avaliação dos métodos famacha e opg no controle

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI
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AVALIAÇÃO DOS MÉTODOS FAMACHA E OPG NO CONTROLE DE
VERMINOSES GASTRINTESTINAIS EM OVINOS MESTIÇOS NA FASE DE CRIA
E RECRIA
Johnny Iglesias Mendes Araujo (bolsista do ICV), Carlo Aldrovandi Torreão Marques
(Orientador, Depto de Zootecnia – UFPI)
RESUMO
O trabalho objetivou-se avaliar a influência da categoria animal sobre a infecção natural de helmintos
gastrintestinais. O trabalho foi conduzido na Unidade de Pesquisa de Pequenos Ruminantes do
Campus Professora Cinobelina Elvas da Universidade Federal do Piauí, Bom Jesus-PI. Foram
utilizados 12 ovinos mestiços (Dorper x Santa Inês e Dorper x Morada Nova) na fase de cria e recria.
Inicialmente os animais foram pesados e receberam medicação anti-helmíntica a base de disofenol.
Foram avaliados os Parâmetros como peso vivo (PV), a contagem de ovos por gramas de fezes
(OPG), o método FAMACHA® (escala de um a cinco), o volume globular (VG) e a proteínas
plasmáticas totais (PPT). Os resultados revelaram que, houve diferenças significativas (P<0,05) para
o PV entre as fases com maior valor para recria de 21,38 Kg. A contagem de OPG das categorias
avaliadas não diferiu (P>0,05) entre se. Para o método FAMACHA, os valores médios da manhã
foram de 2,75 para cria e de 2,45 para recria, evidenciando diferença (P<0,05) entre respectivos os
valores. No que desrespeito ao VG, constatou-se diferença (P<0,05) entre o turno da manhã obtendose médias de 30,04 % e 28,45 % para os cordeiros nas fases de cria e recria, respectivamente.
Porem, durante a tarde não houve diferença (P>0,05) entre as mesmas fases com valor médio de
28,29 %. Já a PPT, observou-se também que houve diferenças (P<0,05) entre as fases de cria e
recria com valores médios durante a manhã que foram de 5,65 g - dL e durante a tarde 6,12 g – dL. O
método Famacha e avaliação do volume globular se mostraram eficientes no controle das verminoses
gastrintestinais nas categorias estudadas.
Palavras–chave: Ampola retal. Mucosa conjuntival. Volume globular.
INTRODUÇÃO
As verminoses gastrintestinais em ovinos são responsáveis por enfermidades que se
encontram entre as maiores causas de redução de produtividade, mortalidade e perdas econômicas,
dentre estas o Haemonchus sp. vem sendo relatado como o mais prevalente entre os nematódeos
gastrintestinais predominantes nas regiões nordeste e sul do país (MELO et al., 2009).
Todos os ovinos que são criados ou mantidos em sistemas de pastejo e confinamento estão
expostos a helmintos e, dependendo do grau de infecção, irão comprometer o desenvolvimento
produtivo dos mesmos, ocasionando perdas econômicas significativas para os ovinocultores. Sendo
assim, o trabalho objetivou-se avaliar a influência da categoria animal sobre a infecção natural de
helmintos gastrintestinais em ovinos mestiços (Dorper x Santa Inês e Dorper x Morada Nova) na fase
de cria e recria, em Bom Jesus-PI.
METODOLOGIA
O trabalho foi conduzido na Unidade de Pesquisa de Pequenos Ruminantes do Campus
Professora Cinobelina Elvas da Universidade Federal do Piauí, Bom Jesus-PI (09° 04' 28" latitude Sul
e 44° 21' 31" longitude oeste) a uma altitude de 277 m. Foram utilizados 12 ovinos mestiços (Dorper x
Santa Inês e Dorper x Morada Nova) na fase de cria e recria (seis repetições).
Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado, aplicando-se o teste de Tukey a 5%
de probabilidade. Inicialmente os animais foram pesados e receberam medicação anti-helmíntica a
base de disofenol (dose conforme indicação do fabricante). O acompanhamento do PV foi realizado
semanalmente ao longo do período experimental que ocorreu durante o período chuvoso entre os
meses de abril a junho de 2012.
Para determinação do volume globular (VG) e proteínas plasmáticas totais (PPT), foram
realizadas coletas de sangue por punção da veia jugular, a cada quinze dias e divididas em dois
momentos às 07:00 e às 14:00 h ao dia (totalizando seis coletas), por meio de tubos a vácuo
contendo EDTA. As amostras de sangue foram colocadas em tubos capilares, centrifugadas no
microhematócrito determinando-se o VG. Posteriormente os tubos capilares foram fracionados para
obtenção de uma gota do plasma e analisada em refratômetro para determinar as PPT. O método
FAMACHA® (escala de um a cinco) foi realizado nos horários das coletas de sangue analisando a
mucosa conjuntival de todos os ovinos. Para os exames parasitológicos as coletas de fezes foram
feitas diretamente da ampola retal a cada quinze dias em sacos plásticos para a contagem de ovos
por gramas de fezes (OPG). Os cordeiros foram mantidos em sistema semi-intensivo, com pastagem
de Andropogon gayanus recebendo suplementação diária concentrada peletizada com 18% de
proteína bruta com base em 1,0 % do peso vivo (PV). Como ferramenta de auxílio às análises
estatísticas, utilizou-se os procedimentos GLM do Programa estatístico SAS (2002).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Tabela 1 estão descritos os valores médios dos parâmetros avaliados para as fases cria e
recria. Observou-se que houve diferenças (P<0,05) para o peso vivo (PV) entre as fases com maior
valor para recria de 21,38 Kg, como já é esperado e menor valor para a cria de 12,88 Kg.
Tabela 1- Valores médios obtidos para peso vivo, contagem de ovos por grama de fezes (OPG), grau
Famacha de ovinos mestiços na fase de cria e recria
Parâmetros Avaliados
CRIA
RECRIA
CV %
Peso Vivo kg (PV)
OPG
Famacha (Escala1- 5) – manhã
b
12,88
a
3,44
a
2,75
a
21,38
a
3,34
b
2,45
23,81
190,05
18,38
a
a
Famacha (Escala 1- 5) - tarde
2,70
2,70
21,31
a
b
Volume globular (%) – manhã
30,04
28,45
9,96
a
a
Volume globular (%) – tarde
28,72
27,87
12,90
b
a
Proteína plasmática (g/dL) – manhã
5,65
6,12
9,72
b
a
Proteína plasmática (g/dL) – tarde
5,62
6,12
9,12
* Letras minúsculas iguais nas linhas não diferem pelo teste Tukey a 5% de probabilidade
Notou-se ainda na Tabela 1 que, a OPG dos animais na fase de cria tendeu a ser maior do
que a dos animais de recria, fato que se inter-relaciona com os padrões de Famacha encontrados
pela manhã. Entretanto, a contagem de OPG das categorias avaliadas não diferiu (P>0,05).
Para o método FAMACHA (Tabela 1), os valores médios da manhã foram de 2,75 para cria e
de 2,45 para recria, evidenciando diferença (P<0,05) entre respectivos os valores. Onde os cordeiros
de menor idade e consequentemente um menor desenvolvimento do sistema imunológico
apresentaram maior grau de infecção, tendo em vista ainda, que os animais com menor carga
parasitária não apresentaram um quadro anêmico, enquanto que durante a tarde o valor médio foi de
2,70 (P>0,05). Neste mesmo turno, os animais apresentaram-se dentro dos limites aceitáveis para o
grau de infecção parasitária estabelecidos pelo método Famacha que é de 3 numa escala de 1 a 5.
Os animais jovens têm grande susceptibilidade à verminose, que diminui progressivamente com o
avanço da idade (SCHALLIG, 2000). No que desrespeito ao VG na Tabela 1, constatou-se diferença
(P<0,05) entre o período da manhã obtendo-se médias de 30,04 % e 28,45 % para os cordeiros nas
fases de cria e recria, respectivamente. Porem, durante a tarde não houve diferença (P>0,05) entre
as mesmas fases com valor médio de 28,29 %. Já para as concentrações de PPT, observou-se
também que houve diferenças (P<0,05) entre as fases de cria e recria com valores médios durante a
manhã que foram de 5,65 g - dL e durante a tarde 6,12 g - dL.
CONCLUSÃO
Portanto, conclui-se que os cordeiros na fase de cria são mais susceptíveis as
endoparasitoses, onde o método Famacha e avaliação do volume globular se mostraram eficientes
no controle das verminoses gastrintestinais nas categorias estudadas.
APOIO
Ao BNB e ao CNPq pelo suporte á execução da pesquisa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MELO, A. C. F. L.; BEVILÁQUA, C.M.L.; REIS, I.F. Resistência aos anti-helmínticos benzimidazóis
em nematódeos gastrintestinais de pequenos ruminantes do semi-árido nordestino brasileiro. Ciência
Animal Brasileira, v. 10, p. 294-300, 2009.
SAS – STATICAL ANALYSYS SYSTEM. Version 9.0. Cary: SAS Institute. 2002. CD-ROM
SCHALLIG, H. D. F. H. Immunological responses of sheep to Haemonchus contortus. Parasitol, v.
120, p. S63-S72, 2000.
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