Funai de Tabatinga pede ajuda para tirar índios das drogas e do

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Política Estadual sobre Drogas -
Funai de Tabatinga pede ajuda para tirar índios das drogas e do álcool
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Postado em:24/03/2008
Administrador da fundação quer ajuda para tirar jovens da tribo Ticuna do vício.
Tráfico de cocaína na fronteira com a Colômbia leva indígenas ao contato com a droga. O tráfico de
cocaína em Tabatinga (AM) está trazendo conseqüências dramáticas para as comunidades
indígenas na região amazônica. O administrador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai),
David Félix Cecílio, disse que parte dos índios ticuna (ou tukúna) estão viciados em cocaína e
álcool. O problema é ainda maior quando os jovens indígenas são aliciados para transportar a droga
em embarcações. Tabatinga faz parte da tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru. No local, a
Polícia Federal (PF) apreendeu 1,5 tonelada de pasta base de cocaína em 2007. Índios Ticuna
fazem comércio de frutas de barco (Foto: Glauco Araújo/G1) Segundo Félix, sete cidades estão
entre os alvos principais dos traficantes. “Tabatinga, Benjamin Constant, São Paulo de Olivença,
Amaturá, São Antonio do Içá, Japurá e Tonantins são os locais mais afetados. As comunidades
indígenas de Umariaçu I e II são as mais próximas de Tabatinga. É onde há o maior número de
jovens viciados.” A Funai de Tabatinga é responsável por 230 comunidades indígenas na região do
Amazonas e compreende 54 mil índios. “Estou pedindo socorro para tirar os nossos jovens
indígenas do vício da cocaína e do álcool. São crianças entre 10 e 16 anos. Isso é preocupante
porque começamos a registrar casos de crimes entre índios e alguns casos de suicídio”, disse Félix.
Para o dirigente indígena, o problema se intensifica quando os jovens consomem cocaína com
bebida alcoólica. “Já fiz de tudo para evitar a entrada de bebida na comunidade, mas isso está
acontecendo às escondidas. A Funai não tem poder de polícia e não podemos fazer muita coisa. Os
pais de família estão ficando preocupados com essa situação”, afirmou Félix. Guerrilha Para a
Funai, no Alto Solimões, onde está concentrada a maior parte dos índios do Amazonas, o problema
é a questão geográfica. “O batalhão das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc)
invade o território indígena. Não temos controle disso. Esses estrangeiros não reconhecem os
caciques brasileiros como autoridades no local. As invasões são constantes e por vários pontos,
principalmente pelo Peru. Fica difícil assim. A última invasão aconteceu em dezembro”, disse Félix.
A Polícia Federal e o Exército em Tabatinga negam que integrantes das Farc desrespeitem a
soberania territorial brasileira. “Estamos na faixa de fronteira com Santa Rosa (Peru) e com Letícia
(Colômbia). Os nossos vizinhos invadem nossa terra e trazem drogas para cá. Muitos ainda usam
nossos jovens para transportar a droga”, disse o administrador regional da Funai. Félix disse que
as invasões em território indígena não ocorre apenas para o tráfico de drogas. “É comércio de todo
tipo. Vai desde roupas a outros objetos como brinquedos e perfumes que são vendidos por aqui.”
Medida social Para coibir o acesso dos jovens indígenas às drogas, o administrador regional da
Funai afirmou que projetos sociais, desenvolvidos dentro das próprias comunidades, podem ser a
saída para o vício da cocaína e do álcool. “Temos de ocupar o tempo da nossa juventude com
estudo. Uma proposta que julgo ser interessante é a capacitação profissional do jovem indígena. Só
assim ele vai ficar distante da abordagem de traficantes”, disse Félix. Saúde A Fundação Nacional
da Saúde (Funasa) informou que o elevado consumo de álcool e droga na região já foi identificado e
faz parte da estratégia de atendimento à população indígena local. “Procuramos desenvolver, em
articulação com o Ministério da Saúde, um plano de saúde mental para a população indígena.
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Estamos desenvolvendo um centro de atendimento médico e psicólogo com diretrizes étnicas e
culturais. Treinamos gestores de saúde para isso”, disse Flávio Nunes Pereira, coordenador de
atendimento à saúde indígena da fundação. Ele afirmou que a Funasa realiza ações básicas, como
prevenção de doenças transmissíveis, imunização, controle alimentar para evitar a desnutrição,
pré-natal, pós-parto e cuidados especiais a recém-nascidos. “O fato de ser uma área de fronteira já
é um problema. O agravante é ser uma população indígena com convívio social degradante e
influências externas que provocam a desestruturação social dos índios”, disse Pereira. G1 Brasil
Glauco Araújo 19/03/2008
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