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Física I
Disciplina
T (H)
TP (H)
P (H)
ECTS
Área Cient.
Sector
Física I
(Informática)
3
0
1,5
6,5
Física
DF
Regras
Funcionamento da disciplina
Aulas Teóricas em 2 blocos de 1,5 h cada (com resolução de
problemas)
Aulas Laboratoriais (Práticas) em blocos de 3h, sala 101 – edificio I
Bibliografia (também para Física II e III):
Halliday, Resnick & Walker, Fundamentals of Physics (6th ed)
Halliday, Resnick & Walker, Fundamentos de Física, vol.1, 2 (6ª ed)
Guiões, Manual e Problemas (enunciados) disponíveis no arquivo de
www.df.fct.unl.pt
Resoluções de alguns problemas e enunciados e resoluções de
exames de anos anteriores em www.df.fct.unl.pt
Site:
Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm
1
Física, Avaliação
Meios de avaliação
•
Relatórios de 5 trabalhos práticos, realizados nas aulas práticas, a que
corresponderá uma nota, NL , dada pela média das notas de todos os relatórios
(os relatórios não efectuados ficarão com nota igual a zero);
•
Dois testes de avaliação a que corresponderá as notas NT1 e NT2 e a sua média
aritmética NT.
1. T1 a 20Abr05
2. T2 a 1Jun05
•
Exame de Recurso, a que corresponderá uma nota, NE.
•
A Nota Final é NF
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2
Regras de Avaliação
Critério de Frequência: NL ≥10
Nota: É reconhecida a frequência (i.e. NL - nota dos laboratórios positiva) obtida
em anos anteriores.
Critério de Aprovação:
Para os alunos que obtêm frequência em 2004/2005
NL ≥10 e NT ≥8 (desde que NT1 e NT2 ≥6) e NF ≥10
ou
NL ≥10 e NE ≥8 e NF ≥10
com NF =0,5 NL+0,5 NT ,
com NF =0,5 NL+0,5 NE ,
Para os alunos que obtiveram frequência de anos anteriores
NL ≥10 e NT ≥10 (desde que NT1 e NT2 ≥6) e NF ≥10 com NF =NT ,
ou
NL ≥10 e NE ≥10
com NF =NE
Cálculo das Notas; a nota NL será dada em unidades da escala (1 a 20); as outras notas
poderão ser dadas com aproximação às décimas ou centésimas; o arredondamento será feito
apenas na nota final.
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Programa
Conceitos Gerais: Grandezas, medidas, incertezas, dimensões e unidades. O espaço
e o tempo. Referenciais. Os modelos da mecânica.
Cinemática: Os conceitos de velocidade e aceleração. Determinação da velocidade e
do vector posicional a partir da aceleração. Movimento relativo de translação uniforme,
transformação de Galileu.
Dinâmica da Partícula: Referenciais de inércia. Conservação do momento linear, do
momento angular e da energia de uma partícula. Referenciais não inerciais.
Interacção Gravitacional: Forças centrais. Leis de Kepler. Lei da gravitação universal.
Campo gravítico. Energia potencial gravítica. A terra como referencial não inercial:
efeito centrífugo e de Coriolis.
Dinâmica de Sistemas de Partículas: Centro de massa e referencial do centro de
massa. Conservação do momento linear, do momento angular e da energia. Colisões.
Sistemas de massa variável.
Introdução à Mecânica Estatística: Lei de distribuição de Maxwell Boltzman. Noções
estatísticas de temperatura e de entropia.
Dinâmica de Fluidos: Fluidos em repouso; leis de Pascal e Arquimedes. Fluidos em
movimento; equações de continuidade e de Bernoulli.
Movimentos Oscilatórios: Movimento oscilatório harmónico, amortecido e forçado
(ressonância).
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Física I
Coordenadora de Física I: Profª. Adelaide Pedro de Jesus, [email protected]
Teóricas: Prof. Carlos J. Dias, Gab 104-I, [email protected]
Secretaria do Departamento de Física I, sala 202, edificio I
Inscrições nos testes e exames obrigatória.
Site Física IA
www.df.fct.unl.pt
Informática: http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm
Inscrições manual nos turnos práticos: para todos aqueles que por algum motivo
não se tenham inscrito. Quarta-feira, 2Mar05 á tarde 14H-16H, sala 101, edificio I.
Aulas práticas começam a 07Mar05
Na 1ª aula prática preencher a ficha de aluno. É necessário uma fotografia. Não é
facultativo.
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Leis da Física
O que é uma Lei Física?
Relação quantitativa entre grandezas físicas.
Por exemplo a relação entre a força e a aceleração.
F = ma
Natureza da lei física
A lei física é a melhor aproximação possível aos dados experimentais.
Quando existem dados os quais não são correctamente descritos por uma lei física
esta deve ser modificada de forma a incluir também os novos dados.
Este método, chamado científico, depende da medição de grandezas físicas.
Em que consiste uma medição?
Consiste na comparação de uma grandeza com uma unidade padrão.
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Sistema Internacional de Unidades
Compreende sete grandezas fundamentais:
Comprimento
(metro [m])
Tempo
(segundo [s])
Massa
(quilo [kg])
Temperatura
(kelvin [K])
Intensidade de corrente eléctrica
(ampere [A])
Quantidade de matéria
(mole [mol])
Intensidade luminosa
(candela [cd])
Termómetro de gás
Padrão da massa
(entre parênteses estão as unidades e respectivas abreviaturas
utilizadas no sistema SI)
Todas as outras grandezas físicas são derivadas destas
grandezas fundamentais
As grandezas a itálico são aquelas que serão abordadas nesta
cadeira.
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Unidades e Padrões
Porque é que precisamos de unidades de medida?
Inicialmente, para fins sociais, pois facilitava a troca de bens.
Hoje em dia, a forma de interagirmos com o mundo depende
em larga medida da exactidão com que determinadas
teorias explicam o mundo e predizem o seu comportamento
futuro.
Definições das unidades fundamentais
O metro é o comprimento da trajectória percorrida pela luz no vácuo durante um
intervalo de tempo de 1/299 792,458 de um segundo
Um segundo é o tempo gasto para que ocorram 9 192 631, 770 oscilações da luz (de
um comprimento de onda específico) emitidas por um átomo de Césio-133
O padrão SI de massa é um cilindro de Platina/Iridio mantido na Agência Internacional
de Pesos e Medidas.
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Prefixos
Para expressar grandezas físicas muito grandes ou muito
pequenas, empregam-se prefixos ás unidades. Estes
prefixos encontram-se tabelados
Por exemplo um (milí)metro é 10-3m
Factor
Prefixo
Simbolo
1012
Tera-
T
109
Giga-
G
106
Mega-
M
103
Quilo-
k
10-2
centi-
c
10-3
Mili-
m
10-6
micro-
µ
10-9
nano-
n
10-12
pico-
p
10-15
femto-
f
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Dimensões
As dimensões das grandezas derivadas
podem ser expressas em função das
dimensões das grandezas fundamentais.
Por exemplo,
Grandeza
Unidades SI
Dimensões
Comprimento
m
[L]
Tempo
s
[T]
Massa
kg
[M]
Frequência
Hz
[T-1]
Velocidade
m/s
[LT-1]
Força
N
[MLT-2]
Pressão
N/m2
[ML-1T-2]
Energia
J
[ML2T-2]
Exemplo
A força de atracção gravitacional entre
duas massas separadas da distância d
é dada por,
F =G
M 1M 2
d2
Quais as dimensões da constante
universal de gravitação G? E as suas
unidades no sistema SI?
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Algarismos significativos
3 km é muito diferente de 3,00 km. Porquê?
O número de algarismos significativos informa-nos sobre a incerteza que
existe relativamente ao resultado experimental.
Regras
Contagem. Começa-se pela esquerda e ignorando os zeros. Contam-se os números até
áquele em relação ao qual temos dúvidas (mas incluindo-o). Se o primeiro algarismo do
número for 5, ou maior, conta por dois.
Numa soma ou subtracção retém-se o valor até à casa decimal sobre a qual existem
dúvidas
Num produto ou divisão o resultado deve ter um número de algarismos significativos
igual ao menos preciso dos factores
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Unidades e Medidas. Problemas
8P. Nos Estados Unidos uma casa de bonecas está na escala de 1:12 em relação a uma
casa real (ou seja cada comprimento é 1/12 do correspondente numa casa real) enquanto
que uma casa-miniatura é construída numa escala 1:144. Suponha que uma casa real
(ver figura) possui uma largura de fachada de 20 m, uma profundidade de 12 m, uma
altura de 6,0 m e um telhado tradicional de duas águas (faces triangulares verticais nas
extremidades) com 3,0 m de altura. Em metros cúbicos, quais os volumes (a) da casa de
boneca e (b) da casa-miniatura? (R: 1,042 m3; 6,03x10-4 m3)
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Unidades e Medidas. Problemas
13P. Cinco relógios estão sendo testados num laboratório. Exactamente ao meio-dia,
determinado pelo sinal WWV, as leituras dos relógios em dias seguidos de uma
semana são tabelados com se mostra a seguir. Classifique os relógios de acordo com o
seu valor relativo como bons cronómetros, do melhor para o pior. Justifique a sua
escolha. (R: C, D, A, B, E)
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Unidades e Medidas. Problemas
15P. Uma unidade astronómica (UA) é a distância média do Sol á Terra,
aproximadamente 1,5x108 km. A velocidade da luz é aproximadamente 3,0x108 m/s.
Expresse a velocidade da luz em termos das unidades astronómicas por minuto. (R:
0,12 UA/min)
19E. A Terra possui uma massa de 5,98x1024kg. A massa média dos átomos que
compõem a Terra é de 40 uma (1 uma = 1/12 da massa de um átomo de carbono =
1,6605402x10-27 kg). Quantos átomos existem na Terra? (R: 9,0x1049 átomos)
21P. (a) Supondo que cada centímetro cúbico de água possui uma massa de
exactamente 1g, determine a massa de um metro cúbico de água em quilogramas. (b)
Suponha que demora 10,0h para esvaziar um recipiente com 5700 m3 de água. Qual a
taxa de escoamento mássico da água em quilogramas por segundo? (R: 103kg; 158
kg/s)
Qual a velocidade em m/s de um carro cujo velocímetro indica 90 km/h? E em mph
(i.e. milhas por hora; 1 mi=1,609 km)? (R: 25 m/s; 55,9 mph)
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Cinemática a uma dimensão. Velocidade média
A velocidade média é,
vmed =
deslocamento
x − x ∆x
= 2 1=
intervalo de tempo t2 − t1 ∆t
x
Atenção que, físicamente,
o corpo está sempre
sobre o eixo do x.
Gráfico da posição de um corpo
no eixo x em função do tempo
x2
∆x
x1
∆t
t1
t2
t3
t
Q: Quando é que a velocidade é negativa?
R: Quando, no intervalo de tempo ∆t considerado, o valor algébrico do
deslocamento ∆x, fôr negativo.
NOTA: A velocidade NÃO DEPENDE da posição.
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Velocidade Instantânea
A velocidade instantânea é o limite da velocidade média quando o intervalo
de tempo tende para zero.
x − x1
∆x dx
= lim
=
∆t →0 t − t1
∆t →0 ∆t
dt
v = lim
Gráfico da posição de um corpo
no eixo x em função do tempo
x
x1
t1
t
A velocidade é pois a derivada da posição x(t) em ordem ao tempo.
É o declive da tangente da curva x(t) no ponto t=t1
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Aceleração a uma dimensão
A aceleração representa a taxa de variação da velocidade no tempo.
Aceleração média amed =
amed
a
v
∆t
t1
∆v
∆t
Aceleração (instantânea)
Atenção que, físicamente,
o corpo continua sempre
sobre o eixo do x.
a=
dv
dt
A aceleração é pois a derivada
da velocidade em ordem ao
tempo.
∆v
t
Q: Quando é que a aceleração é negativa?
R: Quando há uma variação algébrica negativa (∆v) da velocidade,
no intervalo de tempo considerado.
Q: O que é que se entende por desaceleração na linguagem
corrente?
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Queda dos
graves
y
∆v
= −g
∆t
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Determinação da Aceleração e da Velocidade
Se tivermos
A velocidade é dada por,
x = x(t )
v=
dx
dt
E a aceleração é dada por,
A velocidade é a primeira
derivada da posição
dv d 2 x
a=
=
dt dt 2
A aceleração é a segunda
derivada da posição
Suponha que a posição de um carro obedece á seguinte equação: x = 3t 2 + 4t + 2
Esquematize a posição num gráfico x(t).
Qual a velocidade e aceleração desse carro em função do tempo?
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Velocidade e Posição a partir da Aceleração
E o inverso? Sabemos a aceleração e queremos saber a velocidade?
a=
dv
dt
⇒ dv = a dt e integrando
v
t
vo
to
∫ dv = ∫ a dt
t
⇒ v − vo = ∫ a dt
to
t
v = vo + ∫ a dt
to
Por analogia a posição do corpo pode ser determinada a partir da sua
velocidade,
dx
v=
dt
t
⇒
x = xo + ∫ v dt
to
vo e xo são respectivamente a velocidade e a posição do corpo no instante t=t0.
Chamam-se as condições iniciais do problema porque é frequente que t0=0.
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Caso particular: quando a aceleração é constante
Se a=constante. Obtém-se para a velocidade,
Sabendo-se a velocidade, a posição é dada por,
t
x = xo + ∫ v dt
t
v − vo = ∫ a dt
to
to
t
x = xo + ∫ [vo + a(t − to )]dt
v − vo = a(t − to )
v = vo + a (t − to )
to
a(t − to )2
x = xo + vo (t − to ) +
2
Se t0=0,
(i.e. Se t0 coincidir com o inicio da
contagem dos tempos)
Aplicação à Queda dos graves
É costume, mas não obrigatório,
orientarmos o eixo para cima. Assim,
a = constante
v = vo + at ; recta
at 2
x = xo + vot +
; parábola
2
a = −g
v = vo − gt
gt 2
y = yo + vot −
2
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y
∆v
= −g
∆t
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Áreas
t
O deslocamento x-xo é, por definição:
x − xo = ∫ v dt
to
x-x0 é numéricamente igual á área delimitada pela curva da velocidade
entre os instantes to e t.
v
t
x − xo = ∫ v dt
to
t0
t
Casos particulares:
a) Velocidade constante.
b) Velocidade aumentando ou diminuindo linearmente no tempo.
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Movimento rectilíneo. Problemas
2.1 Você dirige uma pick-up mal-conservada numa estrada recta de 8,4 km a 70 km/h,
quando a pick-up pára por falta de gasolina. Nos 30 min seguintes você caminha outros
2,0 km pela estrada até chegar a um posto de gasolina.
(a) Qual o deslocamento total desde a saída com a pick-up até chegar ao posto? (b)
Qual o intervalo de tempo desde o inicio da viagem até à chegada ao posto? (c) Qual a
sua velocidade média entre o inicio e o fim da viagem? (d) Determine numericamente e
graficamente. (e) Suponha que para colocar gasolina, pagar e voltar à pick-up leva 45
min. Qual a velocidade escalar média do inicio até ao instante em que chega de volta à
pick-up?
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Movimento rectilíneo. Problemas
20P. Um electrão que move-se ao longo dos eixo dos xx tem a sua posição dada por
x=16 t e-t m, onde t está em segundos. A que distância da origem está o electrão
quando ele pára momentaneamente? (R: 5,89 m/s)
24P. A cabeça de uma cascavel pode acelerar até 50 m/s2 ao golpear uma vítima. Se
um carro pudesse ter essa aceleração, quanto tempo levaria para ele atingir uma
velocidade de 100 km/h partindo do repouso? (0,56 s)
33P. Um carro circulando a 56,0 km/h está a 24,0 m de uma barreira quando o motorista
pisa com força no travão. O carro bate na barreira 2,00 s depois. (a) Qual a
desaceleração constante do carro antes do impacto? (b) Com que velocidade se
desloca o carro quando se dá o impacto? (-3,56 m/s2; 8,44 m/s)
36P. No instante em que o sinal de trânsito fica verde, um automóvel parte com uma
aceleração a de 2,2 m/s2. No mesmo instante um camião, circulando com velocidade
constante de 9,5 m/s alcança e ultrapassa o carro. (a) A que distância do sinal é que o
carro ultrapassará o camião? (b) Qual será a velocidade do carro nesse instante? (82 m;
19 m/s)
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Movimento rectilíneo. Problemas
11E. (a) Se a posição de uma partícula é dada por x = 4 – 12t + 3t2 (onde t está em
segundos e x em metros), qual a velocidade no instante t=1 s? (b) Nesse momento
exacto ela desloca-se no sentido positivo ou no sentido negativo do eixo dos xx? (c)
Qual o módulo da velocidade nesse instante? (d) O módulo é maior ou menor em
instantes posteriores? (Tente responder as próximas perguntas sem efectuar cálculos)
(e) Existe algum instante em que a velocidade se chegue a anular? (f) Existe um
tempo após t=3 s no qual a partícula se desloque no sentido negativo do eixo dos xx?
(R: -6 m/s; no sentido negativo; 6 m/s; primeiro é menor e depois é maior; sim (t=2);
não)
16E. Uma avestruz assustada move-se em linha recta com uma velocidade descrita
pelo gráfico velocidade-tempo da figura. Faça um esboço da aceleração versus tempo.
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Movimento rectilíneo. Problemas.
42P. Um rapaz atira uma pedra para cima na direcção vertical com uma velocidade
inicial de 12,0 m/s do telhado de um prédio, 30,0 m acima do chão. (a) Quanto tempo
leva a pedra a chegar ao chão? (b) Qual a velocidade da pedra no instante do impacto?
(3,99 s; 27,1 m/s)
51P. Uma bola de argila húmida cai 15,0 m até ao chão. Ela fica em contacto com o
chão durante 20,0 ms antes de parar. Qual a aceleração média da bola até parar? (857
m/s2 para cima)
53P. Para testar a qualidade de uma bola de ténis você deixa-a cair de uma altura de
4,00 m. Ela pula de volta até uma altura de 2,00 m. Se a bola estiver em contacto com o
piso durante cerca de 12,0 ms qual a aceleração média durante o contacto.
(1,26x103m/s2 para cima)
55P. Está a pingar água de um dos furos de um chuveiro situado a 2,00 m de altura.
Caem gotas a intervalos regulares com a primeira gota batendo no piso no instante em
que a quarta gota começa a cair. Ache as posições em que se encontravam a segunda e
a terceira gotas quando a primeira bateu no piso. (22cm e 89 cm)
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Vectores. Problemas.
r
6E. Um vector de deslocamento r no plano xy tem um comprimento igual a 15m
e tem a orientação mostrada na Figura. Determine (a) a componente x e (b) a
componente y do vector (R: 12.99; 7.5)
r
r
θ = 30°
10E. (p.44) Um carro dirige-se para leste numa distância de 50 km, em seguida
para norte ao longo de 30 km e depois numa direcção de 30º para o nordeste a
partir do norte durante 25 km. Construa o diagrama vectorial e determine (a)
módulo e (b) o ângulo de deslocamento total do carro desde o seu ponto de
partida. (63.8 km; 54º)
18P (p.45) São dados dois
vectores,
r
r
a = 4,0uˆ x − 3,0uˆ y m e b = 6,0uˆ x − 8,0uˆ y m
Quais são os módulos e os ângulos (relativos a û x )
r
r r
r r
r
r r
de
b
+
a
?
(g,h)
de
b
−
a
?
(i,j)
de
a
− b ? (k)
(a,b) do vector a ? (c,d) do vector b (e,f)
r r
r r
Qual o ângulo entre os vectores a − b e b − a ?
(R: 5; 36,9º; 10; 53,1º; 14,9; 47,7º; 5,38; -68,2º; 5,38; 111,8º; 180º)
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Vectores. Problemas.
r r
31P.
Use a definição de produto escalar a ⋅ b e o facto de que,
r r
a ⋅ b = a x bx + a y b y + a z bz
para calcular o ângulo entre os
r dois vectores dados por,
r
a = 3,0uˆ x + 3,0uˆ y + 3,0uˆ z m e b = 2,0uˆ x + 1,0uˆ y + 3,0uˆ z m
(R: 22,2 º)
r
r
33P. Mostre que a área do triângulo delimitado por a e b e pelo segmento que
une as
r pontas destes vectores na Fig. 3.30 é igual a
r
1a
×b
2
r
b
φ
r
a
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Equações do movimento uniformemente acelerado
Derivação
a = constante
v = vo + at ; recta
at 2
x = xo + vot +
; parábola
2
Integração
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Equações do Movimento Uniformemente Acelerado
Derivação
a = constante
v = vo + at ; recta
at 2
x = xo + vot +
; parábola
2
Integração
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Cinemática, Movimento a 2D e 3D.
Se o movimento da partícula for a três dimensões,
O vector posição em coordenadas cartesianas é,
r
r (t ) = x(t ) uˆ x + y (t ) uˆ y + z (t ) uˆ z
O vector velocidade é a derivada do
vector posição,
r
dr (t )
r
v (t ) =
dt
dx
dy
dz
r
v (t ) =
uˆ x + uˆ y + uˆ z
dt
dt
dt
r
v (t ) = v x (t ) uˆ x + v y (t ) uˆ y + v z (t ) uˆ z
O vector aceleração é a
derivada do vector velocidade,
r
dv (t )
r
a (t ) =
dt
dv y
dv
dv
r
uˆ y + z uˆ z
a (t ) = x uˆ x +
dt
dt
dt
r
a (t ) = a x (t ) uˆ x + a y (t ) uˆ y + a z (t ) uˆ z
Verificamos que a relação entre a posição, a velocidade e a aceleração em cada
eixo é independente do que se passa nos outros dois eixos. i.e.,
vx =
dx
dt
e ax =
dvx
dt
vy =
dy
dt
e ay =
dv y
dt
Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm
vz =
dz
dt
e az =
dv z
dt
30
Aplicação ao Movimento de Projécteis.
A aceleração da gravidade é 9,8 m/s2 no sentido de cima para baixo.
Se orientarmos o eixo dos y para cima será negativa.
r
vo
y
CONDIÇÕES INICIAIS
O corpo no instante t=0 tem a
velocidade inicial vro = vox uˆ x + voy uˆ y
g
r
ro
x
Integrando o movimento nas duas
direcções do espaço x e y, entre os
instantes 0 e t,
r
a (t ) = 0 uˆ x − g uˆ y
r
v (t ) = (vox ) uˆ x + voy − gt uˆ y
(
)
2

gt
r
 uˆ y
r (t ) = ( xo + voxt ) uˆ x +  yo + voy t −
2 

e está na posição inicial
r
ro = xouˆ x + youˆ y
1. Os movimentos em x e em y são
independentes.
2. No eixo x o projéctil percorre distâncias
iguais em tempos iguais, i.e. a velocidade é
constante
3. No eixo y o movimento é acelerado e
portanto a velocidade varia,
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31
Um caso particular do lançamento de projécteis
O objecto é projectado com uma velocidade vo com um ângulo de lançamento α e parte
da origem dos espaços.
Posição final
g
O corpo no instante t=0 tem a velocidade inicial,
y
( R ,0 )
r
vo = vo cosθ uˆ x + vo sin θ uˆ y
r
vo
θ
e está na posição inicial rro = 0
x
Integrando obtemos,
r
a (t ) =
0uˆ x − g uˆ y
r
v (t ) = (vo cosθ ) uˆ x + (vo sin θ − gt ) uˆ y
2

gt
r
 uˆ y
r (t ) = (vot cosθ ) uˆ x +  vot sin θ −
2 

Questões:
Mostre que o valor do alcance é
vo2 sin (2θ )
R=
g
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32
Trajectória do movimento
A trajectória é a curva descrita por um
móvel no espaço.
Se o movimento se efectuar a duas
dimensões, elimina-se o tempo das eqs
x=x(t) e y=y(t) para obter uma função do
tipo y=y(x),
Mostre que a trajectória descrita por um
projéctil é uma parábola.
trajectória
y = y(x )
y
r
r
r + ∆r
r
r
r
∆r
∆y uˆ y
∆x uˆ x
x
O vector velocidade é tangente à
trajectória. i.e.
r
v (t ) = v(t )uˆt
Onde ut é o vector unitário tangente
á trajectória e v(t) o módulo da
velocidade.
Por definição
r
∆r
r
v (t ) = lim
∆ t → 0 ∆t
Quer dizer que o vector velocidade é colinear
r
∆r
com
que, por construção é
tangente á trajectória (ver figura).
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33
Movimento a duas e três dimensões
17E. Uma carabina é apontada na horizontal para um alvo distante 30 m. A bala acerta
o alvo a 1,9 cm abaixo do ponto visado. Quais são (a) o tempo de voo da bala? (b) o
módulo da sua velocidade ao sair da carabina? (R: 62 ms; 480 m/s)
18E. Uma bola rola horizontalmente para fora do tampo de uma mesa de altura 1,2 m.
Ela toca o chão a uma distância de 1,52 m da extremidade da mesa medida na
horizontal. (a) Quanto tempo fica a bola no ar? (b) Qual a velocidade escalar no
instante em que ela sai da mesa? (0,495 s; 3,07 m/s)
22E. Nos Campeonatos Mundiais de Atletismo de Pista e de Campo de 1991 em
Tóquio, Mike Powell saltou 8,95 m, batendo o recorde 23 anos do salto em distância
estabelecido por Bob Beamon por 5 cm. Suponha que a velocidade de Powell ao sair
do chão foi de 9,5 m/s (quase igual à de um velocista) e que g=9,80 m/s2 em Tóquio.
De quanto é que o alcance horizontal de Powell era menor que o máximo possível para
uma partícula com a mesma velocidade escalar de 9,5 m/s. (0,26 m)
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34
Movimento a duas e três dimensões
28E. Você arremessa uma bola em direcção a uma parede com uma velocidade
de 25,0 m/s fazendo um ângulo de 40,0 º acima da horizontal. A parede está a
22,0 m do ponto de lançamento da bola. (a) A que distância acima do ponto de
lançamento a bola bate na parede? (b) Quais as componentes horizontal e vertical
da sua velocidade quando ela bate na parede? (c) Quando ela bate, ela já passou
do ponto mais alto da sua trajectória? (12; 19,2ux+4,8 uy; não)
40P. Durante uma partida de ténis um jogador serve a bola a 23,6 m/s, com o
centro da bola deixando a raquete horizontalmente a 2,37 m acima da superfície
da quadra. A rede está afastada 12 m e tem 0,90 m de altura. Quando a bola
alcança a rede (a) ela consegue passar sem tocá-la? (b) Qual a distância entre o
centro da bola e o alto da rede? (c e d) Suponha agora que a bola sai da raquete
fazendo um ângulo de 5,00 º abaixo da horizontal. Responda ás questões (a) e (b)
nestas circunstâncias. (+20 cm; -85.4 cm)
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35
Equações do movimento uniformemente acelerado, 3D
Aceleração
Velocidade
Posição
Derivação
r
a
a x uˆ x

a y uˆ y

a z uˆ z
r
r
v = ∫ adt
v x = vox + a xt

v y = voy + a y t

v z = voz + a z t
r
r
r = ∫ v dt
Integração
r
a
r
v
Integração
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g
r
ro
Derivação
v x = vox

v y = voy − gt


r
vo
y
Aplicação ao Lançamento de Projécteis, 2D
0

− guˆ y



a xt 2
 x = xo + vox t +
2


a yt 2
 y = yo + voy t +
2


azt 2
 z = zo + voz t +
2

r
r
 x = xo + vox t

gt 2

 y = yo + voy t −
2



x
36
Movimento Circular
O corpo descreve uma trajectória circular.
R – raio [m] do circulo descrito pelo corpo.
T – período [s]. Tempo necessário para completar um ciclo
No movimento circular uniforme, um
corpo descreve uma trajectória circular
levando sempre o mesmo tempo a
completar uma volta ou ciclo.
r
v
θ
f - frequência [Hz]. É o número de
ciclos por unidade de tempo
f =
R
1
T
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37
Velocidade angular
A velocidade angular instantânea ω [rad/s] é o ângulo descrito por unidade de tempo.
ω=
dθ
dt
Se a velocidade angular fôr constante no tempo obtemos depois de
integrar,
θ
t
θo
to
r
v
∫ dθ = ∫ ωdt
θ − θ o = ω (t − to )
θ
R
Relação entre a velocidade angular e a frequência angular
ω=
θ −θo
t − to
=
2π
= 2πf
T
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38
Aceleração angular
Se a velocidade angular ω variar no tempo então existe aceleração angular (α rad/s2)
α=
dω
dt
Se a aceleração angular fôr constante obtemos depois de integrar,
ω
t
ωo
0
∫ dω = ∫αdt
ω = ω o + αt
Nota: Nestas eqs. fixámos to=0
1
θ = θ o + ω ot + αt 2
2
Repare na correspondência com as expressões para
o movimento uniformemente acelerado 1D. Quais as
grandezas equivalentes ou análogas?
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v = vo + at
at 2
x = xo + vot +
2
α é análogo a a
ω é análogo a v
θ é análogo a x
39
O módulo da velocidade no Movimento Circular
O módulo da velocidade ao longo do circulo, v (m/s), algumas vezes
imprópriamente chamada velocidade linear, está relacionada com a velocidade
angular e com o raio do circulo,
∆ l 2π R
=
= ωR
v=
∆t
T
r
v
O vector velocidade no movimento circular uniforme é:
1. Tangente á trajectória (como sempre)
2. Constante em módulo
3. Varia continuamente de direcção
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40
Aceleração centrípeta
No movimento circular uniforme existe um tipo especial de aceleração chamada
centrípeta, responsável pela mudança na direcção da velocidade
uˆ t + ∆ uˆ t
A derivada da velocidade
r
v = vuˆt
r
duˆ
dv dv
= uˆt + v t
dt {
dt
dt
{
r
0
∆θ
ac
r
duˆ
duˆ
dv
= v t = v t (− uˆr )
dt
dt
dt
Qual a derivada de um vector unitário?
d 2
uˆt = 0
dt
duˆ
duˆ
d 2
d
uˆt = (uˆt ⋅ uˆt ) = 2uˆt ⋅ t = 0 ⇒ uˆt ⊥ t
dt
dt
dt
dt
( )
( )
û t
R
ûr
uˆ t + ∆ uˆ t = uˆ t = 1
A direcção do vector aceleração centrípeta
é perpendicular á tangente da trajectória. É
paralelo ao vector radial.
Tem o sentido negativo do vector radial
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41
Aceleração centrípeta (cont.)
uˆ t + ∆ uˆ t
û t
r
duˆ
duˆ
dv
= v t = v t (− uˆr )
dt
dt
dt
2a
∆ût
∆θ
R
uˆ t + ∆ uˆ t
ûr
uˆ t + ∆ uˆ t = uˆ t = 1
 ∆θ 
2 sin 

∆uˆt
duˆt
v
∆θ 2
2 

= lim
= lim
=ω =
= lim
∆t → 0 ∆ t
∆t → 0
∆ t → 0 ∆t 2
dt
R
∆t
∆θ
2
û t
 ∆θ 
∆uˆt = 2 sin 

 2 
A aceleração centrípeta é
perpendicular á direcção da
velocidade e aponta sempre para
dentro do circulo,
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v2
r
ac = − uˆr
R
42
Aceleração tangencial e total
No caso geral:
r
v = vuˆt
r
duˆ
dv dv
= uˆt + v t
dt {
dt
dt
{
r
r
at
ac
Se o módulo da velocidade linear variar então existe
aceleração tangencial,
r dv
at = uˆt
dt
O vector aceleração tangencial é colinear com a velocidade
e portanto tangente à trajectória.
Aceleração total
O vector aceleração (total) é a soma
vectorial das acelerações centrípeta e
tangencial.
O seu módulo é dado por,
Movimento circular
r
a
r
at
r
ac
r
a = ac2 + at2
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43
Movimento circular
34E. Um satélite terrestre move-se numa órbita circular a 640 km acima da superfície da
Terra com um período de 98,0 min. Quais são os módulos (a) da velocidade (b) e da
aceleração centrípeta do satélite? (7.49x103 m/s; 8,00 m/s2)
51P. Um garoto rodopia uma pedra num circulo horizontal com um raio de 1,5 m e a uma
altura de 2,0 m acima do nível do chão. O fio parte-se e a pedra desprende-se
horizontalmente e bate no chão após percorrer uma distância horizontal de 10 m. Qual o
módulo da aceleração centrípeta da pedra enquanto estava em movimento circular? (163
m/s2)
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44
Movimento Relativo
Um passageiro (S2), viajando de comboio, atira uma bola para outro passageiro com
uma velocidade v2.
Qual a velocidade v1 da bola, relativa a um observador (S1) que esteja parado na
estação?
S1
S2
estação
r
v1
comboio
r
v2
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45
Transformação de Galileu
Temos para os vectores posição,
r r
r
r1 = r21 + r2
comboio
S2
estação
S1
r
r1
Onde r21 é a posição do comboio
relativamente á estação.
r
r2
r
r21
Derivando em ordem ao tempo,
r
r
r
dr1 dr21 dr2
=
+
dt
dt
dt
Simplificando,
comboio
S2
estação
S1
r r
r
v1 = v21 + v2
r
v1
r
v2
r
v21
Esta é a Transformação de Galileu:
A velocidade num referencial 1 é igual á velocidade no referencial 2 mais a
velocidade relativa do referencial 2 relativamente a 1.
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46
Aceleração no movimento relativo
Se um objecto tiver uma aceleração a2 no referencial S2 qual será a aceleração a1,
no referencial S1, sabendo-se que a velocidade relativa entre os referenciais é
constante (em módulo, direcção e sentido).
r r
r
v1 = v21 + v2
Derivando a equação das velocidades,
comboio
S1
r
r
r
dv1 dv21 dv2
=
+
dt
dt
dt
r
dv21
=0
dt
S2
estação
r
v1
r
v2
r
v21
se a velocidade relativa entre os referenciais é constante. Assim,
r r
a1 = a2
Este resultado é muito importante no contexto da leis de Newton.
Dois referenciais cuja velocidade relativa é constante medem a mesma aceleração.
(Não é necessário que estejam em repouso entre si)
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47
Movimento Relativo
56E. Pelas regras do rugby um jogador pode passar a bola legalmente para um
companheiro de equipe desde que o passe não seja para a frente. Suponha que o
jogador corre paralelamente ao comprimento do campo e no sentido do golo da
equipe adversária com uma velocidade de 4,0 m/s, enquanto passa a bola á
velocidade de 6 m/s em relação a ele mesmo. Qual é o menor ângulo contado a
partir da direcção do avanço que mantém o passe legal. (48,2º)
61P. Dois navios A e B, saem do porto ao mesmo tempo. O navio A navega para o
noroeste a 24 nós e o navio B navega a 28 nós numa direcção sudoeste fazendo
40º com o sul. (1 nó é igual a 1 milha marítima por hora) (a) Quais são o módulo, a
direcção e o sentido da velocidade do navio A em relação a B? (b) Após quanto
tempo os navios estarão afastados de 160 milhas marítimas? (c) Qual será o rumo
de B (a direcção da posição de B) em relação a A nesse tempo? (38 nós 1,5º na
direcção nordeste medido a partir do norte; 4,2 h; 1,5º na direcção sudoeste,
medido a partir do sul)
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48
Movimento Relativo
Um elevador eleva-se com uma aceleração de 4 ft/s2. No instante em que a
velocidade é 8 ft/s um parafuso cai do tecto do elevador situado a 9 ft do solo (1 m =
3.28 ft). Quanto tempo demora o parafuso a atingir o solo? Que distância viajou o
parafuso relativamente ao prédio até esse instante?
Uma pessoa sobe uma escada rolante parada, com 15 m de comprimento, em 90 s.
Se a escada rolante estiver em movimento a pessoa leva 60 s. Quanto tempo leva a
mesma pessoa a ser transportada até ao cimo da escada rolante se subir a escada ao
mesmo tempo que a escada rolante está em movimento? A sua resposta depende do
tamanho da escada? (36 s)
Está a cair neve verticalmente com uma velocidade de 7.8 m/s. (a) Qual o ângulo com
a vertical e (b) a velocidade dos flocos de neve relativamente a um carro cuja
velocidade é 55 km/h?
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49
Leis de Newton
1ª Lei de Newton ou Lei da Inércia
Na ausência de uma força resultante não nula todos os corpos tendem a manter o seu
movimento.
Quer dizer que:
Estando o corpo em repouso, permanecerá em repouso.
Se estiver em movimento, continuará em movimento rectilíneo e uniforme.
No entanto,
Sob a acção de uma FORÇA RESULTANTE não nula, o vector velocidade do corpo
terá necessáriamente que variar.
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50
Segunda Lei de Newton
A resultante das forças que actuam sobre um corpo isolado é igual ao produto da
massa pela aceleração do corpo, i.e.,
r
r
∑ F = ma
r
F5
m
r
F1
r
F2
r
a
r
F4
r
F3
Esta é uma equação vectorial e por isso compreende um sistema de três equações
escalares:
∑ Fx = max
∑ Fy = ma y
∑ Fz = maz
A massa m de um corpo é uma quantidade escalar e relaciona a força aplicada com
a aceleração de um corpo.
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51
Terceira Lei de Newton
Para cada força de acção existe uma força de reacção igual e oposta.
Se F21 é a força aplicada no corpo 2 pelo corpo 1, então existe uma força F12 aplicada
no corpo 1 pelo corpo 2, igual à primeira em módulo e direcção, mas de sentido
contrário. Estas forças tomam o nome de par acção-reacção.
Corpo 1
r
F12
r
F21
Corpo 2
Sistema
MUITA ATENÇÃO: as forças F21 e F12 têm pontos de aplicação diferentes.
Chama-se sistema a um conjunto de dois ou mais corpos. As forças de interacção
entre corpos de um mesmo sistema chamam-se forças internas.
Forças aplicadas por corpos externos ao sistema denominam-se forças externas
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52
Diagrama do corpo livre
Consiste em isolar no espaço o corpo que nos interessa, substituindo por forças as
interacções e ligações com os outros corpos, pela sucessiva aplicação da Terceira Lei
de Newton.
Diagrama do corpo livre do livro
Vamos isolar o livro assente sobre a mesa…
Força aplicada pela mesa
sobre o livro
r
r
Flm = N
Situação inicial
r
P Força gravítica aplicada pela
Terra sobre o livro
livro
mesa
Terra
r
Fml
Força aplicada pelo
livro sobre a mesa
Terra
Qual a resultante das forças aplicadas ao livro?
r r
N+P
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r
−P
Força gravítica aplicada
pelo livro sobre a Terra
53
Força Gravitacional
Um corpo abandonado de uma altura h, acima da superfície terrestre cai em
direcção à Terra com a aceleração da gravidade. Porquê?
R: Porque de acordo com a Segunda Lei de Newton existe uma força que puxa o corpo
para baixo. Qual o valor desta força?
r
r
F
=
m
a
∑
r
P = −mg uˆ y
− g uˆ y
y
r
P
A Força Gravitacional aplicada pela Terra sobre o corpo está, aplicada no centro de
massa do corpo, orientada no sentido do centro da Terra e vale mg.
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54
Peso aparente de um corpo
1. Qual o peso de uma pessoa dentro de um elevador que tem uma
aceleração para cima de 2 m/s2?
2. E se aceleração do elevador fôr para baixo e com o mesmo valor?
3. Em que condições é que existirá imponderabilidade?
r
Pap
r
Fg
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55
Quantidade de movimento linear
Definição:
A quantidade de movimento linear é uma grandeza vectorial dada por,
r
r
p = mv
Qual a direcção e sentido da quantidade de movimento?
E as suas unidades?
A segunda Lei de Newton é na verdade escrita da seguinte forma:
r
dv d (mv )
=
=
=
F
ma
m
∑
dt
dt
r dpr
∑ F = dt
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56
Conservação da quantidade de movimento
Resolvendo em ordem à quantidade de movimento obtemos,
r dpr
∑ F = dt
r
p
t
r
r
(
)
F
dt
=
p
∫∑
∫ dt
r
po
0
r r
p − po
123
variação da
quantidade de
movimento
t
r
= ∫ (∑ F )dt
0 424
1
3
impulsão
Se a resultante das forças aplicadas no corpo fôr nula então a quantidade de
movimento conserva-se.
r r
p = po = cte
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57
Força e Movimento I
19E. Um trenó foguete experimental pode ser acelerado a uma taxa constante partindo
do repouso até atingir 1600 km/h em 1,8 s. Qual é o módulo da força resultante
necessária se o trenó possuir uma massa de 500 kg.
29P. Uma esfera de massa 3,0 x10-4 kg está suspensa por um fio. Uma brisa sopra
ininterruptamente na direcção horizontal empurrando a esfera de tal forma que o fio faz
um ângulo constante de 37º com a vertical. Determine (a) o módulo daquele empurrão
e, (b) a tracção no fio.
31P. Dois blocos estão em contacto sobre uma mesa sem atrito. Uma força horizontal
é aplicada ao bloco maior, como se mostra na figura. (a) Se m1= 2,3 kg, m2= 1,2 kg e
F=3,2 N, determine o módulo da força entre os dois blocos. (b) Mostre que se a força
for aplicada no sentido contrario mas no bloco menor a força entre os dois blocos é 2,1
N e portanto diferente do calculado na alínea anterior. (c) Explique a diferença
r
F
m1
m2
Fisica IA, Carlos Dias 04-05, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/FISI/fisica1.htm
58
Força e Movimento I
35P. Uma pessoa de 80 kg salta de pára-quedas e sentindo uma aceleração de 2,5 m/s2. A
massa do pára-quedas é de 5,0 kg. (a) Qual é a força para cima que o ar exerce sobre o
pára-quedas aberto? (b) Qual a força para baixo que a pessoa exerce sobre o páraquedas?
36P. Na figura, três blocos estão ligados e são puxados para a direita sobre uma mesa
horizontal sem atrito por uma força com um módulo de T3=65,0 N. Se m1= 12,0 kg, m2=
24,0 kg, m3= 31,0 kg, calcule (a) a aceleração do sistema e as tracções (b) T1 e (c) T2 nos
fios de ligação entre os blocos.
43P. Um bloco de massa m1= 3,70 kg, sobre um plano inclinado de 30,0º está ligado por
um fio que passa por uma roldana sem massa e sem atrito a um segundo bloco de massa
m1= 2,30 kg, suspenso verticalmente (ver figura). Quais são (a) o módulo da aceleração de
cada bloco e (b) a direcção e sentido da aceleração do bloco suspenso? (c) Qual é a
tracção no fio?
m1
T1
m3
T2
m3
T3
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59
Força e Movimento I
47P. Um macaco de 10 kg sobe por uma corda sem massa pendurada num galho de
árvore. A corda tem presa do outro lado num caixote de 15 kg no chão. Qual o módulo
da menor aceleração que o macaco deve ter para que consiga levantar o caixote do
chão? (b) Se depois do caixote ter sido levantado, o macaco parar de subir quais serão a
aceleração e (c) a tracção na corda?
56P. Uma lâmpada está suspensa na vertical por um fio num elevador que desce e
desacelera a 2,4 m/s2. (a) Se a tracção no fio é de 89 N, qual é a massa da lâmpada?
(b) Qual será a tracção no fio quando o elevador subir com uma aceleração para cima de
2,4 m/s2?
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60
Atrito sólido-sólido
Fio que puxa
2ª Lei de Newton
Atrito depende da natureza das
superfícies e da força de ligação que
comprime uma superficie contra a outra.
y
Diagrama do corpo livre
r
N = N uˆ y
x
r
f s = − f s uˆ x
r
T = T uˆ x
r
P = − P uˆ y
r
r
F
∑ = ma
em y : N − P = 0 ⇒ N = mg
em x : T − f s = ma
Em y: não existe aceleração e
como o corpo em y está
inicialmente em repouso vai
continuar em repouso.
Em x: Para que o corpo se
movimente é necessário que a
tensão do fio T seja maior que a
força de atrito.
fs é a força de atrito e é sempre
contrária ao movimento
Porque é que a força de atrito é, em módulo, sempre menor que T?
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61
Propriedades do Atrito Estático
As equações do movimento são:
em y : N − P = 0 ⇒ N = mg
em x : T − f s = ma
Enquanto o corpo estiver em repouso é
porque a força de atrito equilibra a força
T aplicada no corpo pelo fio, i.e.
fs
Força de atrito em função da
Tensão aplicada pelo fio
f s ,max = µ s N
fk = µk N
fs = T
T
T
fs
A força de atrito estático pode ter
qualquer valor até a um máximo que
depende das superficíes e da força
normal dado por:
f s ,max = µ s N
Então a partir do instante em que T>µsN
o corpo iniciará o seu movimento.
Tabela de coeficientes de atrito estático e cinético
Superficies
µs
Madeira sobre Madeira
0,25-0,5 0,2
Vidro sobre Vidro
0,9-1,0
0,4
Aço sobre aço, sup. limpas
0,6
0,6
Aço sobre aço, lubrificadas
0,09
0,05
Borracha sobre betão
1,0
0,8
Teflon sobre Teflon
0,04
0,04
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µk
62
Atrito cinético
Depois do corpo iniciar o seu movimento a força de atrito diminui para um
valor menor denominado o atrito cinético,
y
Diagrama do corpo livre
r
N = N uˆ y
x
r
f s = − µ k N uˆ x r
P = − P uˆ y
r
T = T uˆ x
fs
Força de atrito em função da
Tensão aplicada pelo fio
f s ,max = µ s N
fk = µk N
T
As equações do movimento do bloco deslizando nestas condições são,
em y : N − P = 0 ⇒ N = mg
em x : T − f k = ma ⇒ a =
T − µ k N T − µ k mg
=
m
m
A força de atrito cinético mantém-se presente enquanto o corpo se estiver em
movimento.
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63
Atrito sólido-fluido http://www.engineeringtoolbox.com/21_627.htm
Um sólido que se desloque, no interior de um fluido, com uma velocidade v
suficientemente rápida, sente uma força de resistência FD oposta ao movimento.
r
FD
FD = − 12 Cd ρAv 2 uˆt
FD é a força de resistência do ar
Cd é o coeficiente de arrasto (drag coefficient).
ρ é a massa específica do fluido (exemplo: ar)
A é a área da secção transversal efectiva
v é a velocidade relativa entre o sólido e o fluido
r
v
r
P
Quais as unidades de Cd?
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64
Coeficiente de arrasto e a forma dos objectos
OBJECTO
CD
Corpo aerodinâmico
0.1
Carro desportivo
0.2 - 0.3
Esfera
0.47
Carro (típico)
0.5
Station Wagon
0.6
Cilindro
0.7-1.3
Ciclista
0.9
Camião
0.8 - 1.0
Motorciclista
1.8
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65
Coeficiente de arrasto e a Lei de Stokes.
No trabalho prático o escoamento do liquido em torno do sólido (esfera) é laminar
(i.e. sem remoinhos) dando lugar a uma dependência linear da força de atrito com a
velocidade do corpo,
r
r
FD = −(6πR )ηv
r
FD
r
v
Sendo η a viscosidade do meio.
Qual a unidade da viscosidade?
r
P
A força de resistência do ar quando o escoamento é laminar é do tipo viscoso.
Quando a velocidade aumenta acima de um certo limite a força de resistência é
essencialmente aplicada na massa de ar para que este saia do caminho.
A viscosidade da glicerina depende da temperatura sendo 1.49 Pa⋅sec a 20ºC, e
0.95 Pa⋅sec a 25ºC.
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66
Velocidade terminal na queda livre dos graves
Um corpo que cai no ar, tem aplicadas três forças (ver figura):
1. Força da gravidade, P
2. Força de resistência do ar, D
3. Força de impulsão hidrostática, I (vamos considerá-la desprezável)
r
r
Pela Segunda Lei de Newton, ∑ F = ma
r r
r
P + D = ma
no eixo y : mg − 12 Cd ρAv 2 = ma
∴ a = g − 12
Cd ρAv
m
2
r
D
r
I ≈0
y
r
P
A aceleração no inicio da queda é 9,8 m/s2, e vai diminuindo á medida que
aumenta a velocidade. A aceleração será nula quando,
vterm =
2mg
Cd ρA
Velocidade terminal
Faça o cálculo da velocidade terminal de um pingo de chuva de raio 1,5 mm.
Suponha que Cd=0.6 e que a massa específica do ar é 1,2 kg/m3
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67
Força centrípeta
Um corpo em movimento circular uniforme tem uma aceleração centrípeta:
v2
r
ac = − uˆr
r
Pela Segunda Lei de Newton, a Resultante das
Forças aplicadas nesse corpo terá
necessariamente que ser uma força centrípeta com
a mesma direcção da aceleração, (i.e. orientada
para dentro do círculo) e que verifica:
r
mv 2
Fc = −
uˆr
r
r
r
F
=
m
a
∑
c
ûr
r
mv 2
Fc = −
uˆr
r
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68
Forças de Inércia
A Segunda Lei de Newton pode escrever-se da seguinte forma:
r
r
F
∑ − ma = 0
Se fizermos uma substituição de variáveis,
r
r
Fi = − ma ⇒
r r
∑ F + Fi = 0
Transformamos uma equação do movimento numa equação de equilíbrio de
forças. Chama-se a Fi força de inércia. Esta força tem a mesma direcão da
aceleração mas sentido contrário sendo o seu módulo igual a ma.
Aplicação ao movimento circular,
r r
∑ F + Fci = 0
r
mv 2
r
sendo Fci = −mac =
uˆr
r
A resultante das forças aplicadas e a força
centrifuga de inércia estão em equilíbrio
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69
Referências inerciais
Uma pessoa, sobre a Terra, lança uma bola na
direcção Norte-Sul.
Essa pessoa vê um desvio da bola para oeste mas não
sabe a razão da variação do vector-velocidade.
Neste caso não é válida a Primeira Lei de Newton
Um referencial inercial é um referencial onde é válida a primeira lei de
Newton.
Em contraste nos referenciais não-inerciais a primeira Lei de Newton não é
válida pois possuem uma aceleração não nula.
A Terra, em rigor, não é um referencial inercial embora, para pequenos
movimentos, possamos assumir que é um referencial inercial.
Qual a aceleração de um corpo em repouso sobre a Terra a 45º de latitude?
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70
Força e Movimento I
1E. Uma cómoda com uma massa de 45 kg, incluindo aí gavetas e roupas, está
apoiada sobre o chão. (a) Se o coeficiente de atrito estático entre a cómoda e o chão
for de 0,45 qual será a intensidade da força horizontal mínima que uma pessoa deve
aplicar para fazer com que a cómoda se comece a mover. (b) Se as gavetas e roupas,
que juntas possuem uma massa de 17 kg, forem removidas antes de a cómoda ser
empurrada, qual será a nova intensidade mínima? (200 N; 120 N)
2E. O coeficiente de atrito estático entre o Teflon e os ovos mexidos é de
aproximadamente 0,04. Qual o menor ângulo, medido em relação à horizontal, que
fará os ovos deslizarem no fundo de uma frigideira revestida com Teflon.
6E. Uma casa é construída no alto de um morro que apresenta um talude próximo de
45 º. Um estudo de engenharia indica que o ângulo do talude deveria ser reduzido,
pois as camadas superiores do solo do talude poderiam escorregar sobre as camadas
inferiores. Se o coeficiente de atrito estático entre as duas camadas é de 0,50, qual o
menor ângulo φ que o talude deveria ser reduzido, para evitar o deslizamento?
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71
Força e Movimento I. Problemas.
8E. Na figura uma alpinista de 49 kg está a escalar uma chaminé entre duas paredes de
rocha. O coeficiente de atrito estático entre os seus sapatos e a pedra é 1,2 e entre as
suas costas e a pedra é de 0,80. Ela reduziu a força com que empurrava a pedra até que
suas costas e seus sapatos estivessem na eminência de deslizar. (a) Desenhe um
diagrama de corpo livre para a alpinista. (b) Qual a força com que ela empurra a pedra?
(c) Que fracção do seu peso é suportada pela força de atrito nos seus sapatos?
20P. Uma força P paralela à superfície inclinada de 15º
para cima da horizontal, actua sobre um bloco de 45 N,
como mostrado na figura. Os coeficientes de atrito entre
o bloco e a superfície são µs=0,50 e µk=0,34. Se o
bloco está inicialmente em repouso, determine o
módulo, a direcção e o sentido da força de atrito que
actua sobre o bloco para as seguintes intensidades da
força P: (a) 5,0 N, (b) 8,0 N e (c) 15 N.
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72
Forças e Movimento. Problemas.
22P. Na figura dois blocos estão ligados por um fio que passa por uma polia. A massa
do bloco A é de 10 kg e o coeficiente de atrito cinético entre A e a rampa é de 0,20. O
ângulo de inclinação da rampa é de 30º. O bloco A desliza para baixo com velocidade
constante. Qual a massa do bloco B?
25P. Os dois blocos (com m=16 kg e M=88 kg) mostrados na figura não estão presos
um ao outro. O coeficiente de atrito estático entre os blocos é de ms=0,38, mas a
superfície em baixo do bloco maior é lisa e sem atrito. Qual a menor intensidade da
força horizontal F necessária para evitar que os blocos escorreguem entre si? (490N)
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73
Forças e Movimento. Problemas.
37E. Suponha que o coeficiente de atrito estático entre os pneus de um carro de corrida
de Fórmula 1 seja de 0,6 durante um Grande Prémio de Automobilismo. Que velocidade
deixará o carro na eminência de derrapar ao efectuar uma curva horizontal de raio 30,5
m de raio? (cerca de 48 km/h)
42P. Um ciclista desloca-se num circulo de raio 25,0 m a uma velocidade constante de
9,00 m/s. O conjunto bicicleta-ciclista possui uma massa total de 85,0 kg. Calcule a
intensidade (a) da força de atrito que a pista exerce sobre a bicicleta, (b) da força
resultante que a pista exerce sobre a bicicleta.
43P. Um estudante pesando 667 N passeia numa roda-gigante que gira a uma
velocidade constante ( o estudante está sentado com as costas erectas). No ponto mais
elevado, a intensidade da força normal N que o assento exerce sobre o estudante é de
556 N. (a) O estudante sente-se mais leve ou mais pesado nessa posição? (b) Qual a
intensidade de N no ponto mais baixo? (c) Qual a intensidade N se a velocidade com que
a roda gira for duplicada? (leve; 778 N)
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74
Forças e Movimento. Problemas.
41P. Um disco de hóquei no gelo de massa m desliza sobre uma mesa sem atrito,
enquanto permanece ligado a um cilindro em repouso de massa M, pendurado por
um fio que passa por um buraco feito na mesa. Que velocidade do disco mantém o
cilindro em repouso?
Mgr m
47P. Como é mostrado na figura, uma bola de 1,34 kg está ligada, por dois fios de
massa desprezável, a uma haste que gira em torno de um eixo vertical. Os fios
estão ligados à haste e estão esticados. A tracção no fio de cima é de 35 N. (a)
Desenhe o diagrama de corpo livre para a bola. (b) Qual a tracção no fio de baixo?
(c) Qual a força resultante sobre a bola e (d) Qual a velocidade. (8,74 N; 37,9 N; na
direcção radial para dentro; 6.45 m/s)
Fig. 47P
Fig. 41P
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75
Trabalho e Energia. Trabalho efectuado por uma Força.
r r
W1 = F1 s cos(θ )
Definição: O trabalho W1 realizado pela força F1 é,
r
r
r
F1
F
F2
2
θ
r
F1
1
r
F4
r
F3
r
s
r
F4
r
F3
θ1 é o ângulo entre a força F1 e o vector-deslocamento s
O Trabalho Total é a soma dos trabalhos individuais efectuados por cada uma das forças
Wt = ∑Wi
Unidades: As unidades de trabalho são N.m =Joule.
O trabalho é um escalar ou um vector?
NOTA: Embora a força seja invariante para todos os referenciais de inércia, o percurso s
não é invariante. Por isso, o trabalho pode variar de observador para observador inercial.
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76
Exemplos de trabalhos efectuados por Forças constantes
r
N
1. Trabalho realizado pela Força Normal ao plano
r
N
s
WN = N cos(90) s = 0
O trabalho realizado pelas forças perpendiculares ao deslocamento é nulo.
2. Trabalho realizado pela Força de Atrito Cinético
r
Fa
WFa = Fa cos(180) s = − Fa s
r
Fa
s
O trabalho realizado pela força de atrito é negativa.
3. Trabalho realizado pela Força Gravítica
r
WP = P l cos(θ ) = mgl sin (α ) = mgh
a
b
O trabalho realizado pelo peso não depende do
ângulo do plano inclinado mas apenas do desnível
entre as posições inicial e final.
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α
l
θ
h = l sin(α ) = l cos(θ )
r
P
77
Definição de trabalho infinitésimal
Quando a força varia no percurso considerado a definição de trabalho continua
válida mas agora apenas para um percurso infinitésimal.
Se o percurso em causa fôr infinitesimal,
r
F
θ
r
F
r
dr
r
dr = ds
r
r r
dW = F cos(θ ) ds = F ⋅ dr
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78
Forças em Molas
0
0
x1
x2
0
Fm1
Fm2
A mola aplica no objecto uma força Fm no sentido contrário da sua extensão x,
de forma a repor o seu comprimento inicial.
Quanto mais se desloca do equilíbrio maior é a força aplicada pela mola, i.e.
Fm = −kx
Fm
x
Onde x é o deslocamento da extremidade da mola relativamente ao seu ponto
de equilibrio e
k é a constante da mola cujas unidades são N/m e mede a sua rigidez.
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79
Trabalho efectuado pela força de uma mola
Qual o trabalho realizado pela força da mola sobre o objecto, quando este se
desloca de xi para xf?
0
r
dW = Fm cos(180) dx
xf
xi
dx x
f
Fm
∫ dW = ∫ kx(− 1) dx
xi
W =−
kx 2f
2
+
kxi2
2
Se a posição inicial for xi=0 (i.e. sem extensão inicial), o trabalho realizado pela
mola para elongar até x será,
kx 2
W =−
2
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80
Energia cinética
De acordo com a segunda Lei de Newton,
r
r
dv
∑ F = m dt
Se o problema tiver uma dimensão:
dv
dt
(∑ F ) dx = m dv dx
dt
(∑ F ) dx = m dv dx dt
dt dt
(∑ F ) dx = mv dv dt
dt
∑F = m
( )
m d v2
(∑ F ) dx =
dt
2 dt
 mv 2 
(∑ F ) dx = d  
 2 
Integrando entre dois instantes t2 e t1,
x2
v2
 mv 2 
∫ (F1 + F2 + F3 + ...) dx = ∫ d  2 

x1
v1 
mv22 mv12
−
W1 + W2 + W3 + ... =
2
2
W1 + W2 + W3 + ... = Ec 2 − Ec1
Chamamos energia cinética a:
mv 2
Ec =
2
NOTA: Pode-se provar que esta equação
é válida também para o movimento a três
dimensões.
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81
Teorema do Trabalho-Energia: consequências
W1 + W2 + W3 = ∆Ec
WR = ∆Ec
1. O trabalho da força resultante é igual ao somatório dos trabalhos efectuados por
cada uma das forças aplicadas.
2. A soma do trabalhos efectuados pelas forças aplicadas, é igual á variação
da energia cinética da partícula.
Este é o teorema do trabalho-energia e também é válido a três dimensões.
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82
Potência
A potência é o trabalho realizado por unidade de tempo: P =
A potência instantânea é dada por: P =
A potência de uma força F cujo
ponto de aplicação se movimenta
com velocidade v é dada por:
∆W
∆t
dW
dt
r r
r
dW F ⋅ dr r dr r r
P=
=
= F ⋅ = F ⋅v
dt
dt
dt
r r
P = F v cos(θ )
Unidades
A unidade SI de potência é o Watt = 1 J/s
Existem outras unidades de potência regularmente utilizadas como o cavalo-vapor,
1 Cv (hp) = 746 W
É costume definir uma unidade de trabalho/energia denominada kW.h que
corresponde á energia produzida/consumida durante uma hora á taxa de 1 kW. A
quantos Joules correspondem 1 kW.h?
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83
Trabalho e Energia. Problemas.
11P. A Figura mostra três forças aplicadas a um baú que se move
3,0 m para a esquerda sobre um piso sem atrito. Os módulos das
forças são F1=5,00 N, F2=9,00 N e F3=3,00 N. Durante o
deslocamento, (a) Qual é o trabalho resultante que as três forças
realizam sobre o baú? (b) A energia cinética aumenta ou diminui?
r
F1
r
F2
60°
r
F3
17P. Um helicóptero eleva uma astronauta de 72 kg verticalmente,
15m a partir do oceano, por meio de um cabo. A aceleração da
astronauta é g/10. Qual o trabalho realizado sobre a astronauta? (a)
Pela força do helicóptero e (b) pela força gravitacional que age sobre
ela? Quais são: (c) a energia cinética e (d) a velocidade da
astronauta imediatamente antes de ela alcançar o helicóptero?
22P. Um bloco de 250 g é solto sobre uma mola vertical sem
deformação que possui uma constante da mola k = 2,5 N/cm. O
bloco passa a ficar preso à mola comprimindo-a 12 cm antes de
parar por um instante. Enquanto a mola estiver a ser comprimida,
qual o trabalho realizado sobre o bloco (a) pela força gravitacional
que age sobre ele e (b) pela força da mola? (c) Qual velocidade da
bloco imediatamente antes de acertar a mola? (Suponha que o atrito
seja desprezável) (d) Se a velocidade no impacto for duplicada qual
será a compressão máxima da mola?
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84
Trabalho e Energia. Problemas.
30E. A cabine carregada de um elevador possui uma massa de 3,0 x 103 kg e sobe
210 m em 23 s com velocidade constante. Qual será a taxa média de trabalho
realizado pela força do cabo do elevador sobre a cabine?
33P. Uma força de 5,0 N actua sobre um corpo de 15 kg inicialmente em repouso.
Calcule o trabalho realizado pela força (a,b e c) no primeiro, no segundo e no terceiro
segundos, e (d) a potência instantânea devida à força actuante no final do terceiro
segundo.
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85
Forças conservativas e Energia Potencial
Trabalho realizado pela força da gravidade
O trabalho realizado pelo peso é mgh como já vimos. É independente da
inclinação do plano inclinado e só depende do desnível entre as posições inicial e
final.
y
yi
yf
(
W = mg yi − y f
)
O trabalho só depende das posições inicial e final.
Se o corpo voltar à posição inicial qual será o trabalho total?
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86
Trabalho realizado por uma mola
O trabalho efectuado por uma mola sobre um corpo, quando esta se elonga de xi
para xf, é dado por,
2
kxi2 kx f
W =
−
2
2
xi
xf
O trabalho só depende das posições inicial e final.
Se o corpo voltar à posição inicial qual será o trabalho total?
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87
Trabalho realizado pela força de atrito cinético
É sempre negativo.
W = − Fac s
Mesmo que o corpo volte á posição inicial, o trabalho total não será nulo.
A que será igual o trabalho total realizado pela força de atrito cinético?
r
s
r
Fac
r
Fac
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88
Forças Conservativas
Exemplos de forças conservativas
A força da gravidade e a força da mola são forças conservativas
A força de atrito é uma força não-conservativa.
Propriedades das forças conservativas
1. Num ciclo o trabalho de uma força conservativa é nulo.
2. O trabalho realizado por uma força conservativa depende apenas das posições
inicial e final e é independente do caminho utilizado.
3. O trabalho de uma força conservativa pode, ser expresso pela variação no valor
de uma função U(r), que depende apenas da posição da partícula. A esta função
chama-se a energia potencial.
r
U (r2 ) ≡ U ( x2 , y2 , z 2 )
r
U (r1 ) ≡ U ( x1 , y1 , z1 )
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89
Energia Potencial
Por conveniência é costume definir-se essa função da seguinte forma:
W = U1 − U 2 = −(U 2 − U1 ) = −∆U
U2
U1
i.e. o trabalho realizado por uma força conservativa é o simétrico da variação da
energia potencial.
É portanto uma função pontual que depende apenas dos pontos inicial e final e não
do que se passa entre esses dois pontos.
Se a energia potencial diminui o trabalho realizado pela força é positivo
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90
Energias Potenciais
W = −∆U = U1 − U 2
TAREFA: Tendo uma equação para o trabalho de uma força, deduzir a energia
potencial que faz com que a respectiva variação seja igual ao trabalho
realizado?
1
1
Wg = mghi − mgh f
Wm = kxi2 − kx 2f
2
2
h
hi
hf
Energia potencial gravítica
Energia potencial da mola
U g = mgh
1
U m = kx 2
2
xi
xf
Verifique também que a derivada da energia potencial numa determinada direcção
dá a componente da força nessa direcção. i.e.
r r
∂U
uˆr = Fr uˆr
dU = − F ⋅ dr ⇒ −
∂r
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91
Conservação de energia
∆Ec = Wg + Wm + W3 + W4 + W5
Teorema do trabalho-energia,
Considerou-se por hipótese, que um dos trabalhos é realizado pela força da gravidade
e o outro pela força de uma mola.
W g = − ∆U g 
 ⇒ ∆Ec = − ∆U g + (− ∆U m ) + Wnc
Wm = −∆U m 
O trabalho Wnc é o somatório dos trabalhos excluindo os trabalhos das forças gravítica e
da mola.
(
Usando a definição de energia
potencial obtemos,
Expandindo e agrupando,
)
(Ec 2 + U g 2 + U m2 ) − (Ec1 + U g1 + U m1 ) = Wnc
Á soma das energias cinética e potenciais
denominamos energia mecânica,
Emec = Ec + U g + U m
Concluimos então que a variação da energia mecânica
é igual ao trabalho das forças não conservativas, i.e.,
∆Emec = Wnc
Se o trabalho Wnc, das forças não-conservativas fôr nulo então a energia mecânica
conserva-se,
∆Emec = 0
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Energia potencial. Conservação de energia. Problemas.
11. (a) Que velocidade inicial mínima deve ser dada á bola para que ela
alcance a máxima posição vertical? (b,c) Qual então as velocidades: no
ponto mais baixo e no ponto do lado direito à mesma altura do ponto
inicial? (d) Se a massa da bola duplicasse as suas respostas às alíneas
anteriores aumentavam, diminuíam ou permaneceriam constantes?
13. Um camião desgovernado, cujo freio não funciona, move-se ladeira
abaixo a 130 km/h, imediatamente antes de o motorista desviá-lo em
direcção a uma rampa de emergência sem atrito e com inclinação para
cima de 15º. A massa do camião é de 5000 kg. (a) Qual o comprimento
mínimo L que deve possuir a rampa para que o camião pare ao longo
dela? (b) Esse comprimento varia com a massa do camião? (c) E com a
sua velocidade? (d) Esta rampa, em particular, serviria o propósito para
que foi construída?
16. A figura mostra uma pedra de 8,00 kg em repouso em cima de uma
mola. A mola está comprimida de 10,0 cm pela pedra. (a) Qual a
constante da mola? (b) A pedra é empurrada para baixo mais 30,0 cm e
é então solta. Qual a energia potencial elástica da mola comprimida
imediatamente antes de a pedra ser solta? (c) Qual a variação da energia
potencial gravitacional do sistema pedra-Terra quando a pedra se move
do ponto em que foi solta até à altura máxima? (d) Qual será essa altura
máxima, medida a partir do ponto em que a mola é solta?
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93
Energia potencial. Conservação de energia. Problemas.
20. Na figura, quais são (a) a componente horizontal e (b) a
componente vertical da força resultante que age sobre o bloco no
ponto Q? (c) De que altura h, o bloco deve ser solto do repouso, de
modo que ele esteja na iminência de perder contacto com a pista no
ponto mais alto do loop? Faça um gráfico da intensidade da força
normal sobre o bloco no ponto mais alto do loop em função da altura
inicial na faixa de h=0 até h=6R.
21. Na Figura D, solta-se um bloco de 12 kg a partir do repouso numa
rampa de 30º sem atrito. Abaixo do bloco está uma mola que pode ser
comprimida 2,0 cm por uma força de 270 N. O bloco pára por um
instante, ao comprimir a mola de 5,5 cm. (a) Que distância percorre o
bloco ao longo da rampa até parar? (b) Qual a velocidade do bloco no
exacto momento em que toca a mola?
63P. Uma partícula pode deslizar ao longo de uma pista com as
extremidades elevadas e uma parte central plana de comprimento L
como se mostra na figura. Não há atrito nas partes curvas mas, na
parte plana, o coeficiente de atrito cinético é 0,2. A partícula é solta do
ponto A, a uma altura ho=L/2. Aonde a partícula irá parar?
A
ho
L
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Energia potencial. Conservação de energia. Problemas.
37P. A energia potencial de uma molécula diatómica (um sistema de dois átomos
como o H2 ou o O2) é dada por,
A B
U = 12 − 6
r
r
onde r é a separação entre os dois átomos da molécula e A e B são constantes
positivas. Esta energia potencial está associada à força que mantém os dois átomos
juntos. (a) Encontre a separação de equilíbrio Ro, isto é a distância para a qual a
força de interacção não é nem repulsiva nem atractiva; (b) Se a distância entre os
dois átomos for maior que Ro a força de interacção é repulsiva ou atractiva?
61P. Uma pedra com peso igual w é lançada no ar para cima, na direcção vertical, a
partir do nível do solo com velocidade inicial vo. Se uma força constante f, devida á
força de arrasto do ar, actuar sobre a pedra do inicio ao fim do seu voo
(a) Mostre que a altura máxima alcançada pela pedra será,
vo2
h=
2 g (1 + f w)
(b) Mostre que a velocidade da pedra imediatamente antes do impacto contra o solo
será,
12
w− f 
v = vo 

w
+
f


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95
Energia potencial entre dois átomos
0.5
0.4
Energia potencial
0.3
U=
0.2
A
r12
−
B
r6
0.1
0
-0.1
-0.2
1
1.2
1.4
1.6
1.8
2
distância
2.2
2.4
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2.6
2.8
96
Energia potencial. Conservação de energia. Problemas.
10. A mola A é mais rígida do que a mola B; isto é kA>kB. Qual das molas realizará
mais trabalho se as molas forem comprimidas (a) da mesma distância? (b) pela mesma
força aplicada?
54. Um fardo de 4,0 kg começa a subir um plano inclinado de 30º com uma energia
cinética de 128 J. Até que distância ele conseguirá deslizar para cima do plano
inclinado se o coeficiente de atrito cinético entre o fardo e o plano inclinado for de 0,30?
26. Tarzan, que pesa 688 N, salta de um penhasco balançando-se na extremidade de
uma liana de 18 m de comprimento. Ele desce 3,2 m do alto do penhasco até ao ponto
mais baixo em que larga a liana. A liana rompe-se quando a força que actua sobre ela
excede 950 N. (a) Será que a liana se rompe? (b) Caso não se rompa, qual a maior
força que actua sobre a liana durante o balanço? (c) Caso se rompa, qual será o ângulo
com a vertical no instante da ruptura?
27. Duas crianças jogam tentando atingir uma caixa no chão com um berlinde lançado
por uma mola assente sobre uma mesa. A caixa está a uma distância de 2,20 m da
extremidade da mesa medida na horizontal. Sabendo que, quando Bobby comprimiu a
mola de 1,10 cm o berlinde ficou a 0,27 cm da caixa, de quanto deverá Rhoda
comprimir a mola para que o seu tiro seja certeiro?
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Quantidade de Movimento Angular
Uma partícula que se move relativamente a um sistema de eixos tem,
Quantidade de Movimento Linear
r
r
p = mv
z
r
v
r
r
Tem também relativamente á origem do
sistema de eixos uma
y
Quantidade de Movimento Angular
r r r r
r
l = r × p = r × mv
x
O vector Quantidade de Movimento Angular é
perpendicular ao plano formado pelos vectores posição
e velocidade e o seu módulo é dado por:
φ
r⊥
l = r sen(φ ) mv = r⊥ p
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r
v
r
r
Vista de topo em relação ao
plano formado pelos vectores
posição e velocidade
98
A Segunda Lei de Newton na forma Angular
Para uma partícula sabemos que,
r dpr
Fi =
∑
{
dt
r
Fres
i.e. A resultante das forças aplicadas é igual á taxa de variação da quantidade de
movimento linear. Se a resultante das forças for nula a variação também é nula.
Podemos mostrar que em relação á quantidade de
movimento angular,
r
Torque da força i
r r r
r dl
τ
τ
=
i = r × Fi
∑
i
{
dt
r
τ res
i.e. Para uma partícula a resultante dos torques é
igual á taxa de variação da quantidade de
movimento angular.
Corolário: Se o torque resultante for nulo a variação
também é nula.
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z
r
r
r
r
F
2
F1
r
r
F
3
F4
y
x
φ
r
F
r⊥
τ = r sen(φ ) F = r⊥ F
99
Movimentos Linear (1D) e de Rotação (analogias)
Linear
Angular
Posição
x
θ
Velocidade
v
ω
Aceleração
a
α
Movimento velocidade constante
Velocidade
Posição
v = cte
ω = cte
x = xo + vt
θ = θ o + ωt
Movimento aceleração constante
Aceleração
a = cte
α = cte
Velocidade
v = vo + at
ω = ωo + αt
x = xo + vot + at 2 2
θ = θ o + ω ot + αt 2 2
Posição
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100
Rotação
2E. Qual a velocidade angular (a) do ponteiro dos segundos, (b) do
ponteiro dos minutos, e (c) do ponteiro das horas de um relógio
analógico. Responda em radianos por segundo.
6P. A roda da figura tem oito raios igualmente espaçados e um
diâmetro de 60 cm. Ela está montada num eixo mecânico fixo e está
girando a 2,5 ciclos/s. Você quer atirar uma flecha de 20 cm paralela
a este eixo que atravesse a roda sem acertar nenhum dos raios.
Suponha que a flecha e os raios sejam bem finos. (a) Qual a
velocidade mínima que a flecha deve ter? (b) Será importante saber
o lugar para onde você mira, entre o eixo e a borda da roda? Se for
qual o melhor lugar?
9E. O prato de um gira-discos girando a 33 1/3 rpm desacelera e
pára 30 s depois de o motor ser desligado. (a) Determine a sua
aceleração angular (constante) em rotações por minuto quadrado.
(b) Quantas voltas ele completa neste tempo?
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101
Rotação
29P Na figura o volante de raio rA=10 cm está acoplado por uma
correia B a um volante C de raio rC=25 cm. Aumenta-se a
velocidade angular do volante A a partir do repouso a uma taxa
constante de 1,6 rad/s2. Determine o tempo para que o volante C
alcance uma rotação de 100 rpm supondo que a correia não
deslize.
32P. Um prato de um gira-discos gira a uma velocidade de 33 1/3 rpm. Uma semente
de melancia está sobre o prato a 6,0 cm do eixo de rotação. (a) Calcule a aceleração
da semente supondo que ela não desliza. (b) Qual o valor mínimo do coeficiente de
atrito estático entre a semente e o prato a fim de que a semente não deslize? (c)
Suponha que o prato atinge a sua velocidade angular partindo do repouso e sofrendo
uma aceleração angular constante durante 0,25 s. Calcule o coeficiente de atrito
estático mínimo necessário para que a semente não deslize durante o período de
aceleração.
18P. Uma roda girando em torno de um eixo fixo que passa pelo seu centro possui uma
aceleração constante de 4,0 rad/s2. Num certo intervalo de 4,0 s a roda descreve um
ângulo de 80 rad. (a) Qual a velocidade angular da roda no inicio do intervalo de 4,0 s?
(b) Supondo que a roda parte do repouso há quanto tempo ela estava em movimento
no inicio do intervalo de 4,0s?
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102
Gravitação
Força gravitacional de interacção
G é a constante de gravitação. Determine as suas unidades. G= 6,67 x 10-11 N.m2/kg2
r
Mm
Fg = −G 2 uˆr
r
Terra
ûr
MT= 5,98x1024 kg
RT= 6,37x106 m
Distância Terra-Lua: 3,82x108 m
Lua
ML= 7,36x1022 kg
RL= 1,74x106 m
Qual a relação entre o peso e a força de atracção gravitacional?
Qual o valor da aceleração da gravidade g, em função da massa e do raio da Terra?
Qual o período de revolução de um satélite geostacionário? A que distância da Terra
se situa a órbita geostacionária?
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103
Energia potencial gravitacional
A energia potencial de gravitação é,
Ug
U g = −G
Ec
Mm
r
Emec
r
U g = −G
Mm
r
Mostre que, á superfície terrestre, a variação
da energia potencial quando nos elevamos de
h é, aproximadamente, mgh.
Qual a energia cinética necessária a um projéctil para sair do campo gravitacional
terrestre?
Mostre que, (ver definição de força conservativa)
Fg = −
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∂U g
∂r
104
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