Física I Disciplina T (H) TP (H) P (H) ECTS Área Cient. Sector Física I (Informática) 3 0 1,5 6,5 Física DF Regras Funcionamento da disciplina Aulas Teóricas em 2 blocos de 1,5 h cada (com resolução de problemas) Aulas Laboratoriais (Práticas) em blocos de 3h, sala 101 – edificio I Bibliografia (também para Física II e III): Halliday, Resnick & Walker, Fundamentals of Physics (6th ed) Halliday, Resnick & Walker, Fundamentos de Física, vol.1, 2 (6ª ed) Guiões, Manual e Problemas (enunciados) disponíveis no arquivo de www.df.fct.unl.pt Resoluções de alguns problemas e enunciados e resoluções de exames de anos anteriores em www.df.fct.unl.pt Site: Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 1 Física, Avaliação Meios de avaliação • Relatórios de 5 trabalhos práticos, realizados nas aulas práticas, a que corresponderá uma nota, NL , dada pela média das notas de todos os relatórios (os relatórios não efectuados ficarão com nota igual a zero); • Dois testes de avaliação a que corresponderá as notas NT1 e NT2 e a sua média aritmética NT. 1. T1 a 20Abr05 2. T2 a 1Jun05 • Exame de Recurso, a que corresponderá uma nota, NE. • A Nota Final é NF Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 2 Regras de Avaliação Critério de Frequência: NL ≥10 Nota: É reconhecida a frequência (i.e. NL - nota dos laboratórios positiva) obtida em anos anteriores. Critério de Aprovação: Para os alunos que obtêm frequência em 2004/2005 NL ≥10 e NT ≥8 (desde que NT1 e NT2 ≥6) e NF ≥10 ou NL ≥10 e NE ≥8 e NF ≥10 com NF =0,5 NL+0,5 NT , com NF =0,5 NL+0,5 NE , Para os alunos que obtiveram frequência de anos anteriores NL ≥10 e NT ≥10 (desde que NT1 e NT2 ≥6) e NF ≥10 com NF =NT , ou NL ≥10 e NE ≥10 com NF =NE Cálculo das Notas; a nota NL será dada em unidades da escala (1 a 20); as outras notas poderão ser dadas com aproximação às décimas ou centésimas; o arredondamento será feito apenas na nota final. Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 3 Programa Conceitos Gerais: Grandezas, medidas, incertezas, dimensões e unidades. O espaço e o tempo. Referenciais. Os modelos da mecânica. Cinemática: Os conceitos de velocidade e aceleração. Determinação da velocidade e do vector posicional a partir da aceleração. Movimento relativo de translação uniforme, transformação de Galileu. Dinâmica da Partícula: Referenciais de inércia. Conservação do momento linear, do momento angular e da energia de uma partícula. Referenciais não inerciais. Interacção Gravitacional: Forças centrais. Leis de Kepler. Lei da gravitação universal. Campo gravítico. Energia potencial gravítica. A terra como referencial não inercial: efeito centrífugo e de Coriolis. Dinâmica de Sistemas de Partículas: Centro de massa e referencial do centro de massa. Conservação do momento linear, do momento angular e da energia. Colisões. Sistemas de massa variável. Introdução à Mecânica Estatística: Lei de distribuição de Maxwell Boltzman. Noções estatísticas de temperatura e de entropia. Dinâmica de Fluidos: Fluidos em repouso; leis de Pascal e Arquimedes. Fluidos em movimento; equações de continuidade e de Bernoulli. Movimentos Oscilatórios: Movimento oscilatório harmónico, amortecido e forçado (ressonância). Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 4 Física I Coordenadora de Física I: Profª. Adelaide Pedro de Jesus, [email protected] Teóricas: Prof. Carlos J. Dias, Gab 104-I, [email protected] Secretaria do Departamento de Física I, sala 202, edificio I Inscrições nos testes e exames obrigatória. Site Física IA www.df.fct.unl.pt Informática: http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm Inscrições manual nos turnos práticos: para todos aqueles que por algum motivo não se tenham inscrito. Quarta-feira, 2Mar05 á tarde 14H-16H, sala 101, edificio I. Aulas práticas começam a 07Mar05 Na 1ª aula prática preencher a ficha de aluno. É necessário uma fotografia. Não é facultativo. Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 5 Leis da Física O que é uma Lei Física? Relação quantitativa entre grandezas físicas. Por exemplo a relação entre a força e a aceleração. F = ma Natureza da lei física A lei física é a melhor aproximação possível aos dados experimentais. Quando existem dados os quais não são correctamente descritos por uma lei física esta deve ser modificada de forma a incluir também os novos dados. Este método, chamado científico, depende da medição de grandezas físicas. Em que consiste uma medição? Consiste na comparação de uma grandeza com uma unidade padrão. Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 6 Sistema Internacional de Unidades Compreende sete grandezas fundamentais: Comprimento (metro [m]) Tempo (segundo [s]) Massa (quilo [kg]) Temperatura (kelvin [K]) Intensidade de corrente eléctrica (ampere [A]) Quantidade de matéria (mole [mol]) Intensidade luminosa (candela [cd]) Termómetro de gás Padrão da massa (entre parênteses estão as unidades e respectivas abreviaturas utilizadas no sistema SI) Todas as outras grandezas físicas são derivadas destas grandezas fundamentais As grandezas a itálico são aquelas que serão abordadas nesta cadeira. Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 7 Unidades e Padrões Porque é que precisamos de unidades de medida? Inicialmente, para fins sociais, pois facilitava a troca de bens. Hoje em dia, a forma de interagirmos com o mundo depende em larga medida da exactidão com que determinadas teorias explicam o mundo e predizem o seu comportamento futuro. Definições das unidades fundamentais O metro é o comprimento da trajectória percorrida pela luz no vácuo durante um intervalo de tempo de 1/299 792,458 de um segundo Um segundo é o tempo gasto para que ocorram 9 192 631, 770 oscilações da luz (de um comprimento de onda específico) emitidas por um átomo de Césio-133 O padrão SI de massa é um cilindro de Platina/Iridio mantido na Agência Internacional de Pesos e Medidas. Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 8 Prefixos Para expressar grandezas físicas muito grandes ou muito pequenas, empregam-se prefixos ás unidades. Estes prefixos encontram-se tabelados Por exemplo um (milí)metro é 10-3m Factor Prefixo Simbolo 1012 Tera- T 109 Giga- G 106 Mega- M 103 Quilo- k 10-2 centi- c 10-3 Mili- m 10-6 micro- µ 10-9 nano- n 10-12 pico- p 10-15 femto- f Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 9 Dimensões As dimensões das grandezas derivadas podem ser expressas em função das dimensões das grandezas fundamentais. Por exemplo, Grandeza Unidades SI Dimensões Comprimento m [L] Tempo s [T] Massa kg [M] Frequência Hz [T-1] Velocidade m/s [LT-1] Força N [MLT-2] Pressão N/m2 [ML-1T-2] Energia J [ML2T-2] Exemplo A força de atracção gravitacional entre duas massas separadas da distância d é dada por, F =G M 1M 2 d2 Quais as dimensões da constante universal de gravitação G? E as suas unidades no sistema SI? Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 10 Algarismos significativos 3 km é muito diferente de 3,00 km. Porquê? O número de algarismos significativos informa-nos sobre a incerteza que existe relativamente ao resultado experimental. Regras Contagem. Começa-se pela esquerda e ignorando os zeros. Contam-se os números até áquele em relação ao qual temos dúvidas (mas incluindo-o). Se o primeiro algarismo do número for 5, ou maior, conta por dois. Numa soma ou subtracção retém-se o valor até à casa decimal sobre a qual existem dúvidas Num produto ou divisão o resultado deve ter um número de algarismos significativos igual ao menos preciso dos factores Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 11 Unidades e Medidas. Problemas 8P. Nos Estados Unidos uma casa de bonecas está na escala de 1:12 em relação a uma casa real (ou seja cada comprimento é 1/12 do correspondente numa casa real) enquanto que uma casa-miniatura é construída numa escala 1:144. Suponha que uma casa real (ver figura) possui uma largura de fachada de 20 m, uma profundidade de 12 m, uma altura de 6,0 m e um telhado tradicional de duas águas (faces triangulares verticais nas extremidades) com 3,0 m de altura. Em metros cúbicos, quais os volumes (a) da casa de boneca e (b) da casa-miniatura? (R: 1,042 m3; 6,03x10-4 m3) Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 12 Unidades e Medidas. Problemas 13P. Cinco relógios estão sendo testados num laboratório. Exactamente ao meio-dia, determinado pelo sinal WWV, as leituras dos relógios em dias seguidos de uma semana são tabelados com se mostra a seguir. Classifique os relógios de acordo com o seu valor relativo como bons cronómetros, do melhor para o pior. Justifique a sua escolha. (R: C, D, A, B, E) Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 13 Unidades e Medidas. Problemas 15P. Uma unidade astronómica (UA) é a distância média do Sol á Terra, aproximadamente 1,5x108 km. A velocidade da luz é aproximadamente 3,0x108 m/s. Expresse a velocidade da luz em termos das unidades astronómicas por minuto. (R: 0,12 UA/min) 19E. A Terra possui uma massa de 5,98x1024kg. A massa média dos átomos que compõem a Terra é de 40 uma (1 uma = 1/12 da massa de um átomo de carbono = 1,6605402x10-27 kg). Quantos átomos existem na Terra? (R: 9,0x1049 átomos) 21P. (a) Supondo que cada centímetro cúbico de água possui uma massa de exactamente 1g, determine a massa de um metro cúbico de água em quilogramas. (b) Suponha que demora 10,0h para esvaziar um recipiente com 5700 m3 de água. Qual a taxa de escoamento mássico da água em quilogramas por segundo? (R: 103kg; 158 kg/s) Qual a velocidade em m/s de um carro cujo velocímetro indica 90 km/h? E em mph (i.e. milhas por hora; 1 mi=1,609 km)? (R: 25 m/s; 55,9 mph) Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 14 Cinemática a uma dimensão. Velocidade média A velocidade média é, vmed = deslocamento x − x ∆x = 2 1= intervalo de tempo t2 − t1 ∆t x Atenção que, físicamente, o corpo está sempre sobre o eixo do x. Gráfico da posição de um corpo no eixo x em função do tempo x2 ∆x x1 ∆t t1 t2 t3 t Q: Quando é que a velocidade é negativa? R: Quando, no intervalo de tempo ∆t considerado, o valor algébrico do deslocamento ∆x, fôr negativo. NOTA: A velocidade NÃO DEPENDE da posição. Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 15 Velocidade Instantânea A velocidade instantânea é o limite da velocidade média quando o intervalo de tempo tende para zero. x − x1 ∆x dx = lim = ∆t →0 t − t1 ∆t →0 ∆t dt v = lim Gráfico da posição de um corpo no eixo x em função do tempo x x1 t1 t A velocidade é pois a derivada da posição x(t) em ordem ao tempo. É o declive da tangente da curva x(t) no ponto t=t1 Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 16 Aceleração a uma dimensão A aceleração representa a taxa de variação da velocidade no tempo. Aceleração média amed = amed a v ∆t t1 ∆v ∆t Aceleração (instantânea) Atenção que, físicamente, o corpo continua sempre sobre o eixo do x. a= dv dt A aceleração é pois a derivada da velocidade em ordem ao tempo. ∆v t Q: Quando é que a aceleração é negativa? R: Quando há uma variação algébrica negativa (∆v) da velocidade, no intervalo de tempo considerado. Q: O que é que se entende por desaceleração na linguagem corrente? Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm Queda dos graves y ∆v = −g ∆t 17 Determinação da Aceleração e da Velocidade Se tivermos A velocidade é dada por, x = x(t ) v= dx dt E a aceleração é dada por, A velocidade é a primeira derivada da posição dv d 2 x a= = dt dt 2 A aceleração é a segunda derivada da posição Suponha que a posição de um carro obedece á seguinte equação: x = 3t 2 + 4t + 2 Esquematize a posição num gráfico x(t). Qual a velocidade e aceleração desse carro em função do tempo? Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 18 Velocidade e Posição a partir da Aceleração E o inverso? Sabemos a aceleração e queremos saber a velocidade? a= dv dt ⇒ dv = a dt e integrando v t vo to ∫ dv = ∫ a dt t ⇒ v − vo = ∫ a dt to t v = vo + ∫ a dt to Por analogia a posição do corpo pode ser determinada a partir da sua velocidade, dx v= dt t ⇒ x = xo + ∫ v dt to vo e xo são respectivamente a velocidade e a posição do corpo no instante t=t0. Chamam-se as condições iniciais do problema porque é frequente que t0=0. Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 19 Caso particular: quando a aceleração é constante Se a=constante. Obtém-se para a velocidade, Sabendo-se a velocidade, a posição é dada por, t x = xo + ∫ v dt t v − vo = ∫ a dt to to t x = xo + ∫ [vo + a(t − to )]dt v − vo = a(t − to ) v = vo + a (t − to ) to a(t − to )2 x = xo + vo (t − to ) + 2 Se t0=0, (i.e. Se t0 coincidir com o inicio da contagem dos tempos) Aplicação à Queda dos graves É costume, mas não obrigatório, orientarmos o eixo para cima. Assim, a = constante v = vo + at ; recta at 2 x = xo + vot + ; parábola 2 a = −g v = vo − gt gt 2 y = yo + vot − 2 Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm y ∆v = −g ∆t 20 Áreas t O deslocamento x-xo é, por definição: x − xo = ∫ v dt to x-x0 é numéricamente igual á área delimitada pela curva da velocidade entre os instantes to e t. v t x − xo = ∫ v dt to t0 t Casos particulares: a) Velocidade constante. b) Velocidade aumentando ou diminuindo linearmente no tempo. Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 21 Movimento rectilíneo. Problemas 2.1 Você dirige uma pick-up mal-conservada numa estrada recta de 8,4 km a 70 km/h, quando a pick-up pára por falta de gasolina. Nos 30 min seguintes você caminha outros 2,0 km pela estrada até chegar a um posto de gasolina. (a) Qual o deslocamento total desde a saída com a pick-up até chegar ao posto? (b) Qual o intervalo de tempo desde o inicio da viagem até à chegada ao posto? (c) Qual a sua velocidade média entre o inicio e o fim da viagem? (d) Determine numericamente e graficamente. (e) Suponha que para colocar gasolina, pagar e voltar à pick-up leva 45 min. Qual a velocidade escalar média do inicio até ao instante em que chega de volta à pick-up? Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 22 Movimento rectilíneo. Problemas 20P. Um electrão que move-se ao longo dos eixo dos xx tem a sua posição dada por x=16 t e-t m, onde t está em segundos. A que distância da origem está o electrão quando ele pára momentaneamente? (R: 5,89 m/s) 24P. A cabeça de uma cascavel pode acelerar até 50 m/s2 ao golpear uma vítima. Se um carro pudesse ter essa aceleração, quanto tempo levaria para ele atingir uma velocidade de 100 km/h partindo do repouso? (0,56 s) 33P. Um carro circulando a 56,0 km/h está a 24,0 m de uma barreira quando o motorista pisa com força no travão. O carro bate na barreira 2,00 s depois. (a) Qual a desaceleração constante do carro antes do impacto? (b) Com que velocidade se desloca o carro quando se dá o impacto? (-3,56 m/s2; 8,44 m/s) 36P. No instante em que o sinal de trânsito fica verde, um automóvel parte com uma aceleração a de 2,2 m/s2. No mesmo instante um camião, circulando com velocidade constante de 9,5 m/s alcança e ultrapassa o carro. (a) A que distância do sinal é que o carro ultrapassará o camião? (b) Qual será a velocidade do carro nesse instante? (82 m; 19 m/s) Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 23 Movimento rectilíneo. Problemas 11E. (a) Se a posição de uma partícula é dada por x = 4 – 12t + 3t2 (onde t está em segundos e x em metros), qual a velocidade no instante t=1 s? (b) Nesse momento exacto ela desloca-se no sentido positivo ou no sentido negativo do eixo dos xx? (c) Qual o módulo da velocidade nesse instante? (d) O módulo é maior ou menor em instantes posteriores? (Tente responder as próximas perguntas sem efectuar cálculos) (e) Existe algum instante em que a velocidade se chegue a anular? (f) Existe um tempo após t=3 s no qual a partícula se desloque no sentido negativo do eixo dos xx? (R: -6 m/s; no sentido negativo; 6 m/s; primeiro é menor e depois é maior; sim (t=2); não) 16E. Uma avestruz assustada move-se em linha recta com uma velocidade descrita pelo gráfico velocidade-tempo da figura. Faça um esboço da aceleração versus tempo. Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 24 Movimento rectilíneo. Problemas. 42P. Um rapaz atira uma pedra para cima na direcção vertical com uma velocidade inicial de 12,0 m/s do telhado de um prédio, 30,0 m acima do chão. (a) Quanto tempo leva a pedra a chegar ao chão? (b) Qual a velocidade da pedra no instante do impacto? (3,99 s; 27,1 m/s) 51P. Uma bola de argila húmida cai 15,0 m até ao chão. Ela fica em contacto com o chão durante 20,0 ms antes de parar. Qual a aceleração média da bola até parar? (857 m/s2 para cima) 53P. Para testar a qualidade de uma bola de ténis você deixa-a cair de uma altura de 4,00 m. Ela pula de volta até uma altura de 2,00 m. Se a bola estiver em contacto com o piso durante cerca de 12,0 ms qual a aceleração média durante o contacto. (1,26x103m/s2 para cima) 55P. Está a pingar água de um dos furos de um chuveiro situado a 2,00 m de altura. Caem gotas a intervalos regulares com a primeira gota batendo no piso no instante em que a quarta gota começa a cair. Ache as posições em que se encontravam a segunda e a terceira gotas quando a primeira bateu no piso. (22cm e 89 cm) Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 25 Vectores. Problemas. r 6E. Um vector de deslocamento r no plano xy tem um comprimento igual a 15m e tem a orientação mostrada na Figura. Determine (a) a componente x e (b) a componente y do vector (R: 12.99; 7.5) r r θ = 30° 10E. (p.44) Um carro dirige-se para leste numa distância de 50 km, em seguida para norte ao longo de 30 km e depois numa direcção de 30º para o nordeste a partir do norte durante 25 km. Construa o diagrama vectorial e determine (a) módulo e (b) o ângulo de deslocamento total do carro desde o seu ponto de partida. (63.8 km; 54º) 18P (p.45) São dados dois vectores, r r a = 4,0uˆ x − 3,0uˆ y m e b = 6,0uˆ x − 8,0uˆ y m Quais são os módulos e os ângulos (relativos a û x ) r r r r r r r r de b + a ? (g,h) de b − a ? (i,j) de a − b ? (k) (a,b) do vector a ? (c,d) do vector b (e,f) r r r r Qual o ângulo entre os vectores a − b e b − a ? (R: 5; 36,9º; 10; 53,1º; 14,9; 47,7º; 5,38; -68,2º; 5,38; 111,8º; 180º) Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 26 Vectores. Problemas. r r 31P. Use a definição de produto escalar a ⋅ b e o facto de que, r r a ⋅ b = a x bx + a y b y + a z bz para calcular o ângulo entre os r dois vectores dados por, r a = 3,0uˆ x + 3,0uˆ y + 3,0uˆ z m e b = 2,0uˆ x + 1,0uˆ y + 3,0uˆ z m (R: 22,2 º) r r 33P. Mostre que a área do triângulo delimitado por a e b e pelo segmento que une as r pontas destes vectores na Fig. 3.30 é igual a r 1a ×b 2 r b φ r a Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 27 Equações do movimento uniformemente acelerado Derivação a = constante v = vo + at ; recta at 2 x = xo + vot + ; parábola 2 Integração Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 28 Equações do Movimento Uniformemente Acelerado Derivação a = constante v = vo + at ; recta at 2 x = xo + vot + ; parábola 2 Integração Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 29 Cinemática, Movimento a 2D e 3D. Se o movimento da partícula for a três dimensões, O vector posição em coordenadas cartesianas é, r r (t ) = x(t ) uˆ x + y (t ) uˆ y + z (t ) uˆ z O vector velocidade é a derivada do vector posição, r dr (t ) r v (t ) = dt dx dy dz r v (t ) = uˆ x + uˆ y + uˆ z dt dt dt r v (t ) = v x (t ) uˆ x + v y (t ) uˆ y + v z (t ) uˆ z O vector aceleração é a derivada do vector velocidade, r dv (t ) r a (t ) = dt dv y dv dv r uˆ y + z uˆ z a (t ) = x uˆ x + dt dt dt r a (t ) = a x (t ) uˆ x + a y (t ) uˆ y + a z (t ) uˆ z Verificamos que a relação entre a posição, a velocidade e a aceleração em cada eixo é independente do que se passa nos outros dois eixos. i.e., vx = dx dt e ax = dvx dt vy = dy dt e ay = dv y dt Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm vz = dz dt e az = dv z dt 30 Aplicação ao Movimento de Projécteis. A aceleração da gravidade é 9,8 m/s2 no sentido de cima para baixo. Se orientarmos o eixo dos y para cima será negativa. r vo y CONDIÇÕES INICIAIS O corpo no instante t=0 tem a velocidade inicial vro = vox uˆ x + voy uˆ y g r ro x Integrando o movimento nas duas direcções do espaço x e y, entre os instantes 0 e t, r a (t ) = 0 uˆ x − g uˆ y r v (t ) = (vox ) uˆ x + voy − gt uˆ y ( ) 2 gt r uˆ y r (t ) = ( xo + voxt ) uˆ x + yo + voy t − 2 e está na posição inicial r ro = xouˆ x + youˆ y 1. Os movimentos em x e em y são independentes. 2. No eixo x o projéctil percorre distâncias iguais em tempos iguais, i.e. a velocidade é constante 3. No eixo y o movimento é acelerado e portanto a velocidade varia, Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 31 Um caso particular do lançamento de projécteis O objecto é projectado com uma velocidade vo com um ângulo de lançamento α e parte da origem dos espaços. Posição final g O corpo no instante t=0 tem a velocidade inicial, y ( R ,0 ) r vo = vo cosθ uˆ x + vo sin θ uˆ y r vo θ e está na posição inicial rro = 0 x Integrando obtemos, r a (t ) = 0uˆ x − g uˆ y r v (t ) = (vo cosθ ) uˆ x + (vo sin θ − gt ) uˆ y 2 gt r uˆ y r (t ) = (vot cosθ ) uˆ x + vot sin θ − 2 Questões: Mostre que o valor do alcance é vo2 sin (2θ ) R= g Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 32 Trajectória do movimento A trajectória é a curva descrita por um móvel no espaço. Se o movimento se efectuar a duas dimensões, elimina-se o tempo das eqs x=x(t) e y=y(t) para obter uma função do tipo y=y(x), Mostre que a trajectória descrita por um projéctil é uma parábola. trajectória y = y(x ) y r r r + ∆r r r r ∆r ∆y uˆ y ∆x uˆ x x O vector velocidade é tangente à trajectória. i.e. r v (t ) = v(t )uˆt Onde ut é o vector unitário tangente á trajectória e v(t) o módulo da velocidade. Por definição r ∆r r v (t ) = lim ∆ t → 0 ∆t Quer dizer que o vector velocidade é colinear r ∆r com que, por construção é tangente á trajectória (ver figura). Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 33 Movimento a duas e três dimensões 17E. Uma carabina é apontada na horizontal para um alvo distante 30 m. A bala acerta o alvo a 1,9 cm abaixo do ponto visado. Quais são (a) o tempo de voo da bala? (b) o módulo da sua velocidade ao sair da carabina? (R: 62 ms; 480 m/s) 18E. Uma bola rola horizontalmente para fora do tampo de uma mesa de altura 1,2 m. Ela toca o chão a uma distância de 1,52 m da extremidade da mesa medida na horizontal. (a) Quanto tempo fica a bola no ar? (b) Qual a velocidade escalar no instante em que ela sai da mesa? (0,495 s; 3,07 m/s) 22E. Nos Campeonatos Mundiais de Atletismo de Pista e de Campo de 1991 em Tóquio, Mike Powell saltou 8,95 m, batendo o recorde 23 anos do salto em distância estabelecido por Bob Beamon por 5 cm. Suponha que a velocidade de Powell ao sair do chão foi de 9,5 m/s (quase igual à de um velocista) e que g=9,80 m/s2 em Tóquio. De quanto é que o alcance horizontal de Powell era menor que o máximo possível para uma partícula com a mesma velocidade escalar de 9,5 m/s. (0,26 m) Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 34 Movimento a duas e três dimensões 28E. Você arremessa uma bola em direcção a uma parede com uma velocidade de 25,0 m/s fazendo um ângulo de 40,0 º acima da horizontal. A parede está a 22,0 m do ponto de lançamento da bola. (a) A que distância acima do ponto de lançamento a bola bate na parede? (b) Quais as componentes horizontal e vertical da sua velocidade quando ela bate na parede? (c) Quando ela bate, ela já passou do ponto mais alto da sua trajectória? (12; 19,2ux+4,8 uy; não) 40P. Durante uma partida de ténis um jogador serve a bola a 23,6 m/s, com o centro da bola deixando a raquete horizontalmente a 2,37 m acima da superfície da quadra. A rede está afastada 12 m e tem 0,90 m de altura. Quando a bola alcança a rede (a) ela consegue passar sem tocá-la? (b) Qual a distância entre o centro da bola e o alto da rede? (c e d) Suponha agora que a bola sai da raquete fazendo um ângulo de 5,00 º abaixo da horizontal. Responda ás questões (a) e (b) nestas circunstâncias. (+20 cm; -85.4 cm) Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 35 Equações do movimento uniformemente acelerado, 3D Aceleração Velocidade Posição Derivação r a a x uˆ x a y uˆ y a z uˆ z r r v = ∫ adt v x = vox + a xt v y = voy + a y t v z = voz + a z t r r r = ∫ v dt Integração r a r v Integração Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm g r ro Derivação v x = vox v y = voy − gt r vo y Aplicação ao Lançamento de Projécteis, 2D 0 − guˆ y a xt 2 x = xo + vox t + 2 a yt 2 y = yo + voy t + 2 azt 2 z = zo + voz t + 2 r r x = xo + vox t gt 2 y = yo + voy t − 2 x 36 Movimento Circular O corpo descreve uma trajectória circular. R – raio [m] do circulo descrito pelo corpo. T – período [s]. Tempo necessário para completar um ciclo No movimento circular uniforme, um corpo descreve uma trajectória circular levando sempre o mesmo tempo a completar uma volta ou ciclo. r v θ f - frequência [Hz]. É o número de ciclos por unidade de tempo f = R 1 T Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 37 Velocidade angular A velocidade angular instantânea ω [rad/s] é o ângulo descrito por unidade de tempo. ω= dθ dt Se a velocidade angular fôr constante no tempo obtemos depois de integrar, θ t θo to r v ∫ dθ = ∫ ωdt θ − θ o = ω (t − to ) θ R Relação entre a velocidade angular e a frequência angular ω= θ −θo t − to = 2π = 2πf T Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 38 Aceleração angular Se a velocidade angular ω variar no tempo então existe aceleração angular (α rad/s2) α= dω dt Se a aceleração angular fôr constante obtemos depois de integrar, ω t ωo 0 ∫ dω = ∫αdt ω = ω o + αt Nota: Nestas eqs. fixámos to=0 1 θ = θ o + ω ot + αt 2 2 Repare na correspondência com as expressões para o movimento uniformemente acelerado 1D. Quais as grandezas equivalentes ou análogas? Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm v = vo + at at 2 x = xo + vot + 2 α é análogo a a ω é análogo a v θ é análogo a x 39 O módulo da velocidade no Movimento Circular O módulo da velocidade ao longo do circulo, v (m/s), algumas vezes imprópriamente chamada velocidade linear, está relacionada com a velocidade angular e com o raio do circulo, ∆ l 2π R = = ωR v= ∆t T r v O vector velocidade no movimento circular uniforme é: 1. Tangente á trajectória (como sempre) 2. Constante em módulo 3. Varia continuamente de direcção Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 40 Aceleração centrípeta No movimento circular uniforme existe um tipo especial de aceleração chamada centrípeta, responsável pela mudança na direcção da velocidade uˆ t + ∆ uˆ t A derivada da velocidade r v = vuˆt r duˆ dv dv = uˆt + v t dt { dt dt { r 0 ∆θ ac r duˆ duˆ dv = v t = v t (− uˆr ) dt dt dt Qual a derivada de um vector unitário? d 2 uˆt = 0 dt duˆ duˆ d 2 d uˆt = (uˆt ⋅ uˆt ) = 2uˆt ⋅ t = 0 ⇒ uˆt ⊥ t dt dt dt dt ( ) ( ) û t R ûr uˆ t + ∆ uˆ t = uˆ t = 1 A direcção do vector aceleração centrípeta é perpendicular á tangente da trajectória. É paralelo ao vector radial. Tem o sentido negativo do vector radial Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 41 Aceleração centrípeta (cont.) uˆ t + ∆ uˆ t û t r duˆ duˆ dv = v t = v t (− uˆr ) dt dt dt 2a ∆ût ∆θ R uˆ t + ∆ uˆ t ûr uˆ t + ∆ uˆ t = uˆ t = 1 ∆θ 2 sin ∆uˆt duˆt v ∆θ 2 2 = lim = lim =ω = = lim ∆t → 0 ∆ t ∆t → 0 ∆ t → 0 ∆t 2 dt R ∆t ∆θ 2 û t ∆θ ∆uˆt = 2 sin 2 A aceleração centrípeta é perpendicular á direcção da velocidade e aponta sempre para dentro do circulo, Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm v2 r ac = − uˆr R 42 Aceleração tangencial e total No caso geral: r v = vuˆt r duˆ dv dv = uˆt + v t dt { dt dt { r r at ac Se o módulo da velocidade linear variar então existe aceleração tangencial, r dv at = uˆt dt O vector aceleração tangencial é colinear com a velocidade e portanto tangente à trajectória. Aceleração total O vector aceleração (total) é a soma vectorial das acelerações centrípeta e tangencial. O seu módulo é dado por, Movimento circular r a r at r ac r a = ac2 + at2 Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 43 Movimento circular 34E. Um satélite terrestre move-se numa órbita circular a 640 km acima da superfície da Terra com um período de 98,0 min. Quais são os módulos (a) da velocidade (b) e da aceleração centrípeta do satélite? (7.49x103 m/s; 8,00 m/s2) 51P. Um garoto rodopia uma pedra num circulo horizontal com um raio de 1,5 m e a uma altura de 2,0 m acima do nível do chão. O fio parte-se e a pedra desprende-se horizontalmente e bate no chão após percorrer uma distância horizontal de 10 m. Qual o módulo da aceleração centrípeta da pedra enquanto estava em movimento circular? (163 m/s2) Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 44 Movimento Relativo Um passageiro (S2), viajando de comboio, atira uma bola para outro passageiro com uma velocidade v2. Qual a velocidade v1 da bola, relativa a um observador (S1) que esteja parado na estação? S1 S2 estação r v1 comboio r v2 Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 45 Transformação de Galileu Temos para os vectores posição, r r r r1 = r21 + r2 comboio S2 estação S1 r r1 Onde r21 é a posição do comboio relativamente á estação. r r2 r r21 Derivando em ordem ao tempo, r r r dr1 dr21 dr2 = + dt dt dt Simplificando, comboio S2 estação S1 r r r v1 = v21 + v2 r v1 r v2 r v21 Esta é a Transformação de Galileu: A velocidade num referencial 1 é igual á velocidade no referencial 2 mais a velocidade relativa do referencial 2 relativamente a 1. Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 46 Aceleração no movimento relativo Se um objecto tiver uma aceleração a2 no referencial S2 qual será a aceleração a1, no referencial S1, sabendo-se que a velocidade relativa entre os referenciais é constante (em módulo, direcção e sentido). r r r v1 = v21 + v2 Derivando a equação das velocidades, comboio S1 r r r dv1 dv21 dv2 = + dt dt dt r dv21 =0 dt S2 estação r v1 r v2 r v21 se a velocidade relativa entre os referenciais é constante. Assim, r r a1 = a2 Este resultado é muito importante no contexto da leis de Newton. Dois referenciais cuja velocidade relativa é constante medem a mesma aceleração. (Não é necessário que estejam em repouso entre si) Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 47 Movimento Relativo 56E. Pelas regras do rugby um jogador pode passar a bola legalmente para um companheiro de equipe desde que o passe não seja para a frente. Suponha que o jogador corre paralelamente ao comprimento do campo e no sentido do golo da equipe adversária com uma velocidade de 4,0 m/s, enquanto passa a bola á velocidade de 6 m/s em relação a ele mesmo. Qual é o menor ângulo contado a partir da direcção do avanço que mantém o passe legal. (48,2º) 61P. Dois navios A e B, saem do porto ao mesmo tempo. O navio A navega para o noroeste a 24 nós e o navio B navega a 28 nós numa direcção sudoeste fazendo 40º com o sul. (1 nó é igual a 1 milha marítima por hora) (a) Quais são o módulo, a direcção e o sentido da velocidade do navio A em relação a B? (b) Após quanto tempo os navios estarão afastados de 160 milhas marítimas? (c) Qual será o rumo de B (a direcção da posição de B) em relação a A nesse tempo? (38 nós 1,5º na direcção nordeste medido a partir do norte; 4,2 h; 1,5º na direcção sudoeste, medido a partir do sul) Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 48 Movimento Relativo Um elevador eleva-se com uma aceleração de 4 ft/s2. No instante em que a velocidade é 8 ft/s um parafuso cai do tecto do elevador situado a 9 ft do solo (1 m = 3.28 ft). Quanto tempo demora o parafuso a atingir o solo? Que distância viajou o parafuso relativamente ao prédio até esse instante? Uma pessoa sobe uma escada rolante parada, com 15 m de comprimento, em 90 s. Se a escada rolante estiver em movimento a pessoa leva 60 s. Quanto tempo leva a mesma pessoa a ser transportada até ao cimo da escada rolante se subir a escada ao mesmo tempo que a escada rolante está em movimento? A sua resposta depende do tamanho da escada? (36 s) Está a cair neve verticalmente com uma velocidade de 7.8 m/s. (a) Qual o ângulo com a vertical e (b) a velocidade dos flocos de neve relativamente a um carro cuja velocidade é 55 km/h? Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 49 Leis de Newton 1ª Lei de Newton ou Lei da Inércia Na ausência de uma força resultante não nula todos os corpos tendem a manter o seu movimento. Quer dizer que: Estando o corpo em repouso, permanecerá em repouso. Se estiver em movimento, continuará em movimento rectilíneo e uniforme. No entanto, Sob a acção de uma FORÇA RESULTANTE não nula, o vector velocidade do corpo terá necessáriamente que variar. Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 50 Segunda Lei de Newton A resultante das forças que actuam sobre um corpo isolado é igual ao produto da massa pela aceleração do corpo, i.e., r r ∑ F = ma r F5 m r F1 r F2 r a r F4 r F3 Esta é uma equação vectorial e por isso compreende um sistema de três equações escalares: ∑ Fx = max ∑ Fy = ma y ∑ Fz = maz A massa m de um corpo é uma quantidade escalar e relaciona a força aplicada com a aceleração de um corpo. Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 51 Terceira Lei de Newton Para cada força de acção existe uma força de reacção igual e oposta. Se F21 é a força aplicada no corpo 2 pelo corpo 1, então existe uma força F12 aplicada no corpo 1 pelo corpo 2, igual à primeira em módulo e direcção, mas de sentido contrário. Estas forças tomam o nome de par acção-reacção. Corpo 1 r F12 r F21 Corpo 2 Sistema MUITA ATENÇÃO: as forças F21 e F12 têm pontos de aplicação diferentes. Chama-se sistema a um conjunto de dois ou mais corpos. As forças de interacção entre corpos de um mesmo sistema chamam-se forças internas. Forças aplicadas por corpos externos ao sistema denominam-se forças externas Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 52 Diagrama do corpo livre Consiste em isolar no espaço o corpo que nos interessa, substituindo por forças as interacções e ligações com os outros corpos, pela sucessiva aplicação da Terceira Lei de Newton. Diagrama do corpo livre do livro Vamos isolar o livro assente sobre a mesa… Força aplicada pela mesa sobre o livro r r Flm = N Situação inicial r P Força gravítica aplicada pela Terra sobre o livro livro mesa Terra r Fml Força aplicada pelo livro sobre a mesa Terra Qual a resultante das forças aplicadas ao livro? r r N+P Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm r −P Força gravítica aplicada pelo livro sobre a Terra 53 Força Gravitacional Um corpo abandonado de uma altura h, acima da superfície terrestre cai em direcção à Terra com a aceleração da gravidade. Porquê? R: Porque de acordo com a Segunda Lei de Newton existe uma força que puxa o corpo para baixo. Qual o valor desta força? r r F = m a ∑ r P = −mg uˆ y − g uˆ y y r P A Força Gravitacional aplicada pela Terra sobre o corpo está, aplicada no centro de massa do corpo, orientada no sentido do centro da Terra e vale mg. Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 54 Peso aparente de um corpo 1. Qual o peso de uma pessoa dentro de um elevador que tem uma aceleração para cima de 2 m/s2? 2. E se aceleração do elevador fôr para baixo e com o mesmo valor? 3. Em que condições é que existirá imponderabilidade? r Pap r Fg Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 55 Quantidade de movimento linear Definição: A quantidade de movimento linear é uma grandeza vectorial dada por, r r p = mv Qual a direcção e sentido da quantidade de movimento? E as suas unidades? A segunda Lei de Newton é na verdade escrita da seguinte forma: r dv d (mv ) = = = F ma m ∑ dt dt r dpr ∑ F = dt Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 56 Conservação da quantidade de movimento Resolvendo em ordem à quantidade de movimento obtemos, r dpr ∑ F = dt r p t r r ( ) F dt = p ∫∑ ∫ dt r po 0 r r p − po 123 variação da quantidade de movimento t r = ∫ (∑ F )dt 0 424 1 3 impulsão Se a resultante das forças aplicadas no corpo fôr nula então a quantidade de movimento conserva-se. r r p = po = cte Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 57 Força e Movimento I 19E. Um trenó foguete experimental pode ser acelerado a uma taxa constante partindo do repouso até atingir 1600 km/h em 1,8 s. Qual é o módulo da força resultante necessária se o trenó possuir uma massa de 500 kg. 29P. Uma esfera de massa 3,0 x10-4 kg está suspensa por um fio. Uma brisa sopra ininterruptamente na direcção horizontal empurrando a esfera de tal forma que o fio faz um ângulo constante de 37º com a vertical. Determine (a) o módulo daquele empurrão e, (b) a tracção no fio. 31P. Dois blocos estão em contacto sobre uma mesa sem atrito. Uma força horizontal é aplicada ao bloco maior, como se mostra na figura. (a) Se m1= 2,3 kg, m2= 1,2 kg e F=3,2 N, determine o módulo da força entre os dois blocos. (b) Mostre que se a força for aplicada no sentido contrario mas no bloco menor a força entre os dois blocos é 2,1 N e portanto diferente do calculado na alínea anterior. (c) Explique a diferença r F m1 m2 Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 58 Força e Movimento I 35P. Uma pessoa de 80 kg salta de pára-quedas e sentindo uma aceleração de 2,5 m/s2. A massa do pára-quedas é de 5,0 kg. (a) Qual é a força para cima que o ar exerce sobre o pára-quedas aberto? (b) Qual a força para baixo que a pessoa exerce sobre o páraquedas? 36P. Na figura, três blocos estão ligados e são puxados para a direita sobre uma mesa horizontal sem atrito por uma força com um módulo de T3=65,0 N. Se m1= 12,0 kg, m2= 24,0 kg, m3= 31,0 kg, calcule (a) a aceleração do sistema e as tracções (b) T1 e (c) T2 nos fios de ligação entre os blocos. 43P. Um bloco de massa m1= 3,70 kg, sobre um plano inclinado de 30,0º está ligado por um fio que passa por uma roldana sem massa e sem atrito a um segundo bloco de massa m1= 2,30 kg, suspenso verticalmente (ver figura). Quais são (a) o módulo da aceleração de cada bloco e (b) a direcção e sentido da aceleração do bloco suspenso? (c) Qual é a tracção no fio? m1 T1 m3 T2 m3 T3 Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 59 Força e Movimento I 47P. Um macaco de 10 kg sobe por uma corda sem massa pendurada num galho de árvore. A corda tem presa do outro lado num caixote de 15 kg no chão. Qual o módulo da menor aceleração que o macaco deve ter para que consiga levantar o caixote do chão? (b) Se depois do caixote ter sido levantado, o macaco parar de subir quais serão a aceleração e (c) a tracção na corda? 56P. Uma lâmpada está suspensa na vertical por um fio num elevador que desce e desacelera a 2,4 m/s2. (a) Se a tracção no fio é de 89 N, qual é a massa da lâmpada? (b) Qual será a tracção no fio quando o elevador subir com uma aceleração para cima de 2,4 m/s2? Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 60 Atrito sólido-sólido Fio que puxa 2ª Lei de Newton Atrito depende da natureza das superfícies e da força de ligação que comprime uma superficie contra a outra. y Diagrama do corpo livre r N = N uˆ y x r f s = − f s uˆ x r T = T uˆ x r P = − P uˆ y r r F ∑ = ma em y : N − P = 0 ⇒ N = mg em x : T − f s = ma Em y: não existe aceleração e como o corpo em y está inicialmente em repouso vai continuar em repouso. Em x: Para que o corpo se movimente é necessário que a tensão do fio T seja maior que a força de atrito. fs é a força de atrito e é sempre contrária ao movimento Porque é que a força de atrito é, em módulo, sempre menor que T? Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 61 Propriedades do Atrito Estático As equações do movimento são: em y : N − P = 0 ⇒ N = mg em x : T − f s = ma Enquanto o corpo estiver em repouso é porque a força de atrito equilibra a força T aplicada no corpo pelo fio, i.e. fs Força de atrito em função da Tensão aplicada pelo fio f s ,max = µ s N fk = µk N fs = T T T fs A força de atrito estático pode ter qualquer valor até a um máximo que depende das superficíes e da força normal dado por: f s ,max = µ s N Então a partir do instante em que T>µsN o corpo iniciará o seu movimento. Tabela de coeficientes de atrito estático e cinético Superficies µs Madeira sobre Madeira 0,25-0,5 0,2 Vidro sobre Vidro 0,9-1,0 0,4 Aço sobre aço, sup. limpas 0,6 0,6 Aço sobre aço, lubrificadas 0,09 0,05 Borracha sobre betão 1,0 0,8 Teflon sobre Teflon 0,04 0,04 Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm µk 62 Atrito cinético Depois do corpo iniciar o seu movimento a força de atrito diminui para um valor menor denominado o atrito cinético, y Diagrama do corpo livre r N = N uˆ y x r f s = − µ k N uˆ x r P = − P uˆ y r T = T uˆ x fs Força de atrito em função da Tensão aplicada pelo fio f s ,max = µ s N fk = µk N T As equações do movimento do bloco deslizando nestas condições são, em y : N − P = 0 ⇒ N = mg em x : T − f k = ma ⇒ a = T − µ k N T − µ k mg = m m A força de atrito cinético mantém-se presente enquanto o corpo se estiver em movimento. Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 63 Atrito sólido-fluido http://www.engineeringtoolbox.com/21_627.htm Um sólido que se desloque, no interior de um fluido, com uma velocidade v suficientemente rápida, sente uma força de resistência FD oposta ao movimento. r FD FD = − 12 Cd ρAv 2 uˆt FD é a força de resistência do ar Cd é o coeficiente de arrasto (drag coefficient). ρ é a massa específica do fluido (exemplo: ar) A é a área da secção transversal efectiva v é a velocidade relativa entre o sólido e o fluido r v r P Quais as unidades de Cd? Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 64 Coeficiente de arrasto e a forma dos objectos OBJECTO CD Corpo aerodinâmico 0.1 Carro desportivo 0.2 - 0.3 Esfera 0.47 Carro (típico) 0.5 Station Wagon 0.6 Cilindro 0.7-1.3 Ciclista 0.9 Camião 0.8 - 1.0 Motorciclista 1.8 Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 65 Coeficiente de arrasto e a Lei de Stokes. No trabalho prático o escoamento do liquido em torno do sólido (esfera) é laminar (i.e. sem remoinhos) dando lugar a uma dependência linear da força de atrito com a velocidade do corpo, r r FD = −(6πR )ηv r FD r v Sendo η a viscosidade do meio. Qual a unidade da viscosidade? r P A força de resistência do ar quando o escoamento é laminar é do tipo viscoso. Quando a velocidade aumenta acima de um certo limite a força de resistência é essencialmente aplicada na massa de ar para que este saia do caminho. A viscosidade da glicerina depende da temperatura sendo 1.49 Pa⋅sec a 20ºC, e 0.95 Pa⋅sec a 25ºC. Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 66 Velocidade terminal na queda livre dos graves Um corpo que cai no ar, tem aplicadas três forças (ver figura): 1. Força da gravidade, P 2. Força de resistência do ar, D 3. Força de impulsão hidrostática, I (vamos considerá-la desprezável) r r Pela Segunda Lei de Newton, ∑ F = ma r r r P + D = ma no eixo y : mg − 12 Cd ρAv 2 = ma ∴ a = g − 12 Cd ρAv m 2 r D r I ≈0 y r P A aceleração no inicio da queda é 9,8 m/s2, e vai diminuindo á medida que aumenta a velocidade. A aceleração será nula quando, vterm = 2mg Cd ρA Velocidade terminal Faça o cálculo da velocidade terminal de um pingo de chuva de raio 1,5 mm. Suponha que Cd=0.6 e que a massa específica do ar é 1,2 kg/m3 Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 67 Força centrípeta Um corpo em movimento circular uniforme tem uma aceleração centrípeta: v2 r ac = − uˆr r Pela Segunda Lei de Newton, a Resultante das Forças aplicadas nesse corpo terá necessariamente que ser uma força centrípeta com a mesma direcção da aceleração, (i.e. orientada para dentro do círculo) e que verifica: r mv 2 Fc = − uˆr r r r F = m a ∑ c ûr r mv 2 Fc = − uˆr r Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 68 Forças de Inércia A Segunda Lei de Newton pode escrever-se da seguinte forma: r r F ∑ − ma = 0 Se fizermos uma substituição de variáveis, r r Fi = − ma ⇒ r r ∑ F + Fi = 0 Transformamos uma equação do movimento numa equação de equilíbrio de forças. Chama-se a Fi força de inércia. Esta força tem a mesma direcão da aceleração mas sentido contrário sendo o seu módulo igual a ma. Aplicação ao movimento circular, r r ∑ F + Fci = 0 r mv 2 r sendo Fci = −mac = uˆr r A resultante das forças aplicadas e a força centrifuga de inércia estão em equilíbrio Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 69 Referências inerciais Uma pessoa, sobre a Terra, lança uma bola na direcção Norte-Sul. Essa pessoa vê um desvio da bola para oeste mas não sabe a razão da variação do vector-velocidade. Neste caso não é válida a Primeira Lei de Newton Um referencial inercial é um referencial onde é válida a primeira lei de Newton. Em contraste nos referenciais não-inerciais a primeira Lei de Newton não é válida pois possuem uma aceleração não nula. A Terra, em rigor, não é um referencial inercial embora, para pequenos movimentos, possamos assumir que é um referencial inercial. Qual a aceleração de um corpo em repouso sobre a Terra a 45º de latitude? Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 70 Força e Movimento I 1E. Uma cómoda com uma massa de 45 kg, incluindo aí gavetas e roupas, está apoiada sobre o chão. (a) Se o coeficiente de atrito estático entre a cómoda e o chão for de 0,45 qual será a intensidade da força horizontal mínima que uma pessoa deve aplicar para fazer com que a cómoda se comece a mover. (b) Se as gavetas e roupas, que juntas possuem uma massa de 17 kg, forem removidas antes de a cómoda ser empurrada, qual será a nova intensidade mínima? (200 N; 120 N) 2E. O coeficiente de atrito estático entre o Teflon e os ovos mexidos é de aproximadamente 0,04. Qual o menor ângulo, medido em relação à horizontal, que fará os ovos deslizarem no fundo de uma frigideira revestida com Teflon. 6E. Uma casa é construída no alto de um morro que apresenta um talude próximo de 45 º. Um estudo de engenharia indica que o ângulo do talude deveria ser reduzido, pois as camadas superiores do solo do talude poderiam escorregar sobre as camadas inferiores. Se o coeficiente de atrito estático entre as duas camadas é de 0,50, qual o menor ângulo φ que o talude deveria ser reduzido, para evitar o deslizamento? Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 71 Força e Movimento I. Problemas. 8E. Na figura uma alpinista de 49 kg está a escalar uma chaminé entre duas paredes de rocha. O coeficiente de atrito estático entre os seus sapatos e a pedra é 1,2 e entre as suas costas e a pedra é de 0,80. Ela reduziu a força com que empurrava a pedra até que suas costas e seus sapatos estivessem na eminência de deslizar. (a) Desenhe um diagrama de corpo livre para a alpinista. (b) Qual a força com que ela empurra a pedra? (c) Que fracção do seu peso é suportada pela força de atrito nos seus sapatos? 20P. Uma força P paralela à superfície inclinada de 15º para cima da horizontal, actua sobre um bloco de 45 N, como mostrado na figura. Os coeficientes de atrito entre o bloco e a superfície são µs=0,50 e µk=0,34. Se o bloco está inicialmente em repouso, determine o módulo, a direcção e o sentido da força de atrito que actua sobre o bloco para as seguintes intensidades da força P: (a) 5,0 N, (b) 8,0 N e (c) 15 N. Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 72 Forças e Movimento. Problemas. 22P. Na figura dois blocos estão ligados por um fio que passa por uma polia. A massa do bloco A é de 10 kg e o coeficiente de atrito cinético entre A e a rampa é de 0,20. O ângulo de inclinação da rampa é de 30º. O bloco A desliza para baixo com velocidade constante. Qual a massa do bloco B? 25P. Os dois blocos (com m=16 kg e M=88 kg) mostrados na figura não estão presos um ao outro. O coeficiente de atrito estático entre os blocos é de ms=0,38, mas a superfície em baixo do bloco maior é lisa e sem atrito. Qual a menor intensidade da força horizontal F necessária para evitar que os blocos escorreguem entre si? (490N) Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 73 Forças e Movimento. Problemas. 37E. Suponha que o coeficiente de atrito estático entre os pneus de um carro de corrida de Fórmula 1 seja de 0,6 durante um Grande Prémio de Automobilismo. Que velocidade deixará o carro na eminência de derrapar ao efectuar uma curva horizontal de raio 30,5 m de raio? (cerca de 48 km/h) 42P. Um ciclista desloca-se num circulo de raio 25,0 m a uma velocidade constante de 9,00 m/s. O conjunto bicicleta-ciclista possui uma massa total de 85,0 kg. Calcule a intensidade (a) da força de atrito que a pista exerce sobre a bicicleta, (b) da força resultante que a pista exerce sobre a bicicleta. 43P. Um estudante pesando 667 N passeia numa roda-gigante que gira a uma velocidade constante ( o estudante está sentado com as costas erectas). No ponto mais elevado, a intensidade da força normal N que o assento exerce sobre o estudante é de 556 N. (a) O estudante sente-se mais leve ou mais pesado nessa posição? (b) Qual a intensidade de N no ponto mais baixo? (c) Qual a intensidade N se a velocidade com que a roda gira for duplicada? (leve; 778 N) Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 74 Forças e Movimento. Problemas. 41P. Um disco de hóquei no gelo de massa m desliza sobre uma mesa sem atrito, enquanto permanece ligado a um cilindro em repouso de massa M, pendurado por um fio que passa por um buraco feito na mesa. Que velocidade do disco mantém o cilindro em repouso? Mgr m 47P. Como é mostrado na figura, uma bola de 1,34 kg está ligada, por dois fios de massa desprezável, a uma haste que gira em torno de um eixo vertical. Os fios estão ligados à haste e estão esticados. A tracção no fio de cima é de 35 N. (a) Desenhe o diagrama de corpo livre para a bola. (b) Qual a tracção no fio de baixo? (c) Qual a força resultante sobre a bola e (d) Qual a velocidade. (8,74 N; 37,9 N; na direcção radial para dentro; 6.45 m/s) Fig. 47P Fig. 41P Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 75 Trabalho e Energia. Trabalho efectuado por uma Força. r r W1 = F1 s cos(θ ) Definição: O trabalho W1 realizado pela força F1 é, r r r F1 F F2 2 θ r F1 1 r F4 r F3 r s r F4 r F3 θ1 é o ângulo entre a força F1 e o vector-deslocamento s O Trabalho Total é a soma dos trabalhos individuais efectuados por cada uma das forças Wt = ∑Wi Unidades: As unidades de trabalho são N.m =Joule. O trabalho é um escalar ou um vector? NOTA: Embora a força seja invariante para todos os referenciais de inércia, o percurso s não é invariante. Por isso, o trabalho pode variar de observador para observador inercial. Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 76 Exemplos de trabalhos efectuados por Forças constantes r N 1. Trabalho realizado pela Força Normal ao plano r N s WN = N cos(90) s = 0 O trabalho realizado pelas forças perpendiculares ao deslocamento é nulo. 2. Trabalho realizado pela Força de Atrito Cinético r Fa WFa = Fa cos(180) s = − Fa s r Fa s O trabalho realizado pela força de atrito é negativa. 3. Trabalho realizado pela Força Gravítica r WP = P l cos(θ ) = mgl sin (α ) = mgh a b O trabalho realizado pelo peso não depende do ângulo do plano inclinado mas apenas do desnível entre as posições inicial e final. Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm α l θ h = l sin(α ) = l cos(θ ) r P 77 Definição de trabalho infinitésimal Quando a força varia no percurso considerado a definição de trabalho continua válida mas agora apenas para um percurso infinitésimal. Se o percurso em causa fôr infinitesimal, r F θ r F r dr r dr = ds r r r dW = F cos(θ ) ds = F ⋅ dr Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 78 Forças em Molas 0 0 x1 x2 0 Fm1 Fm2 A mola aplica no objecto uma força Fm no sentido contrário da sua extensão x, de forma a repor o seu comprimento inicial. Quanto mais se desloca do equilíbrio maior é a força aplicada pela mola, i.e. Fm = −kx Fm x Onde x é o deslocamento da extremidade da mola relativamente ao seu ponto de equilibrio e k é a constante da mola cujas unidades são N/m e mede a sua rigidez. Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 79 Trabalho efectuado pela força de uma mola Qual o trabalho realizado pela força da mola sobre o objecto, quando este se desloca de xi para xf? 0 r dW = Fm cos(180) dx xf xi dx x f Fm ∫ dW = ∫ kx(− 1) dx xi W =− kx 2f 2 + kxi2 2 Se a posição inicial for xi=0 (i.e. sem extensão inicial), o trabalho realizado pela mola para elongar até x será, kx 2 W =− 2 Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 80 Energia cinética De acordo com a segunda Lei de Newton, r r dv ∑ F = m dt Se o problema tiver uma dimensão: dv dt (∑ F ) dx = m dv dx dt (∑ F ) dx = m dv dx dt dt dt (∑ F ) dx = mv dv dt dt ∑F = m ( ) m d v2 (∑ F ) dx = dt 2 dt mv 2 (∑ F ) dx = d 2 Integrando entre dois instantes t2 e t1, x2 v2 mv 2 ∫ (F1 + F2 + F3 + ...) dx = ∫ d 2 x1 v1 mv22 mv12 − W1 + W2 + W3 + ... = 2 2 W1 + W2 + W3 + ... = Ec 2 − Ec1 Chamamos energia cinética a: mv 2 Ec = 2 NOTA: Pode-se provar que esta equação é válida também para o movimento a três dimensões. Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 81 Teorema do Trabalho-Energia: consequências W1 + W2 + W3 = ∆Ec WR = ∆Ec 1. O trabalho da força resultante é igual ao somatório dos trabalhos efectuados por cada uma das forças aplicadas. 2. A soma do trabalhos efectuados pelas forças aplicadas, é igual á variação da energia cinética da partícula. Este é o teorema do trabalho-energia e também é válido a três dimensões. Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 82 Potência A potência é o trabalho realizado por unidade de tempo: P = A potência instantânea é dada por: P = A potência de uma força F cujo ponto de aplicação se movimenta com velocidade v é dada por: ∆W ∆t dW dt r r r dW F ⋅ dr r dr r r P= = = F ⋅ = F ⋅v dt dt dt r r P = F v cos(θ ) Unidades A unidade SI de potência é o Watt = 1 J/s Existem outras unidades de potência regularmente utilizadas como o cavalo-vapor, 1 Cv (hp) = 746 W É costume definir uma unidade de trabalho/energia denominada kW.h que corresponde á energia produzida/consumida durante uma hora á taxa de 1 kW. A quantos Joules correspondem 1 kW.h? Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 83 Trabalho e Energia. Problemas. 11P. A Figura mostra três forças aplicadas a um baú que se move 3,0 m para a esquerda sobre um piso sem atrito. Os módulos das forças são F1=5,00 N, F2=9,00 N e F3=3,00 N. Durante o deslocamento, (a) Qual é o trabalho resultante que as três forças realizam sobre o baú? (b) A energia cinética aumenta ou diminui? r F1 r F2 60° r F3 17P. Um helicóptero eleva uma astronauta de 72 kg verticalmente, 15m a partir do oceano, por meio de um cabo. A aceleração da astronauta é g/10. Qual o trabalho realizado sobre a astronauta? (a) Pela força do helicóptero e (b) pela força gravitacional que age sobre ela? Quais são: (c) a energia cinética e (d) a velocidade da astronauta imediatamente antes de ela alcançar o helicóptero? 22P. Um bloco de 250 g é solto sobre uma mola vertical sem deformação que possui uma constante da mola k = 2,5 N/cm. O bloco passa a ficar preso à mola comprimindo-a 12 cm antes de parar por um instante. Enquanto a mola estiver a ser comprimida, qual o trabalho realizado sobre o bloco (a) pela força gravitacional que age sobre ele e (b) pela força da mola? (c) Qual velocidade da bloco imediatamente antes de acertar a mola? (Suponha que o atrito seja desprezável) (d) Se a velocidade no impacto for duplicada qual será a compressão máxima da mola? Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 84 Trabalho e Energia. Problemas. 30E. A cabine carregada de um elevador possui uma massa de 3,0 x 103 kg e sobe 210 m em 23 s com velocidade constante. Qual será a taxa média de trabalho realizado pela força do cabo do elevador sobre a cabine? 33P. Uma força de 5,0 N actua sobre um corpo de 15 kg inicialmente em repouso. Calcule o trabalho realizado pela força (a,b e c) no primeiro, no segundo e no terceiro segundos, e (d) a potência instantânea devida à força actuante no final do terceiro segundo. Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 85 Forças conservativas e Energia Potencial Trabalho realizado pela força da gravidade O trabalho realizado pelo peso é mgh como já vimos. É independente da inclinação do plano inclinado e só depende do desnível entre as posições inicial e final. y yi yf ( W = mg yi − y f ) O trabalho só depende das posições inicial e final. Se o corpo voltar à posição inicial qual será o trabalho total? Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 86 Trabalho realizado por uma mola O trabalho efectuado por uma mola sobre um corpo, quando esta se elonga de xi para xf, é dado por, 2 kxi2 kx f W = − 2 2 xi xf O trabalho só depende das posições inicial e final. Se o corpo voltar à posição inicial qual será o trabalho total? Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 87 Trabalho realizado pela força de atrito cinético É sempre negativo. W = − Fac s Mesmo que o corpo volte á posição inicial, o trabalho total não será nulo. A que será igual o trabalho total realizado pela força de atrito cinético? r s r Fac r Fac Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 88 Forças Conservativas Exemplos de forças conservativas A força da gravidade e a força da mola são forças conservativas A força de atrito é uma força não-conservativa. Propriedades das forças conservativas 1. Num ciclo o trabalho de uma força conservativa é nulo. 2. O trabalho realizado por uma força conservativa depende apenas das posições inicial e final e é independente do caminho utilizado. 3. O trabalho de uma força conservativa pode, ser expresso pela variação no valor de uma função U(r), que depende apenas da posição da partícula. A esta função chama-se a energia potencial. r U (r2 ) ≡ U ( x2 , y2 , z 2 ) r U (r1 ) ≡ U ( x1 , y1 , z1 ) Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 89 Energia Potencial Por conveniência é costume definir-se essa função da seguinte forma: W = U1 − U 2 = −(U 2 − U1 ) = −∆U U2 U1 i.e. o trabalho realizado por uma força conservativa é o simétrico da variação da energia potencial. É portanto uma função pontual que depende apenas dos pontos inicial e final e não do que se passa entre esses dois pontos. Se a energia potencial diminui o trabalho realizado pela força é positivo Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 90 Energias Potenciais W = −∆U = U1 − U 2 TAREFA: Tendo uma equação para o trabalho de uma força, deduzir a energia potencial que faz com que a respectiva variação seja igual ao trabalho realizado? 1 1 Wg = mghi − mgh f Wm = kxi2 − kx 2f 2 2 h hi hf Energia potencial gravítica Energia potencial da mola U g = mgh 1 U m = kx 2 2 xi xf Verifique também que a derivada da energia potencial numa determinada direcção dá a componente da força nessa direcção. i.e. r r ∂U uˆr = Fr uˆr dU = − F ⋅ dr ⇒ − ∂r Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 91 Conservação de energia ∆Ec = Wg + Wm + W3 + W4 + W5 Teorema do trabalho-energia, Considerou-se por hipótese, que um dos trabalhos é realizado pela força da gravidade e o outro pela força de uma mola. W g = − ∆U g ⇒ ∆Ec = − ∆U g + (− ∆U m ) + Wnc Wm = −∆U m O trabalho Wnc é o somatório dos trabalhos excluindo os trabalhos das forças gravítica e da mola. ( Usando a definição de energia potencial obtemos, Expandindo e agrupando, ) (Ec 2 + U g 2 + U m2 ) − (Ec1 + U g1 + U m1 ) = Wnc Á soma das energias cinética e potenciais denominamos energia mecânica, Emec = Ec + U g + U m Concluimos então que a variação da energia mecânica é igual ao trabalho das forças não conservativas, i.e., ∆Emec = Wnc Se o trabalho Wnc, das forças não-conservativas fôr nulo então a energia mecânica conserva-se, ∆Emec = 0 Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 92 Energia potencial. Conservação de energia. Problemas. 11. (a) Que velocidade inicial mínima deve ser dada á bola para que ela alcance a máxima posição vertical? (b,c) Qual então as velocidades: no ponto mais baixo e no ponto do lado direito à mesma altura do ponto inicial? (d) Se a massa da bola duplicasse as suas respostas às alíneas anteriores aumentavam, diminuíam ou permaneceriam constantes? 13. Um camião desgovernado, cujo freio não funciona, move-se ladeira abaixo a 130 km/h, imediatamente antes de o motorista desviá-lo em direcção a uma rampa de emergência sem atrito e com inclinação para cima de 15º. A massa do camião é de 5000 kg. (a) Qual o comprimento mínimo L que deve possuir a rampa para que o camião pare ao longo dela? (b) Esse comprimento varia com a massa do camião? (c) E com a sua velocidade? (d) Esta rampa, em particular, serviria o propósito para que foi construída? 16. A figura mostra uma pedra de 8,00 kg em repouso em cima de uma mola. A mola está comprimida de 10,0 cm pela pedra. (a) Qual a constante da mola? (b) A pedra é empurrada para baixo mais 30,0 cm e é então solta. Qual a energia potencial elástica da mola comprimida imediatamente antes de a pedra ser solta? (c) Qual a variação da energia potencial gravitacional do sistema pedra-Terra quando a pedra se move do ponto em que foi solta até à altura máxima? (d) Qual será essa altura máxima, medida a partir do ponto em que a mola é solta? Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 93 Energia potencial. Conservação de energia. Problemas. 20. Na figura, quais são (a) a componente horizontal e (b) a componente vertical da força resultante que age sobre o bloco no ponto Q? (c) De que altura h, o bloco deve ser solto do repouso, de modo que ele esteja na iminência de perder contacto com a pista no ponto mais alto do loop? Faça um gráfico da intensidade da força normal sobre o bloco no ponto mais alto do loop em função da altura inicial na faixa de h=0 até h=6R. 21. Na Figura D, solta-se um bloco de 12 kg a partir do repouso numa rampa de 30º sem atrito. Abaixo do bloco está uma mola que pode ser comprimida 2,0 cm por uma força de 270 N. O bloco pára por um instante, ao comprimir a mola de 5,5 cm. (a) Que distância percorre o bloco ao longo da rampa até parar? (b) Qual a velocidade do bloco no exacto momento em que toca a mola? 63P. Uma partícula pode deslizar ao longo de uma pista com as extremidades elevadas e uma parte central plana de comprimento L como se mostra na figura. Não há atrito nas partes curvas mas, na parte plana, o coeficiente de atrito cinético é 0,2. A partícula é solta do ponto A, a uma altura ho=L/2. Aonde a partícula irá parar? A ho L Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 94 Energia potencial. Conservação de energia. Problemas. 37P. A energia potencial de uma molécula diatómica (um sistema de dois átomos como o H2 ou o O2) é dada por, A B U = 12 − 6 r r onde r é a separação entre os dois átomos da molécula e A e B são constantes positivas. Esta energia potencial está associada à força que mantém os dois átomos juntos. (a) Encontre a separação de equilíbrio Ro, isto é a distância para a qual a força de interacção não é nem repulsiva nem atractiva; (b) Se a distância entre os dois átomos for maior que Ro a força de interacção é repulsiva ou atractiva? 61P. Uma pedra com peso igual w é lançada no ar para cima, na direcção vertical, a partir do nível do solo com velocidade inicial vo. Se uma força constante f, devida á força de arrasto do ar, actuar sobre a pedra do inicio ao fim do seu voo (a) Mostre que a altura máxima alcançada pela pedra será, vo2 h= 2 g (1 + f w) (b) Mostre que a velocidade da pedra imediatamente antes do impacto contra o solo será, 12 w− f v = vo w + f Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 95 Energia potencial entre dois átomos 0.5 0.4 Energia potencial 0.3 U= 0.2 A r12 − B r6 0.1 0 -0.1 -0.2 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2 distância 2.2 2.4 Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 2.6 2.8 96 Energia potencial. Conservação de energia. Problemas. 10. A mola A é mais rígida do que a mola B; isto é kA>kB. Qual das molas realizará mais trabalho se as molas forem comprimidas (a) da mesma distância? (b) pela mesma força aplicada? 54. Um fardo de 4,0 kg começa a subir um plano inclinado de 30º com uma energia cinética de 128 J. Até que distância ele conseguirá deslizar para cima do plano inclinado se o coeficiente de atrito cinético entre o fardo e o plano inclinado for de 0,30? 26. Tarzan, que pesa 688 N, salta de um penhasco balançando-se na extremidade de uma liana de 18 m de comprimento. Ele desce 3,2 m do alto do penhasco até ao ponto mais baixo em que larga a liana. A liana rompe-se quando a força que actua sobre ela excede 950 N. (a) Será que a liana se rompe? (b) Caso não se rompa, qual a maior força que actua sobre a liana durante o balanço? (c) Caso se rompa, qual será o ângulo com a vertical no instante da ruptura? 27. Duas crianças jogam tentando atingir uma caixa no chão com um berlinde lançado por uma mola assente sobre uma mesa. A caixa está a uma distância de 2,20 m da extremidade da mesa medida na horizontal. Sabendo que, quando Bobby comprimiu a mola de 1,10 cm o berlinde ficou a 0,27 cm da caixa, de quanto deverá Rhoda comprimir a mola para que o seu tiro seja certeiro? Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 97 Quantidade de Movimento Angular Uma partícula que se move relativamente a um sistema de eixos tem, Quantidade de Movimento Linear r r p = mv z r v r r Tem também relativamente á origem do sistema de eixos uma y Quantidade de Movimento Angular r r r r r l = r × p = r × mv x O vector Quantidade de Movimento Angular é perpendicular ao plano formado pelos vectores posição e velocidade e o seu módulo é dado por: φ r⊥ l = r sen(φ ) mv = r⊥ p Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm r v r r Vista de topo em relação ao plano formado pelos vectores posição e velocidade 98 A Segunda Lei de Newton na forma Angular Para uma partícula sabemos que, r dpr Fi = ∑ { dt r Fres i.e. A resultante das forças aplicadas é igual á taxa de variação da quantidade de movimento linear. Se a resultante das forças for nula a variação também é nula. Podemos mostrar que em relação á quantidade de movimento angular, r Torque da força i r r r r dl τ τ = i = r × Fi ∑ i { dt r τ res i.e. Para uma partícula a resultante dos torques é igual á taxa de variação da quantidade de movimento angular. Corolário: Se o torque resultante for nulo a variação também é nula. Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm z r r r r F 2 F1 r r F 3 F4 y x φ r F r⊥ τ = r sen(φ ) F = r⊥ F 99 Movimentos Linear (1D) e de Rotação (analogias) Linear Angular Posição x θ Velocidade v ω Aceleração a α Movimento velocidade constante Velocidade Posição v = cte ω = cte x = xo + vt θ = θ o + ωt Movimento aceleração constante Aceleração a = cte α = cte Velocidade v = vo + at ω = ωo + αt x = xo + vot + at 2 2 θ = θ o + ω ot + αt 2 2 Posição Fisica ID, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 100 Rotação 2E. Qual a velocidade angular (a) do ponteiro dos segundos, (b) do ponteiro dos minutos, e (c) do ponteiro das horas de um relógio analógico. Responda em radianos por segundo. 6P. A roda da figura tem oito raios igualmente espaçados e um diâmetro de 60 cm. Ela está montada num eixo mecânico fixo e está girando a 2,5 ciclos/s. Você quer atirar uma flecha de 20 cm paralela a este eixo que atravesse a roda sem acertar nenhum dos raios. Suponha que a flecha e os raios sejam bem finos. (a) Qual a velocidade mínima que a flecha deve ter? (b) Será importante saber o lugar para onde você mira, entre o eixo e a borda da roda? Se for qual o melhor lugar? 9E. O prato de um gira-discos girando a 33 1/3 rpm desacelera e pára 30 s depois de o motor ser desligado. (a) Determine a sua aceleração angular (constante) em rotações por minuto quadrado. (b) Quantas voltas ele completa neste tempo? Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 101 Rotação 29P Na figura o volante de raio rA=10 cm está acoplado por uma correia B a um volante C de raio rC=25 cm. Aumenta-se a velocidade angular do volante A a partir do repouso a uma taxa constante de 1,6 rad/s2. Determine o tempo para que o volante C alcance uma rotação de 100 rpm supondo que a correia não deslize. 32P. Um prato de um gira-discos gira a uma velocidade de 33 1/3 rpm. Uma semente de melancia está sobre o prato a 6,0 cm do eixo de rotação. (a) Calcule a aceleração da semente supondo que ela não desliza. (b) Qual o valor mínimo do coeficiente de atrito estático entre a semente e o prato a fim de que a semente não deslize? (c) Suponha que o prato atinge a sua velocidade angular partindo do repouso e sofrendo uma aceleração angular constante durante 0,25 s. Calcule o coeficiente de atrito estático mínimo necessário para que a semente não deslize durante o período de aceleração. 18P. Uma roda girando em torno de um eixo fixo que passa pelo seu centro possui uma aceleração constante de 4,0 rad/s2. Num certo intervalo de 4,0 s a roda descreve um ângulo de 80 rad. (a) Qual a velocidade angular da roda no inicio do intervalo de 4,0 s? (b) Supondo que a roda parte do repouso há quanto tempo ela estava em movimento no inicio do intervalo de 4,0s? Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 102 Gravitação Força gravitacional de interacção G é a constante de gravitação. Determine as suas unidades. G= 6,67 x 10-11 N.m2/kg2 r Mm Fg = −G 2 uˆr r Terra ûr MT= 5,98x1024 kg RT= 6,37x106 m Distância Terra-Lua: 3,82x108 m Lua ML= 7,36x1022 kg RL= 1,74x106 m Qual a relação entre o peso e a força de atracção gravitacional? Qual o valor da aceleração da gravidade g, em função da massa e do raio da Terra? Qual o período de revolução de um satélite geostacionário? A que distância da Terra se situa a órbita geostacionária? Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm 103 Energia potencial gravitacional A energia potencial de gravitação é, Ug U g = −G Ec Mm r Emec r U g = −G Mm r Mostre que, á superfície terrestre, a variação da energia potencial quando nos elevamos de h é, aproximadamente, mgh. Qual a energia cinética necessária a um projéctil para sair do campo gravitacional terrestre? Mostre que, (ver definição de força conservativa) Fg = − Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm ∂U g ∂r 104