G-20, FMI e o erro de política externa de Lula Reinaldo Gonçalves1 A reunião do G-20, concluída em 2 de abril de 2009, é mais um exemplo da irrelevância de reuniões internacionais em tempos de “farinha pouca meu pirão primeiro” e dos erros de política externa do governo Lula. O G-20 foi criado em 1999 e tem como países-membros a locomotiva do sistema econômico internacional, as sublocomotivas, bem como os vagões de 1ª classe e classes inferiores (ver Quadro 1).2 São 19 países e a União Européia tem representação própria. A análise do comunicado final do G-20 mostra que há poucas diferenças marcantes em relação ao comunicado da reunião de 11 de novembro de 2008. Entretanto, há compromissos específicos de fortalecimento de organizações multilaterais retrógradas e imposição a alguns países em desenvolvimento do compartilhamento dos custos de contenção da crise global. E, o que é pior, Lula comete mais um erro de política externa ao concordar com a revitalização das instituições falidas de Bretton Woods. Como a grande maioria dos comunicados finais de reuniões internacionais em momentos de crise, o comunicado de abril do G-20 é repleto de banalidades. Lugares-comuns estão presentes nas diretrizes estratégicas bem como nas promessas de ações futuras. Neste último, não há compromissos específicos que envolvem recursos e cronogramas. O comunicado do G-20 menciona genericamente objetivos de recuperação da confiança e do crescimento econômico, solução da crise financeira, promoção do comércio internacional, e construção de “uma recuperação includente, verde e sustentável”. Estas diretrizes não implicam compromissos políticos de maior relevância. Isto não significa total ausência de acordos. Dentre os acordos que têm compromissos específicos cabe destacar: ajuda externa de US$ 50 bilhões para os países com mais baixo nível de renda e financiamento em termos concessionais de US$ 6 bilhões a partir da venda de ouro que faz parte das reservas do FMI. No que se refere à primeira 1 Professor titular de Economia Internacional da UFRJ e autor do livro (co-autoria com Luiz Filgueiras) A Economia Política do Governo Lula, Ed. Contraponto, 2007. 2 Os documentos do G-20 podem ser encontrados no portal http://www.g20.org/. 1 proposta, parece que os US$ 50 bilhões não implicam acréscimo de ajuda externa e, sim, um novo patamar. Não é revelado o acréscimo relativo, nem metas de ajuda externa referenciadas, por exemplo, ao PIB dos países doadores. Os recursos provenientes do FMI (US$ 6 bilhões) são pouco expressivos para os países em desenvolvimento; na realidade, são ridículos. FMI: vôo de Fênix A revitalização do FMI, apoiada pelo governo brasileiro, significa verdadeiro vôo de Fênix para uma instituição multilateral decadente que estava condenada à extinção. Como Fênix − pássaro da mitologia grega que morre, entra em auto-combustão e, em seguida, renasce das cinzas −, o FMI parece mais uma vez levantar vôo se as medidas destacadas no comunicado do G-20 forem efetivamente implementadas. No comunicado do G-20 há um conjunto específico de compromissos que envolvem diretamente o funcionamento dos sistemas monetário e financeiro internacional. No que se refere ao primeiro, o foco é a ampliação dos recursos do FMI, bem como compromissos em aberto de reforma da governança desta instituição-chave do sistema monetário internacional. Os recursos direcionados ao FMI seriam da ordem de US$ 750 bilhões, sendo que US$ 250 bilhões seriam comprometidos no curto prazo a partir da subscrição do capital do FMI, inclusive, por países em desenvolvimento. Vale notar que a locomotiva (EUA) e as sublocomotivas (com exceção do Japão) não fizeram manifestações explícitas de contribuição. O restante dos recursos (US$ 500 bilhões) seria proveniente da alocação de Direitos Especiais de Saque (DES – moeda escritural do FMI, US$ 250 bilhões) no médio prazo, expansão de linhas de financiamento com subscrição e empréstimos no mercado financeiro internacional. A reforma da governança do FMI seria discutida nos próximos dois anos, dando continuidade a um processo de discussão que tem um quarto de século. O compromisso é discutir propostas no início de 2011. Estes compromissos significam, de um lado, que os países desenvolvidos estão transferindo para os países em desenvolvimento parte dos custos do ajuste que muitos países em desenvolvimento têm que fazer como resultado da crise econômica global. Estes ajustes decorrem também da vulnerabilidade externa de países em desenvolvimento que foi gerada por erros 2 próprios de estratégia e política econômica. Vale notar, entretanto, que boa parte destes erros deriva da aceitação por parte destes países das diretrizes oriundas dos governos dos países desenvolvidos (veja, por exemplo, o famigerado Consenso de Washington) e impostas pelos próprios organismos internacionais como o FMI e o Banco Mundial. Tomemos o exemplo do México, que se tornou um vagão de 5ª classe no sistema econômico internacional a partir da decisão de 1994 de criação do NAFTA (Acordo de Livre Comércio das Américas) que atrelou irremediavelmente a economia mexicana à economia-locomotiva (EUA). Mais uma vez, o México quebra e recorre ao FMI. Exemplo no atacado pode ser dado no caso dos países da Europa Central e Oriental que, após a ruptura do bloco comunista, envolveram-se em trajetórias capitalistas marcadas pela exclusão social, desigualdade econômica e vulnerabilidade externa. Muitos destes (Polônia, Hungria, etc.) já estão “passando o pires” no FMI. De outro lado, alguns países em desenvolvimento estão dispostos a contribuir recursos para o FMI com o intuito de aumentar seu poder de voto na instituição. Lula anunciou que o governo brasileiro estaria disposto a contribuir com US$ 10 bilhões, mais de 5% das reservas internacionais do país. O objetivo desta contribuição seria, além do aumento do poder de voto, influenciar na reforma do FMI no sentido de “democratizar” o processo de decisão e flexibilizar o sistema de condicionalidades associado aos empréstimos do Fundo. Governo Lula: mais um erro na política externa A estratégia do Governo Lula deve ser criticada a partir de inúmeros argumentos. O primeiro é o custo de oportunidade do uso de US$ 10 bilhões. É evidente que o país tem um conjunto imenso de oportunidades de investimento com benefício social muito maior do que algum benefício derivado da subscrição de cotas do FMI. O segundo argumento é que a eventual contribuição de US$ 10 bilhões não implica ganho significativo de poder de voto do Brasil. Atualmente, o Brasil, tem 1,38% dos votos do FMI pois o país tem US$ 4,5 bilhões do capital do 3 Fundo (total de US$ 321 bilhões). Ademais, não faz sentido adquirir mais poder de voto em uma instituição falida. O terceiro argumento é que as instituições de Bretton Woods, com destaque para o FMI, estão senis. Há décadas, inúmeras têm sido as manifestações para o fechamento do FMI. Dentre as mais recentes, vale destacar a do prêmio Nobel, Edward Prescott, legítimo representante do mainstream e do establishment (ver Quadro 2). O fechamento do FMI (e também do sistema Banco Mundial) vem acompanhado, por exemplo, da proposta de que os recursos destes organismos caquéticos seriam transferidos para um Fundo de Desenvolvimento Mundial, fora do controle dos governos, para financiar projetos com impacto social e focados nos interesses da classe trabalhadora. Há praticamente consenso mundial a respeito da ineficácia do FMI (Leaver e Seabrooke, 2000, p. 97). Conforme afirma um economista norteamericano: "O Fundo está sob ataque tanto dos países do Norte quanto do Sul. No Sul ele é visto como 'guardião dos interesses dos credores internacionais', visto que impõe políticas sobre os governos dos países do Sul, políticas essas que não somente causam devastação social mas também solapam as bases do desenvolvimento econômico." (Evans, 2002). Esse autor afirma, ainda, que nos países do Norte, o Fundo é visto como responsável por práticas que induzem ao "risco moral", ou seja, governantes abusam de políticas irresponsáveis e oportunistas que geram crise cambial e, como mecanismo de proteção, recorrem ao FMI. O resultado dos fatos acima é que "a menos que o FMI seja bem sucedido no sentido de redefinir seu papel de forma a gerar maior legitimidade política, o Fundo está em perigo de se tornar marginalizado, tanto econômica como politicamente." (Ibid). Na realidade, há décadas acumulam-se críticas quanto à atuação do FMI (Killick et al, 1984; Eshag, 1983). O fato é que há consenso a respeito do mal funcionamento do Banco Mundial e, principalmente, do FMI (Cavanagh et al, 1994; IFG, 2002). Atualmente, há três visões distintas sobre o futuro das instituições “caquéticas” de Bretton Woods (Gonçalves, 2005). A primeira é a chamada visão da extinção pela senilidade que, de modo geral, é encontrada nos Estados Unidos e da Europa. Segundo esta visão, o 4 FMI e o Banco Mundial são organizações que criam mais problemas do que resolvem e custam recursos escassos dos contribuintes europeus e norteamericanos. Ao fim e ao cabo, estes recursos são usados para resgatar elites incompetentes e corruptas de países em desenvolvimento. Neste sentido, a implicação básica é deixar estas organizações morrerem à mingua ou caírem de podre, deixadas ao seu próprio destino medíocre. Na medida em que os efeitos negativos das políticas, principalmente, do FMI tornam-se mais evidentes, um número cada vez menor de governos tenderá a usar os seus recursos ou, então, a clientela do FMI tenderá a ser marcada pelas síndromes de "latino-americanização" ou "africanização". Essas síndromes caracterizam-se por crises cambiais e sistêmicas recorrentes. Dentre os defensores desta visão estão, por exemplo, figuras políticas vinculadas ao Partido Republicano nos Estados Unidos. Entretanto, quando esse partido chega à Casa Branca, suas lideranças descobrem que o FMI e o Banco Mundial são instrumentos de política econômica externa. Isto é, essas instituições multilaterais são usadas para “enquadrar” países em desenvolvimento mergulhados em crises cambiais. O governo democrata de Obama, por seu turno, parece ter aprendido com os republicanos, inclusive, aqueles que fazem parte do seu governo. A segunda visão é o da reforma turbinada. A idéia central é afrouxar o sistema de condicionalidades do Banco Mundial e do FMI, bem como ampliar os recursos com base na maior contribuição dos países desenvolvidos e na criação de moeda internacional (Direitos Especiais de Saque). Mudanças nas condicionalidades contemplariam a criação de linhas de crédito automático (emergenciais), esquemas de perdão de dívida e flexibilização das metas fiscais dos programas do FMI como, por exemplo, a dedução dos investimentos em infra-estrutura. Essa é a posição de inúmeros países em desenvolvimento com relação a reforma do FMI. O governo Lula tem seguido essa posição que, aliás, já foi manifestada por outros governantes brasileiros (Valor, 2 de setembro de 2004, p. C1). Também seguem esta visão aqueles que defendem a inclusão de metas sociais nos acordos do FMI que seriam, na realidade, políticas compensatórias orientadas, por exemplo, para o combate à pobreza. Entretanto, o afrouxamento das condicionalidades pode ser lido, de modo geral, como a 5 manutenção de exigências básicas relativas à liberalização e desregulamentação. Os principais defensores destas idéias são alguns governos dos países em desenvolvimento, bem como as autoridades de organismos internacionais nos quais esses governos têm alguma influência (e.g., CEPAL e UNCTAD). A terceira visão, que pode ser denominada de ruptura institucional, parte do reconhecimento de que o FMI e o Banco Mundial têm problemas sérios e sem solução. Antes de tudo, deve-se chamar atenção para o erro de concepção. No caso do FMI, trata-se do viés recessivo dos programas de ajuste, bem como da condicionalidade de abertura da conta de capital. No caso do Banco Mundial trata-se da natureza do programa de ajuste estrutural, que exige políticas e reformas orientadas para o livre funcionamento das forças de mercado. Estes são pecados capitais (Chang, 2004). Ademais, tanto o FMI como o Banco Mundial são instrumentos de política externa dos países desenvolvidos, em geral, e dos Estados Unidos, em particular. Documento recente do Congresso dos EUA (Government Accountability Office, GAO) mostra evidências conclusivas a respeito da intervenção do governo estadunidense no FMI. Segundo esse documento "nada menos do que 67 diretrizes básicas, ditadas pelo governo americano, servem hoje como referência à concessão de empréstimos pelo Fundo." (O Globo, 14 de julho de 2004, p. 21). E mais: "o Departamento do Tesouro continua a manter um processo formal para avançar nas políticas dos EUA no Fundo. Uma força-tarefa do Tesouro facilita a coordenação entre o Tesouro e o diretor-executivo dos EUA (no Fundo) e identifica antecipadamente oportunidades para influenciar decisões dos membros do Fundo." O documento afirma que "quando o Fundo planeja enviar uma missão a um país, como parte das negociações para um novo programa, ou para uma revisão econômica, funcionários do Tesouro dos EUA se reúnem com técnicos do Fundo encarregados da missão para discutir detalhes - leia-se, as condicionalidades." Além disso, "cada vez mais o FMI se intromete e passa a exigir providências, em troca de um empréstimo, em áreas que pouco, ou quase nada, têm a ver com o desempenho econômico de uma nação - como a política nuclear e a de direitos humanos, além de dar palpites na política de exportações e também no setor trabalhista." (Ibid). 6 Lula: o Yorick do G-20 No que se refere ao sistema financeiro internacional, o comunicado do G-20 menciona a expansão do crédito para o comércio internacional no valor de US$ 250 bilhões e reforço do capital dos bancos multilaterais de desenvolvimento (Banco Mundial, BIRD, etc.) no valor de US$ 100 bilhões. Há referência específica às agências de financiamento do comércio (os Eximbanks) e às agências de investimento. Muito provavelmente, cada país ampliará o financiamento das suas próprias exportações. No que se refere ao investimento, a maior disponibilidade de recursos provavelmente envolverá, como contrapartida, a aquisição de direitos em setores de interesse (quem sabe, o Pré-sal e os recursos naturais mais importantes no Brasil) com garantia de investimento (acordos de garantia de investimentos), bem como a maior liberalização, desregulamentação e privatização. Ou seja, mais vulnerabilidade externa estrutural na esfera produtiva dos países em desenvolvimento. Quanto aos recursos para os bancos multilaterais, não há menção das fontes de financiamento. O comunicado do G-20 inclui, ainda, compromissos genéricos acerca da regulação do sistema financeiro internacional. Além da criação de mais um fórum de discussão (Financial Stability Board), que muito provavelmente, não terá resultados práticos, o comunicado é explícito quanto à imposição de sanções sobre paraísos fiscais. Entretanto, não se especificam os mecanismos de pressão e sanções (por exemplo, embargos comerciais). Esta manifestação, bem como a aquela referente aos bônus dos executivos do sistema financeiro, refletem sobremaneira o lado mediático (no sentido de “pouco sério”) da reunião do G-20. Aproveitando que foi feita referência ao “lado mediático”, cabe fazer um comentário sobre a atuação do Governo Lula no G-20. Deixando de lado a questão irrelevante do papel de “bufão global” desempenhado por Lula e que foi destacado na imprensa internacional e nacional, é lamentável verificar que o país seja capturado pela agenda dos países desenvolvidos. Esta agenda nos leva a “pagar pedágio” para ter presença maior, ainda que irrelevante no FMI – instituição retrógrada que deveria ter sido fechada há anos. Vale notar que o 7 Brasil é o país que mais recursos pediu emprestado ao FMI em toda a sua história. Lula é, provavelmente, o chefe de Estado que mais pagou juros e taxas ao FMI em toda a história do Fundo (1948-2008). No período 2003-08, Lula pagou US$ 3.579 milhões ao FMI (cerca de US$ 600 milhões anualmente), no contexto de excesso de liquidez internacional e crescente saldo das contas externas do país (ver Quadro 3 e Gráfico 1). Cabe destacar que o Brasil é o país que mais pegou recursos junto ao FMI em toda a sua história. No período 1985-2008 o Brasil pagou ao FMI mais de US$ 7,6 bilhões na forma de juros e taxas. Lula é responsável pelo pagamento de praticamente a metade destes recursos. Considerando a média anual de pagamentos, Lula é o presidente do Brasil que mais transferiu recursos do país para o FMI na forma de pagamento de juros. De fato, Lula é o governante que é responsável pelo maior nível de endividamento junto ao FMI em toda história das relações do país com o Fundo. Puro desperdício de recursos escassos para, simplesmente, manter linhas de crédito em aberto! Agora, outro desperdício de recursos a proposta de aumentar a participação do país no FMI feita por Lula. Talvez aqui esteja a chave da expressão usada por Obama: “este é o cara”! O “cara” que mantém alta popularidade com péssima governança. Talvez sejamos levados também a contribuir para bancos multilaterais que têm como foco a liberalização, desregulamentação e a privatização.3 Ou seja, os atuais grupos dirigentes brasileiros – candidatos a Bismarcks dos trópicos que pensam influenciar a geopolítica internacional – desperdiçam recursos escassos (além das passagens e diárias) que poderiam estar sendo aplicados em educação, saúde, infraestrutura, segurança e reconstrução institucional do país. Provavelmente, a rainha Elizabeth ao se encontrar com Lula, tenha se divertido lembrando do Ato V de Hamlet, quando o príncipe da Dinamarca encontra o primeiro coveiro e se depara com o crânio de Yorick, o bobo do rei. A passagem de Lula por Londres deixou uma grande inquietação: quem melhor descreve Yorick: o primeiro coveiro ou Hamlet? O fato é que de Yorick só 3 Ver crítica recente sobre a atuação do Banco Mundial no Brasil, Reinaldo Gonçalves, O Banco Mundial no Brasil: da Guerra de Movimento à Guerra de Posição, Brasília: RedeBrasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais, 2009. Dsiponível: http://www.rbrasil.org.br/. 8 sobrou o crânio enquanto o reino da Dinamarca apodrecia. Pobre o país que tem o “bufão global” à frente de um “vagão de 4ª classe” da economia mundial, que se encontra descarrilhado! 9 Quadro 1 G-20: Locomotiva, sublocomotivas e vagões Locomotiva: EUA Sublocomotivas: Alemanha, França, Grã-Bretanha, Japão, Itália Vagões de 1ª classe: Austrália, China, Canadá Vagões de 2ª classe: Índia, Coréia do Sul Vagões de 3ª classe: Rússia, Arábia Saudita Vagões de 4ª classe: Brasil, Argentina, África do Sul, Indonésia Vagões de 5ª classe: México, Turquia Obs.: A União Européia tem representação própria. Quadro 2 Prêmio Nobel recomenda o fechamento do FMI e Banco Mundial "O economista americano Edward Prescott, vencedor do Prêmio Nobel de Economia de 2004 afirmou que o FMI e o BIRD [Banco Mundial] mais atrapalham do que ajudam a economia mundial e sugeriu a extinção dos dois organismos”. "Talvez fosse melhor simplesmente acabar de uma vez com o FMI, o Banco Mundial e estas outras instituições. Elas parecem mais um instrumento de política externa do que uma verdadeira contribuição à economia mundial disse Prescott na entrevista à BBC Brasil". Fonte: O Globo, 11 de novembro de 2004, p. 35. Quadro 3 Brasil: Pagamento de juros ao FMI: 1985-2008 (US$ milhões) Lula (6 anos) Sarney FHC Collor Itamar Memorando Período 1985-2008 Lula (8 anos) Fonte: FMI. www.imf.org Total 3.579.012.701 1.873.998.085 1.597.036.579 512.312.768 55.880.825 Média anual 596.502.117 374.799.617 199.629.572 170.770.923 27.940.413 7.618.240.959 3.579.012.701 317.426.707 447.376.588 10 Gráfico 1 Brasil: pagamento de juros e taxas ao FMI, 1985-2007 (US$ milhões) 1400 1200 1000 800 600 400 200 20 06 20 04 20 02 20 00 19 98 19 96 19 94 19 92 19 90 19 88 -200 19 86 19 84 0 Fonte: FMI. www.imf.org 11 Bibliografia BANCO MUNDIAL. World Development Indicator, Washington D.C., Banco Mundial, anual. CARDIM, F. J. "On the ownership of reform proposals. How social policies found their way into IMF adjustment programs", Econômica, vol. 3, No. 1, junho, p. 67-94, 2001. CARNEIRO, M. L. F. "De joelhos ou de cabeça erguida?", Unafisco Sindical DS/BH, mimeo, 2002. CAVANAGH, J. et al. Beyond Bretton Woods. 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