RESUMÃO DE HISTÓRIA EGITO O Egito está localizado no nordeste da África, em uma região conhecida no passado como Crescente Fértil. Apesar dessa designação, ocupa um território predominantemente desértico, no entanto, na época dos faraós, o Egito era um verdadeiro celeiro de grãos graças ao Rio Nilo. Durante as cheias, entre os meses de junho e outubro, as águas do Nilo cobriam as suas margens desérticas, mas quando o nível do rio voltava ao normal, uma grossa camada de limo fertilizante [húmus] era deixada sobre a terra, fertilizando-a. Os egípcios logo aprenderam a se utilizarem melhor das cheias periódicas do Nilo através de grandes obras hidráulicas que drenavam a água e a distribuíam por diques e canais, construídos por meio da força de trabalho dos camponeses, os felás, que veneravam o grande rio e consideravam suas cheias uma benção divina. Inicialmente, o Egito estava dividido em pequenas vilas agrícolas independentes localizadas ao redor das margens do Nilo, os nomos, cada qual com seu líder, o nomarca. Com o tempo, confrontos e alianças entre os nomarcas levaram a formação de dois grandes reinos: o Alto Egito, no sul, e o Baixo Egito, no norte. Estes reinos permaneceram separados até que Menés, rei do Alto Egito, conquistou o Baixo Egito e unificou os dois reinos, formando o Império Egípcio e tornando-se o primeiro faraó [imperador do Egito com poderes militares e religiosos, considerado um “deus vivo”], pondo fim ao período prédinástico e dando início ao período dinástico do Egito. A sociedade do Egito antigo atribuía os fenômenos às atividades divinas, regidas por um conjunto de divindades híbridas, com uma parte humana e outra animal, caracterizando sua religião politeísta e antropozoomórfica. As crenças religiosas estavam na base das manifestações culturais, políticas, artísticas e medicinais, como a dissecação e mumificação de seus mortos. A sociedade egípcia foi marcada por uma rígida divisão social, composta por escravos e camponeses, sacerdotes, soldados, escribas, funcionários públicos, comerciantes e faraós. A história do Egito unificado é dividida em três períodos, caracterizados pelo enfraquecimento do poder do faraó em decorrência da desorganização do Estado, revoltas contra impostos abusivos e conflitos internos: o Antigo Império, o Médio Império e o Novo Império. Antigo Império Esse período caracterizou-se por grandes obras de irrigação e pelo desenvolvimento da agricultura, além da construção das grandes pirâmides de Gizé: Quéops, Quéfren e Miquerinos; consideradas uma das sete maravilhas do mundo antigo. Nesse período o Estado egípcio era pacifista e mantinha-se isolado de outros povos, no entanto, o poder central debilitou-se em decorrência dos conflitos entre o faraó e os nomarcas, insatisfeitos com a nova organização social. Médio Império Em meio aos conflitos, tem início o Médio Império, com a manutenção da unidade do Egito, sendo Tebas a capital dos dois reinos. Foi um período próspero, marcado pela expansão territorial e relações comerciais dos egípcios com os outros povos, novas obras de irrigação foram construídas, ampliando as áreas agrícolas. Os egípcios viviam um período próspero até a invasão dos hicsos [povo nômade da Ásia], que utilizavam armas de ferro e carros de guerra conduzidos por cavalos, até então desconhecidos pelos egípcios. Nas décadas seguintes, o Egito permaneceu ocupado pelos hicsos e pelos hebreus, que ocupavam os cargos públicos e gozavam de privilégios diante dos egípcios. Novo Império O período foi marcado pelo processo de união dos egípcios contra os hicsos, conseguindo, sob a liderança do faraó Amófis I, expulsar os invasores, perseguir e escravizar os hebreus. Nesse período houve uma reforma religiosa, promovida pelo faraó, pela qual o Egito deixou de ser politeísta [crença em vários deuses], passando a ser monoteísta [crença em um único deus], baseado no culto ao deus Aton. Essa reforma tinha como objetivo diminuir a autoridade crescente dos sacerdotes que ameaçavam o poder central. Entretanto, posteriormente o Egito seria ocupado sucessivamente por novos povos, como os assírios, persas e macedônios, passando a integrar a cultura helenística, incorporada pelos romanos.