DIFERENTES COMPONENTES DO SUBSTRATO PARA O DESENVOLVIMENTO DO TOMATE (Lycopersicon esculentum) 1 GOMES, Maraíne Corrêa 2 ALMEIDA, Ingridi Carla 3 NOGUEIRA, Luiz Cláudio A. ¹ Aluna do curso de Agronomia da Associação Cultural e Educacional de Itapeva Faculdade de Ciência Sociais e Agrárias 2 Aluna do curso de Agronomia da Associação Cultural e Educacional de Itapeva Faculdade de Ciência Sociais e Agrárias 3 Professor Dr. orientador da Associação Cultural e Educacional de Itapeva Faculdade de Ciência Sociais e Agrárias RESUMO: Este trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência de misturas de diferentes componentes do substrato para o desenvolvimento do tomate (Lycopersicon esculentum). Para isso, foram usadas sementes do cultivar Santa Clara 5800. Estas foram semeadas em bandejas de isopor, com 200 células cada uma. Foram quatro tratamentos em quatro repetições, conduzidos no delineamento inteiramente casualizado. Cada bandeja recebeu os seguintes tratamentos: Tratamento 1(substrato +5% bokashi); Tratamento 2 (50%substrato + 50%composto orgânico), Tratamento 3(substrato + hormônio) e Tratamento 4 (testemunha). Para a obtenção dos resultados, as mudas foram medidas do colo ao meristema apical e do colo a raiz. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparada pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. O tratamento mais eficiente para eficiência de misturas de diferentes componentes do substrato para o desenvolvimento do tomate foi o Tratamento 1 (substrato + bokashi). Palavras-chave: Bokashi, substrato, Lycopersicon esculentum. ABSTRACT: This study aimed to evaluate the efficiency of mixtures of different components of the substrate for the development of tomato (Lycopersicon esculentum). For this, we used seeds of cultivar Santa Clara 5800. These were sown in trays with 200 cells each. There were four treatments in four replications, conducted in a completely randomized design. Each tray received the following treatments: Treatment 1 (substrate Bokashi +5%), Treatment 2 (50% + 50% substrate organic compound), Treatment 3 (substrate + hormone) and Treatment 4 (control). To obtain these results, the seedlings were measured from the apical meristem cervix and cervical root. Data were subjected to analysis of variance and the means compared by Tukey test at 5% probability. The most effective treatment efficiency of mixtures of different substrate components for the development of tomato was Treatment 1 (substrate + bokashi). Key words: Bokashi, Substrate, Lycopersicon esculentum INTRODUÇÃO Alguns nomes comuns locais do A espécie cosmopolita – tomate são: tomate (português, Lycopersicon esculentum, originou- espanhol, se da espécie andina, silvestre – L. francês), tomat (indonésio), faan esculentum var. ceresiforme, que ke’e ( chinês), tomati (africano produz frutos do tipo “cereja”. O ocidental), tomatl (nauatle), jitomate centro primário de origem do (espanhol mexicano), pomodoro tomateiro é um estreito território, (italiano), nyanya (swahili). limitado ao norte pelo Equador, ao O sul pelo norte do Chile, a oeste pelo herbácea, com caule flexível e oceano Pacífico e a leste pela incapaz de suportar o peso dos Cordilheira do Andes (LOPES & frutos e manter posição vertical. STRIPARI, 1998). O tomate tem a Embora sendo planta perene, a sua origem na zona andina de cultura é anual: da semeadura até a América do Sul, mas foi produção de novas sementes, o domesticado no México e ciclo varia de quatro a sete meses, introduzido na Europa em 1544. incluindo-se 1-3 meses de colheita Mais tarde, (FILGUEIRA, 2000). disseminou-se da Europa para a Ásia meridional e oriental, África e Oriente Médio. Mais recentemente, distribuiu-se o tomate silvestre para outras partes da América do Sul e do México. tomateiro é uma solanácea O tomate (Lycopersicon esculentum Mill.) tornou-se num dos legumes mais importantes do mundo. Em 2001, tomate a produção atingiu um mundial do nível de, aproximadamente, 105 milhões de toneladas de frutos frescos A produção de mudas constitui-se produzidos numa área estimada de numa das etapas mais importantes 3,9 milhões de ha. Como se trata de do sistema produtivo hortícola, uma uma vez que dela depende o cultura com um ciclo relativamente curto e de altos rendimentos, a cultura do tomate tem boas perspectivas econômicas e a área cultivada está a aumentar cada dia. O tomate pertence à família das Solanáceas. Esta família inclui também outras espécies conhecidas, como sejam a batata, o tabaco, o pimentão e a berinjela. O consumo dos frutos contribui para uma dieta saudável e bem equilibrada. Estes são ricos em minerais, vitaminas, aminoácidos essenciais, açúcares e fibras dietéticas. O tomate contém grandes quantidades de vitaminas B e C, ferro e fósforo. Consomem-se os frutos do tomate frescos, em saladas, ou cozidos, em molhos, sopas e carnes ou pratos de peixe. Podem ser processados em purés, sumos e molho de tomate (ketchup). Também os frutos enlatados e secos constituem produtos processados de importância econômica. desempenho final das plantas nos canteiros de produção tanto do ponto de vista nutricional, quanto do tempo necessário à produção e, consequentemente, do número de ciclos produtivos possíveis por ano (CARMELLO,1995). Essa produção é altamente dependente da utilização de insumos. Neste contexto, as misturas com substrato é um dos insumos que tem se destacado em importância devido à sua ampla utilização na produção de mudas de hortaliças. O substrato hortícola pode ser conceituado como o meio onde se desenvolvem as raízes das plantas produzidas em sementeiras e/ou viveiros de mudas olerícolas, ornamentais, frutíferas ou silvícolas (CARNEIRO, 1995). Ele deve garantir por meio de sua fase sólida a manutenção mecânica do sistema radicular e estabilidade da planta; da fase líquida o suprimento de água e nutrientes e; da fase gasosa, o suprimento de oxigênio e o transporte de dióxido de carbono entre as raízes e o ar externo (LAMAIRE, 1995). O “substrato 25 % fibra de coco e 25% de casca adequado” deve ser facilmente de eucalyptus), mais a mistura de disponível, ter custo compatível, não cada tratamento. poluir e não possibilitar a introdução Os tratamentos foram os seguintes: e o desenvolvimento de patógenos. Tratamento 1(substrato +5% Deve possuir boa aeração, boa bokashi); Tratamento 2 retenção de água e nutrientes além (50%substrato + 50%composto de permitir drenagem eficiente, orgânico), Tratamento 3(substrato + propiciando, deste modo, maior hormônio) e Tratamento 4 produtividade melhor qualidade de (testemunha). As sementes frutos. O suprimento correto de utilizadas no experimento foram da nutrientes em uma mistura empresa Feltrin, do cultivar Santa adequada de composto orgânico, clara 5800, sendo estas semeadas uso hormônio enraizador e de em bandejas de isopor com 200 bokashi ,poderá viabilizar o uso células, na profundidade de 0.5 cm, deste substrato para a produção de sendo postas duas sementes por tomate e diminuir o tempo das célula da bandeja. Cada bandeja mudas nos viveiros. recebeu os quatro tratamentos. O objetivo deste experimento foi avaliar diferentes componentes do substrato para o desenvolvimento do tomate. As plântulas foram mantidas em MATERIAS E MÉTODOS Os experimentos foram realizados no viveiro da Faculdade de Ciências Sociais e Agrárias de Itapeva FAIT, localizada na Rodovia Álves Negrão SP 258- km 285, no período do dia 23 de março /24 de abril de 2012. Para a produção de mudas de tomateiro, usou-se o substrato comercial (segundo o fabricante constitui-se de mistura de 25% matéria orgânica , 25% vermiculita, estufa, onde a variação de temperatura foi de 27-33o C. A irrigação das bandejas foi feita por aspersores, com início logo após a semeadura, com duas aplicações diárias, sendo uma no início da manhã e outra no fim da tarde. Aos 10 dias após a semeadura foi analisada a variável germinação e, aos 32 dias após a semeadura, o número de folhas, altura das plantas e o tamanho do sistema radicular. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e quatro orgânico] repetições. [substrato + Para a obtenção dos resultados, a unidade experimental foi constituída por dez plantas de cada tratamento, 100% + * hormônio] [testemunha(sem sendo estas medidas do colo ao adição de meristema apical e do colo a raiz. nenhum Os dados obtidos foram submetidos componente)] à análise de variância e as médias *Quantidade indicada pelo produto; - comparada pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO Dia 12 de abril com vinte dias após a emergência das sementes, o tomate com o tratamento 1 (substrato + bokashi), já estava com tamanho vegetativo ideal para ir para o campo, o mesmo não foi conduzido à campo pelo motivo dos demais tratamentos não estarem vegetativamente prontos para Tabela 1- Tratamentos avaliados para os condução à campo diferentes componentes do substrato para o desenvolvimento do tomate, cultivados em estufa, Itapeva-SP, 2012. Pelos resultados analisados, levando em consideração o Tratamento [substrato + % da mistura meristema apical da mesma, 95% + 5% avaliou-se que o tratamento 1 (substrato + bokashi), mostrou –se bokashi] [substrato + composto tamanho da planta, do colo ao 50%+50% mais significativo, comparado com os demais tratamentos 2(50%substrato+50%composto orgânico), 3(substrato + hormônio) e 4(testemunha). Em relação ao tamanho do sistema radicular, pelos resultados analisados, verifica-se que não FONTES, P.C.R.; LOURES, J.L.; GALVÃO, J.C.; CARDOSO, A.A.; MANTOVANI, E.C. Produção e qualidade do tomate produzido em substrato Horticultura Brasileira, Brasília, v.22, n.3, p. 614-619, julhoset 2004. houve diferença estatisticamente dos tratamentos 1(substrato +5% bokashi); 2(50%substrato+50%composto orgânico), 3(substrato + hormônio) e 4(testemunha). A mistura do substrato com o tratamento 1 (substrato +5% LOPES, M.C.; STRIPARI, P.C. A cultura do tomateiro. In: GOTO, R.; TIVELLI, S.W. Produção de hortaliças em ambiente protegido: condições subtropicais. São Paulo: Fundação Editora UNESP, 1998. p.195-223. bokashi) mostrou-se superior aos demais tratamentos, concluindo-se assim, que é uma ótima alternativa de componentes para misturar-se ao substrato para diminuir o tempo de emergência da semente e assim, as mudas irem com menos dias para o campo. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA SILVEIRA, E.B.; RODRIGUES, V.J.L.B.; GOMES, A.M.A.; MARIANO, R.L.R; MESQUITA, J.C.P. Pó de coco como substrato para produção de mudas de tomateiro. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 20, n. 2, p. 211-216, junho 2002. FILGUEIRA, F.A.R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. Viçosa: Editora UFV, 2000. 402 p. EMBRAPA HORTALIÇAS, Sistemas de Produção, jan. 2003. Disponível em: http://sistemasdeproducao.cnptia.e mbrapa.br/FontesHTML/Tomate/To mateIndustrial/expediente.htm. Acesso em: 22 abr. 2012.