Alemão com Blaue Blume Unidade 2: Dualismus Comentário Nesta segunda Unidade, os comentários sobre as atividades propostas continuam a ser um pouco mais detalhados. Com o passar do tempo, à medida em que você estiver mais familiarizado com a proposta do curso, os comentários serão mais breves. Texto introdutório Antes de mais nada, relembremos: você leu atentamente a introdução e compreendeu os objetivos da Unidade? Todas as atividades propostas na seqüência tentam traduzir, em termos concretos, os objetivos gerais propostos. Por isso, é fundamental que você tenha sempre em mente esses objetivos, ao realizar as diferentes tarefas. Desse modo, a coisa faz mais sentido e você se sentirá mais à vontade, inclusive com atividades que talvez causem certa estranheza inicial, sobretudo se você ainda não estiver familiarizado(a) com a metodologia usada. Na Unidade anterior, o foco estava na sonoridade da língua alemã falada. Aqui, o foco está na forma escrita e em determinadas estratégias de inferência. Outro ponto fundamental é a utilização do dicionário como fonte de consulta. Atente sobretudo para os aspectos formais da organização dos verbetes no dicionário. Detalhes como a ordem das informações (o que vem primeiro, o que vem depois?) e aspectos gráficos, como itálico, negrito, numeração, uso de parênteses, colchetes e símbolos etc. são extremamente relevantes. Sabendo que tipo de informação posso encontrar em cada parte do verbete, fica mais fácil usar o dicionário, mesmo que meu vocabulário ainda seja muito restrito. 1. Contradições – pares de opostos Anote num caderno os pares de opostos que lhe vêm à mente de maneira espontânea. Esse registro será útil para entender as atividades propostas na seqüência, e poderá ser usado para fazer comparações com as anotações de outros aprendizes, se você tiver a oportunidade desse tipo de contato (num curso regular, por exemplo, ou em grupos de trabalho autônomos). 2. Dualismus O poema trabalha com pares de opostos. Note que algumas palavras estão em letra maiúscula apenas por que se encontram no início da frase – ou melhor, da linha – no poema. Você provavelmente não terá maiores dificuldades com a palavra und (é um cognato do inglês muito óbvio).1 Dos pares de opostos do poema, você 1 Talvez você não tenha ainda um dicionário bilíngüe. Nesse caso, as tarefas “c” e “d” ficam um pouco comprometidas. Resta sempre a possibilidade de consultar um dicionário na Internet. Para dicas de cunho geral, vide Material de Apoio, sob o tópico Informações Gerais no Moodle. Para dicas específicas sobre dicionários, vide link no final do módulo da Unidade 2 de Blaue Blume no Moodle. Nesses locais, você encontrará também indicações para dicionários em papel. De modo geral, dicionários muito pequenos são menos indicados, apesar do atrativo do preço mais baixo. Boas opções são os bidirecionais (alemão/português e português/alemão) da Langenscheidt, seja na versão “de bolso” (Taschenwörterbuch) ou na versão Eurowörterbuch, um pouco mais limitada, porém já de bom tamanho e mais em conta. Concorre com eles o dicionário bidirecional da PONS. As diferentes versões do Michaelis são bem mais limitadas, sobretudo o menor deles ajuda pouco – ainda que seja bem “baratinho”. O melhor dicionário em papel alemão/português e vice-versa continua a ser o da Porto Editora, mas é bem caro. Para o par de línguas português/alemão, a única opção em termos de ferramenta eletrônica é o DIC Michaelis, que pode ser bem útil (na verdade, sua melhor versão é a multilíngüe = seis idiomas). Quem entender bem inglês, espanhol, francês ou italiano, pode também usar o dicionário multilíngüe PONS Lexiface Euro, que também tem versões bilíngües mais robustas. Para 1 talvez estranhe a combinação Liebe vs. Tod (amor vs. morte). Talvez pudéssemos antes pensar em Leben vs. Tod (vida vs. morte). Mas a opção do poema não deixa de ter certa tradição, desde os gregos (eros e tanatos). Ao definir um par de opostos, estamos delimitando os contornos, ou os extremos de um campo semântico. Entre “preto” e “branco”, podemos pensar n tons de cinza. Entre “nunca” e “sempre”, há vários matizes da noção de “freqüência”. Por esse motivo, pensar em pares de opostos é uma boa forma de organizar o vocabulário (como alternativa à tradução pura e simples). Esse tópico será retomado em breve, na Unidade 4. 3. Der Mensch Observando bem a gravura, você encontrará alguns pequenos números, que podem ser associados a algumas idéias do poema. Talvez o mais evidentes esteja no centro, na forquilha da árvore. É possível fazer uma associação entre o que está representado junto a esse número e um dos termos dos pares de opostos do poema. Procure os outros números na gravura e pense nas possíveis identificações. 4. Classes de palavras A identificação das classes de palavras é um passo importante no caminho para a inferência de significados. Afinal, quando dizemos algo, mobilizamos diferentes classes de palavra para compor o enunciado – que pode ser mais curto, como numa interjeição (p.ex. Ach so!) ou mais longo, numa frase completa. Numa frase, as diferentes classes de palavras podem ser usadas em certas funções (sintáticas), mas não em outras. O texto introdutório salienta a importância dos substantivos (das Nomen [sempre em maiúscula, em alemão]) e do verbo. A função do sujeito da oração (o agente da ação, que tem de combinar com a conjugação do verbo), por exemplo, pode ser exercida por um nome próprio, um substantivo (acompanhado ou não de artigo e, eventualmente, adjetivo), ou por um pronome. Essas mesmas classes de palavras podem ser usadas na função de complemento do verbo, como um objeto direto, por exemplo. Mas um advérbio ou um adjetivo (isolado) raramente será o sujeito da oração. Observando a classe de palavra e o lugar que ela ocupa numa frase, podemos tecer boas hipóteses sobre o significado dessa palavra, sobretudo se o contexto nos der algumas outras dicas. Vejamos dois exemplos bem simples. No quadro da direita, estão marcadas as funções sintáticas: Carlos kommt aus Jundiaí, [Carlos] kommt <aus Jundiaí>, der junge Mann studiert Bauwesen. [der junge Mann] studiert <Bauwesen>. iniciantes, no entanto, o Lexiface Euro dá bem conta do recado. Você pode baixar gratuitamente o software de base i-Finger , usado para gerenciar vários dicionários eletrônicos (cf. Info Abril). Para versão mais atualizada, com link automático para a Wikipedia, visite a página do i-Finger. Um dos dicionários a que dá suporte é o multilíngüe PONS-Lexiface Euro (sem português!) – que podia ser adquirido por encomentda via Livraria Cultura São Paulo. O verbo vem no passado porque aparentemente o produto foi descontinuado, provavelmente em função da maior procura pelas versões mais completas, ainda que somente bilíngües. Na Internet, é possível conseguir boas ofertas do produto usado, pela Amazon. Para leitura de documentos eletrônicos on line, sem necessidade de instalação de programas no seu próprio computador, use o site WebReader. Note que você pode instalar uma barra de ferramentas do WebReader em seu programa de navegação (Internet Explores e Mozilla Firefox, por exemplo). Ao acessar o site, procure um box amarelo à esquerda, com descrição e instruções para instalação. O site reconhece o navegador usado e traz o link para a respectiva barra de ferramentas. Caso você não possa instalar a barra de ferramentas no computador (de instituição, de um ponte de acesso à internet etc.), basta entrar no link indicado e fornecer a página que quer ler, ou colar o texto no respectivo box. Ao visitar o site pela primeira vez, aproveite para se cadastrar no WordChamp (box em amarelo mais claro à esquerda da tela). Como usuário cadastrado, você poderá adicionar novas opções de tradução, editar as existentes etc.; sua contribuição ficará imediatamente disponível para os outros usuários do site. 2 Na primeira frase, Carlos é o sujeito, kommt é o verbo e aus Jundiaí é um complemento do verbo que dá idéia de origem (afinal, quem vem –kommt–, vem de algum lugar) Na segunda frase, der junge Mann é o sujeito, studiert é o verbo e Bauwesen é o complemento – no caso, um objeto direto do verbo (afinal, quem estuda, estuda alguma coisa – há outras variantes, que deixaremos de lado, aqui). Sabemos que a função do artigo é acompanhar um substantivo, compondo um “grupo nominal”. Entre uma palavra e outra, tem um adjetivo – que é cognato de um termo provavelmente conhecido (do inglês), assim como o próprio substantivo “Mann”. Levando tudo isso em conta, não deve ser muito difícil inferir que o jovem Carlos, de Jundiaí, estuda... “Bauwesen”. Parando nessa última palavra, posso imaginar que se trata de algum tipo de profissão, a ser exercida por Carlos quando ele obtiver seu diploma. Em alguns casos, é até fácil inferir o significado (p.ex. Physik, Biologie, Chemie, Philosophie, Sprachen, Literatur) – são os cognatos ou internacionalismos, a serem vistos de forma mais sistemática na Unidade 3. Em outros casos, tenho de procurar pontos de apoio adicional, eventualmente através de uma consulta ao dicionário. Bauwesen é uma palavra composta, cujos termos são Bau ~ construção e Wesen ~ ser, criatura; essência, natureza, caráter (DIC Michaellis). Aqui, o dicionário nem ajudou muito, ao decompormos a palavra. Resta procurar o verbete inteiro: Bauwesen = construção civil. Ou seja, Carlos estuda engenharia civil, pois ninguém estuda “construção civil” no Brasil. Resumindo, podemos dizer que as classes de palavra podem nos oferecer bons pontos de apoio para fazer inferências, criar hipóteses a serem confirmadas com base em outros elementos do contexto (tipo de texto, palavras semelhantes, conhecimento de mundo etc.). Esse tipo de análise pode ser extremamente produtivo, sobretudo na leitura, e mais ainda quando encontrarmos alguma dificuldade. 5. Trechos de verbetes de dicionários Após ler os exemplos do Livro do Curso, examine como são organizados os verbetes de um dicionário ao qual você tenha acesso. Obviamente, é melhor que seja um dicionário de alemão, mas de outra língua estrangeira também serve. No limite, pode ser até português/português. Observe que as informações fornecidas vêm sempre numa ordem pré-estabelecida, com uma série de elementos formais primeiro. Só depois é que vem uma definição, seguida dos exemplos. Um bom dicionário deve trazer muitos exemplos de uso. Um bom dicionário de língua estrangeira deveria também informar sobre outros aspectos importantes para o aprendiz, como a pronúncia da palavra, formas irregulares dos verbos, tônica e separação silábica etc. Note também os aspectos gráficos, como numeração e negrito ou itálico dentro do próprio verbete. Assim como fizemos na análise das duas orações dos exemplos acima, fica bem mais fácil retirar informações do dicionário se tivermos bem claro onde elas podem se encontrar dentro do verbete. E não se esqueça: apesar de toda padronização, as convenções variam um pouco de um dicionário a outro. E bons dicionários costumam fornecer algumas ferramentas auxiliares, além da lista dos verbetes na clássica ordem alfabética. Ao comprar um dicionário de alemão, verifique que recursos adicionais ele fornece, como talvez lista de verbos irregulares, tabelas de declinações, listas de países e nacionalidades etc. 6. Lista de substantivos Aqui, o interesse está em organizar aquilo que já se viu. Note que o foco, no caso dos substantivos, está em aspectos complementares como o gênero e a formação do plural. Esses detalhes devem ser aprendidos paralelamente ao significado propriamente dito. No caso dos verbos, as informações complementares importantes dizem respeito a formas irregulares e tipo de complemento, dentre outras. Voltaremos ao assunto mais adiante. 7. Der Himmel Nesta atividade, temos quatro fontes de informação: o texto propriamente dito, a ilustração e o texto bilíngüe em latim e alemão antigo – todas elas com números para facilitar a referência. Comparando essas quatro fontes de informação e levando em conta o que já se sabe em relação às classes de palavras e as funções que elas podem exercer, não deve ser difícil inferir o significado e fazer uma pequena lista em português (“b”). Note que o gênero dos substantivos em alemão nem sempre é o mesmo que o da tradução em português. Com 3 o tempo, você será capaz de reconhecer certas regularidades, mas não crie a expectativa de encontrar uma regra geral que dê conta de “tudo” – porque ela não existe. Mas regularidades, sim, e você vai encontrá-las. 8. Verben A identificação dos verbos é extremamente importante, porque nos ajuda também a encontrar o sujeito da oração (inclusive através da concordância verbal entre os dois elementos). Sabemos que os verbos são escritos em letra minúscula (salvo quando vêm no início da oração) e apresentam determinado tipo de terminação, de acordo com a forma conjugada. Isso já facilita muito, e fica mais fácil à medida em que vamos aprendendo quais formas existem, e qual é seu uso. Por outro lado, é preciso ter um certo cuidado: nem tudo que termina em –t, por exemplo, é um verbo conjugado na 3ª pessoa do singular. De todo modo, mesmo que eu não saiba o significado de um verbo, saber que uma palavra tem essa função pode ajudar muito na inferência de seu significado e, por extensão, do significado de outras palavras que compõem a frase – como, mais acima, no caso de studieren (Carlos studiert...). 9. Aussprache Para sermos capazes de pronunciar corretamente determinados sons, temos primeiramente de ser capazes de identificá-los quando os ouvimos. Esta atividade combina a questão da tônica (onde há ênfase maior na palavra) com a questão da duração. Em alemão, a distinção entre uma sílaba longa ou breve é muito importante, sendo essa uma qualidade inerente à sílaba. Em português, essa distinção não é tão sistemática assim, com um agravante: muitas vezes, utilizamos uma pronúncia mais longa como forma de dar ênfase ao que estamos dizendo. Isso não pode ser feito em alemão, que produz a ênfase estritamente através da tônica (som mais forte). Por isso, é extremamente importante que você aprenda a identificar as diferenças entre longo e breve, e que perceba onde recai a tônica. Se, ao ouvir o CD, você teve dificuldades, ou se suas respostas não conferem com o gabarito (Manual do Estudante, p.101), ouça novamente lendo o gabarito, até que consiga a perceber de fato essas diferenças. Trata-se, num certo sentido, de uma questão de “fé”: eu tenho de acreditar que a diferença existe para que possa percebê-la. Depois que começar a perceber, já não é “fé”, mas “conhecimento”. Retomaremos o assunto mais adiante. 10. Aussprache und Ortographie (grafia após a reforma, segundo o DUDEN: Orthografie) Um bom ponto de apoio na identificação de sons breves vs. longos é a grafia das palavras. O Livro do Curso procura explorar essa possibilidade e sugere que você agregue exemplos adicionais. Em outros casos, em que a grafia não dá pistas conclusivas, teremos de lançar mão de outros recursos, e sobretudo praticar. 11. Dados biográficos Biografias curtas são textos altamente convencionalizados, que utilizam uma série de recursos gráficos e referências de fácil identificação, como datas e nomes próprios. Sabemos também que tipo de informação trazem: onde e quando a pessoa nasceu, dados da vida familiar, escolar e profissional, onde e quando morreu etc. São esses os recursos a serem explorados na leitura da biografia do autor dos textos utilizados nesta Unidade de Blaue Blume. 12. Das Alphabet O nome e a pronúncia das letras do alfabeto em alemão não difere substancialmente do português. Trabalhe com o CD e procure memorizá-los, atentando sobretudo para aspectos onde há alguma diferença, como no caso do esZett (ß) e dos sons “tremados” – i.e. com Umlaut. 4 Note que o ß do alemão (unicode 00DF) não é a mesma coisa que o β do grego (símbolo 0062 no Windows). Os corretores ortográficos tratam de modo diferente os dois símbolos. A propósito: se você não tem ainda como fazer a correção ortográfica de seus textos em alemão, abra uma conta de e-mail no provedor gratuito Gmail (http://mail.google.com/mail/). Lá você pode selecionar o idioma em que está escrevendo e pedir para o programa fazer uma verificação ortográfica. Na imagem a seguir, vemos o menu de opções de língua para correção ortográfica: Quando se pede para o programa fazer a verificação ortográfica, as palavras suspeitas são marcadas. Ao se clicar nelas com o botão esquerdo do mouse, abre-se um menu com diferentes opções de grafia: Nem sempre o programa acerta, mas é certamente uma ferramenta de valor inestimável para quem está aprendendo a língua, pois muitas vezes o problema envolve não só ortografia, mas também aspectos gramaticais 5 mais básicos. E é uma forma de se refletir sobre o que estamos escrevendo – um aspecto também extremamente importante no processo de aprendizagem. Quem trabalha com o Firefox pode usar corretores ortográficos integrados (baixados como add-on). Dessa forma, o programa poderá verificar a grafia de textos escritos em qualquer formulário on-line, inclusive dentro do Moodle. Mais detalhes em http://br.mozdev.org/firefox Ou seja, hoje não há mais desculpas para não usar um corretor ortográfico, eles estão acessíveis de qualquer computador que tenha uma conexão com a Internet. A questão é saber qual é a melhor opção, podendo ser as citadas acima, ou os corretores ortográficos de pacotes como o MS-Office (p.ex. “Proofing Tools” ou “Revisores de Texto”, a depender da versão), ou o gratuito Open Office (várias plataformas), que, por ter sido desenvolvido na Alemanha, já traz um corretor ortográfico do alemão embutido. 13. Soletrar Exercício a ser feito oralmente, de preferência com um(a) colega. 14. Wo ist das? Exercício oral para mobilizar as noção de localização vistas na unidade. Note que há várias maneiras de se referir à posição de algo (numa imagem, por exemplo). Por ora, interessa-nos saber que as diversas opções fornecidas na coluna da direita na atividade “a” respondem todas à pergunta Wo? Podemos usá-las como expressões fixas. Mais tarde, veremos em detalhe a justificativa –gramatical– de cada variante. Lembre-se do princípio básico do curso: primeiro entender, depois usar, e só mais tarde sistematizar. Se tiver a oportunidade, faça as perguntas a um(a) colega. Como o repertório disponível ainda é limitado (vocabulário e gramática), não há como criar muitas variantes. Teremos oportunidade de fazê-lo mais adiante. 6