“Os muros falam: pichação como forma de expressão do movimento estudantil dentro da UFMS" Lorraynne Alves Pereira (UFMS) - [email protected] Gustavo Villela L. Costa (UFMS) – [email protected] INTRODUÇÃO Esta pesquisa, em fase inicial, é um estudo antropológico que visa registrar fotograficamente e estudar as diferentes formas de pichação, percebidas por Tainara Bastianello (2013) como micro atitudes, sejam elas coletivas ou não, existentes dentro e no entorno da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, campus de Campo Grande, no período de 2014. Nosso foco são principalmente as pichações de cunho politico, tentando entender como esse ato, que por muitos é considerado somente como “vandalismo” também se coloca enquanto ato político. Essa pesquisa busca compreender a significação do ato de pichar pela perspectiva dos pichadores, que carregam consigo estigmas, originados pela construção social de significados que se dá na interação, de acordo com o conceito de Erving Goffman (1891), além, de analisar a ligação desses atos sociais com o movimento estudantil existente na UFMS-CG. Uma de nossas hipóteses será estudar a pichação como um “termômetro social” de demandas específicas de alguns grupos sociais, que contribui para a circulação de mensagens politicas de grupos marginalizados como “forma de resistência” mediante uma forma alternativa de comunicação . METODOLOGIA Quanto à metodologia, utiliza-se o método etnográfico, sendo este um modo de apreensão do mundo, que também pode ser conhecido como observação participante, propondo assim com a etnografia em contextos urbanos resgatar um olhar de perto e de dentro, segundo Magnani (2002), além, de pesquisa bibliográfica. Nessa pesquisa foram realizadas entrevistas abertas e registro de dados por meios audiovisuais, como fotografias. RESULTADOS Os resultados até aqui alcançados, já que se trata de uma pesquisa ainda em andamento, mostram que a questão mais importante a ser discutida não seria apenas a do estigma de “vandalismo” que a pichação carrega consigo, mas sim o intuito desse ato social, a partir do que consideramos ser “pichações políticas”, que vem se mostrando um meio alternativo de protesto e resistência de grupos marginalizados na arena pública. OBJETIVOS Objetivo geral: Compreender o significado das pichações políticas, no entorno da UFMS, pela perspectiva dos próprios pichadores Objetivos específicos: • Identificar as diferentes formas de pichação existente dentro e no entorno da UFMS-CG; •Produzir e analisar fotografias das pichações; •Analisar qual a possível ligação das pichações com o movimento estudantil. BIBLIOGRAFIA BASTIANELLO, Tainara Andressa Becker. Pichação e política nas manifestações sociais: o que nos mostram as matérias jornalísticas?. Unisinos. setembro/2013. BECKER, Howard S. 2008 [1963]. Outsiders. Estudos de sociologia do desvio. Rio de Janeiro: Zahar. 232pp. PENNACHIN, Deborah Lopes. SIGNOS SUBVERSIVOS: DAS SIGNIFICAÇÕES DE GRAFFITI E PICHAÇÃO Metrópoles contemporâneas como miríades sígnicas. Trabalho apresentado no Núcleo de Semiótica da Comunicação, XXVI Congresso Anual em Ciência da Comunicação, Belo Horizonte/MG, 02 a 06 de setembro de 2003. GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Tradução: Mathias Lambert Data da Digitalização: 2004 Data Publicação Original: 1891 MAGNANI, José Guilherme Cantor. De perto e de dentro: notas para uma etnografia urbana. REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS SOCIAIS - VOL. 17 No 49 junho/2002.