DOUGLAS FERNANDES ORIKASSA RENATA QUINTAS CAMARA PROGRAMA DE EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTO E TÉCNICA DE RELAXAMENTO MUSCULAR PARA RIGIDEZ DA DOENÇA DE PARKINSON Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Fisioterapia sob a orientação do Prof. M.Sc Paulo Jorge Haddad e orientação técnica da Profª Esp. Jovira Maria Sarraceni. LINS SP 2007 Orikassa, Douglas Fernandes; Camara, Renata Quintas Programa de exercícios de alongamento e técnica de Relaxamento para rigidez muscular da doença de Parkinson: Centro de Reabilitação Física Dom Bosco/ Douglas Fernandes Orikassa; Renata Quintas Camara. Lins, 2007. (081p) Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Fisioterapia, 2007 Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Paulo Jorge Haddad 1. Doença de Parkinson. 2. Rigidez Muscular. 3. Alongamento Muscular. 4. Relaxamento Muscular. Título CDU 615.8 DOUGLAS FERNANDES ORIKASSA RENATA QUINTAS CAMARA PROGRAMA DE EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTO E TÉCNICA DE RELAXAMENTO MUSCULAR PARA RIGIDEZ DA DOENÇA DE PARKINSON Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do título Fisioterapeuta. Aprovada em __/__/__ Banca Examinadora: Prof. Ms. Orientador: Paulo Jorge Haddad Titulação: Fisioterapeuta, mestre em Saúde da Família Assinatura: _____________________________________ 1º Prof.(a): ______________________________________________________ Titulação:_______________________________________________________ _______________________________________________________________ Assinatura:______________________________________ 2º Prof.(a):_______________________________________________________ Titulação:_______________________________________________________ _______________________________________________________________ Assinatura:______________________________________ DEDICATÓRIA Ao meu pai: Tadao Agradeço e reconheço o esforço que o senhor fez para que eu pudesse conquistar esse objetivo. Quando eu me sentia desanimado para estudar, era em você que eu encontrava força. Tu és exemplo de Pai batalhador, que deixou seu país para dar uma oportunidade de estudo aos seus filhos. Se cheguei até aqui, foi graças ao seu suor. Sou eternamente grato, mesmo longe o senhor está sempre presente. Tenho orgulho de ter o senhor como Pai. TE AMO MUITO. À minha mãe: Dona Zilda Dedico à você mãe, essa conquista que estou vivenciando. Obrigado pela educação, pelos puxões de orelha quando mereci; a senhora me ensinou a ser honesto acima de tudo, sempre respeitando o meu espaço e o do próximo. TE AMO!!! À minha maninha: Taciana Essa conquista também é sua maninha. Lembro o quanto você estudava durante as tardes enquanto eu ficava dormindo. Hoje vejo que estudar não é tão difícil assim, basta acreditar, obrigado por acreditar no meu potencial, te admiro muito. TE AMO MUITO!!! À minha namorada: Valquíria Com seu jeitinho meigo você entrou na minha vida. Essa é a minha primeira conquista e você faz parte dela. Obrigado por me apoiar, me consolar, me incentivar a ir mais longe, obrigado por me fazer feliz. Amo muito tudo isso, que Deus ilumine sempre o nosso caminho. TE AMOOO. À minha parceira de monografia: Rê Essa vitória é nossa Cabeção!!! Obrigado por me agüentar quando eu estava revoltado com a vida, por ter paciência quando eu largava tudo pra jogar bola enquanto você corria atrás das coisas, mas graças a Deus chegamos no nosso objetivo, com muito suor e dedicação chegamos lá. Sucesso pra você. Te adoro muito! Aos meus irmãos da República Biskateiros: Xicão, Negão, Pincelli e Xiqueixo: saibam que vocês são minha segunda família, foram dois anos convivendo dia-a-dia , passando por alegrias, brigas e passando mal também, desejo sucesso para todos, e que possamos, em breve, bebemorar relembrando os tempos de Rep. Ao time da fisioterapia: Markinhus, Indião, Petter, Pigmeu, Bozzo, Carlinhos, Diego, Japonês Louco e Léo: foram muitos jogos, vitórias e derrotas, mas o importante era a união, o prazer de jogar e depois reunir-se para comentar sobre o jogo e sobre a vida. Desejo tudo de bom pra todos. Jamais desistam dos seus sonhos. Aos meus amigos e amigas: A vocês que estão longe, Dodô, Lê, Capa, Rena, Deise, Gra, Gian, a todos os Bastardos que sempre me apoiaram nos estudos, aos meus amigos Ken e Ryo que trabalharam comigo no Japão, aos amigos que estão no Brasil, Rafa, Érico, Tomati, Takeshi, Iltinho, André, Aki, Dié, galera do futebol, vocês fazem parte da minha história. Dedico à todos que foram meus amigos de verdade. Sucesso a todos. Aos meus familiares: Obrigado a todos os meus tios e tias que me viram crescer e chegar até aqui. Dedico em especial às minhas falecidas avós Dona Martinha e Dona Mitsu, que com certeza estão felizes e sempre me protegendo. A todos os meus primos, em especial Ceará, Carneirão, Pri, Mirella, que cresceram comigo, e a todos os meus primos que estão no Japão. À minha amiga e segunda orientadora Alessandra: Você, literalmente, faz parte dessa monografia. Obrigado de coração por me ajudar, me apoiar na monografia e também nos jogos, você merece só coisas boas, muito sucesso, te adoro muito!! Aos amigos especiais: Jú Sonehara, Fer Barbeiro, Jú Loirinha, Profº Júnior, Profª Ana Cláudia, Andréa, Pe Valério, Maluquinho, Tigrão, Aline, Dani, Nati, Dri, Brenda, Paty Sorriso, Carol Vene, Paty Catalano, Júlia, Thayna, Bel, Carlão, Letícia, Fer Calixto, Volmir. Sucesso a todos!! À minha mãe e ao meu papito: Fátima e Silvio A vocês qu e d esd e o inicio acred itaram em m im , e em tod os os m om entos estavam ao m eu lad o. Mãe, m ais um a etapa concluíd a, um sonho realizad o, graças a você qu e d eixou seu s sonhos d e lad o para qu e o m eu virasse realid ad e. É, papito, a ú ltim a filha su a se form and o, obrigada por tudo que fez por mim. Esta conquista é pra vocês!!! Amo vocês mais que tudo. Beijos da filhinha Rê. Aos meus irmãos, a minha sobrinha e a minha cunhadinha: Thiago, Roberta, Ana Laura e Dê É m aninhos, a caçu linha aqui esta se form and o, e tud o isso com aju d a d e vocês, qu e sem p re m e apoiaram , protegeram e d eram forças para su perar os obstáculos. Pequ ena, a Tita te am a m u ito, você é um anjinho qu e veio para alegrar as nossas vid as. Dê obrigad a por cad a palavra d e incentivo, por tod os os m om entos qu e você esteve ao m eu lad o.... você já e d a família!!! rs Obrigada de coração. E vamos que vamos.... beijos Rê. À minha família: em especial a minha prima Fernanda Obrigad a a todos que d ireta ou ind iretam ente m e aju d aram a concluir este sonho. Fer parece que foi ontem qu e ficam os conversand o e eu tod a ind ecisa no qu e iria fazer, e agora estou aqui, me formando e com a certeza que fiz a coisa certa. Obrigad a por tod os os conselhos, puxões d e orelha, jam ais vou esquecer o ano qu e m oram os ju ntas... Beijos d a prim a que te adora d+ Rê. Ao meu parcerinho: Japa Qu em d iria?!? Consegu im os am ore!!! Form am os um a d u pla e tanto heim ... hehe. Qu ero que saiba qu e te ad oro m uito, d esd e o início d esses quatro anos, você sem pre foi u m verd ad eiro irm ão, qu e m e aju d ava, d ava bronca, enfim sem pre ao m eu lad o. Valeu d e coração por tu d o, te d esejo m u ito su cesso, e este, tenho certeza qu e o papai d o céu já d eixou reservad o para você. Beijos Rê. À galera da sala: em especial: Xico Jonas, Lê, Suzi, Brê, Dri, Fer B. Agrad eço d e m aneira especial a cad a um d e vocês qu e m e ap oiaram e m e incentivaram nesta fase d e m inha vid a. É triste pensar qu e esta acaband o, porém vocês podem ter certeza que este sentim ento m aravilhoso qu e sinto por vocês jam ais vou esqu ecer. Mu ito su cesso e conte comigo sempre. Amo vocês Rê. À galera do estágio: em especial a Jú, Paty e a Carol Galerinha, acabou !!! N ossa... não foi nad a fácil heim ?!? Porém , ju ntas consegu im os alcançar m ais esse objetivo d e nossas vid as. Obrigad a por tu d o e qu e cad a vez m ais realizem os os nossos sonhos. Este ano vale ouro; muito sucesso. Beijos! Amo demais vocês Rê. Às minhas amigonas: Sá, Tathi, Dani e Érica Amores... consegui!!! No início, vocês me viram tod a anciosa, com medo, e muitas vezes chorand o hehe, agora eu estou aqui... m e form and o e pronta para continuar a lu ta e oh! Vocês continuam comigo heim... amo vocês e muito obrigada por tudo! Rê. Aos meus supervisores: em especial a Ana Claudia Sim plesm ente não tenho palavras para agrad ecer tod o carinho, d ed icação e tod os os ensinam entos qu e m e passaram . Obrigad a e que Deu s continu e ilum inand o tod os vocês. Sucesso e mais sucesso. Adoro vocês Rê. Às minhas amigas da pensão: Jú, Mari e Fran N ossa!!! N ad a d este m u nd o vai m e fazer esqu ecer tod as as risad as, palhaçad as, enfim , tod os os momentos em que estivemos juntas! Obrigada por tudo. Amo muito vocês. Rê AGRADECIMENTOS A Deus: Eu pedi Força... e Deus me deu dificuldades para me fazer forte. Eu pedi Sabedoria... e Deus me deu problemas para resolver. Eu pedi Prosperidade... e Deus me deu cérebro e músculo para trabalhar. Eu pedi Coragem... e Deus me deu perigo para superar. Eu pedi Amor... e Deus me deu pessoas com problemas para ajudar. Eu pedi Favores... e Deus me deu oportunidades. Eu não recebi nada do quepedi... mas recebi tudo queprecisava Douglas e Renata Ao nosso orientador: Paulo Agradecemos a Deus por ter colocado você em nosso caminho nesta fase tão importante de nossas vidas. Você com seu jeito tranqüilo, carinhoso e acima de tudo, paciente a todas as nossas aflições medos e angustias, nos ajudou e nos fez ver que obstáculos existem sim, mas necessitam ser ultrapassados sem medo, para que possamos alcançar os nossos objetivos. Tivemos a prova de que a distancia não significa nada, pois você sempre esteve presente em nosso trabalho!!! Obrigado por tudo. Douglas e Renata À Jovira Obrigado de coração por toda atenção dedicada a nós. Que Deus continue te protegendo, iluminando e dando força para continuar sendo essa pessoa maravilhosa. Obrigado!!! Douglas e Renata Aos mestres Enfim, este é o dia de dizer muito obrigado e partir. Nosso agradecimento aos professores amigos, aos que foram somente professores. Nosso respeito, afeto e nosso sincero muito obrigado!!! Douglas e Renata Aos Pacientes Talvez nossa ajuda tenha sido pequena, mas ajudá-los representou para nos uma magnífica lição de amor e fraternidade. Obrigado Douglas e Renata Aos Funcionários Agradecemos demaneira especial a todos queaqui trabalham, pois nos mostraramque viver nessa grande família e algo especial. Agradecemos aos funcionários da biblioteca, do xérox, da computação, enfim a todos que simplesmente com um sorriso nos incentivaram no nosso dia-a-dia. Obrigado. Douglas e Renata RESUMO A doença de Parkinson é uma doença crônica e progressiva do sistema nervoso, onde ocorre, a diminuição da dopamina devido à degeneração dos neurônios dopaminérgicos, levando assim a uma despigmentação da substância negra. Atinge ambos os sexos, porém com uma leve predominância ao sexo masculino. Sua etiologia é desconhecida. O diagnóstico é realizado através do exame físico, com possíveis presenças de quatro manifestações clínicas principais: rigidez muscular, tremor, bradicinesia e instabilidade postural; podendo surgir outros comprometimentos e complicações. A rigidez muscular é uma alteração no tônus muscular, analisada através do aumento da resistência à mobilização passiva, acarretando diminuição da amplitude de movimento, contraturas, deformidades posturais e ainda um maior gasto de energia, levando facilmente à fadiga. Os exercícios de alongamento propiciam uma melhora da circulação sanguínea, promove um relaxamento muscular liberando em parte a rigidez. A técnica de relaxamento muscular diminui a contração da musculatura, aliviando o espasmo muscular, através da técnica de deslizamento superficial. Para a presente pesquisa foi elaborado e aplicado um programa de exercícios de alongamento e técnica de relaxamento muscular afim de retardar o aparecimento e a progressão da rigidez muscular nos pacientes com Doença de Parkinson. Participaram pacientes entre 73 a 81 anos de idade de ambos os sexos, no Centro de Reabilitação Física Dom Bosco, e nos respectivos domicílios, entre os meses de maio a setembro de 2007, conseguindo alcançar o objetivo proposto em retardar o aparecimento e a progressão da rigidez nesses pacientes, conquistando melhoras gradativas e propiciando assim uma melhora nas atividades de vida diárias. Palavra-Chave: Doença de Parkinson. Rigidez Muscular. Alongamento Muscular. Relaxamento Muscular. ABSTRACT The disease of Parkinson is a chronic and progressive isease of the nervous system, where it happens the decrease of the dopamine due to the degeration of the neurons dopeminergetics taking like this to a despigmentation of the black substance. It reaches both sexes, however with a light predominance in the masculine sex. Its etiology is ignored. The diagnosis is accomplished through the physical exam, with possible presences of four main clinical manifestations: muscular rigidity, tremor, bradcinesia and instability postural; could appear other compromising and complications. The muscular rigidity is an alteration in the muscular tonus, analyzed through the increase of the resistance to the passive mobilization, carting decrease of the movement width, contractures, deformities postures and still a larger expense of energy, taking the fatigue easily. The prolongation exercises propitiate an improvement of the sanguine circulation; it promotes a muscular relaxation liberating the rigidity partly. The technique of muscular relaxation reduces the contration of the musculature, alleviating the muscular spasm, through superficial sliing. For to present research it was elaborated and applied a program of prolongation exercises and technique of muscular relaxation in order to delay the emergence and the progression of the muscular rigidity in the patients with disease of Parkinson. They participated patient between 73 and 81 years of age of both sexes, in the Center of Reabilitation Physical Dom Bosco, and in the respective homes, among the months of May to September of 2007, getting to reach objective proposed in delaying the emergence and the progression of the rigidity in those patient ones, conquering improvements gradual and propitiating like this an it gets better in the daily life activities. Word-keys: Disease of Parkinson Muscular rigidity. Muscular prolongation Muscular relaxation. LISTA DE FIGURAS Figura1: Músculo Esquelético.....................................................................28 Figura 2: Alongamento de extensores de ombro.........................................34 Figura 3: Alongamento de adutores de ombro............................................34 Figura 4: Alongamento de abdutores de ombro..........................................35 Figura 5: Alongamento de rotadores externos do ombro............................35 Figura 6: Alongamento de rotadores internos do ombro.............................36 Figura 7: Alongamento de extensores de cotovelo......................................36 Figura 8: Alongamento de flexores de cotovelo...........................................37 Figura 9: Alongamento de extensores de punho.........................................37 Figura 10: Alongamento de flexores de punho..............................................38 Figura 11: Alongamento dos músculos posteriores da coxa.........................39 Figura 12: Alongamento de posteriores da coxa, principalmente glúteo máximo..............................................................................................................39 Figura13: Alongamento de adutores de quadril............................................40 Figura 14: Alongamento de abdutores de quadril..........................................40 Figura 15: Alongamento de cadeia posterior.................................................41 LISTA DE SIGLAS ADM: Amplitude de Movimento AVD s: Atividades de Vida Diária AVEi: Acidente Vascular Encefálico Isquêmico DP: Doença de Parkinson MMII: Membro Inferior MMSS: Membro Superior SUMÁRIO INTRODUÇÃO...................................................................................................12 CAPÍTULO I DOENÇA DE PARKINSON 1 DEFINIÇÃO.............................................................................................14 1.1 Epidemiologia..........................................................................................14 1.2 Etiologia...................................................................................................15 1.3 Classificação...........................................................................................15 1.4 Fisiopatologia..........................................................................................16 1.5 Fases da doença.....................................................................................17 1.6 Manifestações clínicas............................................................................18 1.6.1 Rigidez muscular.....................................................................................18 1.6.2 Tremor.....................................................................................................19 1.6.3 Bradicinesia.............................................................................................19 1.6.4 Instabilidade postural..............................................................................20 1.7 Comprometimentos secundários e complicações...................................20 1.7.1 Fala.........................................................................................................20 1.7.2 Face........................................................................................................20 1.7.3 Sialorréia ................................................................................................21 1.7.4 Escrita.....................................................................................................21 1.7.5 Depressão...............................................................................................21 1.7.6 Fadiga.....................................................................................................21 1.7.7 Dores.......................................................................................................22 1.7.8 Alterações da marcha.............................................................................22 1.7.9 Disfunção respiratória.............................................................................23 1.7.10 Distúrbio do sono....................................................................................23 1.8 Diagnóstico..............................................................................................24 1.9 Tratamento..............................................................................................24 1.9.1 Tratamento farmacológico.......................................................................24 1.9.2 Tratamento cirúrgico...............................................................................25 1.9.3 Reabilitação.............................................................................................26 CAPÍTULO II RIGIDEZ MUSCULAR 2 ANATOMIA MUSCULAR.......................................................................27 2.1 Fisiologia muscular..................................................................................27 2.2 Definição.................................................................................................29 2.3 Causas de rigidez....................................................................................29 2.4 Rigidez na doença de parkinson.............................................................29 2.5 Escala unificada......................................................................................31 CAPÍTULO III PROGRAMA DE ALONGAMENTO E RELAXAMENTO MUSCULAR PARA RIGIDEZ DA DOENÇA DE PARKINSON 3 INTRODUÇÃO........................................................................................32 3.1 Definição de alongamento.......................................................................32 3.1.1 Características do alongamento..............................................................32 3.2 Alongamento de membro superior..........................................................33 3.2.1 Flexão de ombro.....................................................................................33 3.2.2 Abdução de ombro..................................................................................34 3.2.3 Adução de ombro....................................................................................34 3.2.4 Rotação interna de ombro.......................................................................35 3.2.5 Rotação externa de ombro......................................................................35 3.2.6 Flexão de cotovelo..................................................................................36 3.2.7 Extensão de cotovelo..............................................................................36 3.2.8 Flexão de punho......................................................................................37 3.2.9 Extensão de punho.................................................................................37 3.3 Alongamento de membro inferior............................................................38 3.3.1 Flexão de quadril com joelho estendido..................................................38 3.3.2 Flexão de quadril com joelho flexionado.................................................39 3.3.3 Abdução de quadril.................................................................................39 3.3.4 Adução de quadril...................................................................................40 3.4 Flexão de cadeia posterior......................................................................40 3.5 Relaxamento...........................................................................................41 3.5.1 Deslizamento superficial.........................................................................42 3.5.2 Características do relaxamento ..............................................................42 CAPÍTULO IV - A PESQUISA 4 INTRODUÇÃO........................................................................................43 4.1 Métodos..................................................................................................43 4.2 Técnicas..................................................................................................43 4.3 Apresentação dos Resultados................................................................44 4.3.1 Paciente A...............................................................................................44 4.3.2 Paciente B...............................................................................................44 4.3.3 Paciente C...............................................................................................45 4.3.4 Paciente D...............................................................................................46 4.3.5 Paciente E...............................................................................................47 4.4 Depoimentos dos Profissionais...............................................................47 4.4.1 Fisioterapêutas........................................................................................47 4.4.2 Médico.....................................................................................................49 4.5 Depoimentos dos Pacientes...................................................................50 4.5.1 Paciente A...............................................................................................51 4.5.2 Paciente B...............................................................................................51 4.5.3 Paciente C...............................................................................................51 4.6 Depoimentos dos Cuidadores.................................................................52 4.6.1 Paciente D...............................................................................................52 4.6.2 Paciente E...............................................................................................53 4.7 Discussão................................................................................................53 4.8 Conclusão da Pesquisa..........................................................................55 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO......................................................................56 CONCLUSÃO....................................................................................................57 REFERÊNCIAS ................................................................................................58 APÊNDICES......................................................................................................61 GLOSSÁRIO ....................................................................................................80 12 INTRODUÇÃO A Doença de Parkinson (DP) é uma doença crônica e progressiva do sistema nervoso que ocorre devido a degeneração dos neurônios dopaminérgicos ocasionando a diminuição da dopamina. É caracterizada por rigidez, bradicinesia, instabilidade postural e tremor. A rigidez muscular é um dos principais sintomas que leva a incapacidade do paciente em realizar suas Atividades de vida diárias (AVD s), podendo ocorrer alterações osteo-musculares, acarretando em um gasto de energia maior, levando facilmente à fadiga. Através do alongamento muscular, consegue-se o aumento da Amplitude de Movimento (ADM) e da mobilidade tecidual, proporcionando um possível relaxamento muscular e uma melhora da circulação sanguínea. Com a técnica de relaxamento aplicado, irá ocorrer a diminuição da rigidez muscular, promovendo ao paciente sensações de alívio de possíveis dores musculares. Este trabalho teve como objetivo, elaborar um programa de exercícios de alongamento e técnica de relaxamento muscular, para propiciar o retardo do aparecimento e da progressão da rigidez muscular. A pesquisa se baseou no seguinte questionamento: um programa de exercícios de alongamento e técnica de relaxamento muscular contribuiria para prevenção das possíveis complicações osteo-musculares provocada pela rigidez da DP? Em resposta a este problema, levantou-se a hipótese que fundamentou o trabalho: através de um programa de exercícios de alongamento e técnica de relaxamento muscular, o portador da DP terá maior qualidade de vida, pois com uma rotina diária desse programa ocorrerá um retardo do aparecimento e da progressão da rigidez muscular, prevenindo possíveis complicações osteomusculares favorecendo menor gasto de energia e uma atividade de vida diária mais independente por mais tempo de vida. Para comprovar a veracidade dessa hipótese, foi realizado um estudo de caso que será detalhado no capítulo IV. O trabalho apresenta a seguinte divisão: Capítulo I Descrição da DP. 13 Capítulo II Descreve as características da rigidez muscular, enfatizando a rigidez da DP. Capítulo III Descreve o programa de exercícios de alongamento e técnica de relaxamento muscular para rigidez da DP. Capítulo IV Demonstração dos resultados obtidos após a implementação do programa proposto. A finalização do trabalho se dá com a proposta de intervenção e conclusão. 14 CAPÍTULO I DOENÇA DE PARKINSON 1 DEFINIÇÃO A Doença de Parkinson (DP), foi descrita por James Parkinson em 1817. Inicialmente chamada de paralisia com tremor , é uma doença crônica e progressiva do sistema nervoso, onde ocorre um distúrbio no gânglio da base, resultando em alterações no tônus muscular, na postura e nos movimentos. Tem como principais manifestações clínicas: a rigidez, tremor, bradicinesia e instabilidade postural, podendo surgir comprometimentos secundários como: fadiga, pobreza de movimentos, marcha festinada e outros que serão citados ainda neste capítulo. (O´SULLIVAN; SCHIMITZ, 2004) 1.1 Epidemiologia Cerca de 80% dos casos de parkinsonismo é constituída por DP. O início da doença ocorre em média aos 55 anos em ambos os sexos, ocorrendo uma grande variação na faixa etária, dos 20 aos 80 anos. Quando o início ocorre abaixo dos 20 anos é chamado de parkinsonismo juvenil, com uma fisiopatologia diferente da DP normalmente hereditária ou decorrente da doença de Huntington ou de Wilson. (ROWLAND, 1997). Segundo O´Sullivan; Schimitz (2004), a patologia afeta ambos os sexos, com maior predominância no sexo masculino e se torna cada vez mais comum com o avanço da idade, tendo na maioria dos casos a idade entre 50 a 79 anos. 15 A incidência aumenta com a idade avançada, e estima-se que um em cada três adultos acima dos 85 anos, terá essa doença . (UMPHERD, 2004, p. 705) 1.2 Etiologia Estudos têm confirmado que o histórico familiar da DPI está fortemente associado com doença, e sua freqüência crescente entre os parentescos de paciente do DPI pode dever-se a fatores genéticos ou ambientais. (DELISA, 2002, p.1092) A DP afeta 78% dos pacientes, sendo a sua causa desconhecida. É subdividida em dois grupos: em um grupo os pacientes que apresentam distúrbios da marcha e instabilidade postural como sintomas predominantes e no outro grupo, o tremor é a característica mais acentuada. (O´SULLIVAN; SCHIMITZ, 2004) Muitos pesquisadores concordam que a etiologia é uma interação da exposição tóxica, da genética e da idade . (UMPHERD, 2004, p. 706) Segundo Meneses; Teive (2003), existem duas hipóteses principais que são: os fatores genéticos e os fatores tóxicos ambientais. A predisposição genética, ocorre em cerca de 20% dos pacientes com DP que possuem um parente de 1º grau portador da doença. Já os fatores tóxicos ambientais são devido a exposição a produtos químicos, sendo assim de maior risco, os países industrializados. O estudo desse fator se torna extremamente difícil, devido a grande variedade de produtos químicos. 1.3 Classificação As principais síndromes Parkinsonianas estão divididas em: Idiopática, Sintomática e Parkinson-Plus: a) Parkinsonismo Idiopático: a etiologia é desconhecida; esta é a DP verdadeira, e mais comum em pessoas idosas. 16 b) Parkinsonismo Sintomático: - Parkinsonismo pós-infeccioso: segundo a teoria, é causado por uma encefalite viral. No início do século XX, ocorreu uma grande epidemia de gripe de encefalite letárgica e, após esse fato começou a surgir vários sintomas de parkinsonismo. Daí se constatou que um vírus estaria atacando o cérebro lentamente. Além dos sintomas da DP, o paciente tinha mudança de comportamento e desvios oculares. - Parkinsonismo tóxico: o sintoma deste tipo, aparece em pessoas expostas a venenos industriais e produtos químicos. O risco maior se dá com os mineradores que ficam em contato constante com o manganês. - Parkinsonismo farmacológico: altas doses de certas drogas, como antidepressivos, podem causar sintomas de parkinsonismo. Porém, não são permanentes e desaparecem após a interrupção do uso da droga. c) Síndrome Parkinson-Plus - Degeneração cortical ganglionar basal: é uma condição que afeta pequeno número de indivíduos, tendo início insidioso e tipicamente unilateral, disseminando lentamente para ambos os lados do corpo. Ocorre rigidez acentuada, marcha deficiente, perda sensorial cortical, tremor a ação, e não apresenta melhora com medicamentos antiParkinson. 1.4 Fisiopatologia Os núcleos da base (NB) são uma coleção de massas nucleares de substância cinzenta interligadas, localizadas profundamente no cérebro. Considera-se atualmente que sejam compostos do caudado e do putamen (coletivamente denominados striatum) mais o globo pálido, núcleo subtalâmico e substância negra. (O´SULLIVAN; SCHIMITZ, 2004, p.749) Os núcleos da base são importantes na produção dos movimentos voluntários e controle dos ajustes posturais, associados a esses movimentos. As informações dentro dos núcleos da base são moduladas a partir do córtex 17 cerebral, através de circuitos que são divididos em: via direta, facilitando o fluxo de sinais do tálamo ativando alguns movimentos; e a via indireta que inibe o fluxo de informações e suprime outros movimentos. (O´SULLIVAN; SCHIMITZ, 2004) Nos pacientes com DP, ocorre uma despigmentação da substância negra devido a diminuição da dopamina, ocorrendo uma alteração nas vias direta e indireta dos gânglios basais, levando a uma diminuição do estímulo talâmico excitatório para o córtex, e a uma diminuição no limite inibidor; e quando este atinge níveis muito baixos, ocorrem os sinais e sintomas da patologia. (UMPHRED, 2004) A maioria da dopamina do cérebro é contida na substância negra e no corpo estriado, sendo esta, um neurotransmissor que transmite, através das sinapses, impulso de um neurônio para outro. Na DP, há redução significativa da concentração de dopamina na sinapse e isso vai resultar na degeneração dos neurônios. (STOKES, 2000) 1.5 Fases da Doença Com base na escala da classificação da Incapacidade de Hoehn e Yarhr; a doença tem vários estágios, que podem ser subdivididos em: a) Estágio I: o paciente quase não apresenta dependência, e se apresentar é unilateral. b) Estágio II: tem leve comprometimento bilateral e o equilíbrio encontra-se normal. c) Estágio III: já apresenta certa instabilidade em alguns movimentos, como por exemplo, ao se levantar da cadeira; os reflexos de endireitamento estão comprometidos. O paciente ainda é independente porém, com certas limitações. d) Estágio IV: os sintomas da patologia já estão gravemente presentes e o paciente começa a necessitar de ajuda ou apoio para se levantar e deambular. 18 e) Estágio V: paciente não consegue mais deambular, mesmo com apoio, ficando na cadeira de rodas ou no leito. 1.6 Manifestações Clínicas Alguns sintomas iniciais são clássicos da DP, são eles: rigidez, tremor, bradicinesia e instabilidade postural. No início, podem ser difíceis de serem percebidos, pois podem ser confundidos com os sintomas do envelhecimento. Esses sintomas, normalmente começam de um lado do corpo e a evolução é variável, dependendo de paciente para paciente. 1.6.1 Rigidez Muscular Segundo O´Sullivan; Schimitz (2004), a rigidez é uma resistência ao movimento passivo que não depende da velocidade. Os pacientes normalmente relatam peso/dureza na hora de realizar os movimentos. São encontrados dois tipos de rigidez: a em roda denteada que é uma resistência brusca ao movimento e a em cano de chumbo que é uma resistência constante ao movimento passivo. A rigidez é facilmente percebida pela diminuição do balanço passivo das extremidades e pode ser notada tanto na musculatura axial quanto nos membros. (PRADO; RAMOS; VALLE, 2005, p. 1077) A rigidez aumenta com a tensão nervosa e em ambientes frios, apresenta inicialmente nos músculos dos ombros e pescoço, e com o avançar da doença nos músculos da face e nos membros superiores e inferiores. A rigidez contribui significativamente na escassez de movimentos, sendo esta assimétrica e unilateral. (STOKES, 2000) Um aspecto importante da rigidez é que ela pode aumentar o gasto de energia. Isso aumentaria a percepção de esforço no movimento do 19 paciente e poderia estar relacionado aos sentimentos de fadiga, principalmente após os exercícios. (UMPHRED,2004,p.707) 1.6.2 Tremor É uma oscilação involuntária de uma parte do corpo com ritmo regular de 4 a 7 pulsações por segundo. Está presente nos pacientes em repouso e, desaparece ou diminui com os movimentos involuntários, e desaparece totalmente no sono. (UMPHRED, 2004) Nos estágios iniciais, normalmente é unilateral, leve e em curtos períodos, enquanto que nos estágios avançados são graves podendo interferir nas AVD s desses pacientes. Segundo O´Sullivan; Schimitz (2004), este é o sintoma inicial em 50% dos pacientes se manifesta com tremor de movimentos circulares do indicador e polegar da mão. Esses tremores podem também ser percebidos nos pés, mandíbulas, língua e lábios. 1.6.3 Bradicinesia A bradicinesia se define como um distúrbio na relação amplitudevelocidade e indica que os movimentos, envolvendo grandes amplitudes, são realizados em velocidades anormalmente baixas. Assim o movimento passa a ser descontínuo, com vários movimentos segmentados e de pequenas amplitudes. (SANDE; ALMEIDA, 2003, p.48) Esta é uma das principais características que diferencia o parkinsonismo das outras síndromes. É caracterizada como sendo uma pobreza geral da movimentação, com os pacientes apresentando grande dificuldade para iniciar o movimento, levando assim à dependência em suas tarefas. (MENESES; TEIVE, 2003) A rigidez e a depressão influenciam neste sintoma, porém, não é a causa deste sintoma. (UMPHRED, 2004) 20 1.6.4 Instabilidade Postural Segundo O´Sullivan; Schimitz (2004), a instabilidade postural se torna cada vez mais grave com o avançar da doença. Existem vários fatores que contribuem para esse agravante, tais como: rigidez, perda da ADM, fraqueza e diminuição do torque muscular. Com todas essas mudanças, o paciente acaba adotando um padrão anormal, com o corpo rígido, perdendo a capacidade de recuperar o equilíbrio. A postura se torna curvada e os pacientes apresentam dificuldade crescente em manter a postura quando empurrado subitamente para frente como para trás . (PERKIN, 1998, p.144) 1.7 Comprometimentos Secundários e Complicações 1.7.1 Fala O paciente com DP apresenta uma redução no volume da voz, ritmo descontrolado, dificuldade de iniciar a fala, e em casos mais avançados podem falar suspirando ou nem falar. Com todas as dificuldades da fala, dificulta a compreensão, o que faz com que esses pacientes se isolem cada vez mais. As dificuldades da fala também são resultados da rigidez e bradicinesia. (O´SULLIVAN; SCHMITZ, 2003, p.754) 1.7.2 Face A expressão facial é descrita como face em máscara, com piscar infrequente e falta de expressão. (O´SULLIVAN; SCHMITZ, 1993, p.754) 21 Segundo Sanvito (2005), os pacientes apresentam características que propicia a máscara parkinsoniana, onde temos face inexpressiva, fixidez do olhar e diminuição ou abolição da mímica. 1.7.3 Sialorréia Nesses pacientes ocorre a diminuição dos reflexos de deglutição da saliva, propiciando assim, maior acúmulo na cavidade oral, ocorrendo perda excessiva de saliva pelo canto da boca. 1.7.4 Escrita A caligrafia apresenta alteração progressiva, sendo no início próxima do normal e tornando-se cada vez menor, trêmula e de difícil entendimento, até o dia em que o paciente perde a capacidade de escrever. 1.7.5 Depressão Este é um distúrbio neuropsiquiátrico mais comum da DP, onde os pacientes perdem a iniciativa, tem baixa auto-estima, alto nível de ansiedade, tristeza, irritabilidade e apresenta-se com maior freqüência no sexo feminino. (MENESES; TEIVE, 2003) Segundo Mantovani (2007), muitas vezes a depressão é um dos primeiros sintomas da DP, tendo como causa distúrbios bioquímicos, manifestando-se com apatia, tristeza, perda de iniciativa e falta de motivação. 1.7.6 Fadiga 22 A fadiga é o sintoma mais comum nesses pacientes, sendo claramente percebida com a progressão das atividades. No início, começa com vigor e vai se tornando cada vez mais lento, diminuindo ainda mais com o estresse mental. O tratamento com L-dopa causa uma melhora significativa no inicio, mas com o passar do tempo, o paciente volta a relatar fadiga. (O´SULLIVAN; SCHIMITZ, 2004). 1.7.7 Dores Segundo Meneses; Teive (2003), os pacientes relatam dores intensas musculares e articulares, podendo ser difusa ou localizada, sendo muito acentuada quando a levodopa não está agindo. E, quando a medicação faz efeito a dor começa a minimizar. A dor é uma queixa freqüente e normalmente os pacientes procuram a fisioterapia para tratar o ombro, cervicalgias e lombalgias e estas só melhoram com o tratamento correto da DP. (DOWNIE, 1988) O paciente pode relatar dores surdas em um dos ombros, sendo este um sintoma inicial da doença. (ROWLAND, 1997). Estes pacientes podem apresentar dores mal localizadas, sendo elas, leves e semelhantes a sensação da cãibra. (O´SULLIVAN; SCHIMITZ, 2004). 1.7.8 Alterações na Marcha Estes pacientes acabam adotando quando em pé, uma postura em flexão tornando-se rígidos; quando caminham, inclinam o tronco para frente deixando os braços imóveis ao lado do corpo. Têm a marcha com passos curtos, e quando encontram um obstáculo em sua frente, podem cessar involuntariamente. A marcha característica dessa patologia é a festinação, onde o paciente tem passos rápidos propiciando maiores riscos de tombos quando não apoiados. (ROWLAND, 1997) 23 Os pacientes apresentam a marcha em bloco, com pequenos passos e sem os movimentos associados dos braços. Em fases mais avançadas, os passos podem se tornar cada vez mais rápidos, propiciando quedas. Existem dois fenômenos característicos da patologia: a marcha festinada e o congelamento (freezing). A marcha festinada é caracterizada por um início de marcha com passos curtos e rápidos, quase sem sair do lugar, posteriormente aumentando a amplitude do passo; e o fenômeno do congelamento é devido a grande dificuldade que o paciente tem para iniciar a marcha, como se os pés estivessem colados no chão. (MENESES; TEIVE, 2003) 1.7.9 Disfunção Respiratória Os distúrbios respiratórios podem ser explicados através das várias alterações que ocorrem nesses indivíduos com DP, tais como: perda da flexibilidade da musculatura respiratória, alterações posturais, envolvimento das vias aéreas superiores e alteração na ativação e coordenação muscular. A pneumonia aspirativa é um dos relatos mais freqüentes, sendo uma das principais causas de morte na DP. Esses pacientes, normalmente, não percebem os sintomas devido a vida sedentária, não tendo assim as manifestações dessa disfunção. (GOULART et. al, 2003) A complicação mais séria da DP é a broncopneumonia. A atividade diminuída em geral, junto a expansão reduzida do tórax, podem ser fatores contribuintes. A média de mortalidade é maior do que na população em geral, e a morte geralmente ocorre devido a pneumonia. (UMPHRED, 2004, p.709) 1.7.10 Distúrbio do Sono As queixas mais freqüentes em relação ao sono dos pacientes com DP são: dificuldade para iniciar o sono, sono interrompido, aumento da sonolência diurna, entre outras. Segundo Meneses; Teive (2003), isso se deve a diversos 24 fatores como: depressão, ansiedade, dor e também devido à medicação, pois o mesmo relata ser mais comum problemas com sono em pacientes tratados do que nos não tratados. 1.8 Diagnóstico A DP, apesar do enorme desenvolvimento em pesquisas nos últimos anos, ainda não possui um marcador biológico que possa ajudar no diagnóstico, sendo o exame clínico do paciente essencial. Existem também os exames de neuro-imagens que ajudam a descartar outras síndromes, tais como: a tomografia computadorizada que apresenta tanto na DP como nas síndromes Parkinson-Plus a atrofia generalizada do encéfalo, sendo que a atrofia cortical e central é mais comum nos pacientes com DP. Já na ressonância magnética, os achados estão relacionados a atrofia e aos depósitos anormais de ferro no tecido cerebral, já que este método permite visualizar a própria substância negra. (MENESES; TEIVE, 2003) O diagnóstico é realizado através da história e do exame físico, analisando todos os sintomas relatados pelo paciente, podendo ser feito com dois dos quatro sinais cardeais presentes. Os testes de neuro imagens têm como resultados normais. Um fator importante é excluir as síndromes Parkinson-Plus, tendo esta, sinais extra piramidais, simétricos, bilaterais e não respondem a L-dopa. (O´SULLIVAN; SCHIMITZ, 2004). Segundo Ferraz; Borges (2002), algumas peculiaridades podem ajudar no diagnóstico da DP e excluindo assim as síndromes Parkinsonianas. Alguns desses sintomas são: aumento da oleosidade da pele e do couro cabeludo, depressão psíquica, a presença de reflexo glabelar inesgotável. Estes sinais são encontrados frequentemente na D.P. 1.9 Tratamento 1.9.1 Tratamento Farmacológico 25 Este tratamento pode ser dividido em duas fases: no início a fase protetora, e a fase do tratamento sintomático no meio e no fim. No início, costuma-se utilizar um inibidor da monamina oxidase-B (MAO-B), como por exemplo, o NIAR. Este tratamento retarda o inicio do tratamento com L-dopa, tornando mais lenta a progressão da doença, não tem muitos efeitos colaterais, porém tem um alto custo. A reposição de dopamina nos pacientes com DP é fundamental, pois esta, aumenta os níveis de dopamina nos núcleos da base e tem que ser ingerida em altas doses, pois 99% é metabolizada antes de chegar ao cérebro, podendo assim ter vários efeitos colaterais. Para auxiliar normalmente é ingerida com carbiodopa; durante o início do tratamento o paciente relata uma melhora significativa, mas a longo prazo resulta em uma deteriorização da efetividade terapêutica geral da droga. Nesta fase pode ocorrer períodos de off ou também flutuações no desempenho motor on-off (ocorre em 50% dos pacientes com dois anos de medicação). Os pacientes em casos avançados, com acentuado declínio da L-dopa, podem utilizar drogas agonistas da dopamina, pois estas melhoram a função dos receptores da dopamina tendo uma efetividade prolongada. (O´SULLIVAN; SCHIMITZ, 2004). 1.9.2 Tratamento Cirúrgico Segundo Ferraz; Borges (2002), nos pacientes com graves complicações motoras, que já foi realizado o tratamento medicamentoso sem sucesso, existem técnicas cirúrgicas que vem sendo muito utilizadas. Entre elas a talamotomia, que é mais utilizada em pacientes com insucesso no tratamento medicamentoso, com grande presença de tremores unilaterais e assimétricos; e a palidotomia, que é realizada em pacientes com complicadas flutuações e discinesia. Nesses dois tipos de cirurgia, nota-se a melhora logo após o procedimento e tem duração de dois anos. Há também, a estimulação elétrica onde, através de uma cirurgia lesiva, é implantado um eletrodo nos núcleos da base, com grande efetividade quando há presença de tremor na mão dominante. 26 1.9.3 Reabilitação A reabilitação requer uma equipe (médicos, fisioterapêutas, nutricionistas, psicólogos), trabalhando juntos, para propiciar uma melhora na qualidade de vida destes pacientes. Onde a participação familiar é peça fundamental para o alcance de bons resultados, tendo como objetivo, obter uma vida dentro dos padrões da normalidade, buscando sempre a maior independência em suas AVD s. 27 CAPÍTULO II RIGIDEZ MUSCULAR 2 ANATOMIA MUSCULAR Existem três tipos de tecido muscular: o cardíaco, o liso e o esquelético. Apenas o músculo esquelético é de essencial importância no sistema articular ao se analisar o movimento humano. As fibras musculares são agrupadas por uma rede de tecidos conjuntivo e colagenoso de três níveis. O endomísio cerca as fibras musculares individualmente; o perimísio une feixe de fibras formando fascículos e o epimísio envolve totalmente o músculo. (ENOKA, 2000). São encontrados dois tipos de elementos no músculo esquelético: o tecido muscular que é contrátil e o tecido conjuntivo que não possui contratilidade. (NORKIN; LEVANGIE, 2001). O músculo é composto de milhares de fibras musculares, sendo cada fibra uma célula única que é revestida por uma membrana celular denominada sarcolema. As fibras estão agrupadas em conjunto, nomeadas de fascículos e possui também, um citoplasma chamado de sarcoplasma. Esse é composto de miofibrilas que possuem a função de contratilidade da fibra muscular. As miofibrilas são compostas de finos filamentos chamados de miofilamentos e estes são compostos pela proteína actina e pela proteína miosina. (NORKIN; LEVANGIE, 2001) Uma miofibrila é composta por aproximadamente1500 filamentos de miosina e 3000 filamentos de actina responsáveis pela contração muscular. (GUYTON; HALL, 2002) 2.1 Fisiologia Muscular 28 Através de um nervo motor, há um potencial de ação conduzido em direção às terminações nervosas das fibras musculares. Nessas terminações, o nervo secreta acetilcolina, que por sua vez atua em áreas localizadas da membrana da fibra muscular, abrindo os canais regulados pela acetilcolina. Com a abertura desses canais, íons sódio começam a fluir para o interior da membrana, desencadeando um potencial de ação na fibra muscular. Esse potencial de ação percorre toda a membrana da fibra muscular, despolarizando a membrana muscular, sendo que uma parte desse potencial se propaga para o interior da fibra muscular, que por sua vez faz com que o retículo libere grande quantidade de íons cálcio para dentro do retículo. O cálcio gera atração entre os filamentos de actina e miosina, ocorrendo um deslizamento entre eles, constituindo a contração muscular. Após a contração, os íons cálcio voltam para o retículo sarcoplasmático através da bomba de cálcio, onde permanecerá armazenado até um novo potencial de ação chegar. Isso se caracteriza o fim da contração muscular. (GUYTON; HALL, 2002) O mecanismo de contração necessita de energia para que esse trabalho seja realizado. Esta energia é oriunda do ATP (adenosinatrifosfato) que é a nossa moeda corrente fisiológica. (FERNANDES; et al, 2002 p. 31) Fonte: GUYTON; HALL, 2002, p.64 Figura 1. Músculo Esquelético Componentes da estrutura do músculo estriado esquelético: Macroestruturas (grupo muscular, fascículo muscular e fibra muscular); 29 microestruturas miofibrilas (complexo de filamentos de actina e miosina formada pela banda H, disco Z, banda A e banda I). 2.2 Definição A rigidez é uma alteração do tônus muscular, ocasionando um aumento da resistência na mobilização passiva. A rigidez pode ser do tipo cano de chumbo, em que a resistência é constante e sem alterações na amplitude de movimento do membro, como também pode ser do tipo roda denteada, a qual à medida que o membro é movido de forma passiva, a resistência não é uniforme, ocorrendo períodos de relaxamento do músculo, justificando o nome roda denteada. (O´SULLIVAN; SCHMITZ, 2004) 2.3 Causas de Rigidez Lesões corticoespinhais podem levar a rigidez de decorticação, que se caracteriza com a contração mantida do tronco e dos membros inferiores em extensão, e com os membros superiores em flexão. A rigidez de descerebração se caracteriza com a contração mantida do tronco e dos membros em uma extensão completa. A decorticação indica lesão no trato corticoespinhal, no nível do diencéfalo; já a descerebração acomete uma área do tronco encefálico. Lesões dos núcleos da base podem provocar rigidez que ao movimento passivo provoca resistência, englobando músculos agonistas e antagonistas. A rigidez observada na Doença de Parkinson provém de lesões do sistema dopaminérgico nigroestrial dos gânglios basais. 2.4 Rigidez na Doença de Parkinson 30 Segundo Meneses; Teive (2003), a fisiopatologia da rigidez ainda não é conhecida, tendo algumas hipóteses ainda em estudo. Uma das principais hipóteses é devido a hiporeatividade do núcleo gigantocelular, causado por uma disfunção do núcleo pendúculo-pontino, que provoca assim uma disfunção nos interneurônios da medula espinhal, levando ao aparecimento da rigidez muscular. A rigidez dos parkinsonianos é classificada em: plástica ou cérea, sendo diferente das que ocorre devido às lesões do sistema piramidal que é classificada como hipertonia elástica. A rigidez parkinsoniana acomete o segmento afetando toda a musculatura, podendo ser do hemicorpo ou ambos os lados. (MENESES; TEIVE, 2003) Na DP, os reflexos de estiramento estão normais, mas os reflexos de latência longa estão aumentados. A rigidez se manifesta independente do movimento, amplitude ou da velocidade do movimento. Se manifesta de forma desigual, afetando primeiramente músculos proximais (músculos dos ombros e pescoço), e na sua progressão, acomete músculos da face e dos membros superiores e inferiores,. Essa rigidez pode acometer primeiro qualquer hemicorpo, progredindo até acometer todo o corpo, e surge nos estados mais avançados, mas ao se manifestar uma vez passa a ser constante. Com a progressão da doença, a rigidez se agrava, diminuindo a função dos pacientes de se moverem com certa facilidade. A perda do balanço dos membros superiores durante a marcha e a dificuldade dos pacientes realizarem suas atividades de vida diária, está intimamente relacionada com o aumento da rigidez do tronco. O estado emocional dos pacientes tem grande influência no aumento da rigidez presente, podendo levar a uma diminuição da amplitude de movimento e outras complicações como contraturas, deformidades posturais e provoca um aumento considerável no gastos de energia em repouso e nos níveis de fadiga. O tratamento farmacológico da DP é feito por algumas drogas, mas apenas a levodopa, que tem a função de substituir a dopamina, tem a capacidade de demostrar melhora na rigidez e na hipocinesia em 80% dos casos, sendo que cerca de 20% dos pacientes têm sua função motora quase restaurada ao normal, tudo isso no começo do tratamento. Com o passar do tempo os efeitos diminuem gradualmente. (RANG; DALE; RITTER, 2001) 31 2.5 Escala Unificada Para avaliar rigidez muscular tem-se a Escala Estimativa Unificada para Parkinsonismo versão 3.0 fevereiro de 1987, onde é realizada a movimentação passiva das principais articulações com o paciente sentado e relaxado, e o sinal da roda dentada é ignorado (O´SULLIVAN; SCHMITZ, 2004) A escala gradua a rigidez da seguinte maneira: 0 = Ausente 1 = Leve ou detectável apenas quando ativada por movimentos contralaterais ou outros movimentos. 2 = Leve a moderada 3 = Acentuada, porém se obtém facilmente a amplitude de movimento completa. 4 = Grave, amplitude de movimento alcançada com dificuldade. 32 CAPÍTULO III PROGRAMA DE EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTO E TÉCNICA DE RELAXAMENTO MUSCULAR PARA A RIGIDEZ DA DOENÇA DE PARKINSON 3 INTRODUÇÃO Este programa de exercícios de alongamento e técnica de relaxamento muscular foi elaborado devido a importância de se poder retardar o aparecimento, amenizar e tentar desacelerar a progressão da rigidez muscular dos pacientes com DP, por ser um dos sintomas da doença com risco de ocasionar perda da função motora, comprometendo assim, suas independências nas AVD s, como também no sistema pulmonar, interferindo em todo o processo respiratório. 3.1 Definição de Alongamento Alongamento é um termo geral usado para descrever qualquer manobra fisioterapêutica elaborada para aumentar a mobilidade dos tecidos moles e subseqüentes melhora a ADM por meio de alongamento (aumento do comprimento) de estruturas que tiveram encurtamento adaptativo e tornaram-se hipomóveis com o tempo. (KISNER, 2005, p.172) Os exercícios de alongamento propiciam vários benefícios, como: aumenta o relaxamento muscular e melhora a circulação sanguínea; libera a rigidez e possibilita melhorar a simetria muscular; evita ou elimina problemas posturais que alteram o centro de gravidade. (ACHOUR JUNIOR, 2002). 33 3.1.1 Características do Alongamento Para esse programa foi utilizado alongamentos manuais passivos do tipo estático, que segundo o Kisner (2005), refere-se ao método no qual os tecidos moles são alongados além da resistência do tecido, sendo mantidos por um período de tempo, através de uma força de alongamento. O alongamento manual costuma empregar um alongamento suave e controlado, no final da amplitude, aplicado de modo estático e progressivo, é mantido por 30 a 60 segundos. (KISNER, 2005, p.187) Foi empregado uma velocidade de alongamento lenta, a fim de assegurar o relaxamento muscular, mantido num período de 30 segundos, com sessões de freqüência de 2 a 3 vezes por semana, com duração de 40 minutos, sendo reservado para exercícios de alongamento, em média, de 15 minutos. 3.2 Alongamento de membro superior Estes foram realizados com o paciente em decúbito dorsal. 3.2.1 Flexão de Ombro Os músculos responsáveis por este movimento são: peitoral maior, bíceps braquial, coracobraquial e deltóide. Realiza-se com uma mão estabilizando a escápula e a outra distal ao úmero. Faz-se a flexão completa de ombro (dentro do limite do paciente), para alongar os extensores do mesmo. 34 Fonte: elaborada pelos autores, 2007 Figura 2. Alongamento de extensores de ombro 3.2.2 Abdução de Ombro O supra-espinhal e o deltóide que responsáveis por este movimento. Realiza-se com o cotovelo do paciente em 90º, e o terapeuta com uma mão segura a parte distal do úmero e a outra estabiliza a borda axilar da escápula, movendo-se assim até atingir a abdução completa, alongando adutores do ombro. Fonte: elaborada pelos autores, 2007 Figura 3. Alongamento de adutores do ombro 3.2.3 Adução do Ombro Os músculos que realizam este movimento são: peitoral maior, redondo maior, latíssimo de dorso e coracobraquial. Realiza-se o alongamento com o ombro fletido em 90º e extensão de cotovelo, faz-se a adução com o terapeuta estabilizando o ombro e com a outra mão na extremidade distal do úmero, alongando assim os abdutores do ombro. 35 Fonte: elaborada pelos autores, 2007 Figura 4. Alongamento de abdutores de ombro 3.2.4 Rotação Interna do Ombro Os principais músculos que realizam este movimento são: deltóide, redondo maior e sub-escapular. Inicia com abdução do ombro (45 a 90º), e com o cotovelo a 90º. Com uma mão o terapeuta segura no antebraço do paciente e com a outra estabiliza o cotovelo. Realiza a rotação interna para alongar rotadores externos do ombro. Fonte: elaborada pelos autores, 2007 Figura 5. Alongamento de rotadores externos de ombro 3.2.5 Rotação Externa do Ombro Os músculos que realizam este movimento são: deltóide, redondo menor e infra-espinhal. 36 Realiza-se a abdução do ombro (45 a 90º), com o cúbito a 90º. O terapeuta segura na parte média do antebraço e com a outra mão apóia no ombro (o próprio divã estabiliza a escápula), rodando externamente o antebraço alongará completamente os rotadores internos. Fonte: elaborada pelos autores, 2007 Figura 6. Alongamento de rotadores internos do ombro 3.2.6 Flexão de Cotovelo Os músculos responsáveis por este movimento são: bíceps braquial, braquiorradial, braquial e pronador redondo. O terapeuta segura com uma mão próxima ao punho e com a outra estabiliza o úmero. Realiza a flexão do cotovelo ocorrendo assim o alongamento dos extensores do cotovelo. Fonte: elaborada pelos autores, 2007 Figura 7. Alongamento de extensores de cotovelo 3.2.7 Extensão do Cotovelo 37 O tríceps braquial e o ancôneo são os principais músculos que realizam este movimento. O terapeuta segura o antebraço distalmente e estabiliza com a outra mão a face anterior do úmero, realizando a extensão do cotovelo para alongar os flexores do cotovelo. Fonte: elaborada pelos autores, 2007 Figura 8. Alongamento de flexores de cotovelo 3.2.8 Flexão do Punho Os músculos principais que realizam este movimento são: palmar longo, flexor radial do carpo e flexor ulnar do carpo. Com o antebraço do paciente em pronação, cotovelo em extensão, o terapeuta estabiliza o antebraço e segura na face dorsal da mão do paciente, realizando a flexão do punho e assim alonga extensores do punho e dos dedos. Fonte: elaborada pelos autores, 2007 Figura 9. Alongamento de extensores de punho 3.2.9 Extensão do Punho 38 Os principais músculos que realizam este movimento são dois: o extensor radial longo do carpo e o extensor ulnar do carpo. Paciente com o braço em pronação; terapeuta segura na face palmar da mão do paciente e com a outra mão estabiliza o antebraço. Realiza a extensão do punho e alongam-se assim os flexores de punho e dos dedos. Fonte: elaborada pelos autores, 2007 Figura 10. Alongamento de flexores de punho 3.3 Alongamento de membro inferior Foram realizados com o paciente em decúbito dorsal. 3.3.1 Flexão de Quadril com Joelho estendido Os principais músculos que realizam este movimento são: reto femoral, psoas maior, psoas menor, ilíaco e sartório. O paciente com o joelho estendido, apóia a perna no antebraço ou no ombro do terapeuta que com a outra mão estabiliza o membro oposto na face anterior da coxa. Realiza a flexão de quadril, pois assim estará alongando todos os músculos posteriores da coxa. 39 Fonte: elaborada pelos autores, 2007 Figura 11. Alongamento dos músculos posteriores da coxa 3.3.2 Flexão de Quadril com o Joelho flexionado Os principais músculos que fazem este movimento são: reto femoral, psoas maior, psoas menor, ilíaco e sartório. Realiza-se com o paciente com joelho e quadril fletidos; terapeuta move o joelho do paciente em flexão completa para alongar principalmente glúteo máximo. Fonte: elaborada pelos autores, 2007 Figura 12. Alongamento de posteriores da coxa principalmente glúteo máximo 3.3.3 Abdução de Quadril Os principais músculos que realizam este movimento são: glúteo máximo, glúteo médio, glúteo mínimo e tensor da fáscia lata. 40 Terapeuta com uma das mãos apóia na perna, mantendo o joelho em extensão, com a outra, estabiliza o membro oposto; realizando a abdução do quadril, alongando assim todos os adutores do quadril. Fonte: elaborada pelos autores, 2007 Figura 13. Alongamento de adutores de quadril. 3.3.4 Adução do Quadril Os músculos principais que realizam este movimento são: adutor longo, adutor curto, adutor magno, pectíneo e grácil. Paciente com o joelho em flexão, e com o pé apoiado na face lateral do joelho oposto; terapeuta estabiliza a pelve do membro alongado e com a outra mão realiza a adução do quadril, alongando assim todos os abdutores do quadril. Fonte: elaborada pelos autores, 2007 Figura 14. Alongamento de abdutores de quadril 3.4 Flexão de Cadeia Posterior 41 Os músculos principais que realizam este movimento são: esternocleidomastoide, escaleno anterior, reto anterior da cabeça, longo da cabeça, longo do pescoço, reto do abdome, obliquo externo do abdome, obliquo interno do abdome. Os músculos a serem alongados são: iliocostal do lombo parte lombar e torácica, espinal do tórax, iliocostal do pescoço, semiespinal do pescoço e da cabeça, espinal do pescoço e longuíssimo da cabeça. Paciente sentado, com os membros inferiores estendidos e com o pescoço flexionado. O terapeuta realiza uma força empurrando à parte posterior da caixa torácica em direção aos membros inferiores, fazendo com que o paciente tente alcançar os pés com as mãos. Fonte: elaborada pelos autores, 2007 Figura 15. Alongamento de cadeia posterior 3.5 Definição de Relaxamento Segundo Contursi; Carvalho; Lacerda (1990), o relaxamento pode ser definido como o ato de buscar o equilíbrio orgânico, que através de técnicas, proporcionam ao individuo um estado de tranqüilidade e a diminuição da contratura muscular. O relaxamento pode ser geral e local. O geral refere-se ao estado de todo o corpo, já o local, a parte específica do corpo. (DOMENICO; WOOD, 1998). Existem vários métodos e técnicas de relaxamento. Neste programa, utilizamos a técnica de deslizamento superficial. 42 3.5.1 Deslizamento Superficial Este é realizado com toda superfície palmar de uma ou ambas as mãos. O alisamento superficial é lento e suave, mas suficientemente firme para que o paciente tome consciência da passagem da mão durante todo o movimento. Quando administrado desta forma, o alisamento é extremamente relaxante. (DOMENICO; WOOD, 1998, p.34) O uso dessa técnica propicia ao paciente obter um relaxamento geral ou local e um alívio do espasmo muscular, causando assim um alívio indireto da dor. 3.5.2 Características do Relaxamento Esta técnica foi realizada nos membros superiores e inferiores, tórax e cervical. Nos membros superiores iniciou-se com leve tracionamento dos dedos, movimentos de abertura da mão de medial para lateral, mobilização de metacarpos, massagens com movimentos circulares na palma da mão, deslizamento superficial na direção punho-cotovelo, cotovelo-ombro e membro inteiro, no tórax, realizou-se deslizamento sobre peitoral maior e intercostais, na cervical, realizou-se na região do trapézio no sentido ombro-occipital e, nos membros inferiores foi realizado deslizamento superficial na direção tornozelojoelho, joelho-quadril e membro inteiro. O programa, inicio-se com exercícios de alongamento para preparar a musculatura, e logo após, as técnicas de relaxamento que tiveram duração, em média de 25 minutos, com freqüência de duas a três sessões por semana. Em todos esses procedimentos foi utilizado óleo lubrificante para facilitar os movimentos das mãos sobre os tecidos do corpo. 43 CAPÍTULO IV PESQUISA 4 INTRODUÇÃO Para demonstrar que através de exercícios de alongamento e técnica de relaxamento muscular ocorre a diminuição da rigidez muscular no paciente com DP, foi realizado uma pesquisa de campo no Centro de Reabilitação Física Dom Bosco, no setor de ortopedia, situado na rua 9 de julho, 1010, centro, Lins-SP; e nos domicílios dos respectivos pacientes, no período de maio a setembro de 2007. 4.1 Métodos Estudo de caso: Foi analisada a influência dos exercícios de alongamento e técnica de relaxamento muscular no tratamento da rigidez muscular da DP. Onde participaram do programa cinco pacientes, sendo todos com DP, de ambos os sexos, com idade entre 73 e 81 anos. 4.2 Técnicas a) Roteiro de Estudo de Estudo de Caso (APÊNDICE A) b) Ficha de avaliação (APÊNDICE B) c) Ficha de Avaliação de Satisfação do Tratamento (APÊNDICE C) d) Roteiro de Entrevista para Fisioterapêutas (APÊNDICE D) e) Roteiro de Entrevista para Médico (APÊNDICE E) 44 4.3 f) Roteiro de Entrevista para Pacientes (APÊNDICE F) g) Roteiro de Entrevista para Cuidador (APÊNDICE G) h) Termo de Consentimento Livre e Informado (APÊNDICE H) Apresentação dos Resultados 4.3.1 Paciente A Paciente do sexo masculino, 75 anos de idade, aposentado. Realizou a avaliação no dia 07/05/07. Relata que os sintomas da DP iniciou a dois anos, quando começou a sentir dificuldades nos movimentos. Logo o médico diagnosticou a doença e iniciou o tratamento medicamentoso. Paciente apresenta-se em cadeira de rodas, pois fraturou o fêmur esquerdo a cinco meses e o direito a oito meses. Relata grande dificuldade em levantar-se e em sua residência deambula com andador, mas apresenta muito cansaço e dor. Os movimentos de amplitude são realizados, porém lentamente. As trocas posturais de lateral para sentado e de sentado para de pé, o paciente necessita de ajuda. Apresenta leve rigidez nos membros superiores (MMSS) e moderada nos membros inferiores (MMII). O mesmo iniciou as sessões no dia 08/05/07 e encerrou no dia 28/06/07, realizando no total de 15 sessões. Na ficha de avaliação diária, a sensação da rigidez na primeira sessão estava acentuada e no término, ausente. Este apresentou algumas oscilações da sensação devido ao estado emocional. Na sessão de número seis, relatou que após a sessão sentia como se não tivesse mais a DP, na oitava, relatou melhora na hora de fazer exercícios e mais facilidade na hora de respirar; paciente já na penúltima sessão apresenta-se bem confiante, feliz e leve . Com base na escala de avaliação da rigidez, no inicio teve grau 2 e no final 1. 4.3.2 Paciente B 45 Paciente do sexo masculino, 73 anos de idade, aposentado. Realizou a avaliação no dia 07/05/07. Relata ter iniciado com leves sintomas da DP há onze anos quando perdeu o filho, mas que somente se agravou há três anos. Faz tratamento medicamentoso, inclusive para a depressão, pois esta é bem acentuada. Realiza todas as suas AVD s sem dificuldade, relatando apenas muito incômodo e cansaço. Realiza as trocas posturais e os movimentos de amplitude com normalidade, apresenta leve rigidez nos MMII e MMSS, tendo apenas no punho direito uma rigidez moderada. Iniciou as sessões no dia 08/05/07 e encerrou no dia 28/06/07, realizando no total de vinte sessões. O paciente apresentou melhora significativa e gradativa, tendo na primeira sessão a sensação acentuada da rigidez e já na última, leve. Teve dias em que o paciente apresentou leve aumento da sensação da rigidez devido ao frio ou por estresse; com oito sessões o paciente já relatou melhora nas suas AVD s, conseguindo realizar as tarefas mais facilmente. Na escala, o paciente apresentou no inicio grau 2 e no final grau 1. 4.3.3 Paciente C Paciente do sexo masculino, 76 anos de idade. Iniciou a avaliação no dia 10/05/07. Relata que começou a sentir dificuldades nas suas AVD s apenas com o membro superior esquerdo, mas procurou o médico e o mesmo relatou que não era nenhuma patologia. Há quatro anos, os sintomas se agravaram e outro especialista diagnosticou a doença. Faz tratamento medicamentoso para a DP, diabétes e HAS. O lado esquerdo é mais acometido, apresentando contraturas na mão e no pé. Tem dificuldade na deambulação e para se equilibrar-se. Os movimentos de amplitude são levemente comprometidos e realiza sozinho as trocas posturais, porém com certa dificuldade. A rigidez é levemente do lado direito, porém no lado esquerdo, principalmente na articulação do punho e tornozelo é acentuada. Iniciou as sessões no dia 14/05/07 e encerrou no dia 02/08/07, realizando no total de 18 sessões. Nas duas primeiras sessões já relatou melhora, porém teve que ser interrompido, pois ficou internado no hospital de Bauru, devido a uma reação alérgica de 46 antibióticos, pois estava com erisipela. Quando retornou, apresentou grande sensação de rigidez e relatou realizar os movimentos com grande dificuldade. Ficou 2 sessões apenas realizando alongamento muscular, pois estava proibido o uso de lubrificantes. Seguidamente, realizou relaxamento muscular apresentando melhora gradativa e já na sessão de número 8 relata grande leveza, realizando os movimentos mais facilmente. Na escala de avaliação no início do tratamento apresentava grau 2 e no final 1. 4.3.4 Paciente D Paciente do sexo masculino, 75 anos de idade, aposentado. Segundo relato da esposa, a DP foi diagnosticada em Maio deste ano. Antes disso, apenas tratava a doença de Alzheimer, há cerca de um ano sua esposa relata que os medicamentos que lhe eram ministrados para doença de Alzheimer, fizeram com que os sintomas da DP ficassem mais evidentes, comprometendo de forma rápida a integridade física do paciente, fazendo com que ele necessitasse de auxilio para todas as suas AVD s. Depois de diagnosticada a DP, começou a ser ministrado o medicamento correto. Paciente confuso mas colaborativo, necessitando de auxílio para todas as suas AVD s; apresenta sialorréia, os joelhos permanecem sempre em semi-flexão, e apresenta marcha festinada. Foram realizados 12 sessões em um período de seis semanas, sendo que a primeira sessão foi realizada no dia 23/07/07, onde o paciente relatou melhora na rigidez das mãos. No dia seguinte, antes mesmo de iniciar a sessão, sua esposa relatou que suas pernas se flexionaram menos durante a noite. Na sessão do dia 30/07/07, suas articulações estavam muitos rígidas, talvez devido às baixas temperaturas durante o dia e à noite. Durante o tratamento, o paciente relatou melhora na mobilidade em todas as sessões, tendo dias em que ao se deitar para dormir seus joelhos ficaram menos fletidos durante a noite (segundo o relato de sua esposa). As articulações dos membros superiores, principalmente das mãos, sempre ganharam maior mobilidade e leveza aos movimentos. A marcha do paciente também teve uma melhora significativa, segundo a médica. Dessa maneira, em um âmbito geral, 47 o paciente teve uma diminuição da rigidez após as sessões, levando a uma maior mobilidade no seu dia a dia. Na escala de avaliação no início do tratamento, apresentava grau 3 e no final 2. 4.3.5 Paciente E Paciente do sexo feminino, 81 anos de idade. Segundo o relato de sua filha, é portadora da DP a qual foi diagnosticada em fevereiro deste mesmo ano. Faz uso de medicação, o que está acarretando algumas alterações físicas. Paciente sofreu um Acidente Vascular Encefálico Isquêmico (AVEi) há um ano, acometendo o hemi-corpo esquerdo. Encontra-se acamada, necessitando de auxílio para suas AVD s. Pouco confusa nas suas respostas, queixa-se de dor ao ser manipulada nos membros inferiores e, no membro superior direito, apresenta úlcera de decúbito na região lombo sacra e na face lateral do pé esquerdo, utiliza órtese na mão direita. Foram realizadas dez sessões em um período de seis semanas; a primeira sessão foi realizada no dia 24/07/07, onde a paciente relatou melhora significativa na rigidez das mãos. As outras sessões transcorreram bem, mas sempre com a paciente muito confusa. A paciente sempre estava colaborativa, sua cuidadora e sua filha relataram melhora na mobilidade e na algia quando mobilizada. Durante este período, a paciente conseguiu até se alimentar sozinha, devido a considerável melhora da rigidez, possibilitando maior mobilidade. Na escala de avaliação no início do tratamento apresentava grau 3 e no final 1. 4.4 Depoimento dos Profissionais 4.4.1 Fisioterapêutas Foram entrevistados 14 fisioterapeutas, de ambos os sexos, diferentes níveis de experiência e de áreas de atuação, no qual constatamos os seguintes 48 dados: 85,7% dos entrevistados relataram que abdica da prática de alongamentos e técnicas de relaxamento muscular para tratar a DP, sendo que 14,3% realizam cinesioterapia (mobilização passiva, exercícios ativos e ativos assistidos). Questionando os entrevistados se utilizavam alguma técnica para retardar a progressão da rigidez muscular, foi constatado que 85,7% dos entrevistados utilizam a mobilização passiva e os alongamentos para retardarem a mesma. Outras técnicas, como acupuntura e liberação miofacial, são aplicadas por uma minoria e, outros profissionais afirmam que é impossível retardar a progressão da rigidez muscular na DP. Indagados como os profissionais mensuram a rigidez muscular, apenas 42,8% utilizam a mobilização passiva; o restante utiliza a limitação da ADM ou não sabem como mensurar. Sobre as técnicas de relaxamento utilizadas no tratamento da rigidez muscular, 64,2% dos entrevistados utilizam facilitação neuro-muscular proprioceptiva, massoterapia ou hidroterapia, os restantes não utilizam nenhuma técnica de relaxamento no seu tratamento. A freqüência de tratamento citada por 92,8% dos entrevistados, foi a de três vezes por semana, os outros entrevistados acham que o paciente deve ser atendido diariamente. Os exercícios realizados por 71,4% dos entrevistados são: alongamentos, exercícios ativos, exercícios para treino de equilíbrio, coordenação motora e exercícios respiratórios, os restantes dos entrevistados preferem primeiro localizar em que fase da doença o paciente se encontra. Questionados em qual sintoma da doença enfatizam, 50% dos entrevistados colocaram a rigidez muscular em primeiro lugar, já os demais relatam enfatizar outros sintomas como alterações posturais, na marcha e na fraqueza muscular. Questionados sobre a importância de um programa de exercícios de alongamento e técnica de relaxamento para tratar a rigidez muscular da DP, 85,7% dos entrevistados acreditam na importância do programa, os demais profissionais não utilizam as duas técnicas associadas. Todos os profissionais relataram que as orientações aos familiares são de fundamental importância, mas dependendo da cognição do paciente deve ser orientado. Quando questionados em qual região do corpo o entrevistado enfatiza o tratamento, 42,2% disseram que priorizam membros inferiores e 49 tronco, devido ao sistema respiratório; já 53,8% relatam abordar todo o corpo, de uma forma global. 50% dos entrevistados relatam que um dos principais objetivos visados é a diminuição da rigidez muscular, os demais entrevistados citaram outros objetivos como: melhorar o equilíbrio, coordenação, marcha e evitar deformidades. Quando questionados sobre o conhecimento de outros recursos (protocolo) de exercícios de alongamento e relaxamento muscular para a DP, 78,5% dos entrevistados relatam desconhecer, já 21,5% dizem conhecer, porém não descreveram o autor do protocolo utilizado. Ao serem questionados sobre o conhecimento de outros profissionais fisioterapêutas que utilizam exercícios de alongamento e relaxamento muscular com o objetivo de evitar a evolução da rigidez muscular e até mesmo o aparecimento precoce da mesma, 50% dos entrevistados afirmaram desconhecer. Já o restante, relatam conhecer profissionais que utilizam este recurso, mas não especificaram a origem do mesmo. 4.4.2 Médico Medico, sexo masculino, 52 anos de idade, 25 anos de formado, especialista em neurologia Eis o depoimento: Trato clinicamente a rigidez muscular com os seguintes medicamentos: Triexifenidil, Biperideno, Selegelina, LDeprenil, Levodopa, Bromocriatina, Pramipexol e Pergolida. A rigidez muscular pode trazer incapacidades aos portadores da DP, pois ela causa lentidão e dificulta os movimentos: e, um detalhe é que não faço mensuração do grau de rigidez muscular. Quanto ao tempo em que a rigidez começa dar os primeiros sinais, posso dizer que, em geral, ocorre após três anos do 50 diagnóstico inicial, sendo esse período muito variável. É possível retardar o aparecimento e a progressão da rigidez muscular da DP, estimulando atividades físicas variadas, sendo que a rigidez muscular ocorre devido ao aumento da atividade dos neurônios tipo alfa e diminuição da atividade dos neurônios motores tipo gama. Acho de extrema importante um programa de exercícios de alongamento e técnica de relaxamento muscular para a rigidez da DP. Para esse fim, solicito os serviços da Fisioterapia para retardar o aparecimento e a progressão da rigidez muscular da DP. Como procedimento cirúrgico, tenho conhecimento da existência das três técnicas mais usadas, que são: Palidectomia (lesão de vias do globo pálido), Campotomia (lesão da alça lenticular) e a Talamotomia (lesão do núcleo ventrolateral do tálamo). Acredito que o programa de exercícios de alongamento e técnica de relaxamento muscular nos pacientes com DP, tão logo for diagnosticado, retarda o aparecimento e a progressão da rigidez muscular, promovendo melhor qualidade de vida, por mais tempo, pois a tendência é equilibrar a atividade dos neurônios motores tipo alfa e beta. Acredito também, que o mesmo programa funcione para retardar a progressão da rigidez muscular da DP. E em uma fase mais adiantada da doença, também acredito que é provável que este programa retarde a progressão da mesma. (MÉDICO) 4.5 Depoimento dos Pacientes 4.5.1 Paciente A Eis o depoimento: 51 A rigidez me proporciona muitas limitações, principalmente no andar e para realizar os movimentos com as mãos. No período da manhã é mais acentuada e piora com o clima frio. Ao realizar o movimento de levantar-me da cama, percebo que é mais evidente e alivia com os exercícios. Causa uma sensação de mal estar e dor, principalmente nos membros, que vai melhorando com o passar das horas. Em uma escala de 0 a 10, sendo 0 a rigidez ausente e 10 o grau máximo da mesma, me classifico em 7. Acredito que exercícios de alongamento e técnicas de relaxamento melhora a rigidez, pois quando realizei, senti um alívio muito grande e nunca tinha realizado exercícios específicos para rigidez. (PACIENTE A) 4.5.2 Paciente B Eis o depoimento: As minhas AVD s são todas limitadas pela rigidez, e esta é pior no período da tarde e com o clima quente. Ao me levantar, deitar e vestir, percebo a rigidez mais evidente, dificultando ainda mais e, alivia quando realizo exercícios. A rigidez me proporciona uma sensação desagradável, porém não me causa dor. Classifico-me no nível 6 em uma escala de 0 a 10, sendo 0 rigidez ausente e 10 o grau máximo. Acredito em exercícios de alongamento e técnicas de relaxamento para o alivio/melhora da rigidez, pois experimentei todos esses benefícios, sentindo-me leve com as sessões. Foi uma experiência nova, pois jamais tinha realizado. (PACIENTE B) 4.5.3 Paciente C 52 Eis o depoimento: A rigidez limita minhas AVD s, sendo que todos os movimentos que realizo são afetados, pois me encontro bastante limitado pela mesma. No período da manha é mais acentuado, melhorando no período da tarde e agravando no período da noite. Sinto uma melhora quando realizo exercícios, apesar da sensação de insegurança muito grande, porém não me causa dor. A minha sensação de rigidez varia muito, mas me encaixaria no nível 5 em uma escala de 0 a 10, sendo 0 a rigidez ausente e 10 o grau máximo. Acredito que exercícios de alongamento e técnica de relaxamento melhora a rigidez, devido o alívio que proporciona. PACIENTE C) 4.6 Depoimento dos Cuidadores 4.6.1 Cuidador do paciente D Sexo feminino, aposentada, com o 1º grau completo. Eis o depoimento: A rigidez se acentua em determinados horários, principalmente durante a noite, agravando quando o paciente tenta estender os membros inferiores. É totalmente dependente nas suas AVD s, obrigando-me a passar vinte quatro horas por dia ao seu lado. A rigidez o incapacita ao se alimentar e ao vestir-se porém, necessita de ajuda completa para realizar a sua higiene pessoal. 53 Acredito que exercícios de alongamento e técnica de relaxamento muscular melhore a rigidez, pois a mesma tem um papel primordial no comprometimento da saúde física do paciente. (CUIDADOR - PACIENTE D) 4.6.2 Cuidador do paciente E Sexo feminino, 48 anos de idade, terapêuta ocupacional. Eis o depoimento: A rigidez se acentua pela manhã e se agrava com qualquer movimento que a paciente realiza, devido a seqüela do AVEi. A paciente é totalmente dependente nas suas AVD s, recebendo meus cuidados cerca de 18 horas por dia. Acredito que a rigidez muscular a incapacita muito, sendo que todas as atividades estão comprometidas .Percebo que ela se cansa com qualquer atividade que envolva esforço físico. Acredito que exercícios de alongamentos e técnica de relaxamento podem melhorar a rigidez e até retardar sua progressão e, que o comprometimento da saúde física tem total relação com a rigidez muscular. (CUIDADOR 4.7 PACIENTE E) Discussão Meneses;Teive (2003), relata que a DP foi descrita por James Parkinson no ano de 1817 aos seus 62 anos de idade, e foi caracterizada por movimentos tremulantes, diminuição da força muscular, tendência a inclinar o tronco para frente e alterações da marcha (festinação). 54 Já Umphred (2004), relata que a DP foi descrita pela primeira vez por Parkinson em 1807, caracterizando-se por rigidez, bradicinesia, expressões como máscaras, anormalidades na postura e tremor quando em repouso.. O`Sullivan; Schmitz (2004), afirmam que a rigidez está presente ao movimento passivo e não depende da velocidade do movimento, ocorrendo em qualquer tarefa do dia-a-dia. Isso foi constatado em nossa pesquisa, pois a maioria dos pacientes apresentam rigidez durante todo o dia. Umphred (2004), descreve que a rigidez não é um dos sintomas iniciais, mas que quando aparece, acomete bilateralmente o paciente, predispondo a alterações posturais. Conforme ocorrem as deformidades posturais, a rigidez se torna mais evidente nos músculos do tronco e na musculatura proximal. Nos estágios tardios da doença, sem uma preocupação terapêutica para a mobilidade do paciente, ele estará evoluindo para a dependência total, apresentando uma contratura em flexão de tronco fixa, não importando a posição que o mesmo adote. Para Meneses; Teive (2003), os exercícios mais indicados para combater a rigidez, são os que visam a manutenção e o aumento da amplitude de movimento. Esses exercícios não farão os sintomas da rigidez desaparecerem, mas podem retardar a progressão já que ajudam a manter o trofismo e a força, prevenindo contraturas. Devido a essas afirmações, nossa pesquisa teve o intuito de demonstrar que, independente do estágio da doença, é necessário que exista uma intervenção preventiva para que a rigidez apareça tardiamente, e quando aparecer, fazer com que o paciente tenha um intervalo grande de mobilidade mantendo sua amplitude de movimento. Nos pacientes já acometidos, fazer com que os efeitos deletérios da rigidez sejam diminuídos através de exercícios de alongamentos e técnica de relaxamento muscular. De acordo com Altherman (2007), os músculos dos pacientes com DP estão rígidos, e a fisioterapia tenta manter a flexibilidade dos músculos através de exercícios de alongamento, contribuindo para que o paciente tenha ações mais rápidas, facilitando a readaptação motora que foi comprometida devido a lentidão dos movimentos. 55 Afirmam O`Sullivan; Schmitz (2004), que pacientes com DP apresentam problemas pulmonares funcionais, sendo que 28% dos pacientes são acometidos devido a diminuição na expansibilidade torácica como conseqüência da rigidez dos músculos do tronco, levando a uma disfunção restritiva do pulmão. Para Meneses; Teive (2003), a rigidez dos músculos abdominais e a falta de mobilidade do tronco, levam a uma diminuição da expansão torácica e da capacidade vital, sendo que a maioria dos óbitos ocorrem devido a pneumonias. Já para Umphred (2004), a broncopneumonia é a complicação mais séria da DP, ocorrendo devido a diminuição da expansão do tórax. A morte do paciente acontece em conseqüência de pneumonia. Um estudo realizado por Goulart; et al (2003), mostra que pacientes com DP obtiveram um volume corrente e um fluxo inspiratório menores, uma freqüência respiratória maior e uma ventilação minuto menor, ao serem comparados com idosos assintomáticos, demonstrando alterações em diferentes componentes do padrão respiratório. Relevando as afirmações dos autores e o estudo citado, manter a mobilidade da caixa torácica é de fundamental importância para que o paciente tenha uma maior sobrevida, já que muitos portadores da DP vão a óbito devido a problemas respiratórios. Nosso estudo, também tem como objetivo manter uma maior mobilidade da caixa torácica através de relaxamento dos músculos do tronco que realizam sua movimentação, não importando em qual estágio está a doença, a técnica pode ser aplicada. 4.8 Conclusão da Pesquisa De acordo com a pesquisa realizada foi possível verificar que exercícios de alongamento e técnica de relaxamento muscular retardam o aparecimento e a progressão da rigidez muscular nos pacientes com DP, que apresentam melhora gradativa e significativa proporcionando maior facilidade em suas atividades de vida diária. 56 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO O trabalho realizado, teve como objetivo demonstrar que através de exercícios de alongamento e técnica de relaxamento muscular, é possível retardar o aparecimento e a progressão da rigidez muscular da DP. Este programa proporciona um benefício ao paciente com DP, não importando a fase da rigidez em que ele se encontra, porém seria importante que este programa fosse aplicado logo de imediato no início da doença, tão logo diagnosticada, com a certeza de resultados mais significativos. Propõe a aplicação deste programa não somente para tratar a rigidez muscular da DP, mas também em outras patologias, que a rigidez muscular esteja presente, como na Doença de Alzheimer, entre outras. Pode ser aplicado em qualquer faixa etária e gênero. É proposto que seja realizado um estudo com maior número de pacientes, tendo um grupo controle, com o intuito de demonstrar os benefícios do programa. 57 CONCLUSÃO A presente pesquisa relata que os pacientes com DP desencadeiam diversas manifestações e comprometimentos devido as alterações fisiopatológicas que ocorre. A rigidez muscular é uma das principais manifestações, podendo causar contraturas, limitações das amplitudes de movimentos, fadiga muscular, limitando ainda mais os pacientes em suas AVD´s. O trabalho propõe a aplicação de um programa com exercícios de alongamento e técnica de relaxamento muscular para ajudar no retardo do aparecimento e na diminuição da progressão da rigidez muscular. Este programa evidencia a importância do enfoque do tratamento fisioterapêutico na rigidez muscular dos pacientes com DP. 58 REFERÊNCIAS ALTHEMAN, F. Parkinson: qualidade de vida, fim do preconceito. Revista do Crefito B. n 4, 1.ed., p. 14-15, mar/abr,2007. ACHOUR JUNIOR, A. Exercícios de Alongamento: Anatomia e Fisiologia. Barueri: Manole, 2002. CONTURSI,T.L.B.; CARVALHO, A.C.; LACERDA, Relaxamento. Rio de Janeiro: Sprint, 1990. Y. Flexibilidade e DELISA, J.A. Tratado de Medicina de Reabilitação: Princípios e prática. 3.ed.,v.2. Barueri: Manole,2002. DOMENICO, G.; WOOD, E.C. 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MENESES, M.S.; TEIVE, H.A.G. Doença de Parkinson. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. NORKIN, C.C.; LEVANGIE, P.K. Articulações estrutura e função: uma abordagem prática e abrangente. 2.ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2001. OSOL, A. Dicionário Médico Blakiston. 2.ed. São Paulo: Andrei, 1982. O SULLIVAN, S.B.; SCHIMITZ, T.J. Fisioterapia Avaliação e Tratamento. Tradução: Fernando Gomes do Nascimento. 2.ed. São Paulo: Manole, 2004. PERKIN, G.D. Atlas Mosby em cores e texto de Neurologia. São Paulo: Manole, 1998. PRADO, F.C.; RAMOS, J.A.; VALLE, J.R. Atualização Terapêutica 2005: Manual Prático de Diagnóstico e Tratamento. 22.ed. São Paulo: Artes Médicas, 2005. RANG, H.P`.; DALE, M.M.; RITTER, J.M. Farmacologia. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. RICCI, C.A.; OLIVEIRA, R. Doença de Parkinson. 2007. Monografia (Pós Graduação em Fisioterapia). Faculdade de Educação Física de Lins. Lins. ROWLAND, L.P. Merrit: Tratado de Neurologia. 9.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997. 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APÊNDICES 62 APÊNDICE A ROTEIRO DE ESTUDO DE CASO 1 INTRODUÇÃO Cinco pacientes de ambos os sexos, com DP, serão avaliados e submetidos a tratamento com exercícios de alongamento e técnica de relaxamento para a melhora da rigidez muscular. 2 RELATO DO TRABALHO REALIZADO REFERENTE AO ASSUNTO ESTUDADO a) Métodos empregados: exercícios de alongamento e técnica de relaxamento. b) Depoimentos dos profissionais (médicos e fisioterapêutas), pacientes e cuidadores. 3 DISCUSSÃO Confronto entre teoria e a pratica utilizada no presente estudo. 4 PARECER FINAL SOBRE O CASO E SUGESTÕES SOBRE A MANUTENÇÃO OU MODIFICAÇÕES DE PROCEDIMENTOS. 63 APÊNDICE B FICHA DE AVALIAÇÃO I- DADOS PESSOAIS Nome:__________________________________________________________ Idade:_______________Profissão:___________________________________ Diagnóstico:_____________________________________________________ Data da avaliação __/__/__ II- ANAMNESE História Pregressa:________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ História da Moléstia Atual:__________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ III- TÔNUS (1) normal (2) flutuante (3) hipotonia (4) rigidez (5) espasticidade (6) misto Hemicorpo Direito: 64 Ombro: ___ Cúbito: ___ Punho:___ Quadril:___ Joelho:___ Tornozelo:___ Hemicorpo Esquerdo: Ombro: ___ Cúbito: ___ Punho:___ Quadril:___ Joelho:___ Tornozelo:___ IV- ADM Ombro: Quadril: Cúbito: Joelho: Punho: Tornozelo: V- Trocas Posturais: De dorsal para lateral:______________________________________________ De lateral para sentado:____________________________________________ De sentado para em pé:____________________________________________ De um lado para o outro:___________________________________________ VI( Grau de incapacidade: ) leve VII- ( ) moderado ( ) grave ( Rigidez ( 0 ) Ausente ( 1 ) Leve ( 2 ) Moderada ( 3 ) Acentuada ( 4 ) Grave Hemicorpo Direito: Ombro: ___ Cúbito: ___ Punho:___ Quadril:___ Joelho:___ Tornozelo:___ Hemicorpo Esquerdo: Ombro: ___ Cúbito: ___ Punho:___ Quadril:___ Joelho:___ Tornozelo:___ ) ausente 65 APÊNDICE C FICHA DE AVALIÇÃO DE SATISFAÇÃO DO TRATAMENTO DATA:__/__/2007 Paciente: __________________________________________________ ANTES DO INICIO DA SESSÃO Sensação da rigidez: ()0 ()1 ()2 ()3 Observações:____________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ APÓS O TERMINO DA SESSÃO Sensação da rigidez: ()0 ()1 ()2 ()3 Observações:____________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Legenda: (0) - ausente (1) - leve (2) - moderada (3) acentuada 66 APÊNDICE D ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA FISIOTERAPÊUTAS I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Gênero: ................................................................................................................ .. Idade: ................................................................................................................... .. Profissão: ............................................................................................................. .. Escolaridade: ....................................................................................................... .. Cidade: ................................................................................................................. .. II 1. PERGUNTAS ESPECÍFICAS Como você trata a rigidez muscular na DP? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2. Você utiliza alguma técnica para retardar a progressão da rigidez muscular no paciente com DP? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 3. Como você mensura a rigidez muscular do paciente com DP? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 67 4. Você utiliza alguma técnica de relaxamento para o tratamento da rigidez muscular na DP? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 5. Qual a freqüência do tratamento fisioterapêutico de um paciente com DP? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 6. Qual o tipo de exercício que você programa para o paciente com DP? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 7. Em qual sintoma você dá mais ênfase no seu tratamento em um paciente com DP? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 8. Você acredita ser importante um programa de exercícios de alongamento e técnica de relaxamento para tratar a rigidez da DP? Porque? 68 _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 9. Em sua opinião existem orientações para se dar para o paciente com DP para minimizar os sintomas? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 10. No seu tratamento para a DP em qual parte do corpo você da mais ênfase? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 11. Quais os objetivos do tratamento fisioterapêutico em um paciente com DP, independente da fase que ele se encontra? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 12. Existe algum protocolo de exercícios de alongamento e relaxamento muscular para ser aplicado nos pacientes com DP? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 69 _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 13. Você conhece algum fisioterapeuta que utiliza exercícios de alongamento e relaxamento muscular para evitar a evolução de rigidez muscular e o aparecimento precoce dela, nos pacientes com DP? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 70 APÊNDICE E ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA MÉDICO I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Gênero: ................................................................................................................ .. Idade: ................................................................................................................... .. Profissão: ............................................................................................................. .. Escolaridade: ....................................................................................................... .. Cidade: ................................................................................................................. .. II 1. PERGUNTAS ESPECÍFICAS Como você trata clinicamente a rigidez muscular da DP? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2. A rigidez muscular pode trazer incapacidades aos pacientes com DP? Porque? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 3. Como você mensura o grau de rigidez muscular do paciente com DP? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 71 4. Quando ocorre o aparecimento da rigidez muscular da DP? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 5. É possível retardar o aparecimento e a progressão da rigidez muscular da DP? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 6. Qual a causa da rigidez muscular da DP? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 7. Você acredita ser importante aplicar um programa de exercícios de alongamento e técnica de relaxamento muscular para a rigidez muscular da DP? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 8. Você solicita os serviços de Fisioterapia para retardar o aparecimento e a progressão da rigidez da DP? 72 _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 9. Existe algum procedimento cirúrgico para a rigidez muscular do paciente com DP ? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 10. Você acredita que ao aplicar o programa de exercícios de alongamento e técnica de relaxamento muscular nos pacientes com DP tão logo for diagnosticado, retardaria o aparecimento e a progressão da rigidez muscular, promovendo maior qualidade de vida por mais tempo? Porque? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 11. Você acredita que o mesmo programa citado na pergunta anterior, funcionaria para retardar a progressão da rigidez muscular dos pacientes com DP em uma fase mais adiantada da doença? Porque? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 73 APÊNDICE F ROTEITO DE ENTREVISTA PARA O PACIENTE I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Gênero: ................................................................................................................ .. Idade: ................................................................................................................... .. Profissão: ............................................................................................................. .. Escolaridade: ....................................................................................................... .. Cidade: ................................................................................................................. .. II 1. PERGUNTAS ESPECÍFICAS Quais as principais limitações que a rigidez causa? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2. Existe horários em que você percebe mais acentuada a rigidez? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 3. A rigidez é mais evidente em que tipo de movimento? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 74 4. Existe algum procedimento/técnica que você sente alívio da rigidez? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 5. Como você descreveria a sensação que a rigidez te proporciona? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 6. Você faz uso de algum medicamento para alívio dos sintomas? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 7. A rigidez além de causar limitações dos movimentos, provoca dor? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 8. Em uma escala de 0 a 10 sendo 0 nenhuma rigidez e 10 o máximo de rigidez, em qual você se encaixaria? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 75 _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 9. Você acredita que com exercícios de alongamento e técnica de relaxamento poderá melhorar a rigidez? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 10. Você já realizou tratamento específico para rigidez muscular? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 76 APÊNDICE G ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA O CUIDADOR I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Gênero: ................................................................................................................ .. Idade: ................................................................................................................... .. Profissão: ............................................................................................................. .. Escolaridade: ....................................................................................................... .. Cidade: ................................................................................................................. .. II 1. PERGUNTAS ESPECÍFICAS Existem horários que você percebe a acentuação da rigidez? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2. Em quais movimentos você percebe que a rigidez se agrava? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 3. Qual grau de independência do paciente? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 4. Quantas horas por dia você passa ao lado do paciente? 77 _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 5. Você acha que a rigidez muscular incapacita muito o paciente? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 6. Em quais tarefas você percebe que a rigidez muscular interfere de maneira marcante nas AVD s do paciente? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 7. Em quais tarefas o paciente precisa mais de você? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 8. Em quais atividades você percebe que o paciente se cansa rapidamente? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 78 _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 9. Você acredita que um programa de exercícios de alongamento e técnica de relaxamento pode melhorar a rigidez do paciente, de forma direta, no dia-a-dia? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 10. Em sua opinião, o comprometimento da saúde física do paciente tem a ver com a rigidez muscular? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 79 APÊNDICE H CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA PARTICIPAÇÃO EM ESTUDO CLÍNICO Tendo sido satisfatoriamente informado sobre o trabalho de pesquisa intitulado: Programa de Alongamento e Relaxamento Muscular para Melhora da Rigidez da Doença de Parkinson, realizado sob a responsabilidade de Douglas Fernandes Orikassa e Renata Quintas Camara, eu........................................................................................................................... .............................., portador ............................................., do concordo documento em participar de do identificação mesmo. Fui esclarecido que deverei responder a questionamentos relacionados à minha saúde física e que serei submetido (a) ao tratamento proposto. Estou ciente de que Douglas Fernandes Orikassa e Renata Quintas Camara, estarão disponíveis para responderem a quaisquer perguntas, e de que posso retirar este meu consentimento a qualquer tempo, sem prejuízo de cuidados médicos. Caso não me sinta atendido, poderei entrar em contato com o orientador do trabalho de monografia. Tenho conhecimento dos procedimentos para coleta de dados e que estes, serão posteriormente divulgados. Por estar de acordo assino o presente termo. Lins, ....... de ..................................de 200...... ........................................................................ Assinatura Pesquisadores: Douglas Orikassa Fernandes Tel: (14) 81122927 e-mail: [email protected] Renata Quintas Camara Tel: (18) 81326414 e-mail: [email protected] Orientador: Paulo Jorge Hadad Fone: (17) 32261781 e-mail: [email protected] 80 GLOSSÁRIO BRADICINESIA: movimentos lentos ou retardados, como em transtornos do sistema extrapiramidal e na esquizofrenia de tipo catatônico. (OSOL, 1982, p. 161) DECORTICAÇÃO: Ato de decoticar- especificamente, retirar parte ou totalidade do córtex cerebral. (OSOL, 1982, p. 294) DESCELEBRAÇÃO: supressão do celebro em experiências fisiológicas. (OSOL, 1982, p. 294) DISCINESIA: Toda perturbação dos movimentos ou da motilidade de um órgão, seja qual for a causa: incoordenação , espasmo, paresia, etc. (MANUILA, L.; MANUILA, A.; NICOULIN, M.; 1997, p. 226) DOENÇA DE ALZHEIMER: Forma de degeneração cerebral que se manifesta por uma deterioração progressiva das faculdades mentais, com distúrbio da memória, desorientação e confusão. (MANUILA, L.; MANUILA, A.; NICOULIN, M.; 1997, p. 41) DOPAMINA: um intermediário no metabolismo da tiroxina e o precursor da noradrenalina e adrenalina. Está presente no sistema nervoso central e está localizado nos gânglios da base, sugerindo que a dopamina pode ter outras funções diferentes de um precursor da noradrenalina. (STEDMAN, 1979, p. 409) FESTINAÇÃO: aumento ou aceleração involuntária da marcha, observada em certas enfermidades neurológicas como o parkinsonismo, em uma tentativa para compensar o deslocamento do centro de gravidade. (OSOL, 1982, p. 434) FREEZING: congelamento, aumento da rigidez ou endurecimento mediante a exposição ao frio. (STEDMAN, 1979, p. 542) L- DOPA: usada para o tratamento da doença de Parkinson. (STEDMAN, 1979, p. 409) PALIDOTOMIA: destruição cirúrgica do globus pallidus no tratamento de doença do movimento, como o parkinsonismo. (OSOL, 1982, p. 772) 81 RIGIDEZ EM RODA DENTEADA: rigidez ou contrações rítmicas observadas após a distensão passiva dos músculos no parkinsonismo, em outros processos extrapiramidais, quando o músculo é distendido passivamente, ele se relaxa e enrijesse intermitentemente, resultando em um movimento espasmódico. (OSOL, 1982, p. 924) SIALORRÉIA: salivação. (OSOL, 1982, p. 953) This document was created with Win2PDF available at http://www.daneprairie.com. The unregistered version of Win2PDF is for evaluation or non-commercial use only.