REVISA0 DO CONCEITO DE QUE A RAIVA É SEMPREFATAL1 . Dr. Moacyr R. Nilsson’ São selecionadas referências da literatura dos tempos de Pasteur a nossos dias, relativas a casos de raiva com recuperacão, dando-se destaque maior ao cCo entre os animais domésticos, aos morcegos entre os selvagens e aos camundongos entre os de laboratório. A raiva é consideradaurna doencaabso- Academiade Cienciasde Paris, apresentou lutamentefatal. Assim a caracterizarnos um casode cura de raiva numa jovem que * tratados,que se referem,no entanto,quase havia sido mordida60 dias antese que fôra todos,às excccões, masconsiderando-as des- tratada pelo curare até à dose paralisante. prezíveispor muito reduzidas.Sabemosque Essecasofoi objeto da teseque apresentou muitas vezesas regrassáojustificadaspelas em 1875 em Berlim, intitulada “Contribuiexcec$es.Náo obstante,somosde opiniáo cáo ao Estudo do Tratamento da Raiva que um único caso de cura da raiva, por Humana”. Segundoêsseautor, que baseou mais milagrosoque pudesseparecer,seria seu diagnósticonos sintomase na história suficientepara náo mais deíini-la como unida mordedura,a pacienteem questáonáo formementefatal. Poder-se-iano máximo podia ter tido “lissofobia”, histeria ou epi- T dizer“quasesemprefatal”. lepsia e náo tinha antecedentes de moléstia Despertadosque fomos para o assunto nervosa. Conclui o autor: “Em detinitivo, por trabalhosmais recentese pela experiêna raiva náo é mais urna doencaabsolutacia pessoalcom animaisde laboratório,resolvemosrevê-lo. Náo pudemosir muito mente mortal”. longe pelas deficiênciasque normalmente Décroix (3, 4)) em 1890,além de relatar sáoencontradasem todasas revisóes.Esta, casosde raiva curadaobservadospor varios como as demais,náo tem a profundidadee outros autores,refere que de 1860 a 1862 h a extensáoquea importânciado temaestava em Argel trabalhoucom 13 cáesraivosos, dos quais 2 se curar-amespontaneamente. a exigir. Ninguem melhor que Pasteur (1) para Nos debatestravadospor Décroix, alguns ’ encabecar a lista dos pesquisadores que assi- aceitaramo Tatoe outros o negaram. Dénalaramcasosde cura espontânea de cáes, croix, desde1863, afirmavaque a raiva era Fdepois da manifestacáodos sintomas. Sua curável e mencionouem seu artigo que 0 primeira experiênciafoi com 3 cáesinocu- Dr. Menécien,em Marselha,inocularaum I lados em 1881, dos quais 2 morreramde cao que adoeceracom sintomastípicos, inraiva e 1 se curou depoisde manifestados os clusive paralisiados maxilares. Dr. Menéprimeiros sintomas. Reinoculadoum ano ciem retirara salivadêsseanimale inoculara depois,náocontraiua raiva. em um coelhoe em 2 cáes. 0 animal fôra . Em 1884, Offenberg(2), em sessáoda melhorando até curarse. Durara vários mesesno canil. Os animaisinoculadoscom ITrabalho apresentado no X Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária, realizado de 12 a 18 de sua salivamorreramapósapresentarem sin- _ fevereiro de 1967, em Goiânia, Estado de Goiás, Brasil. tomas de raiva. Höegyes (5), em 1889, aVeterinlrio, chefe substituto de Seccão de Enzootias do Instituto Biológico da Secretaria de Agricultura verificou em 158 cáesinoculados13 casos do Estado de São Paulo, Brasil. 486 Nilsson * A RAIVA NEM SEMPRE É FATAL de cura, sendoque 7 haviamrecebidoantes 0 tratamentopasteuriano. Essestrabalhose outros anteriorese da mesmaépoca,apesarde interessantes e sugestivos,sofreramas limitacoesprópriasdo tempo,urna vez que náo contavamcom os recursosdiagnósticossurgidosmais tarde. Remlingere Effendi (6), em 1904,referem-sea dois cáesinoculadospela via intracranianaque contraírama raiva, inclusive com paralisiado u-emposterior,e serecuperaram;foram inoculadospelavia IC 2 meses depoiscom vírus fixo e permaneceram normais. 0 mesmoRemlinger(7, S), em 1907, apresentouum caso de cura da raiva em um cáo, transmitir-a-aa cobaia a partir da saliva. Ainda nessetrabalho, em que sáo citadas outras importantesreferências,o autor comprovouser a salivainfectantepelo menos até 5 dias depois da cura. Remlinger lembrouo dogmatismoarraigadonos espíritossôbreo prognósticofatal da raiva e tambémos casosde histeriarabiforme. Dammanne Hasenkamp(9)) em 1908, reportama recuperacáode um cáo após a inoculacáocom vírus fixo, sendoo diagnóstico confirmadopela reproducáoda doenca em um coelho inoculadocom a saliva do cáo doente. Em 1909, compareceKoch (10) com 3 recuperacóes espontâneas de 40 cáesinfectadosexperimentalmente, sendoos 3 inoculados com a mesmaamostrade vírus de rua. Em 1912, Fermi (II) na Itália e, em 1913, Harris (12) nos EstadosUnidos referem-sea casosde raiva humanacurada,o primeiro com a utilizacáo do 606 e o segundo com quinmo. Ambos os trabalhos pecampelos mesmosmotivos de outros já mencionados,isto é, basearam-seùnicamente no diagnósticoclínico. Moon (13)) tambémem 1913,atribui a cura da raiva em 3 cáesinoculadoscom o vírus à administracáo de bissulfatode quinmopelavia oral, na ocasiáodo aparecimentodos primeirossintomas. Mesmainsuficiênciados anteriores : falta demonstracáo evidente. Remlinger (14), novamenteem 1919, 487 relata a cura espontânea de um coelhoinoculadocom vírus furo pela via IC, depoisde ter ficado paralítico dos quatro membros, 14 diasapósa infeccáo. A seguir,em 1921, vêm dois casosinteressantes,um o de Konradi (1.5) na Alemanha,quepodeser assimresumido:2 cáes nascidosde máeimunizadaforam inoculados com vírus de rua pelavia intramuscular,um contraiu a raiva 25 dias mais tarde e morreu em 3 dias e o ouiro apresentousintomas a partir do 15” dia, mas serestabeleceu paulatinamente,tendo a paralisia do trem posterior persistidodurante 6 semanas.0 segundoé o de Philipse colaboradores (16)) nos EstadosUnidos,e diz respeitoa um cáo raivoso que se cura, sendo a sua saliva virulentapara animaisde laboratório. Em 1924, surgemdois artigosimportantes, o primeiro sôbrea recupera@0de um coelho experimentalmenteinfectado, cuja saliva 16 dias após a trepana@0era virulenta (17) e o segundode Forst (18)) na Tchecoslováquia, demonstrandoque o cáo pode sobreviverà forma abortivada raiva e tornar-seportador, com a saliva virulenta 6-7 diasapósa cura. Thiéry (19), em 1929, narra a história de uma môca que, mordida por um cáo, adoeceu55 dias depois,morreu 3 dias mais tarde e o diagnósticofoi confirmadopelo encentrode inclusóesde Negri. 0 cáo continuou sadio e foi sacrificado2 anosdepois em virtude de urna bronquitecr&ica. Em 1930, Koch (20), numa revisáo sôbre a raiva, dedicaum capítulo inteiro à chamadaraiva abortivae inclui algunscasos pessoais . Na décadade 30 surgemprovas cabais da existênciade portadoresde vírus na natureza. Trata-seda demonstracáo de que os morcegospodiam albergaro vírus, apesar de aparentementesadios e transmiti-lo a outrosanimais. A êsterespeitonuncaé demaislembraro importantepapelque desempenharamdois cientistasbrasileiros,Torres e QueirozLima (21, 22), que, ao mesmo tempoquePawan(23), em Trinidad,provo- 488 BOLETÍN DE LA OFICINA SANITARIA PANAMERICANA * Junio 1970 caram com suas irrefutáveis experiências mordeu outro, que contraiu a raiva e suurna verdadeirarevolucáo no terreno da cumbiu, após ter mordido outro, que tamraiva e, principalmente,neste campo do bém morreude raiva. 0 primeirocáo morportador sadio,modificandoradicalmentea dedor ainda estava sadio um ano após a epizootiologiada doenca. 0 fato foi muito mortedo menino. Em 1947, em um total de 223 cobaias refutado,mas a verdadetriunfou. Halasz (24), em 1934,na Hungria,veri- vacinadase depois submetidasà acáo do ficou pela primeiravez em bovino um caso vírus de rua, Jacotote Dinh-Lam (32) obde cura, sendoo diagnósticoda raiva con- servaramque 29 securaramdepoisde manitkmado pela inoculacáoda saliva em 12 festaremsintomasde raiva. Cornejo (33) na Co%mbia,em 1950, coelhospelavia IM, com períodosde incubacáo de 12 a 32 dias nestesanimais. Oito refere-se& históriaclínicade um cáo raivoso dias depoisda cura, a saliva era virulenta aparentementesáo que infectou várias pessoas. parao coelho. Jonnesco(25,26), de 1934a 1938,estuD’S ilva (34)) em 1952,na fndia, assinalou dou a questáoda imunidadenaturalem rela- que duascobaiasrecuperaram-se apóstratacáo à raiva de algunscáes,que resistematé mento antirrábico. Fragmentodo cérebro mesmoàs inoculacóesIC. Inclui em suas de uma delas,retirado ll diasapóso aparepesquisaso caso de um cáo que, inoculado cimento dos sintomas,revelou vírus na 2” com vírus íixo, contraiu a raiva e se curou. passagem em camundongos, masnáomais32 A reinoculacáomatou êsseanimal,mas seu diasdepois. Nessemesmoano, Starr e colaboradores cérebrofoi negativoà inoculacáoem outros animais. (351, nos Estados Unidos, comunicama de um cáo raivoso. Na China, Yu (27), em 1941, descreve aparenterecuperacáo Constantinesco e colaboradores(36)) em casosde pessoas mordidaspor cáesnormais; morreramde raiva nessascondicóes18 indi- 1955, descrevema inoculacáode 9 camunvíduos,5 dos quais sem ferimento. dongospela via IC com 100 DL de virus Em 1942,Webster(28), em seulivro sO- fixo, recebendocadaum 1 CCde vacinadiàbre a raiva, e Schoening(29), no 6 0 Con- riamenteaté o aparecimentodos sintomas. gressoCientífico do Pacítico, defendemo Oito animaismorreram de raiva após 5-6 ponto de vista do cáo portador sadio e dias, mas o restante apresentousintomas fazem referênciasa casosde recuperacáo, até o 10” dia, recuperando-se completamenteapós3 semanas. própriose de outros. Remlingere Bailly (30) voltam ao tema Em 1957,na Etiópia,Andral e Sérié(37), em 1946, num artigo sôbre a presentado em experiências muito bem conduzidas,devírus rábico em cáessadios,no qual fazem monstraramnáo só atravésda eletroforese, apanhadodos principaistrabalhosdados à mas tambémpela retirada da saliva de um publicidadeaté entáo e alertam que êsses cáo paralíticoe inoculacáoem camundongos nestesa doenca,a fatos têm sido postos sistemàticamente em e ratos, reproduzindo-se dúvida,por ter a fatalidadedo prognóstico possibilidadede cura espontâneada raiva, sido transformadaem dogma. uma vez que 0 cáo após urna regressáo Em 1946, na Espanha,Pérez-Gonzálezda paralisia, se recuperou inteiramente, (31) narra 0 seguintecaso: uma crianca achando-se aindasadio20 mesesdepois. foi mordidano pescocopor um cáo da viziConstantinesco e Birzu (38), em 1958, nhancae sucumbiu2 mesesmais tarde com retomam o estudo do fenômenoda autoraiva típica. Náo havia sido tratada,porque esterilizacáoe cura na raiva experimentale o animal,diariamenteobservado,náo apre- concluemque a vacinacáoantirrábicaprosentaraqualqueranomalia.Essemesmocáo longa o períodode incubacáoe a duracáo Nilsson * A RAIVA NEM SEMPRE É FATAL 489 da doensanos camundongosatingidospor em diferentesrepúblicasou regióesdo terriparalisias. Adiantam ainda que o síndrome tório, ocorreram21 casosde raiva em pessaparalíticoé de naturezarábicae se distingue soasmordidaspor cáes aparentemente bem dos processosde desmielinizacáose- dios. Nessescasoso períodode incuba@0 qüêntesao tratamentoantirrábico.Concluem variou de 1 mês a 2 anos,sendoo diagnósatimando que a raiva se comportanos or- tico baseadoprincipalmenteno quadro clíganismos parcialmente imunizados como nico, mas em 5 de 6 examinadospostqualquer outra infec@io por vírus auto- mortem foram encontradoscorpúsculosde esterilizantee curável,comoasencefalites ou Negri no cérebro. Os examesclínicos dos pelas mordedurasrea poliomielite.Em relacáoà auto-esteriliza- 21 cáesresponsáveis velaram que todos permaneceram bem deFáo, Johnson (39) observaque esta pode pois que suas vítimas contraíram a raiva. ocorrerquandoa doencaé de longadura@ío. Baseado nesse inquérito, o autor proclama a Johnsonafirmou tambémque cáesinoculanecessidade de fazer o exame das glândulas dos pela via IM com Wus de rua contraem, muitasvezesraiva paralíticae serecuperam. salivarespara determinaro perigo de um Bolin (40), nos Estados Unidos, em animalmordedor;e de queno casode exame do tratamento. 1959, injetou 40 cobaiascom vírus de rua, negativo,náo há necessidade que se recu37 morreran de raiva e 3 sobreviveram. Em relacáoa camundongos Urna destas3 teve raiva paralisantenáo peraram de raiva, podemos acrescentar fatal. Três mesesapósa infeccáo,a cobaia ainda 2 casosde Webster(45), um em que o camundongo paralisadose curou e permatinha anticorposneutralizantes. Alguns autores,Thiodet e colaboradores neceubem por 3 meses,apóster sido inocu(41,42), entreoutros,foram levadosa ten- lado pelavia IM com vírus de rua a 1: 80; e tar uma “nova” terapêuticaem pessoase outro em que, inoculado com dilui@o a animaisraivosos. Utilizaram a curarizacáo 1:40 pela mesmavia, o camundongopermáxima,a respira@0artificial controlada,o maneceuparalítico durante40 dias, ao fim eletrochoquecom a halidade de provocar dos quais morreu. Jelesice Atanasiu (46) ataquesepileptiformes e a soroterapia,sósou tambémdedicaramate@0 às paralisiasde associados, mas seusresultadosforam frus- camundongos imunizadosnos testesde protrados, apesarde daremalgumaesperanca, tecáo de diferentes vacinas, encontrando pois algunscasosobtiveramum aumentoda constantemente casosde recuperaqáoe de sobrevida. dura@0 prolongadadas paralisias. Quase Broz e Phan-Trin (43) trouxeramtam- tôdas as citacóesde recupera@0de camunbém sua contribuicáoao problemado cáo dongoscom raiva se referem a vacinados. portadorsadiodo vírus da raiva, atravésdo Comoficou bem demonstradopor Constanseguintecaso: uma mulher vietnamitaque tinescoe Birzu (38)) Webster(45) e Jelefora mordida por um cáo 60 dias antes, sic e Atanasiu (46), os camundongos vacimorreu de raiva atípica,sem sintomas.Esse nados, parcialmenteimunizados,oferecem mesmocáo mordeu,em um períodode 26 mais resistenciaà a@íodo vírus e algunsse dias, 10 pessoas,das quais duas morreram recuperamapós apresentarparalisias,ende raiva. Setedias depoisde morder a 10” quantooutrospermanecem nesseestadodupessoa,isto é, 22 diasapósa primeira,o cáo rante muito tempo antesde morrer. foi sacriiìcadosemnuncater mostradosinais Bell (47), em 1962, num dos trabalhos de raiva. Infelizmentenáo foi feito examede sôbrea raiva em camundongos, mais comlaboratóriodo animal. pletos e bem feitos, investigouas possibiliEm 1962,Yurkovsky (44) faz uma aná- dadesde recuperac$o,porém com animais lise dos trabalhosdos Institutos Pasteurda náo vacinados.Assim,em inocula@oIP de Uniáo Soviéticae revela que, desde1947, vírusde rua, utilizandogruposnumerososde 490 BOLETÍN DE LA OFICINA SANITARIA PANAMERICANA * Junio 1970 camundongos,Bell encontroupercentagens voso,mas semisolamentode vtius e sòmente de sobreviventescom seqüelasde 2 a 33%, com a verificacáode anticorposneutralizanconformea amostrade virus utilizada. Com tes no sôro; e outras de autoresrussos,das vírtrs 8x0 de alto título náo houve sobrevi- quais ternos referencias apenas indiretas, ventes. As taxas de mortalidade também como, por exemplo,a de Buchnev e Nikovariaram de 5 a 66%. As percentagens de laeva (51) em experiênciasde soroterapia sobreviventes,após o aparecimentodos pri- em animaiscom sinaisclínicosde raiva, que meirossintomas,massemseqüelas,variar-am podemser assimresumidas:16 cáese 1 gato de 4 a 45%. Em testes de comprovacáo foram infectadospela via intracranianacom (“challenge”) IC em camundongosque per- vírus íixo. Foi administradosôro imune em maneceramnormaisou sobreviveramcomse- altasdoses,1 a 3 diasapósa infec@o,e repeqüelas à inoculacáoprévia de virus de rua tidas estasdosesno aparecimentodos sinpela via IP, obteveBell os seguintesresulta- tomas. Oito dos 16 cáese o gato sobrevidos: camundongosnormais (os que náo veram. Zintchenko (52) refere-sea formas croapresentaramrea@0 à inocula&0 prévia), 91 a 98% de mortes; e camundongoscom nicasda raiva, que apresentaramquadroclíseqüelas,7 a 10% de mortes. Os índicesde nico de esclerosedisseminadae de encefaloneutraliza@0dos Gros dos camundongos mielite crônica. Constantine(53)) que revolucionoua epicom seqüelasforam altos, algunsmaioresdo que 4, 15. Concluiu Bell (46)) com muita demiologiada raiva com suas experiências propriedade,que a sobrevidaé uma ocorrên- sôbre a transmissáopela via aérea,relata a cia comum, reprodutivel, previsível. É um recuperacáode um cáo que apresentouantifenômenoque devetrazer um maior grau de corpas no sôro com índice de 1/1.325 28 otimismo no prognóstico,em lugar do pre- dias depois. Os nossospróprios resultadossáo muito sentefatalismo. A reprodutividadeda raiva abortivapodeproporcionaruma basesegura limitadospara que possamostrazer informaparapermitir um melhorestudodo fenômeno. @íoadicionalao problema,masternosobtido Kitselman (48), em 1964, constatou a em testes de protecáo de vacinas alguns recuperacáo de um rato que, inoculado dados interessantes.Encontramos, comuexperimentalmente, apresentarasintomasde mente camundongosque, tendo adoecidoe ficado paralíticos,às vezesse recuperame raiva. Náo podemos deixar de incluir nestas outras morrem muito tempo depois. Já foconsideracóes a importante contribui$o de ram observadasparalisias que perduraram Martin (49)) do Instituto Pasteurdo Marro- por 20, 40, 60 e até 90 dias. Alguns cacos, que fêz uma revisáo sobre os varios mundongos,após permaneceremparalíticos aspectosdo problema, discutindo-o muito por 12, 14, 17 e 25 dias, se recuperaram bem e sugerindoexamesadicionaispara a completamente. Um camundongo,depois de um mês de paralisia,foi sacrificadopara diferencia&0 do que He chama de raiva pesquisade corpúsculosde Negri e tentadoencae raiva infeccáo,como,por exemplo, tivas de isolamentode vírus, e os resultados a eletroforesepara pesquisade globulinaalfa foram negativosem ambosos exames. Náo 2, sinal de suspeicáode raiva e pesquisas ternosrealizadopesquisassistemáticas com a maisconstantesdo vírus na salivade animais fìnalidadede isolar vírus da saliva dos casuspeitos. mundongosque adoecemou ficam paralítiEntre outras referênciasrecentes,gosta- cos, por ser isso impraticável,inclusiveporríamos de incluir tuna de Kauker (50), que que náo sabemosquaisos que váo morrer ou infelizmente náo ternos completa, sôbre a recuperarse.Nas vêzesem que assimprocerecupera@0espontâneade um bovino rai- demos,eventualmente, náo conseguimos iso- r Nilsson . F _* * L T I 7 I * A RAIVA NEM 491 SEMPRE É FATAL lar vírusda salivan e mreproduzira raivae m prkimamentecom u m incrementodas pesinibidorasdo víruscamundongos mordidospelosparalíticos.0 quisasde substâncias numeroreduzidodestasnossasobservacóesinclusiveo “interferon”, talveza basefundadeveter contribuídopara êsseresultadone- mentalda questáo-quepossibilitaráoa sogativo. Talvez m u itos camundongos para- lucáodo problemada curada raiva. líticos morramde inanicáo,por se acharem impedidosde alcancaro aliento e m virtude Resumo da incapacidade funcional. É nossaopiniáo Sáo revistasalgumasreferênciasda lique o adventoda imunofluorescência possiteratura do tempode Pasteura nossosdias, biiitará u m a investigacáom a is racional e relacionadas a casosde cura da raiva. Fomenos problemáticasôbre a presentade ram observados casosde raiva abortivaou vírus na salivadêsses camundongos. curada e m varias especies animais,sobretudo Parece-nos quetodosêstesfatos que acanos morcegos, cuja restabelecimento apósa bamos de mencionarconstituemexcqáo infeccáo rábica ninguém m a is põe e m dúd e m a isparatunaregrasó, motivo pelo qual vida, os cáes, a respeito dos quais a literasugerimosque a raiva náo sejam a is consideradau m a doencainvariavehnente fatal, tura já assinalavarioscasosde recuperacáo, porémfatal na m a ioriados casos.No m e io alguns carentesde m e lhor demonstracáo, e nos animais leigo,o conceitoa m a 1da letalidadeda raiva masoutrosb e mcomprovados; de laboratório, dos quais o que m e lhortem devesermantidopara evitar a possibilidade sido estudado é o camundongo. Têm-seobde consequências adversas da sua alteracáo, servado com freqüência casos de recuperamas cienticamente cumpre reformulá-lo, $0 de raiva nesta ultima espécie, tanto e m pois náo se justificaa negacáoda evidência. camundongos vacinados prèviamente, quanto Para concluir gostaríamos de lembrar a e m camundongos náo vacinados; podendotodosos veterinarios,principalmente aosclínicos,a necessidade de dar m a isatencáoaos se, inclusive,prever m is casos,principalsáoinjetados casossuspeitos,inclusiveaos atipicos,pois mentequandoos camundongos com pequenas doses de v’ r us e pela via peritalvezjá tenhamexcluídoo diagnósticoda férica. Incluem-se também alguns dados raiva de animaisinfectadosque se recuperaram. Achamosquee m qualquercasosus- próprios, emboram u ito reduzidos,de camundongos vacinadosque contraíramraiva peitou m exameda salivaseimpóe. e se recuperam. É nossaopiniáotambémqueos novosméSugere-sea retilicacáo do conceito da todosdiagnósticos existentes ou quevenham a existir-e comoexemplom a isftisanteco- raiva semprefatal, com basenos dadosda locamos a imunofluorescência-traráo e m literatura. Chama-setambématencáopara de m a ioresestudos,principalfuturo próximoesclarecimentos adicionaise a necessidade mentecom a utilizacáodos novosrecursos conclusivos sôbreo assunto. dentre os quais se destacaa 0 mesmodiriamoscom relacáoà tera- diagnósticos, com a linalidadede espêutica: como desenvolvimento dastécnicas imunofluorescência, de cultura de tecidosno estudoda raiva, o clarecerm e lhoro problemada recuperacáo que já é urna realidade,deveremos contar de casosderaiva. Ei REFERENCIAS (1) Pasteur L. et al. “Nouveaux faits pour servir à la connaissance de la rage”. CR Acud Sc (Paris) 95:1187-1192, 1882. (2) Offenberg. “Cas de rage guéri chez l’h omme”. Rec Med Vet 61:559-566, 1884. (3) Décroix E. “Cas de guérison de la rage”. 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En esta última especie se han observado frecuentes casos de restablecimiento de la rabia, tanto en ratones que habían sido previamente vacunados como en los no vacunados, habién- dose podido prever, inclusive, tales casos, principahnente cuando a los ratones se les inyectaron pequeiías dosis de virus por vía cutánea. También se incluyen algunos datos propios, si bien muy reducidos, de ratones vacunados que contrajeron rabia y se restablecieron. Conforme a los datos observados en las publicaciones, se sugiere la rectificación del concepto de que Ia rabia es siempre mortal. También se llama la atención acerca de la necesidad de estudios más extensos, principalmente utilizando dos nuevos medios diagnósticos, entre los cuales se destaca la inmunofluorescencia, con el fin de escIarecer mejor el problema del restablecimiento de los casos de rabia. 1s rabies always fafal? The author reviews referentes in the literature conceming cases of cures of rabies from the time of Pasteur to date. Cases of abortive or cured rabies have been observed in various animal species especially in bats, whose recovery from the infection can no longer be doubted; in dogs, conceming which the litera- (Resumen) (Summury) ture mentioned above records severa1 cases of recovery, some not well-substantiated, but others proven; and also in laboratory animals of which the best studied have been mice. Cases of recovery from rabies have frequently been observed in mice, both in those previously vaccinated and in nonvaccinated mice and 494 BOLETÍN DE LA OFICINA SANITARIA PANAMERICANA those cases can even be forecasted, especially in mice that had been innoculated with small doses of virus by the peripheral route. It also includes a short account of his own findings concerning vaccinated mice that contracted rabies and recovered. In the light of the cases recorded in litera- Junio 1970 ture, he suggests that the thesis that rabies is always fatal needs to be revised. He emphasizes the need for further studies, principally the use of new diagnostic resources, including immunofluorescente, in order to clarify the problem of recovery from rabies. Révision de la notion que la rage est toujours fatale Le rapport passe en revue quelques ouvrages se rapportant à des cas de guérison de la rage, depuis l’é poque de Pasteur jusqu’à nos jours. On a relevé des cas de rage abortive OU guérie parmi diverses espèces animales, en particulier les chauvesouris dont le rétablissement après l’infection rabique ne peut plus être mis en doute; chez les chiens concernant lesquels les ouvrages ont déjà signalé différents cas de guérison dont certains n’o nt pas pu être complètement vérifiés mais d’a utres ont été confirmés; parmi les animaux de laboratoires qui ont pu être étudiés le mieux, le rapport mentionne les souris. On a constaté fréquemment des cas de guérison de la rage parmi cette dernière espèce, tant chez les souris vaccinées antérieurement que chez les - (Résumé) souris non vaccinées; on peut même prévoir de tels cas, en particulier lorsque les souris sont injectées avec de petites doses de virus par voie sous-cutanée. Le rapport fournit également quelques données concretes, bien que tres limitées, concernant les souris vaccinées qui ont contracté la rage et qui ont été guéries. L’a uteur propose de rectifrer la notion selon laquelle la rage est toujours fatale, en s’a ppuyant sur les renseignements parus dans un certain nombre d’o uvrages. 11 souligne également la nécessité d’e ntreprendre des études approfondies en utilisant notamment deux nouvelles méthodes de diagnostic parmi lesquelles il mentionne l’immunofluorescence, aíin de mieux élucider le probleme de la guérison de cas de rage. VIGILANCIA EPIDEMIOLÓGICA DE LA RABIA EN LAS AMÉRICAS Al publicar su boletín mensual, en febrero de 1970, el Centro Panamericano de Zoonosis había recibido informes sobre la vigilancia de la rabia procedentes de 18 países u otras regiones. Se notiíkaron casos de rabia en animales en Belice, Bolivia, Brasil, Colombia, Costa Rica, Chile, Estados Unidos, Guatemala, Honduras, México, Nicaragua, Paraguay, Perú, República Dominicana y Venezuela. No se observó ningún caso en Surinam, Trinidad y Tabago, y Uruguay. Del total de 1,255 casos ocurridos en febrero solo se conoce la distribución por especiesen 98 1, la que incluye 693 perros y 204 bovinos. En el boletín figuran asimismo casos de rabia en animales notificados en enero de 1970 en Argentina, Ecuador, El Salvador, Granada y Haití. En abril de 1970 se notificaron 10 casos de rabia en humanos, así como 3 casos de complicaciones neuroparalíticas posvacunales. [Organización Panamericana de la Salud. Informe Epidemiológico Semanal 42( 18) :96,1970.]