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Música de qualidade
para todos
Eventos dos Regionais são celeiros de talentos
págs. 4 e 5
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acontece
Diversão para
a garotada nas férias
entrevista
Turíbio Santos:
fã incondicional do SESC
Ceiça Farias, intérprete de Porto Velho (RO) se apresenta na 31ª Mostra de Música Cidade Canção, em Maringá (PR)
SESC BRASIL n JUlHO 2009
1
PONTO DE VISTA
acontece
n Teatro Garagem (DF)
Há 30 anos, a garagem do SESC 913 Sul, em
Brasília, foi utilizada para a realização de uma
oficina com um cenógrafo francês. O local caiu
no gosto da classe artística e, em julho de 1979,
passou a funcionar como teatro. Com capacidade
para 204 pessoas, o Garagem tem arquibancadas
modulares, movimentadas de acordo com a concepção do espetáculo, e conta com equipamentos de som e iluminação profissionais. Para comemorar as três décadas, o Regional promoveu
entre maio e junho a temporada do espetáculo O
Rei da Vela, de Oswald de Andrade.
EMOÇÕES
Quem de nós não tem a sua música preferida? Aquela que, muitas vezes, abre um baú de lembranças afetivamente fechado com sete chaves.
Ou mesmo aquela que nos faz viajar
até a infância da canção de ninar ou
a do “virundum” patrioticamente cantado no pátio da escola. E as músicas
n Atrações do CineSESC
(RR/SP/MT)
O cinema está em alta nos Regionais. No dia 31
de julho, às 19h, no CineSESC Digital, em Roraima,
acontece a I Mostra SESC de Curtas, onde serão exibidos documentários, filmes de ficção e cinema experimental. Entre os dias 26 de junho e 5 de julho, o
Festival Internacional do Documentário Musical – In
Edit, que nasceu em Barcelona há seis anos, chegou
pela primeira vez ao CineSESC paulista. E no Mato
Grosso, o SESC Arsenal exibiu em junho filmes dos
cineastas Woody Allen e Rainer W. Fassbinder.
de emoção coletiva, tipo “Aquarela do
Brasil”, que é capaz de levar às lágrimas os nossos expatriados?
O poder da música de produzir emoções tem sido objeto de teses
e debates, durante os últimos séculos. De Aristóteles (“A música é celeste, de natureza divina e de tal beleza que encanta a alma e a eleva
acima de sua condição”) a Shakespeare (“Se a música é alimento do
amor, toque”) filósofos, artistas e pensadores construíram milhares
de frases e reflexões sobre o tema.
A matéria de capa (páginas 4 e 5) conta um pouco das mostras, festivais e eventos musicais do SESC em todo o Brasil. Fácil imaginar o in-
n Reinauguração de Usina de Beneficiamento (TO)
Uma parceria entre o SESC e a Companhia Nacional de Abastecimento – Conab – possibilitou a
reabertura da Usina de Beneficiamento de Arroz
do Complexo Rio Formoso, em Tocantins. A solenidade de inauguração foi realizada em 22 de junho, em Formoso do Araguaia. Parte do arroz beneficiado na usina será distribuído gratuitamente
por meio do programa Mesa Brasil SESC.
A Usina voltou a funcionar após 18 anos desativada. A unidade é constituída por 14 silos metálicos, com capacidade para armazenar 28 milhões
de quilos de grãos em granel. SESC e Conab trabalham juntos há seis anos por meio do Mesa Brasil.
Neste período, a companhia já doou ao programa
mais de 18 milhões de quilos em alimentos.
tercâmbio de emoções de músicos, intérpretes e compositores com os
públicos de cada espetáculo, materializando a proposição, contida em
nossas “Diretrizes”, de “ser incorporada à Entidade a função de articulador entre produtores e consumidores de bens culturais”.
Mestre Turíbio Santos (página 8), exalta outra virtude da nossa
programação musical: “Ao reconhecer os talentos da casa e permitir
o diálogo com o de outras regiões , o SESC consegue tirar o artista
do isolamento e dar chance para que ele exponha sua cultura e a
multiplique”. Declaração que nos toca profundamente, e nos estimula
a continuar nesta vereda.
Maron Emile Abi-Abib
Diretor-Geral do Departamento Nacional
EXPEDIENTE
Antonio Oliveira Santos
Presidente do
Conselho Nacional
Maron Emile Abi-Abib
Diretor-Geral
Coordenação editorial
SESC-DN/Assessoria de Divulgação e Promoção
(Christiane Caetano, Marcella Marins, Denise Oliveira)
Consultoria Editorial: Elysio Pires
Jornal SESC Brasil é editado e produzido pela AG Rio
Fotos - Banco de Imagem SESC Nacional
Jornalista responsável - Arlete Gadelha (MTb 13.875/RJ)
Colaboraram para esta edição:
Francisco Reis da Silva Leite (AC), Janayna Ávila e Danielle Cândido (AL),
Viviani C. de Freitas (AM), Juliana Coutinho (AP), Ivson Vivas (BA),
Eugênia Cabral (CE), Marcus Alencar (DF), RS Comunicação (ES), Sandra
Stefan (GO), Viviane Franco (MA), Miriam Braga (MG), Sueli Batista (MT),
Virgínia Carromeu (MS), Lourdinha Bezerra (PA), Alex Marcio (PB),
Ana C. Coelho (PI), Daniella Monteiro (PE), Karen Bortolini (PR), Keila
Alves (RO), Catiúcia Ruas (RS), Roberta Sandreschi e
Débora Murta Braga (SC), Aparecida Onias (SE) e Renato Pietro (TO).
Impressão: Gráfica Minister
Tiragem: 18 mil exemplares
Esta publicação segue as novas regras de ortografia da Língua Portuguesa
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SESC BRASIL n JUlHO 2009
CURTAS
n Inaugurações e reformas (AC/SP)
O município de Brasileia ganha seu primeiro SESC
O DR/AC inaugura em 10 de julho o
SESC Brasileia, no município de mesmo
nome, localizado a 320 km de Rio Branco.
A unidade vai oferecer atividades educacionais, culturais, esportivas e de recreação.
No DR/SP, a unidade SESC 24 de Maio entrou em reformas. Após as obras, o prédio
de 12 andares passará a ter 27.905 metros
quadrados de área construída e abrigará clínica odontológica, teatro com capacidade
para 275 pessoas, piscina panorâmica com
solário, entre outros espaços. A previsão é
de que as instalações sejam entregues até
o segundo semestre de 2012.
n Primeiros autógrafos (DN)
No dia 29 de junho na Academia Brasileira de Letras, Rio de
Janeiro (RJ), os autores vencedores do Prêmio SESC de Literatura, Marcio Ribeiro Leite, com o
romance – O momento mágico,
e Sergio Leo de Almeida Pereira,
com a coletânea de contos – Mentiras do Rio, deram os primeiros
autógrafos.
Eles dividiram a mesa com Da esq. para a dir.: os escritores Mauricio de Almeida,
Mauricio de Almeida, vencedor Moacyr Scliar, Sergio Leo de Almeida Pereira
da edição de 2007 e o escritor e e Marcio Ribeiro Leite
acadêmico Moacyr Scliar. Muito bem hu- de outro uma importante editora no panomorado Scliar comentou que participar rama cultural do nosso país.”
de prêmios de literatura é a maneira mais
Na edição de 2008, que recebeu 457 insacertada para um novo escritor chegar crições de todo o Brasil, foram concedidas
onde tanta deseja: a alegria de ver seu pri- menções honrosas a três romances: Vale
meiro livro publicado. Ele lembrou ainda Grande, do potiguar José Jorge de Mendonque dos primeiros prêmios dos quais par- ça; Com quem o demônio aprende, de Edson
ticipou, ganhou: par de sapatos, discos de Dourado Marques, do Mato Grosso do Sul; e
folclore Theco e até cheque sem fundos. Paroxetina ou crônicas de um ansioso crônico,
Em função dessas experiências, afirmou: do paulista de Guaratinguetá Bruno Macha“Prêmio literário tem que ser sério, abrir do de Oliveira. Na categoria contos não houportas, revelar pessoas. Para tanto, é pre- ve menção honrosa.
ciso ter por trás autoridades culturais que
As inscrições para a próxima edição já
confiram significação a iniciativa. É o que estão abertas e foram prorrogadas até o dia
acontece no Prêmio SESC de Literatura – 30 de setembro. Mais informações no site
de um lado uma instituição respeitável e www.sesc.com.br/premiosesc/.
n Versos (PR)
Poetas de todas as idades têm até 31 de
julho para inscrever seus trabalhos no Festival Poéticos 2009, uma realização do SESC
Paraná em parceria com a Academia de Letras, Artes e Ciências de Cornélio Procópio,
a Prefeitura, o Lions Clube e o Rotary Club.
A premiação será no dia 16 de outubro. Os poemas escolhidos poderão ser
vistos no Anfiteatro da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, onde serão
expostos dependurados, como em um
varal. Posteriormente, serão exibidos
no Centro Cultural Galdino de Almeida
e no hall do SESC. Mais informações em
http://www.sescpr.com.br.
n Medalha (AM)
Levy J. Ferreira, Auxiliar de Patrimônio
no SESC Amazonas, venceu o Campeonato Mundial de Jiu-Jítsu que aconteceu na
Califórnia entre 4 e 7 de junho. O atleta de
22 anos, que há cinco pratica o esporte, foi
o melhor na faixa roxa, na categoria Galo.
n Salão de Turismo (DN)
O Sistema CNC-SESC-SENAC participou, entre os dias 1 e 5 de julho, da 4ª edição do Salão de Turismo, no Pavilhão de
Exposições do Anhembi, em São Paulo.
Parceiras do Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil – do
Ministério do Turismo, as entidades apresentaram algumas de suas realizações
em prol do desenvolvimento das atividades turísticas nas últimas seis décadas.
O público conferiu parte desse trabalho no estande de 252 metros quadrados
ocupado pelo Sistema CNC-SESC-SENAC
no Salão de Exposições. Setas coloridas e
símbolos típicos da sinalização turística
decoraram o ambiente; o lounge, espaço
de convivência; e a livraria, onde foram
vendidas publicações da Editora SENAC.
n Logística em debate (DN e DRs)
O Departamento Nacional realizou
em sua sede o Encontro de Logística Organizacional e Patrimônio, entre os dias
15 e 19 de junho, com a participação de
técnicos de todos os Departamentos Regionais e da Estância Ecológica SESC Pantanal. No evento, foram debatidos temas
como: Terceirização de serviços de operação logística, Normas e procedimentos
utilizados para controle de bens patrimoniais e Indicadores de gestão para logística de compras, entre outros.
SESC BRASIL n JUlHO 2009
3
MATÉRIA DE CAPA
Viagem de ritmos por todo
As mostras e
festivais do SESC
proporcionam
ampla participação
das populações nas
cidades onde se
realizam e não têm
similar no país.
O
Brasil tem incontáveis ritmos,
originados em suas cinco regiões. Na Amazônia, a toada
do Boi de Parintins e o carimbó. No Nordeste, o frevo,
maracatu, forró, baião, xaxado, coco, lundu,
maxixe. No Centro-Oeste, a chamada música
caipira. No Sudeste, o samba e o choro. No Sul,
o vanerão e o xote. E, muito mais...
O SESC sabe muito bem aproveitar toda
essa riqueza, abrindo seus palcos para tornar
músicas, compositores, instrumentistas e cantores nas estrelas de inúmeros espetáculos.
Nos mais variados formatos, em mostras
e festivais promovidos pelos Departamentos Regionais por todo o país há mais de 30
anos, a instituição revela talentos na apresentação de composições que muitas vezes
não são gravadas, não chegam às rádios e às
TVs. Contudo, valorizam o que há de melhor
na tradição e cultura brasileiras, educam e
contagiam até as mais exigentes plateias.
Exemplos nos Regionais
O DR/AM promove o Festival de Calouros, cuja 29ª edição foi realizada em maio
último. Para participar é necessário mais
do que soltar a voz. Três meses antes do
festival acontecer são selecionados 30
artistas que recebem aulas de impostação, articulação vocal, expressão corporal
e interpretação. Ao final da maratona de
oficinas, os cantores estão prontos para
subir ao palco. Lançado em 1980, o Festival de Calouros já revelou intérpretes como
Arlindo Júnior, vencedor em 1985, que, ao
ganhar visibilidade, recebeu o convite para
ser levantador de toadas do Boi Caprichoso – O Azul de Parintins (AM).
A Mostra de Música SESC Canta Roraima
também tem seu diferencial, aceita inscrições
com letras em língua portuguesa ou indígena, de autoria própria e de livre tendência, inclusive instrumental. Ao final, dez músicas são
selecionadas para integrarem um CD.
De acordo com o Assessor Técnico de
Música do DN, Gilberto Rodrigues Figueiredo, as mostras não competitivas são mais
voltadas para a produção local, para a pesquisa de elementos inovadores, fora dos
padrões da indústria do entretenimento,
por vezes massificada. Além disso, muitas
fomentam o debate através de eventos pa-
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SESC BRASIL n JUlHO 2009
ralelos como oficinas, palestras e encontros,
promovidos nas unidades do SESC ou em
escolas, nas cidades onde são realizadas.
Integração
A Mostra de Música Cidade Canção (Femucic) em maio de 2010 apresentará a sua
32ª edição. O evento reúne o melhor da
MPB, em uma mistura de estilos, ritmos, gêneros e concepções musicais e inclui a participação de composições selecionadas em
outras mostras da instituição.
Realizado pelo DR/PR, em sua unidade
em Maringá, recebeu este ano 676 inscrições de 21 estados brasileiros. Para apresentação ao público, 50 foram selecionadas
entre as inscritas, cinco foram classificadas
em eventos musicais nos Regionais: Dormentes, da VI Mostra SESC de Música de Porto Velho (RO); Não acredito, da 4ª edição do
SESC Canta (AP); Ao poeta que não consegue
escrever, da Mostra MPB SESC (PB); Menina de
Pano, da Mostra de Música SESC Mato Grosso
(MT); e Shirley de Faria, do Prêmio SESC de
Música Tom Jobim 2007 (DF). E Revoada foi
indicação do DR/SC.
Anthony Brito, intérprete de Menina
de Pano (DR/MT), participa de festivais
desde o início da carreira, em 2001. Ele,
que tem a literatura de cordel e o baião
entre suas influências, afirma:
“Levar os valores culturais do estado é
tão importante quanto ter contato com a
o país
O Festival de
Calouros do
DR/AM
ontem e hoje
produção feita no restante do país. Na mostra em Maringá, estive em contato com músicos de vários estados.”
O Trio Ponteio, que defendeu a música
instrumental Revoada (DR/SC), explorou o
chamamé e a chacarera, ritmos do Sul. O
carimbó, marabaixo, coco de roda, as cirandas e o galope foram ritmos do Norte e
Nordeste que permearam as composições
indicadas pelo SESC Rondônia, Amapá, Paraíba e Mato Grosso.
Em evento paralelo ao Femucic, músicos contam suas
experiências em escolas do município de Maringá
Neste ano, o Femucic realizará a gravação
do seu 14º CD. Todas as canções apresentadas ao público são gravadas e após o evento
uma comissão formada por técnicos e representantes da comunidade se reúne para escolher as que farão parte da coletânea.
Abertura de caminhos
A realização desses eventos traz visibilidade à maioria dos participantes. Como
é o caso do produtor musical, compositor
e cantor Geraldo Júnior, que saiu de Juazeiro do Norte (CE) e do anonimato após
participar da Mostra SESC de
Música Cearense, em 2001 e da
Mostra de Música Cidade Canção (Femucic).
A trajetória de Geraldo é um
exemplo de resultado positivo
da mostra. Ele afirma:
“Foi assim que a minha banda colocou o pé na estrada. Por
outro lado, durante as mostras,
trocamos experiências sobre dificuldades comuns aos artistas,
sobre como conseguir, por exemplo, recursos para gravar e divulgar o trabalho. Esses
eventos também dão à gente uma visão do
panorama da música regional atual”, informou o compositor.
A dupla Sena & Sergival, selecionada
para representar o estado de Sergipe no
Femucic, em 1995, vivia do que ganhava
nos shows em bares de Aracaju. A apresentação despertou o interesse de um empresário paranaense: “A partir daí tocamos em
vários festivais e representamos o estado
no programa Canta Nordeste, da Rede Globo”, afirma Sena.
Outros exemplos de iniciativas que também servem como celeiros de novos talentos são: Prêmio SESC de Música Tom Jobim
(DR/DF) e Prata da Casa (DR/SP). O primeiro
é promovido há seis anos e recebe canções
inéditas escritas por compositores de todo
o país. O segundo incentiva há uma década
o lançamento de artistas.
A cantora Fernanda Porto conta que
participou do Prata da Casa em 2001.
“Quando me apresentei no SESC Pompeia,
havia lançado Sambassim que tocava nas
rádios do país e da Europa, mas eu ainda
não tinha visibilidade. O apoio recebido
do então curador Carlos Callado, somado
à estrutura de som e luz e o trabalho de
divulgação realizado pela entidade, garantiram as primeiras críticas positivas ao meu
trabalho na mídia”, afirma Fernanda.
Na instituição, centenas de artistas saíram do anonimato e conseguiram apresentar sua arte ao grande público. Os
eventos do SESC provam que este país é
verdadeiramente musical.
Fonoteca do CDRM em Mato Grosso
O sonho da gravação
O registro fonográfico é outra maneira encontrada pela instituição para
incentivar a produção musical e contribuir para a formação de público.
A produção de CDs de músicas selecionadas nas mostras distribuídos pelos
Departamentos Regionais, facilita a divulgação do trabalho, uma vez que a maioria
desses artistas não tem recursos para pagar técnicos de som e as horas nos estúdios de gravação. Por outro lado, o registro permite reunir um acervo musical que
pode servir, por exemplo, como fonte de
pesquisa sobre música brasileira.
Os Centros de Difusão e Realizações
Musicais (CDRM), nos Regionais Alagoas,
Distrito Federal, Mato Grosso, Pernambuco, Sergipe e Tocantins e o Banco Digital
SESC de Partituras–Brasil foram criados
para atender a estudantes, pesquisadores e a comunidade. Cada CDRM é equipado com fonoteca, estúdio de gravação
e salas onde são orientadas audições e
ministradas oficinas.
Várias unidades de Regionais possuem Banco Digital e armazenam obras
antigas e contemporâneas em seus
acervos, que podem ser impressas, ouvidas ou executadas por meio do programa Finale – recurso que torna possível
acoplar teclado musical ao computador
para composição de partitura.
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LEITOR PREMIADO
Tempero mineiro em
São João
da Barra
A
Monitora de Esportes do SESC Interlagos (SP), Daniela del Nero, ganhou do SESC em junho de 2004
um presente de aniversário com um mês de antecedência. Ela foi premiada com uma temporada no
SESC–Mineiro/Grussaí, destino do próximo Leitor Premiado.
Localizada em São João da Barra (RJ), a 560 km de Belo Horizonte
(MG), a pousada foi inaugurada pelo DR/MG em 1980, atendendo
a um desejo do Regional em Minas Gerais de ter uma unidade de
hospedagem no litoral.
“Tiramos uns dias de folga em fevereiro do ano seguinte para
conhecer a pousada e o município de São João da Barra. Aproveitamos os dias de calor para mergulhar nas praias da região e
caminhar pela enorme área de lazer da pousada”, conta Daniela.
A monitora ficou impressionada com o excelente atendimento recebido, o conforto das acomodações e a variedade do cardápio do restaurante.
“As suítes, chalés e apartamentos são equipados com frigobar e TV. O restaurante oferece opções diferentes de menu, como
comida mineira, saladas e carnes brancas. Variedade importante
para quem não come carne vermelha. A área da pousada é tão
extensa que abriga um complexo ferroviário”, afirma.
Dicas
A visita às minipirâmides e os
mergulhos na praia
de Grussaí foram
alguns passeios
realizados
O que fazer em
São João da Barra
CAMINHOS DE FERRO - A viagem a bordo da Maria Fumaça percorre 10 estações
do complexo ferroviário construído dentro
do terreno da pousada. Elas foram batizadas com nomes de estações da antiga linha
ferroviária mineira, por onde eram escoadas
as mercadorias de Minas para o restante do
Brasil no tempo do Império.
UM BOM LUGAR PRA CAMINHAR –
Miniaturas de pirâmides, templo budista e
parque aquático com toboágua são algumas opções de lazer dentro da unidade, que
possui mais de 1 milhão de metros quadrados.
CITY-TOUR – O passeio pelo município de São João da Barra leva à praia de Atafona,
onde deságua o rio Paraíba do Sul. Durante o trajeto é possível observar as ruínas de casas,
prédios e o resto de ruas, que foram destruídas pelo mar, que a cada ano avança mais. Antes
de retornar à unidade, o city-tour faz parada na fábrica artesanal de goiabada cascão e geleia, onde há degustação dos doces.
PRAIA DE GRUSSAÍ – Em frente à pousada há um ponto de charrete - meio de
transporte comum na região. Do SESC Mineiro até a praia de Grussaí são apenas dois
quilômetros de distância.
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SESC BRASIL n JUlHO 2009
VENCEDOR DA ENQUETE
Viviane Rodrigues Franco, Técnico Especializado em Comunicação do
SESC Maranhão, foi sorteada na edição
68 com uma viagem ao Pantanal. Os
808 leitores que responderam à enquete apontaram os gêneros autoajuda
(179), aventura (159), romance (130) e
biografia (92) como os preferidos.
NOSSA GenTE
Música de Milton Nascimento e Fernando Brant diz que foi nos bailes da vida que muita gente boa pôs o pé na profissão de tocar
um instrumento e de cantar. Três servidores do SESC, que nas horas vagas levam seu som onde o povo está, contam como nasceu o
amor pela música, quais foram as suas influências e onde se apresentam atualmente.
Música se alimenta de música
Leonardo Saraiva de Oliveira, Técnico de Nível Superior do setor de Comunicação do DR/DF, é o caçula de uma família de gostos
musicais diversificados. O pai tocava viola caipira e sanfona, a mãe
e irmãs ouviam música francesa e italiana e o irmão mais velho preferia rock dos anos 70. Leonardo afirma que começou a tocar por
acaso, em festas na adolescência.
“Chegava com vários álbuns de vinil e perturbava a turma para
colocá-los. Hoje aceito convites para animar festas, toco em bares
de Brasília, em abertura de shows de bandas como a Brazilian Blues
Band, Blues Etílicos e o grupo franco/argentino Gotan Project, que
reuniu quase 20 mil pessoas em 2007. No meu repertório entra rock
– a minha praia – samba, MPB e música eletrônica. Só não toco axé,
pagode ou sertanejo”, explica.
Para quem acha que DJ não é músico, ele diz que as carrapetas, também conhecidas como pick-ups, são instrumentos musicais genuínos, a serviço de artistas, que hoje são requisitados por
grandes bandas de rock e por cantores de MPB e samba. Para ser
um bom DJ, ele aconselha:
“Ter sensibilidade para perceber a vibração da pista, criar novos
ritmos e melodias a partir da colagem de diferentes músicas e emendar sequências sem quebrar o ritmo. Para fazer tudo isso é fundamental amar e entender de música, e ter um bom acervo, porque a
música se alimenta e se renova, basicamente, de boa música.”
Multi-instrumentista
Vocalista, compositor e letrista nas
horas vagas, o Assistente Administrativo
Helder Gomes de Araújo, que desde 1995
trabalha no SESC Rio Grande do Norte,
prepara após muitos anos de estrada seu
segundo CD independente.
As trilhas sonoras de novelas, os hits
das bandas de rock, Mutantes, Rolling
Stones, Zeca Baleiro e Chico Buarque, entre outros, influenciaram e despertaram o
interesse de Helder pela música desde a
infância.
A estreia no microfone aconteceu numa
gincana escolar, lembra Helder, mas a vontade de montar a primeira banda de rock,
a Florbela Espanca, surgiu depois de ser
aplaudido por amigos ao cantar num luau.
“Fui baixista na Florbela, vocalista na
banda Antonio Maria, classificada no Festival Skol Rock 96, em Recife, e em 2000
decidi seguir carreira solo. Gravei o primeiro CD, Sorte, em 2005, e três anos depois fui indicado para o prêmio Hangar
(premiação local) como melhor letrista,
melhor CD e melhor canção, O peixe e a
gaivota”, conta Helder.
O trabalho do cantor pode ser conhecido nos sites www.heldergomes.palcomp3.
com.br e http://domingaodofaustao.globo.com/domingao/garagemdofaustao.
Paixão pelos teclados
Entre os colegas do SESC, ele é conhecido como Jedian Alves
Quixaba, o Auxiliar de Administração que trabalha no Setor de
Transportes do Centro de Atividades de Palmas (TO). Para o público que assiste a seus shows em Goiás, Pará, Maranhão, Roraima
e Tocantins, ele é o Jean dos teclados. O artista iniciou a carreira
ainda criança acompanhando o pai e o tio, violonista e compositor,
em festejos no povoado de Quixaba (TO).
Autodidata, aprendeu a tirar de ouvido as músicas que seu amigo de infância Gilson tocava no teclado. Aos 12 anos se apresentou
pela primeira vez numa festa em comemoração ao Dia das Mães.
De lá pra cá, o tecladista que teve como influência inicial a mú-
sica sertaneja e hoje toca forró, xote,
zouk e carimbó, se apresenta com o
conjunto Jean nos Teclados em festas
juninas, temporadas de verão, atividades do SESC Lazer e outros bailes da
vida.
“Antes de subir ao palco, sinto
um frio no estômago misturado com a alegria de
ver o público animado”,
diz Jean.
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ENTREVISTA
Projetos do SESC inovam o
cenário musical brasileiro
T
uríbio Santos, violonista e diretor do Museu Villa-Lobos,
fala ao JSB sobre a sua admiração pelos projetos musicais desenvolvidos no SESC.
Ele, que tocou nos palcos da instituição
várias vezes, participou das primeiras
turnês do Sonora Brasil e foi consultor
da mostra de instrumentos musicais
A História do Violão, explica a importância da música na valorização da cultura
brasileira.
Jornal SESC Brasil: O resgate e a preservação das tradições sonoras e culturais
regionais é um dos objetivos dos projetos
musicais realizados pelo SESC. Como você
vê essa iniciativa?
Turíbio Santos: O perfil do SESC é de
voltar seu atendimento à comunidade da
região. Para isso, as ações e projetos da entidade valorizam as características locais. Ao
reconhecer os talentos da casa e permitir
o diálogo com o de outras regiões, o SESC
consegue tirar o artista do isolamento e dar
chance para que ele exponha a sua cultura
e a multiplique.
JSB: Na sua opinião, como o SESC contribui para a renovação do cenário musical?
T.S.: Uma das preocupações ao se tentar renovar o cenário é valorizar a cultura
musical preexistente. Você só consegue renovar o conteúdo quando olha para trás e
aproveita os valores antigos. Esse cuidado
o SESC tem e eu sempre achei incrível. Um
exemplo disso, foi a mais bonita homenagem a Villa-Lobos no terreno da música, feita pela entidade em parceria com o governo de Mato Grosso. A Orquestra de Câmara
de Mato Grosso, que traz entre seus instrumentos a viola-de-cocho – típico da cultura
mato-grossense – fez uma maratona levando a obra do grande compositor brasileiro a
todo o país. Renovar pra mim é inovar. Uma
orquestra regional tocar Villa-Lobos para
quem nunca ouviu é inovação.
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SESC BRASIL n JUlHO 2009
JSB: Todas as mostras realizadas pela
instituição têm direção musical. Como
orientador de diversas Faculdades de Música, você pode explicar qual a importância
desse trabalho na apresentação final de intérpretes e compositores?
T.S.: Tem direção musical de todo calibre. Quando ela é boa, permite uma troca
de informações entre o músico iniciante e
o diretor – que o dirige entre aspas – pois
está ali para coordenar a informação musical trazida pelo artista. Essa interação é
fundamental para o sucesso do trabalho
realizado no palco.
JSB: A 31ª Mostra de Música Cidade
Canção, realizada pelo SESC Paraná, recebeu 676 inscrições de músicos de 21 estados. Que valor eventos como esse têm para
a formação de público e intercâmbio entre
diferentes linguagens musicais?
T.S.: Quando um músico de câmara, que gosta por exemplo de tocar
autores como Bach, Mozart, Beethovem, encontra um de choro, e ambos
interagem, há um enriquecimento na
linguagem dos dois. O de choro sai
Encontro no SESC
competência e
criatividade. Por esses
e outros atributos, sou
fã incondicional da
instituição.
fazendo um arranjo que contemple
movimentos de obras de músicos eruditos e, de repente, os clássicos incorporam à sua música algo do repertório de Arrigo Barnabé. Há uma área de
atração, de convergência, onde a troca
é possível. Grupos que tocam um gênero de música, podem passar a incorporar parcialmente a linguagem do
outro de outra região, o que é muito
enriquecedor culturalmente.
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