ATENÇÃO: O material a seguir é parte de uma das aulas da apostila de MÓDULO 2 que por sua vez, faz parte do CURSO de ELETROELETRÔNICA ANALÓGICA -DIGITAL que vai do MÓDULO 1 ao 4. A partir da amostra da aula, terá uma idéia de onde o treinamento de eletroeletrônica poderá lhe levar. Você poderá adquirir o arquivo digital da apostila completa (16 aulas), ou ainda na forma impressa que será enviada por por correio. Entre na nova loja virtual CTA Eletrônica e veja como: www.lojacta.com.br Além de ter a apostila e estuda-la, torne-se aluno e assim poderá tirar dúvidas de cada uma das questões dos blocos atrelados a cada uma das aulas da apostila, receber as respostas por e-mail, fazer parte do ranking de módulos e após a conclusão do módulo com prova final, participar do ranking geral e poder ser chamado por empresas do ramo de eletroeletrônica. Saiba mais como se tornar um aluno acessando nossa página de cursos: www.ctaeletronica.com.br/web/curso.asp APOSTILA ELÉTRICA-2 E ELETRÔNICA-1 AULA 1 INDUTORES EM CC E CAMPO INDUZIDO O campo magnético e suas atuações auto-indução - Indutância e Indutores Reatância Indutiva - O indutor como componente Indutor em corrente contínua (CC) Análise de malhas com dimensionamentos Análise de malhas com defeitos O CAMPO MAGNÉTICO Na apostila anterior, estudamos o campo elétrico, formado à partir de cargas elétricas. Este campo é responsável por gerar uma diferença de potencial, criando uma tensão elétrica, e esta por sua vez, quando ligado a um condutor elétrico e mais alguns componentes eletro-eletrônicos, irão gerar corrente elétrica, realizando assim, trabalho na forma de calor, luz, som, etc. Mas, além de realizar trabalho, a corrente elétrica também gera um novo campo, que tem propriedades diferentes do campo elétrico. Ele não atrai cargas elétricas e nem gera força elétrica a partir delas, como ocorre com o campo elétrico. Esse novo campo, tem a propriedade de criar força de atração ou repulsão apenas nas correntes elétricas e é chamado de CAMPO MAGNÉTICO. Historicamente, o campo magnético e suas propriedades magnéticas foram descobertos bem antes do campo elétrico. Posteriormente, foi descoberto que o campo elétrico e magnético são gerados a partir do mesmo princípio e que na realidade, ambos - elétrico e magnético - são um só campo, porém aplicados em referenciais diferentes. Só que esta história fica para depois... Voltando às propriedades do campo magnético, devemos salientar a propriedade de atração de materiais “ferrosos”, ou seja metais que são formados a partir do elemento ferro. Essa propriedade ficou conhecida como imã ou atração magnética, pois o campo magnético atrai metais compostos por ferro, como já é do conhecimento de nossos alunos. Na prática toda pessoa já deve ter “brincado” com um pedaço de material, chamado de “imã”; que atraía pregos, parafusos, metais em geral. Esse material chamado de imã, tem “dentro” de suas moléculas “micro-correntes”, formadas pela movimentação dos elétrons; e essa corrente elétrica gera um ‘micro-campo magnético”, também chamados de “spins”. O arranjo natural das moléculas, faz com que esses micro-campos se somem formando um campo magnético macroscópico que passa a ser permanente para aquele material. Resumidamente os imãs naturais permanentes tem um campo magnético natural formado a partir das correntes elétricas internas às ELETRÔNICA MÓDULO - 2 suas moléculas. O mesmo princípio de linhas de forças elétricas, aplicado ao campo elétrico, pode ser aplicado ao campo magnético, conforme podemos ver na figura 1. IMÃ figura 1 Nessa figura podemos ver um ímã natural, com as linhas de forças magnéticas do campo magnético. No campo elétrico as cargas tinham polaridade “+” e “-”, no campo magnético as polaridades são chamadas de NORTE e SUL; conforme podemos ver na figura, as linhas de força saem do pólo norte e terminam no pólo sul. Todo material que está “imerso” em um campo magnético sofrerá ação das linhas de força magnética, que irão interagir com as correntes S OBJETO SOB AÇÃO DO IMÃ, SENDO ATRAÍDO PELO MESMO N IMÃ figura 2 INDUTORES-REATÂNCIA INDUTIVA/CAPACITIVA-TRANSFORMADORES-FILTROS-SEMICONDUTORES-DIODOS-ZENERS-TRANSISTORES-AMPLIFICADORES DE SINAL-AMPLIFICADORES A,B,C 7 APOSTILA ELÉTRICA-2 E ELETRÔNICA-1 elétricas desse material; tentando alinhá-las conforme o sentido das linhas de força. Quando o material imerso orientar suas moléculas conforme as linhas de força magnética, esse material também passa a produzir um outro campo magnético e com isso sofrerá atração (ou repulsão) do imã que gerou o primeiro campo magnético (figura 2). Resumidamente podemos definir: MAGNETISMO é a propriedade que certos corpos apresentam de atrair outros corpos, como o ferro e outros metais. Na natureza podemos encontrar algumas substâncias que possuem essa propriedade de forma acentuada, e são chamados de imãs naturais. Destes materiais o que mais se destaca é a magnetita. Como já dissemos anteriormente os imãs apresentam dois polos que foram definidos como: polo SUL e polo NORTE; o polo norte de um imã atrai o polo sul de outro imã ou corpo magnetizado e, consequentemente, o polo norte do imã atrai o polo sul. Já polos iguais, de imãs diferentes, se repelem. A terra também tem em seu interior uma infinidade de correntes elétricas e portanto ela é um gigantesco imã que produz um campo magnético, na figura 3 podemos ver a terra com suas linhas de força magnética e seus polos magnéticos norte e sul. figura 3 MÓDULO - 2 (da bússola) sempre estará apontado para o polo norte geográfico, que é na realidade o polo sul magnético da terra. O campo magnético portanto, possui linhas de força magnética, e com isso podemos definir a grandeza FLUXO MAGNÉTICO como sendo a quantidade de linhas de força magnética por unidade de área, daí poderemos definir algumas unidades de medida: MAXWELL é a unidade de medida de uma linha de força magnética e portanto de fluxo magnético. Embora essa medida seja muito prática ela não é utilizada pelo Sistema Internacional (SI), que adotou o weber como medida de linhas de força magnética e fluxo magnético. O WEBER, cuja símbolo é “Wb”, equivale a 1x106 maxwell ou linhas de força magnética. Como o fluxo magnético depende do tamanho da área que ele atravessa, a medida de densidade de fluxo magnético é mais usada para expressar o valor do campo magnético. Para a unidade maxwell, a densidade de fluxo magnético é expressa em maxwell/cm², que equivale a 1 gauss, que é abreviado por “G”. Para campos magnéticos pequenos utilizamos a unidade gauss. Como já dissemos o SI não adota o maxwell e portanto nem o gauss. A unidade adotada pelo SI para medir densidade de fluxo magnético é o weber/m², que equivale a 1 TESLA, que é abreviado por “T”. O campo de 1 tesla equivale a campos magnéticos muito grandes, e por isso, recorremos a unidade gauss para representar os campos magnéticos, 1 tesla equivale a 10.000 gauss. Para melhor exemplificar vamos comparar o valor do campo magnético da terra que vale 0,57 gauss, mas se fosse representado em tesla teremos o valor de 5,7 x 10-5 tesla. CAMPO MAGNÉTICO E TENSÃO ELÉTRICA Olhando atentamente para a figura 3, podemos observar que os polos magnéticos da terra são exatamente opostos aos polos geográficos. Como a terra se comporta como um grande imã, nós podemos usar essa propriedade para nos orientarmos em relação as posições geográficas; é o caso da bússola, que é um instrumento de orientação muito simples e ao mesmo tempo muito preciso. Ela é constituída basicamente por uma “agulha” imantada que se orienta pelas linhas de força magnética da terra. Portanto, seu polo norte 8 Como já foi explicado, o campo magnético é gerado a partir da corrente elétrica, e quando uma corrente circula por um condutor, aparece um campo magnético ao seu redor. Contudo, para a corrente circular por um condutor é necessário a presença de um campo elétrico (gerando uma tensão elétrica), podemos então concluir que o campo magnético é gerado indiretamente pelo campo elétrico, ou melhor dizendo, por uma diferença do campo elétrico, que gera uma diferença de potencial (tensão). Exatamente!!! Como já tínhamos comentado anteriormente o campo elétrico e o campo magnético são duas formas diferentes de interpretar a mesma energia; essa “energia” é chamada de campo eletromagnético. Resumidamente podemos dizer que a variação do campo elétrico gera um campo magnético e a variação do campo magnético gera um campo INDUTORES-REATÂNCIA INDUTIVA/CAPACITIVA-TRANSFORMADORES-FILTROS-SEMICONDUTORES-DIODOS-ZENERS-TRANSISTORES-AMPLIFICADORES DE SINAL-AMPLIFICADORES A,B,C ELETRÔNICA APOSTILA ELÉTRICA-2 E ELETRÔNICA-1 elétrico. Então, quando um condutor em movimento é imerso em um campo magnético, acaba aparecendo uma diferença de potencial em seus extremos. Já que o condutor está em movimento, o campo magnético aplicado sobre ele é variável. Essa variação do campo magnético irá gerar um campo elétrico que poderá ser notado pela diferença de potencial sobre o condutor. Podemos dizer que ao aplicar uma corrente contínua circulante por um condutor, haverá a formação de um campo magnético que partindo do ponto central do condutor chegará sua extremidade de forma muito rápida. Considerando que essa corrente contínua mantém um regime de trabalho constante (mesma corrente circulante), haverá um campo constante criado ao redor desse condutor. Na figura 4, podemos ver que existe uma fonte de alimentação ou bateria chamada de “E1” fazendo circular uma corrente através da carga “R1”. figura 4 CH1 E1 Campo magnético R1 Notem o campo magnético gerado em torno do condutor. Podemos dizer que a intensidade de campo será proporcional a intensidade da corrente circulante. Na figura 5, mostramos que o campo magnético começa a se propagar a partir do centro, indo para extremidade do condutor. Após um determinado tempo, o campo magnético estará agindo no lado de fora do condutor. Quando o campo magnético está se movimentando do centro do fio para sua borda, pode ser encarado como um campo magnético, movendo-se nas extremidades do fio. Do ponto de vista teórico isso é equivalente ao condutor estar em movimento e o campo em repouso. O que importa na realidade é o movimento relativo entre eles. Assim será induzida uma tensão nos extremos desse condutor. Vejamos os processos básicos da sequência de indução: 1) A chave S1 é fechada. 2) A corrente começa fluir pelo condutor. 3) O campo magnético começa a mover-se do centro do fio para sua borda. 4) O campo magnético em movimento induz uma tensão no próprio fio. Considerando que o campo magnético em movimento, induz tensão no próprio fio, esse se oporá à tensão original externa feita por “E1” e tende a produzir uma corrente induzida em sentido contrário a corrente original (veja figura 6). Como essa corrente induzida ocorre somente na variação do campo magnético, haverá portanto, uma corrente que irá se opor à original, causando assim uma oposição a essa corrente, e esta apresenta muita dificuldade em circular. Essa indução é chamada de FORÇA ELETROMOTRIZ INDUZIDA, mas como ela se opõe a variação da corrente poderemos chamá-la de FORÇA CONTRA-ELETROMOTRIZ INDUZIDA. figura 6 direção genérica do campo (indicador) AUTO-INDUÇÃO Durante o tempo em que ocorrem os transientes, ou seja, quando a corrente está indo do zero até algum valor desconhecido, ocorre o fenômeno chamado “auto-indução”. Quando a chave “S1” da figura 4 é fechada, a corrente começa fluir e um campo eletromagnético aparece conforme o desenho. Contudo, o campo eletromagnético não aparece imediatamente, começando a ser formado a partir do centro do condutor. seção transversal do fio indica que a corrente está entrando na página campo magnético ELETRÔNICA MÓDULO - 2 figura 5 corrente original Movimento relativo do condutor direção da corrente original corrente induzida INDUTÂNCIA A indutância pode ser definida como a capacidade de induzir uma força eletromotriz quando ocorre uma variação no fluxo de corrente. Então, definimos a indutância como a capacidade de um componente ou circuito de induzir uma força eletromotriz. Se um componente ou circuito possui essa capacidade, ela continuará existindo, mesmo que não ocorram mudanças no fluxo de corrente. A unidade de medida da indutância é o henry (H), em homenagem a Joseph Henry, um físico do século XIX que fez importantes descobertas nesta área da ciência. INDUTORES-REATÂNCIA INDUTIVA/CAPACITIVA-TRANSFORMADORES-FILTROS-SEMICONDUTORES-DIODOS-ZENERS-TRANSISTORES-AMPLIFICADORES DE SINAL-AMPLIFICADORES A,B,C 9 APOSTILA ELÉTRICA-2 E ELETRÔNICA-1 Um henry é a capacidade de indutância que irá induzir uma força eletromotriz de 1 volt, quando a corrente varia na razão de 1 ampère em 1 segundo. Na maioria das aplicações eletrônicas essa unidade é muito grande, sendo usado seus sub-múltiplos: mili-henry (mH) e micro-henry (mH). A letra usada para simbolizar a indutância é o “L”. Como exemplo podemos ter: L = 100 mH. INDUÇÃO Indução é a ação de induzir uma força eletro-motriz em um condutor, quando existe uma mudança no fluxo de corrente em um indutor; ou quando um campo magnético variável, agindo sobre um condutor, cria uma diferença de potencial em seus terminais. INDUTORES Podemos definir como qualquer condutor tem um certo valor de indutância. Contudo, quando os condutores são pouco extensos, esses valores de indutância são muito pequenos e somente podem ser medidos por instrumentos extremamente sensíveis. Um BOBINA co mp o n e n te p ro j e ta d o p a ra fornecer o valor de indutância específico é chamado de INDUTOR. Podemos considerar o componente indutor, como um condutor figura 7 enrolado em um corpo cilíndrico; isto possibilita uma maior concentração de campos, aumentando também a reatância indutiva. A forma de enrolar o fio no corpo cilíndrico acabou gerando algumas vezes o nome de “bobinas” para esse componente (Figura 7). Podemos aumentar a indutância de uma bobina, aumentando o número de espiras. Outra forma de aumentar a indutância é utilizar o núcleo de material ferro figura 8 magnético, capaz de evitar a dispersão do campo magnético induzido. MÓDULO - 2 A simbologia utilizada para indutor é apresentada na figura 8. REATÂNCIA INDUTIVA Oposição à passagem da corrente, quando da variação desta. Sabemos que a corrente não pode atingir o seu valor máximo instantaneamente, quando essa é obrigada a passar por um circuito indutivo. O tempo necessário para que isso aconteça dependerá do valor da indutância e de alguma resistência em série com esse indutor. Para um dado valor de indutância, o tempo necessário para que a corrente atinja seu valor máximo é diretamente proporcional a indutância. Podemos notar que a variação de tensão de 0V para algum valor qualquer em um circuito com indutores, obriga a circulação de corrente que sofre uma oposição pelo indutor no momento de variação de corrente, ou seja, de 0A para algum valor qualquer. Essa oposição criada é chamada de reatância indutiva e é medida em ohms. A reatância indutiva é diretamente proporcional a frequência e a indutância, ou seja, se aumentarmos a frequência da corrente elétrica ou a indutância, aumentaremos a reatância indutiva e vice-versa. O símbolo de reatância indutiva é “XL”, e a unidade de medida é o ohm, como já foi dito. Após alguns cálculos e experimentos, chegamos a uma fórmula que exprime o valor da reatância indutiva em relação a frequência da corrente elétrica e a indutância da “bobina”. Neste ponto de estudo, não vale a pena demonstrarmos os cálculos envolvidos para chegarmos a esta fórmula, já que a teoria de eletro-magnetismo, somente pode ser desenvolvida com ajuda de cálculos diferenciais um pouco complexos. Então enunciaremos apenas a fórmula, que é bem simples: XL = 2 x p x f x L f = frequências da corrente elétrica (Hz). L = valor da indutância (H). p (pi) = uma constante que vale: 3,141592654... Por esta fórmula podemos ver que quanto maior a frequência da corrente elétrica maior será a reatância e também quanto maior for o valor da indutância da “bobina” em questão, maior será a reatância. O valor resultante desta fórmula será o valor da reatância indutiva desta “bobina” medida em ohms (W), desde que seja obedecida as unidades da frequência em hertz e a indutância em henry. Podemos exemplificar esta fórmula aplicando-a a um circuito eletrônico, formado por uma bobina de 3,3uH, ligada a uma fonte de corrente senoidal 10 INDUTORES-REATÂNCIA INDUTIVA/CAPACITIVA-TRANSFORMADORES-FILTROS-SEMICONDUTORES-DIODOS-ZENERS-TRANSISTORES-AMPLIFICADORES DE SINAL-AMPLIFICADORES A,B,C ELETRÔNICA