Caderno_de_Atividades_MIII_BlocoIV

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESC
COLEGIADO DE BIOLOGIA - MODALIDADE EAD
CURSO DE LICENCIATURA EM BIOLOGIA - MODALIDADE EAD
MÓDULO III – PROCESSOS DE MANUTENÇÃO DA VIDA
BLOCO IV
CADERNO DE ATIVIDADES
1o semestre de 2011
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESC
COLEGIADO DE BIOLOGIA - MODALIDADE EAD
CURSO DE LICENCIATURA EM BIOLOGIA - MODALIDADE EAD
APRESENTAÇÃO
Prezados(as) alunos(as),
Apresentamos o caderno de atividades conjunto, contendo as atividades a distância e as
atividades presenciais, relativas a cada unidade que integra os três eixos temáticos do
Módulo III - Processos de manutenção da vida, a serem desenvolvidas no Bloco IV.
A data limite de postagem é única para todas as atividades à distância, entretanto você
poderá postar suas atividades antes da data limite, caso as tenha concluído. Caso você só
possa postar suas atividades na data limite e houver problemas relacionados a internet,
envie as mesmas pelo correio dentro do prazo de postagem.
Por outro lado, informamos que as atividades presenciais continuam a ser apresentadas e
entregues na data relativa ao encontro presencial.
Ressaltamos que antes de você efetuar a postagem de suas atividades é importante que
você esclareça suas duvidas e busque orientação junto aos seus tutores. Para a realização
das atividades de forma adequada e produtiva é importante que você, caso tenha
necessidade, as envie previamente para os tutores, visando orientação e recondução do
processo de elaboração das mesmas. O tutor a distância poderá a partir de uma análise
prévia de suas atividades indentificar erros ou equívocos, necessidade de complementação
ou detalhamento das atividades, orientando-o a reelaborá-las. Este é um passo
imprescindível para que possamos assegurar uma avaliação processual das atividades,
conduzindo você a uma aprendizagem significativa.
Bom estudo!
Equipe da Coordenação de Curso
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESC
COLEGIADO DE BIOLOGIA - MODALIDADE EAD
CURSO DE LICENCIATURA EM BIOLOGIA - MODALIDADE EAD
ORIENTAÇÕES GERAIS
1. Antes desenvolver as atividades, leia o texto relativo as respectivas unidades,
apresentados no Módulo;
2. Lembre de resgatar conhecimentos relacionados ao conteúdo em estudo, nos módulos
anteriores fazendo a correlação necessária;
3. Amplie seus conhecimentos lendo os capítulos de livros, artigos e/ou textos
complementares, bem como consultando sites indicados pelo professor no plano de
ensino ou pelo seu tutor;
4. Estude os conteúdos específicos do eixo biológico sempre relacionando-os a figuras ou
a animações. Isto facilita a compreensão da estrutura e dos processos biológicos;
5. Faça pesquisa na internet, usando palavras-chave relativas ao conteúdo em estudo;
6. Assista as vídeo-aulas gravadas pelos professores;
7. Participe dos chats e fóruns de discussão. Estas são ferramentas importantes para
esclarecimentos de dúvidas e compreensão dos temas em estudo;
8. Estude e discuta as atividades (individuais) em grupos de estudo, se possível. Por meio
desta estratégia cada aluno poderá a partir de suas competências específicas contribuir
para o processo de aprendizagem de todos, entretanto é importante que cada aluno
desenvolva o seu próprio processo de construção das atividades;
9. Busque, sempre que necessário, orientação junto aos tutores (AVA, 0800, e-mail);
10. Lembre que a data limite para a postagem de atividades é sua última oportunidade de
fazê-lo, entretanto você pode antecipar esta postagem dentro do prazo estipulado.
11. Leia, estude, assista as vídeoaulas e tente resolver as atividades, de preferência antes
do encontro presencial para que você tenha condições de discutir, buscar
esclarecimentos, ampliar seus conhecimentos e compreender melhor os temas em
estudo.
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COLEGIADO DE BIOLOGIA - MODALIDADE EAD
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Módulo III – Processos de manutenção da vida
Cronograma de execução do Bloco III
Bloco IV
Prazos
Período de desenvolvimento
01/08 à 02/09/2011
Encontro Presencial
20 e 21/05/2011
Data limite para postagem das atividades a distância de
todas as unidades
02/09/2011
Prova Presencial
17/09/2011
Módulo III – Processos de manutenção da vida
Unidades integrantes do Bloco IV
Blocos
Bloco IV
01/08 à
02/09
Código
Unidades
Professor
EB6
Transcrição e regulação da expressão gênica
Leandro Lopes Loguercio
EB7
Imunologia para não imunologistas
Margareth Leitão Gennari
EB8
Sinalização celular
Ana Cristina Caribé
EB9
Mecanismos de integração e regulação
Viviana Moreto
EB11
Cooperação entre organismos
Rodrigo Leão de Moura
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MÓDULO III – PROCESSOS DE MANUTENÇÃO DA VIDA
EIXO TEMÁTICO BIOLÓGICO
Unidade EB6 – Transcrição e Regulação da Expressão Gênica
Prof. Leandro L. Loguercio
ATIVIDADE A DIATÂNCIA:
Para realizar esta atividade, é muito importante e conveniente ter lido com atenção o
M3U6 do Módulo III, Eixo B, das páginas 258 a 278, incluindo as Atividades
Complementares e os “saiba mais” propostos (incluindo os links de internet)! Com isto,
você ganhará conhecimento básico necessário para abordar, refletir, pensar e resolver os
problemas propostos a seguir.
[ Será interessante para você buscar integrar esse conhecimento e informações com o
que foi estudado no M3U5 (Estrutura e Metabolismo de Biomoléculs III), no bloco III.]
Outra coisa importante: assim como na unidade anterior, explore a internet (o Google!)
fazendo buscas com palavras-chave que você julgar interessantes após ler a Unidade 6!
DICA “QUENTE”: Os websites abaixo são MUITO interessantes de consultar, e
certamente ajudarão a fazer esta atividade e entender bem sobre este assunto:
http://www.youtube.com/watch?v=slbqqALkCaA
http://www.youtube.com/watch?v=n6EPT29Ab2k&NR=1
http://www.youtube.com/watch?v=slOneovpOEk&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=NYf151S83YE
http://www.nature.com/nrn/journal/v2/n1/animation/nrn0101_043a_swf_MEDIA1.html
*****
1. Com base nas informações que você adquiriu lendo a unidade, bem como nas que já
buscou em livros ou na internet, pense bem (discuta com tutores e colegas) e responda:
1.1. Considerando que o processo de transcrição consome enorme quantidade de energia
celular para ocorrer, apenas “copiando” (“transcrevendo”) a informação que já está no
DNA, por que você acha que o RNA não foi “definido evolutivamente” como a molécula
ideal para armazenar a informação genética e passá-la entre as gerações, ao invés do
DNA?
1.2. Compare os processos de replicação e de transcrição e indique, pelo menos, 3
semelhanças e 3 diferenças entre eles:
2. Pense e explique: como o ‘dogma central’ da biologia molecular é profundamente
afetado pela idéia de splicing alternativo (remoção diferenciada de íntrons) gerando
distintas proteínas funcionais a partir de uma mesmo gene?
3. Pense e explique qual é a principal diferença entre eucariotos e procariotos no que se
refere às unidades de transcrição, ou seja, como elas se estruturam e como esta
estrutura afeta a regulação da expressão dos genes?
A partir disso, pense e reflita: pode essa diferença ajudar explicar a tendência de tamanho
entre procariotos e eucariotos, ou seja, que procariotos são unicelulares e muito
pequenos, enquanto eucariotos são de diversos tamanhos (desde leveduras
microscópicas até baleias azuis!)?
4. Leia atentamente as frases abaixo e dê sua opinião: estão certas, erradas, mais ou
menos?... E por que!
a) Cada gene produz um único tipo de proteína.
b) O gene que define ‘cor dos olhos’ permanece fechado em todas as células, exceto
naquelas que compõem a íris.
c) Não se sabe exatamente como esse controle funciona, mas deve ser devido a uma
enzima especial que abre o gene para que ele funcione nessas células (as da íris acima).
5. Em uma dada planta, um determinado gene é suspeito de ter sua expressão induzida
pela ausência de luz. Assim, sua expressão foi analisada por Northern-blot em raízes e
folhas para verificar o efeito acima descrito. Além disso, foi testado simultaneamente o
efeito de AIA (auxina) na expressão do mesmo nestes 2 tecidos. Com o resultado abaixo,
quais suas conclusões ?
Raízes
[AIA] = (mg/mL)
Folhas
0
50
0
50
Unidade EP7 – Imunologia para imunologista
Profa. Margareth Gennari
ATIVIDADES A DISTÂNCIA:
1. AD1 – Leia o texto abaixo, juntamente com a unidade EB7 do módulo, realcionada
à imunologia e responda às questões abaixo:
1.1 – Conceitue:
a) anticorpo
b) antígeno. Quais as células envolvidas
c) imunógeno
d) opsoninas
e) MHC ou HLA
f) Toll like-receptor (TLR)
g) Sistema Complemento
1.2- O que são TH1 e TH2?
1.3 – Qual a principal resposta imune para bactérias intracelulares? Quais as células do
sistema imune envolvidas?
1.4 – Qual a principal resposta imune para bactérias extracelulares? Quais as principais
células do sistema imune envolvidas nesta resposta?
TEXTO: Mecanismos de resposta imune às infecções
An.bras.Dermatol,RiodeJaneiro,79(6):647-664,nov/dez.2004.
Autoria
PauloR.L.Machado
Doutor em Medicina. Pesquisador associado do Serviço de Imunologia da UFBA. Professorassistente de Dermatologia da Fundação Baiana para o Desenvolvimento das Ciências.
MariaIlmaA.S.Araújo
Doutor em Biologia Molecular e Celular. Pesquisador associado do Serviço de Imunologia da
UFBA. Professor-assistente de Imunologia da Fundação Baiana para o Desenvolvimento das
Ciências.
LucasCarvalho
Doutor em Patologia. Pesquisador associado do Serviço de Imunologia da UFBA.
EdgarM.Carvalho
Professor titular de Medicina da UFBA. Chefe do Serviço de Imunologia da UFBA.
INTRODUÇÃO
A resposta imune tem papel fundamental na defesa contra agentes infecciosos e se constitui no
principal impedimento para a ocorrência de infecções disseminadas, habitualmente associadas com
alto índice de mortalidade. É também conhecido o fato de que, para a quase-totalidade das doenças
infecciosas, o número de indivíduos expostos à infecção é bem superior ao dos que apresentam
doença, indicando que a maioria das pessoas tem condições de destruir esses microorganismos e
impedir a progressão da infecção. Em contraste, as deficiências imunológicas, sejam da imunidade
inata (disfunções de células fagocíticas e deficiência de complemento) ou da imunidade adaptativa
(deficiência de produção de anticorpos ou deficiência da função de células T), são fortemente
associadas com aumento de susceptibilidade a infecções.1
Embora a resposta imune seja fundamental para a defesa contra a maioria de agentes infectantes,
têm sido acumuladas nos últimos anos evidências de que em muitas doenças infecciosas os
principais aspectos patológicos não estão relacionados com uma ação direta do agente agressor, mas
sim com uma resposta imune anormal. Em muitas dessas situações existe uma reação de
hipersensibilidade com resposta imune exagerada e não modulada que tem como conseqüência dano
tecidual. Em outros casos, agentes infecciosos, seja por mimetizar antígenos próprios, por induzir
proliferação de células auto-reativas ou por aumentar nas células infectadas a expressão de
moléculas de MHC e moléculas co-estimulatórias, podem desencadear doenças auto-imunes.2
O conhecimento de que diferentes tipos de micróbios são combatidos por diferentes componentes da
resposta imune data do início dos anos 50, quando ficou documentada a importância dos anticorpos
na destruição de bactérias extracelulares. Embora isoladamente os anticorpos por si só não tenham a
capacidade de destruir bactérias, anticorpos podem neutralizar os microorganismos, impedindo sua
ligação com o tecido do hospedeiro. Adicionalmente, em associação com o complemento, os
anticorpos podem lisar bactérias e funcionar como opsoninas, facilitando a fagocitose. Os
neutrófilos, eosinófilos e macrófagos exercem sua ação microbicida de forma mais ampla contra
vários tipos de agentes e são células importantíssimas para a defesa do hospedeiro. A documentação
de que células fagocíticas expressam em sua membrana receptores como o toll-like receptor (TLR),
que se ligam especificamente a padrões moleculares existentes em diversos agentes infectantes,3
torna impróprio denominar inespecífica a resposta imune inata. Os neutrófilos têm ação microbicida
fundamental contra bactérias; os macrófagos são células importantes na defesa contra agentes
intracelulares (protozoários e bactérias intracelulares); e os eosinófilos, não tanto pela atividade
fagocítica, mas pela atividade citotóxica contra helmintos. A resposta mediada pelas células T é
extremamente efetiva no mecanismo de defesa contra agentes intracelulares, como vírus,
protozoários, fungos e bactérias intracelulares. As células T podem exercer sua função através da
citotoxicidade mediada por células CD8+ ou através da secreção de citocinas que vão ativar
macrófagos para destruir os agentes intracelulares. Outros elementos que podem participar do
processo de defesa contra agentes infecciosos incluem o queratinócito e a célula de Langerhans, já
que muitas vezes a pele é invadida por diversos microorganismos. Os queratinócitos possuem a
capacidade de secretar inúmeras citocinas, dessa maneira ativando e recrutando células inflamatórias
e linfócitos para a pele.4 A célula de Langerhans, por sua vez, exerce o papel fundamental de
vigilante do território cutâneo, fagocitando desde partículas protéicas inanimadas até vírus, bactérias
ou qualquer outro microorganismo invasor. Após a fagocitose a célula de Langerhans migra para o
linfonodo regional a fim de realizar a apresentação antigênica aos linfócitos, dando início ao
desenvolvimento de imunidade específica protetora, tolerância ou hipersensibilidade.5
Se de um lado já eram conhecidas as células e os mediadores envolvidos nas defesas dos humanos,
só recentemente foi documentado o fato de que a população de células TCD4+ (T helper) é
heterogênea, sendo constituída de duas subpopulações: as células Th1 e Th2.6 Essa observação tem
contribuído bastante para o entendimento da imunopatogênese da maioria das doenças infecciosas.
A figura 1 mostra a dicotomia das células TCD4+ e os mediadores por elas produzidos.
É fundamental o entendimento de que tanto a resposta Th1 como a resposta Th2 são importantes na
defesa do hospedeiro contra as infecções. A resposta Th1 está relacionada com a defesa contra
protozoários, bactérias intracelulares e vírus, enquanto a resposta Th2 é mais efetiva contra os
helmintos e bactérias extracelulares. Essas respostas são também antagônicas, desde que o IFNmodula negativamente a resposta Th2, e a IL-4 e a IL-10 modulam negativamente a resposta Th1, o
que permite uma homeostasia no sistema imune e uma resposta imunológica balanceada.
Adicionalmente, as células regulatórias da resposta imune que expressam as moléculas CD4 e CD25
(Tr) e produzem IL-10 e/ou TGFimpedindo ou diminuindo as conseqüências das reações de hipersensibilidade e das doenças autoimunes.7
1. RESPOSTA IMUNE CONTRA BACTÉRIAS
As bactérias são os microorganismos que mais freqüentemente causam infecções no homem. Tanto
as barreiras naturais contra os agentes infectantes, como a imunidade inata e a adaptativa participam
do mecanismo de defesa contra as bactérias.
1.1. Bactérias Intracelulares
A característica principal é a capacidade de sobreviver dentro dos macrófagos, tendo como
exemplos o M. tuberculosis, o M. leprae e a L. monocitogenesis. A penetração no macrófago
constitui também um mecanismo de escape do parasita e, embora paradoxal, é também útil para o
hospedeiro, desde que a ausência de penetração celular da bactéria poderia induzir uma forte
resposta inflamatória e um excessivo dano para o hospedeiro. Dentro dos macrófagos essas bactérias
podem estimular tanto as células TCD4+ através da expressão de antígeno associado ao MHC classe
II, como também células TCD8+ através da expressão de antígenos associados a moléculas do MHC
classe I. A ativação de células TCD4+ leva à secreção de IFNprodução aumentada de óxido nítrico (NO) e destruição da bactéria. As células TCD8+ participam
do mecanismo de defesa através da citotoxicidade, destruindo os macrófagos infectados. No caso do
M. tuberculosis, a despeito de haver imunidade protetora impedindo sua multiplicação, não existe a
eliminação completa do bacilo. Por essa razão indivíduos em uso de corticosteróides e portadores de
HIV podem desenvolver manifestações clínicas de tuberculose, a despeito de terem sido infectados
há muito tempo e terem persistido completamente assintomáticos. O papel da resposta imune celular
no controle das infecções causadas por micobactérias é bem demonstrado pela expansão dessas
infecções com o advento da Aids.
Com referência à infecção causada por M. leprae, o espectro clínico da doença está intimamente
ligado à resposta imune. Nos pacientes com a forma tuberculóide existe uma forte resposta Th1, e a
doença se caracteriza por destruição das fibras nervosas em áreas específicas, levando ao
aparecimento na pele de lesões localizadas e bem demarcadas, com perda de sensibilidade térmica e
dolorosa. Na ausência de uma resposta Th1, ocorre disseminação do bacilo, levando ao quadro da
hanseníase virchowiana. Nesse caso os macrófagos estão repletos de parasita e há escassez de
linfócitos na lesão. As formas borderlines, também conhecidas como dimorfas, representam um
padrão clínico e imunológico de resposta intermediária.8
A importância da resposta imune na hanseníase não se restringe à determinação do espectro clínico;
no decorrer da doença ou muitas vezes após início do tratamento alguns pacientes podem apresentar
manifestações clínicas agudas secundárias à liberação de antígenos e a reações de
hipersensibilidade. Essas manifestações, também denominadas reações, são representadas pelo
eritema nodoso hansênico (ENH) e pela reação reversa (RR). O ENH é uma resposta inflamatória
sistêmica associada a altas concentrações de TNF-α e à deposição de imunocomplexos, com
infiltração de neutrófilos e ativação de complemento, comprometendo vários órgãos.9,10 A
imunopatogênese do ENH é bastante complexa: têm sido demonstrados no soro dos pacientes altos
níveis circulantes de IL-1 e TNF-α,11,12 enquanto um aumento tecidual na expressão de RNA
mensageiro para IL-6, IL-8 e IL-10 indica resposta Th2;10,13 além disso, é documentada a presença
da enzima óxido nítrico sintase induzível (iNOS) nos neutrófilos e de TNF-α e TGFmacrófagos das lesões.14 O ENH pode acompanhar-se de toxicidade sistêmica, sendo muitas vezes
tratado com corticosteróides ou drogas inibidoras do TNF-α, como a talidomida. Por outro lado, a
RR desenvolve-se após o aparecimento abrupto de um mecanismo de hipersensibilidade tardia
contra frações antigênicas do M. leprae, envolvendo participação ativa de linfócitos T com produção
tecidual de citocinas Th1 (IL-2, IFN-α.13 As lesões
apresentam-se infiltradas por linfócitos CD4+, com aumento da expressão de HLA-DR e do receptor
para IL-2 em células do infiltrado, assim como nos queratinócitos.15
1.2. Bactérias Extracelulares
As infecções causadas por bactérias extracelulares são as mais freqüentes. Nesses casos os
mecanismos de defesa estão relacionados principalmente com as barreiras naturais do hospedeiro, a
resposta imune inata e a produção de anticorpos.
A importância das barreiras naturais no combate às infecções bacterianas extracelulares é bem
reconhecida. A integridade da pele e das mucosas impede a aderência e a penetração de bactérias; o
movimento mucociliar elimina bactérias do trato respiratório; o pH ácido do estômago destrói
bactérias que penetram pelo trato digestivo alto; e na saliva e secreções prostáticas existem
substâncias com atividade antimicrobiana. A quadro 1 detalha os principais mecanismos de defesa
contra bactérias extracelulares.
A participação da imunidade inata ocorre através das células fagocitárias, da ativação do sistema
complemento pela via alternativa e da produção de quimiocinas e citocinas. Adicionalmente a
proteína C reativa (PCR), proteína de fase aguda produzida principalmente por células hepáticas nas
infecções bacterianas, exerce ação variada contra as bactérias. Ao ligar-se aos fosfolipídios de
membrana de algumas bactérias (por exempço, pneumococos) a PCR atua como opsonina,
facilitando a fagocitose por neutrófilos. A PCR tem também a capacidade de ativar o sistema
complemento e também estimula a síntese de TNF-α, a qual induz a síntese de NO e
conseqüentemente a destruição de vários microorganismos.
O complemento exerce seu papel de defesa pela ativação do complexo de ataque à membrana (C5C9) e facilitando a opsonização através do componente C3b, que se liga à bactéria e interage em
uma segunda etapa com um receptor específico existente nas células fagocíticas. As deficiências do
sistema complemento têm sido associadas com infecções graves por Neisseria meningitidis e
infecções disseminadas por Neisseria gonorheae.16
Todas as células da imunidade inata participam da defesa contra bactérias, embora seja enfatizado
principalmente o papel de neutrófilos e monócitos/macrófagos pela capacidade fagocítica dessas
células. Os basófilos e mastócitos ativados por fatores do sistema complemento, a exemplo do C5a,
C3a e C4a, liberam mediadores que, juntamente com as referidas proteínas do complemento, atraem
leucócitos para o sítio de agressão e contribuem para a passagem dessas células dos vasos para os
tecidos, local onde está ocorrendo a agressão ao hospedeiro. Os eosinófilos, além da atividade
fagocítica, podem destruir microorganismos por meio da liberação de proteínas com atividade
microbicida, tais como a proteína básica principal e a proteína catiônica eosinofílica. Os neutrófilos
e os macrófagos têm participação importante na defesa contra esses agentes desde que as bactérias
sejam susceptíveis a substâncias produzidas por essas células, a exemplo do NO e do peróxido de
hidrogênio. Existem também no interior dessas células, enzimas como a mieloperoxidase e
substâncias outras como a azurocidina, que possuem propriedade microbicida. Embora tanto os
neutrófilos como os macrófagos sejam células fagocíticas, essas células possuem características bem
diferentes. Enquanto os neutrófilos têm vida curta tanto no sangue como nos tecidos, os macrófagos
têm sobrevida prolongada. Os neutrófilos só são encontrados nos tecidos inflamados, enquanto os
macrófagos concentram-se tanto em tecidos inflamados como em tecido sadio. Durante a reação
inflamatória os neutrófilos produzem secreção purulenta, enquanto os macrófagos formam o
granuloma. Os neutrófilos defendem principalmente contra as bactérias extracelulares, enquanto os
macrófagos são fundamentais para a eliminação dos agentes intracelulares que albergam.
As células da resposta imune são também as principais fontes de citocinas e quimiocinas no início
das infecções, as quais exercem sua ação tanto na fase inata como na adaptativa. As quimiocinas,
devido a seu papel de atrair células para o sítio da lesão, são muito importantes no processo de
defesa do hospedeiro.17
Entre as várias citocinas que participam da defesa contra bactérias, tem sido dado destaque às
citocinas pró-inflamatórias, como o TNF-α, IL-1 e IL-6. Essas citocinas são produzidas nas fases
iniciais da infecção e são responsáveis, por meio de sua ação no hipotálamo, pelo aparecimento da
febre que inibe a multiplicação bacteriana. Elas aumentam a expressão das moléculas de adesão
(seletina P e ICAM), facilitando a passagem de células de vaso para o sítio da infecção, e também
estimulam os neutrófilos e macrófagos a produzirem NO e a destruírem bactérias. Outras citocinas
produzidas nas fases iniciais da infecção interferem na resposta imune adaptativa. A IL-12,
produzida por macrófagos, tem papel importante na diferenciação de células Th0 para Th1,18
enquanto a IL-4, produzida por basófilos, mastócitos e macrófagos, estimula a diferenciação de
células Th0 para Th2, que vão colaborar com o linfócito B na produção de anticorpos, mais
especificamente, da IgE.19
A imunidade adaptativa, principalmente mediante os anticorpos, desempenha importante papel na
defesa contra as bactérias extracelulares. Os anticorpos podem exercer suas ações de três maneiras:
1) opsonização, 2) ativando o sistema complemento, 3) promovendo a neutralização de bactérias ou
de seus produtos.
Como as bactérias extracelulares são susceptíveis à destruição quando fagocitadas, elas
desenvolvem, como mecanismo de escape, substâncias que possuem atividade antifagocítica.
Anticorpos dirigidos contra essas substâncias não só impedem sua ação, mas facilitam a fagocitose,
desde que neutrófilos e macrófagos possuam receptor para a porção FC da imunoglobulina
(opsonização). Os anticorpos também são coadjuvantes na destruição de bactérias por complemento,
ativando esse sistema pela via clássica. Por meio do mecanismo de neutralização, os anticorpos,
principalmente a IgA, podem ligar-se a bactérias e, com isso, impedir que as mesmas se fixem nas
mucosas, como no trato intestinal e no trato respiratório. Os anticorpos em muitas ocasiões ligam-se
a toxinas produzidas por bactérias, como as toxinas tetânica e diftérica, neutralizando a ação desses
produtos.A despeito da importância defensiva da resposta imune, a dificuldade em controlar a
resposta inflamatória que se desenvolve pode provocar dano nos próprios tecidos, muitas vezes
limitado e sem maiores conseqüências para o hospedeiro. Porém, eventualmente, infecções causadas
por germes gram-negativos podem resultar em septicemia e choque séptico, situação extremamente
grave e associada com alta taxa de mortalidade.
O choque séptico é desencadeado por lipopolissacarídeos (LPS) presentes na parede bacteriana
estimulando nos neutrófilos, macrófagos, células endoteliais e músculos uma produção exacerbada
de citocinas pró-inflamatórias (TNF-α, IL-1, IL-6, IL-8) e NO. Como conseqüência, há diminuição
do tônus muscular e do débito cardíaco, que resulta em hipotensão e má perfusão tecidual, e
finalmente morte celular. No entanto, a modulação dessa resposta exacerbada pode ser obtida.
Assim, em modelo experimental a administração concomitante de IL-10 e LPS protege
camundongos da morte por choque séptico, ao inibir a produção de IL-12 e síntese de IFNTNF-α.
Figura 1: Subpopulações das células T CD4+ e principais citocinas produzidas:
Adaptada do Immunobiology, Janeway, CA et al., 5th Ed / Adapted from Immunobiology,
Janeway, CA et al.,
5th Ed
2. AD2. Estudo de caso
Discuta a situação abaixo com o seu grupo e, em seguida, responda às perguntas
propostas:
Situação hipotética – Um indivíduo, que trabalhava como catador de lixo, apresentava uma
ulceração no braço direito que não cicatrizava. Já estava com esta fístula por mais de 30
dias. Resolveu então, procurar um serviço de atendimento médico. Ao analisar, o médico
solicitou um exame sorológico de detecção de IgG por imunofluorescência. Foi constatado
ser um paciente soropositivo para um protozoário intracelular obrigatório, Leishmania
braziliensis, com títulos característicos de infecção recente. Então, o médico passou a
fazer exames mais específicos, procurando entender como estava o desenvolvimento
desta infecção. Analisando os linfócitos deste indivíduo, com Leishmaniose Tegumentar
Americana encontrou-se o seguinte perfil de produção de citocinas:
IL2- 256pg/ml
IL12- 180pg/ml
INF- 346pg/ml
IL4-14pg/ml
IL10-8pg/ml
Tomando em conta esses resultados numéricos (ou seja, maior ou menor quantidade de
determinadas citocinas), responda:
1) Qual a subpopulação de linfócitos T CD4 que está sendo preferencialmente
ativada neste caso? Th1 ou Th2?
2) Por que pôde-se saber qual a subpopulação de Linfócitos T foi ativada?
3) Considerando o macrófago como uma célula participante da (1) Resposta Imune
Inata e (2) Adaptativa, descreva o papel dessa célula nessas duas situações.
Unidade EP8 – Sinalização Celular
Profa. Ana Cristina Caribé
ATIVIDADE A DISTÂNCIA
1. Na figura 5 (pg. 318) da unidade EB8 pode-se observar diferentes tipos de
sinalização/comunicação celular. Construa um esquema (desenho) relativo a cada um dos
tipos apresentados, usando como modelo exemplos reais (biológicos). Explique o
mecanismo de sinalização representado no seu esquema, identificando todos os
componentes envolvidos no mesmo. Tome como base a figura 16 da pg. 328 do Módulo
III. Como subsídio a esta atividade consulte livros de Biologia Molecular, Bioquímica ou
Fisiologia, bem como sites na internet.
2. Através da leitura e estudo da unidade, você pode concluir que existem diferentes
mecanismos de ação das moléculas sinalizadoras (ligantes) nas suas células-alvo.
Explique como atua um ligante protéico (peptídico) e um ligante esteróide (lipídico).
Elabore um esquema (desenho) do mecanismo de ação, explicando todo o processo
através de um exemplo hipotético construído por você, desde a chegada do ligante até a
resposta celular produzida.
3. O íon Ca2+ é um importante sinalizador intracelular para neurônios e células musculares.
Pesquise na internet e/ou livros de Fisiologia, Bioquímica ou Histologia e explique o que
pode acontecer se as reservas intracelulares de Ca2+ nessas células estiverem muito
baixas.
Unidade EB9 - – Mecanismos de integração e regulação:
sistemas nervoso e hormonal
Prof. Viviana Moretto
ATIVIDADE A DISTÂNCIA:
1. Descreva as vias aferentes e eferentes de um estímulo de pressão sobre o dedo da mão
e a modulação de sua resposta.
2. Descreva a atividade do sistema nervoso autônomo (SNA) durante a fuga de uma presa
do predador:
3. Explique feedback (retroalimentação) positivo e negação dando um exemplo de cada.
ATIVIDADE PRESENCIAL:
Os alunos deverão se dividir em 5 grupos para apresentar os seguintes seminários no dia
da aula presencial:
1: Vasopressina e Ocitocina
2: Hormônios adrenocorticóides
3: Hormônios gonadotrópicos (FSH, LH, Testosterona)
4: Hormônios paratrireoideo
5: Hormônio do crescimento
Metodologia:
Este trabalho será apresentado da seguinte forma:
 Descrever os hormônios, incluindo estímulos para liberação, ação e regulação.
 Em slides no data show;
 Todos os participantes terão que apresentar;
 Não será necessário entrega de pesquisa escrita ou digitada;
 A nota será individual.
Regras:
 A apresentação será de 20 mim para cada grupo.
 O grupo em que um ou mais se ausentar será penalizado, ou seja, pontualidade
será essencial.
 Nenhum grupo apresentará em outro dia ou horário. Sem postergação de
apresentação.
Unidade EB11
Prof. Rodrigo Leão de Moura
ATIVIDADE A DISTÂNCIA:
Simbiose de limpeza. Leitura de um texto de divulgação científica sobre simbiose de
limpeza em peixes recifais brasileiros (projeto de pesquisa do docente
http://revistapesquisa.fapesp.br/?art=1926&bd=1&pg=1&lg=
)
e
de
um
-
trabalho
científico em português (Campos et al. 2007). A turma será dividida em grupos de dois
ou três alunos que prepararão um relatório sucinto (1-2 páginas) discutindo as
seguintes questões: o que diferencia relações comensais de relações mutualísticas e
como se enquadra a simbiose de limpeza? Qual a possível conexão evolutiva entre
relações de comensalismo e de simbiose de limpeza em peixes?
ATIVIDADE PRESENCIAL:
Relações mutualísticas em nossa região. A turma será dividida em grupos de dois
ou três alunos. Cada grupo irá descrever, em um relatório sucinto de 2-3 páginas, pelo
menos duas relações mutualísticas que ocorrem em sua região, classificando-as
quanto ao tipo e natureza. Os mutualismos deverão ser ilustrados com fotografias,
desenhos ou esquemas.
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