2º BIMESTRE - 2015 Disciplina: História Professor: Otto Terra Série: 2º Ano Texto Base: Período Napoleônico (1799-1815) Parte I O período napoleônico consolida a vitória dos ideais burgueses na França do final do século XVIII. Mais que isso, a ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder empregou sobre a Europa um período de declínio do modelo absolutista, a partir da política de dominação bonapartista. Cabe ressaltar que mesmo antes da ascensão de Napoleão, já havia um clima de instabilidade política no cenário europeu, fruto do processo revolucionário que inflamava a sociedade francesa após 1789. Esta instabilidade se estenderia aos seus vizinhos, uma vez que havia a ameaça da expansão dos ideais revolucionários franceses adentrar as fronteiras e as mentalidade da população das monarquias próximas. Assim, compreender a transição entre o governo girondino e o de Napoleão Bonaparte é fundamental para analisarmos o processo revolucionário iniciado em 1789 e que deflagraria seus efeitos em todo o mundo ocidental a partir do governo napoleônico. Após a queda do governo Jacobino representado pela morte de Robespierre, a França adentrara em um governo liderado pelos Girondinos. Esta elite política representava os interesses da alta burguesia, e, portanto, acompanhava o processo revolucionário iniciado em 1789. Os girondinos instituíram uma nova Constituição à França, marcadamente voltada a atender aos interesses burgueses, suprimindo os interesses campesinos e devolvendo o processo revolucionário ao seu projeto político burguês. Tal Constituição instituía, entre outras coisas, o fim do Comitê de Salvação e a volta do voto censitário – deixando de fora do processo democrático grande parte da população. Além disso, durante a restauração do governo Girondino, houve a instituição do chamado Terror Branco, que consistia na perseguição aos opositores do governo: tanto jacobinos e sans-culottes, quanto monarquistas ou qualquer outro grupo que contestasse a autoridade girondina. Durante o governo Girondino, e na formulação da nova Constituição, também estipulou-se o chamado governo do Diretório, composto por uma elite de 05 (cinco) membros que eram escolhidos pelo legislativo. Tal período caracterizou-se por uma série de levantes contrários ao governo (em contexto interno) e pela intensa 1 2º BIMESTRE - 2015 Disciplina: História Professor: Otto Terra Série: 2º Ano campanha dos países vizinhos que buscavam a restauração do absolutismo com a coroação de Luís XVIII (contexto externo). Além disso, o governo girondino foi marcado por ser um período de intensa corrupção – o que levava ao descrédito popular sobre o governo. O Golpe de 18 Brumário e o Consulado (1799-1804) É neste contexto que Napoleão Bonaparte surgiu como líder carismático que ganhara o apoio do exército, dos camponeses e da classe burguesa, formando o sustentáculo político de sua ascensão ao poder. Articulado com as classes burguesas, Napoleão Bonaparte saiu da campanha do Egito e rumou à Páris. Lá, pressionou o parlamento francês a instituir na França um modelo republicano formado por um Consulado, em que haveria a nomeação de três cônsules: Napoleão Bonaparte, Pierre Ducós e Abade Siéyes – muito embora, Napoleão exercesse verdadeiro poder sobre os outros dois – que mantinham os cargos de forma figurativa. As prioridades do Consulado (1799-1804) eram: - enfrentar as ameaças externas (2ª coligação); - Reorganizar a sociedade francesa e acabar com os levantes (monarquistas, jacobinos e demais grupos que traziam instabilidade interna; - Estabilidade econômica francesa: tanto no contexto interno (crescimento industrial, controle inflacionário, endividamento do Estado), como no contexto externo; Para tanto, Napoleão buscou promover reformas nos campos: Políticos: - Buscou-se a paz com os países vizinhos, findando a 2ª Coligação. Aumentou seu poder com a elaboração de uma nova Constituição – o que transformou seu cargo para Primeiro-Cônsul, com mandato de 10 anos, garantindolhe o controle sobre o poder executivo e transformando os outros cônsules em simples conselheiros. Econômicos: - Instituiu o Banco da França como forma de centralizar e controlar o fluxo monetário francês, além de financiar a burguesia no processo industrial francês; 2 2º BIMESTRE - 2015 Disciplina: História Professor: Otto Terra Série: 2º Ano Criou uma nova moeda: o franco; Buscou controlar a emissão de moeda como forma de controle da inflação. Administrativo: - Buscou centralizar o poder, trazendo para altos cargos do Estado, pessoas de sua confiança (na maioria das vezes, parentes); Educacionais: - Criou os Lineus (escolas públicas que ofereciam cursos voltados ás ciências sociais e naturais), como forma de incentivar a produção cientifica – fundamentais aos processos industriais e à evolução econômica, colocando o estado como responsável pelo ensino. Religiosa: - Reaproximação do Estado francês com a Igreja Católica como forma de controle ideológico sobre a população (Concordata de 1801); Jurídico: - Criação do Código Civil Napoleônico (1804) que consolidava os interesses burgueses garantindo o direito à propriedade, à igualdade jurídica entre os cidadãos, separava a Igreja do Estado, Permitia o divórcio, coibia a existência de sindicatos e associações de trabalhadores, além da greve, restabelecia a escravidão nas colônias (com oposição e declaração de independência do Haiti – colônia francesa); No mesmo ano (1804) Napoleão Bonaparte fez um Plebiscito (Consulta popular) que envolvia o voto dos cidadãos (voto censitário) para tornar-se Imperador. Terminaria aí o Consulado e começaria o período do Império Napoleônico. Império Napoleônico (1804-1815) A coroação de Napoleão Bonaparte ocorreria em Páris, capital francesa, na igreja de Notre Dame. Napoleão pressiona o Papa Pio VII a comparecer à cerimônia para apoiá-lo e mostrar sua força sobre a Europa. Foi a primeira vez na história em 3 2º BIMESTRE - 2015 Disciplina: História Professor: Otto Terra Série: 2º Ano que um Papa “consagraria” um monarca fora do território da Igreja. Tal ato, mostrava o poder que Napoleão possuía e o temor que os demais estado tinham sobre ele. A cerimônia contava com a presença de várias casa dinásticas europeias, além de outras autoridades – momento em que napoleão se alto proclamava senhor de todos os franceses. Após o evento, e temerosos sobre o poder de Napoleão, forças externas criaram a 3ª Coligação – para impedir a expansão do Estado francês. Napoleão então, declarou guerra contra a Inglaterra – a qual ele entendia como um entrave ao domínio francês sobre a Europa – além da Áustria e Prússia. Além disso, Napoleão tentou invadir a Inglaterra com auxílio da Espanha através do uso das forças navais – fato este que teve sua principal embate: a Batalha de Trafalgar - a qual, praticamente, dizimou as frotas navais francesas e espanholas e consolidou o domínio inglês sobre os mares – com a vitória do Almirante Nelson para a Coroa britânica. No entanto, criou-se na Europa uma espécie de balança militar – uma vez que consolidava a Inglaterra como “Rainha dos Mares”, mas reconhecia a predominância do poderio francês como maior e mais forte exército da Europa, com cerca de 600 mil homens. Tal situação, fez com que Napoleão se voltasse contra os inimigos do continente, vencendo a Áustria, Prússia, Itália e posteriormente, o Império Russo – impondo, assim, o Tratado de Berlim, ou também chamado: Bloqueio Continental à Inglaterra – como forma de sufocar sua economia e invadi-la posteriormente. 4 2º BIMESTRE - 2015 Disciplina: História Professor: Otto Terra Série: 2º Ano BIBLIOGRAFIA ANDERSON, Perry. História da Concisa da Civilização Ocidental – Uma história concisa. 2ª Ed.. São Paulo: Martins Fontes, 1999. CAMPOS, Flávio. CLARO, Regina. Oficina de História. Volume Único. 1ª Ed.. São Paulo: Leya, 2012. COTRIN, Gilberto. História Global: Brasil e geral. Volume Único – 10ª ed. São Paulo: Ed. Saraiva, 2012. VICENTINO, Cláudio. História Geral – ed. Atual e ampliada. São Paulo: Scipione, 2002. _____________. História para o ensino médio: história Geral e do Brasil. E. Atual. São Paulo: Scipione, 2008. 5