a liga de oncologia clínica e cirúrgica e o estímulo à

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11.° CONEX – Apresentação Oral – Resumo Expandido
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ÁREA TEMÁTICA:
( ) COMUNICAÇÃO
( ) CULTURA
( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA
( ) EDUCAÇÃO
( ) MEIO AMBIENTE
( x ) SAÚDE
( ) TRABALHO
( ) TECNOLOGIA
A LIGA DE ONCOLOGIA CLÍNICA E CIRÚRGICA E O ESTÍMULO À PREVENÇÃO PRIMÁRIA DO
CÂNCER DE PELE NA POPULAÇÃO PONTAGROSSENSE
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HOFFMANN, Henrique Alvaro
2
MANSANI, Fabio Postiglione
3
STIVAL, Rebecca Saray Marchesini
4
PEDROSO, Fernanda Pereira
5
NADAL, João Paulo
RESUMO – O câncer é uma causa importante de morbi-mortalidade no cenário dos cuidados à saúde
atual. Em muitos casos pode ser evitado com medidas básicas de prevenção e sua progressão e
danos podem ser diminuídos e mesmo erradicados por práticas de detecção e intervenção precoces.
A pele é um sítio frequente de acometimento de neoplasias primárias. A gravidade da doença
neoplásica da pele depende do tipo histológico e do estádio de detecção, variando de doença curável
com ressecção local a doença terminal dependente de cuidados paliativos. A prevenção por meio de
ações simples é efetiva e o diagnóstico realizado prontamente são benéficos aos pacientes com
câncer de pele. A liga de Oncologia Clínica e Cirúrgica do curso de Medicina da UEPG, em parceira
com a Santa Casa de Misericórdia e o Ispon (Instituto Paranaense de Oncologia), promove atividades
de incentivo às medidas preventivas e de detecção precoce de cânceres, incluindo os de pele. Foi
realizada campanha de conscientização com entrega de panfletos em fevereiro de 2013 pelos alunos
participantes da supracitada liga acadêmica. Aos indivíduos que apresentassem lesão suspeita ou
que assim desejassem instruiu-se que comparecessem ao Ispon no dia 09 de fevereiro, um sábado,
quando foram atendidos por médicos dermatologistas e oncologistas acompanhados dos acadêmicos
de medicina para triagem quanto às lesões de pele que apresentavam. A atividade extensionista
reforçou que a finalidade da medicina não é apenas curativa, mas também preventiva. Também
ilustrou o quadro das neoplasias de pele da cidade de Ponta Grossa.
PALAVRAS CHAVE – Oncologia. Medicina. Prevenção.
1
Acadêmico de medicina do 4º ano UEPG, [email protected].
Mestre, Professor adjunto do Departamento de Medicina UEPG [email protected].
3
Acadêmica de medicina do 4º ano UEPG
4
Acadêmica de medicina do 2º ano UEPG.
5
Acadêmico de medicina do 2º ano UEPG.
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11.° CONEX – Apresentação Oral – Resumo Expandido
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Introdução
Profundas alterações ocorreram nos perfis epidemiológico e demográfico do Brasil e do
mundo no século XX, com declínio das taxas de mortalidade por moléstias infecciosas, aumento das
taxas de doenças crônicas e, concomitantemente, aumento da expectativa de vida da população.
(BOINF, 2007) Das doenças crônicas, segundo o INCA, o câncer é a segunda doença que mais mata
no Brasil, principalmente por diagnóstico incorreto, falta de tratamento, encaminhamentos
inadequados e desinformação dos médicos, combinados ao pavor que a doença causa e ao estigma
histórico. (POLETTI, 2002)
A pele é sítio frequente de neoplasmas malignos. O câncer de pele é usualmente dividido em
melanoma e não melanoma. O câncer de pele não melanoma responde por 1/5 de todos os casos de
neoplasia maligna no Brasil. Tem baixa letalidade provocando poucas mortes. (INCA, 2003) As
modalidades mais prevalentes são o carcinoma espinocelular (CEC) e o carcinoma basocelular
(CBC), mas há outras apresentações como os tumores anexiais, linfomas cutâneos, carcinomas de
células de Merkel etc. (MADAN, 2010)
O carcinoma basocelular é a neoplasia maligna mais comum em humanos, especialmente
nos de pele clara. (CHINEM, 2011) Apresenta capacidade de invasão local, mas metastiza muito
raramente, fazendo da identificação precoce seguida de excisão cirúrgica uma boa opção terapêutica
com 95% ou mais de índices de cura em cinco anos de acompanhamento. (RUBIN, 2005)
O carcinoma espinocelular é a outra modalidade bastante prevalente de câncer de pele nãomelanoma. Diferentemente do CBC, tem taxa de metastização de até 5%, porém aliando diagnóstico
precoce e tratamento com excisão cirúrgica a recorrência em 5 anos gira em torno de 1 a 6%.
(ROWE, 1992)
O melanoma, por sua vez, é responsável por cerca de 5% dos cânceres de pele no Brasil e
está associado a expressiva letalidade e a alta capacidade de metastizar. (SOUZA, 2004) No Brasil o
melanoma é especialmente prevalente na região sul devido a uma maioria de caucasianos expostos
à radiação solar durante vários meses por ano. (BATTISTI, 2009)
A exposição à radiação UV é o principal fator de risco conhecido para o desenvolvimento de
grande parte dos carcinomas de pele, causando dano direto ao DNA celular (BRASH, 1991). O
melanoma usualmente relaciona-se a episódios esporádicos de queimadura solar grave. (HARRIS,
1996) O CEC e o CBC, por sua vez, relacionam-se mais à exposição crônica. (CHINEM, 2011)
Considera-se estratégia útil a prevenção à exposição desprotegida à radiação solar e as práticas de
detecção precoce.
Objetivos
A liga de Oncologia Clínica e Cirúrgica do curso de medicina UEPG tem por objetivos
aperfeiçoar a relação médico-paciente dos acadêmicos, componente essencial do que se espera de
um bom profissional da área médica. Os alunos são orientados a acompanhar a rotina do
ambulatório, as internações nos leitos e na Unidade de Terapia Intensiva, e as intervenções cirúrgicas
que se fizerem necessárias, dentro das especialidades de Oncologia Clínica e Cirurgia Oncológica.
A liga objetiva, ainda, em conformação com os princípios de ensino, pesquisa e extensão,
promover a prevenção primária, alertando e conscientizando a população sobre a importância do
diagnóstico precoce das neoplasias e da prontidão em buscar assistência dos serviços de saúde para
a devida investigação e implementação de terapêutica adequada. A atividade de promoção à
detecção precoce e prevenção do câncer de pele é um exemplo de promoção de saúde.
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Metodologia
Semanalmente, os acadêmicos acompanham os atendimentos realizados aos pacientes na
Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON) da Santa Casa de Misericórdia de Ponta
Grossa e as possíveis intervenções cirúrgicas, juntamente com os residentes desta especialidade,
sob a coordenação de professor adjunto do Departamento de Medicina (DEMED) e supervisão dos
demais médicos participantes deste projeto.
Dentre os casos os alunos selecionam os mais interessantes/intrigantes e elaboraram
relatórios e revisões bibliográficas sobre a doença diagnosticada. Além disso, eles preenchem um
formulário com os dados obtidos durante a consulta e a terapêutica empregada (nos casos clínicos)
ou um formulário contendo dados do caso, indicações cirúrgicas, complicações, entre outros (nos
casos cirúrgicos) ambos para futura análise. Os acadêmicos são selecionados mediante teste seletivo
anual.
No escopo de atividade educativa, desenvolveu-se pela Liga Acadêmica de Oncologia Clínica
e Cirúrgica da Universidade Estadual de Ponta Grossa oncologia em parceria com o Ispon uma
atividade de caráter informativo à população em fevereiro deste ano. Realizou-se uma campanha
contra o câncer de pele. Foram confeccionados panfletos informativos sobre a doença, os quais
foram distribuídos pelos alunos de medicina em locais de grande fluxo de pessoas na Cidade de
Ponta Grossa. À população que apresentasse lesões de pele foi orientado a procurar o Ispon no
sábado, dia 09 de fevereiro de 2013, quando se realizou um mutirão de atendimentos promovido pelo
Rotary Clube Ponta Grossa, em parceria com o Ispon e a Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Nesse dia médicos dermatologistas e oncologistas e os acadêmicos de medicina da liga de Oncologia
atenderam a população gratuitamente e encaminharam os pacientes com suspeita de neoplasia para
o tratamento adequado.
Conclusão
O câncer de pele é uma doença prevalente no mundo e sua detecção precoce é
extremamente desejável. Atividades como as da Liga de Oncologia Clínica e Cirúrgica estimulam
essa prática e resultam em benefício para a população atendida.
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Referências
BATTISTI, R. NUNES, D. H. WEBER, A. L. SCHWEITZER, L. C. SGROTT, I. Avaliação do perfil
epidemiológico e da mortalidade dos pacientes com diagnóstico de melanoma cutâneo primário no
município de Florianópolis - SC, Brasil, Anais Brasileiros de Dermatologia, 84(4), 2009.
BOINF, A. F. VARGAS, S. A. L. BOING, A. C. A carga das neoplasias no Brasil: mortalidade e
morbidade hospitalar entre 2002 e 2004. Revista da Associação Médica Brasileira 53(4): 317-22,
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BRASH, E. D. RUDOLPH, J. A. SIMON, J.A. LIN, A. MCKENNA, G. BADEN, H. P. HALPERIN, A. J.
PONTÉN, J. A role for sunlight in skin cancer: UV-induced p53 mutations in squamous cell carcinoma,
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CHINEM, V. P. MIOT, H. A. Epidemiologia do carcinoma basocelular, Anais Brasileiros de
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HARRIS, C. p53 Tumor Suppressor Gene: At the Crossroads of Molecular Carcinogenesis, Molecular
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INCA, Normas e recomendações: prevenção do câncer de pele, Revista Brasileira de Cancerlogia.
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MADAN, V. LEAR, J. T. SZEIMIES, R. M. Non-melanoma skin cancer, The Lancet, 375: 673-685,
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POLETTI, N. A. A. CALIRI, M. H. L. SIMÃO, C. D. S. R. Feridas malignas: uma revisão de literatura.
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RUBIN, A. I. CHEN, E. H. RATNER, D. Current concepts: basal-cell carcinoma. New England
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SOUZA, S. R. P. FISCHER, F. M. SOUZA, J. P. M. Suntanning and risk of cutaneous melanoma: a
literature review, Revista de Saúde Pública, 38(4): 588-598, 2004.
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