Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE Curso de Medicina RELATO DE CASO LEMDAP – 2008 CASSIANE HENDGES ROBERTO ARTHUR BAVARESCO NACKE FÁBIO NEGRETTI Identificação: • • • • • • • • Nome: V.N.C. Idade: 21 anos Data de Nascimento: 12/11/1985 Naturalidade: Curitiba – PR Estado Civil: Solteira Profissão: Estudante Escolaridade: 1º Grau Incompleto Residência: Zona Rural de Cascavel Anamnse • Data: 03/08/2007 • QP: “Dor nas costas e corrimento” • HDA: Paciente refere dor lombar há aproximadamente 3 semanas, latejante e que melhora com o uso de dipirona. Relata, ainda, dor em região abdominal, há mais ou menos 2 meses, acompanhada de leucorréia amarelada, de odor fétido e em grande quantidade. Refere amenorréia há 3 meses. Relata apresentar tosse produtiva, com expectoração esbranquiçada em grande quantidade há um mês. Anamnese • HDD: Paciente HIV positivo desde os 15 anos, há 6 anos sem fazer uso de Antiretroviral. Relata uma cesariana 3 anos antes e um aborto aos 13 anos. História de violência sexual na infância. Dois internamentos anteriores no Hospital Universitário. O primeiro em 03/08/2006, com duração de 51 dias; e o segundo em 04/10/2006, com duração de 3 dias. Anamnese • No primeiro internamento, a paciente foi admitida com tosse, emagrecimento, febre vespertina por 4 meses, dor abdominal inespecífica. • Teve 4 amostras de escarro negativas para BAAR, sem imagens radiográficas sugestivas de Tuberculose. • Não respondeu ao tratamento empírico para P. carini. Melhorou o quadro pulmonar com o tratamento para tuberculose. • Foi realizada biópsia pulmonar a céu aberto revelando granuloma não caseoso. • Paciente desenvolveu síndrome da dependência ao Anamnese • Persistiu com dor abdominal inespecífica, sendo realizada US de abdômen que revelou esplenomegalia e linfadenopatia intraabdominal. • Realizada laparotomia exploradora e biopsia de linfonodo retroperitonial, que revelou linfadenite (linfonodite) crônica granulomatosa, sem necrose caseosa, em grau moderado. • Apresentou herpes simples durante o internamento, tratado com aciclovir. • Durante o internamento, foi instituída a terapia Anamnese • HF: Pai Etilista e Avô com Ca de Pele • CHV: Tabagista de longa data. Usuária de crack há 9 anos. Nega etilismo Múltiplos parceiros Nega uso de outras drogas ilícitas. Exame Físico • • • • • • • Regular estado geral Anictérica Hipocorada (+2/+4) PA: 110x60 FC: 121 ACV: BRNF 2T sem sopros Abdome: Tenso, distendido, RHA+, dor a palpação profunda. Exames Patológicos • A biópsia de abscesso tubo ovariano revelou Salpingooforite crônica granulomatosa, com áreas de necrose caseosa, grau intenso e com intensa atividade aguda fibrinopurulenta, extensa, de grau intenso. • Pesquisa de BAAR positiva em pequena quantidade Anatomia http://artmiller.medicalillustration.com/imagescooked/26882W.jp Tuberculose • Doença grave causada pelo Mycobacterium tuberculosis. • É altamente contagiosa e transmitida por perdigotos. • Prevenida pela Vacina BCG. • É mais comum nos pulmões, mas pode ser encontrada em diversos outros orgãos. Tuberculose Os Sintomas Incluem: • Tosse crônica (o grande marcador da doença é a tosse durante mais de 21 dias); • Febre; • Suor noturno (que chega a molhar o lençol) • Dor no tórax; • Perda de peso lenta e progressiva; • Quem tem tuberculose não sente fome, fica anoréxico (sem apetite) e com adinamia (sem disposição para nada). Tuberculose e HIV/Aids no Brasil TB: 85.000 casos novos notificados/ano 111.000 estimados/ano 8% dos portadores de TB são HIV+ AIDS: 25.000 casos novos por ano 600.000 infectados pelo HIV 15% dos casos de AIDS são notificados também como portadores de TB ativa 29/01/09 • • • • • • Tuberculose em Genital Feminino Incidência de tuberculose genital em países desenvolvidos e quase nula. Causa 0,75 a 1% das internações ginecológicas na Índia. Responsável por 5% de todas as infecções pélvicas femininas. Ocorre em 10% dos casos de tuberculose pulmonar. A maioria das mulheres afetadas estão em idade reprodutiva. Em quase 100% dos casos de tuberculose genital, há infecção das tubas uterinas, 50% atingem o endométrio, 20% os ovários, 5% a cervix e menos de 1% a vulva. Tuberculose em Genital Feminino • O exame preferencial para diagnostico e a laparotomia. • Pode ser realizado ultrassom e laparoscopia pélvico para evidenciar abscessos. • A cultura de sangue menstrual ou de curretagem endometrial pode auxiliar no diagnostico. Bibliografia • KUMAR, V.; ABBAS, A. B.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran: Patologia – Bases Patológicas das Doenças. 7ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. • FILHO, G. Brasileiro. Bogliolo Patologia. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. • http://www.scielo.br/scielo.php?pid =S0102-35862000000200001&script=sci_arttext • http://www.santalucia.com.br/pneumologia/tuberculose.htm • http://tilz.tearfund.org/Portugues/Passo+a+Passo+18-20/Passo+a • http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9019082 • http://medind.nic.in/ibr/t03/i1/ibrt03i1p9o.pdf