dst / infestações

Propaganda
INFECÇÕES SEXUALMENTE
TRANSMISSÍVEIS
Sara Lestre, André Lencastre
Serviço de Dermatologia, Hospital Sto António dos Capuchos
Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa
INFECÇÕES SEXUALMENTE
TRANSMISSÍVEIS
DEFINIÇÃO
§ Infecções que podem ser transmitidas de pessoa para
pessoa através de contacto sexual
§ Manifestações clínicas predominantemente localizadas na
área anogenital
EPIDEMIOLOGIA
§ Elevada prevalência em todo o Mundo
§ 15-24 anos
§ Complicações potencialmente graves:
ü Doença Inflamatória Pélvica
ü Infertilidade
ü Morte
CLASSIFICAÇÃO - Etiologia
BACTÉRIAS
VÍRUS
§ Sífilis
§ Herpes Genital
§ Cancróide
§ Condilomas
(T.pallidum)
(H. ducreyi)
§ Gonorreia
(N.gonorrhoeae)
§ Uretrite não
gonocócica
(C. trachomatis)
§ Linfogranuloma
venéreo
(C. trachomatis)
§ Donovanose
(K. granulomatis)
(HSV)
(HPV)
§ Hepatite B
(VHB)
§ Hepatite C
(VHC)
§ Molusco
contagioso
(Pox vírus; VMC)
§ VIH
(VIH1 e VIH2)
PROTOZOÁRIOS
§ Tricomoníase
(Trichomonas vaginalis)
§ Giardíase
(Giardia lamblia)
PARASITAS
§ Pediculose
púbica
(Phthirus pubis)
§ Escabiose
(Sarcoptes scabiei)
CLASSIFICAÇÃO - Clínica
Úlcera
Corrimento
Lesões
vegetantes
§ Sífilis
§ Uretrites/cervicites
§ Condilomas genitais
§ Cancróide
§ Gonocócica
§ Molusco Contagioso
§ Herpes Genital
§ Não gonocócica
§ Linfogranuloma
venéreo
§ Donovanose
CLASSIFICAÇÃO - Clínica
SÍFILIS
SÍFILIS
n
n
n
n
n
n
LUES
Doença crónica e sistémica
Pico de prevalência nos anos 90; novo aumento desde 2000 (♂)
Co-infecção com VIH ↑
Adquirida predominantemente por transmissão sexual
Transmissão vertical
SÍFILIS
1/3 fica
infectado
Inoculação
14-21 dias
Sífilis primária
n
1.
2.
3.
4.
Progressão por etapas:
Primária
Secundária
Terciária
Latente (serologia)
3-12 semanas
Sífilis secundária
25%
50%
Lesões desaparecem 4 a
12 semanas
Sífilis latente
2-20 anos
Remissão
Sífilis terciária
2/3
1/3
SÍFILIS
n
§
§
§
n
Sífilis Recente
Primária
Secundária
Latente recente
(CDC: < 1A; WHO: < 2A)
Sífilis tardia
Latente tardia
(CDC: > 1A; WHO: > 2A)
§
Terciária: envolvimento
cutâneo, cardiovascular e
neurológico
§
SÍFILIS PRIMÁRIA
n
n
ü
ü
ü
ü
ü
§
Após 10 a 90 dias (média 3 semanas)
da infecção por T.Pallidum
Úlcera genital
Única
Fundo limpo avermelhado
Indolor
Indurada
Adenopatia inguinal, indolor, bilateral,
não supurativa
Cura espontânea em 2-3 semanas
SÍFILIS PRIMÁRIA
n
Localização
Sexo masculino
o
Sulco balanoprepucial, glande
Sexo feminino
o
Vulva
§
o
o
§
o
o
Podem passar despercebidas
pelo próprio doente:
Ânus, recto, canal anal e períneo
Colo do útero
Localizações extragenitais:
Mucosa oral , mama, dedos
Elevado grau de suspeição clínica
SÍFILIS SECUNDÁRIA
n
n
n
n
n
n
n
n
Disseminação hematogénica e
linfática
Elevada infecciosidade
3 a 12 semanas após a
acidente 1º (mas variável)
Duração de 2 a 12 semanas
Recaída em 25% dos casos
Clinicamente muito polimórfica
(pode ser sub-clínica)
Manifestações sistémicas
Manifestações mucocutâneas
(80 a 95% dos doentes)
SÍFILIS SECUNDÁRIA
MANIFESTAÇÕES SISTÉMICAS
n Febre
n Cefaleias
n Mialgias
n Artralgias
n Astenia
n
Conjuntivite (iridociclite)
n
Hepatoesplenomegália
n
Linfadenopatias (50-80%)
SÍFILIS SECUNDÁRIA
MANIFESTAÇÕES CUTÂNEAS
n Polimorfismo clínico
n “A grande imitadora”
n
ü
ü
n
ü
ü
ü
ü
ü
n
Erupção macular transitória (Roséola
sifilítica)
10% dos casos
+ tronco e áreas flexoras MS
Erupção cutânea papulodescamativa
generalizada (70%)
Prurido pouco frequente
Máculas e pápulas de cor vermelha escura ou
acastanhada (cor de presunto)
Tronco, face, área genital, palmas e plantas
Colarette de Biett
Corona veneris
Máculas hipopigmentadas pósinflamatórias cervicais (Colar de Vénus)
SÍFILIS SECUNDÁRIA
SÍFILIS SECUNDÁRIA
SÍFILIS SECUNDÁRIA
MUCOSAS
n Condiloma lata (9 a 44%)
ü
Pápulas ou placas condilomatosas
Base séssil
Superfície plana ou com vegetações
Área genital e anal (++)
n
Placas mucosas (7 a 12%)
ü
ü
ü
ü
Erosões indolores e arredondadas
Descamação acinzentada e macerada
Língua e lábios (++)
n
Faringite (até 25%)
ü
ü
CABELO
n Alopécia em clareiras
n Deflúvio capilar difuso
SÍFILIS LATENTE
n
n
n
Serologias positivas, sem clínica
50% dos episódios primários evoluem para a latência
Maioria com remissão espontânea
SÍFILIS TERCIÁRIA
n
Rara
1/3 dos casos de sífilis não
tratadas
n
Sífilis benigna tardia
n
- pele (70%)
- mucosas (10%)
- osso, fígado …
n
Sífilis Cardiovascular
n
Neurosífilis
SÍFILIS TERCIÁRIA
n
Sífilis benigna tardia
ü
Nódulos granulomatosos
Placas granulomatosas psoriasiformes
Gomas
n
Sífilis cardiovascular
ü
ü
ü
Aortite; Insuficiência aórtica
Estenose das coronárias
Miocardite gomatosa
n
Neurosífilis
ü
ü
ü
ü
ü
ü
ü
Assintomática
Meníngea
Meningovascular
Parenquimatosa
Gomatosa
SÍFILIS CONGÉNITA
n
n
n
n
n
n
Sífilis pré-natal
Transmissão placentária (++)
Consequências
Morte intra-uterina
Aborto no 2º e 3º trimestre
Sífilis congénita
SÍFILIS CONGÉNITA
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
n
Recente ( 1º 2 anos)
ü
Comparável à sífilis 2ª
Sinais e sintomas sistémicos
Erupção cutânea maculopapular
Rinorreia purulenta
Fissuras periorais
Bolhas (Pênfigo sifílitico)
Pseudoparalisia de Parrot
n
Tardia (> 2 anos)
ü
ü
ü
ü
ü
ü
ü
ü
ü
ü
ü
ü
ü
ü
ü
Queratite intersticial
Dentes de Hutchinson
Molares de Mulberry
Nariz em sela de montar
Bosseladura frontal (fronte olímpica)
Tíbia em lâmina de sabre
Surdez neurosensorial
Gomas mucocutâneas
Hepatomegália, Esplenomegália
SÍFILIS E INFECÇÃO POR VIH
n
n
Sífilis ↑ risco de infecção por VIH
Infecção por VIH não influencia de forma a significativa o curso da doença e
a resposta ao tratamento
No entanto …
ü Sífilis 1ª:
- Múltiplas úlceras; + persistentes
ü Sífilis 2ª
- Lesões nodulares e ulceradas + frequentes
ü Sífilis 3ª
- Neurosífilis ++
- Pode ser a 1ª manifestação da doença
n
n
ü
ü
Serologias
Testes não treponémicos com títulos muito elevados
Falsos positivos em testes treponémicos
SÍFILIS - Diagnóstico
Identificação T. pallidum
ü Microscopia de campo escuro
ü PCR
Serologia
n Testes não treponémicos
o
VDRL (Venereal Disease Research
Laboratory)
RPR (Rapid Plasma Reagin)
n
Testes treponémicos
o
o
o
o
TPHA (T. Pallidum hemabsorption test)
MHA-TP (Microhemagglutination assay for
antibodies to T. Pallidum)
FTA- ABS (Fluorescent treponemal
absorption assay)
SÍFILIS – Diagnóstico
SÍFILIS – Diagnóstico
n
VDRL com titulação de reaginas
§
4 semanas após a infecção
Diagnóstico inicial e follow-up
Diminuição 4X: Tratamento eficaz
Aumento 4X: Re-infecção
§
Falsos positivos
§
§
§
o
o
o
o
o
o
o
Gravidez
Doenças auto-imunes
Toxicodependência
Linfomas
Infecções
Cirrose hepática
Idiopático
SÍFILIS – Diagnóstico
n
TPHA
§
2 semanas após infecção
Confirmação de diagnóstico
Sem utilidade no follow-up
Positivo durante toda a vida
Avaliação qualitativa
§
Falsos positivos raros
§
§
§
§
o
o
o
o
Treponematoses endémicas
Borreliose
Infecção VIH
Doenças auto-imunes
SÍFILIS – Diagnóstico
VDRL
TPHA
FTA-ABS
IgM
Interpretação
-
-
-
Ausência de Infecção ou
período de incubação
+ (> 1:8)
+
+
Sífilis activa
+
-
-
Falso positivo
-
+/-
+
Infecção recente
+ (< 1:8)
+
-
Sífilis latente recente ou
tratada
-
+
-
Sífilis tratada ou Sífilis tardia
ou falso positivo
TERAPÊUTICA
Sífilis recente
▪ Penicilina Benzatínica 2,4 milhões U, IM
n
Se Alergia à penicilina
▪ Doxiciclina 200 mg/dia 14 dias PO
▪ Tetraciclina 500 mg 6/6h 14 dias PO
▪ Eritromicina 500 mg 6/6h 14 dias PO
▪ Ceftriaxone 250 mg/dia 1O dias IM
PENICILINA
Sífilis tardia ou de tempo indeterminado
▪ Penicilina Benzatínica 2,4 milhões U, IM, semanal (3 sem)
n
Se Alergia à penicilina
▪ Doxiciclina 200 mg/dia 21-28 dias PO
▪ Tetraciclina 500 mg 6/6h 28 dias PO
▪ Eritromicina 500 mg 6/6h 28 dias PO
TERAPÊUTICA
Neurosífilis
Penicilina Aquosa G
3-4 UM, ev, 4/4h
10 a 14 dias
Gravidez
Penicilina Benzatínica
2,4 MU/sem, IM,
3 semanas
Se Alergia à penicilina
▪ Dessensibilizar
▪ Azitromicina 500mg/dia (10 d)
CANCRÓIDE
Haemophilus ducreyi
CANCRÓIDE - Epidemiologia
n
n
n
n
Maior prevalência em países subdesenvolvidos
Relativamente raro na Europa (prostituição , toxicodependência…)
Co-factor para transmissão de VIH
Mais frequente no sexo masculino
CANCRÓIDE
n
n
n
n
n
o
o
o
o
Úlcera ou “cancro” mole
Co-infecção com outras IST´s
frequente (T.pallidum, HSV, HIV)
em mais de 10% dos casos
Período de incubação: 3 a 7 dias
Manifestações clínicas: 4º e 7º dia
Úlcera Genital
Única ou Múltiplas (50%)
Dolorosas
Bordos mal definidos e base de
aspecto purulento
Adenopatia inguinal e dolorosa
- Mais frequente nos ♂ (40%)
- > unilateral
- Supuração
CANCRÓIDE
n
n
n
n
Localizações
Sexo masculino:
- Prepúcio, freio
Sexo feminino
- Intróito vaginal, colo uterino,
parede vaginal
- Sintomas + discretos; lesões
múltiplas
Lesões extragenitais pouco
frequentes
CANCRÓIDE
CANCRÓIDE
n
I.
II.
III.
DIAGNÓSTICO PROVÁVEL:
Uma ou mais úlceras genitais dolorosas
Úlceras de aspecto típico na presença de linfadenopatia
Sem evidência de infecção por T.pallidum (serologia negativa
7 dias
após aparecimento de úlcera)
IV.
n
§
§
§
§
Sem evidência de infecção por HSV (PCR)
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Não disponível na maioria dos centros
Exame directo com baixa especificidade e sensibilidade
O diagnóstico definitivo exige a identificação do agente em
meios de cultura específicos (especificidade < 80%)
PCR
CANCRÓIDE
n
§
§
§
§
TRATAMENTO
Ceftriaxone 250mg IM (dose única)
Azitromicina 1g PO (dose única)
Ciprofloxacina 500 mg bid PO, 3 dias
Eritromicina 500 mg qid PO, 7 dias
Resposta ao Tratamento
ü
Melhoria clínica em 3 – 7 dias
ü Tempo de cura depende do tamanho da úlcera e da sua localização (média de 14 dias)
ü Resolução de adenopatia inguinal mais lenta
ü Menor resposta ao tratamento em doentes HIV e não circuncisados
HERPES GENITAL
Herpes simplex vírus
tipo I e II
HERPES SIMPLES 1 E 2
§ Infecções
ü Orolabiais
- HSV-1
ü Genitais
- HSV-2:70-90%
- HSV-1: 10-30%
§ Crianças – Assintomáticas (HSV1:80-90%)
§ Ac HSV-2 raramente antes da adolescência
§ 20-40 anos: 90% Ac HSV-1
HERPES GENITAL
Infecção mucocutânea 1ª
n
n
n
n
IST muito comum
↑ risco se imunodeficiência
HSV-1 (10-30%) /HSV-2 (8090%)
Período de incubação: 3 a 7 dias
Pródromos
n Infecção primária/ Recorrência
n Transmissão em períodos
- Sintomáticos
- Assintomáticos (70-80%)
Gânglios
Latência
n
Recorrência
Reactivação
HERPES GENITAL
n
n
n
n
n
n
Maior gravidade clínica
Vesículas circunscritas à
vesiculopústulas à ulceração
Linfadenopatia local dolorosa
Corrimento/dor/disúria
Sintomas sistémicos
Cura em 2-3 sem
HERPES GENITAL
ELIMINAÇÃO ASSINTOMÁTICA
ü
O potencial de transmissão é contínuo
ü
Assintomáticos infectados eliminam o vírus 120 dias/ano
ü
Regras de prevenção ???
HERPES GENITAL
Risco de transmissão vertical e herpes neonatal
Primo-infecção
30-50% no 1º e 2º trimestre
Infecção recorrente
1-3%
Administração contínua de aciclovir nas últimas 4
semanas previne recorrências e parto pré-termo
HERPES GENITAL
§
DIAGNÓSTICO ESSENCIALMENTE CLÍNICO
Avaliação Laboratorial:
§
Cultura Viral
§
Esfregaço de Tzank
§
Imunofluorescência directa
§
Serologias (Western Blot)
§
PCR
HERPES GENITAL
Primário
Aciclovir
Valaciclovir
Duração de
terapêutica
n
400 mg, 3X/d
200 mg 5X/d
n
n
n
Recorrência
Supressão
n
400 mg, 3X/d
200 mg 5X/d
1 g 2X/d
n
500 mg 2X/d
n
10 dias
n
5 dias
n
n
n
400 mg 2X/dia
500 mg/dia
( <10 episódios)
n 1g/dia
(>10 episódios)
6 meses
LINFOGRANULOMA VENÉREO
Chlamydia trachomatis (L1 a L3)
LINFOGRANULOMA VENÉREO
§ Doença de Nicholas-Favre; Bubo
§ Causa pouco frequente de úlcera genital
§ Endémica em países tropicais
Clínica
§ Úlcera transitória indolor (3 a 12 dias)
§ Síndrome Inguinal
§ Síndrome ano-genital-rectal
TRATAMENTO
≥ 3 semanas
Doxiciclina 100mg, po, bid
DONOVANOSE
(Granuloma Inguinal)
Klebsiella granulomatis
DONOVANOSE
n
n
n
n
Klebsiella granulomatis
anteriormente conhecida como
Calymmatobacterium
granulomatis
Endémica em zonas tropicais e
países subdesenvolvidos (África,
Caraíbas, Sul Ásia, Brasil)
Na Europa e EUA: rara
(viajantes)
Período de incubação variável
(1 semana a 3 meses)
DONOVANOSE
CLÍNICA
n Pápula/nódulo indolor ®
coalescência
n Tendência para hemorragia
n Lesões inguinais (20%)
n Lesões extragenitais
(autoinoculação/ disseminação)
n
Variantes:
- Hipertróficas
- Necróticas
- Esclerosantes
DONOVANOSE
ÚLCERAS GENITAIS
Diagnóstico Diferencial
Sífilis
Cancróide
INCUBAÇÃO
ÚLCERA
2 a 3 semanas
Consistência dura,
fundo limpo, única,
indolor
Bilaterais e
indolores
3 a 10 dias
Consistência mole,
purulenta,
múltiplas, dolorosa
Unilateral,
dolorosa,
supurativa
Vesículas e
erosões, AP de
herpes, dolorosa
Variável
Indolor e
transitória
(herpetiforme)
Unilateral,
dolorosa e
supurativa
Crónica, fundo
friável,
indolor/dolorosa
Variável
Herpes Genital
3 a 7 dias
Linfogranuloma
venéreo
3 a 12 dias
Donovanose
2 a 12 semanas
ADENOPATIAS
CLASSIFICAÇÃO - Clínica
URETRITES E CERVICITES
n
§
§
§
§
URETRITE
Inflamação da uretra masculina ou feminina
Exsudação, prurido ou disúria
No sexo feminino, a infecção uretral coexiste com a infecção do
colo uterino (endocolo) e da bexiga (cistite)
Infecções assintomáticas comuns
Critérios diagnósticos de Uretrite
• Exsudado mucopurulento/purulento
• Exsudado uretral em coloração de Gram com PMN ≥ 5 (1000X campo)
• Análise de urina com PMN ≥ 10/ 400X campo em sedimento centrifugado ou teste de
esterase leucocitária + na urina
n
§
CERVICITE
Infecção da uretra com exsudado mucopurulento endocervical
URETRITES E CERVICITES
AGENTES ETIOLÓGICOS MAIS FREQUENTES
n
n
GONOCÓCICAS
- Neisseria gonorrhoeae
NÃO GONOCÓCICAS
- Chlamydia trachomatis
- Mycoplasma genitalium
- Trichomonas vaginalis
- Vírus herpes simplex
GONORREIA
Neisseria gonorrhoeae
GONORREIA
n
n
Manifestações clínicas variadas
Período de incubação curto ( 2 a 6 dias)
Sexo
masculino
§ Assintomática 10%
§ Uretrite aguda
§ Disúria localizada ao meato ( 1ª micções do dia +++)
§ Exsudado purulento, abundante, que surge espontaneamente
§ Complicações: Epididimite, Prostatite aguda ou crónica
§ Assintomática 50%
§ Exsudado vaginal, disúria, hemorragia intermenstrual ou
coitorragia
§ Obs: exsudado mucopurulento e hemorragia endocervical
Sexo feminino
§Complicações: DIP, Infertilidade, Complicações da gravidez
GONORREIA
INFECÇÃO GONOCÓCICA DISSEMINADA
n
1-3%
n
TRÍADE CLÁSSICA
Artrite
Lesões cutâneas (40-70%)
Tenosinovite
n
Febre e calafrios
n
n
n
URETRITES/CERVICITES
NÃO GONOCÓCICAS
Chlamydia trachomatis
URETRITE / CERVICITE
Chlamydia trachomatis
n
n
n
É a IST mais frequente
Tempo de incubação 1 a 5 semanas (2 semanas)
Co-infecção com N. gonorrhoeae frequente
Sexo
masculino
§ Assintomática 50%
§ Exsudado mucoso (escasso)
§ Disúria
§ Complicações: Epididimite, Prostatite aguda ou crónica
Sexo feminino
§ Assintomática 80%
§ Exsudado mucoso endocervical
§ Complicações +++: DIP (é a causa + frequente); Infertilidade
URETRITE / CERVICITE
Na presença de uretrite/cervicite
Pesquisa de C. trachomatis e N.gonorrhoeae
n
DIAGNÓSTICO
§
Exame directo do exsudado
- Gram/Azul de metileno
- Detecção de diplococos intracelulares na Gonorreia
§
§
Cultura (N. gonorrhoeae)
PCR (urina, zaragatoa vaginal)
URETRITE / CERVICITE
n
TERAPÊUTICA
Tratamento
Gonorreia
Recomendado
Ceftriaxone 250 mg
IM (dose única)
n Cefixima 400 mg
(dose única)
n Tratar C. trachomatis,
se não tiver sido
excluída
Alternativas
Adaptado de CDC 2007
n
Espectinomicina 2g IM
(dose única)
n Cefotaxime 500mg, IM
n
Uretrite não
gonocócica
Azitromicina 1 g,
po, dose única
n Doxiciclina 100mg
2X/d (7 dias)
n
Eritromicina base,
500mg, po, 4X/d
(7 dias)
n Ofloxacina 300 mg,
po, 2X/d (7 dias)
n Levofloxacina 500
mg/d (7 dias)
n
Cervicite
(tx empírico)
Azitromicina 1 g,
po, dose única
n
Doxiciclina 100mg
2X/d (7 dias)
n
CLASSIFICAÇÃO - Clínica
CONDILOMAS GENITAIS
Vírus do Papiloma Humano
(VPH)
CONDILOMAS GENITAIS
n
n
n
n
n
n
n
n
n
Vírus do Papiloma Humano (VPH)
VPH 6 e 11 (+ frequentes)
VPH 16, 18, 31,33-35 (potencial
oncogénico)
Transmissão
IST:1 a 2% da população
sexualmente activa
Transmissão vertical
Infecções sub-clínicas (40%)
Frequentemente assintomática
Elevadas taxas de recorrência após
tratamento (20 a 95%)
CONDILOMAS GENITAIS
CLÍNICA
n Pápulas pequenas
planas/hemisféricas de superfície
irregular
n Confluência em placas ou
vegetações
n Superfície papilomatosa irregular
n Maceração frequente
Localizações
n Genitais externos, períneo, região
perianal, pregas inguinais, região
púbica
n
ü
n
ü
Sexo masculino:
Glande, freio e sulco balanoprepucial (++)
Sexo feminino
Fúrcula, pequenos e grandes lábios (++)
CONDILOMAS GENITAIS
CONDILOMAS GENITAIS
n
n
n
n
n
n
ü
ü
ü
ü
Complicações
Potencial oncogénico
> risco se imunodeficiência
Forte associação de VPH´s de alto
risco com neoplasia do colo do útero
Neoplasia da vulva, pénis e anal
Tumor Bushke-Lowenstein
VPH 6 e 11
Grandes dimensões
CEC de baixa malignidade
Localmente invasivo
CONDILOMAS GENITAIS
n
n
n
n
n
n
n
n
n
n
n
n
DIAGNÓSTICO
Clínico
Aplicação de ácido acético
Histologia
PCR
Diagnóstico Diferencial
Condiloma lata
Pápulas perladas da glande
Glândulas sebáceas
Líquen plano
Fibromas
Queratoses seborreicas
CONDILOMAS GENITAIS
Tratamento
n
Regressão espontânea
n
n
n
n
n
n
n
n
n
n
n
n
Terapêuticas Químicas
Ácido tricloroacético 80 a 90%
Resina de Podofilino 10 a 25%
Podofilotoxina 0,5%
Terapêuticas Destrutivas
Crioterapia
Electrocirurgia
Curetagem
Excisão
Laser CO2
Imunoterapia
Imiquimod 5% creme
ü
3x/semana à noite; 16 semanas
> resposta no sexo feminino e em
homens não circuncisados
n
Interferão
ü
n
n
Vacinação
Gardasil ®
ü
(VPH 6,11,16,18)
↓ risco de aquisição de infecção e
doença clínica
n
Cervarix ®
ü
ü
ü
VPH 16 e 18
↓ risco de cancro do colo de útero
MOLUSCO CONTAGIOSO
Vírus Molusco Contagioso (Poxvirus)
MOLUSCO CONTAGIOSO
n
n
n
n
n
n
Doença comum e benigna da infância
Jovens adultos: Transmissão sexual
Pápula firme e umbilicada
Cor rosada ou branco pérola
Conteúdo gelatinoso (corpo do molusco)
Área genital
ü
região púbica
pregas inguinais
coxas
n
Fenómeno de Koebner
ü
ü
n
n
Autoinoculação frequente (tricotomia)
Quadros clínicos exuberantes em VIH+
MOLUSCO CONTAGIOSO
MOLUSCO CONTAGIOSO
n
n
Diagnóstico essencialmente clínico
Tratamento
ü Espressão
ü Curetagem
ü Crioterapia
ü Ácido tricloroacético (TCA)
ü Resina de podofilino
ü Imiquimod creme
Dúvidas…
INFESTAÇÕES
Sara Lestre, André Lencastre
Serviço de Dermatologia, Hospital Sto António dos Capuchos
Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa
INFESTAÇÕES
ESCABIOSE
PEDICULOSE
ESCABIOSE
ESCABIOSE
n
n
n
n
n
n
n
n
n
n
n
Sarcoptes scabiei hominis
Hospedeiro: Homem
Epidemiologia
Muito frequente
Variação sazonal (Outono/Inverno > Verão)
Crianças e Idosos
Factores de Risco
< 15 anos de idade
Famílias com muitas crianças
Partilha de vestuário
Comunidades
Ciclo de vida
n
Ovos: 3 a 4 dias
n
Larvas e Ninfas: 10 dias
n
Adulto
ESCABIOSE
DIAGNÓSTICO
n
Anamnese
ü
Prurido generalizado
Agravamento nocturno frequente
Contactos próximos com sintomas semelhantes
Estadia recente em hospital, lar …
Profissão: Profissionais de saúde ++
n
Observação clínica
ü
ü
ü
ü
ü
ü
ü
ü
Galerias (patognomónicas)
Pápulas
Nódulos
Vesículas
§ Axilas
§ Cotovelos e punhos
§ Aréola mamária
§ Região periumbical
ü
ü
ü
Lesões de coceira
Impétiginização
Eczematização
§ Pénis, escroto
§ Região glútea
§ Espaços interdigitais
ESCABIOSE
ESCABIOSE
ESCABIOSE
ESCABIOSE
CRIANÇAS
n
n
n
Face
Couro cabeludo
Palmas e plantas
ESCABIOSE INFANTIL
ESCABIOSE
n
n
n
Sarna Norueguesa ou Crostosa
Rara
Doentes com Imunodeficiência
n
Lesões com grande quantidade de
parasitas; Elevada contagiosidade
Pápulas hiperqueratósicas
Crostas
Tendência para a eritrodermia
n
Localizações predominantes:
n
n
n
ü
ü
ü
ü
ü
ü
ü
dorso das mãos
antebraços
joelhos
face
couro cabeludo
pavilhões auriculares
pescoço
ESCABIOSE
DIAGNÓSTICO
n
Anamnese
n
Quadro Clínico
n
n
Pesquisa do Parasita
Método de raspagem
ESCABIOSE
PRINCÍPIOS GERAIS DE TRATAMENTO
n
Tratar simultaneamente todos os contactos
n
Instruções correctas e pormenorizadas ao doente
n
n
n
Aplicação do produto tópico na totalidade do tegumento (nas
crianças, inclui face e couro cabeludo)
Não repetir o tratamento apenas por persistência do prurido
(prurido pós-escabiótico)
O tratamento deve ser precedido e completado por banho de
limpeza e mudança de roupa (lavada a temperaturas elevadas
ou armazenadas num saco)
ESCABIOSE
n
TRATAMENTO
TERAPÊUTICA
ADMINISTRAÇÃO
EFEITOS
ADVERSOS
EFICÁCIA
Permetrina 5%
creme
Aplicação única à noite
no dia 1 e 8
Prurido
Bem tolerada
Boa
Benzoato de
benzilo 10 a 25%
Aplicação em 3 dias
consecutivos
Eczematização e
prurido
Moderada (pouco
estudada)
Crotamiton 10%
Aplicação em 2 a 5 dias
consecutivos
Efeito
antipruriginoso
Baixa
Lindano
Aplicação única à noite
no dia 1 e 8
Neurotoxicidade, CI
na gravidez
Baixa
Resistências comuns
Ivermectina
(250-400μg/kg)
Dose única oral
Pode ser repetida após
10 a 14 dias
Evitar < 15Kg e na
gravidez
Excelente
PEDICULOSE
PEDICULOSE CAPITIS
n
Pediculus humanus capitis (piolho)
n
Hospedeiro: Homem
n
n
n
n
n
n
n
n
n
Muito frequente
Surtos epidémicos
Crianças > adultos
Transmissão:
Contacto directo interpessoal
Uso de utensílios contaminados
Factores de risco
Aglomerados populacionais ( pe, escola)
Características físicas pouco importantes (pe.
cor e comprimento do cabelo, higiene, classe
social)
PEDICULOSE CAPITIS
Ciclo de vida
ü Ovos: 7 a 10 dias
ü Ninfas: 7 a 10 dias
ü Adulto fêmea/macho: 20 a 30 dias
PEDICULOSE CAPITIS
CLÍNICA
n
n
n
n
n
Prurido do couro cabeludo (++)
> zona occipital e temporal
Infecção folicular na região occipital e face
posterior do pescoço
Impétiginização 2ª
Adenopatias inflamatórias cervicais e
occipitais
n
Piolhos (difíceis de observar)
n
Cor castanho-acinzentada; cerca de 2,5mm
n
Ovos (Lêndeas)
n
n
Cor branca-nacarada; cerca de 0,8 mm
Aderentes à haste capilar
PEDICULOSE CAPITIS
DIAGNÓSTICO
n
Inspecção clínica
n
Piolhos vivos
n
Ovos na haste capilar
n
A presença de lêndeas vazias é sinal de
infecção passada
PEDICULOSE CAPITIS
TRATAMENTO
n
n
n
n
n
n
n
n
n
n
n
n
Pediculocidas
Permetrina 1%
Piretrina
Carbaril 0.5%
Lindano 1% (não recomendado)
Resistências; Eczema irritativo
Compostos físicos
Produtos siliconados (asfixia?)
Taxa de cura 70%; sem resistências
Pente fino
Barato
Demorado
PEDICULOSE CAPITIS
TRATAMENTO
n
n
n
n
Inspeccionar todos os contactos
próximos (agregado familiar, amigos e
colegas)
Apenas as pessoas com doença devem
ser tratadas
Reinspeccionar:
- Após 7 dias: se +, tratar novamente
- Após 14 dias: se +, tratar novamente
Lavagem de objectos (pentes, chapéus)
em água quente
PEDICULOSE PÚBICA
n
n
n
n
n
n
n
n
Phthirus pubis
Transmissão sexual
Morfologicamente diferente
Mais curto, largo e achatado
Região púbica
Face interna e superior das coxas
Axilas
Pestanas
PEDICULOSE PÚBICA
CLÍNICA
n Prurido na área genital e genitocrural
n Manchas azuladas, pequenas e
arredondadas
DIAGNÓSTICO
n Inspecção clínica (deve ser completa)
n Presença de parasitas
PEDICULOSE PÚBICA
TRATAMENTO
§ Antiparasitários ( semelhante à pediculose capitis)
§ Nas pestanas: aplicação de pomada oftálmica 2x/dia durante 10 dias
PEDICULOSE CORPORIS
n
n
n
n
n
n
n
n
n
Pediculus humanus corporis
Indigentes
Condições socio-económicas precárias
Falta de higiene
Vectores primários de doenças
provocadas por Rickettsias
Vestuário contaminado
Prurido ++
Dorso, pescoço, ombros, cintura
Máculas, pápulas, escoriações,
hiperpigmentação crónica
n
Visualização do parasita e dos seus
ovos nas costuras da roupa
n
Tratamento: Higiene e lavagem da
roupa
Download