Diogo Araujo – Med 92 Clínica Médica 2 Segundo Módulo Doença de Parkinson Prof. Pedro Em toda doença de Parkinson, o paciente tem a síndrome parkinsoniana. Porém, nem todo paciente com síndrome parkinsoniana tem doença de Parkinson. A síndrome parkinsoniana se caracteriza por: o Tremor de repouso: de 4 a 7Hz. Ele ocorre no repouso e, quando o paciente executa alguma tarefa, ele desaparece. Geralmente, é um movimento de “contar moedas”. o Rigidez ou hipertonia plástica (com o sinal da roda denteada). o Bradicinesia: testa-se fazendo o teste de finger taps (bater o polegar contra o indicador). Na síndrome parkinsoniana, o paciente apresenta diminuição da velocidade e amplitude do movimento. Além disso, o paciente apresenta uma marcha bradicinética, sendo que o balanço dos braços está ausente. o Instabilidade postural: esses pacientes apresentam diminuição de vias vestíbulo-espinhais. Então, quando empurrado bruscamente para trás, tende a cair ou ao menos dar dois passos. Para dizer que o paciente tem síndrome parkinsoniana, ele tem de preencher ao menos dois critérios anteriores. Os núcleos da base formam um circuito. Resumidamente, a função primordial é de controle de parâmetros dos movimentos. o Toda vez que planejamos um movimento, a área pré-motora envia conexões para os núcleos da base. Eles, por sua vez, têm de responder quais músculos serão contraídos e em qual ordem. Além disso, eles têm de controlar o início e o fim de cada movimento realizado. São dois circuitos importantes. D1: a substância negra manda projeções para o estriado e, nele, a dopamina age sobre receptores D1 (de caráter excitatório). Depois, vão para o globo pálido. Em seguida, vão para o tálamo, de modo a FACILITAR o movimento. Lesões nessa via fazem com que a outra predomine (com freio dos movimentos, como na síndrome parkinsoniana). D2: é controlado pelo núcleo subtalâmico. Fisiologicamente, ele é um núcleo FRENADOR do tálamo. Quando há lesão desse circuito, predomina o circuito D1 (originando as síndromes hipercinéticas, como coreias e balismos). Diogo Araujo – Med 92 o o Além disso, dentro do circuito existem memórias que assimilam movimentos realizados durante a vida. São movimentos aprendidos e que se tornam automáticos. (não importa para a aula de hoje) Uma terceira função importante está relacionada com o núcleo accumbens. Ele se localiza inferiormente ao caudado. Ele está envolvido com circuitos de recompensa. Ele se projeta para o lobo frontal e está relacionado com movimentos automáticos relacionados com a busca de prazer. (Isso não importa para a aula de hoje). Na síndrome parkinsoniana, o defeito em D1 se encontra principalmente na substância negra, apesar de não ser o único local atingido. A síndrome parkinsoniana pode ser causada por: o Doença de Parkinson (motivo mais comum) o Uso de fármacos Antipsicóticos (antagonistas de dopamina) Metoclopramida (raramente) Flunarizina e cinarizina: nos casos de impregnação, pode-se usar levodopa para ver se há reversão do quadro. Carbolítio o Lesões estruturais Tumores Infartos ou hemorragias TCE (como nos boxeadores) Encefalites o Tóxicas Manganês (parkinsonismo em trabalhadores de mineradoras ou agricultores) MPTP (substância detectada como contaminante de heroína) o Doenças degenerativas (quadros raros; eles cursam com a síndrome parkinsoniana e mais outros sintomas do SNC; respondem pouco à reposição de dopamina) Doença de Wilson Paralisia supranuclear progressiva Atrofia de múltiplos sistemas Demência por corpúsculo de Lewy (esses corpúsculos resultam da morte de neurônios) Doença de Parkinson: corresponde a 80% dos casos de síndrome parkinsoniana. Apesar de ser uma doença crônico-degenerativa, a média de sobrevida desses pacientes vai de 10 a 25 anos. E, além disso, são bastante responsivas ao tratamento medicamentoso. Diogo Araujo – Med 92 Nos EUA, a prevalência é de 1% das pessoas acima de 65 anos. Até o momento, já foram descritos 13 genes relacionados com a doença de Parkinson. Parece ter relação familiar forte. Etiopatogenia: o O indivíduo precisa ter uma predisposição genética associada a fatores ambientais (como o uso de MPTP, o manganês). o O resultado é uma disfunção mitocondrial (no ciclo de Krebs, com estresse oxidativo). o Em alguns casos, a predisposição genética também está relacionada com o comprometimento do sistema ubiquitina-proteassoma. o De qualquer forma, o resultado é o acúmulo de proteínas anormais e a morte neuronal. o Esses neurônios mortos formam os corpúsculos de Lewy (especialmente na substância negra; esse processo também acontece no bulbo olfatório, sendo que esses pacientes podem ter anosmia precedendo a doença de Parkinson em vários anos). No quadro clínico, observam-se: o Manifestações pré-motoras o Anosmia ou hiposmia o Transtorno comportamental do sono REM Também pode preceder a doença de Parkinson em até 10 anos Nesse caso, há uma degeneração neuronal do tronco encefálico, o que reduz o bloqueio neuromuscular durante o sono. O paciente pode fazer movimentos bruscos durante o sono em resposta àquilo que se está sonhando. o Depressão o Constipação intestinal Critérios para diagnóstico da doença de Parkinson (presença de três ou mais): o Início unilateral o Evolução assimétrica o Tremor de repouso o Progressão dos sintomas o Resposta excelente à levodopa o Resposta à levodopa durante >= 5 anos o Discinesia induzida pela levodopa o Evolução clínica >= 10 anos São critérios de exclusão: o Remissão prolongada dos sintomas o Persistência de sintomas unilaterais há mais de 3 anos. o Ausência de resposta à levodopa. o Quedas precoces o Uso de neurolépticos desde o início. o Sinais piramidais o Paralisia de movimentos oculares o Disfagia precoce Diogo Araujo – Med 92 o o o Insuficiência autonômica precoce Demência precoce Tumores ou hidrocefalia na neuroimagem. [aula incompleta] Ler mais em: http://neurologiahu.ufsc.br/files/2012/08/Manual-de-recomenda%C3%A7%C3%B5es-da-ABNem-Parkinson-2010.pdf Cefaleia Prof. Nonato [aula insuportavelmente chata] São tipos de mirânea: o Migrânea com aura o Migrânea sem aura o Migrânea basilar o Carotidínea A migrânea basilar (Bickerstaff) se dá por alterações da função de tronco cerebral. Acomete mais as mulheres adolescentes. o De maneira súbita, pode haver vertigens, ataxia, disartria, zumbido, parestesias periorais, cegueira (por acometimento bilateral do lobo occipital) e estado confusional. o Costuma ter duração de 30 minutos. o A dor é occipital. o Em indivíduos acima de 50 anos, o estado de dor pode durar mais de 5 dias. o O diagnóstico diferencial é de psicose e de ataque isquêmico transitório. A carotidínia é também chamada de migrânea facial ou de migrânea da metade inferior da face. o Ela acomete mais pessoas entre 30 e 39 anos. Diogo Araujo – Med 92 o A dor é mandibular e no pescoço, na região da carótida (acometimento dos plexos simpáticos). A migrânea hemiplégica cursa com cefaleia contralateral à hemiparesia, que faz parte do pródromo. o É uma doença autossômica dominante. o Pode cursar com disartria ou afasia em 50% dos casos. o Existe hemihiperestesia. o No líquor, pode haver pleocitose e hiperproteinorraquia. A migrânea oftalmoplégica é aquela acompanhada de dor periorbital e vômitos (1 a 4 dias). o Cursa com ptose ipsilateral e paralisia do NC III que pode durar até 2 meses! Os danos podem ser definitivos. o Na infância, também pode acontecer. No adulto, é chamada de síndrome Tolosa-Hunt. o Talvez essa seja uma neuropatia do NC III, e não uma migrânea. A depressão alastrante conta com: o Aumento da atividade metabólica liberação de K onda de despolarização cortical avança no córtex a 2-3 mm/min. O aumento da atividade metabólica é causada por trauma, hipóxia, alterações barométricas, circadianas, etc. Quando a despolarização alastrante atinge as artérias meníngeas, há irritação da parede dos vasos. Nessa parede, há os podócitos do nervo trigêmio, fazendo com que ele libere substâncias inflamatórias (como a CGRP, que é altamente ativa). Assim, a parede vascular fica inflamada. Os resultados são vasodilatação e pulsatilidade da dor. Nos casos iniciais de enxaqueca, a dor para aí. Quando a inflamação prossegue, há alteração do meio extracelular e estímulo das vias do nervo trigêmio, com estimulação do gânglio de Gasser (gânglio do NC V). O resultado é a ativação do núcleo mesencefálico do NC V. Depois, vai pro tálamo. O resultado é a formação de sintomas alodínicos (na nuca e no pescoço). Se o estímulo continuar, ele irá alcançar o córtex sensorial, formando uma dor não pulsátil e constante. Outro fenômeno que ocorre é a oligoemia. o Depois que a depressão alastrante passa, há uma redução de 20 a 30% do fluxo sanguíneo cerebral. o Ela progride em direção frontal. o A dor e os fenômenos de incômodo persistem de 4 a 6 horas. Quando a depressão e a oligoemia passam pelos vasos, elas estimulam a produção de óxido nítrico, que é inflamatório e vasodilatador. Os corticoides e o oxigênio atuam sobre a triptofano hidroxilase, estimulando a formação de serotonina a partir da conversão de triptofano. Diogo Araujo – Med 92 A metisergida e a ergotamina atuam no auto-receptor de serotonina, estimulando a liberação de serotonina pelo neurônio pré-sináptico. Após ter sido liberada, a serotonina é recaptada pelo neurônio pré-sinaptico. Ou, então, ela pode ser degradada pela monoamina oxidase (MAO) para ser recaptada. Os triptanos atuam no neurônio pós-sináptico, atuando diretamente nos receptores da serotonina. O início do tratamento deve ser feito antes da sensibilização central. Devem-se preferir outras vias que não sejam a oral porque pode haver gastroparesia e redução da absorção de medicamentos por via oral. O tratamento profilático de migrânea é feito quando o paciente tem mais de 2 crises por mês ou quando a enxaqueca causa prejuízos sociais. Pode ser feito com: o Propranolol o Amitriptilina ou doxepina o Verapamil o Divalproato o Topiramato A cefaleia tensional é em pressão/aperto, leve. Não se agrava com atividade física. Raramente vem acompanhada de foto, fono ou osmofobia. Atualmente, acredita-se que seja decorrente de uma redução das endorfinas plaquetárias e da serotonina. [aula incompleta; impossível acompanhar] Hematúria Prof. Giuseppe Gatto [aula formada por comentários aleatórios] Alimentos, medicamentos e outros compostos podem alterar a coloração da urina. o Amitriptilina o Metildopa o Ruibarbo o Aspargo o Alimentos com betacaroneto Diogo Araujo – Med 92 o Etc. São doenças que podem causar hematúria. o Litíase: os cálculos podem inflamar o urotélio e gerar processos de sangramento. o Inflamação o Anormalidades anatômicas: como rins policísticos (quando há rompimento de cisto). 60% dos casos de hematúria são extrarrenais. A hematúria microscópica frequentemente está relacionada com as glomerulonefrites. São tipos: o Nefropatia por IgA o Membrano-proliferativa o Alport o GESF A hematúria pode ser classificada quanto: o Macroscópica x microscópica o Assintomática x sintomática o Glomerular x não-glomerular o Dismórficas x não-dismórficas A nefropatia por IgA, doença da membrana fina e síndrome de Alport são mais prevalentes em indivíduos mais jovens. Já em pacientes mais velhos, encontram-se mais cistite, prostatite, uretrite, câncer de bexiga ou próstata. Exercício físico também pode causar hematúria e serve como diagnóstico de exclusão. Pacientes que usam anticoagulantes e aumentam o INR podem apresentar hematúria. A mulher exibe uma hematúria fisiológica no período menstrual. São causas benignas de hematúria: o Menstruação em mulher jovem o Exercícios físicos o Atividade sexual o Trauma Repetir o exame após 48 a 72 horas São fatores de risco para hematúria: o > 40 anos o Tabagismo (pela relação com o CA de bexiga) o Exposição ocupacional (a benzenos e aminas aromáticas) o Alterações urológicas o Sintomas irritativos o ITU o Uso de analgésicos o Irradiação pélvica Síndrome de Alport, doença renal policística e doença da membrana fina são de caráter familiar. Diogo Araujo – Med 92 A infecção recente de vias aéreas pode levar a glomerulonefrite difusa aguda (GNDA) (superior a 15 dias depois da infecção estreptocóccica da via aérea) e à nefropatia por IgA (5 a 7 dias após a infecção estreptocóccica da via aérea). Os hipernefromas podem aparecer clinicamente com dor lombar, hematúria e massa palpável. O nefroblastoma aparece mais em crianças. O dipstick é um teste colorimétrico em fita muito sensível para a presença de sangue na urina. A hemácia, ao passar pelas membranas filtrantes do glomérulo, sofre deformação de sua membrana. O acantócito (hemácia em forma de Mickey) é a forma mais comum de hemácia dismórfica. Uma hematúria não dismórfica tem pouca chance de ser glomerular. Os cilindros hemáticos são patognomônicos de hematúria glomerular. Hematúria glomerular: não tem coágulo (porque só passa a hemácia e não as proteínas de coagulação), pode haver proteinúria maior que 500mg/d, com cilindros hemáticos talvez e com hemácias dismórficas. Quando os exames de imagem são pedidos? o Quando não podemos determinar a origem da hematúria. Ultrassom é um bom exame (bom e barato) para ver o rim. O Doppler serve para vermos se o rim está ou não sendo bem vascularizado. Nas regiões tumorais, a periferia é bem vascularizada e o centro não apresenta vasos. A urografia excretora também pode ser utilizada, mas é tóxico por ter de utilizar contraste. A pielografia ascendente avalia o lúmen ureteral, avaliando falhas do enchimento do ureter. A TC é sem dúvida o melhor dos exames, mas nem sempre é de fácil acesso. A cistoscopia é a melhor maneira de avaliar o trato urinário inferior, vendo sangramentos, a parede da bexiga e a uretra. Quando se trata de litíase, não pedimos TC com contraste porque o contraste é tão radiopaco quanto o cálculo. O cálculo, para entrar no ureter, tem de ser menor de 6mm. Necrose de papila renal está associada a: o Anemia falciforme o DM o Outras condições (não consegui anotar) A TB renal cursa com leucocitúria. É um quase diagnóstico de exclusão. Ou o diagnóstico é dado com biópsia. Hematúria que vem junto com leucocitúria ou proteinúria chama a atenção para doenças glomerulares. Diogo Araujo – Med 92 A leucocitúria é caracterizada por um número anormal de leucócitos na urina. O valor de referência não é bem definido. Os leucócitos podem ter vindo de qualquer parte do trato urinário. Os cilindros leucocitários sugerem que a doença seja glomerular. Quando a investigação da urina é voltada para problemas glomerulares, é preferível que a urina seja a primeira da manhã. Para diagnóstico de infecção urinária, a bacteriúria é mais sensível do que a leucocitúria. A leucocitúria, sempre que presente, deve ser relacionada com inflamação. Densidade urinária: o Capacidade de concentrar a urina: se não for capaz de concentrar, podemos pensar em GESF, DM. Quando a concentração está alta, podemos pensar em desidratação. pH: reflete o quanto de ácido o rim está excretando em resposta a alcaloses ou acidoses sanguíneas. As proteínas não podem estar presentes na urina. O EAS só consegue detectar proteinúria acima de 150. O professor comentou que o conteúdo da aula está no artigo: http://www.aafp.org/afp/2001/0315/p1145.pdf Eletrocardiografia clínica Prof. Paulo César O sistema excitocondutor do coração é formado por: o Nó sinoatrial o Feixes interatriais o Nó atrioventricular (com retardo da condução nesse ponto) o Feixe de His o Ramos ventriculares direito e esquerdo As células responsáveis pela condução do potencial não possuem fase rápida de despolarização (como acontece na célula miocárdica comum). O somatório dos potenciais de ação das células miocárdicas resulta em vetores, que possuem módulo, direção e sentido. O resultado é o traçado característico do eletrocardiograma (ECG). o O módulo é representado pela amplitude da onda; Diogo Araujo – Med 92 o o As direções são vistas por derivações que se encontram no plano frontal e no plano vertical. O sentido é representado pela deflexão da onda: Se o sentido é contrário ao posicionamento da derivação (se a derivação vê o vetor se afastando dela), a deflexão é negativa; Se o sentido é de encontro com a derivação (se a derivação vê o vetor se aproximando dela), a deflexão é positiva. O traçado característico do ECG conta com as ondas: o Onda P – despolarização atrial A primeira parte da onda P representa o átrio direito e a segunda, o átrio esquerdo. o Complexo QRS – despolarização ventricular + repolarização atrial A onda R é toda a deflexão positiva do QRS (é sempre a onda que está pra cima). Se, no QRS, houver mais de uma onda com deflexão para cima, chamamos a primeira de R e a segunda de R’. A onda Q é a onda com deflexão negativa que vem antes da onda R; A onda S é aquela com deflexão negativa depois da onda R; Se, no QRS, não houver onda R (só onda com deflexão para baixo), dizemos, então, que se trata de uma onda QS. o Onda T – repolarização ventricular Ela é sempre uma onda assimétrica. Lembrando que: o Intervalos são as porções do ECG que vão do início de uma onda ao término de outra onda. São eles: Intervalo PR Intervalo ST Intervalo QT o Já os segmentos vão do término de uma onda até o início de outra. São eles: Segmento PR Segmento ST Diogo Araujo – Med 92 O ECG é feito em papel milimetrado. A cada 5 mm, existe uma linha maior que delimita o grupinho de 5mm. Esse papel milimetrado serve para que a gente possa analisar a duração de cada onda/intervalo/segmento do ECG, além de avaliar a amplitude das ondas. o Na horizontal, cada quadradinho de 1mm corresponde a 0,04s (ou 40ms); o Na vertical, cada quadradinho de 1mm corresponde a 1mV (milivolt). Só que, geralmente, não se fala em mV para avaliar a amplitude. Costuma-se usar ‘milímetro’ como valor de referência mesmo. Há três vetores maiores e principais no ECG. É importante entender a direção e o sentido que eles têm: o Despolarização dos átrios: o vetor vai da direita pra esquerda, de cima pra baixo o Despolarização dos ventrículos (é o eixo elétrico médio do coração): num coração saudável, o vetor vai da direita pra esquerda, de cima pra baixo. o Repolarização dos ventrículos: para as ondas de repolarização, a regra é diferente: quando o vetor de repolarização se aproxima de uma derivação, a deflexão é negativa; quando se afasta, é positiva. Por isso, o vetor de repolarização ventricular (que tem mesma direção e sentido que o de despolarização), provoca a formação de uma onda com deflexão positiva (onda T). Diogo Araujo – Med 92 No plano frontal, existem derivações bipolares e unipolares. As bipolares comparam o potencial elétrico presente nas extremidades dos membros superiores e no membro inferior esquerdo. Já as unipolares comparam o potencial encontrado nesses mesmos membros com o potencial fixo presente dentro do aparelho de ECG. São elas: o Derivações bipolares: D1: comparação de potenciais entre MSD e MSE; D2: comparação de potenciais entre MSD e MIE; D3: comparação de potencias entre MSE e MIE. o Derivações unipolares: AVF: comparação entre potenciais do MIE com o eletrocardiógrafo; AVL: comparação entre potenciais do MSE como eletrocardiógrafo; AVR: comparação entre potenciais do MSD com o eletrocardiógrafo. Já no plano horizontal, existem 6 derivações “precordiais”. Todas elas são unipolares e comparam o potencial detectado pela derivação com o potencial de dentro do eletrocadiógrafo. O posicionamento dessas derivações varia: o V1: 4º espaço intercostal (EI) direito na borda esternal direita; o V2: 4º EI esquerdo na borda esternal esquerda; o V3: ponto médio entre a linha virtual que une V2 e V4; o V4: 5º EI esquerdo na linha hemiclavicular esquerda; o V5: 5º EI esquerdo na linha axilar anterior esquerda; o V6: 5º EI esquerdo na linha axilar média esquerda. No laudo do ECG, temos de analisar: o Ritmo o Frequência o Eixo cardíaco (complexo QRS) o Medidas eletrocardiográficas (duração) o Alterações morfológicas Arritmias Sobrecargas de câmaras Alterações de repolarização ventricular Alterações morfológicas/funcionais RITMO o Para avaliar o ritmo, temos de verificar se existem 4 quesitos: Existem ondas P no ECG? Toda onda P é sucedida por um QRS? Os intervalos RR são regulares? A onda P é positiva em D2 e é positiva (ou positiva-negativa) em V1? o Se todos os itens anteriores forem cumpridos, dizemos que o ritmo cardíaco é sinusal. o As alterações do ritmo (arritmias) serão discutidas mais a frente. Diogo Araujo – Med 92 FREQUÊNCIA o Pode-se calcular a frequência contando o número de quadradinhos que existem em um intervalo RR e tendo em vista que cada quadradinho equivale a 0,04s. o De maneira mais prática, pode-se dividir o número de 1500 pelo número de quadradinhos encontrados no intervalo RR. o Abaixo de 50 bpm, consideramos que há bradicardia. Acima de 100, taquicardia. o Outra maneira mais fácil de estimar o número de batimentos está em, a cada quadradão (5mm) que se passa entre duas ondas R, diminuírmos o número de batimentos na seguinte ordem: 300, 150, 100, 75 e 50. EIXO CARDÍACO (EIXO DO COMPLEXO QRS) o Para calcularmos o eixo, devemos usar o plano hexa-axial com as 6 derivações frontais e os seus sentidos negativos e positivos. o o o o Perceba que existem as derivações AVF, AVR, AVL, D1, D2 e D3, cada uma com o seu lado positivo (setinha pra cima) ou negativo (setinha pra baixo) a partir do ponto central. Girando no sentido horário a partir de D1, encontramos os graus cada vez mais positivos. Girando no sentido anti-horário a partir de D1, encontramos graus cada vez mais negativos. Nesse plano hexa-axial, são retas perpendiculares entre si: D1 e AVF D2 e AVL D3 e AVR Para calcular o eixo, temos de analisar cada uma das derivações, considerando cada um dos pares de retas perpendiculares. Desse modo: Diogo Araujo – Med 92 o o Olhar em D1 e em AVF se o complexo QRS tem predomínio de ondas positivas ou negativas. Se o QRS é predominantemente positivo em D1, sabemos que o eixo cardíaco só pode estar do lado positivo de D1 (ou seja, entre +90° e -90°). Se o QRS é predominantemente positivo em AVF, sabemos que o eixo cardíaco só pode estar do lado positivo de AVF (ou seja, entre 0° e +180°). o Portanto, ao analisarmos essas duas derivações e a intersecção entre elas, concluímos que o eixo cardíaco só poderia estar entre 0° e +90°. Repetimos o mesmo procedimento para os pares D2-AVL e D3-AVR, descobrindo quais são os locais onde o eixo cardíaco poderia estar. O eixo cardíaco se encontra onde as três duplinhas de derivações concordam que ele esteja. Se uma derivação do eixo frontal está isoelétrica, o eixo cardíaco necessariamente está exatamente sobre a porção positiva ou negativa da sua derivação perpendicular (dependendo se o complexo QRS é positivo ou negativo nessa derivação). Se duas ou mais derivações do eixo frontal forem isoelétricas, dizemos que o eixo cardíaco é indeterminado (significa que ele está para trás ou para frente do plano frontal). MEDIDAS ELETROCARDIOGRÁFICAS o Consiste em ver a duração de ondas, complexos e intervalos e comparar com valores de referência. o Essas medidas são feitas em D2 ou V1 porque é onde se consegue ver bem os acidentes do ECG. o Costumamos medir o tempo de: Onda P: 0,06 a 0,11s Intervalo PR: máximo de 0,20s Complexo QRS: 0,05 a 0,10s Intervalo QT: 0,30 a 0,46s (para frequência cardíaca entre 45 e 115 bpm) Intervalo QTc: máximo de 0,45s (homem) e 0,47s (mulher) o O intervalo QTc é calculado pela fórmula: ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS Existem doenças que podem levar a sobrecargas atriais e ventriculares direitas e esquerdas que podem ser vistas no ECG. Diogo Araujo – Med 92 Sobrecargas atriais A onda P reflete o comportamento da despolarização dos átrios. Por isso, ela é usada para verificar se há sobrecarga atrial. o Sobrecarga atrial direita Na sobrecarga atrial direita, há: Aumento da amplitude da onda P em D2, AVF e D3 (acima de 2,5mm); O complexo QRS aumenta muito de V1 para V2, mostrando que o átrio direito (que está logo abaixo de V1) está muito grande, sendo capaz de bloquear essa derivação de ver o vetor de despolarização ventricular; Presença de onda Q em V1; Figura 1 - Sobrecarga atrial direita. o Sobrecarga atrial esquerda Na sobrecarga atrial esquerda, há: Onda bífida em D2; Onda bifásica em V1, sendo que a fase negativa predomina; A onda P bem visível em todas as derivações precordiais; Diogo Araujo – Med 92 Figura 2 - Sobrecarga atrial direita e esquerda. Sobrecargas ventriculares São analisadas principalmente com base no eixo cardíaco e no complexo QRS. o Sobrecarga ventricular direita Na sobrecarga ventricular direita: O eixo cardíaco é maior que +110°; O R é muito proeminente em V1. Figura 3 - Sobrecarga ventricular direita. o Sobrecarga ventricular esquerda Na sobrecarga ventricular esquerda: Diogo Araujo – Med 92 O QRS aumenta de amplitude, sendo que o S fica profundo em V1 e o R fica aumentado em V5 e V6; Existem vários critérios para dar diagnóstico de sobrecarga ventricular esquerda. O critério mais frequentemente utilizado é o de Romhilt-Estes. Ele diz que, para ter sobrecarga ventricular esquerda, deve-se ter 5 ou mais pontos na escala. o Sobrecarga atrial esquerda: 3 pontos. o Soma-se o S de V1 ou V2 com o R de V5 ou V6. Se o somatório for maior que 35 pontos: 3 pontos. o Distúrbio de repolarização da onda T (sem uso de digitálico): 3 pontos. o Eixo cardíaco menor que -30°: 2 pontos. o Duração do QRS > 0,09s: 1 ponto. Observação: a sobrecarga ventricular esquerda é sistólica se a repolarização da onda T for negativa e diastólica se for positiva e “em tenda”. Figura 4 - Sobrecarga atrial esquerda e ventricular esquerda. ISQUEMIA, LESÃO E NECROSE o A alteração de onda T pode ser indicativa de isquemia. Ela se apresenta maior e mais pontiaguda que o normal (A). Se a onda T se apresentar para cima, a isquemia é subendocárdica. Se a onda T se apresentar para baixo, a isquemia é subepicárdica. Diogo Araujo – Med 92 o O supra ou infra de ST é resultado de corrente de lesão. Diogo Araujo – Med 92 o A forma segmento ST fica convexa; Há um desnivelamento com relação à linha de base (que é o segmento PR); Só consideramos quando há elevação ou depressão de ao menos 2mm em amplitude e quando há ao menos 2 derivações seguidas alteradas; Quando a lesão é subendocárdica, há um infradesnivelamento de ST; Quando a lesão é subepicárdica, há um supradesnivelamento de ST. É o contrário do que acontece com a onda T. A presença de alterações no QRS é indicativa de necrose. neQRoSe Há desaparecimento parcial ou total da onda R; Diogo Araujo – Med 92 Há apenas onda QS ou onda Q patológica; É importante conhecer os ramos das coronárias e seus territórios de irrigação para, a partir das derivações afetadas, sermos capazes de predizer em qual(is) ramo(s) arterial(is) estaria(m) a(s) lesão(ões). Região de comprometimento Septal alta Septal baixa Apical Ântero-septal Anterior Anterior extenso Derivação com alterações V1 e V2 V3 e V4 V5 e V6 V1 a V4 V1 a V6 V1 a V6 + D1 e AVL Inferior Posterior D2, D3 e AVF V7 e V8 e imagem em espelho nas derivações precordiais anteriores D1 e AVL V3 a V5 Lateral alto Ventrículo direito Parede cardíaca Artéria lesionada Septal alta Septal baixa Apical Ântero-septal média Anterior Apical e ânteroseptal Inferior e dorsal Posterior e/ou lateral DA DA DA DA DA DA Lateral e ou dorsal Posterior e lateral do VD CX artéria circunflexa (ramo da coronária esquerda) DA artéria descendente anterior (ramo da coronária esquerda) CD artéria coronária direita CX ou CD CX ou CD CX CD Diogo Araujo – Med 92 Como predizer qual é a fase do infarto: hiperagudo, agudo ou crônico? o Fase hiperaguda (6 horas iniciais) Onda R presente Desnivelamento de ST Onda T alterada e com grande amplitude Essas alterações mostram que o miocárdio está sofrendo isquemia (alteração de onda T) e lesão (alteração de segmento ST) o Fase aguda (até 3ª semana de evolução) Complexo QRS com onda QS ou onda Q patológica Segmento ST supradesnivelado convexo Onda T negativa, simétrica e pontiaguda Ou seja, essas alterações mostram que já há necrose (onda QS ou Q) além de isquemia e lesão. Diogo Araujo – Med 92 o Fase crônica (mais de 3 semanas de evolução) Complexo QRS com onda QS ou onda Q patológica (mesmo do anterior) ST e T normais (ou com padrão anterior) Mostrando que há, basicamente, necrose do tecido (onda QS ou Q). ARRITMIAS Princípios básicos para análise de arritmias cardíacas (os mesmos passos para ver o ritmo e alguns outros): o Procurar a onda P o Verificar relação entre ondas P e complexos QRS o Chegar se os intervalos RR são regulares ou irregulares o Medir a frequência ventricular e atrial Diogo Araujo – Med 92 o Medir a duração e verificar a morfologia dos QRS São arritmias frequentes: o Taquicardia sinusal (frequência >= 100bpm) o Bradicardia sinusal (frequência =< 50bpm) o Arritmia sinusal respiratória (oscilação da frequência cardíaca de acordo com os momentos de inspiração [aumenta frequência] e expiração [reduz a frequência]). São outros tipos de arritmias: o A onda P que muda de morfologia dentro de uma mesma derivação configura um marcapasso migratório ou mutável. Ou seja, o foco de disparo está variando ao longo do tempo. o Os ritmos de marcapasso artificial se caracterizam pela presença de espícula antes do complexo QRS, além de alargamento do complexo. Diz-se no laudo: “ritmo de marcapasso artificial com frequência de contração ventricular de X.” Não dá pra avaliar os outros elementos do ECG, nesse caso. o Quando o nó SA não funciona e o ritmo é controlado pelo nó AV, a frequência cardíaca é mais baixa e o ritmo é regular. Dizemos que ele é juncional (de junção atrioventricular). Juncional alto: se houver onda P negativa antes do QRS; Juncional médio: se não houver onda P (porque ela está contida no complexo QRS); Juncional baixo: se houver onda P após o QRS. BLOQUEIOS O bloqueio atrioventricular de primeiro grau se caracteriza por um intervalo PR > 0,28 (pesquisar se esse número está correto). O bloqueio atrioventricular de segundo grau do tipo Wenckebach se caracteriza por aumento progressivo do intervalo PR com P bloqueada. O BAV de segundo grau do tipo Mobitz II ser caracteriza por duas ou mais ondas P para um QRS. Quando se perde a relação entre os Ps e os QRSs, há BAV total (ou de terceiro grau). o A frequência atrial é diferente da ventricular. o A frequência atrial é maior porque a queda do débito cardíaco pelo bloqueio faz com que haja ativação do sistema nervoso simpático, com maior estímulo ao batimento atrial. A duração do complexo QRS, quando está alterada (acima de 0,1s), nos faz pensar em bloqueio de ramo direito ou esquerdo. o Olhar para V1: se o complexo QRS tiver padrão de RSR’, há bloqueio de ramo direito. Diogo Araujo – Med 92 o No bloqueio de ramo direito, há S alargado em D’, AVL, V5 e V6. De 0,09 a 0,11s, há bloqueio incompleto de ramo direito. Se for igual ou superior a 0,11s, há bloqueio completo de ramo direito. o o Se houver em V1 um S alargado, há bloqueio de ramo esquerdo. Se houver onda R bifurcada em D1, AVL, V5 e V6, há bloqueio de ramo esquerdo. Para um eixo acima de -30°, há suspeita de bloqueio divisional ântero-superior esquerdo. o Observação: doença de Chagas e infarto do miocárdio podem causar bloqueio completo de ramo direito com bloqueio divisional ântero-superior esquerdo. Observações: Nas extrassístoles supraventriculares, o QRS é semelhante ao de base com pausa compensatória. Nas extrassístoles ventriculares, o QRS é diferente dos demais. Falta de ondas P com ritmo irregular é indicativa de flutter atrial. É como um dente de serra. A falta de ondas P com ritmo irregular sem morfologia definida é indicativa de fibrilação atrial. A pericardite também dá supradesnivelamento, mas a distribuição é difusa e sem a morfologia de supra com concavidade para baixo. Na repolarização ventricular precoce, a morfologia da onda T também é diferente. Mas não há concavidade voltada para baixo. www.fm.unb.br cardiologia clínica integrada senha: 123456 Diogo Araujo – Med 92 Hepatites Prof. Cíntia [anotações com comentários aleatórios; impossível anotar tudo direitinho] O VHB que é AgHBe positivo é mais facilmente tratado que os demais (com interferon). O mutante pré-core é aquele vírus que não apresenta anti-HBe. Ele consegue sofrer uma mutação para permanecer no organismo sem a formação do anticorpo anti-HBe. A hepatite B sempre altera transaminases! o Em pacientes com AgHBs e AgHBe positivos e com alteração de enzimas hepáticas, está autorizado o tratamento mesmo sem biópsia. O vírus, para fazer a replicação, depende da transcriptase reversa. Por isso, essa infecção pode ser tratada com antirretrovirais. Existem perfis de pacientes com hepatite B: o Imunotolerantes São pacientes cujo sistema imune não combate o vírus. O vírus fica em alta carga, sendo muito transmissor. Eles possuem AgHBe e AgHBs positivos, sem formação de anticorpos e sem doença. Merecem tratamento para não transmitirem a doença. o Hepatopata crônico em AgHBe positivo São pacientes com o vírus muito replicante. Merecem tratamento com interferon. o Hepatopata crônico com AgHBe negativo Transaminases elevadas. Viremia detectável ainda. São tratados só com tenofovir. o Portadores inativos Não são tratados. Possuem anti-HBe positivo, indicando baixa replicação viral. As transaminases são normais. Correspondem à maior parte dos pacientes. O paciente cirrótico com hepatite B é sempre tratado, independente dos níveis de viremia e de lesão hepática. Já os pacientes sem cirrose, se eles tiverem sinal de lesão hepática + alta carga viral + sinais de inflamação hepática, então, eles são tratados. A amamentação é segura em pacientes com VHC. Diogo Araujo – Med 92 Para cura, o paciente tem de fazer o tratamento antiviral com interferon + ribavirina e permanecer por 2 anos com a carga viral indetectável. Tratamento de genótipos 2 e 3: interferon convencional + ribavirina por 6 meses. o O paciente recidivante (que tem volta do vírus) pode se beneficiar do uso de anti-protease (boceprevir/telaprevir) + interferon + ribavirina. Isso aumenta para 70% de chance de cura. O boceprevir é iniciado na 5ª semana e é mantido por 4 meses. O telaprevir é iniciado juntamente com os demais medicamentos, sendo mantido por 5 meses. Tratamento de genótipo 1: interferon peguilado + ribavirina por 1 ano. São os tipos de resposta: o Resposta virológica rápida o Precoce o Final do tratamento o Sustentada São tipos de respostas ruins: o Respondedor lento o Não respondedor parcial o Respondedor nulo o Recidivante Quando o paciente tem coinfecção de VHB e VHC, o vírus B cede lugar para o C. ele pode até negativar o AgHBs. Asma Prof. Marcelo Tríade da asma: o Tosse o Chiado o Dispneia As manifestações clínicas são: o Crises intensas o Sintomas mais leves o Tosse crônica Diogo Araujo – Med 92 o Tosse mais prolongada após IVAS Diagnóstico diferencial: o Apneia do sono: acordar à noite com falta de ar o Bronquiectasia: tosse crônica o Bronquiolite: chiado, tosse e dispneia (o que difere mesmo da asma é a presença de alterações no parênquima à TC) o Corpo estranho: chiado e tosse o Disfunção de corda vocal: chiado, tosse o DPOC o Embolia pulmonar: dispneia súbita o Infecções respiratórias o Insuficiência cardíaca: dispneia, tosse, chiado o Refluxo gastro-esofágico: tosse crônica o Síndrome de Löeffler: tosse o Síndrome carcinoide: libera serotonina e dá crise de broncoespasmo o Transtorno neurótico: o quadro se parece muito com o da asma, mas o paciente não tosse. o Traqueomalácia: dá quadro clínico muito semelhante ao de asma. O diagnóstico só é feito com TC ou broncoscopia para ver o calibre diminuído da traqueia durante a expiração. A asma tende a piorar na madrugada. Quatro horas da manhã consiste no momento de maior inflamação da via brônquica. A presença de dispneia reflete a necessidade de uso de brocodilatador. Já a hipoxemia indica o quanto de corticoide deverá ser usado. o Os dois fármacos sempre devem ser usados durante as crises mais graves. Asma Início em geral na infância DPOC Após os 40 anos Atopia Sem relação com tabaco Obstrução reversível Melhora acentuada do tratamento Inflamação eosinofílica Ausente Tabagismo > 20 anos.maço Em parte irreversível Melhora em pequeno grau Inflamação neutrofílica O paciente que tem aspergilose bronco-pulmonar alérgica torna a asma grave. Essa condição só se desenvolve em paciente asmático. Pode haver moldes brônquicos. A vasculite de Churg-Strauss tem de ter eosinofilia e conta com um quadro de asma associado. A asma é uma doença inflamatória crônica caracterizada por hiperresponsividade das vias aéreas inferiores e por limitação variável ao fluxo aéreo, reversível espontaneamente ou com tratamento. Implicações: Diogo Araujo – Med 92 o o o O tratamento é com anti-inflamatório; Resposta exagerada das vias aéreas a estímulos ambientais; Vem em crises. Uma minoria de pacientes com asma grave sofre remodelamento da árvore brônquica, sem possibilidade de normalização do quadro após certo período. O paciente em crise de asma aprisiona ar nos pulmões e sente fadiga muscular pela hiperinsuflação. Toda a crise de asma começa com hiperventilação pela ansiedade. Quando entra a fadiga muscular, o paciente começa a hipoventilar e fazer hipoxemia. Por isso, nos quadros graves, o exame mais importante não é a espirometria, mas a gasometria. A asma deve ser estratificada segundo a sua gravidade. A alta do CO2 é o fator mais importante para medir a gravidade do quadro. Tratamento: o Broncodilatador Beta 2-agonistas Curta: salbutamol, fenoterol, terbutalina Longa: salmeterol, formoterol o Metilxantinas Teofilina Aminofilina o Anticolinérgico ipratrópio o Corticoide Inalados e orais o Cromonas Cromoglicato de sódio Nedocromil o Antileucotrienos Montelucaste Zafirlucaste o Anti-IgE o Oxigênio Na avaliação clínica da crise, deve-se sempre questionar sobre a frequência de uso do broncodilatador e a frequência das crises. A classificação é feita em: o Intermitente o Persistente Leve Moderado Grave Em qualquer momento, pode-se fazer uso breve de esteroide (com prednisona oral por 5 dias) e uso de beta 2 agonista de curta se o paciente estiver em crise.