CAPÍTULO 7 Capítulo 7 – Efeitos Colaterais - Coordenadores – José Henrique Dantas de Carvalho e Simone Carazzato Efeitos Colaterais: Fatores relacionados à técnica ou à toxina Locais: reação local, fraqueza Sistêmicos não relacionados ao sítio de aplicação, perda do controle urinário, ou relacionados, fraqueza generalizada, ptose, disfagia, hematoma, ferida, outros Óbito: GMFCS IV e V e Anestesia Tabela com efeitos colaterais relativos à aplicação e à toxina Papavasiliou (?): efeitos colaterais são raros, os graves em geral são relacionados aos GMFCS IV e V. Epilepsia – como fator de risco prévio. Tabela de Papavisiliou – permissão de reprodução da tabela de Efeitos Colaterais, com frequência de complicações Interações medicamentosas com toxina botulinica precisam ser mais estudadas REAÇÕES ADVERSAS DA TOXINA BOTULÍNICA NO TRATAMENTO DA ESPASTICIDADE Introdução A espasticidade é um dos principais sintomas da Síndrome do Neurônio Motor Superior. O aumento do tônus não só limita o desempenho funcional do paciente, mas também pode levar ao desenvolvimento de contraturas, gerando alterações posturais permanentes resultantes de mau alinhamento articular (1,2). A Toxina botulínica é uma exotoxina produzida pelo Clostridium botulinum, uma bactéria Gram-positiva e anaeróbica. Existem oito sorotipos de bactérias (A, B, C alpha, C beta, D, E, F e G) que produzem sete exotoxinas distintas; o tipo A, B e E são os mais comumente associados ao botulismo em humanos (3). A purificação da solução da cultura é feita através de uma série de precipitações em meio ácido, até a obtenção de um complexo cristalino constituído por uma proteína ativa de alto peso molecular e uma proteína tipo hemaglutina associada. O complexo cristalino é redissolvido em uma solução salina contendo albumina e a seguir é filtrado esterilmente (0,2 micra) antes do envazilhamento e congelamento a vácuo(4). O processo de purificação é extremamente importante porque para se evitar reações adversas e aumento da antigenicidade é necessário retirar-se todos os resíduos de modo a deixar a toxina livre dos ácidos ribonucléicos e outros materiais contaminantes (5). A via final da ação da toxina é impedir a liberação da acetilcolina na junção neuromuscular dos músculos estriados produzindo, assim, uma denervação química e, conseqüentemente, paralisia muscular(6). Não obstante apresente alta margem de segurança, a utilização da toxina botulínica pode levar a efeitos adversos (EA's), associados ou não à denervação química. Estes efeitos se apresentam de forma moderada e transitória e com baixa freqüência, segundo a maioria dos trabalhos publicados, embora poucos destes enfatizem e caracterizem a ocorrência dos EA's (7). O presente artigo tem por objetivo fazer uma revisão sistemática atual acerca dos principais efeitos adversos provocados pela Toxina Botulínica no tratamento da Espasticidade. Metodologia Trata-se de um estudo observacionais e retrospectivos. Assim, os resultados aqui apresentados devem ser interpretados levando-se em conta as limitações e vieses inerentes aos estudos observacionais. As principais limitações que podem afetar as esta revisão sistemática são o viés de publicação (e outros similares como viés de linguagem), riscos de viés nos estudos primários (limitação metodológica dos estudos primários), além de dificuldades em combinar estudos que podem ter diferenças nas populações, intervenções, comparadores e definição dos desfechos (heterogeneidade clínica). O presente estudo pretende tabular quais os efeitos adversos da Toxina Botulínica tipo A no tratamento da espasticidade? A Localização e seleção dos estudos foi em bases de dados indexadas (Medline, Scielo, Cochrane, Lilacs, BVS e DeCS) a partir da seleção de descritores ou palavras-chave: Toxina botulínica, Espasticidade, Mecanismo de Ação, Reações adversas e Complicações). De posse de todos os estudos a serem incluídos, foram estabelecidos critérios para determinar a sua validade e se havia possibilidade dos resultados possuírem vieses. A análise e apresentação dos dados foi feita com base nas semelhanças entre estudos, apresentando as reações adversas da Toxina Botulínica tipo A no tratamento da Espasticidade, sendo agrupados para a obtenção das considerações finais. A redação dos resultados foi feita levando-se em conta a questão norteadora. Resultados e Discussão Os efeitos adversos associados ao tratamento com Toxina Botulínica em crianças com CP ocorrem em menos de 10% casos, sendo geralmente leves e transitórios, tipo local (dor no local da injeção, fraqueza local) e / ou sistémico (fadiga, sintomas de constipação, e em casos raros disfagia e problemas respiratórios) (8). No entanto, existe possibilidade de ocorrência de eventos adversos mais graves pacientes com PC, como foi recentemente alertado pela FDA; encontrando que a incidência desses efeitos varia entre 1 e 2% e foi associada com um nível mais elevado de classificação da função motora grossa (GMFCS) e a administração de uma dose de recomendada (9, 10) maior do que a toxina botulínica. Sugere-se em toda a faixa de segurança e casos eficiência de acordo com Orientações da farmacovigilância da Comissão Federal para a Proteção contra Riscos Sanitários (11). Dentre os artigos encontrados, as reações adversas descritas foram paralisia parcial do músculo reto podendo levar a diplopia - ptose transitória, hipertropia, bloqueio das glândulas ciliares, perfuração do globo ocular e hemorragia retrobulbar. A ptose é a complicação mais freqüente com uma incidência de 5% em adultos e 25% em crianças. A Hipertropia é rara. O bloqueio das glândulas ciliares é infreqüente e pode levar a uma dilatação pupilar e borramento da visão. Perfurações oculares ocorreram até hoje em 4 casos e a hemorragia retrobulbar sendo descrita como muito rara e tendo resolução espontânea em 2 semanas (12). Nesse sentido, autores apresentam como principal precaução o diagnóstico e indicações corretas do procedimento, além da necessidade de um profissional altamente experimentado na técnica de injeção. Em crianças o procedimento deve ser feito sob indução anestésica. Geralmente, a anestesia está contraindicada por bloquear os movimentos oculares espontâneos e impedir assim a utilização da guia eletromiográfica (12). Também, autores apontam como importante tomar precauções em pacientes mais idosos, onde existe uma perda da consistência tarsal e orbital, propiciando a difusão do medicamento e favorecendo o aparecimento de hematomas. Estes últimos podem ser controlados em sua extensão através da compressão local (13). Os efeitos adversos sistêmicos da Toxina Botulínica (TB) também demonstram afeição músculo liso à TB, dificuldades de acomodação e obstipação podem ocorrer (14). Quando BT é usado para tratar a hiperidrose, sialorréia, hiperlacrimejamento, ou quando BT-B efeitos adversos, tais como secura ocular ou mucosa secura podem ocorrer (14), o tecido glandular exócrina é afetado pela BT. BT, portanto, pode afetar fibras eferentes do sistema nervoso autônomo como já meticulosamente descrito por Justino Kerner (15, 16, 17). Dodel e cols. (18), em um amplo estudo onde 835 pacientes, dos quais 151 eram portadores de espasmo hemifacial, receberam 2881 injeções de toxina botulínica em um período de 3 anos, mostrou que as relações de doses entre BOTOX® e DYSPORT® variaram entre 1:4 a 1:6. Os efeitos adversos foram significantemente superiores com DYSPORT® (27% contra 18% com BOTOX®). A duração de efeitos foi semelhante entre os dois produtos, porém o início dos efeitos foi mais precoce com BOTOX® (4,0± 1,9 contra 7,3 ± 9,7 dias). Os custos do tratamento foram semelhantes entre as duas formulações. O bloqueio parcial dos músculos distônicos, através da aplicação de toxina botulínica, pode levar a uma diminuição da sua atividade funcional com alteração do controle da cabeça, especialmente em atividades forçadas como o levantar a partir da posição supina e durante os exercícios. Aproximadamente 5% dos casos tratados podem ter esta manifestação. A disfagia por difusão do produto é o efeito adverso mais observado, especialmente quando se injeta a porção superior dos músculos esternocleidomastoideo. Assim, quando este músculo precisa ser tratado devese dar preferência ao tratamento de suas porções mais distais. A disfagia pode se manifestar por uma dificuldade para deglutição da saliva (± 1/3 dos casos tratados) ou em casos mais graves por uma dificuldade na deglutição do bolo alimentar (5% dos casos tratados). Ela aparece após aproximadamente 10 dias do procedimento e dura aproximadamente outros 10 dias (13). Conforme Gupta e colaboradores (19), o sucesso do tratamento está relacionado com a adequada escolha dos músculos a serem tratados, e com a dose escolhida de modo que os efeitos benéficos sejam sentidos minimizando os riscos de difusão e de efeitos adversos pela difusão. Para os autores ainda, a utilização de guia eletromiográfica para a localização dos músculos alvo é útil favorecendo injeções mais precisas. Além disto, recomendam a menor dose e o mais longo intervalo entre as doses no sentido de se manter os resultados ao longo do tempo diminuindo a possibilidade de formação de resistência ao fármaco. Hsiung e cols. (20) fizeram um estudo a longo prazo, por um período de 10anos de acompanhamento, em pacientes com diferentes tipos de distúrbios do movimento. Nos 235 pacientes seguidos foram realizados 2616 procedimentos de aplicação de toxina botulínica. Após 5 anos de seguimento, 100% dos pacientes portadores de distonia cervical apresentavam benefícios com o tratamento e estes benefícios se mantinham em 75,8% dos pacientes com 10 anos de seguimento. Em 10 anos de tratamento 9,1% desenvolveram resistência primária e 7,5% resistência secundária ao tratamento. Efeitos adversos ocorreram em 17 dos 106 pacientes portadores de distonia cervical, sendo que a disfagia e atrofia muscular foram os mais freqüentes, somando 11 dos 17 eventos observados. Os autores concluem que o tratamento dos distúrbios do movimento, incluindo a distonia cervical é seguro, eficaz e mostra bons resultados ao longo do tempo. A principal reação adversa em distonias ocupacionais edistonia de membros não associadas ao movimento é a paresia dos músculos envolvidos com consequente alteração funcional. Nos pacientes tratados por distonia axial de tronco, como as doses de toxina utilizadas são mais altas eventualmente pode-se observar: sensação de fadiga e dificuldade respiratória (18). Na aplicação sobre músculos abdominais, doses acima de 400U podem induzir a um prolapso abdominal (12). Yablon (21) refere-se a mais de 10 diferentes trabalhos onde mais de 900 crianças portadoras de paralisia cerebral foram tratadas com toxina botulínica em relação à espasticidade. Os resultados obtidos e a falta de efeitos adversos graves nestas crianças permitem dizer que este tipo de tratamento é seguro e eficaz para a redução da espasticidade disfuncional. Alguns autores (22) referem que decorrente do trauma da injeção, pode-se observar como reação adversa: dor, eritema, edema, hematomas e equimoses. A infecção local é rara. Pode ocorrer fraqueza regional dos músculos adjacentes à área tratada decorrente da aplicação de toxina botulínica. Esta reação adversa é mais importante nos casos de tratamento da hiperidrose palmar, onde a função manual pode ser comprometida. A debilidade muscular, quando ocorre, se resolve espontaneamente ao longo de algumas semanas. Também podemos observar uma hiperidrose residual e assimetrias. As reações adversas decorrentes da toxina botulínica podem ser minimizadas através da correta técnica de aplicação e de diluição do produto, adequada às necessidades individuais de cada paciente. A utilização de uma forma farmacêutica cuja difusão seja controlada também é importante. Brin e col. (23) concluíram que três intervenções no período de um ano levam a resultados efetivos e excepcionais, e além disto, ao mesmo tempo em que cresce a efetividade, diminui a incidência de efeitos adversos. Mesmo em doses pequenas a toxina botulínica se mostra mais efetiva que o placebo. Os resultados aparecem com 7 dias aumentam até 30 dias e se mantém por 120 dias, porém naqueles pacientes que receberam mais de uma injeção estes resultados podem se prolongar por até 7 meses. Os autores concluem que o tratamento com toxina botulínica para as rugas glabelares é altamente seguro, eficaz e bem tolerado. Injeções sucessivas com intervalos adequados, além de evitarem o risco da formação de anticorpos, prolongam os resultados e aumentam a efetividade do tratamento. O uso da toxina botulínica no tratamento do bruxismo tem por objetivo cortar o ciclo vicioso da contração muscular (13). Os efeitos adversos nestes casos são raros sendo a fraqueza muscular para a mastigação o mais observado. Os resultados são em geral muito bons com alívio da dor e melhora funcional, além da prevenção da deterioração funcional e dos dentes. Bushara (1997) propôs a injeção de toxina sobre as glândulas salivares. Desde então muitas outras publicações foram descritas neste sentido. Os resultados da literatura são em geral bons, porém ainda existem variáveis não completamente exploradas, relacionadas à técnica de injeção, glândula injetada, precisão do método e reprodutibilidade entre os paciente. Alguns autores injetam somente as parótidas, outros as parótidas e as submandibulares. As glândulas salivares são controladas pelo sistema nervoso autônomo, enquanto que a produção e composição da saliva são decorrentes de atividade parassimpática regulada por estímulos acetilcolinérgicos sobre as glândulas salivares. Assim, a secreção de saliva pode ser influenciada pela toxina botulínica e isto é evidenciado pelo efeito adverso de "boca seca" referido por alguns pacientes (24). A toxina botulínica tipo A tem uma incidência de efeitos adversos de 5,6-10,3%, que pode ser do tipo local ou sistêmico. Eles ocorrem mais frequentemente quando as doses máximas recomendadas do produto são excedidas. Os efeitos secundários mais frequentemente relatados são: e fraqueza muscular no local onde é feita aplicação (25), fadiga, que tem a duração de 1-5 dias a dor no local e a vizinha músculos, febre, síndroma de pseudo-gripal (26, 27), como o botulismo (botulism like) (28, 29), incontinência urinária, modificação do padrão de marcha de fraqueza e disfagia nas crianças com orofaríngeos (30, 31). Corroborando com outros autores supracitados, Pascual-Pascual (32) descreveram entre os efeitos adversos, efeitos locais: dor ou hematomas ou equimoses no local da administração; efeitos sistêmicos: fraqueza generalizada, disfagia, diminuição ou perda da função em infiltração de segmento aumentou distonia e presença de movimentos involuntários em outros segmentos corporais. Outros relatos como reação anafilática com uso de Lidocaína para diluição foi relatado por Mihir e Suskind (33). Considerações Finais Os eventos adversos relacionados ao tratamento com Toxina Botulínica são pouco significantes, podendo ocorrer em menos de 10% do casos e geralmente sendo leves e transitórios. Quando locais, apresentam-se como dor no local da injeção e fraqueza local; quando sistêmica, apresenta-se na forma de fadiga, sintomas de gripe e, em casos mais raros disfagia e problemas respiratórios. A quantidade de artigos de relevência científica disponíveis já embasam o uso seguro da Toxina Botulínica no tratamento da espasticidade. Mas devido a quantidade de grupos musculares envolvidos, ainda há necessidade de mais estudos acerca das reações adversas desse tipo de neurólise. Referências Bibliográficas 1. Sheean G. The pathophysiology of spasticity. Eur J Neurol. 2002;9:3-9. 2. Spósito MMM. A espasticidade e seu tratamento. Rev Nac Reabil Portadores Deficiências Prof Setor, Cad Téc Cient, São Paulo. 2000mar./abr.;3(13):6-ll 3. Klein AW. 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