Título: DESCRIÇÃO DA DINÂMICA AFETIVO-EMOCIONAL DE UM PRATICANTE DO BUDISMO. Autora: Valessa E. Dias de Oliveira Orientadora: Marília Gonçalves Resumo: Buda viveu na Índia durante a segunda metade do século VI a.C. e empregou em sua doutrina os conceitos indianos tradicionais de maya, karma, nirvana etc, ao fazer isso lhes atribuiu uma interpretação psicológica renovada e dinâmica. Após sua morte, o Budismo se dividiu em diversas correntes e as duas principais são o Hinayana e o Mahayana. O Supremo Budismo de Nitiren Daishonin pertence à segunda corrente e, como outras formas do Budismo, chegou ao Brasil com os imigrantes. Discutir as razões que exigem a inclusão do tema religião em Psicologia Clínica é importante à medida que ajuda a definir as relações entre ciência e profissão da psicologia e o domínio da experiência humana religiosa. Desse modo, é possível que se estabeleçam alguns parâmetros para estudos, pesquisas e atendimento clínico na área da Psicologia e Religião. Assim, seria de alta relevância estudar mais profundamente o Budismo e compreender qual a sua proposta para que o sujeito atinja o estado de bem estar, preconizado tanto pelo budismo como pela psicanálise. A epistemologia qualitativa tem se apresentado como a metodologia mais adequada às pesquisas que se dedicam ao estudo da subjetividade, pois compreende a ciência como produção diferenciada de indivíduos com trajetórias individuais únicas, além de buscar explicações de processos não-acessíveis à experiência. Este estudo foi realizado através de uma anamnese seguida de uma aplicação da Prova de Rorschach com um indivíduo praticante do Budismo de Nitiren Daishonin. Os resultados foram organizados buscando uma integração entre os índices encontrados na Prova de Rorschach e a história de vida do sujeito. A evolução do caso foi discutida à luz da psicanálise. Verificou-se que a prática da meditação auxiliou a adaptação do sujeito no Brasil, visto que ele é um imigrante japonês e vive sob grande influência desta cultura. Consideramos faltar para o sujeito apenas o conhecimento mais profundo do idioma português, já que desse modo ele se tornaria capaz de fazer as relações entre os diversos aspectos da realidade. Além disso, tal conhecimento possibilitaria a ele uma ampliação do universo de expressão, latente nas respostas de movimento animal já que tais respostas são potencialmente passíveis de serem transformadas em responsividade elaborada no processo secundário do funcionamento mental. Palavras-chave: Religiosidade; Budismo; pesquisa qualitativa; Prova de Rorschach