3º BIMESTRE - 2016 Texto Base: Período Napoleônico (1799

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3º BIMESTRE - 2016
Disciplina: História
Série: 2º Ano
Professor: Otto Terra
Texto Base: Período Napoleônico (1799-1815)
Parte I
O período napoleônico consolida a vitória dos ideais burgueses na França do final do século
XVIII. Mais que isso, a ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder empregou sobre a Europa um
período de declínio do modelo absolutista, a partir da política de dominação bonapartista. Cabe
ressaltar que mesmo antes da ascensão de Napoleão, já havia um clima de instabilidade política
no cenário europeu, fruto do processo revolucionário que inflamava a sociedade francesa após
1789. Esta instabilidade se estenderia aos seus vizinhos, uma vez que havia a ameaça da
expansão dos ideais revolucionários franceses adentrar as fronteiras e as mentalidade da
população das monarquias próximas. Assim, compreender a transição entre o governo girondino
e o de Napoleão Bonaparte é fundamental para analisarmos o processo revolucionário iniciado em
1789 e que deflagraria seus efeitos em todo o mundo ocidental a partir do governo napoleônico.
Após a queda do governo Jacobino representado pela morte de Robespierre, a França adentrara
em um governo liderado pelos Girondinos. Esta elite política representava os interesses da alta
burguesia, e, portanto, acompanhava o processo revolucionário iniciado em 1789. Os girondinos
instituíram uma nova Constituição à França, marcadamente voltada a atender aos interesses
burgueses, suprimindo os interesses campesinos e devolvendo o processo revolucionário ao seu
projeto político burguês. Tal Constituição instituía, entre outras coisas, o fim do Comitê de
Salvação e a volta do voto censitário – deixando de fora do processo democrático grande parte
da população. Além disso, durante a restauração do governo Girondino, houve a instituição do
chamado Terror Branco, que consistia na perseguição aos opositores do governo: tanto jacobinos
e sans-culottes, quanto monarquistas ou qualquer outro grupo que contestasse a autoridade
girondina. Durante o governo Girondino, e na formulação da nova Constituição, também
estipulou-se o chamado governo do Diretório, composto por uma elite de 05 (cinco) membros que
eram escolhidos pelo legislativo. Tal período caracterizou-se por uma série de levantes contrários
ao governo (em contexto interno) e pela intensa campanha dos países vizinhos que buscavam a
restauração do absolutismo com a coroação de Luís XVIII (contexto externo). Além disso, o
governo girondino foi marcado por ser um período de intensa corrupção – o que levava ao
descrédito popular sobre o governo.
O Golpe de 18 Brumário e o Consulado (1799-1804)
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É neste contexto que Napoleão Bonaparte surgiu como líder carismático que ganhara o
apoio do exército, dos camponeses e da classe burguesa, formando o sustentáculo político de sua
ascensão ao poder. Articulado com as classes burguesas, Napoleão Bonaparte saiu da campanha
do Egito e rumou à Páris. Lá, pressionou o parlamento francês a instituir na França um modelo
republicano formado por um Consulado, em que haveria a nomeação de três cônsules: Napoleão
Bonaparte, Pierre Ducós e Abade Siéyes – muito embora, Napoleão exercesse verdadeiro
poder sobre os outros dois – que mantinham os cargos de forma figurativa. As prioridades do
Consulado (1799-1804) eram: - enfrentar as ameaças externas (2ª coligação); - Reorganizar a
sociedade francesa e acabar com os levantes (monarquistas, jacobinos e demais grupos que
traziam instabilidade interna; - Estabilidade econômica francesa: tanto no contexto interno
(crescimento industrial, controle inflacionário, endividamento do Estado), como no contexto
externo; Para tanto, Napoleão buscou promover reformas nos campos:
Políticos: - Buscou-se a paz com os países vizinhos, findando a 2ª Coligação. Aumentou seu
poder com a elaboração de uma nova Constituição – o que transformou seu cargo para PrimeiroCônsul, com mandato de 10 anos, garantindo-lhe o controle sobre o poder executivo e
transformando os outros cônsules em simples conselheiros.
Econômicos: - Instituiu o Banco da França como forma de centralizar e controlar o fluxo
monetário francês, além de financiar a burguesia no processo industrial francês; - Criou uma nova
moeda: o franco; Buscou controlar a emissão de moeda como forma de controle da inflação.
Administrativo: - Buscou centralizar o poder, trazendo para altos cargos do Estado, pessoas de
sua confiança (na maioria das vezes, parentes);
Educacionais: - Criou os Lineus (escolas públicas que ofereciam cursos voltados ás ciências
sociais e naturais), como forma de incentivar a produção cientifica – fundamentais aos processos
industriais e à evolução econômica, colocando o estado como responsável pelo ensino.
Religiosa: - Reaproximação do Estado francês com a Igreja Católica como forma de controle
ideológico sobre a população (Concordata de 1801);
Jurídico: - Criação do Código Civil Napoleônico (1804) que consolidava os interesses burgueses
garantindo o direito à propriedade, à igualdade jurídica entre os cidadãos, separava a Igreja do
Estado, Permitia o divórcio, coibia a existência de sindicatos e associações de trabalhadores, além
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da greve, restabelecia a escravidão nas colônias (com oposição e declaração de independência do
Haiti – colônia francesa);
No mesmo ano (1804) Napoleão Bonaparte fez um Plebiscito (Consulta popular) que envolvia o
voto dos cidadãos (voto censitário) para tornar-se Imperador. Terminaria aí o Consulado e
começaria o período do Império Napoleônico.
Império Napoleônico (1804-1815)
A coroação de Napoleão Bonaparte ocorreria em Páris, capital francesa, na igreja de Notre
Dame. Napoleão pressiona o Papa Pio VII a comparecer à cerimônia para apoiá-lo e mostrar sua
força sobre a Europa. Foi a primeira vez na história em que um Papa “consagraria” um monarca
fora do território da Igreja. Tal ato, mostrava o poder que Napoleão possuía e o temor que os
demais estado tinham sobre ele. A cerimônia contava com a presença de várias casa dinásticas
europeias, além de outras autoridades – momento em que napoleão se alto proclamava senhor
de todos os franceses. Após o evento, e temerosos sobre o poder de Napoleão, forças externas
criaram a 3ª Coligação – para impedir a expansão do Estado francês. Napoleão então, declarou
guerra contra a Inglaterra – a qual ele entendia como um entrave ao domínio francês sobre a
Europa – além da Áustria e Prússia. Além disso, Napoleão tentou invadir a Inglaterra com auxílio
da Espanha através do uso das forças navais – fato este que teve sua principal embate: a Batalha
de Trafalgar - a qual, praticamente, dizimou as frotas navais francesas e espanholas e consolidou
o domínio inglês sobre os mares – com a vitória do Almirante Nelson para a Coroa britânica. No
entanto, criou-se na Europa uma espécie de balança militar – uma vez que consolidava a
Inglaterra como “Rainha dos Mares”, mas reconhecia a predominância do poderio francês como
maior e mais forte exército da Europa, com cerca de 600 mil homens. Tal situação, fez com que
Napoleão se voltasse contra os inimigos do continente, vencendo a Áustria, Prússia, Itália e
posteriormente, o Império Russo – impondo, assim, o Tratado de Berlim, ou também chamado:
Bloqueio Continental à Inglaterra – como forma de sufocar sua economia e invadi-la
posteriormente.
BIBLIOGRAFIA
ANDERSON, Perry. História da Concisa da Civilização Ocidental – Uma história concisa. 2ª Ed..
São Paulo: Martins Fontes, 1999.
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2012.
COTRIN, Gilberto. História Global: Brasil e geral. Volume Único – 10ª ed. São Paulo: Ed. Saraiva,
2012.
VICENTINO, Cláudio. História Geral – ed. Atual e ampliada. São Paulo: Scipione, 2002.
_____________. História para o ensino médio: história Geral e do Brasil. E. Atual. São Paulo:
Scipione, 2008
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