Universidade do Estado do Rio de Janeiro Centro Biomédico Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes Maxmira de Souza Arêdes Polinização nos livros didáticos de Ciências: Uma avaliação das imagens e do conteúdo didático Rio de Janeiro 2011 Maxmira de Souza Arêdes Polinização nos livros didáticos de Ciências: Uma abordagem das imagens e do conteúdo didático Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do titulo de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Orientadora: Profª. Msª. Érika Winagraski Coorientador: Prof. Dr. Antônio Carlos Freitas Rio de Janeiro 2011 CATALOGAÇÃO NA FONTE UERJ / REDE SIRIUS / BIBLIOTECA CTC-A A678 Arêdes, Maxmira de Souza. Polinização nos livros didáticos de Ciências: uma abordagem das imagens e do conteúdo didático /. - 2012. 90 f. ; il. Orientadora: Érika Winagraski Coorientador: Antônio Carlos Freitas Monografia (Ciências Biológicas) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes. 1. Polinização – Estudo e ensino. I. Winagraski, Érika. II. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes. IV. Título. CDU 582.564 Autorizo, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta dissertação. ___________________________________ Assinatura _____________________________ Data Maxmira de Souza Arêdes Polinização nos livros didáticos de Ciências: Uma avaliação das imagens e do conteúdo didático Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do titulo de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Aprovada em xx de xxxxxxxx de 2012. Banca examinadora: _________________________________________________________ Profª. Msª. Érika Winagraski (Orientadora) Universidade do Estado do Rio de Janeiro _________________________________________________________ Prof. Dr. Antônio Carlos Freitas (Co-orientador) Universidade do Estado do Rio de Janeiro _________________________________________________________ Profª. Msª. Débora de Aguiar Lage Universidade do Estado do Rio de Janeiro _________________________________________________________ Profª. Drª. Andréa Espínola de Siqueira Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2011 DEDICATÓRIA À minha família e ao meu eterno amor, Rodrigo Reis. AGRADECIMENTOS A Deus, por colocar em minha caminhada pessoas tão especiais como meus amigos de turma e professores dedicados a sua profissão, por me permitir fazer parte de uma família tão especial como a minha, e por colocar ao meu lado uma pessoa maravilhosa como meu marido. Aos meus pais, Ademar Antônio de Arêdes e Carmem Lúcia de Souza Arêdes, e minha irmã, Ariana de Souza Arêdes por estarem sempre ao meu lado durante todos estes anos de faculdade, por entenderem minha ausência quando passava feriados e fins de semana trancada no quarto fazendo trabalhos e mais trabalhos, provas e agora a monografia, por me incentivarem a cursar o ensino superior e permanecer no curso que escolhi, por me darem força quando ficava desesperada com tantas coisas para fazer ao mesmo tempo e por serem minha família... Ao meu maridíssimo e eterno namorado Rodrigo Oliveira dos Reis por estar comigo durante os últimos sete anos de minha vida. Muito paciente, atencioso e dedicado, me ajuda sempre que tenho dificuldades. Sempre me agradando e me fazendo feliz... Aos meus amigos de faculdade: Maurício “sem noção”, Isabela molusca, Taís mineirinha, Carlita, Camilete, Grazi e Bia por me ajudarem durante estes quatro anos, por me fazerem ri, chorar, ficar tensa e nervosa... Aos meus amigos Jleli, Anita, Dani big girl e Gessiquita por estarem ao meu lado a maior parte do tempo que estive na faculdade, por me ajudarem quando tive dificuldades, quando estava triste, quando tínhamos que estudar para as provas, fazer milhões de trabalhos, e quando ouviam minhas cansativas reclamações... À minha amiga Brendinha, que está ao meu lado nesta reta final de curso, por estar sempre disposta a me escutar e me ajudar. À minha orientadora Érika Winagraski pela paciência, principalmente nesta reta final de tanto nervosismo, pela orientação, atenção e dedicação. Ao meu co-orientador Antônio Carlos Freitas, pela ajuda e contribuição. À professora Andréa Espínola de Siqueira pela contribuição, pela paciência nos momentos que precisava tirar dúvidas e principalmente pelo empréstimo dos livros didáticos que contribuíram significativamente para a elaboração e conclusão deste trabalho. À minha prima Carmem Lúcia de Oliveira, as professoras Cátia Callado e Lúcia Aguiar e minha amiga Brenda pelo empréstimo de outros exemplares didáticos. À Thaís por compartilhar diversos artigos comigo, contribuição essencial para uma importante etapa desta monografia. A todos os membros da banca que aceitaram participar deste momento tão importante, pela presença e contribuição. All About Lovin' You Looking at the pages of my life Faded memories of me and you Mistakes you know I've made a few I took some shots and fell from time to time Baby, you were there to pull me through We've been around the block a time or two I'm gonna lay it on the line Ask me how we've come this far The answer's written in my eyes Every time I look at you, baby, I see something new That takes me higher than before and makes me want you more I don't wanna sleep tonight, dreamin's just a waste of time When I look at what my life's been comin' to I'm all about lovin' you I've lived, I've loved, I've lost, I've paid some dues, baby We've been to hell and back again Through it all you're always my best friend For all the words I didn't say and all the things I didn't do Tonight I'm gonna find a way Every time I look at you, baby, I see something new That takes me higher than before and makes me want you more I don't wanna sleep tonight, dreamin's just a waste of time When I look at what my life's been comin' to I'm all about lovin' you You can take this world away You're everything I am Just read the lines upon my face I'm all about lovin' you (All about, all about, all about Lovin' you) Every time I look at you, baby, I see something new That takes me higher than before and makes me want you more I don't wanna sleep tonight, dreamin's just a waste of time When I look at what my life's been comin' to I'm all about lovin' you All about lovin' you. Bon Jovi RESUMO Arêdes, M. S. Polinização nos livros de Ciências: uma avaliação das imagens e do conteúdo didático. 90 p. Monografia - Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2011. O livro didático é o instrumento de ensino mais utilizado em sala de aula, por vezes é o único que auxilia professores e alunos durante todo o ano letivo. Atualmente é possível observar um número significativo de exemplares didáticos com informações contraditórias em seu conteúdo teórico e deficiência quanto à qualidade das suas ilustrações, mesmo com a revisão realizada pelo PNLD. Entretanto, para que um livro seja adotado pelos professores é necessário que este passe por diversas avaliações que afirmam sua capacidade como material de apoio. Dentre deste contexto, a análise do conteúdo de polinização, torna-se importante para a melhoria desse instrumento. O objetivo deste trabalho foi analisar livros didáticos do sétimo ano, para avaliar se estes apresentam o conteúdo referente ao tema polinização de uma forma correta, completa e com imagens adequadas que facilite o entendimento dos alunos. Esta análise demonstrou a existência de erros, conteúdo incompleto e imagens inadequadas e com deficiência na qualidade, resultando em apenas um exemplar, dentre os onze analisados, apresentando resultado satisfatório. Portanto foi possível concluir que livros aprovados pelo PNLD ainda trazem elementos que comprometem o processo de ensino-aprendizagem em Ciências. Acreditamos que esta prática possa complementar o trabalho desenvolvido pelo PNLD e que as reflexões aqui propostas podem se somar aos critérios que os professores já utilizam na escolha dos livros didáticos com os quais pretendem trabalhar. Palavras-chave: Livros didáticos, Polinização, Imagens. ABSTRACT The textbook is the most widely used teaching tool in the classroom, sometimes it is the only one that helps teachers and students throughout the school year. Currently you can see a significant number of teaching examples with contradictory information in its theoretical content and deficiency in the quality of its illustrations, even with the review by PNLD. However, for a book to be adopted by teachers is necessary that it go through several reviews that say its capacity as support material. Within this context, the content analysis of pollination, it is important for the improvement of this instrument. The objective of this study was to analyze textbooks seventh year, to assess whether they have content for the pollination of an issue correctly, complete with images appropriate to facilitate understanding of the students. This analysis revealed the existence of errors, incomplete content and inappropriate images in the quality and disabled, resulting in only one example, among the eleven analyzed, with satisfactory results. Therefore it was concluded that for books approved PNLD still bring elements that undermine the process of teaching and learning in science. We believe that this practice can complement the work done by PNLD and that the reflections proposed here can be added to the criteria that teachers already use in the selection of textbooks with which they wish to work. Keywords: Textbooks, Pollination, Images LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Imagem representando a constituição de uma flor completa, p. 109, livro L1. Imagem não adequada......................................................... Figura 2 - Imagem representando a polinização realizada por uma abelha, p. 141, livro L3. Imagem não adequada................................................. Figura 3 - 55 55 Esquema representando a polinização e dispersão das plantas com flores e frutos, p. 58, livro L8. Imagem não adequada........................ 56 Figura 4 - Imagem representando a constituição da flor de lírio (Hemerocallis flava), p. 39, livro L9. Imagem não adequada..................................... 57 Figura 5 - Imagem representando os atrativos oferecidos pelas flores para serem polinizadas por agentes específicos, p. 134, livro L11. Imagem inadequada........................................................................... Figura 6 - Imagem das flores e seus polinizadores, presente na p. 262, livro L2. Difícil identificação........................................................................ Figura 7 - 59 Imagem representando a polinização realizada por um beija-flor (Apodiforme), p. 138, livro L3. Imagem com difícil visualização......... Figura 8 - 58 60 Imagem de uma abelha (Himenóptera) polinizando uma flor de laranjeira (Citrus sp.), p. 131, livro L4. Difícil identificação das estruturas reprodutoras....................................................................... 61 Figura 9 - Imagem do pólen sendo levado pelo vento, p. 131, livro L4. Difícil visualização........................................................................................ 61 Figura 10 - Imagem mostrando grão de pólen aderido ao corpo de uma abelha (Hymenóptera), p. 241, livro L7. Imagem não adequada................... 62 Figura 11 - Imagem mostrando uma abelha (Himenóptera) e um beija-flor (Apodiforme) coletando néctar que lhe serve de alimento, p. 240, livro L7. Imagem não adequada......................................................... 62 Figura 12 - Imagem de um inseto polinizando uma flor, presente na p. 56, livro L8. Difícil identificação das estruturas reprodutoras........................... 63 Figura 13 - Polinização realizada pelo vento, p. 41, livro L9. Difícil visualização. 63 Figura 14 - Diferenciação da flor feminina e masculina de abóbora (Cucurbita sp.), presente no livro L10, p. 283. Difícil identificação dos órgãos reprodutores........................................................................................ 64 Figura 15 - Imagens do mamoeiro macho e fêmea (Carica sp.), dispostas na p. 283, livro L10. Difícil identificação dos órgãos reprodutores.............. 64 Figura 16 - Imagem da polinização realizada por um animal, p. 284, livro L10. Difícil visualização............................................................................... 65 Figura 17 - Imagem da polinização realizada por uma abelha (Himenóptera), p. 280, livro L10. Difícil visualização....................................................... 65 Figura 18 - Imagem da polinização realizada pelo vento, p. 284, livro L10. Difícil visualização............................................................................... 65 Figura 19 - Imagem representando a constituição da flor, p. 132, livro L11. Imagem não adequada....................................................................... 66 Figura 20 - Imagem da polinização realizada por uma abelha (Himenóptera), p. 134, livro L11. Difícil visualização....................................................... 66 Figura 21 - Ilustração com a constituição de uma flor completa, p. 75, livro L6. Apresenta erro e falta de informação.................................................. 68 Figura 22 - Representação esquemática de uma flor, p. 240, livro L7. Presença de erro e falta de informação.............................................................. 69 Figura 23 - Representação esquemática de uma flor apresentada pelo livro L9, p. 39. Apresenta erro e falta de informação........................................ 69 Figura 24 - Procedimento de corte de um ovário, disposto na p. 283, livro L10. Apresenta erro.................................................................................... 70 LISTA DE TABELAS Quadro 1 - Livros utilizados na análise................................................................ 27 Tabela 1: Conceitos teóricos.............................................................................. 44 Tabela 2: Abordagem específica do conteúdo................................................... 51 Tabela 3: Material ilustrativo............................................................................... 71 Tabela 4: Atividade experimental........................................................................ 78 Gráfico 1. Comparação entre os livros analisados, de acordo com o critério – Conceitos teóricos.............................................................................. Gráfico 2. Comparação entre os livros analisados, de acordo com o critério – Abordagem específica do conteúdo................................................... Gráfico 3. 79 Comparação entre os livros analisados, de acordo com o critério – Material ilustrativo............................................................................... Gráfico 4. 79 80 Comparação entre os livros analisados, de acordo com o critério – Atividade experimental........................................................................ 80 Gráfico 5. Comparação entre todos os critérios analisados nos onze livros didáticos.............................................................................................. 81 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .............................................................................................. 16 1 O LIVRO DIDÁTICO ..................................................................................... 16 1.1 Importância ................................................................................................. 16 1.2 Imagem como objeto de aprendizagem...................................................... 20 1.3 Importância da Polinização........................................................................... 22 1.4 Objetivos gerais............................................................................................. 26 1.5 Objetivos específicos..................................................................................... 26 II METODOLOGIA............................................................................................ 27 2.1 CRITÉRIOS UTILIZADOS PARA ANÁLISE DOS LIVROS........................... 28 2.1.1 Conceitos teóricos......................................................................................... 28 2.1.2 Abordagem específica do conteúdo.............................................................. 29 2.1.3 Material ilustrativo.......................................................................................... 30 2.1.4 Atividade experimental.................................................................................. 31 III RESULTADOS E DISCUSSÕES.................................................................. 32 3.1 CONCEITOS TEÓRICOS.............................................................................. 32 3.1.1 Motivação...................................................................................................... 32 3.1.2 Conteúdo adequado ao público alvo............................................................. 36 3.1.3 Erros conceituais........................................................................................... 40 3.1.4 Informações atualizadas................................................................................ 42 3.1.5 Linguagem adequada.................................................................................... 43 3.2 ABORDAGEM ESPECÍFICA DO CONTEÚDO............................................. 45 3.2.1 Flor como órgão reprodutor das angiospermas............................................ 45 3.2.2 Formas de atração que as flores apresentam para atrair polinizadores....... 46 3.2.3 Adaptações das flores aos polinizadores específicos................................... 47 3.2.4 Importância da polinização cruzada para planta........................................... 50 3.3 MATERIAL ILUSTRATIVO............................................................................ 52 3.3.1 Proporção dos objetos................................................................................... 52 3.3.2 Fonte e data nas imagens............................................................................. 53 3.3.3 Adequação das ilustrações........................................................................... 54 3.3.4 As imagens apresentam boa qualidade........................................................ 59 3.3.5 Erro nas imagens.......................................................................................... 68 3.4 ATIVIDADE EXPERIMENTAL....................................................................... 72 3.4.1 Atividades experimentais de fácil realização................................................. 72 3.4.2 Acessibilidadade do material a todos os alunos............................................ 75 3.4.3 Riscos físicos ao aluno.................................................................................. 76 3.4.4 Auxílio de um adulto diante da presença de riscos....................................... 77 3.5 GRÁFICOS COMPARATIVOS...................................................................... 79 IV CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................... 81 V REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 84 16 INTRODUÇÃO 1- O livro didático 1.1 Importância Várias mudanças ocorreram no âmbito escolar, novos avanços tecnológicos surgiram e inovaram a utilização de recursos tanto pelos professores quanto pelos alunos. Estes recursos vêm facilitando o ensino-aprendizagem em diversos sentidos, no ensino formal e não formal, como, por exemplo, uso de computadores para pesquisa dos alunos e data-show para a apresentação de aulas com mais recursos de imagens (VASCONCELLOS, 2010). Mesmo diante dessas inovações, um recurso didático de grande importância e muito utilizado pelos professores, não só no Brasil como em todas as regiões do mundo, ainda é o livro didático. Um material capaz de auxiliar não só aos professores na preparação das aulas como também, aos alunos no acompanhamento do conteúdo durante todo o ano letivo entre todos os níveis escolares (VASCONCELLOS, 2010). Rezende e Ostermann (2005), ressaltam que o livro muitas vezes é considerado o recurso didático mais utilizado nas escolas brasileiras. Pode ser atribuído a esse fato, a facilidade de acesso desse material a todas as classes sociais, a todas as regiões, principalmente, devido a distribuição gratuita nas escolas públicas. Os livros didáticos constituem um recurso de fundamental importância, já que representa em muitos casos o único material de apoio disponível para alunos e professores (SPIASSI, 2008), tendo o seu uso se tornado frequente, pelos profissionais da educação (BRITO, 2004). Alguns professores se baseiam integralmente e unicamente no conteúdo apresentado nos livros didáticos para a preparação de suas aulas, e ditam essas informações como corretas, isentas de qualquer tipo de erro (SILVA apud VASCONCELLOS, 2010). Segundo Brito (2004), o uso exclusivo do livro pelos professores é resultado de alguns fatores como: falta de tempo para elaboração das aulas e falta de capacitação para usar outra metodologia em sala de aula. Portanto, o livro didático não é visto pelos 17 profissionais da área apenas como instrumento auxiliar na sala de aula, mas para muitos é uma autoridade, a última instância ao critério absoluto de verdade, o modelo da excelência a ser adotado em sala de aula (FREITAG et al apud MATTOS et al, 2002). Amaral e Neto (1997) afirmam que a partir dessa ação dos professores, de usar exclusivamente os livros didáticos, informações erradas e equivocadas podem ser adicionadas ao aprendizado do aluno. Estas podem ser reforçadas e enraizadas a cada ano de escolaridade e a cada livro didático estudado, pois os livros podem conter erros e equívocos, ao abordar algum conteúdo, não observado pelos professores durante a exposição da sua aula. Os professores precisam ter uma formação e suas condições de trabalho melhoradas e assim exercer plena e autonomamente seu censo crítico, pois em muitos casos os professores precisam trabalhar em várias instituições escolares para aumentar seu rendimento mensal e acabam por ter pouco tempo para se dedicar à elaboração das suas aulas, não se atentando as abordagens errônias dos livros didáticos (AMARAL e NETO, 1997). O livro didático determina conteúdos e condiciona estratégias de ensino, direcionando o ensino-aprendizagem. Portanto, um livro didático que apresenta considerações inadequadas, exige que o professor trabalhe os temas com muita atenção, para que esses erros sejam corrigidos de alguma forma durante as atividades dos alunos (LAJOLO, 1996). Santos e Mol (2005) ressaltam a importância em analisar o conteúdo teórico dos livros didáticos, pois estes podem apresentar conceitos e informações erradas. O que mostra que a atitude dos professores em adotar o livro como verdade absoluta deve ser analisada. Recentemente vem sendo observado um número significativo de pesquisadores acadêmicos se dedicando a analisar e investigar a qualidade das coleções didáticas (LOGUERCIO et al, 2001), destacando deficiências, problemas metodológicos e erros conceituais, e apontando possíveis soluções para a melhoria dos mesmos (NETO e FRACALANZA, 2003). 18 A preocupação em analisar os livros leva em conta a sua grande importância na formação do aluno, considerando que este pode ser o único livro com o qual uma criança tem contato durante o período escolar (FREITAS e RODRIGUES, 2007). Mohr (1995) ressalta que: “O livro pode conter um conjunto de exercícios e atividades a serem propostos aos estudantes, além de possuir um grande valor afetivo para a criança, principalmente nas séries iniciais. Contudo algumas dessas características positivas do livro, se não forem apresentadas com critérios e estruturadas com extremo cuidado, podem encerrar limitações muito negativas, como a demasiada circunscrição do conteúdo, que pode apresentar o livro como acabado e imutável, além de dissimular as lacunas de conhecimento e ignorar as controvérsias que existem nos diferentes campos do conhecimento”( MOHR,1995 p. 52). Neto e Fracalanza (2003) afirmam que programas de melhoria da qualidade do livro didático brasileiro e de distribuição ampla para os estudantes de escolas públicas têm sido uma das principais ações do governo federal e seu Ministério da Educação desde a década de 1930. A criação do Programa Nacional do Livro Didático foi um importante passo para avaliação dos livros didáticos a serem distribuídos pelo Ministério da Educação (VASCONCELOS e SOUTO, 2003), pois iniciou um processo que ocasionou diversas melhorias nas coleções didáticas de todas as áreas disciplinares, incluindo a qualidade gráfica, a linguagem e o conteúdo utilizado pelos autores (FREITAS e RODRIGUES, 2007). O PNLD visa coordenar a aquisição e distribuição gratuita aos alunos das escolas públicas e dar subsídios aos professores para garantir uma boa escolha dos livros, assegurando, portanto uma melhor qualidade do ensino (BRASIL, 2011). Mas mesmo diante da revisão realizada pelo PNLD, ainda é possível encontrar exemplares didáticos com informações contraditórias apresentadas no conteúdo teórico (VASCONCELOS e SOUTO, 2003). Entretanto, para que um livro seja adotado pelos professores é necessário que este passe por diversas análises que afirmam sua capacidade como material de apoio, pois é constante a ocorrência de erros e falta de informações atuais tratadas nos livros didáticos (SPIASSI, 2008). 19 Além disso, também é importante que professores se dediquem a escolher bons livros didáticos, pois esta ação está diretamente vinculada à formação profissional de seus alunos. Segundo Cassab e Martins (2003) ao escolher o material educativo o professor representa também em sua seleção os sentidos que ele atribuiu a sua prática profissional, à aprendizagem em ciências e ao seu alunado. Todavia o livro didático não deve ser o único suporte do trabalho pedagógico do professor, é importante complementá-lo para adequar ao grupo de alunos que o utilizam (CARVALHO et al, sd) Santos (2007) ressalta que: “É possível reconhecer que o professor ao optar pelo uso de um livro didático exerce importante papel, pois é sua ação que se concretiza à implementação das políticas públicas do livro, ação esta que se constitui em um ponto crucial quando se entende que os saberes aprendidos pelos alunos se estabelecem a partir dos saberes a serem ensinados e que parte desses saberes se apresenta no material didático escolhido pelo professor e utilizado em sala de aula” (SANTOS, 2007 p. 24 e 25). O livro didático não pode continuar como fonte de conhecimento (por vezes equivocados) transmitidos pelo professor a fim de serem memorizados e repetidos pelos alunos (NUÑEZ et al, 2003). 20 1.2 A imagem como objeto de aprendizagem Um instrumento muito importante presente nos livros didáticos são as imagens, que quando bem empregadas, devem facilitar a visualização do conteúdo que está sendo explorado, resultando dessa forma, em um melhor entendimento por parte dos alunos (FRANCO, 2009). A imagem fotográfica, muito utilizada nos livros didáticos, está presente desde o final do século XIX (BRUZZO, 2004), e tem como objetivo registrar informações que muitas vezes passam despercebidas. Sua função é tornar as informações mais claras, estimulando a compreensão e a interação entre leitores e o texto científico. Estes recursos visuais fornecem suporte as ideias e informações contidas nos livros, e por isso, merecem atenção especial (VASCONCELOS e SOUTO, 2003). Segundo Silva e Martins (2008) as fotografias são utilizadas para descrever fenômenos ou situações com uma relação bem próxima da realidade e como motivadora para determinado conteúdo. Para Belmiro (2000): “Tratada como ilustração, a imagem tem a importância de ajudar na visualização agradável da página. Se há textos muito longos, ela serve para quebrar o ritmo cansativo da leitura. Além disso, ela pode sugerir leituras, apoiálas do ponto de vista do enredo, construir formas, personagens, cenários, enfim, compor, junto com o texto verbal, um horizonte de leitura” (BELMIRO, 2000 p. 23). A imagem permite trazer para dentro da sala de aula uma realidade que muitas vezes não é observada no dia a dia de cada um. É um instrumento que nos permite visualizar desde organismos muito pequenos até movimentos rápidos, como de um beija-flor se alimentando em uma flor. O uso da imagem pode atender ao objetivo pedagógico de trabalhar um conceito, através do uso de um tipo específico de código não-verbal que cumpre adequadamente o objetivo de promover a aprendizagem (FRANCO, 2009). Portanto, a utilização da fotografia no processo educativo nas Ciências Biológicas, por não necessitar de um grande suporte tecnológico para sua difusão e apreciação, tornou-se ferramenta muito eficiente na divulgação da informação 21 (FRANCO, 2009). Tanto nas exposições orais como nos textos científicos e de divulgação a inclusão de imagens está associado à apresentação dos conhecimentos (BRUZZO, 2004). Mas muitas vezes o uso das imagens nos livros didáticos não está vinculada apenas a um objeto facilitador da aprendizagem, mas sim está associado ao desinteresse dos alunos pela leitura, sendo considerado como a forma mais eficaz destinada à comunicação dos conhecimentos científicos (BRUZZO, 2004). Bruzzo (2004) ressalta: “Se existe uma articulação entre imagem e conhecimento na educação em Biologia, talvez tenhamos que admitir que as imagens possam modificar a maneira de conhecer de uma determinada área de conhecimento e reconhecer que a imagem pode ter uma influência importante na prática e na reflexão educativas. O fato de o estudo da natureza expressar-se por meio de imagens possivelmente configura a organização do conhecimento de Biologia” (BRUZZO, 2004 p. 1375). Mesmo diante da importância das imagens nos livros didáticos, é possível observar uma deficiência quanto à qualidade dessas ilustrações. Martins e Guimarães (2002) em sua pesquisa desenvolvida com livros didáticos afirmam que muitos apresentam exposições inadequadas de imagens, o que nos direciona a uma investigação minuciosa quanto à sua qualidade, pois ela está diretamente vinculada com o aprendizado do aluno. Como ressaltado por Neto e Fracalanza (2003) devido à importância das ilustrações, estas devem apresentar boa qualidade gráfica, ser visualmente atraentes, ser compatíveis com a nossa cultura e conter legendas e proporções espaciais corretas, além de estarem contextualizadas com as informações que devem ser transmitidas. Loschky apud Franco (2009) reforça a importância de imagens de boa qualidade e de fácil visualização para o leitor, pois ela direciona a atenção, liberando as pessoas para exploração da informação visual de forma a assimilarem o seu conteúdo. 22 1.3 Importância da polinização As angiospermas foram as plantas a dominar completamente o ambiente terrestre. Elas apresentam maior grau de complexidade, maior diversidade de formas e grande distribuição geográfica. Estas são caracterizadas por apresentarem flores e suas sementes protegidas dentro de frutos. A dominância das plantas com frutos ocorreu devido a várias adaptações para resistência à seca, dispersão de sementes, além da evolução de mecanismos especializados de polinização (RAVEN et al 2001). A polinização é definida, segundo Raven et al (2001), como a transferência de grãos de pólen das anteras de uma flor para o estigma de uma outra flor da mesma espécie, evento essencial para a manutenção da biodiversidade e imprescindível para a propagação de muitas espécies, pois facilita a fecundação cruzada entre os vegetais. Segundo Amabis (2004), a fecundação cruzada é de grande importância para os organismos eucarióticos, pois aumenta a chance de se formarem novas combinações gênicas, e adaptações da prole a possíveis variações ambientais. Portanto, para que haja a formação das sementes e frutos é necessário que o tubo polínico cresça e penetre no óvulo pela micrópila, lançando o gameta masculino no gametófito feminino, o que explica a necessidade da polinização para as angiospermas (FAVATO e ANDRIAN, 2008). Plantas polinizadas pelo vento não produzem néctar, têm cores apagadas e são relativamente inodoras. Suas flores são pequenas ou ausentes e suas anteras são bem expostas e assim como as flores polinizadas pela água não necessitam de animais para sua reprodução. Todavia, a estrutura reprodutiva das angiospermas foi selecionada de forma a atrair animais polinizadores, surgindo então uma variedade de formas, tamanhos, cores, aromas e texturas, cada uma de acordo com uma estratégia mais ou menos específica de atração. Surgiram estruturas, como nectários, pétalas comestíveis e glândulas de perfume, recursos para atrair agentes polinizadores que asseguram que suas flores sejam visitadas e seu pólen carregado para outra flor da mesma espécie (OBERMULLEN et al, 2008; PANSARIN, 2003; WESTERKAMP, 2004;) 23 Entretanto entre os agentes polinizadores, os mais abundantes são os insetos que realizam com as plantas uma relação mutualística, facilmente observada em diversos ambientes. Essa relação inseto-planta assume um papel importante na natureza, pois representa uma base de uma cadeia alimentar, além de resultar em maior variabilidade genética aos vegetais (MACEDO et al apud FAVATO e ANDRIAN, 2008). Consequentemente o grande número de interações planta/animal promoveu a adaptação de flores a diferentes agentes especializados na polinização. Essa interação pressionou a evolução de ambos os grupos de organismos envolvidos, num processo denominado coevolução (MORI, 2001). A polinização por insetos provavelmente desencadeou o início da evolução das angiospermas, tanto pela possibilidade de isolamento de pequenas populações quanto pela polinização indireta. A alimentação dos insetos através de partes florais favoreceu que grãos de pólen fossem transferidos de uma planta a outra. Essas visitas permitiram que as plantas começassem um processo de modificação estrutural para uma adaptação ao agente polinizador, tornando esse encontro mais frequente e mais eficiente, fornecendo vantagens seletivas para a planta. (RAVEN et al 2001). As relações entre planta-polinizador também são importantes na estruturação das comunidades, podendo influenciar a distribuição espacial das plantas, a riqueza, e a abundância de espécies. (MORELLATO apud OBERMULLEN et al 2008). Muitos insetos são altamente especializados visitando unicamente um tipo de flor. Morales e Kohler apud Favato e Andrian (2008), confirmam que plantas com recursos menos atraentes podem apresentar visitantes mais específicos, isto pode também estar ligado à morfologia das flores, a qual pode promover ou inibir a visita de insetos. Muitas das modificações que evoluíram nas flores promoveram a constância de um tipo específico de visitante para um particular tipo de flor. Quanto mais atraentes as plantas eram para os insetos mais frequentes elas seriam visitadas e maior número de sementes poderiam produzir. Raven et al (2001) ainda ressalta que quando uma espécie de planta é polinizada por um único tipo ou por uns poucos tipos de polinizadores, a seleção natural favorece especializações relacionadas com as características destes visitantes. 24 Entretanto associações entre espécies de plantas e interações planta-animal formam redes no espaço, de tal forma que a perda de uma espécie pode resultar na extinção de outras espécies, no mesmo ou em diferentes habitats (GILBERT apud BARRETO e FREITAS, 2007). Assim, plantas que dependem de uma espécie ou de um grupo restrito de polinizadores, em tese, correm um risco maior de serem extintas (BARRETO e FREITAS, 2007). Um declínio no número de agentes polinizadores, resultado, por exemplo, da ação do homem, como o alto grau de queimadas, desmatamentos ou uso indiscriminado de agrotóxicos, pode comprometer a dinâmica do sistema natural, pois os visitantes florais tornam-se cada vez mais escassos diminuindo a quantidade de frutos e sementes (COUTO apud FAVATO e ANDRIAN, 2008). Quando falamos em natureza o homem a relaciona apenas como prioritária para exploração dos recursos naturais, pois a vê apenas para seu próprio fim lucrativo. Segundo Aveline apud Martins e Guimarães (2002): “O homem olha a árvore e vê a madeira. Olha o solo e vê o potencial agrícola ou a possível exploração de minérios. Olha o rio e vê um curso d’água navegável por barcos de determinado porte.” Portanto neste sentido o homem vê a natureza somente para satisfazer seu bem estar, para sua manutenção, e é esse pensamento que devemos mudar para que possamos educar crianças mais conscientes, para que estes possam questionar seu comportamento frente ao modelo de desenvolvimento econômico baseado no consumo de recursos naturais” (MARTINS e GUIMARÃES,2002 p. 5). A exploração de recursos naturais de forma desordenada pode ser resultado do descaso e da falta de informações corretas sobre a importância que as plantas apresentam para o ambiente e para o próprio ser humano, sendo possivelmente consequência do déficit de conteúdo abordado nas escolas (MARTINS e GUIMARÃES, 2002). Entretanto, é nítida a aversão que a maioria dos alunos e muitos professores apresentam em estudar Botânica. Em alguns casos esse assunto é deixado para o fim do ano letivo, resultando em falta de tempo para completar o cronograma escolar. Portanto muitos alunos acabam por não estudar Botânica e não sabem a importância que essas espécies representam para o ambiente (MINHOTO, 2003). 25 Minhoto (2003), ressalta que: “Para a maioria dos leigos é simplesmente mato! Para os vegetarianos, apenas um ritual de assassinato sem culpa! Para a maioria dos professores de Biologia do Ensino Médio: “é o inferno”. Botânica é muito chato! Isso é quase unanimidade. Quem sobra? Claro, os botânicos! Só? Não, os aficcionados por flores também!” (MINHOTO, 2003). Segundo Vander Born apud Nastri e Campos (2004), os adultos compreendem melhor a complexidade da natureza e a importância da sua conservação quando têm experiências significativas com esta durante a infância. Desta forma, o envolvimento das crianças com a natureza e seus valores científicos e estéticos, geram adultos com sentimentos de respeito ao ambiente e responsabilidade com sua preservação e conservação (KASSAS apud NASTRI e CAMPOS, 2004). Labinas et al (2008), ressalta: “A troca de saberes entre crianças do Ensino Fundamental visa preparar e sensibilizá-los, para que sejam capazes de interpretar, tomar decisões e atuar no ambiente do qual elas são parte integrante, no sentido de preservar habitats e nichos ecológicos; tomar conhecimento dos fenômenos do mundo natural em diferentes espaços e tempos; utilizar e aplicar os conhecimentos científicos em relação à melhoria da qualidade de vida do planeta”. (LABINAS et al, 2008 p. 40) É importante o envolvimento, principalmente das crianças, com as questões relacionadas à conservação da biodiversidade, pois este é um fator chave para a conservação tanto de espécies animais quanto vegetais (NASTRI e CAMPOS, 2004). Deste modo, conhecer as relações que ocorrem entre plantas e animais pode contribuir na percepção crítica a respeito dos problemas ambientais, construindo uma postura de cidadania comprometida com a preservação ambiental e ações efetivas para que ela se concretize (FAVATO e ANDRIAN, 2008). Contudo, a Botânica pode ser aplicada como um integrador da Educação Ambiental, visando sensibilizar os alunos da importância da natureza para o bem estar humano (SILVA, 2009). Portanto, é essencial a aproximação do conteúdo de Botânica para os alunos de Ensino Fundamental, pois a partir de uma abordagem ampla poderemos ter um resultado positivo para conservação do ambiente natural. 26 1.4 Objetivo Geral O objetivo deste trabalho é analisar livros didáticos do sétimo ano, para avaliar se os mesmos apresentam o conteúdo referente ao tema polinização como referência na reprodução das angiospermas de uma forma correta, completa e com imagens adequadas que facilite o entendimento dos alunos. 1.5 Objetivos específicos A partir da análise central desenvolvida, esse trabalho apresenta alguns objetivos específicos, como: Analisar se os livros didáticos avaliados abordam o tema polinização com ênfase nas adaptações que as flores apresentam para permitir a visita de polinizadores específicos, nas características que estas apresentam para atrair agentes polinizadores, e nos tipos de polinização; Examinar se há abordagem quanto à importância da polinização cruzada para as plantas, e se as flores são definidas como órgão reprodutor das angiospermas; Avaliar se o tema está sendo abordado corretamente, com dados atualizados, e de forma adequada; Analisar se os livros apresentam imagens que facilitam o entendimento do aluno quanto ao tema abordado; Avaliar a qualidade das fotos que ilustram o tema polinização; Observar se apresentam atividades experimentais que venham a facilitar o aprendizado. 27 II METODOLOGIA A metodologia empregada para o desenvolvimento deste trabalho consistiu em uma análise qualitativa (GRECA, 2002; PEREIRA, 2004) dos conteúdos teóricos e ilustrativos dos livros didáticos de Ciências do 7° ano do Ensino Fundamental, referenciados no Guia de Livros Didáticos do PNLD (BRASIL, 2011). O estudo foi realizado por meio da leitura e avaliação do texto e análise da apresentação gráfica. Para a análise comparativa do conteúdo teórico foi utilizado como parâmetro, o livro Biologia Vegetal (RAVEN et al, 2001) de referência Botânica da Educação Superior. A análise foi direcionada ao tema polinização, abordado geralmente no capítulo de reprodução de angiospermas. Os onze livros recomendados pelo PNLD (BRASIL, 2011) e utilizados para o desenvolvimento deste trabalho são das coleções de 2008, 2009 ou 2010, pois são os que se encaixam no PNLD 2011, e seguem listados no quadro abaixo: Quadro 1. Livros utilizados na análise. Código Livro L1 ALVARENGA, J. P; PEDERSOLI, J. L.; FILHO, M. A. D´Assunção; GOMES, W. C. Ciências Integradas. Editora Positivo, 2008. L2 ANGELO, E. A.; SILVA, K. A. P.; FAVALLI, L. D.. Projeto Radix – Ciências. Editora Scipione, 2009 L3 BARROS, C. A. C; PAULINO, W R. Ciências. Editora Ática, 2010. L4 CANTO, E. L.. Ciências Naturais – Aprendendo com o cotidiano. Editora Moderna, 2009 L5 CARO, C. M.; PAULA, H. F.; SANTOS, M. B. L.; LIMA, M. E. C. C.; SILVA, N. S. ; JÚNIOR, O. G. A.; CASTRO, R. S.; BRAGA, S. A. M.. Construindo Consciência. Editora Scipione, 2010 L6 CONDEIXA, M. C. G.; FIGUEIREDO, M. T. Ciências – Atitude e Conhecimento. Editora FTD, 2009 L7 GEWANDSZNAJDER F. Ciências. Editora Ática, 2010 L8 JORDÃO, M.; BIZZO, N. Ciências BJ- Edição revista e ampliada. Editora do Brasil, 2009. 28 L9 KANTOR, C.; TRIVELLATO, J.; LISBOA, J. F.; MOTOKANE, M.; TRIVELLATO, S.. Ciências, natureza & cotidiano. Editora FTD, 2009 L10 PEREIRA, A. M. S.; BEMFEITO, A. P. D.; PINTO, C. E. C.; SANTANA, M. C.; WALDHELM, M. C. V.. Perspectiva ciências. Editora do Brasil, 2009 L11 SANTANA, O.; FONSECA, A.; MOZENA, E.. Ciências naturais. Saraiva Livreiros Editores, 2009. Doravante os livros serão chamados pelos códigos representados na tabela. 2.1 Critérios utilizados para análise dos livros Para tais análises foram estabelecidos critérios a partir de normas apresentadas pelo Programa Nacional de Livros Didáticos (BRASIL, 2011) segundo pesquisa desenvolvida por Neto e Fracalanza (2003) sobre as principais características que devem estar presentes nos livros didáticos e segundo conceitos de Raven et al (2001). 2.1.1 Conceitos teóricos Esse critério propõe avaliar se o conteúdo discutido durante a exposição do texto apresenta informações consistentes e atualizadas em relação à ciência contemporânea, e se a proposta do livro está em consonância com o conhecimento científico veiculando informações adequadas. A avaliação foi realizada segundo alguns questionamentos: Questionamentos segundo Neto e Fracalanza (2003); 1. O exemplar apresenta alguma forma de motivação? 2. O conteúdo apresentado está adequado ao público alvo? 29 O conteúdo foi considerado adequado quando este encontrou-se completo, abordando os quatro conceitos, considerados neste trabalho como essenciais ao tema polinização, como apresentado no tópico – 2.1.2 Abordagem específica do conteúdo. Questionamentos segundo PNLD 2011; 3. O exemplar apresenta erros conceituais? As informações apresentam coerência evitando abordagens equivocadas e fixação de conceitos errados pelos alunos? 4. Apresenta informações atualizadas? 5. A linguagem está adequada ao aluno? 2.1.2 Abordagem específica do conteúdo O objetivo deste critério é verificar, no texto sobre reprodução das angiospermas, se o livro aborda os seguintes tópicos considerados essenciais para o entendimento do conteúdo. Questionamentos segundo Raven et al (2001); 6. Flor como órgão reprodutor das angiospermas; A finalidade neste tópico é observar se os livros tratam as flores como partes reprodutivas da planta com importância para a formação da prole (RAVEN et al, 2001). 7. Atração que as flores apresentam para atrair polinizadores; Segundo Raven et al (2001) as angiospermas desenvolveram uma variedade de características que atraem uma grande quantidade de animais polinizadores, assegurando um alto grau de polinizações cruzadas e desenvolvimento evolutivo. 8. Adaptações das flores aos polinizadores específicos; Este tópico visa analisar algumas modificações especializadas das flores que surgiram da evolução em resposta à visita de polinizadores específicos (RAVEN et al, 30 2001). Partindo do conceito que há tipos de polinização de acordo com o agente polinizador específico, é importante avaliar se os livros tratam deste tema, para uma visão mais ampla dos alunos quanto à variedade de formas possíveis de polinização. Dentre a variedade de agentes polinizadores, alguns foram considerados indispensáveis para uma abordagem completa, seguindo algumas adaptações específicas: polinização por besouros (Coleóptera), abelhas (Himenóptera), mariposas (Lepidóptera), borboletas (Lepidóptera), aves, morcegos (Quiróptera) e vento, como citados por Raven et al (2001). 9. Ressalta a importância da polinização cruzada para planta; Segundo Raven et al (2001), com a polinização cruzada as plantas garantiram uma maior variabilidade genética, a partir de adaptações que desenvolveram para atrair polinizadores. 2.1.3 Material ilustrativo Este critério propõe avaliar ilustrações, fotografias, esquemas e desenhos quanto sua qualidade, sua abordagem e coerência no texto explicativo. Para tais análises foram usados os seguintes questionamentos: Questionamentos segundo PNLD (2011); 10. As imagens indicam a proporção dos objetos ou seres representados, não induzindo a erros em relação ao seu tamanho? 11. As ilustrações, fotos, esquemas e desenhos dos livros apresentam citação de fontes? 12. As ilustrações, fotos, esquemas e desenhos dos livros apresentam datas? 13. As ilustrações são adequadas às finalidades para as quais foram elaboradas? O livro apresenta imagem relacionada ao tema principal? Para o desenvolvimento deste trabalho, uma ilustração foi considerada adequada quando esta se encontrou condizente com o conteúdo teórico estudado, no caso 31 particular, ao tema polinização e apresentou imagens de uma flor com sua constituição e demonstrando um ato de polinização, pois estas são ilustrações essenciais para permitir um melhor entendimento e uma boa visualização do conteúdo. Segundo Núñez et al (2003) tradicionalmente as figuras dos livros didáticos de Ciências são utilizadas como ilustrações para facilitar a compreensão dos conteúdos teóricos. Questionamentos segundo Neto e Fracalanza (2003); 14. As Ilustrações apresentam boa qualidade gráfica, e são visualmente atraente? 15. As images apresentam algum tipo de erro? É importante ressaltar que apenas as imagens consideradas inadequadas, ou que apresentaram erros e/ou falta de informação foram apresentadas durante o desenvolvimento deste trabalho. 2.1.4 Atividade experimental Esse critério visa observar se os livros apresentam atividades experimentais destinadas a facilitar o entendimento do alunos de forma a buscar uma visualização do conteúdo estudado. Alguns questionamentos foram realizados para tais fins: Questionamentos segundo Neto e Fracalanza (2003); 16. Apresenta atividades experimentais de fácil realização? 17. O material proposto é acessível a todos os alunos? 18. A atividade representar riscos físicos ao aluno? 19. Quando há risco físico o livro auxilia o aluno a procurar ajuda de um adulto? Uma informação importante é que os animais citados neste trabalho foram identificados pela ordem e as plantas pelo gênero e/ou espécie, devido suas características. 32 III RESULTADOS E DISCUSSÕES 3.1 Conceitos teóricos 3.1.1 Motivação Dos onze livros analisados, oito apresentaram algum tipo de motivação para estimular o pensamento dos alunos em relação ao tema abordado, visto que a motivação é uma condição básica para que a aprendizagem possa ocorrer (ROMANATTO, 2004). Pequenos questionamentos, imagens ou discussão a respeito do tema são capazes de estimular o interesse do aluno, motivando-o para a sua leitura (VASCONCELLOS, 2010). No livro L1 há um quadro “Pesquise e responda”, com a seguinte pergunta: “Muitas flores apresentam pétalas coloridas, aromas fortes e mesmo estruturas secretoras de sucos vegetais adocicados. Que vantagens isso lhes proporciona?” (ALVARENGA et al, 2008, p.109), mas esse assunto não é levado em questão durante a exposição do conteúdo, em nenhum momento o autor explica o assunto, o aluno não é direcionado a uma resposta para o entendimento da matéria. Em L2 o assunto é abordado em dois módulos: no primeiro descreve a flor como órgão reprodutor de angiospermas e no segundo discute a reprodução e polinização. Durante a abordagem, no módulo sobre “Reino dos vegetais” (módulo um), os autores apresentam o tema: “Órgãos reprodutivos: flor, fruto e semente”, começando a discussão com fotos de flores e frutos de um romãzeiro (Punica granatum). Algumas delas são acompanhadas de perguntas para direcionar o conhecimento dos alunos sobre o vegetal: “Você conhece o vegetal apresentado nessas fotografias? Qual é o nome dele?; Que etapa do ciclo de vida desse vegetal está sendo apresentada nessas fotografias?; Em sua opinião, que estrutura do vegetal originou o fruto?; Em sua opinião, onde se localizam as sementes desse vegetal?” (ÂNGELO et al 2009, p.241). Quando discute sobre as flores, pergunta: “Em geral, as flores apresentam características atrativas, como cores, formas e odores variados. Em sua opinião, qual é a importância dessas características para os vegetais 33 que possuem flores?” (ÂNGELO et al 2009, p.260). No segundo módulo há exposição de duas imagens da obra do pintor Giuseppe Arcimboldo (Primavera e Vertumnus), que mostram flores e frutos compondo a face de um homem, e a partir dessas imagens perguntam sobre os órgãos vegetativos e reprodutivos que estão presentes nas imagens, a importância desses órgãos reprodutivos para os vegetais e o grupo de plantas a que estas estruturas pertencem. Todas essas questões são bem empregadas no decorrer do texto, pois orienta o aluno a um melhor entendimento sobre a importância das flores para o ambiente. Já em L3 o capítulo destinado a “Angiospermas: flor, fruto e semente” começa com a imagem de um beija-flor (Apodiforme) polinizando uma flor de helicônia (Heliconia rostrata) e duas perguntas, uma sobre as vantagens que animais obtém quando visitam essas flores e a outra sobre as atrações oferecidas pelas flores aos agentes polinizadores.Esta abordagem introduz o tema que será estudado no capítulo, além de mostrar a dependência e a interação entre animais e plantas no ambiente natural. No livro L4, o autor propõe uma atividade experimental no começo do capítulo, onde os alunos têm que visualizar uma flor qualquer, escolhida pelo próprio aluno ou pelo professor e observar cada estrutura que a compõe, separando cada item. Durante a atividade chama atenção dos estudantes para o “pozinho” que solta da flor e pede para eles identificarem o que é, e de qual estrutura está sendo liberado. A forma como o autor emprega o exercício prático e as perguntas favorecem a compreensão dos alunos, pois permite uma melhor visualização do conteúdo. Entretanto, em L6 é apresentado um anexo, “Pense além”, logo no início do texto onde há exposição de duas perguntas: “O que nasce primeiro a flor ou o fruto?”, e “E o broto se transformará em flor ou fruto?” (CONDEIXA e FIGUEIREDO, 2009, p.75). Ao longo do texto essas perguntas são respondidas e o autor faz com que o aluno reflita sobre a importância das flores para resultar no aparecimento dos frutos. O livro L8 divide a discussão do capítulo em três módulos. No primeiro onde trabalha o tema: “Angiospermas I: os cactos e a caatinga” apresenta um boxe “desafio” onde lança a pergunta – “Os insetos podem contribuir para o aumento da produção agrícola?” (JORDÃO e BIZZO, 2009, p. 54). No módulo II intitulado “Angiospermas II: A 34 polinização das flores” o desafio é: “Os morcegos são perigosos para os seres humanos?” (JORDÃO e BIZZO 2009, p. 64), enquanto que no terceiro módulo direciona a seguinte pergunta ao aluno: “O que a flor do maracujá tem de especial?” (JORDÃO e BIZZO 2009, p. 74). Todas estas perguntas foram consideradas válidas, e são respondidas ao longo do texto. Na primeira questão a pergunta direciona o aluno a pensar na importância dos animais polinizadores não só para a reprodução das angiospermas, mas também para o desenvolvimento da agricultura do país. A segunda pergunta levantada pelo livro L8, busca o questionamento sobre o tipo de alimentação dos únicos mamíferos voadores. Muitos acreditam que os morcegos (Quirópteros) se alimentam apenas de sangue, mas alguns se alimentam de néctar, contribuindo para a reprodução das angiospermas. Enquanto que a terceira questão relaciona a importância das adaptações da flor do maracujá (Passiflora sp.) para serem polinizadas por agentes específicos. No livro L10 o autor começa o texto com duas perguntas que induzem o aluno pensar sobre a importância que os animais apresentam para as plantas: “O que o animal está fazendo?”, “Essa interação entre a planta e o animal traz algum benefício para a planta?” (PEREIRA et al, 2009, p.280), seguida de uma imagem que mostra a polinização sendo realizada por uma abelha (Himenóptera). Essa motivação é considerada apropriada, pois a partir de uma imagem, expõe o assunto e lança perguntas que favorecem o direcionamento do conteúdo. O livro L11 depois de apresentar duas fotos com flores e frutos da macieira (Malus sylveltris) e expor quatro perguntas: “Como as sementes vão parar dentro do fruto?”, “Como se dá à transformação da flor em fruto?”, “Porque ela acontece?” e “Como se explica o fato da safra da maçã ser de setembro a maio, mas ser encontrada o ano inteiro?” (SANTANA et al 2009, p.131), explora uma atividade experimental usando uma flor, pois ressalta que para que estas perguntas sejam respondidas é preciso estudar um pouco a composição deste organismo. Essa atividade identifica as partes que compõe uma flor, e o aluno é orientado a observar cada estrutura a medida que estas são definidas. O método de motivação presente nos livros L4 e L11, apresenta-se um pouco diferente dos outros livros, pois começa a trabalhar ativamente a constituição de uma flor para depois mostrar sua importância para a planta. 35 Os livros L5, L7 e L9 não apresentam nenhum tipo de motivação no início ou durante o desenvolvimento do capítulo, abordando diretamente o conteúdo. Segundo Dante (1996) é importante e essencial que livros didáticos tenham material que crie interesse e motive a aprendizagem do aluno. 36 3.1.2 Conteúdo adequado ao público alvo Os livros didáticos representam uma grande fonte de conhecimento, mas frequentemente vem sendo observada uma simplificação no conteúdo para tornar mais acessível à compreensão do aluno. Praticamente desapareceram os livros que tratam de determinado assunto de forma completa, para surgir os que reduzem o conhecimento a partes pequenas. Um exemplar didático considerado adequado ao nível de escolaridade ao qual se destina deve apresentar o conteúdo de forma ampla e completa (ROMANATTO, 2004). Em relação à adequação ao público alvo, todos os livros se mostraram inadequados, pois o conteúdo teórico não é apresentado de forma completa, em todos os casos pelo menos um dos temas considerados essenciais e analisados quanto à abordagem específica do conteúdo, como citado na metodologia, está ausente. Segundo Dante (1996), para um livro ser considerado adequado ao ensino, além de apresentar conceitos corretos, deve estar apropriado à série a que se destina, e abordar todos os conceitos referentes ao tema principal. O livro L1 apresenta o conteúdo de forma resumida. Dentro do capítulo que aborda “O Reino das plantas” destina uma página para explorar o tema “flor”, tanto de gimnospermas quanto de angiospermas. Este exemplar só contém citação para a constituição de uma flor completa e sua importância como órgão reprodutor das angiospermas, não há abordagem sobre as adaptações e atrações das flores aos polinizadores, assim como a importância da polinização cruzada. Em L2 há explicação sobre a função da flor, cada parte que a compõe, sua importância e contribuição para o aumento da variabilidade genética entre os vegetais e a ação de polinizadores que resulta na reprodução das angiospermas. Além disso, L2 apresenta as atrações, e algumas adaptações específicas aos polinizadores, neste caso representado por besouros (Coleópteras) e abelhas (Himenópteras) e suas respectivas imagens, se tornando o único tópico considerado incompleto, pois só ressalta duas polinizações específicas. No livro L4 o conteúdo também é abordado de forma incompleta, pois faltam algumas informações. Este só aborda a importância da flor como órgão 37 reprodutor e apresenta imagens com sua constituição e com visualização para o ato de polinização. As atrações oferecidas aos polinizadores, assim como as adaptações específicas e a importância da polinização cruzada não são apresentadas durante a exposição do texto. Já o livro L5 não separa o conteúdo de plantas em capítulos. Em uma mesma unidade explora a diversidade do ambiente e aborda as adaptações que animais e plantas adquiriram para permitir sua sobrevivência. Apresenta alguns exemplos de atrações presentes nas flores aos polinizadores e características das flores para serem polinizadas por insetos, pássaros, morcegos (Quiróptera), mariposas (Lepidóptera) e pelo vento. O assunto é explicado de forma superficial, o conteúdo apresenta-se incompleto, resultando em déficit de informação para os alunos, já que o livro não apresenta informações sobre caracterização e diferenciação das plantas. O livro L6 explora a reprodução das angiospermas em um mesmo capítulo que aborda a reprodução de todos os seres vivos. Somente é apresentada uma imagem com as partes que compõe uma flor, os outros tópicos, como atração e adaptação das flores aos polinizadores específicos e, importância da polinização cruzada para a planta, classificados como importantes para avaliação de um livro adequado não se encontram presentes. No livro L7 o autor explora em um mesmo capítulo o conteúdo de flores, frutos e sementes de angiospermas. Este aborda a importância das flores, suas partes constituintes, cita alguns atrativos oferecidos aos polinizadores, e de forma geral a polinização realizada por animais e pelo vento, pois o autor somente explica que um animal ao se alimentar do néctar, por exemplo, pode favorecer a fecundação de uma angiosperma ao carregar os grão de pólen de uma flor a outra, mas não ressalta as formas de polinização desenvolvidas por diferentes animais. Em L8 apenas alguns tópicos são explorados: flor como órgão importante para o desenvolvimento dos frutos, néctar como único atrativo oferecido aos polinizadores, e algumas adaptações presentes nas flores que favorecem que sejam polinizadas por agentes polinizadores específicos. Além disso, L8 diferencia a polinização realizada pelo vento e por animais, mas a importância da polinização cruzada não é mencionada. Em um capítulo chamado “Plantas”, o livro L9 aborda a reprodução sexuada em vegetais com flores. Expõem a constituição de uma flor com uma respectiva imagem, 38 sua importância reprodutiva para as plantas, algumas atrações oferecidas aos polinizadores e adaptações apenas para flores polinizadas por morcegos (Quirópteros). Além disso, comenta, de forma geral, sobre a polinização realizada por animais e pelo vento e mostra ilustrações com a ação de polinizadores sobre flores. Portanto, L9 se mostrou incompleto por não apresentar adaptações de flores polinizadas por outros animais, e por não relacionar a importância da polinização cruzada para as plantas. Os livros L10 e L3 também destinam um capítulo para “Angiospermas - flor, fruto e semente”. Abordam as partes de uma flor detalhadamente, a importância das flores como órgão reprodutor, além de apresentarem alguns atrativos oferecidos pela planta ao seu polinizador, mas não exploram a polinização cruzada. Em L10 o autor aborda a polinização realizada por animais e pelo vento de forma detalhada mostrando as características que as flores apresentam para permitir essa diferenciação, enquanto que em L3 só é ressaltado que plantas polinizadas por animais costumam apresentar alguns atrativos que as flores polinizadas pelo vento não possuem. As adaptações das flores aos polinizadores específicos não são mencionadas em L3. O livro L11 apresenta o conteúdo de flores no capítulo sobre “Reprodução e ocupação de novos ambiente”. O autor apenas faz referência no texto para a importância da flor como órgão reprodutor, e apresenta alguns atrativos oferecido pelas flores aos animais polinizadores, as adaptações e importância da polinização cruzada não são citados. Portanto, dentre os quatro tópicos considerados essenciais para uma abordagem completa e adequada aos alunos de Ensino Fundamental, a importância da flor como órgão reprodutor das angiospermas apresentou o resultado mais significativo entre os livros analisados, pois esteve presente em dez dos onze exemplares. A atração que as flores apresentam para atrair agentes para polinizá-las, foi citado em oito exemplares, enquanto que as adaptações que as mesmas apresentam só estiveram presentes em cinco livros, mas de forma incompleta. Em dois destes exemplares (L2 e L9) só foram abordado três formas de adaptações (flores polinizadas por besouros (Coleópteros), abelhas (Himenópteras) e morcegos (Quirópteros), enquanto que os livros, L5 e L10, mencionaram de forma geral a polinização por pássaros, insetos, morcegos (Quirópteros), mariposas (Lepidópteras) e vento. L8 apresentou uma variedade de polinizadores específicos: besouros (Coleópteros), borboletas (Lepidópteras), 39 mariposas (Lepidópteras), abelhas (Himenópteras), beija-flores (Apodiformes) e morcegos (Quirópteros), se mostrando, portanto o mais completo quando analisado este item em particular. A importância da polinização cruzada para planta apresentou o pior resultado, pois só foi mencionada em um livro (L2). Portanto, o livro que se mostrou mais completo dentre esses critérios foi o L2, com quatro caracteres representados, enquanto que L6, L4 e L1 foram os mais incompletos, só apresentando um item. Vale ressaltar que mesmo diante deste resultado nenhum livro foi considerado adequado, pois nenhum dos tópicos foi abordado de forma completa. Dentre as várias formas de adaptações ocorridas em flores para serem polinizadas estão a polinização por besouros (Coleópteros), abelhas (Himenópteras), mariposas (Lepidópteras), borboletas (Lepidópteras), aves, morcegos (Quirópteros) e vento (RAVEN et al, 2001), e o livro L2 explorou apenas as adaptações especificas a dois polinizadores, abelhas (Himenópteras) e besouros (Coleópteros). 40 3.1.3 Erros conceituais O atual questionamento foi em relação a erros conceituais, onde três livros apresentaram equívocos ao abordar alguns dos assuntos. Segundo Dante (1996), uma informação errada presente nos livros didáticos pode levar a fixação e concretização de conceitos errôneos pelos alunos. O livro L2 apresenta um trecho que pode levar ao equívoco: “Os animais polinizadores transportam gametas vegetais de uma flor a outra, contribuindo para a reprodução vegetal” (ÂNGELO et al 2009, p. 242). Nesta afirmativa o livro leva ao entendimento que os dois gametas são transportados, o que não ocorre, pois o gameta feminino é fixo. Os grãos de pólen são transferidos das anteras para o estigma de outra flor, este germina formando o tubo polínico até atingir a oosfera, resultando na fecundação (RAVEN et al, 2001). No livro L6 é apresentado um parágrafo com a seguinte afirmação: Na maioria das plantas, as partes masculinas e femininas de uma flor não se encontram. A reprodução ocorre com o cruzamento entre indivíduos diferentes do mesmo tipo de planta. Transportados pelo ar ou por animais, os grãos de pólen de uma flor chegam até o gineceu de outra flor... (CONDEIXA e FIGUEIREDO, 2009, p.76). Essa afirmativa pode levar a um erro na interpretação, pois o autor diz que partes masculinas e femininas não se encontram e, logo abaixo, ressalta que os grãos de pólen chegam até o gineceu de outra flor, contradizendo a afirmação anterior. Segundo Raven et al (2001) para garantir a fecundação, ou seja, união do gameta masculino ao gameta feminino de indivíduos geneticamente distintos, as plantas desenvolveram mecanismos para atrair polinizadores, resultando em uma estratégia de acasalamento. O livro L6 também apresenta uma analogia que pode ter sido empregada de forma errada ao comparar o gineceu como uma minúscula garrafa de gargalo comprido, pois os alunos podem correlacionar a cor, o tamanho, a marca e o material que compõe a garrafa ao aparelho reprodutor feminino. Todavia, no primeiro módulo do Livro L8, o autor utiliza uma flor de palma (Gladiolus hortulanus) para exemplificar os tópicos explorados durante o texto, ressalta que esta flor produz grande quantidade de pólen e que este ao chegar a outras flores 41 pode permitir à fecundação. Neste caso o livro não foi muito explicativo, pois pode levar a conclusão que o grão de pólen de uma espécie pode fecundar qualquer flor de outra espécie. Segundo Raven (2001), a fecundação cruzada ocorre se o grão de pólen cair no estigma de uma flor da mesma espécie. Ainda no primeiro módulo, quando aborda o tema “Flores das angiospermas”, menciona que “as flores podem ter estruturas especializadas que produzem pólen, ... e uma estrutura distinta ... onde se localizam os gametas femininos” (JORDÃO e BIZZO 2009, p. 60), a palavra gametas é destacada, sendo apresentado um anexo, onde coloca: “Gameta – célula reprodutiva. Espermatozóides e óvulos são gametas na espécie humana” (JORDÃO e BIZZO 2009, p. 60). Esse comentário pode levar a uma comparação errada, pois o autor compara os gametas de humanos a plantas, mas não nomeia as estruturas reprodutivas da planta. Essa informação poderia ser omitida ou explorada de uma forma diferente, ressaltando que as flores possuem gametas femininos e masculinos, como os humanos, mas que estes são estruturalmente diferentes assim como o nome que recebem, núcleo espermático, ao gameta masculino, e oosfera o feminino (RAVEN et al, 2001). Os livros L1, L3, L4, L5, L7, L9, L10 e L11, não apresentam erros conceituais. Segundo Vasconcelos e Souto (2003), mesmo os livros passando por uma revisão criteriosa, ainda há informações contraditórias entre as informações apresentadas no conteúdo teórico, e, portanto, é função do professor detectá-lo e corrigir. Professores precisam buscar outras fontes que possibilitem refletir os conteúdos presentes nos livros didáticos (NUÑEZ et al 2003). 42 3.1.4 Informações atualizadas A próxima análise foi em relação à atualização das informações, onde todos os livros apresentaram um resultado significativo, pois o conteúdo está equivalente a conceitos presentes na ciência contemporânea. Para Romanatto (2004), os dados contidos nos exemplares didáticos devem estar sempre atualizados. É importante ressaltar uma informação contida no livro L7. Este apresenta um anexo lateral ao texto teórico, como mostrado abaixo: Quando alguém aplica inseticida em pomar de árvores frutíferas, pode eliminar não apenas o inseto que está devorando a plantação, mas também o inseto polinizador. Assim, prejudica a reprodução das plantas e formação dos frutos (GEWANDSZNAJDER, 2010, p. 241). Assim como algumas curiosidades apresentadas pelo livro L8, durante o texto: ... existem outras plantas de interesse econômico para as quais a presença de insetos é muito importante. Um exemplo é o café, cuja polinização é feita por diversos insetos. Os agricultores geralmente utilizam colméias móveis na época da florada do cafezal para aumentar a produção. Como crescem em caixas que podem ser transportadas, as colméias podem ser levadas de uma plantação à outra na época da florada (JORDÃO e BIZZO, 2009, p. 75). L8 ressalta também o uso de inseticidas nas plantações: As abóboras abrem suas flores durante a madrugada e fecham-nas pela manhã. Ao meio-dia, nenhuma flor está aberta. Como a frutificação depende da polinização, recomenda-se que a pulverização de inseticidas seja realizada no período da tarde. Assim, evita-se aspergir inseticidas nos próprios insetos polinizadores, pois, se eles forem mortos, diminuirá a produção de abóboras (JORDÃO e BIZZO 2009, p. 77). Como observado nos trechos acima, os autores apresentaram fatos, não apenas relacionados à reprodução das angiospermas, mas sim de grande importância econômica que visa à utilização de agentes polinizadores, mostrando portanto a importância e necessidade de preservação destes animais. Segundo Vasconcelos e Souto (2003) a partir de um texto complementar o aluno pode adquirir informações mais atualizadas, uma vez que estas tratam de questões de forma mais direta na realidade do aluno. 43 3.1.5 Linguagem adequada A linguagem dos livros didáticos deve ser clara, coloquial, compreensível e adequada ao nível de maturidade do aluno (ROMANATTO, 2004). As explicações e definições devem conter somente termos que os estudantes daquela série possam compreender (DANTE, 1996), por exemplo os livros L1, L4, L6 e L9. Em L4 e L6, os autores fazem comparações para exemplificar os grãos de pólen: Nas anteras dos estames formam-se pequenas estruturas, os grãos de pólen. São eles o ”pozinho” que os estames das flores soltam e que você pôde perceber ao manusear a flor e encostar o dedo nos estames...”(CANTO, 2009, p. 131). O órgão masculino, chamado de androceu, é constituído por pequenas hastes que, em sua extremidade, suportam estruturas que contêm grãos de pólen: a olho nu parece poeira, em geral, amarela. Dentro dos grãos de pólen, há estruturas microscópicas de reprodução (CONDEIXA e FIGUEIREDO, 2009, p. 75). O livro L9 usa uma forma simples para definir polinização e polinização cruzada: Durante a reprodução das plantas é preciso que os grãos de pólen, que estão nas anteras, sejam levados para o estigma. Esse processo é conhecido como polinização.... Quando o grão de pólen de uma flor atinge o estigma de outra flor, dizemos que houve polinização cruzada (KANTOR et al, 2009 ,p. 41). Já o livro L1, ressalta a importância das flores para a reprodução: “Além de enfeitar, colorir e perfumar os diferentes ambientes, as flores executam uma função das mais importantes, que é a reprodução das plantas” (ALVARENGA et al 2008, p. 109). Portanto, quando nos referimos à adequação da linguagem os livros apresentaram um bom resultado, pois todos mostraram uma linguagem simples e fácil, resultando em uma melhor abordagem para buscar o entendimento dos alunos. Analisando os resultados obtidos nesta primeira investigação, podemos observar algumas deficiências nos livros. Quanto ao primeiro tópico, motivação, oito livros mostraram um bom resultado, pois apresentaram alguma forma de motivação para estimular o aluno. Quanto ao tópico, adequação ao público, todos apresentaram um péssimo resultado, pois foram considerados inadequados. Os conteúdos apresentavam-se incompletos, pois pelo menos um dos tópicos considerados essenciais não estava presente na discussão ou estava abordado de forma incompleta. 44 Já quando comparamos os resultados referentes aos erros conceituais, observamos que apenas três exemplares apresentam resultados negativo, enquanto que a maioria contém seu material teórico correto. Para os itens informações atualizadas e linguagem adequada, todos os exemplares foram precisos, pois apresentaram um ótimo resultado. Portanto é possível notar carências principalmente ao tema Adequação ao público, o que nos mostra que o este assunto, polinização, presente nos exemplares didáticos está sendo abordado de forma incompleta (Tabela 1). Tabela 1: conceitos teóricos Livros L1 L2 L3 L4 L5 L6 L7 L8 L9 L10 L11 Motivação Sim Sim Sim Sim Não Sim Não Sim Não Sim Sim Adequação ao público Erros conceituais Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Sim Não Não Não Sim Não Sim Não Não Não Informações atualizadas Linguagem adequada Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Tópicos analisados 45 3.2 Abordagem específica do conteúdo 3.2.1 Flor como órgão reprodutor das angiospermas As flores são ramos modificados e consideradas o sistema reprodutor das angiospermas. Elas podem apresentar os órgãos reprodutores (androceu e gineceu) na mesma planta ou em plantas separadas. Nelas ocorre a fecundação, ou seja, a união do gameta masculino com o gameta feminino. Após a fecundação, a flor se transforma em um fruto, que protege a semente em seu interior (RAVEN et al, 2001). A partir deste conceito foi observado que os livros L1, L2, L3, L4, L6, L7, L9, L10 e L11, indicam que as flores são estruturas relacionadas a reprodução de angiospermas, enquanto que em L5 o autor não faz a mesma correlacão, já que o Reino Plantae não é abordado. O livro L8 ressalta que o desenvolvimento dos frutos da palma (Gladiolus hortulanus) depende das flores, mas não as coloca como órgão reprodutor, entretanto com o direcionamento do texto é possível entender esse conceito, pois o autor explica que a fecundação ocorre com a união dos gametas femininos e masculinos presentes nas flores. Esse resultado indica que a maioria dos livros relaciona as flores à órgãos reprodutores, favorecendo a introdução do conteúdo relacionado a polinização das angiospermas. 46 3.2.2 Formas de atração que as flores apresentam para atrair polinizadores As angiospermas desenvolveram um conjunto de características para atrair insetos e outros animais e favorecer a polinização cruzada, permitindo que as flores fossem visitadas regularmente, já que estas são sésseis e não conseguem se movimentar para o acasalamento (RAVEN et al, 2001). Portanto, existe uma grande variedade de estruturas morfológicas e anatômicas das flores que se associam aos mecanismos de polinização. Algumas características como: partes florais comestíveis, pólen, desenvolvimento de nectários florais (secreção de néctar adocicado), cor e odor se relacionam à forma e ao comportamento do agente polinizador. As pétalas, por exemplo, podem ser vistas como folhas modificadas que se tornaram especializadas para atrair polinizadores (RAVEN et al, 2001). Assim, quanto ao questionamento, atrações apresentadas pelas flores para atrair polinizadores específicos, oito livros apresentaram resultado favorável. O livro L3 apresenta alguns atrativos oferecidos pelas flores polinizadas por animais, como pétalas vistosas, perfume e néctar e ressalta que as polinizadas pelo vento não os possuem. No texto do livro L5 há exemplos de atrações presente nas flores aos polinizadores, como forma, cor e perfume. O livro L7 cita o néctar, o pólen e as pétalas comestíveis como fatores essenciais na alimentação dos animais, que ao visitar as flores em busca desses atrativos favorecem a polinização. Em L9 o autor ressalta apenas a coloração e a produção de néctar como atrativos aos polinizadores, e L8 somente menciona o néctar como fator atrativo. Os livros L2, L10 e L11 apresentam alguns dos atrativos como: o formato e a coloração das pétalas, a produção de odores e de substâncias açucaradas. Para Barbosa apud Jair Júnior (2006), dentre estes fatores considerados atrativos aos polinizadores a forma, o tamanho e o odor são parâmetros florais que têm sido utilizados nos estudos ao nível de comunidade por influenciar no sucesso reprodutivo de plantas. Os livros L1, L4 e L6 não apresentam os atrativos que flores oferecem para permitir a polinização. 47 3.2.3 Adaptações das flores aos polinizadores específicos As características das flores, juntamente com observações dos animais que as visitam, permitem-nos inferir que tipo de polinização cada espécie de planta apresenta. Algumas angiospermas, de acordo com suas especializações podem diferenciar seu agente polinizador em besouros (Coleópteras), abelhas (Himenópteras), mariposas e borboletas (Lepidópteras), aves, morcegos (Quirópteras) ou vento (RAVEN et al, 2001), como por exemplo, a espécie Calathea cylindrica (Roscoe) K. Schum. (Marantaceae) que apresenta um alto grau de especialização em seu sistema de polinização devido seu padrão de floração, quantidade de néctar, e estrutura complexa das flores, o que garante uma fidelidade das visitas das abelhas Euglossini. Estas flores apresentam flores com coloração clara, tubos longos e néctar de difícil acesso produzido em grandes quantidades em comparação a flores polinizadas por outros grupos de abelhas (BARRETO e FREITAS, 2007). Entretanto, o questionamento referente a adaptações das flores aos polinizadores específicos apresentou resultado positivo apenas para cinco (L2, L5, L8, L9 e L10) dos onze livros didáticos. O livro L2 apresenta um anexo “Algo a mais”, onde ressalta que “dependendo das características das flores como suas cores, seu formato ou o odor que exalam, elas podem atrair diferentes polinizadores” (ÂNGELO et al, 2009, p. 262). Também explora características específicas de algumas flores, como: flores solitárias e grandes ou pequenas e solitárias com forte odor são polinizadas por besouros (Coleópteras), assim como flores com pétalas vistosas e coloridas são polinizadas por abelhas (Himenópteras). Em L5 são ressaltadas algumas adaptações, como: “Flores vistosas e coloridas são polinizadas por pássaros e insetos. Flores noturnas podem ser polinizadas por morcegos ou mariposas, e flores sem pétalas com pólen abundante e bem solto são polinizadas pelo vento” (CARO et al, 2010, p.15). Já em L8, este tema é bastante abordado, pois mostra as adaptações apresentadas pelas flores polinizadas pelos 48 besouros (Coleópteras): flores grandes e solitárias, sem cores vistosas, mas com odor forte; pelas flores polinizadas por borboletas e mariposas (Lepidópteras): pétalas formando um longo tubo; flores grandes sem cheiro, com pelo menos uma de suas partes com tonalidade vermelha e com grande quantidade de néctar, são polinizadas pelo beija-flor (Apodiformes), e flores polinizadas por morcegos (Quirópteras) que se apresentam sem cores fortes (são geralmente brancas), com odores de frutos maduros ou fermentados e se abrem depois do pôr do sol. Em L9 o texto também apresenta um anexo: “É interessante ler” (KANTOR et al, 2009, p.42) no qual explora somente as adaptações que as flores polinizadas pelos morcegos (Quirópteras) apresentam: flores grandes, muita produção de néctar, pétalas pouco vistosas e em forma tubular, exalação de odores característicos e serem noturnas. No livro L10 há destaque de dois subtítulos: Polinização por animais, que diz que “flores vistosas, coloridas e de perfume discreto atraem borboletas (Lepidópteras), abelhas (Himenópteras) e aves no horário diurno” (PEREIRA et al, 2009, p. 284). E que flores brancas ou escuras e de odor forte são polinizadas por morcegos (Quirópteras) e mariposas (Lepidópteras) à noite; e polinização pelo vento, caracterizada por flores “sem néctar, pouco vistosas e pequenas, anteras volumosas e com grande quantidade de pólen” (PEREIRA et al, 2009, p.284). Segundo Raven et al (2001), flores polinizadas por besouros (Coleópteras) são grandes e solitárias, tipicamente brancas ou com cores pouco vistosas e com odor forte; polinizadas por abelhas (Himenópteras) apresentam pétalas vistosas, coloridas (preferencialmente azuis ou amarelas), podendo também apresentar guias de néctar; as flores polinizadas pelas borboletas e mariposas (Lepidópteras) apresentam tubo longo e delgado, e suas características se assemelham à polinização realizada pelas abelhas, ressaltando que a polinização pelas mariposas ocorre no horário noturno e as flores são brancas ou de cores pálidas e com odor adocicado. Enquanto que flores polinizadas por aves produzem grande quantidade de néctar, são frequentemente vermelhas e sem odor e as polinizadas por morcegos produzem muito néctar, tem cores pouco vistosas e apresentam odor forte. 49 Os livros L1, L3, L4, L6, L7 e L11 não abordam as adaptações que as flores apresentam para serem polinizadas por agentes específicos. Em L3 é ressaltado apenas que flores são polinizadas por animais e pelo vento. No livro L6 só são citados alguns agentes polinizadores como abelhas e vespas (Himenópteras) e pássaros. O livro L7 também cita apenas alguns polinizadores como insetos, aves e morcegos (Quirópteras). O livro L11 mostra que a polinização pode ocorrer de várias formas: através do vento, da água, dos insetos, das aves e dos morcegos, enquanto que em L1 e L4 as diferentes formas de polinização não são tratadas. 50 3.2.4 Importância da polinização cruzada para as plantas A polinização é uma característica exclusiva das angiospermas. Segundo Raven et al (2001), polinização cruzada ocorre com a transferência do grão de pólen de uma planta para o estigma de outra, e este é um dos mecanismos de organismos que se reproduzem sexuadamente, que evoluíram para aumentar as combinações genéticas. A polinização cruzada é geralmente considerada muito importante para a manutenção das espécies, pois promove trocas gênicas entre os indivíduos, aumentando a variabilidade genética. Em relação a esse questionamento, os livros L3, L4, L5, L6, L7, L8, L9, L10 e L11, definiram a polinização, mas não caracterizaram a importância da polinização cruzada. O livro L10 cita que a variabilidade genética é importante para qualquer espécie, mas ressalta apenas que em plantas hermafroditas essa variabilidade é desfavorecida e que estas apresentam adaptações para evitar a autopolinização. Já em L2 o autor refere-se à flor como o órgão reprodutor das angiospermas e responsável por facilitar a reprodução sexuada, contribuindo para aumentar a variabilidade desses vegetais. Enquanto que em L1 não há nenhuma abordagem sobre polinização. Quanto à avaliação específica do conteúdo teórico apresentado nos livros didáticos, podemos ressaltar alguns pontos positivos e outros negativos. Para a abordagem do conteúdo que se refere à flor como órgão reprodutor de angiospermas, quase todos os livros se mostraram completos, apenas o livro L5 não explorou o conceito durante o texto. Para a abordagem quanto à atração oferecida pelas flores aos polinizadores para garantir suas visitas frequentes, a maior parte dos exemplares discutiu o tema, apontando os possíveis atrativos. Enquanto que, as adaptações desenvolvidas pelas flores para permitir a visita de polinizadores específicos apresentaram certa deficiência, já que apenas cinco exemplares didáticos citam o assunto. A importância da polinização cruzada para a planta apresentou o pior resultado, pois apenas o livro L2 leva a questão a uma abordagem. Neste caso, a 51 polinização é ressaltada como um evento que favoreceu a reprodução cruzada, garantindo aumento da variabilidade genética para os vegetais (Tabela 2). Tabela 2: Abordagem específica do conteúdo Livros L1 L2 L3 L4 L5 L6 L7 L8 L9 L10 L11 Sim Sim Sim Sim Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim Sim Não Sim Não Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim Não Não Sim Não Não Sim Sim Sim Não Não Sim Não Não Não Não Não Não Não Não Não Tópicos analisados Flor como órgão reprodutor Atrações aos polinizadores Adaptações aos polinizadores específicos Importância da polinização cruzada 52 3.3 Material ilustrativo 3.3.1 Proporção dos objetos Quanto a este critério foram considerados todos os tipos de imagens, desde esquemas, desenhos até fotografias. Todavia, apenas o livro L7 apresentou suas imagens com referência no tamanho. Os livros L3 e L4 apresentam o tamanho dos objetos apenas nas fotografias, nos esquemas que demonstram a constituição de uma flor não há a mesma indicação, enquanto que em L2 as fotografias com os agentes polinizadores também não apresentam proporção. No livro L6 o autor apresenta um aviso indicando que os objetos estão fora da escala de tamanho e que as cores utilizadas são ilustrativas e não correspondem aos tons reais. As fotografias com referência aos agentes polinizadores, em L9, apresentam a proporção dos animais, assim como os esquemas, mas no caso particular de uma foto que representa a polinização realizada pelo vento não há proporção. Em L10 não há indicação quanto à proporção dos objetos em nenhuma das imagens fotográficas e os esquemas apresentam a informação que o tamanho é apenas representação da realidade. No caso de L11, a foto com a constituição da flor, e duas com agentes polinizadores não apresentam o tamanho do objeto, apenas uma com a polinização realizada por um beija-flor (Apodimorfe) apresenta a proporção do animal. As imagens apresentadas pelos livros L1 e L8 não apresentam tamanho dos objetos. Uma Informação importante é que o livro L5 não apresenta nenhuma imagem relacionada ao tema abordado. Rosa e Mohr (2010) em suas pesquisas sobre o conteúdo de micologia abordado em livros de Ensino Fundamental encontraram problemas relacionados à utilização das ilustrações, pois em alguns exemplares didáticos foram observadas imagens sem proporção, sem escala ou com tamanho exagerado, podendo levar a uma interpretação errônia dos alunos. 53 3.3.2 Fonte e data nas imagens Todas as imagens mostradas nos livros L1, L3, L7, L8, L10 e L11 apresentam fonte, mas não contém data. Em L6 as duas imagens relacionadas ao tema polinização indicam a data e citação de fonte. Enquanto que todas as imagens dos livros L2 e L4 apresentam fonte, ressaltando que somente as ilustrações com as obras de Giuseppe Arcimboldo, de L2, e a representação esquemática da constituição de uma flor em L4, há indicação de data. No livro L9 todas as imagens apresentam fonte, mas apenas dois esquemas, representando uma flor completa, com referência nos livros Biology for life (ROBERTS, M.B.V.) e Biologia vegetal (RAVEN) possuem data (KANTOR et al, 2009, p. 39 e 41). Como ressaltado por Vasconcelos e Souto (2003) as ilustrações presentes em livros didáticos devem conter fonte e data. 54 3.3.3 Adequação das ilustrações Diante dos critérios apresentados na metodologia para avaliação deste critério, as imagens dos livros L2, L4, L6, L7 e L10 foram consideradas adequadas, pois representam exatamente o que é explorado durante a abordagem do conteúdo teórico. Em L2 há um esquema de uma flor sendo polinizada por uma abelha (Himenóptera), além de fotos com a polinização de um besouro (Coleóptera) e uma abelha (Himenóptera). Enquanto que L4 apresenta quatro imagens de polinização, três destas com flores sendo polinizadas por animais (beija-flor apodiforme e abelhas Himenópteras) e uma de polinização pelo vento, assim como uma imagem que mostra as partes de uma flor. A imagem do livro L6 mostra a relação flor, animal e fruto, pois o objetivo do livro é mostrar que a partir da polinização ocorrerá a formação de um fruto e o crescimento de uma nova planta. O livro L6 apresenta também uma imagem que permite aos alunos identificarem as estruturas das flores. Já em L7 há imagens de dois animais (borboleta Lepidóptera e beija-flor Apodiforme) contribuindo com a polinização, assim como uma abelha (Himenóptera) com um grão de pólen aderido ao seu corpo e uma imagem com a constituição de uma flor. No livro L10, são apresentadas imagens de uma flor completa, de uma flor masculina, uma feminina e uma hermafrodita, pois o objetivo é exemplificar que uma mesma planta pode apresentar o androceu em uma flor e o gineceu em outra, ou em outros casos que o androceu pode estar presente na flor de uma planta e o gineceu na flor de uma outra. O livro L10 também mostra fotos de polinização realizada por uma abelha (Himenóptera), por um outro inseto e pelo vento. Os esquemas que exemplificam a constituição de uma flor completa representados nos livros L2, L3 e L10 estão bem ilustrados, completos e o texto apresenta a definição de cada estrutura de forma correta. O livro L1 só apresenta uma imagem sobre o assunto e nesta são mostradas somente as estruturas que constituem a parte reprodutiva de uma flor (figura 1), sendo, portanto considerada inadequada, pois não explora os componentes que apresentam 55 grande importância para facilitar a polinização, como por exemplo, as pétalas, além de não apresentar imagens que demostrem a ocorrência da polinização. Figura 1. Imagem representando a constituição de uma flor completa, p. 109, livro L1. Imagem não adequada. Há duas imagens em L3 para exemplificar a polinização. Em uma delas há uma legenda explicativa onde explora a atuação de uma abelha (Himenóptera) carregando grãos de pólen de uma flor a outra, mas na imagem é difícil observar esta ação, pois o grão de pólen não está identificado (figura 2). A outra imagem que mostra a ação de um beija-flor (Apodiforme) está condizente ao texto teórico. Figura 2. Imagem representando a polinização realizada por uma abelha, p. 141, livro L3. Imagem não adequada. 56 Enquanto que em L8, a maior parte das imagens é bem explicativa e relacionam à polinização, com exceção de uma (figura 3), que para demonstrar a polinização e dispersão das plantas com flores e frutos apresenta a seguinte imagem: Figura 3. Esquema representando a polinização e dispersão das plantas com flores e frutos, p. 58, livro L8. Imagem não adequada. Esta por sua vez não permite que o aluno visualize polinização e dispersão, pois a estrutura relacionada a este evento, flores, não está presente. Além disso o livro não apresenta imagem de uma flor com demostração de sua constituição, não permitindo ao aluno identificar as estruturas relacionadas à reprodução e polinização das angiospermas. No livro L9 é mostrada uma imagem de um lírio amarelo (Hemerocallis flava) para identificar as partes de uma flor (figura 4), mas essa visualização é prejudicada, pois pétalas e sépalas são da mesma cor (amarela), dificultando a diferenciação pelo aluno. Apresentam também três imagens de polinização, uma sendo realizada por uma abelha (Himenóptera), outra por um morcego (Quiróptera) e uma terceira demonstrando a polinização pelo vento, e estas estão condizentes com o texto. . 57 Figura 4. Imagem representando a constituição da flor de lírio (Hemerocallis flava), p. 39, livro L9. Imagem não adequada. Já em L11 além das imagens que exploram a flor com suas estruturas e a polinização sendo realizada por uma abelha (Himenóptera) e um beija-flor (Apodiforme), serem consideradas adequadas, há uma ilustração de uma flor (figura 5), seguida pela seguinte legenda: “Nem todas as plantas têm perfume adocicado, como costuma ocorrer com aquelas polinizadas por abelhas (Himenóptera), mariposas e borboletas (Lepidóptera). Algumas flores conseguem atrair os animais com cheiros que achamos desagradáveis e cores escuras, como as dessa fotografia”. (SANTANA et al, 2009, p.134). Essa Imagem não foi considerada adequada, pois não tem identificação da planta, já que esta apresenta uma característica diferenciada, assim como o animal polinizador está ausente, não sendo possível identificá-lo. 58 Figura 5. Imagem representando os atrativos oferecidos pelas flores para serem polinizadas por agentes específicos, p. 134, livro L11. Imagem inadequada. É importante compreender a relação entre o texto escrito e as figuras antes da escolha do livro que será adotado nas escolas, pois nos livros didáticos do Ensino Fundamental a relação texto/ilustração muita das vezes pode estar valorizando a ilustração e limitando as funções do texto (NÚÑEZ et al, 2003). As imagens devem auxiliar a compreensão do conteúdo e este deve estar adequado ao nível de maturidade do aluno (ROMANATTO, 2004). 59 3.3.4 As imagens apresentam boa qualidade As ilustrações constituem uma parte essencial e não acessórios dispensáveis no texto. Estas devem ser atraentes, mas sempre com o intuito de constituírem elementos facilitadores a mais para a leitura e aprendizagem do aluno (DANTE, 1996). Em relação a este questionamento apenas os livros L1 e L6 apresentaram resultado favorável. O esquema utilizado para exemplificar a parte reprodutiva de uma flor, em L1, é bem simples e apresenta boa qualidade (figura 1). No livro L6 o esquema da flor com sua constituição está bem visível, assim como a imagem que relaciona a polinização com a produção de um fruto. O livro L2 apresenta os esquemas que mostram as partes de uma flor e as etapas da polinização bem visíveis, mas as duas fotos com o polinizador estão pequenas, sendo difícil identificar a flor e/ou o animal polinizador, tanto que foram utilizadas setas para indicar a localização dos polinizadores (figura 6). Figura 6. Imagem de flores e respectivos polinizadores, p. 262, livro L2. Difícil identificação. Em L3 o esquema que representa a flor e sua constituição está com boa qualidade, sendo possível identificar todas as estruturas presentes. A imagem com a polinização sendo realizada por um beija-flor (Apodiforme) ocupa quase a metade da página e apresenta um fundo escuro dificultando a visualização do polinizador (figura 60 7), assim como a foto que mostra a polinização realizada por uma abelha (Himenóptera), apresenta um fundo com um tom vermelho (figura 2). Segundo Dante (1996) as ilustrações e cores não podem dificultar a compreensão dos conceitos, elas devem ter relações estreitas com os objetivos e conteúdos trabalhados, motivando e estimulando a reflexão. Figura 7. Imagem representando a polinização realizada por um beija-flor (Apodiforme), p. 138, livro L3. Imagem com difícil visualização. No livro L4 as imagens não apresentam boa qualidade. Na ilustração que demonstra a polinização por uma abelha (Himenóptera) não é possível identificar as estruturas reprodutoras da flor de laranjeira (Citrus sp.) (figura 8). Assim como a imagem com a polinização sendo realizada pelo vento não é possível visualizar o pólen sendo transportado, já que é isso que a imagem quis mostrar, só é visualizada uma mancha (figura 9). L4 também apresenta a mesma imagem presente em L3, que demonstra a polinização sendo realizada por um beija-flor (Apodiforme), mas em menor proporção (figura 7). 61 Figura 8. Imagem de uma abelha (Himenóptera) polinizando uma flor de laranjeira (citrus sp.), p. 131, livro L4. Difícil identificação das estruturas reprodutoras. Figura 9. Imagem do pólen sendo levado pelo vento, p. 131, livro L4. Difícil visualização. A imagem apresentada por L7 para mostrar um grão de pólen aderido ao corpo de um animal polinizador não permite um bom entendimento, pois não tem indicação para a localização do pólen, está embaçada, além de não está demonstrando a ação polinizadora (figura 11). As imagens referentes à polinização realizada por uma borboleta (Lepidóptera) e por um beija-flor (Apodiforme) estão muito pequenas, dificultando a observação das estruturas reprodutoras da flor (figura 12). 62 Figura 10. Imagem mostrando grão de pólen aderido ao corpo de uma abelha (hymenóptera), p. 241, livro L7. Imagem não adequada. Figura 11. Imagem mostrando uma abelha (himenóptera) e um beija-flor (apodiforme) coletando néctar que lhe serve de alimento, p. 240, livro L7. Imagem não adequada. Assim como no livro L7, L8 apresenta algumas imagens embaçadas (como por exemplo a figura 13), dificultando a visualização de algumas estruturas, como as reprodutoras (gineceu e androceu). 63 Figura 12. Imagem de um inseto polinizando uma flor, p. 56, livro L8. Difícil identificação das estruturas reprodutoras. A ilustração referente à polinização realizada pelo vento (figura 14) no livro L9, não permite visualizar as estruturas da planta (capim). Já a representação da polinização realizada por abelha (Himenóptera) está bem visível, é possível observar os grãos de pólen no corpo do animal, assim como a imagem da polinização realizada pelo morcego (Quiróptera) que está com boa qualidade. Figura 13. Polinização realizada pelo vento, p. 41, livro L9. Difícil visualização. Algumas ilustrações do livro L10 não permitem visualizar o que está descrito no texto. As fotos que mostram flores masculinas e femininas de abóbora (Cucurbita sp.) 64 (figura 15) não permitem diferenciar os órgãos reprodutores, já que a partir do texto este torna-se o objetivo da imagem. Assim como as ilustrações propostas para identificação do androceu e gineceu no mamoeiro (Carica sp.) também não permite essa observação (figura 16). As imagens de polinização estão embaçadas (figuras 17, 18 e 19). Figura 14. Diferenciação da flor feminina e masculina de abóbora (Cucurbita sp.), presente no livro L10, p. 283. Difícil identificação dos órgãos reprodutores. Figura 15. Imagens do mamoeiro macho e fêmea (Carica sp.), dispostas na p. 283, livro L10. Difícil identificação dos órgãos reprodutores. 65 Figura 16. Imagem da polinização realizada por um animal, p. 284, livro L10. Difícil visualização. Figura 17. Imagem da polinização realizada por uma abelha (himenóptera), p. 280, livro L10. Difícil visualização. Figura 18. Imagem da polinização realizada pelo vento, p. 284, livro L10. Difícil visualização. 66 Em L11 o esquema de uma flor completa (figura 20) apresenta dificuldades na identificação de algumas partes, como por exemplo, o gineceu e androceu, pois essas estruturas estão muito próximas, não sendo possível diferenciá-las. Uma das imagens de polinização (figura 21) está embaçada, não sendo possível observar a ação do polinizador. Figura 19. Imagem representando a constituição da flor, p. 132, livro L11. Imagem não adequada. Figura 20. Imagem da polinização realizada por uma abelha (himenóptera), p. 134, livro L11. Difícil visualização. Vale ressaltar que a maior parte dos esquemas mostrados nos livros apresentaram boa qualidade, enquanto que algumas fotografias tiveram resultados 67 negativos. O livro L1 somente apresentou um esquema com a constituição de uma flor, não há referência para nenhuma ilustração que aborde o tema polinização, sendo, portanto considerado de boa qualidade apenas com referência em uma única imagem. Diante do tema estudado neste trabalho é visível a necessidade de livros que apresentem imagens que favoreçam o entendimento dos alunos, pois estas direcionam o processo ensino-aprendizagem e permitem uma melhor visualização do conteúdo estudado. 68 3.3.5 Erro nas imagens Para o atual questionamento foram considerados erros, quando o livro apresenta algum equívoco ou falta de informação ao apresentar a ilustração. Segundo Neto e Fracalanza (2003) muitos erros são encontrados ao analisar livros de Ciências do Ensino Fundamental, esses podendo ser encontrados no texto, na atividade experimental ou até mesmo nas ilustrações. Portanto, sete livros apresentaram alguma falha em pelo menos uma de suas imagens. Na ilustração de L6 que caracteriza as partes da flor, não são indicados o receptáculo e as anteras, estas são nomeadas como grãos de pólen (figura 22). Na imagem que inclui polinização, formação do fruto, germinação da semente e crescimento da planta é mostrada uma maçã, sendo considerada, portanto como uma fruta (figura 10). Segundo Souza e Ocácia (2009) a maçã caracteriza-se como um pseudofruto, pois não se origina do desenvolvimento do ovário. Vale ressaltar que em L6 somente algumas estruturas destacadas na imagem de uma flor completa são citadas durante o texto, não sendo descritas. Figura 21. Ilustração com a constituição de uma flor completa, p. 75, livro L6. Apresenta erro e ausência de informação. Da mesma forma o livro L7 apresenta falta de informação em uma das ilustrações que aborda as partes constituintes de uma flor. O estigma não é 69 apresentado na imagem e nem durante a exploração do conteúdo teórico, e o estilete também não é indicado na figura. As setas que direcionam os estames e o carpelo estão saindo do mesmo local (figura 23). Figura 22. Representação esquemática de uma flor, p. 240, livro L7. Presença de erro e falta de informação. A imagem apresentada pelo livro L9 para identificação das partes de uma flor contém um erro, pois quando identifica o conjunto de androceu a seta inclui o gineceu, além de não apresentar o receptáculo (figura 24). Figura 23. Representação esquemática de uma flor apresentada pelo livro L9, p. 39. Apresenta erro e falta de informação. 70 No livro L10 o receptáculo floral é incluído como parte do pedúnculo na imagem que o autor explora as partes que constituem uma flor. Quando propõe a atividade prática o livro expõe uma imagem onde é indicado um corte acima do receptáculo e diz está sendo feito no ovário e que a partir de então será possível visualizar os óvulos (figura 25). Figura 24. Procedimento de corte de um ovário, p. 283, livro L10. Apresenta erro. Os livros L1 e L4 não apresentam erros, mas faltam alguns dados nas imagens. Na representação esquemática da flor contida no livro L4 não são apontados receptáculo e pedúnculo, assim como alguns itens estão representados, mas não há definição durante o texto. Enquanto que em L1 além do receptáculo e pedúnculo não há indicação para sépalas e pétalas (figura 1). O esquema de uma flor completa apresentada em L11 não indica pedúnculo e receptáculo, além de não diferenciar estigma e estilete no aparelho reprodutor feminino e filete e antera no masculino. Os livros L3, L2 e L8 não apresentam erros ou falta de informação nas imagens. Comparando os resultados obtidos com esta análise podemos observar alguns resultados considerados. Em relação ao critério, material ilustrativo, os livros L2 e L6 apresentaram o resultado mais favorável quando comparado aos outros exemplares, pois dos seis tópicos analisados, quatro estavam presentes (gráfico 3). O primeiro tópico indicou uma grande deficiência nos livros, pois apenas um (L7) indica a proporção dos objetos tanto para as imagens quanto para os esquemas. Já o segundo 71 tópico esteve presente em quase todos dos exemplares, com exceção de L5, que não apresentou imagens. Quanto ao terceiro tópico, observamos que foi significativo em quatro exemplares (L2, L4, L6 e L9), enquanto que o quarto esteve presente em cinco (L2, L4, L6, L7 e L10) dos onze livros analisados. Já quando observamos os resultados obtidos na análise do tópico, as imagens apresentam boa qualidade, verificamos uma deficiência, pois apenas nos livros L1 e L6, as ilustrações foram satisfatórias. A presença de erros na imagem foi constatada em sete livros (L1, L4, L6, L7, L9, L10 e L11), o que pode levar a uma interpretação equivocada pelo aluno, pois a partir da imagem ele busca uma melhor visualização para a compreensão do conteúdo (Tabela 3). Portanto, a ilustração e a fotografia são recursos acessíveis e de grande importância pedagógica, especialmente na área de Ciências Biológicas, tornando-se ferramentas didáticas de uso preferencial (SILVA apud FRANCO 2009), mas é preciso ter cautela para avaliar se estão relacionadas ao conteúdo teórico e estão apresentadas de forma correta seguindo os critérios considerados essenciais, segundo o Guia de Livros Didáticos do PNLD (BRASIL, 2011), para uma boa abordagem, não levando o aluno ao erro. Para Vasconcelos e Souto (2003), é importante uma análise ao observar as imagens nos livros didáticos, pois estas devem apresentar boa qualidade de impressão, deve estar bem inserida ao longo do texto, e apresentar uma relação com o conteúdo teórico. A função das ilustrações é tornar as informações mais claras, estimulando a compreensão e a interação entre leitores e o texto científico. Tabela 3: Material ilustrativo Livros L1 L2 L3 L4 L5 L6 L7 L8 L9 L10 L11 Tópicos analisados Proporção dos objetos Fonte Não Não Não Não ___ Não Sim Não Não Não Não Sim Sim Sim Sim ___ Sim Sim Sim Sim Sim Sim Data Não Sim Não Sim ___ Sim Não Não Sim Não Não Sim Ilustrações Não Não adequadas Sim Qualidade Não Não das imagens Não Não Erros nas Sim imagens ___ tópico não apresentado no livro Sim ___ Sim Sim Não Não Sim Não Não ___ Sim Não Não Não Não Não Sim ___ Sim Sim Não Sim Sim Sim 72 3.4 Atividade experimental 3.4.1 Atividades experimentais de fácil realização Segundo o Programa Nacional de Livros Didáticos (PNLD, 2011) é importante que os exemplares didáticos proponham atividades que estimulem a investigação científica, por meio da observação, experimentação, interpretação, análise, discussões dos resultados, síntese, registros, comunicação ou de outros procedimentos característicos das Ciências. Diante dessa importância foi verificado que sete (L2, L4, L6, L7, L9, L10 e L11) dos onze livros analisados apresentam atividades práticas. Em um anexo, “Construindo”, o livro L2 propõe uma atividade a ser realizada com uma flor de hibisco (Hibiscus sp.). Indica os materiais necessários e descreve os passos a serem executados pelo aluno, propõe que separem cada parte que compõe a flor e colem em uma folha de papel. Seguindo o experimento há imagens explicativas e questões que abordam o assunto. O livro L4 apresenta atividade experimental no início do capítulo como forma de motivação. Este experimento apresenta fácil realização, pois só é proposto a observação de uma flor qualquer, não sendo indicada pelo livro, e posterior observação das estruturas e construção de um desenho esquemático no caderno. Posteriormente, seguido de uma pergunta sobre o androceu, o autor relaciona o grão de pólen a um “pozinho”, e pede para identificá-lo, assim como a estrutura onde este se encontra presente. Já a atividade experimental proposta pelo livro L6 não está bem descrita. Os autores pedem para os alunos separarem flores de lírio (Lilium sp.) e abrirem em cortes longitudinais e transversais, mas não indica como esses tipos de cortes são realizados. Pedem para observarem as estruturas que eles visualizam e desenhar em seu caderno, mostrando um esquema de uma flor para eles se basearem. No livro L7 a atividade experimental proposta está bem descrita. O autor cita todos os materiais essenciais para a realização da prática e descreve cada etapa realizada pelo aluno. Solicita que os alunos observem uma flor, identifiquem suas estruturas, façam uma contagem no número de sépalas e pétalas, separem todas as partes constituintes, observem o grão 73 de pólen e cortem o gineceu ao meio para análise dos óvulos. Para cada etapa é indicado que os alunos anotem as funções, desenhem e colem as estruturas da flor na folha de papel. O livro L9 apresenta uma atividade para identificação da estrutura interna de uma flor. Lista os materiais necessários e descreve o procedimento que será realizado. Pede para os alunos desenharem as partes externas de uma flor de lírio (Lilium sp.), identificando as pétalas e sépalas, mas esta flor não é muito adequada, pois estas estruturas apresentam a mesma coloração e o aluno poderá ter dificuldade para diferenciá-las. Seguindo, direciona os alunos a separar o pedúnculo e dividir o gineceu ao meio e apresenta algumas perguntas para observação do interior do gineceu e identificação dos óvulos. Para a observação do sistema reprodutor masculino, pede-se que observem a imagem que acompanha o exercício, representando o androceu, mas sem a identificação do filete e antera e direciona os alunos a tocar nas anteras e observarem o grão de pólen, identificando as estruturas que compõe o estame. No quadro “Observando” o livro L10 apresenta uma atividade de observação. Partindo de uma flor, que indicada pelo livro pode ser: azaleia (Rhododendron sp.), flor de ipê (Tabebuia sp.), de jacarandá (Jacaranda sp.) ou de pata de vaca (Bauhinia sp.), pede para os alunos retirarem o cálice e a corola e observarem o androceu, identificando os estames e sentindo com a ponta dos dedos o grão de pólen. O gineceu também pode ser observado e, com ajuda do professor, pede-se para fazer um corte no ovário para observação dos óvulos. É possível observar o procedimento do corte a partir de uma imagem presente no experimento. A atividade proposta pelo livro L11 é apresentada no anexo “Faça e descubra”, contendo a lista do material que será utilizado, assim como o passo a passo do exercício e a descrição que cada estrutura que compõe uma flor. Pede para os alunos retirarem sépalas, pétalas e estames, observando os grão de pólen e explica a constituição do aparelho reprodutor masculino, com todas as suas partes. Segue instruindo os alunos a colarem e identificarem essas estruturas em uma cartolina e com o auxílio de um palito retirar o grão de pólen. Explora toda a constituição do aparelho reprodutor feminino e, com ajuda do professor, pede que façam cortes no ovário para observação dos óvulos. Por fim, direciona os alunos a 74 colocar jornal sobre a montagem feita em em cartolina e depositar um material pesado em cima guardando em saco plático, para maior conservação do material. É importante que as atividades experimentais permitam uma melhor compreensão e consolidação dos conceitos abordados, propiciando o desenvolvimento de ideias e o pensamento reflexivo do aluno (DANTE, 1996). É através de um experimento que o aluno tem oportunidade de coletar dados, interpretá-los e elaborar suas próprias conclusões (VASCONCELOS e SOUTO, 2003). Uma Informação importante é que os livros L1, L3, L5 e L8 não apresentam atividade experimental. 75 3.4.2 Acessibilidadade do material a todos os alunos Os livros L2, L4, L6, L7, L9, L10 e L11 dispõem de materiais de fácil acesso ao aluno. Para a realização do experimento, em L2, são necessários: flores de hibisco (Hibiscus sp.), folhas de papel, estilete, fita adesiva e caneta. Já em L4 apenas a flor é proposto como material para utilização na atividade, o livro informa que esta deverá ser entregue pelo professor ou obtidos seguindo recomendação dele. Em L6 e L10 os autores pedem o uso apenas de uma flor e uma lupa para ampliar a imagem, mas esta ultima é opcional em L10. O livro L7 indica os seguintes materiais para uso durante a atividade experimental: duas flores grandes, cinco folhas brancas de papel, pinça, gilete, estilete ou agulha de costura, fita adesiva e lupa de mão (lente de aumento). Dentre os materiais propostos pelo livro L9, estão uma flor de lírio (Lilium sp.), uma tesoura de ponta redonda, uma lupa de mão, um palito de dente e um lápis. Para L11 os materiais essenciais durante a atividade são: flor de lírio (Lilium sp.) ou de azaleia (Rhododendron sp.), um palito de dente, lente de aumento (opcional), fita adesiva e um pedaço de cartolina. 76 3.4.3 Riscos físicos ao aluno Dentre os materiais indicados para uso durante a atividade experimental no livro L2 está o estilete, material que pode apresentar algum risco ao aluno. No livro L4 o autor pede para os alunos separarem cada estrutura da flor, mas não indica como e o que usar. O livro L4 também apresenta um anexo direcionado aos professores, onde alertam para o risco de ter alunos alérgicos ao pólen, pedindo que estes comentem sobre o assunto em sala de aula, orientando os alunos a não aproximar as flores ou as mãos no rosto durante toda atividade, lavando-as posteriormente. Em L6 pede-se que os alunos façam cortes longiduninais e transversais, mas não propõe o uso de nenhum material cortante. A atividade proposta pelo livro L7 pode apresentar risco aos alunos, pois dentre os materiais utilizados estão o gilete e o estilete. Enquanto que a atividade do livro L9 não apresenta risco aos alunos, assim como L10 que não menciona o uso de nenhum material que possa trazer risco ao aluno. Durante a atividade do livro L11 informa que devem ser feitos cortes no ovário para observação dos óvulos, mas pede que essa etapa seja realizada pelo professor. Segundo as normas de segurança apresentadas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998) as atividades práticas deve ser avaliadas de acordo com os riscos reais ou potenciais apresentados à integridade física dos estudantes. 77 3.4.4 Auxílio de um adulto diante da presença de riscos O livro L2 apresenta um anexo “Cuidado”, onde informa que as etapas da atividade exigem manuseio do estilete e portanto deve ser realizada por um adulto. Nos livros L4 e L9 não há informações sobre riscos. O livro L6 não propõe o uso de material cortante. Como o livro L7 propõe o uso de material cortante sugere que a atividade seja acompanhada por um adulto. O livro L10 apresenta um anexo “Cuidado!”, na lateral da atividade proposta, onde alerta para que os alunos não levem a mão à boca e lavem a mão depois de acabar as etapas da atividade, pois ressalta que algumas plantas podem ser tóxicas. O livro L10 também faz referência para o uso de objetos cortantes que só devem ser utilizados com a ajuda de um adulto, mesmo não indicando o uso deste tipo de material durante sua atividade experimental. O livro L11 apresenta um aviso direcionado apenas aos professores: “Você vai precisar de um estilete ou de uma faquinha. Como é mais fácil para você se todos estiverem dissecando flores da mesma espécie e ao mesmo tempo, passe por eles cortando os ovários e as anteras” (SANTANA et al 2009, p. 131), como pode ser observado o objetivo da informação não foi indicar o risco oferecido ao aluno e sim a facilidade de concluir a atividade. Entre os exemplares didáticos analisados a maior parte apresentou atividade experimental relacionando as estruturas que compõe uma flor. Os livros L2, L4, L6, L7, L9, L10 e L11 apresentaram estas atividades com fácil realização, pois são desde uma observação até o simples manuseio da flor, sendo acompanhado de explicações ou auxílio de desenhos. Também apresentaram de uma forma a permitir a realização por qualquer aluno, pois os materiais são acessíveis a todos, mesmo que estes não os possuam, são materiais que possivelmente estão presentes na própria escola. Quando comparados com os riscos que essas atividades podem apresentar aos alunos, observamos que em dois livros há possibilidades de ocasionar algum tipo de acidente, pois em determinados casos é recomendado o uso de um estilete (tabela 4). Em relação ao outro item analisado, auxílio de um adulto, foi possível encontrar alguns resultados importantes: enquanto os livros L2 e L7 foram os exemplares que apresentaram algum tipo de risco e solicitaram a ajuda de um adulto para a realização 78 da atividade. Os livros L10 e L11, mesmo não apresentando nenhuma atividade com risco, indicam que qualquer atividade com materiais cortantes deve ser acompanhada com auxílio de um adulto (Tabela 4). Segundo Vasconcelos e Souto (2003) as atividades práticas no ensino de Ciências são fundamentais, pois estimula o desenvolvimento da capacidade investigativa e o pensamento científico. Tabela 4: Atividade experimental Livros Tópicos analisados Fácil realização L1 L2 L3 L4 L5 L6 L7 L8 L9 L10 L11 __ Sim ___ Sim ___ Sim Sim ___ Sim Sim Sim Sim ___ Sim ___ Sim Sim ___ Sim Sim Sim Sim ___ Não ___ Não Sim ___ Não Não Não Sim ___ Não ___ Não Sim ___ Não Sim Sim _ Material acessível __ Apresenta risco físico __ Auxílio de adulto __ _ _ _ ___ tópico não apresentado no livro 79 3.5 GRÁFICOS COMPARATIVOS Para melhor observação dos resultados obtidos neste trabalho, seguem abaixo os gráficos comparativos que reúnem todos os critérios, listados da metodologia, utilizados para a avaliação dos onze livros didáticos (gráficos 1, 2, 3, e 4). Gráfico 1. Comparação entre os livros analisados de acordo com os cinco tópicos referentes ao critério: Conceitos teóricos. 5 4 3 Conceitos teóricos 2 1 0 L1 L2 L3 L4 L5 L6 L7 L8 L9 L10 L11 Gráfico 2. Comparação entre os livros analisados de acordo com os quatros tópicos referentes ao critério: Abordagem específica do conteúdo. 4 3 2 Abordagem específica do conteúdo 1 0 L1 L2 L3 L4 L5 L6 L7 L8 L9 L10 L11 80 Gráfico 3. Comparação entre os livros analisados de acordo com os seis tópicos referentes ao critério – Material ilustrativo. 6 5 4 3 Material ilustrativo 2 1 0 L1 L2 L3 L4 L5 L6 L7 L8 L9 L10 L11 Gráfico 4. Comparação entre os livros analisados de acordo com os quatros tópicos referentes ao critério – Atividade experimental. 4 3 2 Atividade experimental 1 0 L1 L2 L3 L4 L5 L6 L7 L8 L9 L10 L11 81 IV CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir da análise realizada neste trabalho é possível observar uma deficiência relacionada ao tema Polinização, nos livros de Ciências de sétimo ano do Ensino Fundamental, principalmente em relação ao conteúdo e apresentação das imagens. Dentre os onze livros analisados, apenas um, o livro L2, apresentou um resultado favorável, pois dentre os dezenove critérios analisados e listados na metodologia, este apresentou dezesseis de forma satisfatória, se mostrando o mais completo quando comparado a todos os outros exemplares didáticos avaliados pelo PNLD, 2011 (gráfico 5). Gráfico 5. Comparação entre todos os critérios analisados nos onze livros didáticos. 19 17 15 13 11 9 7 5 3 1 Resultado total L1 L2 L3 L4 L5 L6 L7 L8 L9 L10 L11 Portanto, é visível uma carência quando verificamos o tema polinização. Quando comparamos o tópico, abordagem específica do conteúdo, observamos que apenas quatro livros (L2, L8, L9 e L10) apresentam resultado acima de 50% (gráfico 3). Dos onze livros, apenas o L2 apresenta o tópico: importância da polinização cruzada, enquanto que cinco (L2, L5, L8, L9 e L10) mostram as adaptações presentes nas flores aos seus polinizadores específicos. Os livros L1, L4 e L6 não apresentam o tema: atrações aos polinizadores, assim como o livro L5 não relaciona a flor como órgão reprodutor das angiospermas. Com esta análise foi possível observar que existem livros que não abordam alguns tópicos ou abordam o tema de uma forma geral e incompleta, 82 como, por exemplo, indicando apenas alguns tipos de polinização e/ou apenas as adaptações desenvolvidas por determinadas flores para o tipo de polinização característica. As flores polinizadas por animais apresentam modificações ainda mais visíveis em sua estrutura, mas essas muitas das vezes não são exploradas. As imagens também apresentaram resultado negativo quanto à clareza de visualização para os alunos, pois apenas os livros L1 e L6 apresentaram-se com boa qualidade. Assim como sete exemplares didáticos (tabela 3) apresentaram algum tipo de erros nas suas ilustrações, podendo prejudicar o entendimento do conteúdo. Todavia, os professores devem ficar atentos à escolha do livro, pois em muitos casos essa seleção ocorre apenas pela supervalorização da qualidade das imagens (NÚÑEZ, 2003), não ocorrendo um diagnóstico conjunto do conteúdo e das ilustrações. Segundo Vasconcellos (2010), o grande perigo da utilização do livro didático se encontra na total confiança que os professores depositam nos conteúdos apresentados por eles, pois como observamos muitos destes podem apresentar erros e informações inadequadas podendo levar o aluno a uma percepção errônia do conteúdo. Entretanto, a atitude de alguns professores de limitar o aprendizado apenas o conteúdo do livro pode resultar em uma abordagem incompleta aos seus alunos, já que em alguns casos estes exemplares didáticos podem apresentar deficiências relacionadas ao conteúdo, como pode ser observado, por exemplo, ao tema polinização. Portanto, essa ação demonstra a necessidade de exemplares didáticos com boa qualidade e que trabalhem o conteúdo de forma mais completa, correta e de fácil entendimento para os alunos. Como citado por Vasconcellos (2010), devido à ligação direta entre o que é ensinado nas escolas e o que se vê nos livros didáticos, as análises do conteúdo dos livros acaba sendo, de alguma forma, uma avaliação de como está sendo conduzido o ensino de ciências no Brasil, em especial o ensino de Botânica. É importante que o assunto polinização seja abordado nos livros didáticos, pois traz um embasamento teórico que prepara e sensibiliza os alunos sobre a importância da relação entre plantas e animais e a dependência que um exerce sobre o outro, assim como a importância para a perpetuação das espécies. A partir de então estes 83 serão estimulados a atuar no ambiente no sentido de preservar e tomar conhecimento dos fenômenos do mundo natural. Portanto, o estudo justifica-se ainda pela constatação de que livros aprovados pelo PNLD ainda trazem elementos que comprometem o processo de ensinoaprendizagem em Ciências. O objetivo é contribuir para a reflexão dos agentes envolvidos, destacando alguns pontos que merecem ser contemplados nas escolhas realizadas pelas escolas. Acreditamos que esta prática pode complementar o trabalho desenvolvido pelo PNLD e que as reflexões aqui propostas podem se somar aos critérios que os professores já utilizam na escolha dos livros didáticos com os quais pretendem trabalhar, pois mesmo diante de diversos trabalhos científicos que apontam erros nos livros didáticos, estes continuam apresentando falhas, por isso análises de livros didáticos ainda são muito importante. Como perspectivas futuras, a proposta do presente trabalho é a produção de um material didático que vise facilitar o aprendizado e o entendimento relacionado à polinização. O objetivo é fazer imagens que registrem a polinização sendo realizada por diferentes tipos de animais em diferentes flores, presentes no Jardim Botânico do Rio de Janeiro e posterior confecção de um texto explicativo que aborde todos os critérios e tópicos considerados essenciais para uma abordagem completa do tema. 84 V REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVARENGA, J. P; PEDERSOLI, J. L.; FILHO, M. A. D´Assunção; GOMES, W. C. Ciências Integradas. 1 ed. Curitiba-PR: Editora Positivo, 2008. 295 p. AMABIS, J.e MARTHO,G.R.. Fundamentos de Biologia Moderna. 2 ed. São Paulo: Editora Moderna, 2004. 610 p. AMARAL, I.A. do e NETO, J. M. Qualidade do livro didático de ciências: o que define e quem define? Ciências & Ensino (UNICAMP), Campinas, v.2 , 13-14 p., 1997. ANGELO, E. A.; SILVA, K. A. P.; FAVALLI, L. D. Projeto Radix: Ciências. 1 ed. São Paulo: Editora Scipione, 2009. 304 p. AVELINE, C.C. A vida secreta da natureza: uma iniciativa à ecologia profunda. 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