Diabetes insípidus central - SalomãoZoppi Diagnósticos

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25/02/ 2015
Diabetes insípidus
O que é Diabetes insípidus?
Diabetes insípidus consiste em um distúrbio de controle da água no organismo, no qual os rins não
conseguem reter adequadamente a água que é filtrada. Como consequência, o paciente passa a apresentar
um aumento no volume de urina (poliúria), que ultrapassa facilmente os 3 litros por dia, podendo chegar a
mais de 10 litros de urina.
O nome insípidus vem do fato da urina ser bastante diluída e por isso “sem gosto”, ao contrário
do diabetes melittus, no qual o paciente perde muita água e açúcar pela urina (quando o diabetes está
descompensado), podendo ficar “doce”.
Causas
Diabetes insípidus central
As principais causas de diabetes insípidus central são tumores que acometem a região hipotalâmica
hipofisária, como por exemplo:
•
•
•
Germinomas
Craniofaringioma
Metástases de outros tumores fora do sistema nervoso (pulmão e mama).
Diabetes insípidus central também pode ser causado por doenças inflamatórias do sistema nervoso central,
como sarcoidose, histiocitose e por doenças autoimunes como as hipofisites. O trauma do sistema nervoso
central após acidentes também podem causar DI. Outras causas menos comuns são:
–Infecções: toxoplasmose, meningite, encefalite;Doenças autoimune: infundibulite, Lupus;Toxinas: veneno de
cobra, tetrodotoxina;Alterações vasculares: Síndrome de Sheehan, encefalopatia hipóxica;Doenças genéticas,
como por exemplo: Síndrome de Wolfram, mutações no gene do ADH, displasia septo-ótica, etc.;Idiopática
(causa desconhecida).
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Diabetes insípidos nefrogênico
O diabetes insípidus nefrogênico pode ser causado principalmente por uso de medicamentos tóxicos aos rins,
como por exemplo em pacientes que usam Lítio, anfotericina B, demeclociclina dentre outros medicamentos.
Também pode ocorrer em crianças, devido mutações genéticas que alteram o receptor do ADH ou proteínas
relacionadas a sua função. Causas menos comuns de ADH estão listadas abaixo:
Causas genéticas
–Mutação recessivo ligado ao X (receptor V2);Mutação no gene da Aquaporina 2 (Autossômica
recessiva);Mutação no gene da Aquaporina 2 (Autossômica dominante).
Causas adquiridas (doenças):
–Metabólicas (hipocalcemia, hipopotassemia);Obstrução crônica renal;Doenças vasculares renais (anemia
falciforme, isquemia renal);Doenças granulomatosas (sarcoidose);Neoplasia (sarcoma);Infiltração renal
(amiloidose);Idiopática (causa desconhecida).
Tipos
O diabetes insípidos pode ser subdividido de acordo com a origem do problema em:
Diabetes insípidus central
O diabetes insípidus central tem origem no sistema nervoso central. O hipotálamo e a hipófise (glândulas
localizadas na base do cérebro) são responsáveis pela produção do hormônio antidiurético, abreviado por
ADH e também chamado de vasopressina. Este hormônio age nos rins estimulando a reabsorção de água e
impedindo que percamos este item pela urina. Quando acontece alguma lesão nestas estruturas, de modo a
comprometer a produção e/ou liberação do ADH, ocorre a queda das concentrações deste hormônio no
sangue e assim os rins perdem a capacidade de reter a água filtrada, que escapa através da urina em grandes
quantidades.
Diabetes insípidos nefrogênico
No caso do diabetes insípidus nefrogênico, o hipotálamo e a hipófise funcionam corretamente e produzem
quantidades adequadas do ADH. No entanto, este hormônio não funciona bem devido a um problema
originado nos próprios rins.
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Diabetes insípidus gestacional
O diabetes insípidos gestacional é uma forma fisiológica de diabetes insípidus que ocorre na gravidez, devido
a produção de uma enzima produzida pela placenta, chamada vasopressinase, que degrada o hormônio ADH
levando ao aumento da urina. Em geral é autolimitada, normalizando ao término da gravidez.
Fatores de risco
Os fatores de risco conhecidos são: a presença de alguma destas doenças, listadas anteriormente no paciente
ou o uso de medicamentos que possam danificar o rim. Em pacientes com histórico de doenças genéticas na
família, pode haver risco aumentado de diabetes insípidus.
Sintomas de Diabetes insípidus
Os pacientes com diabetes insípidus vão apresentar um volume de urina muito grande, acima de 3 litros por
dia (mais que 50 mL/kg/dia). Associado, o paciente apresenta sede intensa, com preferência por líquidos
gelados. A urina se apresenta bastante clara e diluída. Como a doença é constante, os pacientes também
acordam bastante para urinar a noite (noctúria).
Diagnóstico de Diabetes insípidus
O diagnóstico é feito através da análise do histórico clínico e por meio de exames de sangue e de urina, nos
quais se avaliam as concentrações de sódio, glicose, a osmolaridade do sangue e da urina, e através da
confirmação do volume urinário realizado através da medida de 24 horas.
Após esta etapa, pode ser necessário realizar um teste funcional para se definir a origem do diabetes
insípidus, se central ou nefrogênico. Este teste chama-se: teste da restrição hídrica (ou seja, restrição de
água). Neste procedimento, geralmente feito internado, o paciente é colocado em jejum de água e exames são
feitos a cada 2 horas até que certos critérios laboratoriais ou de perda de peso sejam alcançados. Neste
momento é aplicado uma dose do hormônio sintético desmopressina (semelhante ao ADH humano) e
observa-se a resposta no volume urinário e nos demais exames laboratoriais realizados posteriormente. Com
este estudo consegue-se definir o tipo de diabetes insípidus numa parcela dos casos.
A dosagem do ADH pode auxiliar neste processo, mas este hormônio não é realizado na rotina pela grande
maioria dos laboratórios.
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Em geral são feitos exames de sangue e urina e pode ser necessário realizar um exame de ressonância
magnética da hipófise e/ou exame de imagem das vias urinárias. Se causas especificas, como por exemplo,
sarcoidose, estiverem sendo cogitadas, serão realizados exames direcionados.
Buscando ajuda médica
A presença dos sintomas relacionados acima justifica a busca por ajuda médica.
Tratamento de Diabetes insípidus
Quando possível trata-se a situação que esteja causando o diabetes insípidus, como por exemplo, trocando o
Lítio por outro medicamento, quando este é a causa da doença. Quando a doença que está causando o
diabetes insípidus não pode ser diretamente tratada, existe a possibilidade de controlar do diabetes insípidus
usando um medicamento chamando desmopressina (também conhecido por DDAVP), que é uma molécula
semelhante ao ADH humano. Este medicamento ajuda a controlar muito bem o volume urinário, em especial
no diabetes insípidus central.
Complicações
possíveis
Com relação ao diabetes insípidus, isoladamente, a principal complicação é adesidratação. Nos pacientes
com sensação de sede normal e com acesso normal a água, o maior inconveniente é ter de beber água
constantemente e ir ao banheiro com muita frequência. O sono também pode ser severamente prejudicado
pelas idas noturnas ao banheiro e pelo despertar para beber água.
A situação de maior risco para o diabetes insípidus é naqueles casos que a pessoa perde a consciência e não
pode beber água corretamente, como pode ser o caso de pacientes acidentados ou que não informem esta
condição a equipe médica previamente a uma cirurgia. Nestes casos o paciente pode desidratar severamente,
podendo ocorrer complicações sérias.
Expectativas
Depende da causa do diabetes insípidus. Porém, mesmo naqueles casos onde a cura não é possível, o
controle da doença pode ser bem adequado com o uso de medicamentos.
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Prevenção
Em geral, a maior parte das causas de diabetes insípidus não são preveníeis.
Felipe Henning Gaia Duarte, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabolismo,
gerente Médico da Endocrinologia do SalomãoZoppi Diagnósticos e especialista Minha Vida (CRM-SP
103.254)
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