DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DO EXTRATO DE ALGAS (Ascophyllum nodosum) NO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE MUDAS DE CAFEEIRO Samuel Vaz Lima(¹); Guilherme Reis Vasconcelos(²) (1) Aluno de graduação do curso de agronomia pelo Centro Universitário de Patos de Minas – UNIPAM, [email protected]. (2) Professor do curso de agronomia do Centro Universitário de Patos de Minas – UNIPAM, [email protected]. INTRODUÇÃO Originária do continente africano, a cultura do cafeeiro (Coffea arábica L.) vem se destacando no país e principalmente nas regiões do cerrado mineiro. Em uma área plantada de 2.256,5 milhões de ha, o Brasil é o maior produtor e exportador de café, onde a ultima safra brasileira chegou a 45,3 milhões de sacas de 60 kg (CONAB, 2015). O estado de Minas Gerais é o maior produtor com 50% da produção nacional, sendo 98,68% arábica. Considerando que a cultura ocupa a 5° posição em exportações no agronegócio brasileiro (MAPA, 2015), e que novas áreas estão sendo utilizadas em todo território nacional para implantação de novas lavouras cafeeiras, torna se cada vez mais importante a produção de mudas de boa qualidade, principalmente se tratando que o café é uma cultura perene onde se explora por muitos anos seguidos, e em sua maioria, o substrato na formação de mudas constitui baixa fertilidade, afetando a nutrição das plantas, podendo ser corrigida com o uso de extrato de algas marinhas como bioestimulantes (NORRIE, 2008). Por isso se diz que um bom cafezal depende de uma boa muda (MATIELLO et al., 2002). O uso de extratos de algas na agricultura tem se mostrado viável, conferindo, sobretudo um sistema radicular vigoroso às plantas tratadas, entre outros ganhos, assim, diante da importância econômica e social da cultura do café, e da possibilidade de incremento produtivo oferecido por essa nova tecnologia, faz-se necessário determinar-se a melhor forma de utilização, e devido à facilidade de aplicação desse tipo de técnica em viveiros de muda e da importância que essa fase de desenvolvimento apresenta para a formação de um cafezal produtivo, essa é uma oportunidade interessante para os testes a serem realizados. MATERIAL E MÉTODOS 8º CONGRESSO MINEIRO DE INOVAÇÕES AGROPECUÁRIAS PRODUÇÃO ANIMAL E VEGETAL. A FORÇA DA PESQUISA MINEIRA UNIPAM – PATOS DE MINAS – 26 a 31 de outubro de 2015. O ensaio foi conduzido no viveiro de produção de mudas de cafeeiro da fazenda “Laçador”, no município de João Pinheiro, MG. Para a realização dos ensaios, mudas de caffeeiro da espécie Coffea arabica, variedade Catuaí vermelho IAC 144, no estágio de orelha de onça, foram adquiridas em viveiro comercial certificado, na cidade de Patrocínio, MG. Os tratamentos consistiram em doses crescentes do produto comercial “Acadian®”, sendo T1 0 ml L-1, T2 1 ml L-1, T3 2 ml L-1, T4 4 ml L-1, T5 6 ml L-1. O delineamento experimental adotado foi o de blocos casualizados (DBC), sendo avaliados os 5 tratamentos com suas 5 repetições. Cada parcela experimental constituiu por 12 mudas, e as aplicações do produto foi realizada de forma individual, com a auxílio de uma seringa graduada. Receberam cada planta de cada parcela, uma dose de 20 ml da solução na concentração correspondente ao tratamento, e a testemunha recebeu uma dose da água utilizada no preparo da calda, sem a adição do produto. O experimento foi instalado no mês de maio, e as avaliações dos parâmetros avaliados, foi realizado aos 195 dias de idade das plantas, quando se determinou para cada tratamento: Diâmetro médio do caule; comprimento de plantas e de raízes; o número de folhas; o acumulo de biomassa seca total, de folhas, caule e do sistema radicular. Os dados obtidos foram submetidos a análise de regressão, utilizando o programa computacional – SISVAR, para Análises de Regressão, a 5% de probabilidade, (FERREIRA, 2000). RESULTADOS E DISCUSSÃO As avaliações biométricas e de biomassa seca, foram avaliadas 101 dias após a primeira aplicação do extrato de algas, no estágio fenológico de 4 pares de folhas. Os tratamentos não expressaram diferença quanto ao número de pares de folhas por planta, permanecendo esse parâmetro dentro dos padrões prescritos para plantas de cafeeiro na idade em que foram realizadas as quantificações, (MATIELO et al., 2002). Quando se avaliou diâmetro de caule, as doses de 2, 4 e 6 ml L-1, proporcionaram efeito significativo quando comparadas com os demais tratamentos. Oliveira et al., (2011), justifica que, este efeito é atribuído as doses do composto, tendo em vista que há citocinina presente na forma natural da alga , sendo assim, pequenas concentrações do composto podem 8º CONGRESSO MINEIRO DE INOVAÇÕES AGROPECUÁRIAS PRODUÇÃO ANIMAL E VEGETAL. A FORÇA DA PESQUISA MINEIRA UNIPAM – PATOS DE MINAS – 26 a 31 de outubro de 2015. ser satisfatórias para um incremento na divisão celular e influenciar diretamente as outras partes da planta. Na avaliação de comprimento radicular, obteve se efeito significativo nos dois maiores tratamentos, sendo 4 e 6 ml L-¹. Tal incremento foi observado por (BEZERRA et al., 2007), com a utilização de dois extrato de algas na cultura da alface, onde concluíram que, os mesmos estimularam tanto o desenvolvimento radicular quanto da parte aérea. Os extratos de algas apresentam em sua formulação oligoelementos na forma de quelatos orgânicos, formados por um íon metálico e uma molécula orgânica. Brady et al. (2000), verificou que esse tipo de ligação permite que o quelato permaneça na solução do solo até que entre em contato com a raiz, sendo então absorvido pela planta. Quando se avaliou o comprimento de plantas, observou efeito significativo na maior dose aplicada. Segundo (SANTOS et al., 2012), a aplicação de Ascophyllum nodosum em mudas de melancia, proporcionou maior crescimento aéreo, mostrando indícios que quanto maior a dose, maior será o crescimento aéreo. Durand et al., (2003). No parâmetro de biomassa seca para raízes, houve efeito significativo nas duas maiores doses, quando comparadas com os demais tratamentos. Os aminoácidos e nutrientes presentes no extrato de algas marinhas desempenham um importante papel na nutrição vegetal e na sua fisiologia, pois provavelmente atuam como ativadores enzimáticos, segundo (SAGI et al., 1998). Para biomassa seca de caule, não houve efeito significativo, porem obteve uma tendência, sob a dose de 4 ml L-¹, como mostrado na figura abaixo. De acordo com (SALISBURY et al. 1994), os efeitos dos reguladores vegetais dependem da espécie vegetal, da parte da planta, do estádio de desenvolvimento, da concentração, da interação com outros compostos e dos fatores ambientais envolvidos. Quando se avaliou biomassa seca de folhas, houve efeito significativo para o tratamento de 4 ml L-¹. Este fato se justifica devido o extrato de A. nodosum estimular processos fisiológicos da planta como absorção de nutrientes e a fotossíntese, devido às moléculas extraídas (elicitores) da alga (GOËMAR, 2006). Os dados não são conclusivos, quanto a melhor dose a ser utilizada, fazendo-se necessária a realização de novos ensaios. CONCLUSÃO Os dados obtidos permitem concluir, nas condições do ensaio, que: 8º CONGRESSO MINEIRO DE INOVAÇÕES AGROPECUÁRIAS PRODUÇÃO ANIMAL E VEGETAL. A FORÇA DA PESQUISA MINEIRA UNIPAM – PATOS DE MINAS – 26 a 31 de outubro de 2015. (i) Os tratamentos não interferiram no número de folhas das mudas. (ii) Quanto ao diâmetro do caule e acumulo de biomassa no caule e nas folhas, a dose de 4 -1 ml L , apresentou o melhor desempenho; (iii) Quanto ao comprimento da parte aérea e da raiz e acumulo de biomassa da raiz, o melhor desempenho foi apresentado pela dose de 6 ml L-1. REFERENCIAS BEZERRA PSG; GRANGEIRO LC; NEGREIRO MZ. 2007. Utilização de bioestimulante na produção de mudas de alface. Revista Científica, Jaboticabal, v.35, n.1, p.46 - 50. CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da safra brasileira: café. Brasília: Conab, 2014, v. trimestral. Disponível em: <htpp://www.conab.gov.br>. Acesso em: 02 junho 2015. FERREIRA, D. F. Análises estatísticas por meio doSISVAR para Windows versão 4.0. In: REUNIÃO ANUAL DA REGIÃO BRASILEIRA DA SOCIEDADE INTERNACIONAL DE BIOMETRIA, 45. 2000, São Carlos. Anais... São Carlos: UFSCar, 2000. p.255-258. GOMES, F. P. Curso de estatística experimental. 14 ed. Piracicaba: USP/ESALQ, 2000. 477 p. GOEMAR. Laboratório do mar. Saiba mais. Disponível em: Http:// www.goëmar.com acesso em: 03/10/15. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA. Saiba mais. Disponível em: <www.agricultura.gov.br/vegetal/culturas/cafe/saiba-mais>. Acesso em: 10 jun. 2015. MATIELLO, J.B.; SANTINATO, R.; GARCIA, A.W.R.; FERNANDES, D. R. Cultura de Café no Brasil: Novo Manual de Recomendações. MAPA/ PROCAFÉ. Rio de Janeiro ‐ RJ e Varginha ‐ MG, maio/2002. NORRIE, J.; HILTZ, D.A. Agricultural applications using Ascophyllum seaweed products. Agro-Food Industry Hi-Tech. Milan, v.2, p. 15-18, 2008. SAGI, M., OMAROV, R. T.; LIPS, S. H.. 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