Memória: Dia de Reis, tradição ainda conservada

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Memória: Dia de Reis, tradição ainda
conservada
Antônio Carlos Faria Paz*
Os Santos Evangelhos narram que alguns magos do Oriente, visitaram o Menino Jesus, seguindo
uma estrela e, chegando ao local em que o Salvador se encontrava, o adoraram e ofereceram
presentes: Ouro Incenso e Mirra. Daí a tradição, num consenso geral, diz que três são os magos, que
seriam também Reis, com os nomes, Baltazar, Belchior e Gaspar. E sendo estudiosos da Cosmologia
e Astrologia viram uma estrela diferente. Sendo estudiosos das escrituras que anunciavam pelos
Profetas, sobretudo o Profeta Isaías, que nasceria o Salvador enviado por Deus, não tiveram dúvidas.
Montaram caravanas com camelos e dromedários e empreenderam uma viagem longa, seguindo a
Estrela.
Este fato é comemorado pelo folclore popular com as chamados Folias de Reis, com cânticos
passados de geração em geração, anunciando a vinda do Salvador e pregoando a visita dos Reis
Magos, visitando os presépios montados nas casas, para comemorar o Natal do Menino Deus, o
Verbo de Deus Encarnado! Composta de mais de uma dezena de pessoas com instrumentos típicos
como sanfona, cavaquinho, rabeca, triângulo, reco-reco, caixas de percussão de couro, dentre
outros, entoam suas loas ao Deus Menino.
Aqui na vetusta e bucólica Cidade do Tamanduá tivemos as folias do venerado Capitão Zé Gominho,
Geraldo D’Alessandro, Antônio Patrocínio, Mineirinho, a Folia de Três: Zé do Morro, Didico Soldado
e Zé Ponte (única no estilo) e muitos outros que comporiam uma lista extensa e que merecia até uma
pesquisa mais minuciosa, a fim de catalogar o maior de número de folias que já existiram. Bem como
as atuais.
Também faz parte da Folia a “Santa Bandeira” que vai à frente do Grupo, com a estampa dos três
Reis Magos, bem como a figura do “palhaço”, vestido jocosamente com uma máscara, com danças e
salamaleques interessantes, representando um soldado do malévolo Rei Herodes, que traindo o
sanguinário Rei teria protegido a Sagrada Família da fúria do citado facínora, quando mandou
passar a fio de espada todos os meninos abaixo de dois anos, com o fito de matar o Menino Deus, Rei
de Israel.
Esta Festa na liturgia da Igreja é conhecida como Epifania de Jesus ou “manifestação” de Jesus a
todos os povos, do orbe terrestre. São vários os grupos de folia ainda existentes em nossa cidade e
que devem merecer maior incentivo a fim de que esta bela tradição das “Folias de Reis”, possam se
perpetuar como um patrimônio imaterial de nossa bicentenária Itapecerica!
Opinião por:
Antônio Carlos Faria Paz é itapecericano e historiador.
(Foto que ilustra a matéria: Alexandre Reis)
http://www.folhadeitapecerica.com.br/noticia/103/memoria-dia-de-reis-tradicao-ainda-conservada em 12/06/2017 22:58
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