Conclui-se que houve diferenças significativas entre os gêneros segundo aos parâmetros avaliados quanto ao risco cardiovascular e hábitos comportamentais nos quais apontam para medidas de intervenção direcionadas para as especificidades dos gêneros. 133 Assistência multidisciplinar na prevenção da doença cardiovascular desde a infância Simone Augusta Ribas; Joanathan Garrido; Rafaela Ferreira de Souza Gomes; Ana Paula Pereira; Raquel Tavares Boy da Silva; Luanda Gomes DiNutri/HUPE Introdução A importância da equipe multidisciplinar no cenário de prevenção da doença cardiovascular, desde a infância, deve-se ao princípio do cuidado compartilhado, que respeita o indivíduo como um ser biopsicossocial e entende que a adesão às recomendações fornecidas por toda equipe de saúde só alcança o sucesso, se for realizada de forma integrada e humanizada. Objetivo Nutrição Avaliar a qualidade do atendimento e da adesão ao tratamento após a inserção da equipe multidisciplinar. Método Foram sujeitos deste projeto, 40 dislipidêmicos, de ambos os sexos, entre 2 e 12 anos, advindos do ambulatório de pediatria do HUPE/UERJ. O atendimento ambulatorial transdisciplinar (Nutrição, Psicologia, Educação Física e Genética) iniciou-se em abril deste ano. Além dos dados relacionados à história clínica, nutricional, sociodemográfica e da escuta subjetiva dos pacientes, foram colhidas informações referentes ao atendimento antes e depois do início da intervenção de uma equipe multidisciplinar como: qualidade do atendimento, intervalo entre as consultas e adesão ao tratamento. Para fins de análise estatística descritiva, dados foram expressos em médias e percentuais. Conclusão Do total dos participantes admitidos, 77,5% eram crianças, 67,5% do sexo feminino e 88,6% pertencentes à classe econômica baixa e muito baixa. Quanto ao estado nutricional, observou-se que 27,5% dos pacientes dislipidêmicos apresentaram peso elevado para idade e 40% excesso de peso para o índice de massa corporal e 2,5% baixo peso. Quanto ao atendimento, constatou-se que o tempo intervalo entre as consultas foi reduzido de quatro para dois meses e a adesão das consultas aumentou de 25 para 60%. O atendimento humanizado permitiu que o processo de escuta e do cuidado fosse ampliado, pois identificou através da escuta destes sujeitos, oito dentre eles que necessitavam de acompanhamento psicológico individualizado. A partir dos dados apresentados fica evidente a importância da atuação multidisciplinar no processo de prevenção da doença cardiovascular, devido a sua natureza multifatorial e complexa. O diagnóstico e a intervenção específica nos estágios mais precoces contribui minimizar os efeitos colaterais da aterosclerose desde a infância na vida adulta. 134 Ações educativas sobre bebida de soja para indivíduos com necessidades educacionais especiais Thayana Calixto de Carvalho; Thereza Christina Moret Polonia; Mônica Porciúncula Pernambuco Oliveira; Marisa Helena Cardoso. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) Introdução A merenda escolar é um instrumento capaz de atingir alunos em todos os pontos do país e por isso merece planejamento, controle de qualidade e avaliação sensorial. No Brasil, detectou-se aumento do consumo de alimentos industrializados apresentando altos teores de gorduras, açúcares e sódio. Os hábitos alimentares adquiridos na infância tendem a se solidificar na vida adulta. Assim, a adoção de medidas de promoção da saúde é vital na infância. A soja contém expressivos teores de proteínas, fibras, oligossacarídeos, vitaminas e minerais, sendo considerada alimento funcional. Objetivo O objetivo deste trabalho foi divulgar a soja por meio de ações educativas em saúde para crianças e adolescentes com necessidades educacionais especiais. Estas ações, que consistiram tanto em oferecer uma bebida de soja, abacaxi e maçã a esses alunos, bem como palestra para reabilitandos e responsáveis pelos alunos, foram realizadas em um instituto federal de educação que trabalha com este tipo de público, na cidade do Rio de Janeiro. Método Durante 2012, 101 alunos, com idades entre 4 e 21 anos, provaram esta bebida, que foi preparada artesanalmente, e responderam a um questionário aplicado pela discente sobre hábitos alimentares e propriedades sensoriais desta bebida, como aroma e sabor, com base em escala de impressões. A bebida foi periodicamente avaliada microbiologicamente, mostrando-se apta para consumo. Uma apresentação em PowerPoint foi preparada sobre hábitos alimentares e benefícios ao se consumir alimentos como soja, abacaxi e maçã. Os resultados mostraram que 74% dos Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 105 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) alunos sabiam que o consumo regular de soja e frutas faz bem à saúde. Por outro lado, apenas 5% sabiam o preço do quilo da soja. O aroma foi considerado bom ou ótimo por 76% dos estudantes; 69% deles atribuíram conceito bom ou ótimo para o sabor; 77% deles não deixaram resto no copo no qual a amostra de bebida foi oferecida. Uma palestra foi ministrada a 65 pessoas, em evento em que se comemorou o Dia Mundial da Alimentação, no referido instituto. Conclusão As ações junto aos alunos e adultos alcançaram bons resultados. A expectativa é os alunos se familiarizem paulatinamente com preparações nutritivas com soja, pois a adoção de novos hábitos alimentares é um processo moroso e complexo, que requer paciência e perseverança. Estas ações estão vinculadas ao Programa Alimentação Saudável e Avaliação Sensorial de Preparações com Soja por Coletividades Hígidas e Não Hígidas, reconhecido pelo Edital nº 4 do ProExt 2011 do MEC SESu. 135 Bebida de soja, laranja, banana e maçã: avaliação sensorial por idosos Verônica de Oliveira Corrêa Rached; Maria Lúcia Carneiro dos Rios Ferreira; Pedro Eder Portari Filho; Marisa Helena Cardoso Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) Introdução Estudos apontam que a soja pode ser utilizada de forma preventiva no tratamento de doenças cardiovasculares, câncer, osteoporose e sintomas da menopausa. O extrato hidrossolúvel de soja (EHS) preparado artesanalmente apresenta baixo custo e alta qualidade proteica. A combinação de EHS com sucos de frutas representa uma alternativa ao leite de vaca para as pessoas intolerantes à lactose e alérgicas. Objetivo O objetivo deste trabalho foi divulgar uma bebida de soja, banana, laranja e maçã para idosos de um centro de atendimento a esses indivíduos, 106 revista.hupe.uerj.br por meio de aplicação de provas sensoriais desta. Método Durante 2012, a bebida foi preparada no lar da discente, adotando-se boas práticas de manipulação. Cálculos utilizando tabela de composição de alimentos foram realizados para o estabelecimento do valor energético da bebida. Periodicamente, realizou-se pesquisa de microrganismos deteriorantes e patogênicos na bebida. Os atributos de qualidade sensorial foram avaliados com base em escala de impressões, variando de ótimo a péssimo. Conclusão O valor energético de 200 ml da bebida foi de 88,56 kcal. Os resultados microbiológicos mostraram que a bebida encontrava-se apta para consumo e ela foi provada por 103 idosos com idades entre 57 e 94 anos. Dentre eles, 96% eram do sexo feminino; 78% apreciavam banana, laranja e maçã; 79% já haviam experimentado bebida de soja industrializada antes sendo que 51% a classificaram como boa ou ótima. Neste estudo, a cor foi considerada ótima ou boa por 91% dos idosos; o aroma, por 85% deles, e, o sabor, por 92% deles. Para os idosos, 41% perceberam aroma predominante de banana sobre os de laranja e de maçã; 38% detectaram predominância de sabor de banana sobre os de laranja e maçã; 29% deles não conseguiram perceber aroma de quaisquer das três frutas presentes e 18% não conseguiram perceber os sabores das frutas utilizadas na bebida. Quanto ao interesse dos idosos em aprenderem a preparar esta bebida, 90% deles afirmaram que gostariam de elaborá-la em seus lares. Devido aos benefícios proporcionados pelo consumo da soja à saúde humana, é importante estimular a inclusão deste alimento na dieta dos idosos. Este estudo mostrou que a bebida de soja, banana, laranja e maçã agradou a maior parcela dos idosos entrevistados. Esta ação está vinculada ao Programa Alimentação Saudável e Avaliação Sensorial de Preparações com Soja por Coletividades Hígidas e Não Hígidas (PASASPSoja), reconhecido pelo Edital nº 4 do ProExt 2011 do MEC SESu. Odontologia Odontologia 136 Vivência de acadêmicas de odontologia na Estratégia de Saúde da Família: análise da contribuição na formação profissional Célia Caldeira Fonseca Kestenberg; Beatriz Faro Wanzeller; Thamyris da Silva Cruz; Elizabeth Santos Botelho Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Introdução Descrever a contribuição das experiências vividas por acadêmicas de odontologia, bolsistas do Programa de Ensino para o Trabalho em Saúde (PET-Saúde) intitulado Laboratório de Habilidades Sociais e Interpessoais, no que diz respeito a formação profissional. Através da integração entre os cursos de odontologia, medicina, nutrição, enfermagem, psicologia e os profissionais da unidade da Estratégia de Saúde da Família no RJ, elaborou-se a construção interdisciplinar do conhecimento em saúde através de cursos de capacitação. O foco principal da abordagem teórica foram os conceitos de habilidades sociais. Objetivo Relatar a vivência das acadêmicas de odontologia na Estratégia de Saúde da Família e a contribuição do PET-LAHIS na formação de profissionais qualificados; determinar de que forma a participação nas atividades realizadas no cotidiano da atenção primária contribuiu para formação profissional. Método Descrição das diferentes atividades que ocorreram semanalmente, de março a agosto de 2013, na comunidade da Formiga, sobe a orientação da preceptora cirurgiã dentista e avaliação da prática das habilidades sociais. Atividades desenvolvidas: 1. mutirão da criança (01): atividades informativas dinâmicas, como avaliação da saúde oral e demais exames; 2. atendimento odontológico (90): somado ao procedimento técnico, era possibilitado a cada paciente “de- sabafar” suas angústias, refletir sobre seu sofrimento e suas causas e por consequência, tomar consciência de suas ações; 3. consultas conjuntas (02): atendimento interdisciplinar entre os profissionais da saúde de distintas disciplinas e áreas do conhecimento; 4. grupos de saúde bucal (03): atividades dinâmicas informativas sobre saúde oral, seguidos de atendimentos clínicos da população; 5. visitas domiciliares (02): na atenção básica, são realizadas ações em domicílio, como o cadastramento, a busca ativa, ações de vigilância e de educação em saúde. A atenção domiciliar ocorre também quando pacientes cuja situação demande um cuidado e acompanhamento periódico, estão impossibilitados ou com dificuldade de locomoção à unidade de saúde; 6. planejamento familiar (01): através de um conjunto de ações foram apresentadas, discutidas informações sobre sexualidade, além de métodos e técnicas para concepção e anticoncepção; 7. acolhimento (01): permitindo a expressão das angústias e preocupações do indivíduo. Conclusão Programas que visam aproximar a graduação ao sistema público de saúde complementam a formação teórica e prática de acadêmicos de odontologia. 137 Estudo retrospectivo de 2.078 casos biopsiados na Clínica de Especialização em Estomatologia/UERJ Marcus Vinicius Rego Benevides; Monalisa C. A. M. Albuquerque; Renata Magalhães; Bruna Lavinas Sayed Picciani; Geraldo Oliveira Silva-Júnior; Marília H. Cantisano Estomatologia/Policlínica Piquet Carneiro – UERJ Introdução O complexo oral e maxilofacial pode ser afetado por diferentes tipos de lesões dos tecidos duros e moles. O exame clínico e o exame radiográfico permitem um diagnóstico clínico provisório que, em muitos casos, deverá ser confirmado Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 107 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) através de biópsia. Existem poucos estudos que informem a frequência relativa ou prevalência das lesões orais, que incluam confirmação histopatológica e abranjam dados demográficos dos pacientes e frequência da localização anatômica das lesões. Objetivo Realizar um estudo retrospectivo das lesões biopsiadas do complexo oral e maxilofacial de indivíduos brasileiros atendidos na Clínica de Estomatologia num período de 2000 a 2012. Método Os prontuários de 2.078 pacientes com diagnóstico histopatológico de lesões da cavidade oral e maxilofaciais foram estudados. Os dados clínicos dos pacientes foram registrados e avaliados retrospectivamente. Os dados foram agrupados em patologias e caracterizados quanto à idade, ao gênero e à localização anatômica. As informações foram introduzidas no Microsoft Office Excel 2007 e a estatística descritiva foi realizada. Conclusão Num período de 12 anos foram realizadas 2.178 biópsias, sendo que destes 1.441 casos (69%) obtiveram diagnóstico comprovado através de exame histopatólogico e 31% (637 casos) diagnóstico descritivo. Dos casos com diagnóstico histopatólogico conhecido, 59% eram mulheres, 31% homens e 11% não informado o sexo. A média de idade da população estudada foi de 50,63 anos e em 58% dos casos os pacientes eram leucodermas, 31% melanodermas e em 21% dos casos a cor de pele não foi relatada. O sítio de localização das lesões com diagnóstico foram no rebordo alveolar, mucosa jugal e no palato duro. Os achados histológicos foram variáveis, com um total de 108 diagnósticos diferentes. As lesões mais freqüentes foram os processos proliferativos não neoplásicos, incluindo hiperplasia fibrosa inflamatória (33,7%), granuloma piogênico (4,5%) e fibroma ossificante periférico (1,0%). O carcinoma de células escamosas (7,9%), fenômeno de extravasamento/retenção de muco (7,0%) e líquen plano (4,2%) também foram comuns entre os casos estudados. Os 108 revista.hupe.uerj.br resultados deste trabalho representam a prevalência das patologias orais e maxilofaciais descritas na população em geral, semelhante aos achados reportados na literatura, reforçando desta forma que o diagnóstico histopatológico representa uma importante ferramenta no diagnóstico quando associada com os exames clínico e de imagem. 138 Síndrome de Cowden – diagnóstico precoce através de manifestações orais Thays Teixeira de Souza; Gabriella Mundim Rocha de Oliveira; Bruna Lavinas Sayed Picciani; Ruth Tramontani Ramos; Geraldo de Oliveira Silva Júnior; Marília Heffer Cantisano Estomatologia/Policlínica Piquet Carneiro – UERJ Introdução A síndrome de Cowden ou síndrome dos hamartomas múltiplos é uma genodermatose autossômica dominante rara, caracterizada pela presença de múltiplos hamartomas mucocutâneos, fibromas orais, queratose acral benigna, pólipos gastrointestinais e tumores de mama. Afeta múltiplos órgãos (mama, tireóide, estômago, cólon), com a forte possibilidade de desenvolvimento de neoplasia maligna nestes órgãos. Objetivo O objetivo deste trabalho é apresentar um caso de síndrome rara, com destaque para as lesões orais que foram responsáveis pelo diagnóstico precoce desta doença. Método Mulher, 34 anos, leucoderma, com história de nódulos benignos em tireóide e mama, apresentou-se à clínica odontológica para avaliação de lesões orais. Conclusão Exame extraoral revelou pápulas em região nasal, crescimentos verrucosos em região axilar e queratose palmoplantar. Exame intraoral mostrou múltiplas pápulas em gengiva inserida, língua e trígono retromolar. Análise histológica Odontologia das lesões orais foi compatível com hiperplasia fibroepitelial. O diagnóstico da síndrome de Cowden foi então sugerido após análise dos achados orais, associado ao envolvimento cutâneo e história patológica pregressa. Este caso relata a importância do estomatologista no diagnóstico desta síndrome, caracterizada pela alta prevalência de tumores malignos, indicando que exames de rotina fazem-se necessários em pacientes afetados pela doença. 139 Prevenção do câncer bucal Tuanny Lima Rangel; Marília Heffer Cantisano; Geraldo de Oliveira da Silva Junior; Bruna Lavinas Sayed Picciani; Ruth Tramontani Ramos; Thiago Pessoa Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Introdução A Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1997 considerou como lesões pré-malignas ou lesões pré-cancerosas, um tecido morfologicamente alterado no qual o câncer é mais provável de ocorrer do que em sua contraparte aparentemente normal. Em 2005 sugeriram o termo “lesões epiteliais precursoras” definidas como lesões que apresentam o epitélio alterado com maior tendência à progressão para o carcinoma de células escamosas. As principais lesões bucais que podem ser precursoras são as leucoplasias, as eritroplasias, as eritroleucoplasias e a queilite actínica que se manifesta nos lábios. Objetivo O referido trabalho de extensão sobre a prevenção do câncer bucal teve por objetivo avaliar o perfil clínico dos pacientes portadores de desordens potencialmente malignas da cavidade oral, num período de dez anos, atendidos na Clínica de Estomatologia da Policlínica Piquet Carneiro da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, bem como conscientizar através de meios informativos a população e os profissionais da área de saúde sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce. Método Quanto aos procedimentos para diagnóstico, o exame físico incluiu a inspeção visual e palpação de todas as superfícies mucosas, palpação bimanual do assoalho da boca e a avaliação clínica do pescoço em busca do envolvimento de linfonodos. O diagnóstico definitivo foi confirmado por biópsia de espécime removida da área mais suspeita clinicamente. Conclusão Após avaliação foi verificado que a lesão pré‑maligna que prevaleceu foi a leucoplasia, tendo como sítio principal a língua (37,1%) seguido da mucosa jugal (12,9%); a eritroleucoplasia apresentou como sítio principal a língua (50%), seguida do palato (14,3%); cem por cento dos casos de queilite actínica ocorreram no lábio inferior, bem como apresentaram displasia epitelial e o carcinoma de células escamosas instalados em dois casos. Pode-se concluir sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce das referidas lesões através da conscientização da população e meios informativos à população. Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 109 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) Psicologia 140 LIPAPS – eixo de saúde mental: perspectivas da integração da pesquisa ao SUS Alice Lopes do Amaral Menezes; Karen Athié; Angela Machado; Eloá Borges; Marília Verdussen; Sandra Lucia Correia Lima Fortes Laboratório Interdisciplinar de Pesquisa em Atenção Primária à Saúde (LIPAPS)/ UERJ Introdução O Laboratório Interdisciplinar de Pesquisa em Atenção Primária à Saúde (LIPAPS) do Centro Biomédico é um centro voltado para atenção primária à saúde (APS) envolvendo atividades de ensino, pesquisa e formação de recursos humanos. Possui três eixos de atuação: Saúde Mental, Adolescência e Saúde, e Sexualidade. A SM na APS é uma das prioridades da restruturação da assistência no país devido à alta prevalência de transtornos mentais e à necessidade de ampliar o acesso à Estratégia de Saúde da Família. Objetivo Informar à comunidade científica sobre pesquisas e projetos específicos do eixo de Saúde Mental (SM). Método São adotadas metodologias quantitativas e/ou análises “quali-quanti” de acordo com o objetivo de cada projeto. Conclusão As linhas de pesquisa englobam: 1) epidemiologia; 2) formação e educação permanente; 3) intervenções terapêuticas e práticas de cuidado; 4) sistemas de saúde; 5) classificação diagnóstica; 6) projetos especiais. Além da participação de alunos de graduação e pós-graduação (residência, especialização, mestrado e doutorado), o LIPAPS tem parceria com instituições nacionais e internacionais: ENSP/FIOCRUZ, UNIFESP, UEL, UFC, UFRJ, a universidade espanhola Zaragoza e as inglesas de Manchester e Liverpool. Em pesquisa, foram financiados por agências públicas cinco projetos que, em 110 revista.hupe.uerj.br geral, foram feitos na Área Programática 2.2 do município do Rio de Janeiro: Avaliação de capacitação em saúde mental: matriciamento (CNPq, 2009); Formando para o cuidado para álcool, crack e depressão (MS/SGTES, 2011); Avaliação do cuidado em Saúde Mental (FAPERJ/PPSUS, 2010-2013); Avaliação do cuidado da depressão (CNPq/REBRATS, 2011-2013); Mulheres na ESF: grupos, educação em saúde e geração de renda (Secretaria de Política para Mulheres – Presidência da República, 2013). Em capacitação, foram ministrados cursos para funcionários da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro: Aperfeiçoamento em SM na APS – BABEL (2010) e Qualificação profissional: violência e SM na APS (2011). Também foram realizados três seminários presenciais e, mensalmente, são realizados seminários à distância via Portal Telessaúde. Em pesquisa acadêmica, foram concluídas diversas dissertações e teses sobre avaliação de treinamento, serviços e intervenções terapêuticas, demanda de pacientes, etc. Pela extensão da atuação, o LIPAPS vem se tornando uma instituição pioneira em pesquisa sobre SM na APS e vem transformando as perspectivas da educação, pesquisa, assistência e gestão nesse setor. 141 Pró-Saúde apoia curso de comunicação em saúde para alunos de graduação Alice Lopes do Amaral Menezes; Daniela Tavares Pimenta; Celia Kestenberg; Bianca Souza; Sandra Lucia Correia Lima Fortes Laboratório Interdisciplinar de Pesquisa em Atenção Primária à Saúde (LIPAPS)/UERJ Introdução Na área de saúde, a expansão da Estratégia de Saúde da Família (atenção primária) aponta para a atenção baseada na longitudinalidade do vínculo profissional de saúde-paciente. Paralelamente, na educação, as Diretrizes Curriculares Nacionais orientam as instituições de ensino superior quanto à formação de profissionais de saúde em competências como: atenção à saúde, tomada de decisão, comunicação, lide- Psicologia rança, administração e gerenciamento, educação permanente. Considerando esses contextos, o Programa Pró-Saúde apoia o curso de Comunicação em Saúde voltado para a aproximação entre a formação de graduação e as necessidades do sistema de saúde. Objetivo 1) Desenvolver habilidade de comunicação por meio do exercício de técnicas de intervenção psicossocial; 2) ampliar o desempenho na realização da entrevista clínica com o paciente. Método Promover o exercício de habilidades interpessoais e sociais através técnicas de abordagem e intervenção de caráter psicossocial. Adotou-se o programa “Entrevista Clínica e Comunicação Assistencial” de Orozco González, Borrell Carrió e García-Campayo, da Universidade de Zaragoza (Espanha), que preconiza uso de metodologias como dramatização, dinâmicas, gravação de vídeo com feedback sobre o desempenho do aluno. Para a avaliação do curso, utilizou-se grupo focal (qualitativa). Conclusão Foram ministrados cursos para públicos distintos. O primeiro para alunos de diferentes especialidades que participam do PET-Saúde Laboratório de Habilidades Interpessoais e Sociais (multidisciplinar). O segundo para alunos do 3º ano de Medicina que cursam a disciplina de Clínica Médica (unidisciplinar). Alunos avaliaram que os temas abordados e o exercício prático de intervenções clínicas contribuíram para o desenvolvimento de novas habilidades de empatia, comunicação e relacionamento interpessoal. Para eles, aprender “Comunicação em Saúde” participando dinamicamente, permite significativa integração teórico-prática, além da aproximação com a realidade dos serviços em que um dia atuarão. Por reunir várias especialidades, na turma multidisciplinar surgiu maior diversidade de opiniões e experiências, o que levou ao aprofundamento espontâneo da troca de conhecimentos e potencializou a aprendizagem. Recomenda-se integrar o ensino de habilidades de comunicação no currículo da graduação, a fim de preparar os alunos para o manejo da relação profissional de saúde-paciente e do vínculo e, assim, garantir a longitudinalidade e a qualidade da assistência à saúde. 142 Uso de metodologia ativa para comunicação em saúde na graduação UERJ Alice Lopes do Amaral Menezes; Daniela T. Pimenta; Celia Kestenberg; Bianca Souza; Sandra Lucia Correia Lima Fortes Laboratório Interdisciplinar de Pesquisa em Atenção Primária à Saúde (LIPAPS)/UERJ Introdução As transformações sociais contemporâneas e a influência dos meios de comunicação aceleram a velocidade da produção de informações e alteram a relação humana com o conhecimento. Surgem novas formas de aprendizagem e, portanto, de educação profissional. Nesse contexto, as Diretrizes Curriculares Nacionais visam orientar as instituições de ensino superior sobre a formação dos profissionais de saúde nas competências de: atenção à saúde, tomada de decisão, comunicação, liderança, administração e gerenciamento, educação permanente. O desenvolvimento dessas competências exige, por sua vez, modalidades inovadoras de ensino-aprendizagem. Diante disso, propôs-se um curso de Comunicação em Saúde. Objetivo Testar metodologias ativas de ensino na graduação. Método Contrapondo o modelo tradicional baseado na reprodução do conhecimento em que o aluno tem papel mais passivo, optou-se por metodologias ativas que estimulam a postura participante e buscam ensinar o aluno a “aprender a aprender” a fim de desenvolver a autonomia e a capacidade crítica-reflexiva. Adotou-se o programa “Entrevista Clínica e Comunicação Assistencial” de Orozco González, Borrell Carrió e García-Campayo, da Universidade de Zaragoza Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 111 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) (Espanha), que preconiza uso de metodologias como dramatização, dinâmicas, gravação de vídeo com feedback sobre o desempenho do aluno. Para avaliar o curso, utilizou-se grupo focal (qualitativa). Conclusão Foram ministrados dois cursos pilotos. O primeiro em parceria com o PET-Saúde, com caráter multidisciplinar, ministrado para 15 graduandos de medicina, enfermagem, odontologia e nutrição. O segundo em parceria com a Clínica Médica, com caráter unidisciplinar, ministrado para oito alunos da disciplina de Clínica Médica (3ºano). Na avaliação dos alunos, apesar do estranhamento inicial, eles se engajaram nas práticas e aprenderam interagindo. Entre as estratégias didáticas, o vídeo com o respectivo feedback foi apontado como recurso potencializador do aprendizado. Apareceram críticas sobre a integração entre as disciplinas e uso predominante de métodos tradicionais. Para eles, as metodologias ativas possibilitaram que experimentassem intervenções que futuramente exercerão na clínica, integrando teoria-prática e ensino-serviço. O uso de metodologias ativas enriquece o ensino-aprendizagem, sendo valorizado pelos discentes. A fim de acompanhar as mudanças curriculares e as transformações sociais, recomenda-se adotá-las no programa pedagógico da graduação e capacitar a equipe docente nessas abordagens. de graduação do curso de Psicologia – junto ao Serviço de Cirurgia Cardíaca do Hospital Universitário Pedro Ernesto. O serviço recebe pacientes para realização de cirurgias cardíacas, sendo as mais comuns, as cirurgias de troca valvar e de revascularização do miocárdio. É bastante frequente a mobilização de medos e angústias diante da necessidade de realizar procedimentos cirúrgicos. Em se tratando da cirurgia cardíaca, especificamente, o evento é potencializado pela simbologia em torno do coração, fazendo deste um momento crítico na vida dos pacientes. Além disso, os familiares também são atores importantes nesse contexto, uma vez que são invariavelmente muito afetados diante da possibilidade de perda iminente decorrente da cirurgia ou de complicações no pós-operatório. O serviço oferece ainda acompanhamento no pós-operatório tardio, com vistas à reabilitação cardiovascular. Objetivo A partir da perspectiva do paciente como um todo, de um ser integral, espera-se que o trabalho da equipe de psicologia, pautado no suporte e na escuta, possa contribuir para a expressão de sentimentos, a superação das dificuldades, o reconhecimento de limites, a reflexão sobre a importância de mudança de alguns hábitos e estilo de vida e, principalmente, para a descoberta/criação de novas possibilidades para o viver. Instituto de Psicologia/UDA de Cirurgia Cardíaca/HUPE – UERJ Método A equipe de psicologia atua através da participação em grupos pré-operatórios, do atendimento aos pacientes no CTI-cardíaco, do acompanhamento aos familiares, da realização de grupos voltados para a reabilitação cardiovascular e da realização de entrevistas individuais. Faz-se necessário ainda a articulação com outros profissionais de saúde, visando a atenção integral ao paciente e a compreensão de seu processo de adoecimento. Introdução O presente resumo tem como objetivo apresentar o trabalho da equipe de psicologia – composta por residentes de psicologia e alunos Conclusão Na intervenção psicológica, o diálogo possibilita o estabelecimento de uma relação de confiança entre o profissional e o paciente/familiar, 143 Psicologia e cirurgia cardíaca: uma parceria necessária Cristiane Ferreira Esch; Anna Paula Rezende Pereira; Danielle Rosa de Oliveira; Ingrid Maracahense da Silveira Cavalcante Carlos; Ana Cléa Candido da Silva; Luiza de Carvalho Gama 112 revista.hupe.uerj.br Psicologia fundamental neste momento de intensa fragilidade na vida desses indivíduos. É com base no acolhimento, no oferecimento de suporte e no respeito à singularidade que o profissional de psicologia participa desta travessia. Dessa forma, a presença de um outro, que oferece suporte e escuta, é fundamental para a vivência desse momento, que envolve o desconhecido, a falta de garantias e certezas, mas que também se mostra potente, ao abrir possibilidades para o indivíduo reinventar-se. 144 Psicologia e reabilitação cardiovascular: um encontro repleto de possibilidades Anna Paula Rezende Pereira; Ana Cléa Candido da Silva; Luiza de Carvalho Gama; Danielle Rosa de Oliveira; Fabiene Barros de Oliveira; Cristiane Ferreira Esch Instituto de Psicologia/UDA de Cirurgia Cardíaca/HUPE – UERJ Introdução O presente trabalho tem como objetivo apresentar a importância do acompanhamento psicológico no processo de reabilitação cardiovascular de pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio. A OMS entende por reabilitação cardíaca o somatório das atividades necessárias para garantir aos pacientes portadores de cardiopatia as melhores condições física, mental e social, de forma que eles consigam, pelo seu próprio esforço, reconquistar uma posição normal na comunidade e levar uma vida ativa e produtiva. Objetivo As doenças cardiovasculares (DCV) são atualmente designadas como o inimigo número um da saúde pública em todo o mundo. Por outro lado, as DCV encontram-se entre as principais causas de limitações funcionais, incluindo deficit no funcionamento físico, psicológico e social. Neste sentido, através de uma equipe multiprofissional busca-se uma reabilitação como um todo: física, mental e social. Método O trabalho ocorre no Serviço de Cirurgia Cardíaca do Hospital Universitário Pedro Ernesto e conta com profissionais de educação física, fisioterapia, nutrição e psicologia. A psicologia atua a partir de duas frentes: entrevistas individuais com o objetivo de acolher o paciente, compreender o processo de adoecimento, buscar informações sobre seus hábitos e informar sobre a proposta de reabilitação; e encontros quinzenais em grupos, com o objetivo de estabelecer naquele espaço uma rede de apoio para auxiliar na tomada de consciência dos limites atuais, na reflexão sobre a necessidade de efetuar mudanças em seus estilos de vida e na construção e/ou descoberta de novas possibilidades, a partir da troca de experiências. Busca-se, portanto, estimular a reflexão e conscientização acerca do binômio saúde/doença, e com isso possibilitar a construção em conjunto com o paciente de uma nova postura frente à vida e ao seu reestabelecimento. Conclusão A intervenção psicológica fornece suporte diante das dificuldades que se apresentam nesta trajetória e contribuem com o paciente na conquista de sua autonomia. É neste contexto que entendemos a importância da inserção da Psicologia a partir da perspectiva gestáltica, e sua compreensão do indivíduo como um todo: um ser biológico, psicológico e social, sendo, portanto de extrema importância a consideração de todos estes aspectos quando se busca o caminho da reabilitação. Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 113 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) Serviço Social 145 A contribuição da assessoria à equipe técnica de Serviço Social no resgate da sua atuação no processo transexualizador Andressa Cristina Pilar Ribeiro Abreu; Guilherme S. Almeida; Marcia Cristina Brasil Santos; Zelia Lima Gebrath; Samantha Guedes Clemente Serviço Social do Processo Transexualizador/ HUPE Introdução A “Assessoria à equipe técnica de Serviço Social na implementação do processo transexualizador no HUPE” construiu como uma de suas atividades uma linha do tempo sobre a atuação da equipe de Serviço Social do Processo Transexualizador. Houve um resgate histórico deste o ano de 2003 com a criação do programa, quando o primeiro usuário ingressou por meio de mandato judicial, requerendo a cirurgia de redesignação sexual. A implementação da portaria do Ministério da Saúde nº 457 de 19 de agosto de 2008, que institui o HUPE como um dos quatro centros de referências para a realização do processo transexualizador, além de uma equipe mínima de saúde, que dentre outras inclui o assistente social. Para tanto, com a instituição desta nova demanda para a equipe de serviço social, buscou-se ampliar a formação técnica de seus quadros, através do embasamento teórico-crítico e analítico necessário para o atendimento desses usuários, a fim de compreender suas demandas explícitas e implícitas dentro do processo, pautando-se no direito desses indivíduos ao atendimento humanizado, na perspectiva da igualdade, integralidade e da qualidade livre de discriminações de qualquer natureza em consonância com a Carta de Direitos dos Usuários da Saúde de 2006. Objetivo A assessoria à equipe tem buscado contribuir para estratégias de intervenção do serviço social dentro do programa, aproximação com as outras equipes envolvidas, sistematização das ativida- 114 revista.hupe.uerj.br des, desenvolvimento da produção científica e estímulo aos profissionais e usuários à participação no controle social da política de saúde. Método Para tanto, houve encontros mensais com o assessor, para a elaboração de uma linha do tempo sobre a atuação da equipe de serviço social no processo transexualizador do HUPE. Ademais, foi necessário uma pesquisa dos eventos que esta equipe já participou, além da produção em eventos científicos. Conclusão Assim, esta atividade, além de recuperar a memória do que já foi realizado pela equipe de serviço social no processo transexualizador e estimular o trabalho desenvolvido pela mesma, também possibilitou uma avaliação dessa equipe e da contribuição da assessoria nesse espaço de atuação. 146 Uma concepção ampliada de seguridade social e sua abordagem nas salas de espera do Projeto Bússola Elizabeth da Luz Marques; Priscila Jesus do Nascimento Fonseca Programa de Atenção à Saúde do Adulto/HUPE Introdução O Projeto Bússola foi organizado em 1999 pela equipe de Serviço Social do PASA (Programa de Atenção à Saúde do Adulto) e um de seus subprojetos é a Sala de Espera. O presente trabalho tem por finalidade mostrar a relevância das temáticas discutidas nas salas de espera, e sua relação com o conceito ampliado de seguridade social. Objetivo Objetiva-se nesta atividade instrumentalizar os usuários quanto à seus direitos, com fins de fazer jus ao princípio da integralidade da atenção. Em geral, a concepção usual de seguridade social engloba três políticas, a saber: assistência, saúde e previdência; nesse trabalho, porém, a abordaremos de forma ampliada. Serviço Social Método As oito temáticas trabalhadas discutem sobre o acesso à saúde e cidadania de forma ampla. São elas: Política de Atenção Integral a Saúde do Homem; cartas dos direitos dos usuários do SUS; prevenção de DST/Aids; doação de sangue; previdência social; BPC; Política de Medicamentos e Política de Transportes. Os conteúdos trabalhados envolvem as seguintes preocupações: saúde do homem e a cultura histórica do não cuidado; o desconhecimento dos direitos na política de saúde; prevenção de DST/Aids; construção de uma cultura de doação de sangue; critérios de acesso aos direitos previdenciários; socialização de informações quanto ao Benefício de Prestação Continuada; formas de acesso aos medicamentos prescritos e gratuidade nos transportes. Nosso percurso metodológico tem sido a construção de uma abordagem problematizadora das temáticas arroladas, mediante roteiros estruturados, onde oportuniza-se a participação social dos usuários, a socialização dos direitos e as formas de acessá-los. Conclusão Neste trabalho, definimos para efeitos comparativos o período de julho a dezembro de 2012: 27 salas realizadas; 269 usuários alcançados; sete temáticas abordadas, a saber: BPC, Política Integral à Saúde do Homem, Política de Medicamentos, Política de Transporte, prevenção de DST/Aids, doação de sangue e carta dos direitos dos usuários. Doze ambulatórios foram alcançados por essa atividade: dermatologia, urologia, diabetes, ginecologia, urologia, reumatologia, ortopedia, oftalmologia, hepatologia, AMI (medicina integral), otorrino e neurologia. Concluímos que este trabalho tem oportunizado a construção da visibilidade profissional do assistente social; a informação e o acesso aos direitos sociais pelos usuários e a consolidação dessa prática educativa no ambulatório central do HUPE. 147 O perfil dos usuários do ambulatório de tu- berculose do HUPE/UERJ Elizabeth da Luz Marques; Ana Beatriz Martins Costa; Ana Carolina A. da Silva Programa de Atenção à Saúde do Adulto/HUPE Introdução O serviço social do PASA (Programa de Atenção a Saúde do Adulto) iniciou intervenção no ambulatório de tuberculose no dia 3 de junho de 2013 com uma equipe de três assistentes sociais (um TPB, uma residente e uma staff); uma preocupação inicial foi conhecer o perfil dos usuários que são ali acompanhados, passo fundamental para o planejamento do trabalho que será realizado. O conhecimento dessa população permitirá ao serviço social mobilizar recursos governamentais e não governamentais, a partir do perfil desenhado, garantindo o acesso às políticas sociais aos usuários. Objetivo Apresentar perfil da população que faz tratamento de tuberculose no HUPE, através da sistematização de aspectos contidos nos prontuários organizados pela equipe de enfermagem e medicina; os aspectos que foram registrados pelo serviço social foram: sexo, idade, endereço, profissão/ocupação, tipos de encaminhamento para o ambulatório, condição sorológica para o HIV, tipos de tuberculose, tabagismo e reincidência da patologia. Método Num período de três semanas a equipe de serviço social fez levantamento de 90 prontuários, considerado o período de julho de 2012¹ a junho de 2013, recorte anual que possibilitará o conhecimento da população usuária daquele serviço e que servirá para nortear as ações profissionais do serviço social. Serão apresentados 10 gráficos que englobarão os aspectos arrolados acima. (1) Do ano de 2012 foram considerados apenas os que ainda se encontravam em tratamento. Conclusão Em relação à idade, 65% encontram-se na faixa etária produtiva (18 a 59 anos), sendo que 12% são do lar e 23% dos prontuários não Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 115 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) tem informações acerca da profissão. Quanto ao sexo, 61% das pessoas acompanhadas neste ambulatório são homens, o que pode expressar uma cultura do não cuidado por parte desse público em relação à prevenção. Com relação à moradia, 59% residem no município do Rio de Janeiro, o que possibilitará o acesso ao RioCard Especial. Encontramos 11% dos usuários com coinfecção para o HIV/Aids confirmando dados do Ministério da Saúde. Em relação ao tipo de encaminhamento interno, 32% não foram identificados e 34% não foram informados. Conclui-se que o processo de sistematização é indispensável para o profissional de saúde que busca organizar tanto o planejamento quanto a operacionalização das suas ações, subsidiados pelos dados da realidade sociossanitária dos usuários. 148 Grupo Com Vida possibilitando aprendizagem – de pacientes a multiplicadores da promoção da saúde Elizabeth da Luz Marques; Amanda Pereira Nunes; Daniella Almeida Programa de Atenção à Saúde do Adulto/HUPE Introdução O serviço social da equipe de Saúde do Adulto do Hospital Universitário Pedro Ernesto vem priorizando as práticas educativas na organização de seu processo de trabalho; essa escolha profissional é calcada na verificação do impacto que a atividade com grupos proporciona, expressa no perfil das residentes que passam pela área e também na educação permanente dos sujeitos envolvidos na dinâmica coletiva. Objetivo O Grupo Com Vida é destinado a pessoas vivendo com HIV/Aids, de ambos os sexos, existente há 17 anos no HUPE; tem caráter multidisciplinar com traços interdisciplinares (enfermagem/nutrição/serviço social/medicina), configurando-se como cenário de aprendizagem também para a Nutrição e estudantes de Medicina da UERJ. O objetivo do presente 116 revista.hupe.uerj.br trabalho é o de apresentar o potencial do grupo Com Vida, no que se refere ao processo de aquisição de autonomia pelos usuários, que têm a possibilidade de sair do papel de passividade e assumir o de protagonista e multiplicador das ações de educação em saúde nas relações que estabelecem com o mundo à sua volta. Método Este espaço educativo funciona como lugar de debates de temáticas correlatas ao HIV/Aids, cujos assuntos são oriundos quase sempre dos usuários, o que possibilita o interesse na participação dos mesmos. Buscamos nos depoimentos dos usuários, registrados nos relatos das reuniões semanais, posturas proativas que expressam uma participação mais política no trato da questão da Aids. Conclusão Seguem alguns exemplos que expressam o amadurecimento dos usuários, e que transcende a preocupação em entender sua patologia e como administrar os medicamentos. 1) Usuária que organiza feira de saúde em sua comunidade, cultivando a ideia de prevenção e promoção da saúde; 2) usuária que promove discussão em igrejas sobre prevenção de DST/Aids; 3) usuária que se torna “conselheira” em seu bairro para assuntos de prevenção e promoção de saúde, distribuindo preservativos após efetuar aconselhamentos; 4) usuários que tomam como responsabilidade a distribuição de folhetos informativos e aconselham o uso de preservativos em suas próprias famílias e locais de trabalho; 5) usuários que se tornaram voluntários do Grupo Com Vida e que fazem visitas às enfermarias do HUPE se oferecendo a apoiar usuários recém‑diagnosticados. 149 O treinamento profissional bolsista do assistente social no núcleo de cuidados paliativos do HUPE Erika Mesquita; Darci Cassia de Paula Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) Introdução O presente trabalho visa expor a experiência da atuação profissional do assistente social, em Serviço Social treinamento profissional, voltada aos usuários em acompanhamento no Núcleo de Cuidados Paliativos do Hospital Universitário Pedro Ernesto. Objetivo Contribuir com o debate acerca dos potenciais da ação do serviço social junto aos cuidados paliativos. Método A inserção do assistente social na equipe multiprofissional possui como norte efetivar a atenção integral em saúde, contribuindo para a cidadania dos usuários/familiares ao informar e orientar sobre seus direitos sociais, efetivando encaminhamentos e realizando a interlocução com outras áreas da política social. Temos percebido a crescente demanda por esclarecimentos acerca de benefícios previdenciários e assistenciais, renda, transporte, acesso a medicamentos e insumos. Neste sentido, a atuação qualificada para intervir nos casos em acompanhamento revela a importância deste campo para o treinamento profissional do assistente social. Conclusão A inserção do assistente social no Núcleo de Cuidados Paliativos tem se mostrado de grande relevância para usuários e familiares ao possibilitar a implementação dos cuidados ativos e integrais, os quais devem ser “prestados a usuários com doença progressiva e irreversível, sendo fundamental o controle da dor e de outros sintomas através da prevenção e do alívio do sofrimento físico, psicológico, social e espiritual.” (ANCP, 2006:12). Além disso, vem cumprindo com o “compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional” (CFESS, 38:2010), ao viabilizar o treinamento profissional nesta área. 150 As potencialidades do atendimento social: limites e possibilidades Érika Campos do Nascimento; Jaqueline Flôr da França; Samantha Guedes Clemente Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) Introdução Tendo em vista a possibilidade de inserção dos assistentes sociais em distintos espaços ocupacionais, nos quais desenvolvem ações desde o atendimento direto ao usuário até o planejamento, a formulação e a gestão das políticas sociais, dentre outros, o trabalho desenvolvido pelo serviço social do Programa de Atenção à Saúde do Adulto (PASA) no ambulatório central do Hospital Universitário Pedro Ernesto atua no acolhimento e intervenção de múltiplas demandas da população usuária. Objetivo O objetivo deste trabalho é discorrer sobre o atendimento social a partir das experiências das residentes de Serviço Social inseridas neste espaço, que intervêm nas demandas e necessidades apresentadas pelos usuários. Método No atendimento social são utilizados vários instrumentos que possibilitam a intervenção do profissional. É utilizado o estudo social (ficha onde o profissional relata e documenta a passagem do usuário no serviço, as demandas e procedimentos adotados); também são realizados pareceres e encaminhamentos (internos e externos) para outros profissionais e serviços; são desenvolvidas ações socioeducativas de promoção e prevenção em saúde, com distribuição de folders e cartilhas, além de preservativos masculinos e femininos; e ainda, orientações previdenciárias, assistenciais, dentre outras. Será com base na sistematização das informações de tais instrumentos que basearemos os apontamentos levantados nesse trabalho. Conclusão Diante da atual conjuntura de regressão de direitos e a dificuldade de consolidação das políticas públicas, identificamos que é preciso desenvolver estratégias e criar mecanismos que possibilitem aos cidadãos, em especial aqueles que se encontram em condições de vulnerabilidade social e econômica, a terem acesso às políticas sociais. Observamos que o Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 117 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) desconhecimento quanto a operacionalização das políticas, dentre outros fatores, se configura em uma barreira que dificulta o acesso aos bens e serviços de saúde, dificuldades essas que chegam ao serviço social caracterizadas em múltiplas demandas de atuação do profissional, visto que este é incitado a desenvolver uma intervenção ampliada em diversas áreas, como educação, saúde, previdência e assistência social, habitação, trabalho e meio ambiente, entre outras, norteado por princípios e valores defendidos pelo projeto ético-político profissional, e pelo seu código de ética, na perspectiva de viabilizar o acesso aos direitos sociais e, consequentemente, às políticas públicas. 151 O envelhecimento populacional e sua expressão no atendimento social do PASA Andréa Vieira de Oliveira; Jaqueline Flôr da França Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) Introdução O interesse pela realização desse trabalho surgiu das inquietações dos profissionais no atendimento social do Programa de Atenção a Saúde do Adulto (PASA), a partir das observações quanto ao aumento do número de demandas apresentadas pelos idosos, com propósito de emitir uma resposta que possibilitará resolutividade às demandas apresentadas pela população específica. Objetivo Este trabalho tem o propósito de traçar um perfil dos idosos atendidos pela equipe de serviço social, e assim, possibilitar visibilidade às demandas apresentadas pelos mesmos, bem como dinamizar as estratégias profissionais de intervenção. Método Utilizamos o instrumento operacional da sistematização com o objetivo de mensurar o quantitativo de idosos atendidos pela área no plantão social; com isto, refletimos nossa prática, objetivando dimensionar e atualizar 118 revista.hupe.uerj.br com referencial teórico-metodológico, técnico-operativo, na perspectiva de dinamizar nossa rede e aperfeiçoar nossos atendimentos referentes a esse público. Conclusão Realizamos a sistematização acerca dos atendimentos aos usuários idosos do PASA, entre o período de abril de 2012 a setembro de 2012. Constatamos que atendemos um total de 97 idosos, sendo 38 homens e 59 mulheres. Na faixa etária de 60 a 65 anos, atendemos 55 idosos; 66 a 70 anos, foram 15 atendidos; 71 a 75 anos, foram 10 atendidos; 76 a 80, foram nove atendidos; 81 a 85 anos, foram quatro atendidos; 86 em diante foram quatro idosos. Utilizamos categorias como: gêneros dos idosos, bairros, estado civil, configuração sociofamiliar, informações socioeconômicas, espaço sociofamiliar, renda, situação de renda, escolaridade e demandas. A partir dos resultados dessa pesquisa, a equipe constatou a necessidade de uma capacitação permanente da área da saúde do idoso, para que seja incrementada a resolutividade da atenção prestada à esse público, com isto, redimensionar nossas ações de intervenção, a capacitação profissional, se faz necessário para uma intervenção de qualidade, aprimorando o profissional para o enfrentamento das expressões da questão social. 152 Ambulatório social Ana Clara Derani Almeida; Paula Ramos David; Felipe Nicolau; Gabriel Caetani; Laila Texeira; Laryssa Nayana Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Introdução Iniciado em 2008, o projeto de extensão Ambulatório Social da UERJ, vinculado ao Departamento de Clínica Médica da FCM, coordenado pelo professor Mário Castro Alvarez Perez e organizado pelo Centro Acadêmico de Medicina da UERJ (CASAF), inclui como evento anual o “Trote Solidário”, supervisionado por médicos, no qual alunos de medicina realizam atendi- Serviço Social mento em prevenção e rastreio de doenças da comunidade. Objetivo Fortalecer aprendizado prático-acadêmico, permitindo avaliar e investigar doenças mais prevalentes, e promover interação dos alunos na atenção primária da comunidade, atuando em prevenção, promoção e educação em saúde. Método O Trote Solidário ocorreu em 25 de maio de 2013, organizado por dois médicos, 10 monitores voluntários, e 30 calouros que atenderam e preencheram fichas de 119 pacientes durante a manhã no Colégio Amaro Cavalcanti – Largo do Machado. Para rastrear doenças com alta prevalência, como diabetes e hipertensão arterial, e promover, prevenir e educar em saúde, foi realizado antes do evento uma capacitação dos estudantes em uma série de aulas teóricas e práticas. Conclusão As fichas do evento foram base para análises epidemiológicas subsequentes. Do total de 119 avaliados, predominantemente adultos entre 50 e 65 anos, 67% eram mulheres e 33% homens. Os índices glicêmicos em 45% dos casos estavam abaixo de 99 mg/dl, a pressão sistólica (PS) abaixo de 120 mm de Hg em 46% e IMC abaixo de 30 kg/m² em 74%. Entretanto, 41% apresentou circunferência abdominal (CA) acima de 88 cm (mulher) e 102 cm (homem). Infere-se que pessoas da meia idade, principalmente o sexo feminino, buscam avaliar e controlar mais a saúde. A maioria dos valores glicêmicos, PS e IMC, mantêm-se em padrão de referência, porém a alimentação saudável e prática de exercícios físicos devem ser incentivados como demonstrado pelo CA acima do padrão de referência. O projeto alcança seu objetivo ao promover a direta atuação na prática médica dos estudantes antes do internato (primeiro ao quarto ano de medicina) que demonstram satisfação pessoal e aproveitamento da efetiva e precoce inserção na prática médica. Esta metodologia e os resultados de sua aplicação contribuem para a formação de médicos mais humanizados e que priorizam a abordagem biopsicossocial do paciente e não o processo fisiopatológico. É, então, uma lacuna fundamental na construção do conhecimento acadêmico dos alunos de Medicina, além de complementar a atuação ainda restrita do governo na área de atenção primária, enfatizando educação em saúde. 153 O atendimento às pessoas inseridas nas TRS: a perspectiva do serviço social Rodriane de Oliveira Souza; Ana Beatriz Martins Costa; Amanda Pereira Nunes; Gabriella Berçot Barroso de Morais; Igor Collyer Lima Calandrini; Jaqueline Flor da França Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) Introdução O estudo apresenta algumas reflexões acerca do trabalho do serviço social no acompanhamento dos usuários inseridos nas modalidades de terapias renais substitutivas (TRS). Para tanto, considera-se como terapia renal substitutiva a hemodiálise, a diálise peritonial e o transplante renal. São procedimentos considerados pela política de saúde brasileira como de alta complexidade, caracterizando tratamentos que visam viabilizar a função renal, quando os rins de um determinado indivíduo não são mais capazes de exercer as suas funções. Objetivo Sistematizar a intervenção do serviço social junto à pessoa com doença renal, identificando e compreendendo os determinantes sociais, econômicos e culturais que interferem no processo de aparecimento e desenvolvimento da doença renal, com vistas à construção de estratégias político-institucionais para o enfrentamento dessas questões. Método Serão utilizados os dados socioeconômicos presentes nos estudos sociais, que são instrumentos utilizados pela equipe do serviço social para apreender a realidade social da pessoa com doença renal. Dessa forma, alguns apontamentos Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 119 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) poderão ser feitos quanto às condições de vida desses usuários e as implicações das mesmas no seu tratamento de saúde. Conclusão A doença renal crônica avançada é determinada tanto por doenças de base como por condições de vida e trabalho que também as provocam, como precária alimentação e insuficientes políticas públicas, e que tornam a doença renal uma questão de saúde pública e também uma das expressões da questão social. A atuação profissional junto a esses indivíduos é respaldada pela concepção de que o processo saúde-doença é determinado socialmente. Os limites ou, até mesmo, a impossibilidade do acesso aos serviços sociais e de saúde por parte dos usuários é considerado, na perspectiva do Serviço Social, uma violação de direitos. Por outro lado, a necessidade de realização das TRS aponta para a importância da reorganização individual, familiar e comunitária, pois se trata do monitoramento de novos hábitos e modos de vida. Dentre as questões que expressam essa realidade, ressaltam-se a alteração da dieta alimentar, o uso contínuo de medicamentos, a adequação da infraestrutura habitacional, o afastamento das suas atividades laborativas e educacionais, além da busca pelos benefícios socioassistenciais que possam garantir as mínimas condições de vida e de saúde. Tais mudanças engendram potenciais demandas para o trabalho dos assistentes sociais no acompanhamento social destes usuários. 154 Desafios do trabalho em equipe na garantia do acesso aos direitos sociais Rodriane de Oliveira Souza; Amanda Pereira Nunes; Ana Beatriz Martins Costa; Jaqueline Flôr da França; Gabriella Berçot Barroso de Morais; Igor Collyer Lima Calandrini Serviço Social/HUPE Introdução Esse trabalho apresenta algumas reflexões acerca da importância do trabalho em equipe como um dos elementos centrais na concretização da 120 revista.hupe.uerj.br integralidade e intersetorialidade, princípios que compõem o Sistema Único de Saúde (SUS) e são fundamentais na garantia do acesso aos direitos socioassistenciais e previdenciários. Objetivo Problematizar alguns elementos constitutivos do trabalho coletivo que contribuem ou dificultam o acesso aos benefícios socioassistenciais e previdenciários aos usuários da saúde, ressaltando a importância estratégica dos laudos e pareceres de distintos profissionais, resguardada a autonomia de cada sujeito envolvido no trabalho em saúde. Método Parte-se do pressuposto que o conteúdo de laudos e pareceres profissionais deve considerar a finalidade a que se destina. O recurso metodológico utilizado é a observação sistemática do cotidiano do trabalho em saúde e que vem demonstrando que os laudos profissionais, quando abordam a totalidade dos elementos presentes na caracterização da situação de saúde, colaboram no deferimento dos benefícios a que os usuários têm direito. Conclusão O laudo ou parecer profissional pode ser compreendido como uma opinião técnico-profissional, com base no estudo de uma dada situação, fornecendo elementos para o acesso a diferentes políticas e direitos sociais. Para tanto, faz-se necessário que os profissionais da equipe de saúde considerem os pressupostos da concepção ampliada de saúde, de forma articulada, visando o princípio da integralidade no atendimento das demandas que chegam ao sistema de saúde. Isso requer reciprocidade nas relações profissionais e de poder, que devem ser tendentes à horizontalidade, além de apontar para perspectivas de estratégias comuns para toda a equipe. Assim, o laudo ou parecer profissional ganha centralidade ao resgatar a história da situação de saúde do usuário, observados os aspectos sociais, econômicos e culturais que interferem no processo saúde-doença, inclusive a trajetória de atendimento por serviços Serviço Social de saúde. Esse instrumento pode apresentar as possibilidades e empecilhos à continuidade do acompanhamento de saúde dos usuários do SUS, bem como buscar superar a tendência à medicalização social, processo que associa a perspectiva de redução dos adoecimentos a problemas da máquina humana que a tecnologia químico-cirúrgica irá resolver, demandando a submissão ao estilo de vida saudável e desvalorizando a abordagem dos modos de vida, hábitos e valores relacionados ao processo saúde-doença. 155 Feminização da AIDS e os desafios da prevenção entre mulheres que vivenciam a transexualidade Samantha G. Clemente; Marcia Cristina B. Santos; Guilherme S. Almeida; Zélia L. Gebrath; Andressa Cristina P. Ribeiro Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) Introdução Este projeto surgiu como uma necessidade de organizar a intervenção profissional do serviço social do Hospital Universitário Pedro Ernesto no processo transexualizador desenvolvido no hospital. Transexualização é o conjunto de alterações corporais e sociais que possibilitam a passagem do gênero atribuído para o gênero identificado; a cirurgia de transgenitalização não é a única etapa deste processo, cabendo ao sistema de saúde e demais segmentos das políticas públicas uma ampla e complexa teia de ações no sentido de garantir o acesso e usufruto dos direitos humanos. Objetivo Este projeto tem como objetivo subsidiar tecnicamente e conceitualmente o desenvolvimento de ações no campo da saúde que possui como alvo o atendimento aos transexuais. Método Há no programa em torno de 215 pessoas que desejam se submeter à cirurgia de readequação sexual. Estes usuários são atendidos por uma equipe multidisciplinar, que no caso do serviço social, tem desenvolvido uma linha de atenção ao aspecto da prevenção das DSTs. As transexuais têm sido associadas ao grupo epidemiológico dos homens que fazem sexo com homens, pois a sociedade não reconhece a identidade de gênero vivida por elas. Deslegitima-se, assim, a identidade feminina vivenciada por elas, resultando na concepção de que se trata “homens que querem mudar de sexo” e não mulheres de fato. Conclusão O grande obstáculo às abordagens preventivas é o preconceito e o despreparo dos profissionais na forma como percebem essas mulheres, não as identificando como mulheres submetidas à vulnerabilidade muito maiores do que as que nascem com o sexo biológico feminino. Em geral, as abordagens são inexistentes ou direcionadas para profissionais do sexo como se toda a mulher que vivenciasse a transexualidade praticasse a prostituição, ideia que não se adequa ao grupo de pessoas atendidas neste serviço. Essas mulheres adotam posturas acanhadas, submetidas e silenciosas tanto dentro da instituição como em suas vidas afetivas, apontando para o serviço a dificuldade que este impõe ao acesso, adesão e permanência delas na rede de saúde, devendo-se, principalmente, às situações de discriminação e violência institucional, uma vez que grande parte dos serviços limita-se a enxergá-las e a tratá-las como “homens”, que se reflete ao não reconhecimento de sua identidade de gênero. Tais situações são apontadas como principais causas para o afastamento dessas usuárias da rede do SUS e, consequentemente, da descontinuidade da atenção à sua saúde. 156 O serviço social e o processo transexualizador no HUPE Samantha G. Clemente; Marcia Cristina B. Santos; Guilherme S. Almeida; Elizabeth da L. Marques; Zélia L. Gebrath; Andressa Cristina P. Ribeiro Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) Introdução O processo transexualizador é um programa Ano 12, suplemento 2, dezembro/2013 121 Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 2) que compõe a política de saúde brasileira e atualmente inclui procedimentos de diferentes graus de complexidade e ampla diversidade técnica, como parte da assistência em saúde destinada a pessoas transexuais. O mais debatido destes procedimentos, que é realizado apenas em grandes hospitais, são as cirurgias de transgenitalização, conforme o Anexo 4 da Portaria nº.457 emitida pelo Ministério da Saúde em 19 de agosto de 2008. É esta Portaria que atualmente regulamenta o funcionamento do processo transexualizador no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). des públicas do país, uma das quatro unidades de atenção especializada do Processo Transexualizador no SUS. Entendemos por processo transexualizador neste artigo, “o conjunto de alterações corporais e sociais que possibilitam a passagem do gênero atribuído para o gênero identificado; a cirurgia de transgenitalização não é a única etapa deste processo” (BENTO, 2008:146), cabendo ao sistema de saúde e demais segmentos das políticas públicas (educação, assistência social, previdência social, entre outras), além do Poder Judiciário, uma ampla e complexa teia de ações. Objetivo Este trabalho tem como objetivo reforçar a necessidade de se combater qualquer atitude preconceituosa, discriminatória ou que cerceie a liberdade individual e coletiva e a necessidade e de se promover o exercício da cidadania, independentemente do tipo de ação profissional que se pretenda realizar. Conclusão Tais ações, embora não sejam disponíveis com o alcance e a qualidade almejada, de maneira geral, estão orientadas no sentido de garantirem o acesso e usufruto de direitos elementares a pessoas transexuais. Estão associadas a princípios inalienáveis a serem perseguidos por todos aqueles que sonham com uma sociedade mais justa e emancipada, na qual os direitos humanos sejam respeitados e garantidos a todos, como o direito de ir e vir, o direito à liberdade de expressão, à saúde, à própria possibilidade de continuar existindo. Método Por realizar as cirurgias de transgenitalização e por ser um hospital universitário de grande porte, o HUPE tornou-se, ao lado de outras três grandes unidades de saúde ligadas a universida- 122 revista.hupe.uerj.br