ANÁLISE DE VELOCIDADE DO VENTO POR ANEMÔMETRO DE FIO QUENTE A CORRENTE CONSTANTE. Bruno R. Da Silveira Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS Av. Osvaldo Aranha, 103 - CEP: 90035-190 - Porto Alegre - RS - Brasil [email protected] Resumo. Este relatório apresenta a simulação teórica da implementação de um parque industrial em uma determinada região. Esse empreendimento prevê o estudo dos ventos e a produção de um mapa eólico detalhado. Isto se faz necessário para o conhecimento prévio do escoamento dos poluentes atmosféricos gerados pelas indústrias a serem instaladas. Os estudos e os instrumentos utilizados nele serão detalhadamente discutidos a seguir. planejamento ambiental para os arredores da localidade. 2 METODOLOGIA Para a medição de velocidades do escoamento atmosférico foi utilizado um anemômetro de fio quente. Palavras-chave: Mapeamento eólico, Anemômetro de fio quente. 1 INTRODUÇÃO A produção de um mapa eólico exige um grande conhecimento das velocidades do escoamento em diversas situações. A partir de um modelo reduzido e de um equipamento adequado podemos prever o comportamento dos gases presentes em determinada região. Utilizando um Anemômetro de fio quente construímos um perfil de velocidades em três dimensões em cada ponto de interesse. Os dados gerados pelo equipamento foram devidamente adequados e calibrados para oferecer as informações que se almeja saber. Com os resultados obtidos, poderemos viabilizar ou não um projeto de implantação de indústrias na área de interesse. Alem de propor melhorias na realização do empreendimento visando um melhor Esta foto mostra os três fios do aparelho (um para cada componente: x,y e z). Cada fio tem uma temperatura constante antes de ser imerso no fluido em movimento. Essa temperatura muda com o contato com o ar, como os fios são resistivos e as suas resistências variam com a temperatura o equipamento gera um sinal convertido em diferença de potencial ao passa pelo circuito. 2.1 Calibração Observa-se na figura a representação da cada um dos fios. Acima a representação do circuito elétrico ligado aos fios (conhecido como circuito elétrico do anemômetro de fio quente a corrente constante, com a sigal popular em inglês “CCA”). Sabendo as resistências “R1”, “R2”, “RL” e a corrente “I” que passa pelo amperímetro e também escolhendo “R3” (que é ajustável). Medindo a diferença de potencial podemos saber a resistência do fio quente “Rw”. Porem este resultado não vai ser conclusivo, é preciso antes calibrar. A temperatura inicial dos fios deve gerar um sinal neutro relativo a velocidades nulas. E alem disso devemos saber como o aumento ou diminuição da resistência dos fios se relaciona com o aumento ou diminuição da velocidade do escoamento. A calibração de um anemômetro normalmente consiste de medidas simultâneas da velocidade U e da saída em voltagem do anemômetro V e a partir da relação voltagemvelocidade determinam-se as constantes de calibração. A resposta do instrumento foi investigada como uma função da velocidade usando uma bancada previamente disponível, consistindo de um soprador, anteparos em malhas para filtragem e regularização do escoamento, em um tubo de PVC de diâmetro de 1 m, com aproximadamente 1,5 m de comprimento seguido de um Venturi (medidor de vazão, constituído de um estreitamento de um conduto, com manômetro diferencial ligado entre a parte original e a estreitada). O elemento sensor foi alinhado perpendicularmente à direção do fluxo no centro da tubulação seguinte ao Venturi. Foram investigados fluxos de baixa velocidade, na faixa de 2 a 12 m/s. Para esta faixa de velocidade o ar pode ser considerado incompressível e a queda de pressão ÄP (leia delta P) no Venturi expressa pela equação de Bernoulli. A diferença de pressão no Venturi fora lida em um manômetro cuja graduação apresentava resolução de 1 mm, resultando na incerteza de 0,80 m/s na velocidade do escoamento. Foram anotados pares de queda de pressão no Venturi e Voltagem diferencial na saída do instrumento. As medidas de voltagem foram realizadas com incerteza de 3% de fundo de escala do multímetro utilizado. Os resultados foram interpretados pela lei king, a qual modela o resfriamento de um fio aquecido eletricamente, pela seguinte relação: (1) Onde E é a queda de tensão no elemento sensor (neste estudo, a saída do instrumento), A e B, coeficientes levantados pelas observações experimentais e n o expoente o qual geralmente é atribuído o valor 0,5. Para a determinação da resposta em freqüência do anemômetro sob análise, foi utilizada a montagem experimental da Figura abaixo: Que relaciona a velocidade do escoamento com a diferença de potencial lida pelo aparelho (curva utilizada para calcular as constantes da lei de King). Ao ligar o soprador, a ponta de prova do anemômetro (1) era coberta com um copo. Quando o sinal proporcional à velocidade, monitorado pelo osciloscópio, estabilizava, o copo era retirado rapidamente expondo o sensor ao fluxo de ar. O sinal gerado pelo instrumento era armazenado em um gravador FM, posteriormente reproduzido, digitalizado e processado em um microcomputador. O procedimento foi repetido cinco vezes para cada um dos três pontos de operação do soprador, totalizando quinze experimentos. E a calibração gerou a equação: A partir experimento: do gráfico gerado 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES Após todo o processo de calibração os resultados obtidos em campo puderam ser interpretados com segurança. Segue abaixo uma pequena tabela com os resultados de um dos pontos: Velocidade U medida nas três dimensões (x, y e z, respectivamente de cima pra baixo). Seguindo na tabela a direita vemos os dados do sensor regidos pela equação: (2) pelo (3) Sendo r (m) o raio do sensor, h (W/m².ºC) é o coeficiente global de transferência de calor, (Kg/m³) é o peso específico do substrato e c (J/kg.ºC) é o calor específico do substrato do sensor. Fazendo isso para vários pontos e interpolando os resultados obtém-se o seguinte gráfico de velocidades relativas: STREETER,V. L. Mecânica dos Fluidos. São Paulo: McGraw-Hill, 1982. http://www.agriambi.com.br/revista/v2n2/229.pdf http://www.qprocura.com.br/dp/70595/Desenv olvimento-de-um-circuito-eletronicoexperimental-de-anemometro-de-fioquente.html Referente ao modelo reduzido esse gráfico mostra a variação da velocidade media entre as três dimensões (mais claro menor velocidade, mais escuro maior velocidade). De modo que possamos ter uma visão geral da turbulência gerada pela energia cinética da atmosfera nesse local. Os locais de maior energia cinética tendem a gerar mais turbulência e a dissolver mais facilmente qualquer poluente no ar. Existem erros na avaliação de modelos reduzidos em relação aos protótipos, mas estes são minimizados por medições em campo e por cálculos de correlação. 4. CONCLUSÕES O anemômetro de fio quente a corrente constante possui alta freqüência de resposta, mas é difícil de ser utilizado em relação a outros (como o de temperatura constante). Sua vantagem é ter o circuito mais simples e barato. Graças a espessura ínfima do fio gera muito pouca interferência ao escoamento tornando-se preciso. A partir de todos os resultados observam-se claramente os pontos críticos de turbulência onde os poluentes dissipados seriam mais rapidamente misturados ao ar e também quais os caminhos mais prováveis para determinados poluentes dependendo de suas massas especificas. Assim melhorando muito o planejamento do projeto a fim de minimizar danos a atmosfera e as localidades satélites. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS