Saúde MINAS GERAIS SÁBADO, 22 DE AGOSTO DE 2009 - 4 Secretários discutem gestão em saúde Foram debatidos o atendimento do SUS e a responsabilidade do administrador Secretários municipais de saúde, prefeitos, juízes e promotores de 54 cidades do Sul de Minas participaram, na sexta-feira (21), do Encontro Regional de Gestão em Saúde, promovido pelo Cosems Pouso Alegre. O evento, realizado em Santa Rita de Sapucaí, discutiu temas como judicialização da saúde, responsabilidades dos gestores, entre outros assuntos. Presente no encontro, o secretário de Estado de Saúde, Marcus Pestana, ministrou palestra em que ressaltou a importância do debate acerca do Sistema Único de Saúde (SUS) e da busca pelo consenso na tomada de decisões. Durante a exposição, Pestana lembrou que o SUS é baseado nos pilares da universalidade e integralidade. A ideia é não permitir a discriminação do cidadão por renda, sexo, raça, idade ou gravidade do mal. Já a integralidade é relacionada ao fato de que o SUS brasileiro engloba desde ações fundamentais como a imunização, até os serviços mais complexos como os transplantes de coração. “A aposta da nossa Constituição é audaciosa e temos que encará-la com confiança. É preciso enxergá-la como um processo e que estamos no caminho certo”, destacou. Outros modelos Pestana lembrou que mesmo os países que têm sistema de acesso universal, como a Espanha e o Cana- dá, focam e restringem atendimento, deixando clara uma lista de serviços públicos que o sistema público vai prestar. “No Brasil e em Minas, apenas 20% da população tem plano de saúde. Os outros 80% usam o SUS, que trabalha com recursos escassos. São R$ 500 somando tudo que os governos federal, estadual e municipal liberam para cada habitante. Esse valor é para atuar desde o combate à dengue e vacinas até transplante, tratamento de câncer, da Aids”, ressaltou. Paralelamente à escassez dos recursos, tem-se também a inovação tecnológica. Diariamente novas drogas, novidades terapêuticas são descobertas no mundo, e isso gera pressão por parte do usuário. “A saúde pública vai operar sempre com custos crescentes, o que não é realidade em outros setores, onde o avanço tecnológico barateia os custos. No caso da saúde, teremos sempre uma pressão para a expansão de gastos, mas, por outro lado, ainda teremos problemas gerenciais sérios”, disse. Segundo o secretário, outro ponto importante é o envelhecimento da população. “Felizmente as pessoas estão vivendo mais e, com isso, precisam do SUS por mais tempo. Essa é outra questão a ser debatida, afinal não poderemos deixar ninguém sem assistência”, lembrou. Fhemig participa de Congresso de Oftalmologia O Banco de Olhos do Hospital João XXIII, da Rede Fhemig, participa do XXXV Congresso Brasileiro de Oftalmologia, que será realizado no ExpoMinas, de segunda (24) a quinta-feira (27). Trata-se do maior evento da Oftalmologia Brasileira e a expectativa é de 7 mil participantes de todo o País e do exterior. A equipe do Banco de Olhos participa da programação científica ministrando palestras e participando de mesas-redondas, além de coordenar um curso específico sobre banco de olhos. O evento contará ainda, durante os quatro dias, com um estande para divulgar as informações sobre o trabalho realizado pelo Banco de Olhos da Fundação. A unidade é reconhecida nacionalmente pelo bom controle de qualidade e quantida- de dos tecidos oculares doados para transplante. Trata-se de um banco de olhos público, com estrutura física e equipamentos financiados pelo Governo do Estado, incluindo o primeiro microscópio especular para banco de olhos instalado em Minas Gerais. É responsável pela captação, preservação, avaliação e classificação de todos os tecidos oculares doados na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A Rede Fhemig ainda conta com outro banco de olhos no Hospital Regional João Penido, no município de Juiz de Fora. A Fundação é a única instituição do País que conta com dois bancos de olhos autorizados pelo Ministério da Saúde. MARCELLA MARQUES Pneumologista Ailton Cezário faz recomendações para conter a propagação do vírus Cidadão pode evitar gripe mesmo no transporte coletivo A prevenção de várias enfermidades respiratórias infectocontagiosas se faz com atitudes simples. O mesmo é válido para a influenza A (H1N1). Apesar de se tratar de uma doença nova, sua transmissão e as formas para se evitar o contágio são as mesmas da gripe comum. Por isso, ao usar o transporte coletivo, as pessoas devem tomar algumas precauções para que esses espaços não se tornem pontos de disseminação do vírus. O especialista em Pneumologia Sanitária, Ailton Cezário Alves Junior, faz uma série de recomendações àqueles que estão com os sintomas da nova gripe. Segundo o médico, é importante que esses pacientes sigam as orientações para evitarem o uso do transporte público. “O ônibus e o metrô, por exemplo, propiciam a aglomeração de pessoas. É recomendável que elas evitem a circulação para não termos maior propagação do vírus. Isso é válido para qualquer pessoa que esteja com sintomas de gripe ou resfriado”, avalia. Ailton reconhece, no entanto, que existem situações em que é inevitável que pacientes com sintomas usem o transporte público. Nesses casos, é importante observar alguns cuidados. “A primeira recomendação é que as pessoas sintomáticas usem máscaras cirúrgicas comuns. Tosse e espirro Na impossibilidade do uso da máscara, devemos estar atentos ao que chamamos de ‘etiqueta da tosse’. Se a pessoa for tossir ou espirrar, deve cobrir a boca com um lenço de papel ou de pano. Se ela não portar lenços, a alternativa é tossir ou espirrar cobrindo a boca ou o nariz com o antebraço e o cotovelo. Nunca se deve tossir ou espirrar diretamente sobre as mãos”, revela. Esse comportamento se justifica porque também se transmite o vírus pelo contato indireto e não só por via aérea. “Quando espirramos ou tossimos, expelimos gotículas, com raio de alcance de aproximadamente um metro. Se cobrimos a boca diretamente com as mãos, por exemplo, elas podem ser fonte de disseminação do vírus, uma vez que nos seguramos ou nos apoiamos nos tubos metálicos no interior destes veículos. Isto pode deixar o vírus nestas estruturas metálicas e basta alguém passar as mãos sobre o local e em seguida levá-las às mucosas da boca, do nariz ou dos olhos para que ocorra a transmissão da doença”, explica. O pneumologista também orienta que os passageiros do transporte coletivo deixem sempre as janelas abertas para facilitar a circulação natural do ar no interior dos veículos. Ailton Cezário também relembra que, ao chegar ao destino, o passageiro deve lavar as mãos com água e sabão, ou ainda fazer uso do álcool gel, além de sempre se evitar levar as mãos à boca, nariz ou olhos. Outra parte “As empresas poderiam orientar os condutores dos veículos a manter as janelas abertas. Também seria recomendável ampliar a higienização dos bancos e estruturas internas dos ônibus e metrôs, além de disponibilizar espaço para afixação de cartazes com instruções e informações sobre a nova gripe e como fazer a prevenção”, pondera Ailton. Para promover estas ações, o Comitê Estadual de Enfrentamento da influenza A (H1N1) agendará uma reunião com a BHTrans, Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) e representantes de empresas do transporte coletivo. O objetivo será alinhar as medidas e transformar o sistema público de transporte em mais um aliado na prevenção da doença.