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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO
FILIPE DE ALBUQUERQUE E SILVA
HEPATOCARCINOMA CANINO: RELATO DE CASO
RECIFE - PE
2008
Ficha catalografica preparada pelo setor de classificação e
Catalogação da Biblioteca “Orlando Teixiera” da UFERSA
S586h
Silva, Filipe de Albuquerque e.
Hepatocarninoma canino: relato de caso / Filipe de
Albuquerque e Silva. – Mossoró: 2008.
38f.
Monografia (Especialização em Clínica Médica de
Pequenos Animais) – Universidade Federal Rural do
Semi-Árido.
Orientador: Dr. Eraldo Barbosa Clado
Co-orientedor: Profº.º MSc. Witon Peixoto Costa
1.Cães. 2.Figado.
I.Título
3.Neoplasia. hepatocarcinoma.
1
FILIPE DE ALBUQUERQUE E SILVA
HEPATOCARCINOMA CANINO: RELATO DE CASO
Monografia apresentada à Universidade Federal Rural
do Semi-Árido – UFERSA, como parte das exigências
para a obtenção do título de Especialização em Clínica
Médica de Pequenos Animais.
Orientador: Prof. Dr.Eraldo Barbosa Caldo - UFERSA
.
RECIFE - PE
2
2008
FILIPE DE ALBUQUERQUE E SILVA
HEPATOCARCINOMA CANINO: RELATO DE CASO
Monografia apresentada à Universidade Federal Rural
do Semi-Árido – UFERSA, como parte das exigências
para a obtenção do título de Especialização em Clínica
Médica de Pequenos Animais.
Orientador: Dr. Eraldo Barbosa Calado – UFERSA
APROVADA EM: _____/_____/_____
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Prof.ra . Dr. Eraldo Barbosa Calado - UFERSA
Presidente
__________________________________________
Profº. MSc. Wirton Peixoto Costa - UFERSA
Primeiro Membro
_________________________________________
Profº. MSc. Otávio Pedro Neto - EQUALIS
Segundo Membro
RECIFE - PE
3
2008
AGRADECIMENTOS
Aos mestres, amigos, familiares e conhecidos;
Quero dizer que sou o que sou, graças a vocês, e principalmente a meus pais, que me ajudam
diariamente na minha luta para ser algo mais e melhor, minha irmã que é mais do que uma
simples irmã, ela é amiga, parceira, tudo. As minhas três sobrinhas que são uma fonte de
força. A minha namorada Michelle que me apóia e me incentiva sempre a procurar melhorar e
expandir meus horizontes. A minha tia Azálea, que me agüentou por mais de oito anos em sua
casa, e em memória de minha inesquecível vovó Tatá que deve estar feliz onde estiver;
Agradeço por ser quem são partes integrantes do meu ser, da minha história e vida.
4
SUMÁRIO
RESUMO
ABSTRACT
1 INTRODUÇÃO
01
2 REVISÃO LITERÁRIA
2.1 FÍGADO
2.1.1 Definição
2.1.2 Histologia
2.1.3 Fisiologia
2.2 NEOPLASIAS
2.2.1 Conceito
2.2.2 Nomenclatura e Classificação
2.2.3 Características Diferenciais Neoplásicos
2.2.4 Estágios da Neoplasia
2.2.4.1 Tumor Primário
2.2.4.2 Linfonodos Regionais
2.2.4.3 Metástase a Distância
2.3 TRATAMENTO
2.3.1 Tratamento Básico
2.3.1.1 Tratamenot Cirurgico
2.3.1.2 Tratamento Quimioterápico do Carcinoma “In Situ”
2.3.2 Tratamento Opcional
2.4 NEOPLASIAS HEPÁTICAS
2.4.1 Adenoma Hepatocelular
2.4.2 Adenoma Colangiocelular
2.4.3 Carcinoma Colangiossarcoma
2.4.4 Hemangiossarcoma
2.4.5 Linfoma Hepático
2.4.6 Hepatocarcinoma
02
02
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11
12
3 MATERIAL E MÉTODO
3 RESULTADO E DISCURÇÃO
14
16
5- CONCLUSÃO
17
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
18
ANEXOS
5
RESUMO
HEPATOCARCINOMA CANINO: RELATO DE CASO
A falta de conhecimento sobre neoplasias hepáticas faz deste trabalho, uma forma de
compartilhar informações de uma forma tão comum de neoplasia e que geralmente leva ao
óbito. Estabelecer um tratamento adequado, visando uma sobrevida com qualidade aos
animais acometidos por esta enfermidade, trazendo-lhes menores prejuízos a sua saúde.
O fígado é a maior víscera do corpo, corresponde a 3% do peso corporal dos caninos. O
fígado é constituído principalmente por células hepáticas ou hepatócitos, que se agrupam em
placas que se anastomosam entre si formando unidades morfológicas chamadas lóbulos
hepáticos. Responsável por diversas funções: Síntese protéica; Secreção de bile; Depósito de
metabólitos; Metabolismo; Desintoxicação e Neutralização.
O hepatocarcinoma é uma neoplasia de caráter maligno de rara ocorrência em cães;
corresponde a 0,6% de todas as neoplasias e apresenta metástases em 61% dos casos, e em
média, dobra o seu volume a cada 180 dias. Os sinais e sintomas são: dor abdominal, massa
abdominal palpável, distensão, anorexia, mal estar, icterícia e ascite. E pode evoluir com
ruptura espontânea do tumor, seguida de choque hipovolemico, causando o óbito, caso não
haja uma intervenção em tempo hábil.
A oncologia é uma área em expansão na Medicina Veterinária. E o diagnóstico de neoplasias
malignas tem se tornado cada vez mais freqüente. E representam a única alternativa para
aumentar as chances de vida e melhorias na perspectiva de sobrevivência.
Este trabalho relata sobre o hepatocarcinoma canino, utilizando-se como base à revisão
literária sobre as principais neoplasias hepáticas diagnosticadas, indicações, contra indicações,
as técnicas de tratamento, e relato de caso clinico.
Palavras chave: Fígado, Neoplasia, Hepatocarcinoma.
6
ABSTRACT
NEOPLASIA LIVER IN DOGS DOMESTIC
Lack of knowledge about liver cancer makes this work, a way of sharing information in a
manner so common in cancer and that usually leads to death. Establish an appropriate
treatment, aimed at survival with quality of animals affected by this disease, bringing them
minor damage to their health.
The liver is the largest viscera of the body, corresponds to 3% of body weight of dogs. The
liver consists mainly of liver cells or hepatocytes, which are grouped into plaques that are
anastomosam between them forming units morphological calls liver lobes. Responsible for
several functions: Summary protein; Secreção of bile; Deposit of metabolites; Metabolism;
detoxification and Neutralization.
The hepatocellular carcinoma is a malignant neoplasm of character of rare occurrence in dogs;
corresponds to 0.6% of all cancers and presents metastases in 61% of cases, on average,
doubles its size every 180 days. The signs and symptoms are: abdominal pain, abdominal
mass palpable, distension, anorexia, malaise, jaundice and ascites. And can evolve with
spontaneous rupture of the tumor, followed by shock hipovolemico, causing the death, if there
is no intervention in a timely fashion.
In oncology is an area expanding in Veterinary Medicine. And the diagnosis of malignant
neoplasms has become increasingly frequent. And represent the only alternative to increase
the chances of life and improvements in view of survival.
This paper reports on the canine hepatocellular carcinoma, using as a basis to review literature
on the main liver cancers diagnosed, indications, against indications, the techniques of
treatment, and clinical case report.
Key words: Liver, Neoplasia, Hepatocellular carcinoma.
7
8
1 INTRODUÇÃO
A falta de conhecimento sobre neoplasias hepáticas faz deste trabalho, uma forma de
compartilhar informações, que poucos médicos veterinários têm acesso, caracterizando a
fragilidade, falta de incentivo e oportunidade que os estudantes da área possuem para
conhecer, uma forma tão comum de neoplasia e que geralmente leva ao óbito.
No entanto, no Brasil, principalmente em algumas regiões, os recursos para o
diagnóstico e o tratamento do câncer estão em desenvolvimento. Cabe ao proprietário levar
seu animal para um check-up minucioso com certa freqüência, pois, assim como nos
humanos, quanto mais cedo for diagnosticado o câncer maior são as chances de tratamento.
Tratar um animal com câncer não é para todo animal ou família. Deve haver um forte
comprometimento por parte do proprietário. A terapia requer idas freqüentes ao veterinário e
pode ser bastante oneroso. Para algumas formas de câncer o tratamento, uma vez iniciado, não
pode ser interrompido.
A cirurgia e a quimioterapia, associadas desempenham um papel fundamental no
diagnóstico e tratamento do câncer (WITHROW; O’BRIEN, 1997). Quando diagnosticado
precocemente, e com o tratamento adequado, pode-se, com um esforço cooperativo, ser obtida
melhor compreensão do comportamento cancerígeno e de seu tratamento.
Com isso assegura-se uma sobrevida melhor ao animal, com o conforto do
proprietário, em saber que está se fazendo tudo ao alcance para proporcionar uma melhor
qualidade de vida dentro da ética médica e profissional.
O veterinário não deve ser o único responsável já que tratar animais com câncer é
realmente um esforço de grupo e o proprietário faz parte desse grupo. É importante levar seu
animal para o tratamento sempre que for necessário e o horário do tratamento e dos remédios
deve ser seguido à risca. Tenha em mente que a meta do tratamento é minimizar o
desconforto. Só porque um animal foi diagnosticado com câncer não significa que a vida do
animal acabou. O comprometimento do proprietário e a dedicação do veterinário vão mantê-lo
com uma qualidade de vida melhor por mais tempo.
1
2 REVISÃO LITERÁRIA
2.1 Fígado
2.1.1 Definição
O fígado é a maior víscera do corpo, corresponde a três por cento (3%) do peso
corporal dos caninos. Nos cães domésticos, situa-se no quadrante cranial direito do abdômen,
aderido à superfície caudal do diafragma. É, essencialmente, uma massa de células permeada
por um complexo, mas, organizado sistema de canais, que transportam o suprimento
sangüíneo e a bile. É composto por cinco lóbulos anatômicos separados pelo ligamento
falciforme e coronário. Cirurgicamente, divididos em direito e esquerdo, esta divisão é feita
ao nível do porta-hepatis (local onde a artéria hepática e a veia porta se dividem em ramos
direito e esquerdo). Pela veia porta chega ao fígado todo material absorvido nos intestinos,
com exceção de parte dos lipídios que é transportada por via linfática. Graças a essa
característica, ele se encontra em posição privilegiada para metabolizar e acumular nutrientes
e neutralizar e eliminar substâncias tóxicas absorvidas. (JORGE, 2006)
A veia porta é formada pela junção da veia mesentérica superior e esplênica que se
dirige para o lobo direito a medida que se aproxima do porta-hepatis. Ramifica-se num tronco
curto a direita e num tronco esquerdo mais longo.Cada ramo terminal tem um território
nitidamente definido. A artéria hepática e seus ramos são bem menos constantes. Em 55% dos
casos, ela se origina diretamente da artéria celíaca, mas, no restante, pode se originar da
mesentérica superior, gastroduodenal, gástrica direita ou esquerda ou até mesmo da aorta.
Dentro do fígado, segue os ramos da veia porta. A maior parte do fluxo vai para o estroma,
ductos biliares e vesícula biliar. As veias hepáticas são retas e drenam posteriormente para a
veia cava posterior. O suprimento linfático emerge da porta-hepatis e a maior parte
acompanha a veia cava inferior para dentro do mediastino.O aporte nervoso é através das
fibras simpáticas de T7 a T10, fazendo sinapse no plexo celíaco, junto com o vago direito,
esquerdo e o nervo frênico direito. As fibras nervosas acompanham a artéria hepática e os
ductos biliares dentro do parênquima e inervam a cápsula de Glisson. (FOSSUM, 2001)
2
2.1.2 Histologia
O fígado é constituído principalmente por células hepáticas ou hepatócitos. Os
hepatócitos têm formato poliédrico e medem 20-30 m. Estes se agrupam em placas que se
anastomosam entre si formando unidades morfológicas chamadas lóbulos hepáticos. Nestes,
os hepatócitos se dispõem em placas orientadas radialmente. Cada placa é constituída por
células dispostas em uma só camada. Cada lóbulo é uma massa poliédrica de tecido hepático
de cerca de 0,7 por 2 mm de tamanho. Os lóbulos se encostam uns nos outros em quase toda
sua extensão. No entanto, em algumas regiões, os lóbulos ficam separados por tecido
conjuntivo e vasos. Estas regiões ocupam os cantos do poliedro e recebem o nome de
espaços-porta. Cada espaço-porta é composto por uma vênula e uma arteríola (ramos da veia
porta e da artéria hepática, respectivamente), um ducto biliar, vasos linfáticos e nervos. Este
conjunto é cercado por uma capa de tecido conjuntivo, contínua com a cápsula de Glisson,
que recebe o nome de placa limitante. O espaço-porta também pode receber o nome de tríade
porta, pois, suas estruturas predominantes são a vênula, a arteríola e o ducto biliar. Da tríade,
o sangue atravessa a placa limitante através de canais controlados por esfíncter. Esses canais
descarregam o sangue numa rede de capilares chamada de sinusóides. (SISSON, 1979)
Os sinusóides são capilares que ocupam o espaço entre as placas de hepatócitos. Suas
paredes são revestidas de células endoteliais típicas e macrófagos que, no fígado, recebem o
nome de células de Kupffer. As células de Kupffer têm função fagocitária e pertence ao
sistema retículo endotelial. O estreito espaço que separa os sinusóides dos hepatócitos recebe
o nome de espaço de Disse, o qual é composto por fibras reticulares. Devido à sua reduzida
dimensão só pode ser estudado com o advento da microscopia eletrônica. Um terceiro tipo de
célula na parede do sinusóide é a chamada célula de Ito ou “célula gorda” que, supostamente,
teria um papel na fibrinogênese. Os capilares sinusóides desembocam em uma veia localizada
no centro do lóbulo chamada veia centrolobular a qual é o ramo inicial da veia hepática. As
veias centrolobulares atravessam os lóbulos em sentido longitudinal e, ao saírem destes,
desembocam em ângulo reto nas veias sublobulares que penetram nas trabéculas do estroma
hepático e se unem para formar as veias hepáticas. (JORGE, 2006)
Como o sangue percorre os sinusóides da periferia para o centro dos lóbulos, os
hepatócitos estão sob gradiente de composição sangüínea. Os mais periféricos recebem em
primeiro lugar tanto nutrientes quanto oxigênio, com eventuais toxinas trazidas pela veia porta
e artéria hepática. Isto explica as diferenças entre as células centrolobulares e as perilobulares.
Além do espaço de Disse, outra estrutura que fica entre os hepatócitos é o canalículo biliar.
3
Este não tem parede própria e é a primeira estrutura coletora de bile. Os canalículos se
dirigem do centro para a periferia onde desembocam em um ducto curto denominado canal de
Hering. Os ductos biliares gradualmente se alargam até se fundirem formando o ducto
hepático que sai do fígado. O ácino hepático é a unidade funcional do fígado. Compreende
massa de parênquima dependente do suprimento sangüíneo através do trato porta. As células
estão dispostas em zonas concêntricas que cercam os vasos aferentes terminais. Zona
Periportal – mais próxima ao espaço porta, é a primeira a receber sangue com alto conteúdo
de oxigênio, insulina e glucagon. Tem alta taxa metabólica e é a última a sofrer necrose e a
primeira a mostrar sinais de regeneração. Zona Mediolobular – recebe sangue com conteúdo
intermediário de oxigênio. Zona Centrilobular – mais próximos às veias hepáticas terminais,
recebem sangue por último. Aqui estão muitas das enzimas que participam de
biotransformação (NADPH citocromo P450-redutase). (SISSON, 1979)
2.1.3 Fisiologia
O fígado é responsável por diversas funções entre elas: Síntese protéica: o hepatócito
renova suas próprias proteínas e sintetiza várias outras para exportação como albumina,
fibrinogênio, protrombina e lipoproteínas; Secreção de bile: função exócrina. Os principais
componentes da bile são a bilirrubina (digestão da hemoglobina pela célula de Kupffer) e os
ácidos biliares (90% circulação enterohepática e 10% hepatócito); Depósito de metabólitos:
glicogênio, vitamina A, gorduras neutras. Metabolismo: gliconeogênese; Desintoxicação e
Neutralização: muitas toxinas são neutralizadas pelos processos de oxidação, acetilação,
metilação e conjugação. As enzimas que participam deste processo estão localizadas no
retículo endoplasmático liso. (SISSON, 1979).
2.2 Neoplasias
2.2.1 Conceito
Neoplasia (grego “neo” = novo, “plasis” = formação): Proliferação local de clones
celulares atípicos, sem causa aparente, de crescimento excessivo, progressivo e ilimitado,
incoordenado e autônomo, ainda que se nutra do organismo, numa relação tipicamente
4
parasitária, irreversível, persistente mesmo após a cessação dos estímulos que determinam a
alteração, e com a perda de diferenciação celular (FOSSUM, 2001)
“Cânceres são doenças genéticas, caracterizadas pelo acúmulo progressivo de mutações no genoma
das células alteradas. As células alteradas apresentam vantagens quanto à proliferação e/ou resistência a
mecanismos de indução de morte celular, o que culmina na manutenção da célula geneticamente alterada no
tecido de origem. Ao longo do tempo, as células alteradas podem adquirir capacidade de invasão local, indução
sustentada de alterações no microambiente tecidual, como por exemplo, formação de novos vasos
(angiogênese), e finalmente a capacidade de metastatização, responsável pela morte de cerca de 2 a cada 3
pacientes com câncer”, (CHAMMAS et al, 2004).
2.2.2 Nomenclatura e Classificação
A nomenclatura e classificação baseiam-se na origem, comportamento e na morfologia
da neoplasia. Quanto à origem pode-se ser: Epitelial, Mesenquimal ou Embrionária. O
comportamento pode ser: Benigno ou Maligno (THOMSON, 1983).
Neoplasias epiteliais ou mesenquimais benignas são denominadas utilizando-se o
termo designativo do órgão ou tecido afetado acrescido do sufixo “oma”. Com exceção de
hepatoma, linfoma e melanoma, que são utilizados como designação de neoplasias malignas.
Neoplasias epiteliais malignas utilizam-se o sufixo “Carcinoma”. Neoplasias mesenquimais
malignas utilizam-se o sufixo “Sarcoma”. Quando a neoplasia apresentar componentes
epiteliais e mesenquimais igualmente neoplásicos, recebe a denominação “Tumor Misto”. As
neoplasias embrionárias podem ser classificadas em: “Teratomas” - oriunda dos três folhetos
embrionários; “Mixomas”
- oriundo de tecido mixomatoso ou indiferenciado; ou
“Blastomas” – oriundo de tecido diferenciado (VALENTE, 2006).
5
2.2.3 Características Diferênciais Neoplásicas
TABELA 01 - CARACTERÍSTICAS DIFERENCIAIS NEOPLÁSICAS, HISTOLÓGICAS
E CITOLÓGICAS
Características
Estrutura tissular
Neoplasias Benignas
NeoplasiasMalignas
Típica do tecido de origem
Atípica de polarização e
desestruturação celular.
Vascularização
Quase normal
Aumentada e deficiente
Raras
Numerosas
Normais
Tri ou multipolares e
Ocorrência de Mitoses
Freqüência
Tipo
assimétricas
Celularidade
Tamanho e forma celular
Citoplasma
Normal ou aumentada
Muito aumentada
Regular e isoforma
Pleomorfismo
Semelhante ao da célula de
Escasso, basófilo e aquoso
origem
Núcleo
Semelhante ao da célula de
Atípico, hipercromático
origem
discariótico, pleomórfico, com
maior quantidade de nucléolos
Relação núcleo/citoplasma
Semelhante ao da célula de
Aumentada
origem
Discarioses
Raras
Freqüência relaciona-se com a
intensidade da atipia, e cresce
de acordo com a idade da
neoplasia
Fonte: Vasconcelos (1997).
6
TABELA 02 - CARACTERÍSTICAS DIFERÊNCIAIS NEOPLÁSICAS CLINICAS E
ANATOMOPATOLÓGICAS
Características
Neoplasias Benignas
Neoplasias Malignas
Expansivo/Compressivo
Infiltrativo/Destrutivo
Usualmente lenta
Geralmente rápida
Pode estacionar ou regredir
Geralmente progressivo e letal
Nítidos, às vezes encapsulado
Impreciso e não encapsulado
Ulcerações
Raras
Freqüentes
Metástase
Ausente
Freqüente
Recidiva
Raro
Freqüente
Anemia e/ou Caquexia
Raro
Freqüente
Alterações concomitantes
Atrofia compressiva
Infiltração/Destruição
Degenerações/Necrose/hemorragia
Escassa ou ausentes
Freqüentes
Geralmente conservada
Geralmente abolida
Localização, Acidentes e
Prognostico desfavorável se não
Desendocrinias
tratado precocemente
Crescimento/Tipo
Velocidade
Evolução
Limites
Função orgânica
Implicações Clínicas
Fonte: Vasconcelos (1997).
2.2.4 Estágio da Neoplasia
Segundo Frei (1971) e Santos (1988), os tumores primários são classificados,
com base na classificação TMN da OMS, salvo algumas especificações, em:
2.2.4.1 Tumor Primário (T)
TX Tumor primário não classificado;
TO Sem evidência de tumor;
Ta Tumor papilar restrito à mucosa;
Tis Carcinoma “in situ”;
T1 Tumor com invasão da submucosa;
7
T2 Tumor com invasão muscular;
T2a Invasão muscular superficial;
T2b Invasão muscular profunda;
T3 Tumor com infiltração da gordura peri-vesical;
T3a Invasão microscópica;
T3b Invasão macroscópica;
T4 Tumor com invasão de estruturas adjacentes;
T4a Invasão da próstata, útero ou vagina;
T4b Invasão da parede pélvica ou abdominal;
2.2.4.2 Linfonodos Regionais (N)
NX Linfonodos não classificados
NO Sem metástases em linfonodos
N1 Metástase
2 cm em um linfonodo
N2 Metástase única de 2 – 5 cm ou em vários linfonodos < 5 cm
N3 Metástase única ou múltiplas, > 5 cm
2.2.4.3 Metastase a Distância (M)
MX Metástases não classificadas
MO Sem metástases à distância
M1 Metástases à distância presentes
8
2.3 Tratamento
Segundo Withrow e O’Brien (1997), Valente (2006), os tratamentos podem variar
como:
I. Tratamentos Básicos.
1 – Tratamento Cirúrgico;
2 – Tratamento Quimioterápico.
II. Tratamentos Opcionais.
1 – Injeção Percutânea de Etanol (PEI);
2 – Microondas.
2.3.1 Tratamento Básico
2.3.1.1 Tratamento Cirúrgico
I. Transplante Hepático: O órgão doente é substituído por outro sadio, infelizmente na
medicina veterinária ainda é uma opção utópica.
II. Hepatotomia Unilobular: Remoção da porção hepática onde se localiza o tumor. Opção de
maior utilização e amplamente difundido, porém só utilizada quando a neoplasia acometer
apenas partes ou lóbulos isolados.
2.3.1.2 Tratamento Quimioterápico do Carcinoma “In Situ”
Segundo Valente (2006), Withrow e O’Brien (1997) os tratamentos do carcinoma “In
situ” podem variar como:
I. Tratamento Básico - Recomendáveis como primeira opção.
BCG tópico (8 – 10 aplicações semanais, depois 3 aplicações semanais no 3 o, 6o, 12o, 18o,
24o, 30o e 36o mês).
II. Tratamentos Opcionais - Indicados em situações especiais.
Quimioterapia tópica (Mitomicina-C, Adriamicina, Tio-Tepa);
III. Tratamentos Experimentais - Eficiência não-esclarecida.
9
Imunoterapia com Interferon;
Fototerapia com agentes fluorescentes.
Os esquemas terapêuticos estão em anexo.
2.3.2 Tratamento Opcional
I. Injeção Percutânea de Etanol (PEI): Introdução de Álcool Absoluto no centro da neoplasia
através de uma agulha, guiada por ultrasonografia.
II. Microondas: Introdução de uma agulha que emite microondas no centro da lesão.
2.4 Neoplasias Hepáticas
As neoplasias hepáticas podem, alem de ser por formação do próprio órgão, ser
derivadas a partir de muitos órgãos circunvizinhos, incluindo pâncreas, baço, trato
gastrointestinal, glândulas adrenais, glândulas mamárias e pulmões.
“Os tumores primários são observados nos animais idosos (acima de 10 anos de idade) e podem ser
malignos ou benignos. Eles compreendem adenomas e carcinomas hepatocelulares, adenomas e carcinomas
biliares e hemangiossarcomas. Os carcinomas hepatocelulares são os tumores hepáticos primários mais comuns
em cães. Os carcinomas biliares são mais descritos nas cadelas. Os tumores malignos primários podem ocorrer
como uma massa única em um lobo hepático, com ou sem massas menores nos outros lobos, como nódulos
discretos localizados em lobos múltiplos ou como uma doença infiltrativa por todo o fígado, sem a presença de
nódulos difusos. A forma maciça é a mais comum nos cães. A doença metastática decorrente de tumores
hepáticos primários é comum e pode envolver os linfonodos, peritônio e os pulmões”. (MERCK, 2001)
2.4.1-Adenoma Hepatocelular
O adenoma hepatocelular (hepatoma) geralmente corresponde a uma massa solitária
que envolve um lobo hepático, cujo tamanho pode ser tão grande quanto 15 cm,
frequentemente detectada de início, como massa abdominal (RASKIN; MEYER, 2003). O
adenoma hepatocelular é menos comum de ocorrer do que o carcinoma e quando apresenta
um tamanho pequeno, dificilmente é diagnosticado e acaba sendo um achado de necropsia
(MOULTON, 1990).
10
2.4.2-Adenoma Colangiocelular
Adenoma colangiocelular é uma neoplasia benigna que se origina do epitélio do
sistema biliar e geralmente não provoca hepatomegalia. Em geral, restringe-se a um lobo
hepático, pode ser solitário ou múltiplo e variar no tamanho e é um achado acidental. Possui
menor ocorrência do que o carcinoma colangiocelular. Ao exame citológico notam-se células
epiteliais do ducto biliar com aspecto relativamente normal que se esfoliam em pequenos
agregados. As células são densas com apenas uma quantidade mínima de citoplasma
relativamente claro. É necessário exame histopatológico para diagnóstico definitivo
(RASKIN; MEYER, 2003).
2.4.3-Carcinoma Colangiocelular
O carcinoma colangiocelular é variante maligna que citologicamente apresentam
células menores do que os hepatócitos e exibem anisocariose, anisocitose e citoplasma
riniforme. Em geral as células não exibem características óbvias de malignidade, além do
grande tamanho e crescimento exagerado; devendo ser realizado exame histopatológico para
diagnóstico definitivo (COWELL; TYLER, 1993).
2.4.4-Hemangiossarcoma
O hemangiossarcoma é um tumor vascular maligno com muitas células endoteliais
pleomórficas e imaturas que formam espaços vasculares ocupados por sangue, ou massas
celulares sólidas (JONES et al., 2000). Citologicamente as células são alongadas e os bordos
celulares são frequentemente indistintos. O núcleo normalmente é central e alongado a oval.
Apresenta anisocitose, anisocariose e nuléolos atípicos (WEISS; MORITZ, 2002).
2.4.5-Linfoma Hepático
O linfoma hepático é um componente do linfoma multicêntrico, embora tenha sido
diagnosticado, ocasionalmente como doença primária. É a neoplasia que mais comumente
causa hepatomegalia generalizada e uniforme no cão e é a neoplasia que mais afeta esses
11
animais (MOULTON, 1990). O linfoma hepático corresponde a 63% dos tumores e induz
uma elevação de leve à moderada alteração da atividade sérica em 46-70% dos casos
(MACLACHLAN; CULLEN, 1998; FIGHERA, 2000).
2.4.6-Hepatocarcinoma
O hepatocarcinoma é uma neoplasia de caráter maligno que provém das células
hepáticas denominadas hepatócitos e que se manifesta como uma massa solitária, geralmente
assimétrica (RASKIN; MEYER, 2003).
A primeira descrição científica foi feita por Eggel (1901), mostrando o resultado de
mais de 200 autópsias. Hoje, 100 anos após, sabemos mais sobre o processo que leva ao seu
surgimento; como cresce; como fazer o diagnóstico precoce; e o mais importante, como tratálo. O hepatocarcinoma, em média, dobra o seu volume a cada 180 dias. Mesmo em seu
estágio inicial, ou seja, um tumor pequeno, localizado em um fígado com bom
funcionamento, dá ao seu portador apenas cerca de oito meses de vida após ser encontrado, se
não for realizado nenhum tratamento. No estágio mais avançado, a previsão média é de menos
de três semanas de vida após o diagnóstico. Por este motivo dar-se a necessidade de
diagnóstico precoce, devido à possibilidade de tratamento e de boas chances de cura.
(JORGE, 2006)
É de rara ocorrência em cães; corresponde a 0,6% de todas as neoplasias e apresenta
metástases em 61% dos casos (MOULTON, 1990). Citologicamente encontramos hepatócitos
de aparência relativamente normal ou claramente malignos. Quando o tipo celular é bem
diferenciado pode-se visualizar marcada anisocariose e anisocitose, alta proporção núcleo
citoplasma e nucléolos evidentes atípicos (COWELL; TYLER, 1993). Quando o tumor é
indiferenciado, as células possuem variações no diâmetro, conteúdo citoplasmático (gordura e
glicogênio), mitoses e núcleos aumentados (WEISS e MORITZ, 2002). Alguns tumores são
tão indiferenciados a ponto de ser difícil identificar as células tumorais como provenientes de
células hepáticas (BAKER; LUMSDEN, 2000).
Uma vez diagnosticado, o hepatocarcinoma precoce, ou seja, menor que 2 cm de
diâmetro e sem sinais de acometer outros órgãos, há várias opções de tratamento. A melhor
opção, apesar de muito agressiva, ainda é o transplante do fígado, onde o órgão doente é
substituído por outro sadio, que infelizmente na medicina veterinária ainda é uma opção
utópica. A segunda opção é a hepatectomia, cirurgia onde é retirada a porção do fígado onde
12
está localizado o tumor, de maior utilização e amplamente difundido, porém só utilizada
quando a neoplasia acometer apenas partes ou lóbulos isolados. Uma terceira opção, muito
utilizada pelos japoneses e que aos poucos vem se tornando difundida pelo mundo é o
tratamento percutâneo do tumor. Nessa modalidade terapêutica, o tumor é destruído sem a
necessidade de cirurgia. A injeção percutânea de etanol (PEI) é um método simples, realizado
sob anestesia local e com raras complicações. Com o auxílio do ultra-som, é introduzida uma
agulha 30x7, 40x12 ou agulha espinhal (BD spinal), a mesma utilizada em aspirações
citológicas, no centro do tumor, através da pele, onde é administrado álcool absoluto (a
100%), provocando a destruição do câncer. (COWELL; TYLER, 1993) Outro método é a
introdução de uma agulha que emite microondas no centro da lesão, com efeito semelhante.
Apesar de simples, rápido e seguro, o tratamento percutâneo não é tão eficaz quanto o
cirúrgico, podendo ser utilizado antes da cirurgia ou em circunstancias que não possa ou não
se aceite a cirurgia. (SISSON, 1979)
Os sinais e sintomas dos pacientes com o carcinoma hepatocelular são de forma geral
os seguintes: dor abdominal (40 a 60%), massa abdominal, distensão (30 a 40%), anorexia,
mal estar, icterícia e ascite (20%). Alguns pacientes poderão evoluir com ruptura espontânea
do tumor caracterizada por dor súbita no hipocôndrio direito de forte intensidade, seguida de
choque hipovolemico seguido de morte caso não haja uma intervenção em tempo abil.
(KLAUSNER; HARDY, 1998)
13
3-MATERIAL E MÉTODO
Canina fêmea, de nome LILI, sete (7) anos, raça Basset Hound, data de nascimento
seis de dezembro de mil novecentos e noventa e oito, deu entrada na Clínica Veterinária
KENNEL VETERINÁRIA, numa quarta-feira dia dois de agosto de dois mil e seis às onze
horas e trinta minutos.
A queixa principal, segundo um funcionário da fazenda onde residia o animal, era que
ele estava sem se alimentar há dois ou três dias (inapetência), não conseguia se locomover e
tinha alterações na urina e nas fezes. Foi constatado na anamnese que o animal estava
apresentando icterícia generalizada, distensão abdominal, sensibilidade abdominal, dispnéia,
desidratação severa e arritmia cardíaca. Foi solicitado exame radiológico abdominal, que
apresentou imagem uniforme, característico de efusão peritonial. Fez-se hidratação
intravenosa, com ringer-lactato de sódio, adicionou-se 10mL de BIONIL®, 10mL de glicose a
50%, 5mL de TRANSAMIM® e 2mL de LASIZ®. Foi administrada via subcutânea 1mL de
AZIUM® e 2mL de AGROVET PS®.
Coletou-se sangue para: hemograma; verificação das funções renais e hepáticas
através das seguintes taxas: Bilirrubina, Creatinina, Fosfatase Alcalina, Uréia, TGO e TGP
(resultado em anexos); e para cultura de Leptospirose, porque segundo o dono do animal, na
fazenda havia muitos ratos e o animal tinha por costume caçá-los. Puncionou-se o abdômen
(abdominocentese) para verificar o tipo de liquido presente. E foi constatado que se tratava de
sangue (hemoperitôneo). Realizaram-se alguns testes com parte do liquido puncionado, que
foram: teste de coagulação ao ar livre, sedimentação lenta e centrifugação. Não houve
coagulação em nenhum dos testes. Foi puncionado pela abdominocentese aproximadamente
100mL.
Enquanto aguardava-se a chegada dos exames, foi dado suporte para tentar fortalecer o
animal, já que o mesmo se encontrava muito debilitado. Foi realizada hidratação durante
quarenta e oito horas, com isso, estabilizamos o paciente para realização de procedimento
cirúrgico, já que tínhamos a suspeita de provável ruptura de algum órgão (baço ou fígado), o
que explicaria o hemoperitôneo sem coagulação. Até ser iniciado o procedimento cirúrgico,
foi realizado os procedimentos normais da clínica para manutenção do animal. A cirurgia foi
realizada dia quatro de Agosto de dois mil e seis, uma sexta-feira. Iniciou-se com a medicação
pré-anestésica, com Atropina® e Acepran 0,2%®, via intramuscular; soroterapia com Ringer14
lactato de sódio; tricotomia, durante a qual foi evidenciado um grande hematoma na região
abdominal esquerda, iniciando na borda caudal das costelas indo até a inserção do membro
posterior esquerdo; a assepsia do animal foi realizada com álcool iodado e clorexide. O
anestésico utilizado na cirurgia foi o Zoletil 50®.
A cirurgia foi iniciada com uma incisão na região abdominal caudal a cicatriz
umbilical, evidenciando a diferença de coloração da musculatura do antímero esquerdo a linha
Alba com o direito, incisou-se a linha Alba, por onde se teve acesso ao abdômen que se
apresentava repleto de efusão (sangue), localizamos então o baço evidenciando que o mesmo
estava aumentado (esplenomegalia), porém intacto, apresentando apenas uma cicatriz
aparentemente antiga, teve-se então que iniciar uma exploração mais profunda de todos os
órgãos para descobrir qual estava rompido. Foi necessário ampliar a incisão abdominal, e ao
fazer isso, observou-se um aumento de tamanho e volume considerável do fígado
(hepatomegalia), ao examinarmos, esclareceu-se de onde vinha a hemorragia, devido a uma
hepatorrexe, e por infelicidade e decepção, não era apenas um lóbulo acometido, e sim todos
os lóbulos, o que impossibilitava qualquer tentativa de hepatotomia unilobular.
Com estas evidências, entramos em contato com o proprietário do animal, informando
a gravidade da situação e solicitando a autorização para realizar a eutanásia do animal, já que
não havia o que ser feito, dentro das condições do animal, que era idoso e muito debilitado. O
proprietário nos autorizou a realizar a eutanásia, e imediatamente, iniciaram-se os
procedimento para a realização. Após isso, foi realizada uma necropsia para retirar parte do
fígado e a enviar para análise histopatológica, constatou-se ulcerações hepáticas, além disso,
não foi observado mais nenhuma alteração digna de nota.
15
4-RESULTADO E DISCUSSÃO
16
5-CONCLUSÃO
Com este trabalho podemos concluir que a oncologia é uma área em expansão na
Medicina Veterinária. A neoplasia que mais ocorre é o linfoma hepático segundo Fighera
(2000) e Machachlan et al.(1998). Porém, apesar do carcinoma hepático ou hepatocarcinoma
não ser uma das neoplasias mais freqüentes observadas nos caninos e corresponder a menos
de um por cento dos casos, Segundo Moulton (1990), é uma das formações neoplásicas mais
graves por ser uma alteração de crescimento acelerado, dobrando de tamanho em
aproximadamente seis meses. Sabe-se que o tratamento inicial deste tipo de tumor é possível e
geralmente com bom prognóstico, se for diagnosticado precocemente. Infelizmente, em
estágios avançados as chances de sobrevivência são reduzidas, o que nos leva a necessidade
de maior interação entre o proprietário do animal e o médico veterinário.
Os estudos realizados durante o período de preparação deste trabalho apontaram
dentre todos os pontos de pesquisa, apresentam como única alternativa para aumentar as
chances de vida e melhorias na perspectiva de sobrevivência é o diagnóstico precoce.
17
6-REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
COWELL, R. L.; TYLER, R. D.: Diagnostic cytology of the dog and cat. Califórnia:
American Veterinary Publications, 1993. p. 260
CHAMMAS, R.; et al.: Imunologia Clínica das Neoplasias, Faculdade de Medicina-USP,
São Paulo-SP, disponível em: http://www.usp.br/fm/direxlim/download/imuneo.pdf; acesso
em 11 de junho de 2007.
FIGHERA, R.A.: Leucemia em medicina veterinária. Santa Maria-RS: O autor, 2000.
47p.Cap.6: Linfoma: p.32-38.
FOSSUM, Theresa W.: Cirurgia de Pequenos Animais; 1ª ed. ROCA; 1.335p.; 2001.
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ed. FUNDAÇÃO CALOUSE GULBENKIAN; p. 214-222; 1971.
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Manual de Cirurgia de Pequenos Animais. 2ª ed.São Paulo-SP: Manole, 1998. 2830p. 2
vol. Cap. 154, p2472-2476
MACLACHLAN, N.J., CULLEN, J.M.: Fígado, sistema biliar e pâncreas exócrino. In:
CARLTON, W.W.: Patologia veterinária especial de Thomson. 2ª ed. Porto AlegreRS:Artmed, 1998. 672p. Cap.2. p.95-131.
MERCK: Manual de Veterinária, Ed. ROCA, São Paulo SP, 2001.
18
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California Press. 1990. P. 672
O’BRIEN, M. G. e WITHROW, S. J. In: ETTINGER, S. J.; FELDMAN, E. C.: Tratado de
Medicina Interna Veterinária; 4ª ed. MANOLE; vol. I; seção V; cap. 76; p. 723-732; 1997.
PARREIRA, I. Mª. e KEGLEVICH, E.:As Neoplasia em Cães; Instituto Biosfera; disponível
em: www.conhecer.org.br/enciclop/2005/200510a.pdf; acesso em 21 de agosto de 2007.
RASKIN, R. E. ; MEYER, D. J.: Atlas de Citologia de cães e Gatos. 1 ed. São Paulo: Roca,
2003. p. 354
SANTOS, J. A. dos: Patologia Geral dos Animais Domésticos; 3ª ed. GUANABARA; p.
221-233; 1988.
SISSON, S.: Anatomia de los Animales Domésticos; 4ª ed. SALVAT; p.492-496; 1979.
THOMSON, R. G.: Patologia Geral Veterinária; 1ª ed. GUANABARA KOOGAN; cap. 5;
p. 287-361; 1983.
VASCONCELOS, A. C.: Tópicos de Patologia Geral; Instituto de Ciências Biológicas da
UFMG; 1997.
WEISS, D. J.; MORITZ, A. Liver cytology. The veterinary clinics small animal practice. v.
32. p. 1267-1291, 2002.
JORGE,
S.
G.:
Câncer
do
Fígado;
disponível
http://www.hepcentro.com.br/neoplasia_hepatica.htm; acesso em 21 de agosto de 2006.
19
em:
VALENTE,
M.
R.
S.:
Câncer
em
Cães;
disponível
www.peterwhite.com.br/cancercaes.htm; acesso em 20 de outubro de 2006.
20
em:
ANEXO
ANEXO A - Esquemas Terapêuticos
TABELA 1: ESQUEMAS TERAPÊUTICOS
AGENTE (S)
BCG tópico
PRODUTO
DOSE
CICLOS
EFEITOS COLATERAIS
Onco BCG
40-120 mg em
Semanal 8-
Cistite (80%), hematúria
(Inst.
40ml de Sol.
10x
(40%), febre (25%),
Butantã)
Fisiol.
calafrios (15%),
pneumonite (2%), hepatite
(2%)
30-40 mg em 40
Mitomicina-C
ml água destil.
tópica
Adriamicina
Adriblastina
tópica
Tio-Tepa
Semanal 8x
Oncotiotepa
tópica
Cistite (5-10%), eritema
palmar e genital (5%)
50 mg em 50 ml
Quinzenal 4-
Cistite (50%), alergia
Sol. Fisiol.
6x
cutânea (6%)
60 mg em 60 ml
Semanal
Mielosupressão (15-20%),
de água destil.
4-6x
cistite (1%)
30 mg/m2 EV
dias 1,15,22
Digestivo, Anemia,
M-VAC
Mitomicina-C
Metotrexate
plaquetopenia, leucopenia
Constipação
Vinblastina
Velban
Adriamicina
Cisplatina
3 mg/m2 EV
dias 1,15,22
Insuficiência cardíaca
Adriablastina 30 mg/m2 EV
dia 2
Insuficiência renal, surdez
Platiran
dia 2
70 mg/m2 EV
Cisplatina
Fonte: www.peterwhite.com.br/cancercaes.htm
21
ANEXO B - Esquemas Terapêuticos
TABELA 2: ESQUEMAS TERAPÊUTICOS
AGENTE (S)
PRODUTO
DOSE
CICLOS
EFEITOS COLATERAIS
CMV
70-100 mg2 EV
dia 1
Metotrexato
30 mg/m2 EV
dias 1 e 8
Velban
4 mg/m2 EV
dias 1 e 8
Taxol
200 mg/m2 EV
dia 1
Cisplatina
Platiran
Metotrexate
Cisplatina
Vinblastina
TIP
Taxol
Taxotere
Dores musculares
articulares, alopecia,
alergia
Ifosfamida
Holoxane
1500 mg/m2 EV
dias 1,2,3
70 mg/m2 EV
dia 1
Ifos
Cisplatina
Platiran
Cisplatina
GT
Gencitabina
Genizar
2000 mg/m2 EV
dia 1
Taxane
Taxol
150-200 mg/m2
dias 1, 18,15
Taxofere
EV
Fonte: www.peterwhite.com.br/cancercaes.htm
22
Cistite hemorrágica
ANEXO C – Acompanhamento Clínico
TABELA 2: ACOMPANHAMENTO CLÍNICO
Método
2-3
1o ao 5o ano
meses
Após 5o ano
4/4
6/6
12/12
meses*
meses**
meses
Anamnese
Completa
Hematúria
Disúria
Dor lombar
Exame Físico
Completo
Abdomem
Toque vaginal
Toque retal
Gânglios
Testes
Hemograma
Creatinina
Sedim. Urina
Fonte: www.peterwhite.com.br/cancercaes.htm
23
12/12 meses
ANEXO D – Acompanhamento Clínico
ACOMPANHAMENTO CLÍNICO
Método
2-3
1o ao 5o ano
meses
Após 5o ano
4/4
6/6
12/12
meses*
meses**
meses
12/12 meses
Citológico urina
Re-ressecção
***
Cistoscopia
****
****
Ultrassom abdomem
****
****
RX tórax
Urografia excretora
Tomografia abdomem*****
Fonte: www.peterwhite.com.br/cancercaes.htm
Tumores de alto risco; ** Tumores de baixo risco; *** Tumores muito extensos; ****
Intercalados a cada retorno; ***** Dor Abdominal – pélvica ou tumores invasivos muscular.
24
ANEXO E – Exame
HEMOGRAMA
Método: contagem automatizada através de citometria de fluxo.
2.720.000 / mm3
5.500.000 – 8.500.000 / mm3
Hemoglobina
6,0 g / dL
12,0 – 18,0 g / dL
Hematocrito
17,6 %
37,0 – 55,0 %
VCM
64,7 fl
60,0 – 72,0 fl
HCM
22,1 pg
Hemácias
34,1g / dL
31,0 – 37,0 g / dL
Leucocitos
14.100 / mm3
5.5000 – 16.000 / mm3
Bastonetes
0 / mm3
0,0 – 299 / mm3
12.972 / mm3
3.000 – 12.000 / mm3
Linfócitos
846 / mm3
1.000 – 4.900 / mm3
Monócitos
282 / mm3
100 – 1.400 / mm3
Eosinófilos
0 / mm3
100 – 1.490 / mm3
Basófilos
0 / mm3
RAROS / mm3
Metamielocitos
0/ mm3
Mielocitos
0 / mm3
Promielocotos
0 / mm3
Blastos
0 / mm3
CHCM
Segmentados
75.000 / mm3
Plaquetas
175.000 – 500.000 / mm3
Nota: Contagem diferencial da série leucocitaria confirmada por microscopia óptica.
FOSFATASE ALCALINA
MÉTODO: CINÉTICO OPTIMIZADO.
RESULTADO:
590 U/L
20 a 150 U/L.
25
ANEXO F – Exame
TRANSAMINASE OXALACETICA (TGO)
MÉTODO: CINÉTICO OPTIMIZADO ULTRAVIOLETA.
RESULTADO:
105 UI/L
10 a 88 UI/L.
TRANSAMINASE PIRUVICA (TGP)
MÉTODO: CINÉTICO OPTIMIZADO ULTRAVIOLETA.
RESULTADO:
270 UI/L
10 a 88 UI/L.
BILIRRUBINAS
MÉTODO: COLORIMÉTRICO.
RESULTADO: CONJUGADA / DIRETA
4,80 mg/dL
0 a 0,3 mg/dL.
Ñ CONJUGADA / INDIRETA
0,40 mg/dL
0,1 a 0,3 mg/dL.
TOTAL
5,20 mg/dL
0,1 a 0,6 mg/dL.
CREATININA
MÉTODO: COLORIMÉTRICO.
RESULTADO:
1,0mg/dL
0,6 a 1,6 mg/dL.
26
ANEXO G – Exame
URÉIA
MÉTODO: COLORIMÉTRICO ENZIMÁTICO.
RESULTADO:
95,0mg/dL
12,0 a 25,0mg/dL
LEPTOSPIROSE (SORO AGLUTINAÇÃO)
MÉTODO: SORO AGLUTINAÇÃO MICROSCÓPICA COM ANTÍGENOS VIVOS.
RESULTADO:
NEGATIVO
HISTOPATOLÓGICO
MATERIAL PARA EXAME:
Fígado + Vesícula biliar.
HIPÓTESE DIAGNÓSTICA:
A esclarecer. Canina fêmea com abdome dilatado contendo sangue que não coagulava.
Foi retirado o fígado após eutanásia, para o exame histopatológico.
EXAME MACROSCÓPICO:
Material enviado para exame preveamente fixado em álcool, consta de fígado com
superfície e forma irregular, de coloração esverdeada e enegrecida, pesando quinhentas
gramas (500g) e medindo 16,0x14,0x10,0 cm. Aos cortes a superfície é de aspecto esponjoso
com áreas esverdeadas, enegrecidas e brancacentas. A vesícula biliar mede 4,0x2,0x2,0 cm
preenchida por material viscoso esverdeado.
EXAME MICROSCÓPICO:
Os cortes histológicos do fígado exibem citoarquitetura alterada à custa de neoplasia
epitelial constituída por células com citoplasma eosinofílico claro por vezes contendo bile e
núcleos hipercromáticos em sua maioria arredondados. Dispõe-se em arranjo acinar por vezes
27
com projeções papilares ou agrupam-se em blocos separados por estroma conjuntivo,
apresentando infiltrado inflamatório mononuclear de permeio ao estroma.
Cortes histológicos de vesícula biliar exibindo autólise.
DIAGNÓSTICO:
Fígado: HEPATOCARCINOMA
Vesícula Biliar: AUTOLIZADA
28
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