AS ESPACIALIDADES DA MANIFESTAÇÃO

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AS ESPACIALIDADES DA MANIFESTAÇÃO CULTURAL DA CATIRA NO
TERRITÓRIO GOIANO
Maisa TEIXEIRA
Universidade Federal de Goiás. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Geografia
do Instituto Sócio-Ambientais/IESA - UFG. Rua Egerineu Teixeira, nº195; Bairro Jundiaí;
Anápolis-GO. [email protected]
Resumo
O presente trata de descrição e análise de uma manifestação cultural do Estado de Goiás,
onde o canto e a dança são elementos centrais de construção da identidade territorial do
Estado. Trata-se da prática da Catira, colocada no lazer, na tradição e sustentação de
comunidades tradicionais goianas. A metodologia utilizada foi à pesquisa teórica, a consulta
a uma ampla bibliografia que norteia os temas propostos e a coleta de dados. Esses dados
foram obtidos por meio de pesquisas de campo nas cidades na qual a manifestação da catira
está presente no Estado de Goiás. Na discussão dos resultados, foi possível verificar a
criação da identidade cultural da catira, como as transformações ocorridas do passado aos
dias atuais, devido à presença da atratividade turística no desenvolvimento espacial da
manifestação cultural em destaque.
Palavras-Chave: Espaço, Tradição, Manifestação Cultural, Goiás e Catira
Abstract
TITLE: THE ESPACE OF THE CULTURAL MANIFESTATION OF CATIRA IN
THE GOIANO TERRITORY
This deals with description and analysis of a cultural manifestation of Goiás, where the sing
and dance are central elements of the construction of identity construction of the state. It is
the practice of Catira, placed on leisure, tradition and support of traditional communities of
Goiás. The methodology was based on theoretic research, consultation of an extensive
bibliography that guides the proposed themes and collection. These data were obtained
through field surveys in the cities in which the manifestation of catira is present in the State
of Goiás In the discussing of the results it was possible to verify the creation of the cultural
identity of catira, as the changes occurring in the past to the present, due to the presence of
tourist attraction in the spatial development of cultural manifestation highlights.
Key- words: Espace, Tradition, Cultural Manifestation, Goiás and Catira.
INTRODUÇÃO
O presente texto é fruto de pesquisa realizada com o intuito de descrever e analisar
as manifestações culturais da Catira no Estado de Goiás, e suas espacialidades apresentadas
das mais diversas maneiras.Envolve-se a condição de prática corporal cotidiana de
identidade cultural e como elemento educacional conservador, renovador e preservador do
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território goiano. A Catira é aceita como peça folclórica, de atração turística e pouco
relevante quanto a formação cultural de jovens e adolescentes nos espaços educacionais.
Nesse sentido, a pesquisa focaliza a sobrevivência da Catira nos espaços goianos
como prática social, conteúdo cultural e corporal no campo do lazer, da brincadeira e da
dança.A idéia é que a partir dos dados apresentados e discutidos muitas leituras sobre o
cotidiano, a cultura popular,os valores simbólicos e as coletividades poderão ser retomadas,
procurando estabelecer um diálogo, entre a cultura local dos municípios, suas tradições, e
locais de manifestação, objetivando construir um conhecimento que mostre a importância
de uma visão de conjunto dos rituais, com suas semelhanças e diversidades. Isto, para que
essa cultura possa ser difundida e apresentada a todos, e também possa apontar novos
caminhos e alternativas mais adequadas para a sua utilização.
Estudar a Catira é passar pelas diversas influências culturais (negra, indígena e
européia portuguesa), pelos seus espaços de manifestações, de preservação e pela
importância do ato da dança nas comunidades goianas. Em Goiás, como em quase todo o
país, os atos coletivos possibilitam a influências na formação de novas gerações,
principalmente, as manifestações culturais legítimas dos filhos goianos, como a Catira.
Esse estudo pode significar uma abertura de caminhos e possibilidades de
reconstrução de rituais que valorizem a cultura local e o conhecimento transmitido pelos
antepassados. Nesse sentido, a Catira, constitui-se em uma das manifestações coletivas mais
antigas da sociedade, inserindo se nos costumes de vários povos como expressões coletivas
que são repassadas de geração a geração ao longo dos séculos.
ESPAÇO E CULTURA: UMA TRADIÇÃO POPULAR
Como define o autor, Antônio Arantes, em sua obra “O Espaço da Diferença”, a
distinção entre sociedades, culturas e nações baseiam-se numa divisão do espaço
aparentemente não problemática, no fato de que ocupam espaços “naturalmente”
descontínuos.
“O espaço torna-se uma grande neutra sobre a qual a diferença cultural, a
memória histórica e a organização social são inscritas. É dessa forma que o
espaço funciona como um princípio organizador central nas ciências sociais ao
mesmo tempo em que desaparece da esfera de ação analítica. Outro problema
levantado pelo mapeamento implícito de culturas por sobre os lugares é
conseguir dar conta das diferenças culturais no interior de uma localidade”
(Arantes, 2002, p.31-33).
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O espaço em si é uma dimensão que possui acepções e entendimentos diferenciados,
para diversas áreas do conhecimento. Para a Geografia, o espaço é uma categoria que
assume diferentes dimensões, dependendo de qual Geografia se está analisando.
De acordo com Corrêa (1995, p.15), “adicionalmente a palavra espaço tem o seu uso
associado indiscriminadamente a diferentes escalas, global, continental, regional, da cidade,
do bairro, da rua, da casa e de um cômodo no seu interior.”
As diferentes sociedades são formadas por diversos motivos, mas neste estudo
privilegiam-se as diferenças culturais no meio rural/urbano, que agem sobre os espaços de
maneiras distintas, de acordo com suas necessidades e destaques. O que desta feita existe, é
uma sociedade diferente de outras, da mesma maneira, a cultura se diferencia e não se
repete nas mesmas. As diversidades de práticas culturais no espaço goiano acompanham a
diversidade humana, e se manifesta de forma diferenciada.
Nesse sentindo, a cultura é o referencial humano, que se vale para os conhecimentos
adquiridos ao longo da vida, por meio das experiências e sistematizados pela técnica no
cotidiano na forma de agir, vestir e ser, transformando assim o espaço de acordo com as
necessidades e interesses de cada indivíduo.
A cultura está presente no espaço por meio das práticas sociais e no campo dos
pertencimentos humanos (tradições, mitos, crenças, entre outros), nas manifestações que
influenciam a construção do conhecimento social, político e cultura. Assim, a cultura é
considerada dinâmica e vai norteando o desenvolvimento do homem, agindo como uma
importante produção no espaço mundial.
Trata-se de algo constantemente aprendido com a família, com a religião e com a
escola, por meio dos contatos, experiências cotidianas, ou seja, podemos entender que cada
indivíduo constrói um “ato cultural” de acordo com os conhecimentos que carrega consigo,
desde o seu nascimento.
Com o intuito de estabelecer um diálogo, entre a cultura local dos municípios, suas
tradições, e locais de manifestação, objetivando construir um conhecimento que mostre a
importância de uma visão de conjunto dos rituais, com suas semelhanças e diversidades
espaciais, isto, para que essa cultura possa ser difundida e apresentada a todos, e também
possa apontar novos caminhos e alternativas mais adequadas para a sua utilização como
produto turístico, principalmente, no que diz respeito à preservação do espaço cultural
goiano.
A produção de iconografias – entendendo-as aqui como um conjunto de símbolos
variados, materiais ou abstratos, que exprimem as crenças e os valores de uma coletividade
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em torno de suas identidades territoriais, revela uma organização simbólica, seja a partir de
suas dimensões sócio-culturais, ou daquelas orientadas ou impostas pelo Estado.
Tomando emprestado as palavras de Bailly et al. (1991, p.21), podemos dizer que esta
geografia, consciente de sua subjetividade, nos permite, por meio da análise das
representações sociais em suas lógicas espaciais, analisar discursos e práticas, razão e
sentimentos enraizados no lugar.
Este tema está relacionado a um ritual tradicional às catiras, por isso vale apena
conceituar tradição que, segundo HOBSBAWM (1997), significa transmitir oralmente fatos
históricos: lendas, contos, usos e costumes de idade em idade; atos ou hábitos inventados ou
gerados espontaneamente transmitidos de geração em geração. As tradições podem ser
inventadas, construídas formalmente, institucionalizadas e aquelas surgidas rapidamente
sem simbolizar um período limitado.
A diversidade cultural, decorrente da miscigenação entre estes povos formadores da
sociedade brasileira atual, proporcionou uma espécie de caldeirão cultural de onde surgem,
em meio ao caos, belíssimas manifestações artísticas populares como músicas, danças,
poesias, esculturas e pinturas. Assim como a cor da pele, os olhos e os cabelos foram
tomando características particulares, os ritmos, bailes e cantares tiveram o mesmo fim:
fundiram-se, constituindo a Música e a Dança Popular Brasileira. Podemos dizer que o
potencial criativo do povo brasileiro, conhecido mundialmente, existe graças a essa
diversidade cultural. “Assim como a biodiversidade é essencial para a continuidade da vida,
a diversidade cultural é essencial para a evolução do potencial criativo de toda a
humanidade.” (D´Ambrósio, 1997a, p.63)
A diversidade cultural mencionada impõe, por conseguinte, a necessidade da utilização
de uma fundamentação teórica que contemple toda a riqueza e diversidade produzida e
encontrada nas festas registradas.
Maguiles (1991, p. 62) indica que:
“os rituais e costumes do passado não são somente soluções úteis ou
meras expressões conservadoras. Seu sentido vai mais longe e se
mostra mais nítido quando se descobre neles formas de resistir aos
efeitos deformadores da cultura dominante. Nestas manifestações,
encontram-se soluções para o presente. Não se trata de
conservadorismo, mas, em muitos casos, de preservação de uma base
a partir da qual, resistir significa conservar a identidade, a dignidade e
a solidariedade.”
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De norte a sul do país, encontramos inúmeras manifestações de danças que são
praticadas nos salões, terreiros, pátios das Igrejas, praças, enfim, onde o povo está. Essas
danças são passadas de geração a geração como uma herança prodigiosa que deixa tanto os
pais quanto os filhos, orgulhosos de fazerem parte de tal tradição.
Nesse sentido, o conhecer-se através do que nos forma pessoal, cultural e socialmente é
fundamental para o desenvolvimento saudável da nossa identidade, e necessário para que
faça parte dessa identidade compreender e respeitar as diversidades existentes.
Posto isso, acredita-se que se tem muito a aprender e reaprender com a cultura
popular.
Para Montago, cultura é o modo particular pelo qual as pessoas se adaptam ao seu
ambiente; é também a resposta dos homens às suas necessidades básicas; também é o modo
de vida de um povo, o ambiente que um grupo de seres humanos, ocupando um território
comum, criou em forma de idéias, instituições, linguagens, instrumentos, serviços e
sentimentos. A cultura é sempre um completo. É criação do homem, é recebida como
herança dentro do grupo em que cada pessoa nasce; é adquirida ao contato com outros
grupos.
Só o homem é portador, transmissor e criador de culturas, e por isso só ele a cria, a
possui e a transmite aos seus descendentes. As sociedades animais e vegetais a
desconhecem. É um complexo, porque forma um conjunto de elementos, inter-relacionais e
interdependentes, que funcionam harmonicamente na sociedade. Os hábitos, idéias e
técnicas, formam um conjunto, dentro do qual os diferentes membros de uma sociedade
convivem e se relacionam.
A transmissão pelo contato não abrange toda a cultura do outro grupo: somente alguns
traços se transmitem e se incorporam à cultura receptora. Esta, por sua vez, se torna também
doadora em relação à cultura introduzida, que incorpora aos seus padrões, hábitos ou
costumes que lhes eram estranhos até aquele momento. É o processo conhecido como
transculturação, isto é, a troca recíproca de valores culturais, pois em todo contato de
cultura as sociedades em contato são ao mesmo tempo doadoras e receptoras,
interculturando valores que se adaptam de umas às outras.
A cultura está ligada à vida do homem, nasceu com ele, e se desenvolveu, a princípio
lentamente, depois de forma acelerada. A cultura é um instrumento de adaptação do homem
ao meio. É através dos valores culturais que o homem se integra ao seu meio.
Através do padrão cultural se evidência a originalidade das culturas; identifica-se o que
há de específico ou de peculiar numa cultura. Os complexos de cultura são aqueles
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conjuntos de traços culturais intimamente ligados entre si que formam uma unidade de
função.
GOIÁS: AS ESPACIALIDADES DA CATIRA
Situado na parte leste da região Centro-Oeste, o Estado de Goiás, integra o planalto
central, constituídos por terras planas e faixas da floresta tropical. Com presença de antigos
terrenos cristalinos sedimentados e áreas com erosão, se alternando, em chapadas, com
características físicas de contrastes e belezas inigualáveis.
O clima é tropical, com inverno quente e seco e verão quente e chuvoso. O estado de
Goiás se destaca pela vegetação escassa do cerrado, com seus arbustos e árvores tortuosas,
cascas grossas, raízes profundas e cobertas de pêlos. Grande destaque se tem no Estado as
manifestações culturais deslumbrantes, como exemplo, a congada, Folia de Reis, entre
outros.
A catira se une as influências indígenas, européias e africanas e se destaca por todo
o território goiano como uma característica cultural presente em quase todos os municípios.
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A manifestação cultural da Catira é praticada largamente pelos interiores do Brasil,
entre destaque, estão o Estado de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Tocantins
e principalmente, o Estado de Goiás. Desenvolve-se através de uma espécie de sapateado
brasileiro por meio de um “bate-pé” ao som de palmas e violas. Pode ser exercitado
somente por um grupo de homens ou também por um grupo de mulheres.
O ritmo da dança, marcado por violas e batidas das mãos, uma contra as outras, se
embeleza pelos trajes comuns utilizados pelo grupo: chapéu, botina, calça comprida, camisa
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manga longa e gravatas de lenços. A coreografia é alternada em cada região, o Estado de
Goiás, baseia-se principalmente na linha country americana.
A dança inicia-se com puxado do violeiro com seu rasqueado e os dançadores que
fazem a “escova”, ou seja, um bate-pé e bate-mão. Logo, o violeiro canta parte da moda
ajudada pela segunda voz (violeiro que acompanha o cantador) e assim, voltam ao
rasqueado. Os dançadores entram no bate-pé, bate-mão incluídos por pulos, transpasses e
voltas. Depois o violeiro canta novamente a moda, recitando mais alguns versos, que são
seguidos de bate-pé, bate-mão e pulos. Quando encerra a moda, os dançadores após o batepé e bate-mão realiza a figura que se denomina "Serra Acima", na qual rodam uns atrás dos
outros, da esquerda para a direita, batendo os pés e depois as mãos. Feita a volta completa,
os dançadores viram-se e se voltam para trás, realizando o que se denomina "Serra Abaixo",
sempre a alternar o bate-pé e o bate-mão. Ao terminar o "Serra Abaixo" cada um deve estar
no seu lugar, a fim de executar novamente o bate-pé, o bate-mão.
Encerra-se o recortado, no qual as fileiras trocam de lugar e assim também os
dançadores, até que o violeiro e seu "segunda" se colocam na extremidade oposta e depois
voltam aos seus lugares. Durante o recortado, depois do "levante", no qual todos levantam a
melodia, cantando em coro, os cantadores entoam quadrinhas em ritmo vivo. Muito comum
na região interior de São Paulo e Goiás.
No final do recortado, os dançadores executam novamente o bate-pé, o bate-mão
com pulos, dando um ritmo mais acentuado exigindo uma maior coordenação e preparo
físico.
Por entrevistas/questionários realizados e pesquisas bibliográficas, observa-se que os
ensinamentos são passados de pai para filho nas festas comunitárias e shows temáticos
fazendo assim, divulgar a cultura goiana as raízes influentes do povo brasileiro.
O PAPEL DA CATIRA NAS FESTAS POPULARES DO ESTADO DE GOIÁS
A Catira tradicionalmente faz parte de outra manifestação cultural popular em Goiás, a
Folia de Reis, pois de acordo com vários autores, é uma dança folclórica que vem por meio
de uma divindade para complementar o que se tem na folia.
O grande papel da Catira nas festas é único e exclusivamente para animar os foliões
bem como atrair e animar também o público. A Catira além de fazer parte do folclore
goiano é uma cultura popular característica do lugar, a qual contribui para a construção de
identidades da comunidade rural e urbana.
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O CANTO DA CATIRA
Dentre os mais diversos recortados encontrados na manifestação cultura da Catira,
estão:
Onde tem som de viola alegria está no meio
Tristeza não faz parada onde a viola ponteio
É um som que contagia som de viola é sentido
Faz bem pro corpo e pra alma muito melhor ao ouvido
Som de viola é sagrado
Sou violeiro apaixonado e por Deus sou protegido
Refrão: Eu nasci para cantar e alegrar o meu povo
Estou cantando e ponteando este meu pagode novo
Da viola vem o catira, catira lembra viola
Catireiro quando é bom sapateia e não enrola
O catira é uma arte catireiro é respeitado
Firme quando puxa a palma responde no sapateado
Violeiro e catireiro alegra o salão inteiro
Quando canta um recortado
Refrão...
Violeiro também ama não é só verso cantado
Violeiro traz no peito um coração apaixonado
Com este pagode novo recordamos com saudade
Violeiros e catireiros que foram pra eternidade
Vamos levar a bandeira da cultura brasileira
Pro sertão e pra cidade
Refrão...
(Autor: Marcos Violeiro/Grupo Catira do Brasil)
Eu peguei na viola...
Eu peguei no violão...
Mas aqui primeiramente eu vou fazer a saudação
E a todos que estão presentes vai meu aperto de mão
Vou convidar os presentes pra nóis bater pé no chão
A catira é dança alegre
A catira é do sertão
A catira só se toca com viola e violão
Ai, ai, com viola e violão (2x)
Catireiro bate palma
Também bate o pé no chão
Catireiro dança alegre com muita satisfação
Ai, ai, com muita satisfação (2x)
Só se dança a catira em cima de um tablado
Não se pode arrastar o pé
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Tem que ser sapateado
Ai, ai, tem que ser sapateado (2x)
Uma palma e o sapateado
E depois o vira vira
A dança se faz alegre no nosso catira tira
Ai, ai, na nossa catira tira (2x)
(Autor: Irmãos Galvão/A Dança da Catira)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que os pequenos grupos ainda existentes, os que anda resistem ao tempo são
os responsáveis por manter a tradição da manifestação da catira, fazendo com que a mesma
viva até hoje e transmitam alegria para os locais de apresentação.
Criou-se uma identidade cultural na sociedade goiana, pois é por meio das tradições,
vivências e o meio de ser, que a população goiana defende o seu espaço dentro da sociedade
dos demais e suas diversidades. É através da Catira que seus membros se integram na
sociedade e a sua identidade depende da sua atuação na tradição popular da manifestação da
catira em todo o Estado goiano.
Considerada um importante patrimônio imaterial para os participantes e para os
admiradores, a catira é considerada um meio para que todos tenham acesso a universos
diversos, diferentes do seu cotidiano. Assim, essa luta pela sua sobrevivência e conservação
se faz necessária e totalmente importante para o espaço goiano.
A alegria da Catira e de sua manifestação é uma das formas mais interessantes de
repassar as tradições dos antepassados e mantê-las vivas no meio de todos. Destaque para a
importância da dança e que a mesma faz parte da história de vida de todos os goianos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARANTES, Antônio Augusto. O Espaço da Diferença. Campinas: Papirus, 2002, p.31-33
BAILLY, A., FERRAS, R. PUMAIN, D. Encyclopédie de Géographie, Paris: Economica,
1992.
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CORRÊA, Roberto Lobato. Espaço, um conceito-chave da Geografia. In: CASTRO, I. et al
(Org.). Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro : Bertrand Brasil, 1995, p.15-47
D´AMBROSIO, Ubiratan. Transdisciplinaridade. São Paulo: Palas Athena, 1997.
HOBSBAWM, Eric. A Invenção das Tradições. São Paulo: Paz e Terra, 1997.
MAGUILES, Mario. “La cultura Popular”, em Adolfo Colombes, La Cultura Popular,
México, Premiá, 1991, p. 62.
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