Promovendo Saúde na Contemporaneidade: desafios de pesquisa, ensino e extensão Santa Maria, RS, 08 a 11 de junho de 2010 ALCOOLISMO: REFLEXÕES NECESSARIAS PARA INTERVENÇÃO NA ENFERMAGEM 1 1 1 1 1 1 Alves, K. S. ; Busatto, L. S. ; Figueiredo, T. R. ; Ilha, S. ; Spohr, V. M. ; Valladão, J. M. ; 1 2 Wiethan, L. S. ; Freitas, H. M. B. 1 Acadêmicos do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil. 2 Docente do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil. E-mail: [email protected] RESUMO Este estudo compreende uma pesquisa bibliográfica de cunho qualitativa, realizada no decorrer dos estágios do 5º semestre de enfermagem, em um hospital de referência da cidade de Santa Maria–RS. Realizado no período de maio a junho de 2009, tendo como objetivo aprimorar o conhecimento por meio do estudo da dependência do álcool traçando o diagnóstico e cuidados de Enfermagem. No Brasil, as estimativas apontam um alto índice de dependentes do álcool sendo que, a maioria não busca auxílio e tratamento. Concluiu-se que é possível perceber que complicações, como repercussões físicas, sociais, econômicas e emocionais, decorrentes da dependência do álcool interferem na qualidade de vida dos portadores. Nesse contexto, os profissionais de enfermagem precisam atualizar seus conhecimentos técnico-científicos sobre essa temática, a fim de cuidar cada paciente conforme sua singularidade. Palavras-chave: alcoolismo, dependência, cuidado de enfermagem 1. INTRODUÇÃO No decorrer do estágio curricular do 5º semestre de Enfermagem, em um Hospital particular da região central do estado do Rio Grande do Sul, sentimo-nos instigadas em aprofundar nossos conhecimentos sobre o alcoolismo, pelas possíveis conseqüências que o mesmo causa no organismo. O álcool é um dos fatores condicionantes da mudança de comportamento das pessoas quando consomem. A equipe de saúde tem uma ligação constante com essa realidade, visto que os atendimentos de urgência e emergência destacam o grande número de pessoas acometidas por essa droga (BRUNNER & SUDDARTH, 2005). O alcoolismo é considerado um dos mais graves problemas de saúde pública em todo o mundo. É caracterizado pelo estado físico e psíquico resultante da ingestão de álcool, com o surgimento de reações comportamentais que incluem a compulsão pela ingestão contínua ou periódica de álcool tendo como objetivo experimentar os efeitos psíquicos causados pela bebida (DAVOLI , MARIANO, 1994) O abuso da bebida é considerado um dos dez comportamentos de maior risco à saúde, causando a morte de 1,8 milhões de pessoas no mundo; destas, 5% representam jovens entre 15 e 29 anos de idade, confirmando que as pessoas ainda estão longe de ter uma relação equilibrada com esta substância (GORGULHO, 2006). Enquanto futuros profissionais de saúde, preocupados com o alto índice de pessoas usuárias de álcool, percebeu-se a importância de estudos que favoreçam esclarecimentos sobre esta droga, que é o álcool. Sendo assim, iniciou-se uma caminhada de estudos sobre as reais conseqüências do álcool no organismo humano. Por a equipe de saúde, em especial de enfermagem ser os profissionais de ponta no atendimento e cuidado à esta clientela, destaca-se a relevância dos profissionais de enfermagem que realizam o cuidado à pacientes que sofrem o uso do álcool estarem preparados e conhecedores das reais necessidades e conseqüências que ocasiona no organismo humano. Este trabalho justifica-se polos altos índices de usuários de álcool nos serviços de saúde, sendo necessário a equipe de enfermagem estar capacitada para atender esta clientela, conhecendo as reais conseqüências do álcool para o organismo do dependente. Compete a equipe de enfermagem orientar e educar os usuários de álcool e seus familiares auxiliando na compreensão desta doença que ainda é vista com preconceito pela sociedade. 1 Promovendo Saúde na Contemporaneidade: desafios de pesquisa, ensino e extensão Santa Maria, RS, 08 a 11 de junho de 2010 Assim, objetivou-se aprimorar o conhecimento por meio do estudo da dependencia do álcool traçando o diagnóstico e cuidados de Enfermagem. 2. ENFERMAGEM E ALCOOLISMO O alcoolismo é definido como o consumo consistente e excessivo e/ou preocupação com bebidas alcoólicas ao ponto que este comportamento interfira com a vida pessoal, familiar, social ou profissional da pessoa. O alcoolismo pode potencialmente resultar em condições (doenças) psicológicas e fisiológicas, assim como, por fim, na morte. O alcoolismo é um dos problemas mundiais de uso de drogas que mais traz custos. Com exceção do tabagismo, o alcoolismo é mais custoso para os países do que todos os problemas de consumo de droga combinados. Apesar do abuso do álcool ser um pré-requisito para o que é definido como alcoolismo, o seu mecanismo biológico ainda é incerto. Para a maioria das pessoas, o consumo de álcool gera pouco ou nenhum risco de se tornar um vício. Outros fatores geralmente contribuem para que o uso de álcool se torne em alcoolismo. Esses fatores podem incluir o ambiente social em que a pessoa vive, a saúde emocional e a predisposição genética. (BRUNNER & SUDDARTH, 2005). Conforme Laranjeira e Pinsky (2000) ninguém nasce depende de nenhuma droga. O que ocorre é que a pessoa desenvolve uma relação com a droga que evolui para a dependência, isto é, há um processo gradual envolvendo a dependência. Não existe nenhum fator que determine, de forma definitiva, que pessoas ficarão dependentes do álcool, assim como nós não podemos saber de um grupo de crianças ou adolescentes quais fumarão cigarro a ponto de se tornarem dependentes de nicotina. Na realidade, uma combinação de fatores contribuíram para que algumas pessoas tivessem maiores chances de desenvolver o problemas em relação ao álcool durante algum período de sua vida. A dependência, muitas vezes, começa a partir do momento em que a pessoa ingere quantidades de álcool capazes de provocar algum tipo de indisposição – a popular “ressaca” – no dia seguinte. O autor supracitado enfatiza que a ressaca é uma indicação de que a pessoa bebeu muito mais do que deveria. Existem dois componentes distintos na ressaca, e o primeiro diz respeito o intoxicação por álcool. Acordar no dia seguinte ao que se bebeu um bom vinho é muito diferente do despertar após o consumo de um vinho ruim. Isso ocorre fundamentalmente porque o vinho de qualidade duvidosa apresenta impurezas que intoxicam a pessoa que o bebe em grandes quantidades. O segundo componente da ressaca diz respeito ao fato do álcool ser um depressor do sistema nervoso central; quando a pessoa bebe muito fica momentaneamente menos ansiosa, sonolenta etc. Quando o efeito do álcool passa o sistema nervoso não volta imediatamente ao normal, mas tem reação “rebote” a esse efeito depressor do álcool; no dia seguinte a pessoa tende a ficar mais nervosa, irritada e com dificuldades para conciliar o sono. A ressaca, assim, deve-se em parte a falta que o organismo sente do álcool – é o que chamamos de sintomas de abstinência do álcool. Á medida que pessoa tem repedidas ressacas, percebe-se que parte do desconforto do dia seguinte pode ser aliviada se recomeçar a beber. Por exemplo: se alguém estava acostumado a beber somente à noite e a ter ressacas muito fortes começar a beber na hora do almoço sentirá que uma parte da irritação, ansiedade e falta de concentração melhorará com álcool. É a partir disso que a dependência pode começar: a pessoa passa a beber não mais por prazer, ou não ambiente social, mas para aliviar os sintomas de abstinência do álcool, A intensidade da dependência será ditada por uma série de fatores como a personalidade do indivíduo, períodos de tempo em que vem bebendo grandes quantidades, tipos de bebida, associação com depressão, ambiente em que vive, entre outros fatores (LARANJEIRA E PINSKY, 2000). O uso crônico do álcool causa alterações comportamentais (agressividade, conflitos familiares, violência urbana e doméstica) e comprometimentos orgânicos (p. ex., hipertensão arterial, gastrite, cirrose) e clínicos (p. ex., depressão, doenças mentais), que são as causas para buscar cuidados de saúde, contribuindo também para a alta prevalência de acidentes automobilísticos e o absenteísmo laboral. (NIEL, JULIÃO, 2006) Como substância psicoativa, o álcool produz efeito depressor ou euforizante, e seu consumo não pode ser entendido como um fenômeno marginal, já que 10% dos residentes nos centros urbanos, independente de sexo, idade, nível de escolaridade e poder aquisitivo, consomem álcool livremente, mesmo sabendo da repercussão dos seus efeitos orgânicos, psicológicos, familiares e sociais (SUCAR, 2002). O consumo alcoólico excessivo tem acarretado graves problemas, com conseqüências familiares, profissionais e sociais para os indivíduos e a coletividade. Isto ocorre por se tratar de 2 Promovendo Saúde na Contemporaneidade: desafios de pesquisa, ensino e extensão Santa Maria, RS, 08 a 11 de junho de 2010 substância considerada lícita e aceita pela sociedade, com o agravante de que seu uso também é estimulado pela falta de fiscalização e inobservância das restrições legais para a sua venda (ACAUAN, DONATO, DOMINGOS, 2008). 2.1 Alcoolismo relacionado ao planejamento e assistência de Enfermagem Desde o inicio da história da enfermagem com Florence Nightingale, como um dos modelos referenciais da época já implementava com processos de enfermagem por meio de instrumento de planejamento, execução e avaliação do cuidado prestado por ela e pelas enfermeiras da sua equipe. Diante do cenário atual em que nos encontramos, devemos nos preocupar não somente com a tecnologia, mas também com a necessidade plena da implementação de um processo de enfermagem, com o objetivo de classificar e padronizar o significado dos cenários vivenciados pela enfermagem no seu dia-dia. Em 1980, American Nurses Association (ANA) publica sobre a responsabilidade das enfermeiras (diagnóstico e tratamento), 1982 – NANDA, Taxonomia I (1986), Taxonomia II (2000), NIC (1992), NOC (1997). O NANDA é um sistema de classificação taxionômico, estruturado sob forma multiaxial, em três níveis (NANDA, 2008).VER OMEIS ATUAL 2010 - 2011. A organização dos diagnósticos de enfermagem da NANDA evoluiu de uma lista em ordem alfabética para um sistema de classificação taxonômico, hoje estruturado sob forma multiaxial, que se apresenta com sete eixos (Conceito, Sujeito, Julgamento, Localização, Idade, Tempo e Situação do diagnóstico), 13 domínios Promoção da saúde, Nutrição, Eliminação/Troca, Atividade/Repouso, Percepção/Cognição, Auto-percepção, relacionamentos de papel, Sexualidade, Enfrentamento/Tolerância ao estresse, Princípios de vida, Segurança/Proteção, Conforto, Crescimento/Desenvolvimento) 47 classes e 187 diagnósticos, que são revisados atualizados a cada dois anos em uma nova edição da classificação, que se mantém em constante aprimoramento (NANDA, 2008). O diagnóstico de enfermagem é definido: como julgamento clínico sobre as respostas do indivíduo, da família ou da comunidade a problemas de saúde/processos vitais reais ou potenciais. [...] constitui a base para seleção das intervenções de enfermagem, para o alcance dos resultados pelos quais a enfermeira é responsável (NANDA, 2008, p. 377). Para NANDA (2008), o diagnóstico de enfermagem pode ser de distintos tipos: real; de risco; de promoção da; de bem-estar; síndrome. Quanto aos seus componentes, o diagnóstico de enfermagem é constituído de: título; definição; características definidoras; fatores de risco e fatores relacionados, que são os agentes etiológicos do diagnóstico de enfermagem. A taxonomia da NANDA tem sido traduzida para o português desde a década 1990, o que facilitou seu conhecimento bem como o desenvolvimento de diversas pesquisas que retratam a sua utilização no Brasil (FARIAS, 1990). Atualmente é preciso enfatizar que as classificações existem há anos e que elas trazem ordem ao nosso trabalho, interagindo nossa comunicação com os colegas, o avanço do conhecimento de uma determinada área, por meio de descobertas, princípios e organizações. Além disso, favorecem a identificação e o desenvolvimento de pesquisas. Na Enfermagem, as classificações na prática são recentes e os avanços já produzidos por esses sistemas mais especificamente, as classificações NANDA/NIC/NOC. É preciso considerar a diversidade de situações em que são usados, (diagnóstico, intervenção e resultado), o que leva à necessidade constante de adequação e de precisão dessas terminologias. Desta forma, é importante que as enfermeiras conheçam, utilizem, pesquisem e sugiram as modificações e o aprimoramento necessários às classificações de enfermagem já existentes. Os diagnosticos de Enfermagem observados nos pacientes que vivenciamos no decorrer do estagio curricular foram: 1) ANSIEDADE (1973,1982,1988): Um vago e incômodo sentimento de desconforto ou temor, acompanhado por resposta autonômica ( a fonte é frequentemente não-específica ou desconhecida para o indivíduo); sentimento de apreensão causado pela antecipação de perigo. É um sinal de alerta que chama atenção para um perigo iminente e permite ao indivíduo tomar medidas para lidar com a ameça. CARACTERÍSTICA DEFINIDORA: Comportamentais: - Produtividade diminuída, Agitação, 3 Promovendo Saúde na Contemporaneidade: desafios de pesquisa, ensino e extensão Santa Maria, RS, 08 a 11 de junho de 2010 Olhar em torno, Insônia, Afetivas: Ansioso, Receoso, Foco em si mesmo, Incerteza, Angústia, Irritabilidade, Fisiológicas: Tremores das mãos, Respiração aumentada, Fraqueza, Boca seca. PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA DA ENFERMAGEM: Manter o paciente informado sobre todo e qualquer procedimento que será realizado, Orientar a família à tranqüilizá-lo sempre, Orientar aos cuidadores a mantê-lo orientado quanto ao tempo e informá-lo certas ocasiões para evitar o esquecimento, Realizar atividades diferentes com o paciente, evitando que ele fique concentrado somente na doença. 2) RISCO DE INTOLERÂNCIA À ATIVIDADE (1982): Estar em risco de experimentar energia fisiológica ou psicológica insuficiente para suportar ou completar as atividades diárias requeridas ou desejadas. PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA DA ENFERMAGEM: Incentivar o paciente à realizar atividades, mas com cautela e paciência. Sempre que o paciente relatar fadiga ou fraqueza, não forçá-lo a continuar. Controlar a PA, que pode ser aumentada frente a atividades. 3) BAIXA AUTO-ESTIMA SITUACIONAL (1988, 1996, 2000): Desenvolvimento de percepção negativa sobre o próprio valor em resposta a uma situação atual (especificar). CARACTERÍSTICA DEFINIDORA: Relata verbalmente desafio situacional atual ao seu próprio valor. Verbalizações autonegativas. Avaliação de si mesmo como incapaz de lidar com situações ou eventos. PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA DA ENFERMAGEM: Transmitir pensamentos positivos ao paciente. Ser otimista frente ao mesmo. Incentivar ao convívio com outras pessoas. 4) DISPOSIÇÃO PARA CONHECIMENTO AUMENTADO (2002, NE 2.1): A presença ou aquisição de informações cognitivas sobre um tópico específico é suficiente para alcançar objetivos relacionados à saúde e pode ser reforçada. CARACTERÍSTICA DEFINIDORA: Expressa interesse em aprender. Demonstra conhecimento sobre o tópico. Comportamentos congruentes com o conhecimento expresso. Descreve experiências passadas ao tópico. PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA DA ENFERMAGEM: Oferecer materiais informativos para maior esclarecimento de suas dúvidas. Estar sempre disposto à esclarecer certas questões. Estimular a transmitir suas experiências a outros pessoas na mesma situação. 5) CONFLITO DE DECISÃO (1988): Incerteza sobre o cuso de ação a ser tomado quando a escolha entre ações conflitantes envolve risco, perda ou desafio a valores de vida pessoais. CARACTERÍSTICA DEFINIDORA: Verbaliza incerteza quanto à escolhas. Verbaliza sentimento de angústia ao tentar chegar a uma decisão. Concentração em si próprio. Sinais físicos de angústia ou tensão. PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA DA ENFERMAGEM: Orientá-lo e ajuda-lo a traçar objetivos em curtos períodos. Incentivar a família a estar presente em alguns momentos ou se possível, diariamente colaborando nas suas decisões. 6) SENTIMENTO DE IMPOTÊNCIA (1982): Percepção de que uma ação própria não afetará significativamente um resultado; falta de controle percebida sobre uma situação atual ou acontecimento imediato. CARACTERISTICA DEFINIDORA: Baixas: - Expressões de incerteza a respeito dos níveis de energia flutuantes, Passividade; Moderadas: Ressentimento, raiva, culpa, Relutância em expressar sentimentos verdadeiros, Medo de afastamento dos cuidadores, Expressão de dúvida em relação ao desempenho do papel. Graves: Expressões verbais de não ter controle: Sobre o autocuidado, Ou influência sobre a situação, Ou influência sobre o resultado. PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA DA ENFERMAGEM: Transmitir sempre, pensamentos positivos e alegres, Influenciá-lo a buscar e manter sua auto-estima, Traçar metas e ter coragem de realizá-las, Buscar incentivo e apoio em outras pessoas. 7) ISOLAMENTO SOCIAL (1982): Solidão experimentada pelo indivíduo e percebida como imposta por outras e como um estado negativo ou ameaçador. CARACTERISTICAS DEFINIDORAS: Objetivas: - Ausência de pessoas significativas que dêem apoio (familiares, amigos, grupo), Projeta hostilidade na voz, no comportamento, Retraído, Apresenta comportamento não aceito pelo grupo cultural dominante, Preocupação com os seus próprios pensamentos. Subjetivas: Expressa sentimentos de solidão imposta por outros, Expressa sentimentos de rejeição, Ausência ou inadequação de objetivo significativo na vida, Incapacidade para atender as expectativas de outros, experimenta sentimentos de diferenças com relação aos outros. PLANEJAMENTO E CUIDADOS DE ENFERMAGEM: Participar de certos eventos sociais, reuniões familiares, festas. -Realizar atividades de lazer, se possível, acompanhado. -Buscar diálogos com pessoas próximas e novas amizades. (NANDA, 2008) 4 Promovendo Saúde na Contemporaneidade: desafios de pesquisa, ensino e extensão Santa Maria, RS, 08 a 11 de junho de 2010 3. METODOLOGIA A pesquisa foi realizada no decorrer dos estágios curricular do 5º semestre do curso de enfermagem em um hospital de referência da cidade de Santa Maria–RS. O estudo foi realizado no período de maio a junho de 2009. Este estudo compreende uma pesquisa bibliográfica de cunho qualitativa, a qual explora por meio das escritas em banco de dados eletrônicos. A pesquisa bibliográfica trata-se de um levantamento de bibliografias já publicadas, com a finalidade do pesquisador ter conhecimento de tudo que foi escrito sobre determinado assunto (LAKATOS e MARCONI, 2003). 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES O Brasil até os anos 80 não dispunha de dados epidemiológicos consistentes, e só a partir de 1986 desenvolveu-se uma nova geração de investigações capazes de oferecer o mínimo de informações para diagnóstico confiável sobre a realidade da saúde mental. Em relação ao tratamento, um estudo realizado de 1987 a 1993 revela que o álcool é responsável por 90% das internações por dependência e psicoses por drogas, sendo a maioria dos internados na faixa etária entre 31 e 45 anos, com predomínio do sexo masculino (proporção de 15:1), estando o uso de cocaína em segundo lugar. Dados mais atuais sobre morbidade hospitalar no SUS apontam que os gastos públicos com internações decorrentes de transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de álcool, de janeiro a novembro de 2003, foram de R$ 55.565.960, correspondendo a 83% dos gastos totais nesta categoria (MORAES, 2008) È necessário que haja uma transformação não apenas nos profissionais, mas também das instituições, que contribuem para uma terapêutica adequada a cada usuário. Considerando sempre a presença indispensável da família junta a equipe de saúde. Existe uma assistência complementar, similar aos Hospitais-dia, que são os Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), fazendo a notificação para a rede de serviços de saúde (BRASIL, 2004). De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil sabe-se da existência de 1.011 CAPs. Favorecendo assim a integração na pratica diária, na assistência e na articulação dos serviços de saúde. O pensamento deve estar voltado para cuidado integral, interagindo com a família na sua comunidade (BRASIL, 2007). A sobrecarga emocional tanto da família quanto do paciente podem muitas vezes ser respostas se um sofrimento causado pelo transtorno mental ou alcoolismo. Isso é refletido, devido ao processo emocional decorrente do enfrentamento da doença (MAESH, 1992). Visualizamos através desta experiência, que o profissional da área da saúde, em especial a enfermagem tem um papel ímpar junto aos pacientes e seus familiares buscando esclarecer duvidas sobre o tratamento e reabilitação, entre outras duvidas pertinentes. A Enfermagem, como arte de cuidar, que esta diretamente relacionada com seres humanos, precisa esta situado nesses ambientes para auxiliar os cuidadores/familiares atreves de uma equipe interdisciplinar, de um trabalho em equipe, que tem como objetivo o paciente e seu contexto social. 5. CONCLUSÃO Com a elaboração deste estudo verificou-se que nos tempos atuais a população tem acesso livre a bebidas alcoólicas, o que facilita o descontrole no uso destas substâncias, sem ao menos conhecerem seus reais efeitos, acarretando muitas vezes na dependência destas substâncias. É possível perceber que complicações, como repercussões físicas, sociais, econômicas e emocionais, decorrentes da dependência do álcool interferem na qualidade de vida dos portadores atualizar seus conhecimentos sobre o assunto e vendo cada paciente conforme sua singularidade. Realizando através da avaliação global do paciente a integralidade do cuidado na assistência à saúde. Concluiu-se que o comprometimento do paciente com sua saúde, possibilita o cumprimento das ações que lhes são delegadas a fim de garantir o sucesso do trabalho. Assim como é de extrema relevância, o trabalho da equipe de enfermagem na atenção integral as necessidades de cuidado desses pacientes, levando em consideração toda sua história de vida.desse mal. 5 Promovendo Saúde na Contemporaneidade: desafios de pesquisa, ensino e extensão Santa Maria, RS, 08 a 11 de junho de 2010 REFERÊNCIAS ACAUAN, Laura; DONATO, Marilurde; DOMINGOS, Ana Maria. Alcoolismo: um novo desafio para o enfermeiro. Esc Anna Nery Rev Enferm 2008 set; 12 (3): 566-70 BRASIL. Ministério da saúde. Coordenadoria Geral de Saúde Mental. Saúde Mental no SUS. Informativo da Saúde Mental 2004. BRASIL. Ministério da Saúde. Coordenadoria Geral de Saúde Mental. Saúde Mental no SUS: acesso ao tratamento e mudança do modelo de atenção: Relatório de gestão 2003-2006. Brasília (DF); 2007. BRUNNER & SUDDARTH. Tratado de enfermagem medico-cirúrgica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. DAVOLI A, MARIANO EC. Uso de bebidas alcoólicas por crianças: fenômeno a ser investigado. 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