Ficha nº 9 André Rocha 1-Qual é a importância dos grupos nas

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Ficha nº 9
André Rocha
1-Qual é a importância dos grupos nas relações interpessoais?
Vivemos no interior de vários grupos sociais onde mantemos relações com os
outros. Se pensarmos um pouco num dos grupos a que pertencemos,
apercebemo-nos que as pessoas com quem interagimos não me são
indiferentes e não têm para mim a mesma importância, o mesmo valor afectivo.
As relações no interior do grupo estão marcadas por sentimentos diferentes e
até contraditórios: sentimo-nos atraídos por algumas pessoas, estabelecemos
relações de intimidade com outras, temos também experiência de relações
marcadas pela agressividade.
2 -Define atracção interpessoal.
Podemos definir atracção interpessoal como a avaliação cognitiva e afectiva
que fazemos dos outros e que nos leva a procurar a sua companhia. Manifestase pela preferência que temos por determinadas pessoas que nos levam a
gostar de estar com elas, a partilhar confortavelmente a sua presença.
3 -Quais são os factores que influenciam a atracção interpessoal?
Os factores que influenciam a atracção interpessoal são a proximidade, a
atracção física, as semelhanças interpessoais, a complementaridade, as
qualidades positivas e a reciprocidade
4 Define agressão.
Embora os termos de agressão e agressividade possam ser utilizados em
vários sentidos, vamos utilizar o conceito segundo a seguinte definição: a
agressão é um comportamento que visa causar danos físicos ou psicológicos a
uma ou pessoas que reflecte intenção de destruir.
5 Distingue a agressão quanto à intenção do sujeito, ao alvo e à forma de
expressão.
Geralmente, distinguem-se dois tipos de agressão quanto à intenção do sujeito:
Agressão hostil: é um tipo de agressão emocional e geralmente impulsiva. É
um comportamento que visa causar danos ao outro, independentemente de
qualquer vantagem que se possa obter. Estamos face a uma agressão hostil
quando, por exemplo, um condutor bate propositadamente na traseira do
automóvel que o ultrapassou e a Agressão instrumental: é um tipo de agressão
que visa um objectivo, que tem por fim conseguir algo independentemente do
dano que possa causar. É, frequentemente, planeada e, portanto, não
impulsiva. Podemos apontar como por exemplo de agressão instrumental o
assalto a um banco: pode ocorrer no decurso da acção uma agressão, mas
não é esse o objectivo. O seu fim é conseguir o dinheiro, a agressão que possa
surgir é um subproduto da acção. A complexidade da agressão manifesta-se
nas formas como se exprime, no alvo a que se dirige, no modo como se
organiza. Na agressão quanto ao alvo podemos distinguir: a Agressão directa:
o comportamento agressivo dirige-se à pessoa ou ao objecto que justifica a
agressão. Exemplo: a criança agride o colega que lhe tirou o brinquedo.
Agressão deslocada: o sujeito dirige a agressão a um alvo que não é
responsável pela causa que lhe deu origem. Exemplo: como a educadora está
presente e a criança não pode agredir directamente o colega que lhe tirou o
brinquedo, dá um pontapé na parede. Auto-agressão: o sujeito desloca a
agressão a si próprio. Exemplo: os pais recusam um brinquedo ao filho e este
não almoça. Agressão aberta: este tipo de agressão, que se pode manifestar
pela violência física ou psicológica, é explícita, isto é, concretiza-se, por
exemplo, em espancamentos, ataques à auto-estima, humilhações. Agressão
dissimulada: este tipo de agressão recorre a meios não abertos para agredir. O
sarcasmo e o cinismo são formas de agressão que visam provocar o outro, ferilo na sua auto-estima, gerando ansiedade. Agressão inibida: como o próprio
termo indica, o sujeito não manifesta agressão para com o outro, mas dirige-a
contra si próprio. O sentimento de rancor é um exemplo desta forma de
expressão da agressão.
6 Apresenta algumas teorias explicativas da agressão.
Tal como a sexualidade, a agressividade faz parte, segundo Freud, da matriz
do nosso organismo. A nossa vida psíquica, o nosso desenvolvimento seriam
orientados por pulsões. O fundador da psicanálise distingue dois grandes tipos
de pulsões: a pulsão de vida, Eros, e a pulsão de morte, Thánatos. As pulsões
da vida integram a ideia de manutenção do indivíduo e as pulsões sexuais.
Seriam as pulsões de morte, que são autodestrutivas, que explicariam os
comportamentos agressivos. Segundo Freud: “A agressividade constitui uma
disposição instintiva primitiva e autónoma do ser humano”. A agressividade
teria, assim, uma origem biológica, seria uma energia que tem de ser
descarregada. Uma das principais funções da socialização e das regras de
organização social é tentar reprimir esta pulsão destrutiva. O ascendo do
fascismo e do nazismo na Europa coloca-lhe reservas relativamente a esta
possibilidade. A concepção de Lorenz: Para este autor e para outros etólogos,
a agressão é inerente a todos os organismos. Na sua obra, Lorenz defende
que a energia agressiva faz parte integrante da natureza humana. Seria um
impulso específico que, face a um dado contexto, conduziria à agressão. A
agressividade era encarada como um comportamento inscrito geneticamente
sob a forma de um programa que era desencadeado em determinadas
situações face a estímulos adequados. Teria um valor de sobrevivência para a
espécie humana, sendo fundamental para a sua preservação. Diferentemente
dos outros animais, o ser hum ano não possuía mecanismos reguladores
eficazes no controlo da agressividade. A concepção de Dollard: Nos finais da
década de 60, John Dollard e Neil Miller propuseram a hipótese fustraçãoagressão. Explicavam a agressão pelo facto de um sujeito ter sido frustrado,
isto é, existiria uma ligação inata entre um estímulo – a frustração – e o
comportamento de agressão. A agressão funcionaria como um meio de afastar
tudo o que impedisse o sujeito de atingir os seus objectivos. Episódios do diaa-dia parecem fundamentar esta explicação: a pessoa que perdeu um
autocarro, o jogador que foi expulso de um jogo podem manifestar
comportamentos agressivos. Muitas críticas foram colocadas a esta teoria,
porque nem todas as pessoas reagem à frustração através de comportamentos
agressivos. Por outro lado, podem ocorrer agressões sem ter havido
previamente uma frustração. Por exemplo, uma brincadeira de mau gosto pode
originar uma agressão. Para alguns autores, como, por exemplo, para
Berkowitz, a frustração, para originar a agressão, tem de produzir um estado de
excitação como a cólera e a ira. Outros sentimentos provocados pela
frustração, como a depressão, não conduzem a comportamentos agressivos. A
concepção de Bandura: É no contexto da sua teoria da aprendizagem social ou
modelagem que Bandura defende que o comportamento agressivo resulta de
um processo de aprendizagem que se baseia na observação e na imitação de
comportamentos, no caso, agressivos. Assim, seria no processo de
socialização que a criança observaria e imitaria comportamentos agressivos
em modelos como os pais, os educadores e outras crianças. Passo a
descrever uma experiência com crianças conduzida por Bandura e 32
raparigas, entre os 3 e os 6 anos, foram divididas por três salas, com três
situações distintas: com um adulto (modelo) que gritava, batia com um martelo
e pontapeava um boneco insuflável do tamanho do adulto; com um
adulto/modelo que agia normalmente, sem qualquer agressividade; sem
qualquer modelo. Os experimentadores asseguram-se que os três grupos
tinham o mesmo número de crianças agressivas (esta avaliação é feita a partir
dos testemunhos dos professores). O seu comportamento foi observado
através de um espelho de via única, durante 20minutos. Foram quantificados
os comportamentos agressivos que se manifestavam em pontapés, gritos,
murros, insultos, etc. Chegou-se às seguintes conclusões: 1. As crianças que
faziam parte do grupo em que ocorriam as agressões ao boneco imitavam
exactamente os comportamentos que tinham observado; 2. As crianças que
faziam parte do grupo em que o modelo não agredia o boneco não
apresentavam qualquer modificação no seu comportamento. Esta e outras
experiências levaram-no a concluir que os comportamentos agressivos se
aprendem por observação e imitação, no contexto do processo de socialização.
7 Qual é a importância da aprendizagem social nos comportamentos
agressivos.
É no contexto da sua teoria da aprendizagem social ou modelagem que
Bandura defende que o comportamento agressivo resulta de um processo de
aprendizagem que se baseia na observação e na imitação de comportamentos,
no caso, agressivos. Assim, seria no processo de socialização que a criança
observaria e imitaria comportamentos agressivos em modelos como os pais, os
educadores e outras crianças. Passo a descrever uma experiência com
crianças conduzida por Bandura e 32 raparigas, entre os 3 e os 6 anos, foram
divididas por três salas, com três situações distintas: com um adulto (modelo)
que gritava, batia com um martelo e pontapeava um boneco insuflável do
tamanho do adulto; com um adulto/modelo que agia normalmente, sem
qualquer agressividade; sem qualquer modelo. Os experimentadores
asseguram-se que os três grupos tinham o mesmo número de crianças
agressivas (esta avaliação é feita a partir dos testemunhos dos professores). O
seu comportamento foi observado através de um espelho de via única, durante
20minutos. Foram quantificados os comportamentos agressivos que se
manifestavam em pontapés, gritos, murros, insultos, etc. Chegou-se às
seguintes conclusões: 1. As crianças que faziam parte do grupo em que
ocorriam as agressões ao boneco imitavam exactamente os comportamentos
que tinham observado; 2. As crianças que faziam parte do grupo em que o
modelo não agredia o boneco não apresentavam qualquer modificação no seu
comportamento.
Esta e outras experiências levaram-no a concluir que os comportamentos
agressivos se aprendem por observação e imitação, no contexto do processo
de socialização.
8 Quais os principais factores que se relacionam com a agressão.
Existem mecanismos biológicos que intervêm nos comportamentos agressivos,
mas tal não nos permite afirmar que a agressividade é transmitida por
hereditariedade. Sabe-se que há hormonas e outras substâncias que,
circulando no sangue, afectam o sistema nervoso activando e inibindo a
expressão da agressividade. Um exemplo disso, é o álcool, dado que
desencadeia respostas mais agressivas às provocações. Várias pesquisas
desenvolvidas em diferentes países mostram que existe uma relação entre a
embriaguez e os comportamentos violentos. No entanto, o nível de
agressividade varia de cultura para cultura. Mas compreende-se que, numa
sociedade em que a agressividade é valorizada, os indivíduos tendam a ser
mais agressivos. A familiaridade com que se exibem armas, as notícias
frequentes sobre violência, a falta de realismo ao retratar o sofrimento das
vítimas, os filmes e as séries em que a agressividade é o centro da acção, as
características agressivas dos heróis, favorecem comportamentos agressivos.
Porém, podemos afirmar que, para além dos factores que enunciamos
anteriormente, em que se verifica uma predisposição para a agressividade, há
factores que advém de situações que provocam experiências agressivas. A
frustração é também um exemplo, que sendo geradora de cólera, pode
desencadear comportamentos agressivos. Mais do que a frustração são as
provocações, os insultos e as humilhações que, afectando a auto-estima,
motivam condutas agressivas.
9 A intimidade é uma expressão particular da interacção social. Explica.
A intimidade é uma experiência que implica uma forte vivência, um grande
envolvimento e uma comunicação profunda. Define-se ainda como a partilha de
sentimentos, pensamentos e experiencias numa relação de abertura,
sinceridade e confiança. Estes termos, são de facto, as condições de uma
relação de intimidade. Podemos distinguir então diferentes dimensões da
intimidade, tais como: a intimidade social, sexual, emocional, intelectual e
lúdica.
10 Identifica algumas componentes das interacções íntimas.
As interacções íntimas apresentam três componentes. São elas: interacções
verbais, não verbais e contexto social. Numa relação íntima, a comunicação
entre parceiros, é antes de mais, uma condição indispensável para a existência
da própria relação. Deste modo, a comunicação verbal dos nossos
pensamentos e emoções, é de facto, um elemento fundamental da interacção
íntima. É através da conversa que partilhamos com o outro as nossas
emoções, sentimentos e pensamentos mais íntimos e confidências. Aquele que
ouve é também o elemento essencial da interacção, até porque os papéis
invertem-se. Para além desta forma de comunicação que tem a palavra como
instrumento da interacção, há as interacções não verbais, que em muitos
casos, manifestam de forma mais verdadeira os nossos sentimentos e
emoções, e portanto, as nossas relações de intimidade, tais como: tocar e
acariciar, são elementos importantes de manifestação de intimidade. A forma
como surge a cumplicidade entre olhares, os gestos e os sorrisos, são outra
forma de expressão e comunicação entre íntimos. As interacções não verbais
são emitidas e interpretadas por cada um deles. Um outro aspecto que tem
sido objecto de estudo é o papel do contexto social na compreensão da
intimidade. A forma como se exprimem e exercitam as relações íntimas varia
com o tempo e o lugar. Por exemplo, a constante mudança do papel da mulher
nas sociedades
tem produzido grandes alterações nas interacções sociais em geral bem como
na intimidade em particular. Em jeito de conclusão podemos afirmar que as
relações de intimidade, sendo inerentes à própria condição humana, estão
marcadas pelas convenções sociais.
11 Mostra que a amizade e o amor são manifestações de intimidade.
Como todos temos muitos amigos, procuramos fazer uma lista de
características que distinguem de outro tipo de interacções sociais. A amizade
envolve alguns elementos fundamentais para a sua definição. Assim, uma
relação de amizade é uma relação: pessoal, informal, voluntária, que implica
reciprocidade, que envolve atracção pessoal, que facilita os objectivos que os
envolvidos querem atingir, positiva, de longa duração, entre outros. É claro que
são diferentes os tipos de graus de intimidade, de afecto, de partilha e de apoio
mútuo. Por isso, é que falamos do nosso melhor amigo distinguindo o grau de
amizade: faz parte das amizades desenvolvidas que se distinguem das
amizades superficiais. Neste caso, são relações que se mantêm porque são,
de algum modo, compensadoras vantajosas para ambas as partes.
Reconhecemos que há um conjunto de características que consideramos
essenciais numa relação de amizade. Não existe, no entanto, um padrão único,
válido para todos, como se compreende facilmente. Para a maior parte das
pessoas as qualidades que privilegiam numa relação de amizade são a
confiança, lealdade, carinho e apoio. Estas qualidades envolvem reciprocidade:
há expectativas relativamente aos amigos que, se foram defraudadas, podem
pôr em causa a relação de amizade. Entre várias temáticas, Michael Argyle
estudou as expectativas em vários contextos, entre elas as que estão
subjacentes às relações de amizade. Seleccionou então, defender o amigo
quando está ausente, partilhar com ele os acontecimentos e as ocorrências
relevantes, apoiá-lo emocionalmente sempre que precise, confiar no outro e ser
verdadeiro e apoiar o outro de forma espontânea e voluntária, sempre que
necessário. Assim como reconhecemos que as relações de amizade
correspondem a um importante suporte psicológico, a sua ruptura é um factor
de grande perturbação. O significado de uma ruptura não tem sempre o mesmo
significado, porque as amizades soa diferentes umas das outras e variam de
importância ao longo da vida.
12 Distingue diferentes tipos de amor.
Pode-se dizer que se ama a namorada, o pai, o amigo, o filho e até mesmo um
animal de estimação. Também se fala de amor à liberdade, ao próximo, à
verdade, à arte, etc. É evidente que o significado não é o mesmo em todos os
casos. Existe o amor apaixonado, romântico, a que correspondem os termos
proximidade, fascinação, exclusividade, desejo sexual, preocupação intensa,
fantasia um sobre o outro, oscilação de emoções relativamente rápidas… É um
estado de envolvimento muito intenso com outra pessoa, em que intervêm uma
excitação fisiológica, um desejo sexual. O amor apaixonado é objecto da maior
curiosidade e interesse. O amor companheiro é um forte aspecto que sentimos
por um conjunto de pessoas com quem temos relações fortes: os nossos pais e
outros familiares, os amigos íntimos, e outras pessoas muito próximas. O amor
é, habitualmente, estudado no contexto de relações. O amor sexual ou
apaixonado, o sentimento intenso e frequentemente repentino de se “amar”,
envolve atracção sexual, um desejo de amor mútuo e proximidade física, e o
medo de que a relação acabe. O amor companheiro é marcado por uma
amizade muito íntima, ternura mútua, cuidado, respeito e atracção.
13 Define estereótipo social.
O termo estereótipo tem origem nos processos de tipografia: imagem que, a
partir de um conjunto de caracteres fixos, permite repetir a impressão de m
texto, de um livro. Remete, portanto, para a simplificação de um processo, para
a fixidez, para a repetição. Estereótipo são crenças ou modos de pensar construções mentais – que generalizam ou atribuem a todos os indivíduos de
um grupo com características que se podem encontrar somente em alguns.
São crenças amplamente difundidas e partilhadas sobre as características,
atitudes e comportamentos dos membros de diversos grupos. Os estereótipos
são crenças a propósito de características, atributos e comportamentos dos
membros de determinados grupos, são formas rígidas e esquemáticas de
pensar que resultam de processos de simplificação e que se generalizam a
todos os elementos do grupo a que se referem. São sistemas de crenças que
se atribuem aos membros de grupos simplesmente pelo facto de pertencerem
a esses grupos. Consideram que, em virtude da sua pertença ao mesmo grupo,
os seus membros são todos iguais.
14 Relaciona estereótipo com categorização social.
Na base dos estereótipos está também um processo de categorização:
colocamos os indivíduos que nos rodeiam em “gavetas”, o que nos permite, de
uma forma rápida e económica, orientarmo-nos na vida social. Uma vez
interiorizado, o estereótipo é aplicado de uma maneira quase mecânica. O
contudo dos estereótipos é uma construção social e não meras construções
individuais. Dizemos que uma categoria é estereotipada quando os elementos
de um mesmo grupo partilham a convicção de que um ou mais traços
particulares caracterizam as pessoas dessa categoria. Por exemplo, os alunos
de economia podem considerar os estudantes de belas-artes irreverentes,
imaginativos e contestatários. Os estereótipos, que existem em todas as
sociedades, têm uma função de simplificação que permite a adopção de
quadros de interpretação do mundo social em que se está integrado. Reflectem
também as dinâmicas de posicionamento e de poder intergrupais e a
manutenção e reprodução de formas de relação e de organização social. Ao
adoptar-se o modo de ver, pensar e agir da família, do grupo, da cultura, da
sociedade a que se pertence, está-se a assegurar a integração social. Quando
nos comportamos de acordo com os estereótipos, obtemos a aceitação social,
porque agimos de acordo com o que está estabelecido.
15 “Os estereótipos sociais têm um carácter positivo”. Explica esta afirmação.
Os estereótipos têm uma função socio-cognitiva, uma vez que o categorizar a
realidade social permite-nos encarar eficazmente o mundo em que nos
encontramos inseridos, definindo o que esta bem e o que esta mal, o que é
justo e injusto. Uma outra função dos estereótipos é de ordem socio-afectiva,
que se relaciona com o sentimento de identidade social. Efectivamente,
reconhecemo-nos enquanto pertencentes a grupos com os quais nos
identificamos. Parte do que somos relaciona-se com o facto de pertencermos a
determinados grupos sócias, o que nos leva a distinguirmo-nos dos outros que
pertencem a outros grupos: desenvolvemos o sentimento de “nos” por oposição
aos “outros”. Permite a um grupo definir-se, positiva ou negativamente, por
relação a um outro. Os estereótipos, ao caracterizarem o grupo dos “ outros”,
reforçam a identidade do nosso grupo. Ao desenvolver uma imagem negativa
em dos outros grupos, os estereótipos contribuem para reforçar a identidade
positiva do grupo a que pertence. Talvez devido a esta função se explique por
que razão é que os estereótipos que se partilham depreciem os grupos a que
não pertence.
16 Define preconceito social.
É uma atitude que envolve um pré-julgamento e um pré-juízo, que na maior
parte das vezes é negativo, relativamente a grupos sociais ou pessoas
17 Explica a origem do preconceito social.
Os preconceitos são atitudes que envolvem um pré-juízo, um pré-julgamento,
na maior parte das vezes negativo, relativamente a pessoas ou grupos sociais.
Os preconceitos tal como os estereótipos, aprendem-se no processo de
socialização nos grupos a que se pertence, família, comunicação social, etc.
Nos preconceitos predominam a função socio-afectiva, assumindo,
frequentemente posições radicais contra grupos sociais, na sua expressão
mais activa podem conduzir a actos de discriminação.
A discriminação – é o comportamento que decorre do preconceito, no limite
pode conduzir à eliminação física do objecto de discriminação. Na base da
discriminação está o preconceito que a fundamenta:
- Racial, sexista, religioso, étnico, etc.
18 De que modo o preconceito social pode conduzir à discriminação.
A discriminação designa o comportamento dirigido aos indivíduos visados pelo
preconceito. Na base da discriminação está o preconceito, que, sendo uma
atitude sem fundamento, injustificada, dirigida a grupos e aos seus membros,
geralmente desfavorável, pode conduzir à discriminação. Não podemos
confundir discriminação com preconceito: enquanto este e uma atitude, a
discriminação é o comportamento que decorre do preconceito. O tipo de
discriminação está ligado com o preconceito que lhe está subjacente: o
preconceito racional que conduz geralmente à discriminação das pessoas por
pertencerem a raças diferentes; um preconceito religioso leva á discriminação
de pessoas que professam uma dada religião; o preconceito sexista conduz à
discriminação das mulheres. Os comportamentos discriminatórios manifestamse com mais intensidade em períodos de crise económica e social: as pessoas,
não podendo agir sobre as coisas da sua situação, dirigem os seus
sentimentos negativos, a sua agressividade, contra grupos ou pessoas
inocentes. Os chamados outsides, os elementos posicionados à margem ou
fora do sistema social reconhecido, são também objecto de maior
discriminação nos períodos em que se vivem crises económico – sociais.
Podemos então definir discriminação com o comportamento dirigido contra as
pessoas visadas pelo preconceito.
19 Define discriminação.
A discriminação designa o comportamento dirigido aos indivíduos visados pelo
preconceito. Na base da discriminação está o preconceito.
20 Há diferentes graus de hostilidade derivados da discriminação. Distingue-os.
A descriminação divide-se em vários níveis, que podem ser desde
comportamentos muito hostis e agressão até uma simples atitude de
evitamento.
21 Define conflito.
Podemos definir conflito como uma tensão que envolve pessoas ou grupos
quando existem tendências ou interesses incompatíveis.
22 Há vários tipos de conflito. Registe-os.
Os vários tipos de conflitos são os interpessoais, sociais e intergrupais.
23 Descreve a experiência de Sherif sobre o conflito intergrupal.
1ª Fase - Em 1958, Sherif e os seus colaboradores, organizaram experiências
num campo de férias de Verão, em Oklahoma, com um grupo de rapazes de 11
e 12 anos, saudáveis e equilibrados, que não se conheciam. Foram divididos
em dois grupos. A cada grupo foram atribuídas tarefas que implicavam a
cooperação interna e levariam à coesão do grupo.
2ª Fase - Após assegurarem a coesão dentro de cada grupo passou ao
confronto directo entre os dois grupos, com jogos, onde um seria o vencedor e
outro o derrotado, proporcionando prémios e troféus à equipa vencedora e
recompensas a cada elemento individualmente. O nível de competitividade foi
crescendo e no final da segunda semana a rivalidade era forte e evidente. Os
rapazes de cada equipa tornaram-se hostis em relação aos da outra, com
agressões, assaltos, insultos. Cada grupo sobrevalorizava os seus resultados,
ao mesmo tempo que subavaliavam os do outro grupo. Os rapazes mais
agressivos tornaram-se líderes no seu grupo, onde não havia lugar a
divergências. Entretanto, os investigadores adoptaram comportamentos que
favoreciam um grupo em detrimento do outro. O grupo mais prejudicado reagia
contra os rapazes do outro grupo e não contra os chefes do acampamento. O
nível de coesão dentro de cada grupo aumentou ainda mais, respeitando
rigorosamente as normas vigentes.
3ª Fase - Os investigadores terminaram com as actividades competitivas e
procuraram a união dos dois grupos favorecendo o contacto entre eles:
visualização de filmes em conjunto, etc. Mas o ambiente entre os dois grupos
era tão hostil que a participação nessas actividades, ao invés de produzir
cooperação, aumentou ainda mais o conflito, aprofundando-se os estereótipos
negativos.
Os investigadores introduziram aquilo a que chamaram objectivos super
ordenados, ou seja, estabeleceram actividades essenciais para ambos os
grupos, mas que só se podiam concretizar se houvesse colaboração mútua.
Por exemplo, trabalharam em conjunto para reparar a avaria do veículo que
distribuía a água pelo acampamento. A execução desta tarefa, em cooperação,
essencial para ambos os grupos, alterou progressivamente a avaliação mútua.
A hostilidade deu lugar ao desenvolvimento de novas amizades e, no fim das
férias, os dois grupos formavam apenas um.
Com esta experiência foi possível avaliar a formação de conflitos entre grupos
e o papel da cooperação no processo de superação de relações hostis.
24 “Os conflitos correspondem a processos de desenvolvimento pessoal e
grupal.” Explica esta afirmação.
Durante muito tempo associou-se o conflito a termos mais duros do que os que
acabei de citar, identificando-se o conflito com agressividade, conforto,
violência, irritação, choque. Ao conflito associavam-se apenas comportamentos
e sentimentos negativos e prejudiciais para as pessoas, grupos ou
organizações envolvidos. Portanto, procurava-se, por todos os meios, evitar e,
se não fosse possível, apaziguar os conflitos. Atribuindo-se, no contexto do
grupo, a origem do conflito a uma pessoa, tentava-se neutralizar a sua
influência através da autoridade, considerando-se que assim o conflito era
superado.
25 Há meios para ultrapassar conflitos. Explicita-os.
Os meios a que se recorre para se ultrapassarem conflitos são: a dominação, a
submissão, a inacção, a mediação e a negociação. A dominação ocorre
quando um grupo impõe unilateralmente a solução ao outro grupo. A
submissão ocorre quando um grupo cede às exigências do outro grupo. A
inacção ocorre quando os dois grupos, ou um deles, escolhem não agir,
esperando que o passar do tempo resolva por si só o conflito. A mediação
prevê o envolvimento de alguém que não está envolvido no conflito e que tem
uma posição neutral. O mediador terá a distância para apreciar e ajudar a
clarificar o conflito. O seu objectivo é promover a comunicação entre as partes
em conflito. E por fim, a negociação que ocorre quando os grupos em conflito
procuram construir um acordo no sentido de impedir o desenvolvimento da
hostilidade para fases mais agudas. A negociação visa evitar a confrontação
directa. A negociação implica cedências e exigências mútuas. Actualmente,
dominam as soluções baseadas na cooperação, na mediação e na negociação.
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