I 119 Mapa das intetpretações da teoria quântica Osvaldo Pessoa Jr. * CONSIDERAçÖES GERAIS A Teoria Quântica, ou seja, a física do mundo microscópico' tem dezenas de um âspecto noìárr.l associado a ela, que é a existência de 1. com esta "interfretações" difetentes. Quem tem aþma familiaridade esta se contrâteoria sabe que há uma interpretaçäo "ortodoxz"' e que cotà "variâveis. ocultas". A litetatura de divulpõe zo*" i''t"rp^fteqüentemente 'etàção a uma intetpretaçáo de "muitos mung^çao tefere-se äor", . nas discussões sobte a não-loczhdade escreve-se que a interpteteria dado à realidade quântica,estaitz e:Tzda. tação " que Einstein co-o é possível haver t2drft2's interpretações diferentes parz- uma temosüâ que oria consid eìada tão fundamental? Um pouco de teflexão típica' Uma esta situação, longe de ser patol1gSca, deve ser considetada ou imateses de interpretaçào é osoa1mente entendidã como um coniunto ao formalismo mínimo de uma teoriz' sem afetar em gens que se "n ^greg d^à, pr*irO.i observacionais da teorial. Essas teses fazem aftmapata alêm dos fenômenos observados, ções sobte a rcahdade eistente Luciano Gual* Depto. de Filosofia, FFLCH, Univetsidade de São P op b.rto, 315, 05508-900, São Paulo, SP' Brasil' E-mail: com a teoflâ' e 1 Pode acontecer que uma interpretação faça ptevisões for tão sacordo diietente"; neste caso deveríaÀos falar de 'ìm" 'iteoria 2s teoñâS, entfe escolher cruciilpzta expelimento razerum Pequeno que não se Possa .år*. .onsiderai que a teoria diferente também seia uma "intetpretação"' ã 120 ou ditâm normâs sobre a inadequação de se fazerem tais afitmaçõps. Claramente, uma intetptetação equivale rtma postura filosófìca 6u ^ metafísica, a qual o cientista tem liberdade pan escolher. O fato de a Teoria Quântica se referir a um domínio de realidads que está muito distante de nós (e que não desempenhou um papel sele_ tivo na evolução de nosso aparelho cognitivo) faz com que a conside_ remos conüa-intuitiva; como ela está nos limites de nosso conhecir¡s¡_ to, frca difícil testar qualquer conjectura a respeito da realidade que ss encontratia por t1ás de nossas tênues medições experimentais. ,\ssir¡, 6 natsral que haja um grande número de constnrções hipotéticas a tespei_ desta realidade que se oculta por trás das observações. Em outras pzlavtas,há, ama grande subdeterminaçã.o das inteqptetações em face do fotmalismo mínimo de uma teoriz. O ptimeiro gua patz se postular qual seria fl^trtrezt- desta realida_ de, a partu do momento em que temos uma ^teoria geral muito ber¡ sucedida em fazer previsões e explicâr todo tipo de medições, é a própria estruturz da teona. Se a teoda atjltza uma entidade mztemâtica que ê anâloga :umz- onda, como a função de onda ty(r,) da mecânica ondu^ Iatória de Schrödinger, então a interpretaçã,o "nataraI" desta teoria é de que exista um teferente (na realidade) esta função de onda. Há outras ^ abordagens p^r^ mecânica quântica não-relattvística que fornecem as ^ mesmas previsões experimentais que a mecàtica ondulatória, como a mecânica matricial de Heisenberg ou a soma sobre histórias de Feynman. Existem provas de que estas abordagens são matematicamente equivalentes entre si, mas mesmo assim tais abordagens "sugerem", por meio das entidades matemâttcas que são salientadas (ondas, trajetórias, trajetórias possíveis), quais setiam as entidades reais que têm prioridade. Cada îormalismo mztemâttco diferente sl¿gere vma ontologia diferente, czda uima tem uma lnterptetação natutzl difetente. No entanto, näo hâ nada que obrigue um físico que trabalhe com funções de onda a acteditar ou a defender que tais ondas existam na realidade. A inteqpretação "oftciaI" adotada por um cientista não precisa refletir a interpretação natural sugerida pela teotiaz. Com efeito, não hâ to da natureza 2 Por outro lado, pode-se ârgumentâr que existem "interpretações privadas" que o cientista .ut¡)tza, atê sem perceber, durante seu trabalho, e que podem diferir da "interpretação oficial" zdotada publicamente pot ele (ver Montenegto & Pessoa,2002). 121 (a resseia qlle tese fl^å^qve obdgue um cientista a defendet qualquer oeito da realidade não-obsewável). Se, de fato, isto não significa, porém, que ele não tenha pIação à teoria, mas sim que adota uma interpt não obsewár'el' Esta Oo."r. associe uma imagem de mundo à reahdade j¡*¿. é conhecida como þositiuisno ou, mais ptecisametrte, como "clescritivismo" (segundo esta visão, a ciència deve se telegar a clescfet'er a nada a tespeito daqui realtdade observada, não "fazendo sentido" falat lo que não é observável). As interptetações oftodoxas da Teoria Quândca se caractetizam pof um alto grau de positivismo, ao passo que â da maior parte das inteqpretações alternativâs assevefa algo a respeito que tecebe o nome de rea/ismo' Toda intetpretação pode set analisada sob a perspectiva de seu grau de positivismå/realismã. Tanto é assim que Pfopomos, neste trabalho, uma classificação das interpretações da Teotia Quântica baseada nesta realtdad,e não-obsewada, antude esta distìnção. Um segundo critério de classifìcação de interpretações é telativo à ontologia p-portu. No caso dzTeoitz Quântica, a distinção ontológica fondãmentai é entte interpretações corpusculafes e ondulatórias' Esta distinção teflete a dicotomia mais getal entre "pfoptiedades bem defini,.propriedades difusas" ("bor.tadas"): o que chamalnos de interdas,, e ,.ondulatórias" (seguindo Reichenbach, 1.94,1) c'!,':\'cur ser etrpretaçõei iend-idas como visões que não atribuem proptiedades bern defìniclas paf^ cettàs gr^frdezz;s quânticas, como posição' A maioria clas intetpleiações respãnde às seguintes questões, "existem parúculas?", "existem ondas?", io- o-u resPostâ clara. Com isso, há uês grandes gfupos interpretativos: corþasntlar, ondalatório e døalisla (visões que aceitam a existència de ambos), sendo que há também algumas abordagens que evitam qualquer comptometimento ontológico. Neste ærttgo, pfopofeda Teoria Quânúca -o, o*ã classificaçãò de todas as intetpretações baseada em como cada uma delas se distdbui ao longo do eixo episteou tealismo) e ontológico þartícula, onda, duamológico þositivismo ìismo ou sem ontologia). Há, no entanto, um terceiro eixo que seria significativo pata classifìmas caio catâter esquivo nos impede de utilzá-lo' càf ^sinterpretações, emociona/ que as pessoas rî às suas p<lsiç:ões Trzta-se do aspecto ^greg interpretativ".. Há indivíduos que defendem ardentemente e até agres' v 122 sivamente uma posição deste tipo gado envolvendo dois ou mais cientlftca", que muitas vezes têm e social3. Não utilizaremos o aspe das inte¡pretações, mas considera cla. um exemplo interessante de como o aspecto emocional afeta cognitivo é o seguinte. Alguns autores propõem novos formalisrnoio para Teorìa Quântica, com conceitos novos que poded"- ,"gji ^ uma "inte¡pret^ção natutar" diferente. No entanto, corno estes autores não estavam interessados em propor umâ nova interpretaçã,o, a teoria é vista como pzrte da inteqpretação ortodoxa. um exemplo típico j é abordagem da distdbuição de Wigner (ver, por exemplo, Fr.yË.rg., { sctrleich, 1.997), que inttoduz o conceito de ;'probabilidade negativã,,.4 atitude positivista de \x/þer foi considetut qo. tal conceito é merarnente um lnstrumento matemático, mas se ele tivesse uma atitude ¡nais realista (com relação à interpr etação nat.,,r,J de sua abordagem) talvez , pudesse defendet um "realismo de potencialidades,, em que-tal conceito se referisse ao "grat de impossibilidade" de uma situa;ão (Feynman, 1987). Trocando em miúdos: um esrudo mais aprofundado sobre inter_ pretações deveria considerar não apenas situações em que cientistas declaram estar apresentando uma nova r,,terpret,.ção, mas tâmbém casos em que eles não fazemisso mas quepoderiam declarar. 2. QUATRO GRANDES GRUPOS INTERPRETATTVOS seguindo os coment ârios da seção antedor com respeito à classificação das intetpretações com base nos eixos epistemológico mo ou realismo) e ontológico (coqpuscurar, ondulatório ou þositivisiualista), podemos format quatfo grandes gfupos de intelpretações da teor.ia quântica. Dentro de cada uma delas mencionare-o, .r-u versão .,ingê- I 123 nua", que são utilizadas em Pessoa (2003) para um primeiro contato dos alunos com a teotia. (1) Inteeretação Ondalatória (realista). Este ponto de vista considera que a função de oncla quântica corresponde umz. tealiclade, uma reali- ^ áade ondulatóita ou talvez uma "potencialidade". A visão ondulatória era defendida explicitamente pot Erwin Schrödingef, mas ele enconttou extrema dificuldade em dat conta dos fenômenos sem a noção de "colapso". Na vetsão ingênua da intelptetação ondulatóna, a reaLidade que cofïesponde à função de onda softeria colapsos toda vez que ela intera- ge com um aparelho de medição. Um ptoblema conceitual é que tais colapsos são "não-locâis", ou seja, envolvem efeitos que se pfoPag m de maneita instantânea (vet Einstein em Solvay, 1'928, p. 254)' Bsta visão é próxima a de John von Neumann, só que este não associava a função de onda rlmz- realidade (sua postura eta positivista: a função de ^ onda representaria apenâs nosso conhecimento), de folma que a nãolocalidade não era ptoblemática. A interprctação dos estados relativos de Everett (1.957), a da decoerência de Zeh (1,993) e a das locahzzções espontâneas (Ghiratdi et al., 1,986) são outros exemplos de interptetações ondulatórias realistas. Q) Interþretação Corpascølar (ealista). Este é o ponto cle vista segundo o qual as entidades mictoscópicas (ou pelo menos as possuidoras de massa de repouso) são partículas, sem uma onda associada. Esta posida ção foi defendida explicitamente por Alfred Lanclé (19ó5-75), dento interpretação clos ensembles (coletivos) estatísticos. A gtande dificuldade da abordagem coqpuscular é explicar os padtões de interferência obtidos em expedmentos com elétrons. Apesar cleste ptoblema não ter sido satisfatodamente superado, é muito colrlum encontfafmos interpretações corpusculates na litetatura e também, de forma mais ingênua, entre alunos. A inteqpretação implícita ao se usaf t Lígica Quântica é um exemplo de interpret^ção cotpuscular Q) Interþretação Døalista Rcalista. Esta inte¡preração foi formulada originalmente por Louis de Broglie, em sua teoita da "onda piloto", e amphzdz por David Bohm (1,952) pata incluir também o aparelho de medição. O objeto quântico se divicle em cluas paftes: uma pattícula com tfaietóda bem definida (mas em getal desconhecicla), e uma onda associada. A ptobabilidade da partícula se pfoPâgaf elll uma cetta diteção depencle da amplitude da onda associada, de forma que em tegiões 124 onde as ondas se cancelam, não hâ, pattícula. curso introdutório, esta abordagem está livr localidade, tendo como única dificuldade co .'onfa¡ ¡azias", que não caneg m energia. localidade só surge quando se consideram dua das. (4) Interþreração Dualisra positiaista. Esta e mente â mterpretação da complementaridade d reconhece uma limitação em nossa capacidade de microscópica. Confoïme o experini.nto, po crição corpuscular, ou uma ondulatóda, mas tempo. Isto não significa, porém, que o objeto culo ou sela uma onda. Segundo -qualquer ab contexto da física), só podemos afirmar a exis servadas' Afirmar, por exempro, que "um elétron não-observado pode sofrer um colapso" caïece de sentido. um fenômeno ondula,ór.i. ;; caracteriza pela medição de um padño de interferência, e urn corpuscu_ lar pela possibiìidade de inferir vm, trajetória bem defìnida. o aspecto pontual de toda detecção (considerad a pera tnterpretação 2 como a maior evidência da corp.rsculai dos objetos quânticos), qo. _na..tteza ocoffe mesmo em fenômenos ondulatórios, é considerado o princí io fundamentar da teoita quântica, e chamado por Bohr de ..postulado quântico". Há diversas variações desta aboidagem, constituindo as chamadas interptetações "ortodoxas". Mais r.årrr.,'.rrte, podemos de^stacar a interpretação das histódas consistentes de R.B. Griffiths (1984) e Omnès (1992). 3. QUESTÕBS CTTEV¡ PARA DISTINGUIR AS INTERPRE. TAÇÕES das uma maneira de distinguir interpretações é anotar as respostas dapor cada *ma delas a diferentei questões. Desenvorvemos este e- xercício em Pessoa Q003), e-abaixo algumas das questões ^pi.r..rtu-os examinadas (em Pessoa, 1999, j^.""min^mos estas mesmâs questões, explicando com algum detalhe os expedmentos com elétrons). -125 3.l Experimento da duPla fenda Como explicar o comportamento de um quantum, como um fóton ou um elétton, no expedmento da dupla fenda? Por um lado, o fóton ou elétron se compofta como uma pattícula ao ser detectado de maneira bem locahzada; Pof outfo, ele se comporta como u1îâ onda' pois a probabilidade de ele incidit em cada ponto segue um padrã.o de interferên i^. Mas como é possível uma entidade ser ao mesmo tempo onda e particria, se tais attibutos são conttaditótios? ' pøutão I: Como exþlicar o exþerimenlo das duas Jendøs þara unt ilnico quaniltn? (1) Infeeretação Ondalattiria. O fóton ou elétron que atfavessa a fenda dupla seria na realidade uma onda, não uma patícula. Assim, ftca fâctl, explicaf o sutgimento do padrão de interfetência na tela. O apatecimento de um ponto nztela detectota ocorre devido a um "colapso" da onda, que durante a medição é forçada a se transformâr em um "pacote de onda" bem estteito, o que tem â apatêncta de uma panícula pontual. Q) Interpretação Corpøscular. O fóton ou elétron seda na tealidade uma patícula, o que é manifesto quando o detectamos. Não existe onda associadz: o padrão de interferência deve set explicado a pzrtst da interação do elétron com a fenda dupla. (3) Interpretação Daalista R¿ali:ta. Na realidade existiria z parttclila (com trajetória bem defìnida) e vmz- onda associada (que näo catrcga energSa), conforme posdara L. de Broglie (1926) com sua teoria da "onda piloto". A probabilidade de a parttcala se propâgâr em uma certa direção depende da amplitude da onda associada, de fotma que em regiões onde as ondas se cancelam , não hâ patttcu-la. (4) Interþretação Døalista Positiuistø. De acordo com a interpretação da complementaridade de Niels Bohr, o "fenômeno" em questão é ondulztóno, e não corpuscular (não podemos infedt a taietóira passada de um quantum detectado). O âspecto corpuscular que observamos na detecção se deve ao "posûrlado quântico" descoberto por Max Planck, e que pata Bohr é o fundamento da teoÅa quântica. Este postulado zfrma que existe uma descontinøidade essencial (uma indivisibiìidade) em qualquer processo atômico, como pot exemplo na iorizzção de átomos da tela detectota. ) 7 126 3.2 Interferômetro de Mach-Zehnder tro, antes de ser detectado? Neste caso, cada inteqptetação dará urna resposta diferente. paestão II: O qøe acontece qaando o elétron está dentro do intet'erônetro? (1) Interpretação ondalatória. o elétron, que pode ser identificado com um pacote de onda propagando-se no espaço, dividfu-se-ia em dois após o primeiro divisor cle feixes J,, conforme preveda a fisica ondulatória clássica. Esses "meio elétrons" se tecombinatiam então em Jr, e devido à intederência desttutiva que ocorre ¡2 direção de Dr, o pacote inteiro tetmina em Dr. O que fùta exp)tcar é pot que nunca se detectam meio eléttons (vet seção seguinte). Q) Interpretação Corpøscalar. Como o elétron nuncâ se divide, ele rum^ 0t/ pelo caminho A (e nada vai pelo caminho B), 0t/ por B (e nada vat pot A). No entanto, se o elétron ruma com certeza pelo caminho A (o que pode ser garantrdo removendo-se J,), a probabilidade de ele ser detectado em D, é diferente de zero; e se ele rumâ por B (introduzindose um refletor de elétrons em J), a probabilidade também é diferente de zero. Porérn, a probabilidade de detecção em D, é 0! ,\ssim, não podemos dizer simplesmente que o elétron foi oø pot A oa por B.IJma saída sugerida pata este impasse é argumentar que a lógsca ao níveOl quântico é de tipo não-clássica, invalidando o raciocínio precedente. Q) Interpretação DaaÌista Realista. Esta visão também af:r:ma que o elétron não se divide, mas ela consegue escapar do impasse supramencio- 127 3.3 Experimento de anti-cottelação os dois experimentos ondulatórios' Vejarnos agora como as di ,,fenômenos ente são considerados a complementatidade. explicam um fenôme- ¡o "cofpusculaf". Coniidere um feixe de luz que incide em um único espelho semi- onda l//^ + W. Porém, ao detectâr-se o fóton em Do' por exemplo, a probabiJidades de detecção em Du toffiâ-se nula instantaneamente! O estado inicial é reduzido, neste caso, pzra l//¡. Como, nesta interpreta- I 7 128 \/itzirts" quc não câffegam energia e não podem sef detectadas. Ternos assirn uma proliferação de entidades, mas isso não leva a nenhuma con* seqtiência observacional indesejável. (4) Inteercração Daalista Positiuista. Completadz a medtçãø a intelpte_ ração da complementaddade consideraria este fenômeno como sendo cotpuscular. O fóton pode assim set considerado uma pattícula que seguiu uma rÍaietória bem definida. Tal inferência com reração à ttajeioria passada do quantum detectado é chamada de retrodiçã0. Ao examinarem o princípio de incertez^, t^îto Bohr ([1928] 1934, p. 66) quanto Heisenberg (1,930, pp. 20,25) sahentzram que a retrodição é uma hipó_ tese metafísica, que não precisa ser aceita (apesar de sua aceitação não Ievat z contradições); no erìtanto, ao defìnir um "fenômeno", Bohr acabou fazendo uso implícito desta hipótese. 3.4 O estado quântico Urn conceito central a ser interpretado é o de "estado" lV).,\ que se refere este conceito teódco? Vejamos como cada visão aborda esta questão. pøestão IVA qøe se refere o estado qaântico? (1) I n te rþ retação O n d a latória. Interpreta lV) d. maneua "L1teral", atribuindo realidade ao estado ou à função de onda, e sem postular que exista nada alêm do que descreve o formalismo quântico. Mas que espécie de realidade é essa? Não é uma realidade"zitqlizada", que possarnos observar åitetam.nt.. É uma realidade intetmedtâria, uma potencialidøde, que estabelece apenas probabiJidades, mas que mesmo assim evolui no tempo como uma onda. O maior ptoblema desta interpretação de estado é que, para À'I objetos quânticos, a função de onda é definida num espaço de configurações de 3-òrldimensões: o que significzrtaumarealidade com 3Àü dimensões? Q) Interþretação Corpøscalar. O estado lty) seria uma descrição essencialmente estatíst-ica, que representz a médta sobre todas as posições possíveis da partícula. Em linguagem técnica, o estado representa um coletivo ou ensemble estatístico, associado â utn procedimento de preparação experimental. Assim, esta visão considera que o estado quântico representa uma desctição incompleta de um objeto individual. (3) InreQretação Duølista Realista. Considera que existam "vanâveis ocultas" por trás da descrição em termos de estados, variáveis essâs que 129 O estado ltY) exPrimiria um " as Pardculas' Essa "onda Piloto"' concèntraria nz pztnctia' A descriculas. comPleta, só se comPletando com Consideta que o estado ltY) é mepatz tea)tzar cálculos e obtet previtalismo"). Heisenbetg ([1958] 1981' al ao escrever que a mudança des- u' #; i:::W,ì;;::äY:3,,'ü tam' os estatísticos (o item 2 acima) nzdaçäoentre obieto microscópico 3.5 Medições em flsica quântica e apatelho de medição' ohistoriadotdaciênciaMaxJammerdefendeatesedequeBohr, ,,'l|rrteta. tinha uma concepção de antes de adotzr a posição relacionista, defìniliotrlirt^"' .- g.iul, .,ma partícola só passa â ter um valot bemo com interagido ter ela ð,o p, de rno-.rrto þor e*ìmplo) ap91 ^p^reobtido. PascualJordan (1934) ter-sido oìesoltadop* lho de medição e exprimiu isso de maneira mais resultados da medição" (vetJam Existe um certo consenso que a tanto em medições na Física Ciássi cidade, momento, etc. sedam me nesta seção como as diferentes interpretaçO.s d. posição). Veiamos de uma grandeza como a posição x' ções encaram a medição puestãoV:oqøesepodctli71r-sobreaexistênciapréuiadeunualornedido de þosição x? ' quântico en(1) Interpretação Ondalatória'No câso em que um obieto posição (ou seia, a contfa-se em uma superposição de autoestados de funçãodeondat/t(x)-nãoéfortementecentfadaemtofnodeumvalor Após a. ,;, não se pode'ítdboir um valor bem defìnido para a posição. 130 a meclição, supondo-se que o valot xo foi obtido, ocorre um colapso d¿ onda espalhada pan uma onda fottemente centtada em torno de ¡o (segundo o posnrlado da ptojeção). Após a medição, então, pode-se atribuir um valor bem definido pzrz. a posição, mas não antes. Q) Interprctøçao CorpascaÌar. Nesta intetpretação, é usual aceitar-se que as medições de posição sã,o fdedignac elas revelam o valot da posição possuído pela pa:ticula antes do processo de medição. Além disso, logo após a medição a posição da partícula permanece a mesma. \s entanto, para explicar adequadamente expetimentos em que observáveis incornpatíveis são medidos errì sucessão, é pteciso admitir 9ue a medição de posição provoca tm distúrbio incontrolável e imptevisível no momento da particula. Esta, de fato, foi a interprctação adotada por 'tncerteza Heisenberg em sua derivação semi-clássica do princípio'de (ver na seção seguinte). (3) InteQretação Dualista Reali¡ta. Segundo esta visão, medições de posição são fidedignas, tevelando o valor possuído antes da medição. Tal medição provoca uma alteração instantâlte rta onda associada, o que af.etz o momento de maneira imprevisíveI (a altetação na onda dependeria do estado microscópico do apatelho de medição, o que nunca é conhecido pelo cientista). (4) Interþretação Daalista Positiaista. Pzra umz interpretação que tende a atrlbutt realidade apenas parz- o que é observado, a ngor nã.o faz sentido petguntat qaal era a posição de uma partícula antes da medição. Isto é expresso no "intefacionalismo" mencionado acimz, com a citação de Jordan. Porém, em sua vetsão "telacionista", a 'lntenpretação d^ complementaddade acaba adotando a rctrodição. Neste caso, então, é plausível dtzer, @ós a detecção de um quanta em uma certa posição xo (tanto pata fenômenos colpusculares quânto ondulatórios), que a posição do objeto quântico logo antes da medição era xo (mas antes da medição é incorreto dizer que "ele tem uma posição bem defìnida, mas desconhecida", pois o detector pode ser subitamente temovido e uma interferência entre os diferentes caminhos pode ser provocada). 3.6 Inteqptetações do princlpio de inceteza Para finahzat este capítulo, examinemos como os diferentes grupos inteqpretativos eflcaram as relações de incefteqa p^n p^res de gtandezas "incompatíveis", dedvadas odginalmerite em 1,927 por Heisenbetg. 131 z telação envolvendo posip^t^ sit'npllficâf â cliscussão, considefafemos 'px cão (1 /2' aliclade apenas Para o rdculas pontuais), ax de onda (sem postular a exis x do obieto quânposição a 'rrà, n extensão clo pacote, indicando que pof uma quantidade Ax'  relação tico é indeterminada ou mal definida for bem defìnido,1, é J*prinr. assim urn princípio de indeterninação: se x rrral definido, e vice-versa. (2) Interpretação Corpuscular. Os proponentes da interptetação dos cosimultanealetivos estatísticos tendem a aftmat que é possível conhecer pafa Lrmâ isso, fazer de manetrz Uma resolução. fnente x e p* com boa conserva þois é parricvla liwe, seda primeiro meditpo supof que esta se 'rrma vartâvel de "não-demolição"), e depois medit x. Fazenåo uso da hipótese de que a medição de posição é fidedigna (ver seção antetior, rtim 2), ter-se-iam valores simultaneamante bem definidos pan x e þo logo antes da segunda medição! Desta fotmz, segundo esta interptetação, o lrincípio de lncerteza não proibiria a existência de valores simultâneos bem definidos pafâ umâ mesme- p^fíc;ula,. O que ocoreda (segundo atgumentou Matgenau, 1'937, p. 361) ê que se prePâramos o mesmo estado quântico lry) várias vezes, e medfumos P, e x pan cada prepançäo, obte,è-or valotes que variam de uma medição p^f^ owtla,. Ao colocar estes valores em um histograma de x epo obter-se-ão os desvios padrões Ax , Lp,.l\ssim, o pdncípio de 'tncefieza serta exclusivamente uma tese estatística, ao conffârio do que aftmam as outfas interpretações, que também aplicam este ptincípio pzra casos individuais (ver também BalñAcote lentine, 1,970). (3) Interpretação Døalista Realista. Segundo esta visão, a partíc].tIz tem sempfe x e þ* bem defìnidos simultaneamente, só que tais valores são desconhecidos. Se medirmos x colrl boa resohtção' tefemos necessatiârfìente ama incerteqa ou desconhecimento grande p^fa þ,, pois a medição de x pot um aparelho mâcfoscópico provoca um distútbio inconüolável Ào valor de p,. Com relação ao princípio da incetteza, esta'tnterpretação é bastante próxima da visão cotpusculat vista acima' (4) Interpretação Daalista Positiuista. Vimos que ul1l fenômeno não pode ser cotpuscular e ondulatório ao mesmo tempo. De maneira anâloga, 7 132 dade aquilo que é observável, ele pôde concluir neste caso (após a de_ terminação da posição) que "não tem sentido" falar em uma paÍtícula com momento bem definido. 4. AS PRINCIPAIS INTERPRETAçÕES DA TEORIA QUÂN- TICA Dividimos as interpretações da Teoria euântica em quârro grandes grupos, segundo dois critérios: (i) Ontologia: qual é z natureza ultima da realidade física? Corpúsculos, ondas ou algum tipo de dualismo? @) Eþir temologia: até que ponto a teona descreve essa realidade? Ela só descre'Je a realidade que podemos observar e medir' þositivismo) ou seus conceiros teóricos também representam coffetamente (ou devedam representar) uma tealidade por trás das observações (realismo)? Os quatro gfrìpos de inteqpretações que obtivemos foram: (1) On_ dulatóda, (2) corpusculat, (3) Dualista Realisra e (4) Duatista positivista. As interpretações ondulatórias e corpusculates tendem a ser realistas, mas elas também apresentam versões mais positivistas, e a trznsição entre os difetentes grrlpos acaba sendo bastante suave, como veremos. Iniciemos fazendo uma comparaçã"o en:re a divisão apresentada aqui e as classifìcações usuais das interpretações. Nos capítulos de seu famoso livro sobre a Filosofìa dz Mecànrca Quântica, MaxJammer (1,974) nos âpresenta cinco grupos de intetpretações: (z) as semi-clássicas pionefuas, (il a da complementaridade, (ii) as teorias de varíaveis ocultas, (iu) as estocásticas e (u) as estatísticas. Pode-se também adicionat r'ma sugestão de Redh ead (1987, cap. 2) e de outros: (u) as de potencialidade. As primeiras teorias semi-clássicas As teorias seni-clá¡sicas pioneiras consideradas porJammer são interpretações realistas que surgiram entre 1926-27. Elas envolvem basica4.1 I 133 Íßnte o que chamamos de inteqptetações ondulatória e dualista. As oflùlJztórias incluem a visão eletromagnética inicial de E. Schrödinger 0926) e a interpretação hidrodinâmica de E. Madelung (1926), esta subseqüentemente desenvolvida por outros, inclusive o brasileiro Mârio Schönberg (1954). Uma das dualistas consiste dateoria da onda piloto de L. de Btoglie (1,926), abandonada no ano seguinte e retomada em 1.952. Entre as teorias semi-clássicas, Jammer também inclui a interpretação probabilista inicial de Max Born (1926), segundo a qual lv(dl' ."prime a probabilidade de se encontrar uma paúícøla clássica em uma certa reglão. Para explicar os fenômenos de intetfetência, tal pafttcula seria acompanhada de um "campo fantasma" (termo usado pot Einstein), rma "oîda de probabilidade" que se prop^g n^ no espaço. Isso torna sua visão dualista, apesar de Jammet ptefedt vê-la como corpuscular, Subseqüentemente, esta inteqpretação de Born foi enftaquecida, e lv()l'pâssou a exprimir a probabilidade de se rnedir um quântum por meio de um detector localtzado em uma cetta região. Pot tet sido incorponda no formalismo mínimo da Teoria Quântica, chamamos esta tese de "regta de Born" (e não "interptetação probabilista de Born"). -,\ tgot, a tegra de Born não deveria se tefedt nem a "probabiJidâde", mas sim a "freqüência nelativa", que é o dado diretamente observável na base empírica. Considerâr que a freqüência relattva medida é uma "probabilidade" é, estritamente falando, uma interpretação do formalismo. ,\ceitando-se esta tnterpretação da Teoria Quântica (o que é usual), chega-se a diferentes visões do mundo quântico, conforme a inteqpretação adotada. parz- a noção de ptobabilidade (dentro da Teoria das Probabilidades). 4.2 A interpretação da complementaridade A interptetação ttda como a mais acejta entre os físicos é z inrerþretacomplementaridade desenvolvida da por Niels Bohr no período 1,927ção 35, e cujas teses foram expostas acima como representando o dualismo positivista. F,Ia é também conhecida como interptetação de Copenhague, cidade de Boht onde Heisenberg trz,balhava na época, e onde Pauli se reuniu com eles em junho de 1,927 para concilar suâs opiniões divergentes. Heisenbetg havia escrito seu famoso artigo sobre o princípio da jncetteza enfanzando uma inteqpretzção corpuscular. Bohr, que desen- ¿- 134 volvera sua idéia de complement quiar na Noruega em março, enc enta]{a que tanto o quadro onclul cessár'ios para deitvar o princípio convencendo Heisenberg que â com o pdncþio de incertez\ e logo adqrúrrúa o consenso da co^s trás as visões semi-clássicas menci O pùncþio da contþlenentaridade representado ou num quadr conforme a situação. Djzer nifica que eles são mutuame crição do objeto atômico. um expetimento se enquadta numa represen_ tação corpuscular se for possível nfedr as trajetórias dos quanta detec_ tados' ,,. enquadra representação ondulatória se apresentar Pl" l"y É uma um padrão de interferência. aceitaçã,o independe da interptetaç experimental não pode exibit padr tias sem ambigtiidade (ver pessoa 1 Por que não seria possível abarcar um objeto quântico em um qua_ dro mais geral e úru¡9? potque, segundo Boht, .rrr-o* limitados à linguagem da Física clássica, a ringoãgem que usamos para comunicat aos outfos como é tm artanjo expetimentar e quais sãã os resurtados das medições, a linguagem que descteve o mr'då macroscópico. precisamos de aparelhos descdtíveis em linguagem crássic p^ï^,., uo ^ mundo quântico' ¿Isso impric atia no macrl-r1øri:no, oui.ja,a ^..rro rese de que objetos macroscópicos (como o gâro de schröding*¡ ,ío'podem exibit proptiedades quânticas? Não necessaramente: o que BoÀr defende é q": é sempre preciso um aparelho clássico puru m"dir ptopriedades quânticas, mas partes deste æarelho podem sär tratadas å-o urn sis- tema quântico. .la Conforme mencionamos na s de Bohr foi o 'þostulado quântico,,, que ,:::::" atômico uma "descontinuidade essencial,, urna conseqüência disto é a impossibilidade de ."",r"i;Tioo;,,T::: disturbios ptovocados no objetã quântico pera interação com o ap^relho de medição. ) 135 Em 1935, Einstein, Podolsky & Rosen (EPR) publicaram seu famo- Itaveia elementos de realidade os quais a Teoria Quântica não consedescrever þor isso seria incompleta). "quiriaPan responder a EPR, Bohr foi obrigado a rcfinar sua inteqpretapassando a dar ênfase à tztalidade que engloba o arcanjo experimençã.o, e tal objeto quântico, cunhando o termo "fenômeno" pata se referit a uma instância desta totalidade. Assim, mesmo que uma apatelhagem possua partes sepatadas a gtandes distâncias entre si, uma alteração em urna dessas partes modifìcaria a totaltdade do fenômeno, modifìcando os elementos da realidade. Não haveria assim elementos da realtdade não descritos pela Mecânica Quântica: a teoria seria completa. A essência do argumento de Bohr pârece ter sido justamente a rejeição (não muito explícita) da noção de localidade de Einstein, por meio de sua concepção de totalidade (ver Bohr 1949). A ahenção de uma pate distante do aparelho resultada numa modificação instantânea da função de onda global, que envolve âs partes distantes. Porém, como a função de onda não se tefere à tealidade (segundo esta ìnteqpretação), isso não violaita de maneira explícita a suposição da localidade (apenas com Bohm, em 1952, é que tal tese viria a ser explicitamente questionada). Ao responder a EPR, portanto, Bohr passou a prionzzr a totalidade envolvendo aparelho e objeto, resultando numa concepção "telacionalista", segundo o qual o estado quântico é defìnido pela relaçã"o entre o objeto quântico e o apatelho de medição inteiro. Na seção 4.7 examinaremos estas e outras nuanças de opinião entre os fundadores da Mecâruca Quântica, formando o agrupâmento de visões que constitu em interpretações orto doxas. 4.3Teoias de Vadáveis Ocultas As teorias de uari,luei: ocaltas são propostas que introduzem paràme- ttos adicionais à Teoria Quântica, parâmettos esses que não são diretamente observáveis, mas cujos valores determinam univocamente o resultado de uma medição e, na média, fornecem os valores esperados da 136 Mecânica Quântica. Segundo Jammer, o r-usso J.I. Frenkel, assistente ds Born, tetia esboçado uma intetptetação deste tipo em 1926. Em 1%2. von Neumann apresentou sua famosa prova da impossibilidade de vad_ áveis ocultas, prova esta que não abarcava todas as possibilidades de teotias de variáveis ocultas, conforme mostraria J.S. Bell apenas en 1966. A prova de von Neumann não consider^v^, entre outras coisas, ¿ possibilidade das vatiáveis ocultas pertencerem ao aparelho de medição. Foi justamente essâ ptopriedade (chamada de contextøalisrzo) que viabtltzoa a interpretação dualista realista de David Bohm (1,952). Esctevendo a função de onda como V(x) = R("r) exp [zJ (*) / h], onde J e R são funções teais, Bohm supôs que V(Ð descrevesse um "coletivo" (ensenbl) de partículas com posição xe momento dado por p = VJ(x). Posição e momento seriam assim as variáveis ocultas de sua inteqptetação. Obteve então a equação de movimento nev/toni^n^, vna = - VV(x), onde o potencial V(x) é. a soma de um potencial clássico e do porencial qøântico U(.r), que tem ^ seguinte forma: lJ(*) = - (ht/2rò V'zn1x¡/R14. Note que mesmo que o módulo R da função de onda tenha um valor pequeno (cottespondendo a um tabo longnquo de V), o potencial tern um valor apteciâveI (á que R aparece tanto no numerador quanto no denominadot). O potencial U(x), que exprime o aspecto ondulatório do modelo, tem propriedade de set "não-local" (ou seja, age de maneira ^ instantânea mesmo a longas distâncias), além de não possuir uma fonte bem defìnida. Mais recentemerite, houve um tenascimento do interesse na "mecàtica bohmiana", só que o potencial quântico passou â ser encarado de maneira näo-realtsta, como uma hipótese desnecessátia (ver Cushing A et a/.,1,996). propostâ por L. de Btoglie em 1926-27 ê formalmente þal à de Bohm p^t^ umz- parttcula, mas difere para mais partículas. Para de Broglie, a parttcula é considerada uma "singuladdade" do seu próprio campo ly (compottando-se como um sóliton), e as ondas deste campo se propagam no espâço físico de 3-dimensões, e não no espâço de configurações, como para Bohm. Uma conseqüência expedmental desta interpretação foi proposta por Croca et al. em 1.990, '\X/ang, mâs suâ previsão foi refutada por Zou &. Mandel (1,991), o que dettubou a interpretação da onda piloto no espaço tridimensional. interþretação da onda piloto 137 InterpÍetações que inttoduzem variáveis ocultas podem ser corpus_ c.¿lares, ondulatótias ou dualistas, ou podem até não ter nenhuma inter- 4.4 lntetptetações estocásticas câsti:ca" tem mantido a ontologia co¡puscul^t paÍz- patículas com masluz como uma onda clássica cujas condições de con- sa, mas considera a 4.5 Inteqpretação dos coletivos estatísticos '\s interpretações estatísticas, ou dos co/eliuo¡ estatísticos, defendem que a função de onda não se refere a um sistema individual, mas sim a um coletivo (ensemble) de sistemas preparados de manefua semelhante. os L. Ballentine, em um influente trabalho de 1970, terpretação dos coletivos estatísticos não precisa se uma ontologia, o que levou à distinção entre: (z) um ain_ com ,,níni_ 138 ftia" dos co/etiuos, que agrega ao o estado representa elementos deste coletivã é deix envolvendo variáveis ocultas mam de interprctação do¡ coletiao mente realista, enquanto que a plo de uma inrerpr etação positi Talvez o aspecto mais sed tese de que sua análise do pr.incípio de incertez ,{. maior difìculdade de qualq rimentos de interferência. Landé' sível a partir da antsga proposra ocorreda uma transferência discret constitui o anteparo dtfuator) para rência esta que depende d, pr.r.n cação, porém, não funcio na para, anteparos rígidos, como o bipds R. Rosa; ver Home & \Xtritaker, 4.6 Interprerações de potencialidade as interpretações da Mecânica acordo com a resposta a seguin_ ,, l;.; :,ä * ii'"::.,o.ï; são A:)"oi;"' As teodas de vadáveis o_ t bem definido, mas desconhecido. (visão c) A complementarida d,e afirma que o varot de p não é defini_ do ou é "sem senrido,,.. (V'isão B:) O ultimo grupo proiO.-q,r. p tem um valor mal defìnido, difuso, bortado, ,,fuzzr\,. ' ' I O que esta visão ft"lg., segundo Redlead, é que na realidade o I sistema não possui valor.s ìefìnidäs dades para produzir diferentes resulta télica de potencialidades que são na década de 50 nos escdtàs de H lrrtetpretação orrodoxa. Esra jdêja t (1954), com suas grandezas ,,laten Redhead conclui que esta visão é realista. ) 139 também Esta noção de potencialidade ou realidade intermediânz pode set attibuída ås inteqptetações que chamamos de "ondulatóta" ' iog..-..tr^remos mais adiante (seção 4'B) que esta é uma impottante .hãre de interpretações, mas livtos como o deJammer (1974,\ tendem a omitir este âgfupâmento sammer descreve aþmas destas inte¡ptetado seu livto). ,\ noção de potencialidade ções em d.ifei.nies capírul,os implicada" proposta mais recenteu "ordem iambém se identifìca io* mente por David Bohm. É .orioso que difetentes classes de interptetações (o que chamamos de corpuscular, ondulatôria e dualista positivista) fazem uso dessa nopotencial' ção de potencialidade ou realidade 4.7 As inteqPtetações ottodoxas Examinaremos agofa as nuanças que existem entte difetentes intetelas pretações ororlm..ã classificadas como "ortodoxas"' Em getal as intercom ia* "- comptomisso com o døa/isno, mas as ftonteitas são um pretações cofooscolutes, de um lado, e ondulatórias, de outro' ',"rr,o"qourr,o positiuispostuta uma também d.iforu.. A matoita apresenta a ftonteira com o dualismo realista é suave. novamente ta, mas (z) Interpretação da comþleruentaridadL Esta é a "interptetação de cono p.rrùágo"" aefendida por-Bohr desde 1'927, e com uma maiot ênfase ,.lr.ioär-o apa'r' ãe 1935 (ver seção 4.2).Pxú e Rosenfeld se mantinham bastuntã próximos desta posição, Heisenberg e Born um pouco mais distantes. Ó positivismo adotado impede que se atttbua um tipo medide fenômeno (ond^ ou partículz) aum experimento antes que a retroda uso o aceitava medição, Bohr ção se complete. Porém, ap6s z dição. tefmo se tefere à postura parte udoì^ã^ poi ,ro. Neumann (1'932), pot Wþer (1'963), e por boa rcduzidos físicos teódcos. Ênfase é dzda ao vetof de estado lV), qrrt é do (sofre colapsos) após medições; até mesmo o aparelho de medição é de descrito por um vetåt de estado. Esta posição é às vezes chamada a realidade "interpretação de Princeton". F,la não atribui explicitamente são feitos como se lv) lry) (neste sentido, é positivista), mas os cálculos þ) Interpretação ondulatória Positiuista. Este correspondesse a uma tealidade. a zbordagem adotada por London & defend.ida ocasionalmente pof 1Øþet (1.962) e aþns ou- Esta é @f Interpreøçao Sab1etiuista' gu"ài (gig), 140 tros (como Jeans, E^ddington e Heitler), e ressurgida na década de 90 þot exemplo, com H' stapp). Adotando uma visão ondulatóda, argîmenta que a consciência humana é tesponsável pelo colapso. Nas paùwas de London & Bauer: "a transformação irreversível no åstado do àbjeto me_ dido" seria devida à "faculdade de introsp ecçã.o,, ou ao ,.conhecimento imanente" que o observadot consciente tem de seu próprio estado. Esta posturâ é um desdobtamento d. þ), sendo que lv) pode ser ffarado como algo real. Nesre caso, não é uma visao poiitivistaldescritivista), mas é idealista, no sentido de que a rcahdade deìcrita pela NIecânica euântica depende da presença de um observador humano. (d) hmentarùlade. -,{. escola russa que defend 1,957, e Landau, segundo Bell, 1990, s a de Bohr e von Neumann, segundo a qual a fronteta entre os mundos quântico e clássico podia ser traçada em qualquer ponto na cadeta ligando o objeto ao obs,ru)dor (..paralelismo psicofísico')' D. maneta mais objetìva, esta escola russa atibiura propdedades clássicas a objetos macroscópicos em geral. uma posição pio*im, foi defendida por Ludwig (1961), qrre postolà qrr., prru'.orpo, -r.ror_ cópicos, cotreções não-lineares par,- a equação di sctirc;aingår imporiam um comportamento clássico. (e) Interpretação 'Eclática".Jammer (1974,p. 6g) atribui a Heisenbetg a segunte postura, no início de 1,927: tanto uma tntetpretação exclusiva_ mente colpuscular quanto uma exclusivamente onddãtória poderiam ser associadas ao fotmalismo quântico. Em 1930, Heisenberg ,irrdu p.rr.^,o" segundo cada am deste-s quadros, mzs jâ subrinhava que"cada qual tinha suas limitações. Esse ecletismo é às vezes adotado em Teoria euântica de campos para explicar o sucesso tânto da abotdagem corpuscular de Feynman quanto a ondulatória de Schwinger. (f I-"eitøras Reali¡ta¡ da conplementøridade. Este é um caminho a ser ex_ plorado no fururo. Em 1927-28, Bohr apresentou o princþio da comp.lerrlentana,ade opondo "definição" (umlstado poro ã. uri sistema fechado) e "observação" (uma medição toma o sistãma aberto e inttoduz o indeterminismo). Abandonou esta caracterização, potém, por que não faziz senndo par'' o positivismo se referìr a um sistema não-observado. r,ei t¡{isras, porém, podem reromar este tipo de complem entaida_ras de. David Bohm, em seu livro-texto de 1951, fez também uma reitura mais realista da complementaddade (fracassando em alguns pontos), sali- 141 do objeto entando que a imprevisibilidade está ligada ^o ^coplamento prn 6s1¿ ditequântico ao univetso como um todo (durante a medição). ção,leituras realistas da complementaridade levam a situações paradoxais, como a aftmação de que "o fóton sabe qual será o arznjo experimental no futuro", o que serve pârâ aumentar o mistério da Teoria Quântica aos olhos do grande público. John \X4eeeler faz este tipo de leitura realista da complementaridade, concluindo (no expetimento de escolha demorada, devido à rettodição) que "o passado não tem existência enquanto ele não é registrado no presente" (ìØheeler 1983,p.194). (p;) Instrunentalistno radical. Numa tevisão de possíveis interpretações parz- o ptoblema da medição, Wþer (1983) mencionou a visão segundo a qual o objetivo da Mecânica Quântica não seda desctever uma realidade, mas sim apenas fornecer correlações estatísticas entre observações seguidas. Este ponto de vista "instfl-rmentalista" é bastante comum entre os físicos, levando ao extremo o positivismo da interptetação ortodoxa e a visão epistêmica do estado quântico. J. Park (1,973), um discþulo de Margenau, chegou a esta posição a parllu da interpretação dos coletivos estatísticos: "a Mecânica Quântica é uma teoria sobre a estatística de resultados de medições". þ) InteQretøção Estrobosnþica. Dentro desta li¡ha radtcal encontra-se uma intelpret^ção corpuscular estroboscópica, segundo a quzl as partículas da natuteza dão saltos descontínuos de uma posição para ovtra, confotme o tegistto mactoscópico que é deixado, por exemplo, em uma càmara de nuvem de \ü/ilson. Heisenberg (1927, p. 63) discute esta possibilidade, salientando que neste câso â velocidade instantânea não ê definida (ver também Bohm, 1951, p. 1,44-8). (i) Iøterprefação da MafriTS. Outra versão instrumentalista é a inte¡ptetação dada pela Teoria daMatnz-9. Esta abordagem descreve processos de espalhamento considerando apenas os estados assintóticos inicial e fina| e m^trtz-S que relaciona um âo outro. Sob certas condições, mos^ tra-se que esta abotdagem é idêntica à aplicação da equação de de ser facilmente estendida p^ra o Schrödinger, tendo porém ^v^nta.gem domínio telativístico (Stapp, 1,97 1). Q) Interpretação dø Sorza sobre Hi¡hiria¡. Em 1,948, Feynman apreseritou sua abordagem da "soma sobre histórias", desenvolvida em Teoria Quântica de Campos Relativísticos, como umâ novâ inteqpretação da Teona Quântica. Uma partícula percorreria todas as trajetóias possíveis, r42 e a função de onda senaa soma destas amplitudes þistórias). Esta abordagem salienta o quadto corpuscular, mas vale peî investigat até que ^ ponto ela é uma visão não-ondulatória. 4.8 Inteqpretações ondulatórias As visões ondulatórias consideram que o estado quântico corresponde a aþm tipo de realidade (ao contrârio das ottodoxas), e negarn que existam pattículas pontuâis que seguem ttaietóÅas contínuas. dssim, em comum com â interpretação da complementaridade, e ao co¡trário das interptetações dos coletivos estatísticos, estocástica e dualista realista, aceitzm que a descrição por meio do estado quântico é completâ, e que sistemas prepatados no mesmo estado são de fato idênticos. Max Botn, em certa ocasião, defendeu z rcaltdzde d. lV) âo esctever: "Eu pessoalmente gosto de considerar umâ onda de probabilidade, mesmo no espaço 3N-dimensional, como uma coisa teal, como certamente mais do que rün instrumento para calc;t;Jos matemáticos' Pois ele tem a catacterística de um invariante de obsewação" (Born,1949, pp. 105-6). Em contraparrida, mas por esta mesma razão, Heisenberg ([1958] 1981, p. 78) prefete considetat a onda ry como aþo "objetivo", mas não "ne I", Nos ultimos anos, tem âumentado o número de ptopostas intelptetativas condizentes com a visão ondulatória de que a função de onda cotrealidade (apesat de um estado não podet ser determinatesponde ^umluma única medição). Um ârgumento positivista usado conde do a pattir tra esta visão é que não se pode atribuit tealidade a l// porque seria impossível determinar o estado quântico a pzrw de uma única medição' Tentando rcfutar este argumento, Ahatonov et a/. (1993) propuserâm uma nova classe de medições, chamadas "ptotetotas", que permitiriam determinar o estado quântico. Tal ptopost^, no eÍ7taiflto, tem sido bastante criticada. Façamos agora um apanhado da lr:zdtçäo de interptetações ondulatódas, que tem sido pouco estudada (um representante da qual iâ exzminamos), Na proposta original de Schrödinger representzna uma densidade de ,l(V,lV)l' 4.1.), (a) Interþrefação Eletromagnética. (mencionada na seção carga clássica (onde e é a carga total do sistema), de forma que teríamos "ondas materiais" e não "ondas de ptobabilidade". Tais ondas se propa- I c 143 g^rizrm de manefua detetminista, tesgatando a visualização clássica.Particulas serìam na verdade pacotes de onda. Os argumentos colocados na época que minaram esta proposta fo- ram: O Alta dinensionalidade de yt Para À,I partículas, lV) é defìnido no espaço de configurações de 3ÀJ dimensões. Como inteqpretar isso? (z) Partícalas como þacotes de onda. Pacotes de onda se dispersam com o pâssaf do tempo, ao conúâno do que ocorre no caso especial examtnado pot Schtödinger do oscilador harmônico quântico. (ii) Discretiryção em processos atôøicos. Como explicat os saltos quânticos, a quannzação de cargz' e co- mo associar fteqüências atômicas disctetas a enetgias discretas (E=hv)? (iu) Redøção de estado na nediçã0. Como explicar o aPâneflte colapso que ocorre durante medições, expresso pelo postulado da ptojeção, e a nã'olocalidade envolvida? Mais recentemente, alguns autores têm teexaminado z proposta origrnal de Schrödinger, e oferecido soluções pafa os problemas mencionados acima (Dorling, 1.987;Barut 1988). Mencionaremos algumas destas soluções mais adiante. þ) Interpreração Hidrodinânica. Partindo da equação de Schrödinger e escrevendo (V,lV) = a eiþ,Madelung (L926) obteve uma equação hidrodinâmica p^r^ ø, sugerindo assim que um fluido com carg e massa distdburdos compõe a estflrtufâ bâsica do mundo. Esta abordagem seria retomada pot Bohm (1,952), que adicionou porém uma partícula. Bohm um modelo hidrodinâmico no qual o flui& Vigiet (1,954) ^Presentarzim do estaria âcoplado a flutuações estocásticas em um nível subquântico (ver Jamme4 1.97 4, pp. 33-8, 49 -54). (c) Interpretação Iøgînaa corn Colþsol Uma visão ondulatóna reahstâ pode ser obtida adaptando-se a inteqpretação positivista de von Neumann (seção 4.7b). Neste caso, os colapsos seriam processos reais, cuia causa pode estat associada a ressonâncias devidas à intetação do apatelho com o ambiente, ou simplesmente aceitos de maneira ad hoc. Havena nàolocalidade tanto fto pfocesso de colapso quanto nas medições em particwlas correlacionadas do teorema de Bell. (d) Interpretação dos Estados Relatiuos. Em 1'957, H. Everett posnrlou que o univetso como um todo seria descrito por uma :útrjca função de onda que evoiui deterrninisticamente, de acordo com a equaçáo de Schrödinger O aparcnte colapso associado a medições seriâ na verdade uma ilusão, hgada ao fato que rlosso cérebro também se âcopla aos obie- 144 tos quânticos. O cérebro entrar.ia em uma s ciados a diferentes leituras dos resultados da "configurações de memória,, ,ao ,a¡u ramificaria assim "..r, Apesa, o" ção ";i#å:i:iå:ïå1fiî';.' intererr. .m to no de f lZO (DãWt, adquidr uma ceta popularidade. \ ranre (e) Intepreîação Ondalatíria com Duoerêrtria. abordagem cla .,decoe_ rência" procura expricar o r"rgt.;,o a. r,'' ;;;;enro crássico em um sistema quântico lpor Ãemplo, após medições) a parttda inte_ -Arrror., ração entre objeto, . umbl.rt.. ¿";; àur"use colo_ cam mais ptóximos ^p"r.lÀo da inteqpre tação da.o-pr.-..rìui¿ra.,,enquanto ourros como Zeh & Joos adotam uma visã^o ondulatórla. E de (1993) o seguinte remã: Zeh "Não na'rrr.r quânticos, partículas!,,. ";;; ão ao problema (i) nen_ ::ti:::;.#j,: massupõemn".",*..tï?qf tamente centrado ffiîl"iil.*'0,.o,.rä!i:i:iä r *ÈiH;Ji;i##åî",:åï',i,.:xrîä:'trËîä** todas as ptobabilidade o que não afetàia a validade culas têm u'ma patí- malocalt'zação, partículas. No caso,,porém, em que um objeto. u.ror.ópti:i3:"r:""öi um apatelho de medição .oo.rirhões de þartícrtrr, ;;;;l;b'idade Iocaltzação toma-se grande, ."pri.r.rãå'"rù- r.d;çâå-;; estado de que acompanha medições diretas " de posição. sariona/. Esta abordagem se baseia nà,,ttansaçã,o,, absorvedor, qo. ..ãá aftavés a. p assa do), . o., ro,-. ""au, rctarda_ ïffi :i.: "ä ;äffi* î{{, L: *'offi q"aåJ.^ interpretação da MecÀniå ^ ã.r".rrrr.l"ida por crrÀer (19g6) temporalmente simétric a, nãà-bcar e consideta q"J; f"";ilde onda uma onda física no espaço 3_dimensional. é é 145 4.9 Inteqpretações que questionam a lógica clássica Nesta seção agrrrpamos aþmas visões que ptopõem modificações na\ógSca clássica para explicar os problemas interpretativos da Mecânica Quântica. O que elas têm em comum, alêm do questionamento de diferentes âspectos dalóg¡ca clássica, é uma certa simpattzpela atribuição de valores bem definidos para todos os obsewáveis, o que as aProxima das visões corpusculates ou das teorias de variáveis ocultas. (a) D1giM. pøântica. Desde o ttabalho pioneiro de G. Bitkhoff & von Neumann (1,936), costuma-se dizet que a\ógSca do mundo microscópico é de um tipo especial, chamada "Ióglca não-distributiva" (vet por exemplo Hughes, 1931). Tal conclusão é defensável, mâs pressupõe uma interpfet^çáo corpuscular (valores sem dispetsão) pata a Teota Quântica. þ) Abordagen Operacional. IJma cetta abordagem à lóglca quântica (que não adota uma ontologia corpusculat) considera ateoita não como uma descrição da î tu:rez^ física, mas sim uma desctição do compoftamento do cientista ao pfepaifàI e medir obietos mictoscópicos no laboratóito (Foulis & Randall, 1974). (c) Interpretação Modal. De maneira genêrica, este nome se àpl1c ^ qualquer interpretaçáo que se inspira nalóglca modal, qae faz uso das categorias de "possibildade" e "necessidade". Mais especificamefite, ele se tefere à interpretação proposta por Kochen (1985), que aborda o problema de quais são as propriedades (ou seja, quais os observáveis que têm valores bem definidos) de um subsistema correlacionado quanticamente com um outro (fazendo uso do teorema de decomposição de Schmidt). Este realismo telacionista (as propriedades existem em telação ao ambiente escolhido) propõe-se ^ expllc r o paradoxo sem supor a não-localidade. (d) Hisnírias Consistentes. Uma "histó1'jra" ê uma séde de ptopriedades de EPR bem definidas ocotrendo numa seqüência ordenada de tempo þor exemplo,l*(tr), *(t),p-(rr)). Em 1984, R. Griffiths inttoduziu a noção de "famfltz de histórias consistentes", pàrà a qual se pode atribuir uma probabilidadeparz cada histótiz.Dado um evento inicial D e um evento fìnal n esta abordagem fesponde qual é a ptobabilidade de uma história de eventos intermediários -E,, Er, etc. ocoffer. Se o evento inicial D fot S*=lt/r. (após a medição de spin na direção Ð . o final F for S,=+t7' (após uma medição de spin na direção fl, a probabi,lidade de um evento á- -T 146 intermediário -E set S*=*t/, é 1, e a probabilidae de ser S.=lr/, também é 1! Porém, como estas duas histórias não são consistentes, não se pode deduzir que S*-+/z e S,=¡t7, com ptobabilidade 1., pan o mesmo evento E. Isso viola o cálculo de probabilidades clássico (ver críticas de d'Espagnat, 1989). outros autores, como omnès, Gell-Mann e Hartle, desenvolveram esta inteqpretação propondo que ela seda um desdobramento da intet- se apenas de uma tegra de aptoxtmação p^na zerar quanidades muito pequenas. Implícito na abotdagem de Griffiths estâ a aceitação da retodição, da visão epistêmica de estado e das medições fidedignas. Sua visão é claramente dualista, pois uma tetrodição pode levar a estados envolvendo supeqposições de trajetódas. 5. MAPA DAS INTERPRETAçÕES Agora que já nos familiarizamos com vátias inteqpretações da Teoria Quântica, façamos um esboço de como cada uma se posiciona com relação aos critétios onlolrigico (corpúsculo, onda, dualismo ou sem ontoalismo ou positivismo). No mapz da Fig. 1 (na ssa apresenta os critérios ontológicos, enquanto em tealismo (em baixo) e positivismo. Certas regiões estão demarcadas, correspondendo às interptetações ottodoxas (oRT.), dos coletivos estatísticos (coI-.), teorias de variáveis ocultas (ESTOC.) e s ocultas poos coletivos. cada interpretação partsc,,i'zr está representada por duas letras. Interpretações que possuem uma ligação efltre si apatecem ligadas pot linhas tracejadas. lnt Coletivos L. cr) Ø o o- lnterpr. Colet¡vos Ê DÞ lnt. Estroboscópica M¡nima Solna sobre H¡stór¡as / tógi*"" CD I I Gr¡fRths ¡ Mactorealismo e Complementar¡dade I wo LOG Escola de Princeton I I \I É o Complementaridade ----l--- |n ûq V¡são Eclét¡ca (Park) t- F lnstrumental¡smo Complementar¡dade Realista lnterpr, Subjet¡v¡sta lnterpr. Ondulatória lngênua a Decoerência: Lóg¡ca Zèh TVO Bohm Bohm-Bub Onda-Piloto ttJ em 3D É. ---- Estados Relativos Locarizaçõeì.. -p.91'Viq¡er -':--- Esoontâneas ' lllül|j: cional '-\ - 'l . ojl|]fá;., Hrdrodrnamrca schröd¡nger ....rnterpr. lnt.Colet¡vosì Ballent¡ne SEM ONTOLOGIA CORPUSCULAR DUALISTA @ffie oNDULATÓNIO f.r À. \ -I 148 6. CONCLUSÃO O estudo sistemático das interpretações da Teoria Quântica é ainda um campo vasto e não muito explorado. Seda tarefa da "filosofìa da física" tentar sistematizar o estudo comparativo das interpretações, delineando quais são as teses que cada visão responde claramente, quais aftmações de fato cottespondem a umâ ontologia específìca e quais são apenas a attibuição de um rótulo, quais problemas são varridos para debaixo do tapete, e como agrupar as inteqpretações de manefua satisfatóda. Além disso, seda interessante levar em coflta os aspectos emocionais mencionados na seção 1, e estender o estudo não só para as interpretações "declaradas", mas também para'tntetpretâções "naturais" de formalismos alternativos (como a distribuição de Wigner). REFERÊNCIAS BIBLIO GNÁTICNS AHARONOV, Y.; AN,\NDAN, J. & VAIDMAN, L. Meaning of the wave function. PblsicalReaiuy A 47: 4616-26,1993. BALLENTINE, L. E. The statistical intelpretation of quânrum mechanics. Rtuiews of Modem Pþtsics 42: 358-81,,1,970. BARUT, A. O. The revival of Schrödinget's inteqpretation of quanrum mechanics. Foøndations BELINF'ÂNTE, F. J. A of Pfu:ics I-ttters 7, 47 -56,1,988. saruel of hidden-uariables rbeories. Oxford: Perga- mon,1,973. BELL, J. S. Âgainst 'Measurement'. Pp. 17-31 in: MILLEF., ,\. I. (org.) Sixfl-huo yars of ancertainf7. New York: Plenum, 1990. Reimpresso em: Phlsics lYorld 3: 33-40, August 1 990. 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