Câncer do aparelho genito urinário masculino 1.0 Introdução e Epidemiologia Podendo apresentar-se de forma benigna como malignas os cânceres de rim não são muito prevalentes. Com exceção do oncocitoma, os tumores benignos raramente causam problemas clínicos. Já os malignos são de grande importância clínica e merecem ênfase considerável. Sendo o mais comuns deste o carcinoma, seguido pelo tumor de Wilms, que é encontrado em crianças, e finalmente os tumores uroteliais dos cálices e pelves.1 No adulto o câncer renal parenquimatoso corresponde de 2% a 3% de todas as neoplasias malignas, acometendo anualmente 30.000 pessoas no EUA e matando 12.000 por ano. No Brasil, a incidência desta neoplasia varia de 7 a 10 casos por 100.000 habitantes/ano nas áreas mais industrializadas, com taxas menores em regiões menos desenvolvidas. Devido à baixa prevalência do câncer renal, o rastreamento populacional para detecção precoce não se justifica.1 Sendo duas vezes mais freqüente em homens, mais prevalente dos 50 aos 70 anos. Pode ter incidência esporádica, ou estar associado a fatores genético/hereditários (como a doença de Von-Hippel-Lindau e o carcinoma renal hereditário), insuficiência renal crônica em hemodiálise e esclerose tuberosa, situações onde apresenta incidência aumentada. 1 O termo carcinoma de células renais é utilizado para designar as neoplasiasrenais de origem epitelial com potencial maligno. 1 Sendo o tumor de quarta maior incidência entre os homens e nona entre as mulheres dos EUA, o câncer de bexiga é o nono câncer mais letal para os homens dos EUA.Embora as taxas de incidência tenham aumentado levemente desde os anos 80, as taxas de mortalidade têm diminuído. Diferentemente do câncer de próstata, câncer de bexiga é raramente um achado incidental em autópsias, o que sugere que virtualmente todos os casos, em algum momento de sua história natural, se manifestarão clinicamente e serão diagnosticados. 2 Podendo ocorrer em qualquer idade, a incidência de câncer de bexiga aumenta diretamente com a idade, sendo mais freqüente o diagnóstico na 6ª e 7ª décadas de vida. 2 Quase 70% dos casos de câncer de bexiga são diagnosticados inicialmente como doença superficial. Este tipo de câncer apresentam alta probabilidade de recorrência, porém 1 mais de 80% persistem confinados à mucosa ou à submucosa. Entretanto, seguimento contínuo e prolongado é necessário para detectar recidiva e evitar progressão. 2 Cerca de 95% dos tumores vesicais são de origem epitelial, sendo o restente de origem mesenquimal como pode ser visto a seguir3: Tumores Uroteliais: o Papiloma invertido o Papiloma o Tumores uroteliais de baixo potencial maligno o Carcinoma urotelial papilar o Carcinoma in situ Carcinoma de células escamosas Carcinoma misto Adenocarcinoma Carcinoma de células pequenas Sarcomas A incidência de câncer ureteral de células transacionais é de 0,7 por 100000 e o de pelve renal fica em torno de 1 para 100000. Sendo que os tumores da pelve renal correspondem somente a 5% de todos os tumores renais, os adenocarcinomas e os tumores de células escamosas corresponde a maioria2. Pacientes que tiverem tumor de células transicionais de ureter ou pélvis renal ou os dois juntos tem uma chance aumentada de 20 a 40 % de incidência de cânceres da bexiga sincrônico ou metacrônico. Inversamente pacientes com câncer de bexiga tem uma incidência aumenta de 1 a 4 % de incidência de cânceres sincrônicos ou metacrônicos do trato ureteral superior2. O número de casos de câncer tem aumentado de maneira considerável em todo o mundo, principalmente a partir do século passado, configurando-se, na atualidade, como um dos mais importantes problemas de saúde pública mundial. A freqüência de distribuição dos diferentes tipos de câncer apresenta-se variável em função das características de cada região, o que enfatiza a necessidade do estudo das variações geográficas nos padrões desta doença, para seu adequado monitoramento e controle.3 O aumento observado nas taxas de incidência pode ser parcialmente justificado pela evolução dos métodos diagnósticos, pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação 2 do país e pelo aumento na expectativa de vida do brasileiro. 4 Porém observa-se que ocorrem mais casos nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste (Tabela 1 e Figura 1). Isso se deve ao acesso aos métodos diagnósticos e a comunicação da comunidade médica a entidades que contabilizam as doenças nessas regiões. Figura 1. Taxas brutas de incidência por 100.000 homens estimadas para o ano 20084 Tabela 1. Estimativas para o ano 2008 de número de casos novos de câncer4 Localização Norte Nordeste 1.210 7.630 1.020 Estômago Centro- Sul Sudeste 2.630 9.500 28.430 3.630 1.690 7.210 13.720 1.200 3.840 1.250 4.360 11.150 Próstata 1.750 9.820 3.200 9.500 25.260 Colo do Útero 1.700 4.720 1.350 3.470 7.440 Cólon e Reto 550 2.680 1.430 5.950 16.380 Esôfago 230 1.360 560 3.110 5.290 Leucemias 530 1.900 650 1.820 4.640 Cavidade Oral 400 2.500 750 2.500 8.010 Pele Melanoma 150 450 250 1.950 3.120 Primária Mama Feminina Traquéia, Brônquio e Pulmão Oeste 3 Outras Localizações 4.550 14.190 7.260 27.270 64.610 Subtotal 13.290 52.720 21.020 76.640 188.050 Pele não Melanoma 4.330 26.240 7.490 22.940 54.010 TOTAL 17.620 78.960 28.510 99.580 242.060 No estado de São Paulo, o câncer de próstata estima-se 13310 novos casos e na capital, 4170 (Tabela 2). Sendo considerados o mais freqüente em São Paulo e o quarto no Brasil todo, independente do sexo. Tabela 2. Estimativas para o ano 2008 das taxas brutas de incidência por 100.000 e de número de casos novos por câncer, em homens de São Paulo.4 Estimativa dos Casos Novos Localização Primária Estado Neoplasia maligna Casos Capital Taxa Bruta Casos Taxa Bruta Próstata 13.310 64,30 4.170 73,49 Traquéia, Brônquio e Pulmão 5.030 24,32 1.600 28,19 Estômago 4.190 20,24 1.240 21,90 Cólon e Reto 4.700 22,68 1.730 30,53 Cavidade Oral 3.490 16,84 1.040 18,30 Esôfago 2.110 10,17 580 10,18 Leucemias 1.320 6,39 420 7,47 Pele Melanoma 1.010 4,85 270 4,80 Outras Localizações 15.490 74,82 5.310 93,56 Subtotal 50.650 244,66 16.360 288,27 Pele não Melanoma 17.160 82,89 4.650 81,93 Todas as Neoplasias 67.810 327,54 21.010 370,06 4 No mundo, Yatani et al. Realizou um estudo em homens de 50 anos ou mais, relatando a prevalência de carcinoma prostático no Estados Unidos, sendo 36,9% em afro-descendente e 34,6% em brancos, 31,5% em colombianos e 20,5% em japoneses. Outro estudo, realizado em Detroit, constatou a idade em que apareciam os casos: 30 anos, 2%, 40 anos, 29%; 50 anos, 32%; 60 anos, 55%; 70-80 anos, 64%. 5 Na maioria dos casos, o tumor apresenta um crescimento lento, de longo tempo de duplicação, levando cerca de 15 anos para atingir 1 cm³ e acometendo homens acima de 50 anos de idade. 4 Dentre os tumores malignos do homem, 5% ocorrem nos testículos. O câncer de testículo atinge principalmente homens entre 15 e 50 anos de idade, sendo considerado raro. Sua incidência é de três a cinco casos para cada grupo de 100 mil indivíduos. 6 Quando comparado com outros cânceres que atingem o homem, como o de próstata, o câncer de testículo apresenta baixo índice de mortalidade. O fato de ter maior incidência em pessoas jovens e sexualmente ativas possibilita a chance do câncer de testículo ser confundido ou até mesmo mascarado por orquiepididimites, que são inflamações dos testículos e dos epidídimos, geralmente transmitidas sexualmente. Se após a administração de medicamentos não houver melhora do inchaço ou sintoma, é recomendável procurar o médico novamente. O câncer de testículo é facilmente curado quando detectado precocemente. 6 O câncer de pênis é um tumor raro, com maior incidência em indivíduos a partir dos 50 anos de idade, muito embora tumores malignos do pênis possam ser encontrados em indivíduos jovens. Está relacionado às baixas condições sócio-econômicas e de instrução, à má higiene íntima e a indivíduos não circuncidados. No Brasil, o tumor representa 2% de todos os casos de câncer no homem, sendo mais freqüente nas regiões Norte e Nordeste do que nas regiões Sul e Sudeste. Nas regiões de maior incidência, o câncer de pênis supera os casos de câncer de próstata e de bexiga. 6 2.0 Anatomia 2.1 Rim Os rins são órgãos pares, em forma de grão de feijão, localizados logo acima da cintura, entre o peritônio e a parede posterior do abdome. Sua coloração é vermelho-parda. Cada rim apresenta duas faces, duas bordas e duas extremidades. Como pode ser visto na ilustração abaixo1. 5 Figura 2: Rim Cada rim está situado de cada lado da coluna vertebral, por diante da região superior da parede posterior do abdome, estendendo-se entre a 11ª costela e o processo transverso da 3ª vértebra lombar. São descritos como órgãos retroperiotoneais, por estarem posicionados por trás do peritônio da cavidade abdominal1. Estes orgãos são recobertos pelo peritônio e circundados por uma massa de gordura e de tecido areolar frouxo. Cada rim tem cerca de 11,25cm de comprimento, 5 a 7,5cm de largura e um pouco mais que 2,5cm de espessura. O esquerdo é um pouco mais comprido e mais estreito do que o direito. O peso do rim do homem adulto varia entre 125 a 170g; na mulher adulta, entre 115 a 155g. O rim direito normalmente situa-se ligeiramente abaixo do rim esquerdo devido ao grande tamanho do lobo direito do fígado1. Na margem medial côncava de cada rim encontra-se uma fenda vertical (o hilo renal) onde a artéria renal entra e a veia e a pelve renal deixam o seio renal. No hilo, a veia renal está anterior à artéria renal, que está anterior à pelve renal. O hilo renal é a entrada para um espaço dentro do rim. O seio renal, que é ocupado pela pelve renal, cálices, nervos, vasos sangüíneos e linfáticos e uma variável quantidade de gordura. Conforme figura abaixo1. Figura 3 : Rim e loja renal 6 2.2-Bexiga Trata-se de uma víscera oca, sendo dividida em cúpula e base ou assoalho, com limite no nível da linha entre os meatos ureterais. A cúpula é porção relativamente delgada e razoavelmente distensível, enquanto a base possui musculatura mais espessa e sofre menor distensão durante o enchimento vesical. Como pode ser visto na figura abaixo2. 7 Figura 4: Bexiga Na cúpula da bexiga existe o músculo detrusor que apresenta-se em camadas pouco distinguíveis; já próximo à base, essas camadas tornam-se mais definidas. A porção mais externa tem fibras orientadas predominantemente no sentido longitudinal. A porção intermediária é composta por fibras oblíquas e circulares. Por fim, a porção mais interna é plexiforme e pode ser vista sob a forma de trabeculações durante a cistoscopia2. No colo vesical, há dois feixes de fibras em forma de “U” cujas concavidades estão em sentidos opostos. O feixe principal passa anteriormente ao meato interno da uretra e abre-se posteriormente. O segundo feixe, sob o trígono vesical, composto por fibras da camada intermediária, abre-se anteriormente. O meato uretral atravessa o espaço das concavidades formadas pelos dois feixes musculares. A contração muscular desses feixes poderia contribuir para o fechamento da luz da uretra. No entanto, estas fibras musculares fazem parte da musculatura detrusora que contrai durante a micção, e na verdade, atuariam dificultando o esvaziamento vesical2. A musculatura do trígono vesical consiste em três porções: trígono urinário, anel trigonal e placa trigonal. A primeira é de formato triangular, com vértices no meato uretral e nos orifícios ureterais. Na altura do meato uretral interno (os 15% proximais da uretra), essa musculatura o envolve na porção do colo vesical, formando o anel trigonal. A placa trigonal é a coluna de tecido muscular que segue ao longo da parede posterior da uretra. A musculatura trigonal situa-se na área do trato urinário inferior inervada pelo sistema nervoso simpático2. 8 2.3 Aparelho reprodutor Masculino O aparelho reprodutor masculino é composto pelos testículos, vias espermáticas, glândulas acessórias e o pênis (figura 5).Destina-se à perpetuação da espécie. Compõem-se de: órgãos responsáveis pela produção das células reprodutoras e dos hormônios sexuais, órgãos destinados à realização da cópula ou ato sexual. 7 Figura 5. Órgãos genitais masculinos em corte sagital No testículo, identificam-se as faces medial e lateral, pólos, superior e inferior e duas bordas, uma anterior e outra posterior, ocupada de cima em baixo pelo epidídimo. O hilo (localizado na metade superior da borda posterior) é chamado de mediastino e o revestimento do testículo é feito pela túnica albugínea. Testículo e epidídimo são irrigados pela artéria testicular e drenados pela veia testicular. A drenagem linfática é através dos linfonodos aórticos. 7 São responsáveis pela produção dos espermatozóides que são as células com capacidade de fecundar o óvulo feminino e dar origem um embrião. Localizam-se dentro da bolsa escrotal e também produzem os hormônios masculinos. Os espermatozóides depois de produzidos são conduzidos pelas vias espermáticas e acumulados até o momento da ejaculação.8 As vias espermáticas são o epidídimo, o ducto deferente, o ducto ejaculatório e a uretra. O epidídimo ocupa a borda posterior do testículo e se divide em cabeça, corpo e cauda. Entre o corpo do epidídimo e a face lateral do testículo vamos encontrar um espaço 9 denominado seio do epidídimo que vai permitir identificar o lado do testículo. O duto deferente é de fácil identificação por sua parede espessa, em sua porção terminal apresenta uma dilatação que é a ampola. O duto deferente se une ao duto excretor da vesícula seminal para formar o duto ejaculatório que se abre de cada lado do utrículo prostático. A uretra se divide em três porções: parte prostática, parte membranosa e parte peniana (figura 6). Na uretra prostática, que mede cerca de 3 cm, em seu soalho há cinco acidentes anatômicos que modificam o relevo: a crista uretral, uma prega mediana na mucosa; o colículo seminal, uma elevação mais acentuada da crista uretral; o utrículo prostático, orifício de pequena escavação no cume do colículo seminal; os ductúlos ejaculatórios, dois pequenos orifícios de cada lado do utrículo; e os ductúlos prostáticos que são forames situados de cada lado do colículo seminal. A uretra membranosa mede 1 cm. A peniana se inicia no bulbo corpo esponjoso e o atravessa em toda sua extensão, na porção mais externa apresenta uma dilatação fusiforme que é a fossa navicular, para se abrir no óstio externo. O funículo espermático é formado pelo conjunto de estruturas que acompanham o testículo em sua descida até a bolsa escrotal. Ducto deferente, ejaculatório e glândula seminal são irrigados pelas artérias do ducto deferente, vesical inferior e retal média. A drenagem ocorre através do plexo venoso do colo da bexiga e da próstata e veias vesicais inferiores. E a drenagem linfática, através dos linfonodos ilíacos externos e internos. 7 Figura 6. Uretra e órgãos adjacentes 10 As glândulas acessórias produzem o líquido seminal que, ao juntar-se aos espermatozóides, produz o esperma; são as vesículas seminais, a próstata, as glândulas bulbouretrais e as glândulas uretrais. A próstata é atravessada em toda sua extensão pela uretra. Sua forma é achatada no sentido antero-posterior apresentando duas superfícies ínferolaterais, um ápice e uma base. É envolta pela fáscia ou bainha prostática. A próstata é irrigada pela artéria vesical inferior e retal média. A drenagem é pelo plexo venoso do colo da bexiga e da próstata e veias vesicais inferiores. Os linfonodos ilíacos internos são responsáveis pela drenagem linfática.7 Secreta um fluido ralo, lácteo, alcalino que contém substâncias que neutralizam bactérias, ácido cítrico, cálcio, fosfato ácido, frutose, zinco, um coquetel de enzimas e prostaglandinas. De forma interessante, o fluido prostático normalmente é ejaculado na primeira contração do orgasmo, sai antes do fluido seminal, para aumentar a mobilidade do esperma e a sua fertilidade. Ele também prepara o canal para receber o esperma causando dilatação e providenciando um ambiente mais alcalino necessário à fertilização. A próstata cresce devido à influência da testosterona já na puberdade até que produção começa a diminuir por volta dos 40 anos de idade. Por volta dos cinqüenta anos, a conversão de testosterona em deidrotestosterona (DHT) aumenta, causando o inchaço da glândula.8 A vesícula seminal, de forma enovelada, com a extremidade distal em fundo cego tem sua extremidade proximal representada pelo duto excretor que se une ao duto deferente para formar o duto ejaculatório. 7 O pênis é o órgão copulador.É formado pelos corpos cavernosos que se iniciam posteriormente pelos ramos, dirigem-se para frente e estão separados pelo septo do pênis. O 11 corpo esponjoso tem início no bulbo do pênis, anteriormente apresenta uma dilatação que é a glande onde um rebordo elevado contorna a glande sendo chamado de coroa da glande. Na união da glande com o corpo do pênis encontramos um estrangulamento conhecido como colo ou sulco bálano-prepucial. O revestimento externo do pênis é feito pelo prepúcio. A irrigação é pelo ramo escrotal posterior da artéria pudenda interna, ramo escrotal anterior da artéria pudenda externa, artéria do bulbo do pênis, artéria profunda do pênis e artéria dorsal do pênis. A drenagem é pela veia profunda dorsal do pênis (plexo venoso prostático), veia dorsal superficial do pênis, veia do bulbo do pênis, veia escrotal posterior e anterior. Os linfonodos inguinais superficiais é que fazem a drenagem linfática.7 3.0 Rim 3.1 Manifestações Clínicas Adenoma Papilar Renal Trata-se de pequenos e discretos adenomas, surgidos do epitélio tubular renal, são encontrados em 7 a 22% de autópsias. Seu local de predileção é a papila, sendo comumente chamados de adenomas papilares9. Geralmente apresentam um diâmetro menos que 5mm, invariavelmente presente no córtex. Macroscopicamente apresentam-se como nódulos amarelo acinzentados, bem delimitados. Histologicamente não há diferença do adenocarcinoma de células renais de baixo grau, podendo inclusive compartilhar algumas características imunoistoquímicas e citogenéticas (trissomias do 7 e 17) com cânceres papilares. O tamanho do tumor não se apresenta tanto como fator prognóstico, já que tumores de 1 a 3 cm de diâmetro são cada vez mais freqüentemente detectados em raios X por sintomas não renais e devido a relatos ocasionais de pequenos tumores formando metástases, portanto todos os adenomas devem ser tratados como cânceres precoces, até que um marcador inequívoco de benignidade seja encontrado. 9 Fibroma Renal ou Harmatoma Achados ocasionalmente à autópsia, são pequenos focos de tecido branco acinzentado firme, quase sempre menor que 1cm de diâmetro, muito freqüentemente encontrados nas pirâmides renais. Ultra estruturalmente estes cânceres apresentam características de células renais intersticiais. Este tipo de tumor não apresenta propensão a malignizar. 9 12 Angiomiolipoma Este tumor benignos é composto por 3 estruturas: vasos, músculo liso e gordura. Este tipo de tumor apresenta uma incidência de 25 a 50 % em pacientes com esclerose tuberosa, uma doença caracterizada por lesões córtex cerebral que produz epilepsia e retardo mental, assim com inúmeras anormalidades cutâneas. 9 Oncocitoma Trata-se de um tumor epitelial composto de grandes células eosinofilicas de núcleo pequenos, arredondados, grandes nucléolos com aparência benigna. Acredita-se que se originem das células intercaladas dos túbulos coletores. Não e incomum, sendo responsável por 5 a 15% das neoplasias renais removidas cirurgicamente. Estes tumores apresentam coloração castanha ou marrom avermelhada, relativamente homogêneos e bem encapsulados. Este grupo de tumores pode atingir ate 12cm de diâmetro, houveram inclusive alguns casos relatados com metástases mas a classificação continua como benigna. 9 Tumores malignos Carcinoma de células renais ou adenocarcinoma renal Sendo responsáveis por 85% dos cânceres renais em adultos e 1 a 3% dos cânceres de vísceras ocas, são responsáveis por 30000 novo casos de câncer por ano e 12000 mortes. Este tumor ocorre mais freqüentemente entre a sexta e sétima década de vida atingindo entre duas a três vezes mais homens do que mulheres. Possui coloração amarelada e é originado do epitélio tubular. 9 Para este tipo de câncer esta bem estabelecido o tabaco como fator de risco mais significativo. Alem do tabaco outros fatores n se aprestam como fatores de risco a exemplo de: hipertensão, obesidade, reposição hormonal de estrógenos e outros comum a todos os outros tipos, já citados. 9 A maioria dos cânceres renais é esporádica, mas formas incomuns de cânceres familiares autossômicos dominantes ocorrem geralmente em indivíduos mais jovens. Embora tenham uma incidência de somente 4% dos cânceres renais estas variantes familiares têm sido enormemente importantes para o estudo da carciogênese renal. Este estudo subdividiu o carcinoma de células renais em 4 tipos como veremos a seguir:9 13 Carcinoma de Células claras Este tipo é o mais prevalente, sendo responsável por 70 a 80% dos cânceres de células renais. Podem ser familiares, associados a doença de VHL, ou em 95% dos casos esporádico. Em 98% destes tumores, tanto esporádicos como familiares, há a perda do braço curto do cromossomo 3. Isso causa a transposição do 3p12 para 3p26, região que contém o gene VHL. Um segundo alelo não deletado do gene VHL demonstra mutações somáticas ou inativação por hipermetilação com cerca de 80% dos cânceres de células claras, indicando que o gene VHL age como supressor de tumor em ambos os tipos de câncer9. O gene VHL produz a proteína VHL que tem como importante alvo o fator 1 induzido por hipóxia ( HIF-1). Quando a VHL sofre mutações os níveis de HIF-1 permanecem altos, causando produção de proteínas pró angiogênicas induzíveis por hipóxia, com VEGF e TGFbeta1. Além disso o fator de crescimento semelhante a insulina-1, outro alvo da VHL, também permanece estimulado, mantendo crescimento e angiogênese9. Carcinoma papilar Este tipo de câncer é responsável por 10 a 15% dos cânceres renais.É caracterizado por um padrão de crescimento papilar em ambas as apresentações, familiar e esporádica. As anormalidades genéticas envolvidas mais comumente são trissomias do 7, 16 e 17 e perda do Y em pacientes masculino na forma esporádica e trissomia do 7 na familiar. O gene da forma familiar foi mapeado no cromossomo 7 contendo o locus para MET, um protooncogne que serve como receptor de tirosina quinase para o fator de crescimento de hepatócitos. Mutações somáticas e germinativas foram identificadas no domínio da tirosina quinase do gene MET, tornando-o u, provável oncogene para este cânceres.Um gene chamado PRCC ( para carcinoma de células renais papilar), no cromossomo 1 também foi relacionado a translocações9. Ao contrário dos carcinomas de células claras o carcinomas papilares são freqüentemente de origem multifocal3. Carcinoma renal cromófobo Um tipo incomum, responsável por apenas 5% dos cânceres renais e é composto de células com membranas celulares proeminentes e citoplasma eosinofílico pálido, geralmente 14 com halo claro ao redor do núcleo. Em um exame citogenético, estes cânceres exibem múltiplas perdas cromossomais e hipodiploidia extrema. Acredita-se que seu padrão de crescimento seja semelhante ao oncocitoma benigno, apresentando melhor prognóstico que os cânceres de células claras e papilar. 9 Carcinoma de ductos coletores Com inúmeras descrições de perdas cromossomais e deleções para explicar este tumor e com a incidência de menos de 1% dos cânceres renais, este tumor ainda carece da identificação de um padrão característico. 9 3.2 Sintomas dos cânceres renais Os sintomas são comuns aos tipos anteriormente citados, sendo 3 deles, características diagnósticas clássicas: dor costovertebral, massa palpável e hematúria, mas só se apresentam em 10% dos casos. A mais frequente é a hematúria, mas pode permanecer micoscópica, permanecendo silencioso até que atinja grandes proporções. Nesta fase gera sintomas sistêmicos não relacionados ao rim, como febre, sintomas costitucionais, hipercalcemia, policitemia, hipertensão, disfunção hepática, disfunção homronal, síndrome de Cushing, eosinofilia, reações leucemóides e amiloidose. 9 Carcinomas Uroteliais da pelve renal Cerca de 5 a 10% dos tumores renais primários são originados no urotélio da pelve renal, estes tumores podem variar desde papilomas aparentemente benignos a carcinomas uroteliais invasivos. 9 Ocasionalmente os tumores uroteliaispodem ser multiplos, acometendo peolve, ureteres e bexiga. Sendo que em 50% dos casos de tumores uroteliasi há um tumor urotelial de bexiga concomitante ou preexistente. Também existe uma incidência aumentada de carcinomas uroteliais da pelve reanl e bexiga em pacientes com nefroparia por analgésicos. 9 A iniltração da parede da pelve e cálices é comum. Por esta razão apesar de possuir uma aprência pequena e falsamente benigna, o prognóstico deste tipo de tumores não é bom. A média de sobrevida em cinco anos para variantes superficiais é de 50 a 70%, já para tumores infiltrantes a taxa é de 10%.9 15 Clinicamente, estes tumores, apresentam sinais em um período relativamente curto, pois devido a sua localização dentro da pelve e sua fragmentação, produzem hematúria macroscópica. São de tamanho pequeno, não palpáveis mas podem produzir bloqueio do fluxo urinário, com consequente hidronefrose palpável e dor em flanco. 9 3.3 Diagnóstico O diagnótico é dado basicamente por imagens, sendo a mais comum e mais utilizada para o rim a ultrasonografia, também podem ser utilizadas o tomografia e a ressonância magnética. Outros métodos muito utilizados antigamente, como a radiografia simples e urografia excretora vem caindo no desuso. 9 3.4 Estadiamento10 TNM Estadiamento T Tamanho do tumor Tx Tumor primário não avaliado T0 Sem evidência de tumor primário T1 Tumor < 7cm confinado à cápsula renal T1a Tumor < 4 cm T1b Tumor entre 4 e 7 cm T2 Tumor > 7 cm confinado à cápsula renal T3a Tumor com extensão aos tecidos perirrenais ou à adrenal ipsilateral, porém limitado à fáscia de Gerota T3b Invasão da veia renal ou invasão da veia cava inferior (infradiafragmática) T3c Invasão da veia cava inferior (supradiafragmática) T4 Extensão além da fáscia de Gerota (exceto adrenal ipsilateral) N Envolvimento linfonodal Nx Linfonodos não podem ser avaliados N0 Sem metástase em linfonodo regional N1 Linfonodo isolado regional N2 Linfonodo em mais de um linfonodo regional 16 M Metástase à distância Mx Metástase à distância não pode ser avaliada M0 Sem metástase à distância M1 Metástase à distância 3.5 Prognóstico A sobrevida média após cinco anos de pacientes com carcinoma de célçulas renais é de 45% na presença de metástases, mas pode chegar até 70% na ausência das mesmas. 10 3.6 Tratamento Existem duas classes principais de tratamento para o câncer renal, a cirurgia e a quimioterapia, como será discutido a seguir. Cirurgia A cirurgia é o único método terapêutico conhecido de eficácia comprovada para carcinomas de células renais localizados. Sendo que o procedimento cirúrgico mais comumente usado atualmente para carcinomas com mais de 4cm de diâmetro é a nefrectomia radical. 10 A nefrectomia radical inclui a retirada completa da fáscia de Gerota e seus conteúdos, incluindo o rim e a glândula adrenal, o que promove uma maior margem cirurgica doque a simples retirada do rim. 10 A nefrectomia laparoscopica se tornou o procedimento de escolha para a retirada de tumores renais. Esta técnica está associada a um controle do câncer equivalente a uma nefrectomia radical aberta e está associada a um menor tempo hospitalar, menor convalescência, menor dor pós operatória e melhor resultado cosmético. Muitas vezes a laparoscopia é utilizada para causar uma citorredução invasiva para preparação para a terapia imunológica10. Quimioterapia Nas últimas 2 décadas, muitos medicamentos foram testados para o tratamento de cânceres renais, porém muitos deles não atingiram as expectativas da fase pré teste. Com o 17 desapontamento gerado por estas falhas , muitos princípios importantes foram estabelecidos para o tratamento de cânceres de células renais. 10 A terapia puramente imunológica com IL-2, que não tem atividade intrínseca direta contra o tumor, é capaz de causar regressão de tumores grandes e metastáticos através da estimulação das células imunes do hospedeiro. 10 Ainda mais crucial foi a demonstração de que algumas destas regressões são potencialmente curativas, com pequenas mas consistentes frações de pacientes mantendo uma resposta completa a IL-2 por mais de 15 anos. A eficácia nestes pacientes prediz bruscas quedas na imunoterapia, como tumores heterogêneo e perda de antígenos, imunossupressão pelo hospedagem do câncer, ou o micro ambiente do tumor e falta de antígenos específicos para o tumor em cânceres humanos, são problemas imensuráveis10. Concomitantemente a chegada de uma variedade de inibidores da tirosina quinase multifuncional ou seus ligantes apresentam uma nova e valiosa opção terapêutica para pacientes com metástases de tumores renais. 10 Comparações no sentido de qual modalidade é melhor, entre imunomoduladores e inibidores de pequenas moléculas são mal direcionados, visto que eles podem se complementar e de maneira nenhuma se excluem. 10 IL-2 e um tratamento agudo que possui potencial curativo para alguns pacientes e é seguramente aplicado em pacientes com poucas comorbidades. Cronicamente os inibidores de pequenas moléculas são menos tóxicos, e controlam o crescimento do tumor em uma porcentagem maior de pacientes por tipicamente menos de um ano. Portanto, uma alta dose de IL-2 pode rapidamente determinar se ele é potencialmente curável por esta modalidade de tratamento. Para aqueles que não se beneficiarem desta modalidade ou que não são bom candidatos para esta, inibidores da tirosina quinase são uma excelente opção. 10 Para imunoterapia em geral, é importante entender os mecanismos e elementos da cadeia imune responsáves pela indução da resposta a terapia. A descoberta de como estas interações ocorrem em pacientes responsivos a terapia tem potencial para ajudar inúmeros pacientes que sofrem desta patologia. 4 4.0 Bexiga e Ureter 18 4.1 Fatores de risco Os fatores de risco envolvendo anormalidades genéticas incluem expressão protooncogenica, mutação dos genes supressores do tumor e anormalidades de proteínas específicas reguladoras do ciclo celular. 11 Os portooncogenes envolvidos na gênese do câncer de bexiga incluem as proteínas do Ras p21. Os genes supressores do tumor associados com as alterações biológicas deste câncer incluem o p53, p21, p27 e o gene do retinoblastoma (Rb). A perda da heterozigocidade do cromossomo 9 tem sido implicada em cânceres superficiais da bexiga. Anormalidades em proteínas específicas reguladoras do ciclo celular, como CABLES, Ki-67 e ciclina D1 também tem sido implicadas. 11 Atualmente ainda não há um único marcador molecular que seja capaz de predizer o tumor com alto grau de especificidade, que pode resultar em invasão da muscular própria e metástases distantes antes de sua detecção. 11 A exposição a agentes químicos seja talvez a mais forte evidência epidemiológica de agente desencadeador. Aminas aromáticas, corantes anilicos, nitritos e nitratos todos foram implicados. Para fumantes, existe uma probabilidade 3 vezes maior para desenvolverem câncer de bexiga, mesmo ex-fumantes permanecem com uma chance 2 vezes maior. 11 O abuso de analgésicos, resulta em um risco aumentado de cânceres da pelve renal. Inúmeros relatos demonstraram forte associação entre tanto o desenvolvimento de cânceres de bexiga como cânceres de células transacionais do alto trato urinário com a exposição industrial de carvão, asfalto, plásticos e piche. 11 A administração prolongada de ciclofosfamida, particularmente em pacientes com obstruções do alto trato urinário ou da bexiga, resultou em aumento do risco de câncer de bexiga. Estes cânceres quando descobertos tendem a se apresentar particularmente agressivos. Café, chá e adoçantes artificiais não se apresentaram como fatores de risco. 11 Os irritantes crônicos incluem os cateteres, Schistosoma haematobium e irradiação. A irritação crônica por cateteres está associada a infecções crônicas aumentada, o que é um fator de risco para desenvolvimento de câncer de células escamosas; a infestação pelo S. haematobium resulta em risco aumentado para cânceres de células escamosas e cânceres de 19 células transacionais; irradiação pélvica também aumenta o risco para o desenvolvimento de cânceres de células escamosas. 11 Existem estudos que sugerem que uma alta ingestão diária de água, vitaminas e várias dietas são benéficas para a prevenção do câncer de bexiga. No entanto nenhum destes fatores demonstrou um claro benefício a respeito da prevenção. Quando drogas como a ciclofosfamida são receitadas, é importante uma especial atenção a hidratação e eventuais obstruções do trato urinário, fatos que podem prevenir o aparecimento de cânceres ureterais. 11 4.2 Manifestações Clínicas Bexiga Tumores uroteliais ou de células transicionais São responsáveis por 90% de todos os tumores que acometem a bexiga. Possuem diversas apresentações, desde lesões pequenas e benignas até cânceres agressivos que podem levar ao óbito. 9 Existem duas lesões precursoras distintas para o carcinoma urotelial invasivo, sendo a mais comum o tumor papilar não invasivo , que parece ser originado da hiperplasia papilar urotelial, a outra é o carcinoma urotelial plano ou simplesmente carcinoma in situ. Lembrando que em metade dos casos quando ocorre a detecção do tumor ele já invadiu a parede vesical e não há lesão precursora associada. Acredita-se que nesses casos a lesão precursora tenha sido destruída pelo carcinoma invasivo. Apesar da invasão da parede vesical, o principal fator prognóstico é a invasão ou não da muscular própria, em casos positivos, a média de sobrevida em 5 anos cai para 50%.9 Vamos detalhar os subtipos a seguir: o Papilomas: São mais comuns em pacientes jovens, sendo responsáveis por 1% ou menos dos tumores vesicais. Geralmente são lesões isoladas, pequenas e aderidas superficialmente a mucosa por uma fina haste. Já sua versão invertida, consiste de cordões interanastomosados de urotélio benigno que se estendem para dentro da lâmina própria. 9 20 o Neoplasias uroteliais papilares de baixo potencial maligno: com características muito semelhantes aos papilomas, este tipo difere por um urotélio mais espessado e geralmente apresentam um tamanho maior do que os papilomas. São raras as vezes que esta apresentação recorre como tumores de alto grau associados a invasão e progressão. 9 o Carcinomas uroteliais de baixo grau: possuem uma aprência ordenada arquitetural e citologicamente. Possuem baixas taxas de recorrência e invasão. Somente em raras ocasiões este tipo de tumor reprenta uma ameaça de óbito para o paciente. 9 o Cânceres uroteliais de alto grau: há desarranjo arquitetural com perda da polaridade. Este tipo de tumor apresenta uma incidência alta de invasão da muscular da mucosa, com risco elevado de progressão e alto potencial metastático. Sua progressão, além de para o próprio órgão, pode ser para órgãos próximos como próstata, vesículas seminais, ureteres e retroperitônio adjacente. Alguns podem produzir comunicações fistulosas para a vagina e reto. Cerca de 40% geram metástases linfonodais regionais. A disseminação hematogênica ocorre principalmente para o fígado, pulmões e medula óssea. 9 o Carcinoma in situ: por definição corresponde a presença de quaisquer células citologicamente malignas em um urotélio plano. Pode variar desde atipia citológica em toda a espessura do epitélio até células malignas disseminadas em um urotélio sem outras anormalidades (disseminação pagetóide).Em comum com o carcinoma urotelial papilar de alto grau existe a falta de coesão entre as células, gerando a eliminação de células malignas na urina. Macroscopicametne isso gera um epitélio desnudado, área de avermelhamento, granulosidade ou espessamento da mucosa sem uma massa intraluminal. É comum a apresentação multifocal, podendo acometer toda a mucosa sem progredir para outros órgãos. Caso não seja tratado, 50 a 75% dos casos evoluirão para câncer invasivo da muscular. 9 o Câncer urotelial invasivo: A extensão da invasão é importante sinal prognóstico. Caso esteja superficialmente na lâmina própria pode estar associado a câncer urotelia papilar de alto grau ou carcinoma in situ com progressão, está é a apresentação deste tipo de câncer com melhor prognóstico. Os graus maiores de invasão apresentam prognóstico reservado. 9 Carcinoma de células escamosas 21 Representando de 3 a 7% dos cânceres vesicais este tipo está quase sempre associado a irritação e infecção crônica da bexiga, como a causa pela esquistossomose. 9 Adenocarcinomas São raros e idênticos aos adenocarcinomas intestinais. Podendo surgir de restos uracais ou associados a metaplasia intestinal extensa. Os tumores uracais podem ocorrer na cúpula ou na parede anterior, estendendo-se para fora da bexiga em direção ao umbigo. 9 Sintomas dos tumores vesicais Classicamente apresentam hematúria indolor, sendo a manifestação clínica dominante e não raramente única. Disúria e urgência miccional podem acompanhar a hematúria. Quando o orifício ureteral está envolvido, podem ocorrer pielonefrite e hidronefrose. 9 Tumores mesenquimais Benignos Uma grande variedade de tumores mesenquimais podem acometer a bexiga, porém são raros. O mais comum é o leiomioma, que como todos os outros, tende a crescer como massa isolada, intramurais, encapsuladas, ovais ou esféricas, variando em diâmetro até muitos centímetros.9 Sarcomas São bem raros na bexiga. O mais comum são pseudotumores inflamatórios, nódulos de células fusiformes pós operatórios assumirem o padrão sarcomatóide se serem confundidos histologicamente. Os sarcomas tendem a produzir grandes massas que se projetam para o lúmen vesical, de coloração branco acizentada, mole e carnudo. Em crianças o mais comum é o rabdomiosarcoma e em adultos o leiomiosarcoma. 9 Ureter Neoplasias primárias dos ureteres são raras. Pequenos tumores benignos do ureter geralmente são de origem mesenquimal. Os dois mais comuns são os pólipos fibroepiteliais e os leiomiomas. Também existe os tumores malignos primários do ureter que seguem padrões 22 semelhante àqueles que surgem na pelve renal, cálices e bexiga, a grande maioria é formada por cânceres de células transicionais. 9 Pólipo fibroepitelial Lesão semelhante a um tumor que se apresenta macroscopicamente como uma pequena massa que se projeta para o lúmen. A lesão ocorre mais freqüentemente no ureter esquerdo do que no direito, também pode acometer bexiga, pelves renais e uretra. A apresentação do pólipo é de massa de tecido conjuntivo frouxo, vascularizado, localizado sob a mucosa. 9 Câncer de células transicionais Muito comumente causam obstrução do lúmen ureteral , geralmente são encontrados em pacientes entre a sexta e sétima década de vida. Às vezes são múltiplos e em alguns casos são concomitantes a neoplasias semelhantes na bexiga ou na pelve renal. 9 4.3 Diagnóstico Embora a cistoscopia e a biópsia sejam os principais métodos diagnósticos, são ruins para a detecção de carcinoma in situ sem alterações macroscópicas, ou apenas alterações sutis, da mucosa e lesos papilares pequenas. Nestes casos é importante o exame citológico e exames para a detecção de marcadores na urina, como por exemplo a proteína relacionada ao fator H do complemento, telomerase, CEA, ácido hialurônico, hialuronidase, proteínas da matriz nuclear, conteúdo do DNA, mucinas e produtos da degradação da fibrina. Estes testes tem como principal problema a baixa especificidade, podendo ser causados por simples lesões do endotélio. 11 4.4 Prognóstico Os principais fatores envolvidos na sobrevida dos tumores vesicais são o grau, a presença de invasão da lâmina própria e carcinoma in situ associado.Papilomas, neoplasias uroteliais papilares de baixo potencial maligno e Câncer urotelial papilar de baixo grau apresentam uma sobrevida de 98% em dez anos. Em comparação 40% dos indivíduos com cânceres de alto grau chegam aos dez anos. O de pior prognóstico é o carcinoma de células escamosas no qual cerda de 70% dos acometidos evoluem para óbito no primeiro ano. 11 4.5 Estadiamento 23 O estadiamento do câncer de bexiga é feito pelo sistema TNM 11, como pode ser visto abaixo: T – Tamanho do tumor o TX - O tumor primário não pode ser avaliado o T0 - Não há evidência de tumor primário o Ta - Carcinoma papilífero não invasivo o Tis - Carcinoma in situ: “tumor plano” o T1 - Tumor que invade o tecido conjuntivo sub-epitelial o T2 - Tumor que invade músculo o T2a - Tumor que invade a musculatura superficial (metade interna) o T2b - Tumor que invade a musculatura profunda (metade externa) o T3 - Tumor que invade tecido perivesical o T3a - microscopicamente o T3b - macroscopicamente (massa extravesical) o T4 - Tumor que invade qualquer uma das seguintes estruturas: próstata, útero, vagina, parede o pélvica ou parede abdominal o T4a - Tumor que invade próstata, útero ou vagina o T4b - Tumor que invade parede pélvica ou parede abdominal N - Linfonodos Regionais o NX - Os linfonodos regionais não podem ser avaliados o N0 - Ausência de metástase em linfonodo regional o N1 - Metástase, em um único linfonodo, com 2 cm ou menos em sua maior dimensão o N2 - Metástase, em um único linfonodo, com mais de 2 cm até 5 cm em sua maior dimensão, o ou em múltiplos linfonodos, nenhum com mais de 5 cm em sua maior dimensão o N3 - Metástase em linfonodo com mais de 5 cm em sua maior dimensão M - Metástase à distância o MX - A presença de metástase à distância não pode ser avaliada o M0 - Ausência de metástase à distância o M1 - Metástase à distância 24 4.6 Tratamento A principal apresentação do câncer de bexiga, quando diagnostticado é a variante superficial, que embroa raramente, pode progredir para a muscular própria (doença invasiva), mas independntemente disto é um câncer de difícil erradicação por tratamento local. O tratamento inicial deste tipo de câncer é a ressecção transureteral do tumor de bexiga seguida de um dos vários agentes quimioterápicos ou BCG,via intravesical, com eu sem a adição de intérferon alfa 11. Para cânceres que já invadiram a muscular própria tem havido melhorias nas técnicas cirúrgicas, incluindo os desvios neobladders, que têm o potencial de melhoria da qualidade de vida destes pacientes. AS abordagens com preservação da bexiga, embora ainda em estudo,tem interesse de melhorar os resultados e limitar os efeitos secundários. Existe uma tendência a integração do tratamento em pacientes comparáveis com resultados idênticos aos alcançados por cistectomia radical, em momento que coincide com um número crescente de pacientes manifestando um interesse em terapias com preservação da bexiga 11. Vêm sendo feitas importantes considerações sobre a qualidade de vida no tratamento de pacientes com câncer da bexiga, tanto que agora existem dados científicos sobre a qualidade de vida do paciente com o tratamento com a preservação da bexiga.Mas tanto a abordagem radical como a cirurgia com preservação da bexiga, precisam de modalidades combinadas de tratmento para a optimização do tratamento. 11 Quimioterapia neoadjuvante foi cuidadosamente estudada e parece ter importante valor na melhoria da sobrevida, embora mais estudos serão necessários antes que esta abordagem combinada, possa vir a ser considerada o tratamento padrão. 11 Para o tratamento adjuvante, os dados são muito menos convincentes. Os resultados dos recentes estudos que começaram a usar combinações novas drogas podem ajudar a estabelecer o papel da quimioterapia adjuvante para melhora da sobrevivência11. Para a doença já com presença de metástases, a terapia sistêmica com gemcitabina e cisplatina continuam sendo o tratamento de escolha. A adição de taxanos ao esquema inicial ou como segunda linha terapêutica pode proporcionar novas perspectivas, e esperamos que conduza a sobrevivência prolongada. No entanto, sobrevida global permanece baixa na doença metastática, e mais recentemente, terapias orientadas contra agentes específicos como 25 precursores do fator de crescimento tumoral são necessários para efeitos reais nos avanços do tratamento desta doença. 5 5.0 Próstata 5.1 Fatores de risco O desenvolvimento de várias das formas mais comuns de câncer resulta de uma interação entre fatores endógenos e ambientais, sendo o mais notável desses fatores a dieta. 12 Assim como em outros cânceres, a idade é um fator de risco importante, ganhando um significado especial no câncer da próstata, uma vez que tanto a incidência como a mortalidade aumentam exponencialmente após a idade de 50 anos. História familiar de pai ou irmão com câncer da próstata antes dos 60 anos de idade pode aumentar o risco de câncer em 3 a 10 vezes em relação à população em geral, podendo refletir tanto fatores hereditários quanto hábitos alimentares ou estilo de vida de risco de algumas famílias. 12 A influência que a dieta pode exercer sobre a gênese do câncer ainda é incerta, não sendo conhecidos os exatos componentes ou através de quais mecanismos estes poderiam estar influenciando o desenvolvimento do câncer da próstata. . Acredita-se que cerca de 35% dos diversos tipos de câncer ocorrem em razão de dietas inadequadas. É possível identificar, por meio de estudos epidemiológicos, associações relevantes entre alguns padrões alimentares observados em diferentes regiões do globo e a prevalência de câncer. Assim, uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, e com menos gordura, principalmente as de origem animal, não só pode ajudar a diminuir o risco de câncer, como também de outras doenças crônicas não transmissíveis. 12 Outros fatores ambientais, tais como o tabagismo, a obesidade, a atividade física e a exposição a tipos específicos de vírus, bactérias e parasitas, além do contato freqüente com algumas substâncias carcinogênicas como produtos de carvão e amianto, também merecem salientados.12 ser 5.2 Etiopatogenia O câncer da próstata (CaP) surge quando as células da próstata passam a se dividir e se multiplicar de forma desordenada, levando à formação de um tumor. Alguns desses tumores 26 podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos do corpo e podendo levar à morte. Uma grande maioria, porém, cresce de forma tão lenta que não chega a dar sintomas durante a vida e nem a ameaçar a saúde do homem. A ação dos androgênios tem sido amplamente demonstrada na próstata humana, seja por sua ação na morfogênese, diferenciação, proliferação celular e secreções da glândula prostática, quanto na resposta ao tratamento hormonal do CaP e hiperplasia prostática benigna (HPB). Da mesma forma, a patogênese das neoplasias prostáticas tem sido estreitamente associada à ação destes hormônios. Contudo, os mecanismos moleculares que envolvem os processos de proliferação, diferenciação e apoptose não estão ainda bem estabelecidos, assim como os mecanismos de transformação neoplásica e carcinogênese.13 Os androgênios exercem sua ação através de receptores nucleares, que são fatores de transcrição e regulam a expressão de genes-alvo por mecanismo dependente do ligante. A expressão gênica do receptor de androgênios (AR) pode ser modulada em múltiplos níveis por mecanismos de transcrição, pós-transcrição e pós-tradução. Complexos formados por co-ativadores ou co-repressores promovem uma modificação local da estrutura da cromatina e também participam do controle da expressão gênica. A regulação desses processos requer a ativação de genes responsivos e dependentes da ativação do complexo androgênio-receptor.13 O desenvolvimento normal, o trofismo e a funcionalidade da próstata são dependentes de androgênios, que atuam através do seu receptor específico, o AR. Da mesma forma, o desenvolvimento e progressão da HPB e do CaP estão associados aos androgênios e ao AR. Além disso, mutações no AR podem ocorrer com certa freqüência, especialmente em tumores avançados de próstata, que se tornam resistentes à terapia hormonal.13 Co-reguladores (co-ativadores ou co-repressores), associados com a especificidade do ligante ao AR ou com sua atividade transcricional, podem também contribuir para a carcinogênese prostática. Estas proteínas podem atuar como moléculas adaptadoras, ligando-se diretamente aos receptores nucleares, recrutando proteínas adicionais e interagindo com a maquinaria transcricional basal para aumentar a transcrição de genes-alvo.13 27 Evidências sugerem que a expressão dos genes de vários co-ativadores podem estar aumentadas no CaP como a família dos SRC (steroid receptor coactivators), relacionados com o AR. Os SRC abrangem o SRC-1, o TIF-2 (transcriptional intermediary factor) e o SRC-3.G Além destes, os co-ativadores ARA (AR associated protein), que compreendem ARA70, ARA55, ARA54, ARA160, também parecem estar envolvidos na formação de tumores prostáticos. Corepressores que funcionam como reguladores negativos para reprimir ou silenciar a atividade transcricional basal, também têm sido associados com a tumorigênese prostática. Os mais citados são ciclina D1, p53 e Pyk2.13 Foi descrito outro co-ativador do receptor de androgênios, o FHL2 (four and a half LIM domains). A expressão de FHL2 parece ser específica da próstata e do miocárdio. A proteína SHP (Short Heterodimer Partner), por outro lado, é um coinibidor que interage com vários receptores nucleares (AR, ER e RXR), inibindo a atividade transcricional.13 O gene do AR está localizado no cromossomo Xq11-12.G Este gene codifica o receptor de androgênios, que modula a resposta androgênica e estimula a expressão de genes associados com o fenótipo diferenciado da próstata, como o antígeno prostático específico, o PSA. O exon 1, que codifica o domínio de transativação, contém um microssatélite CAG altamente polimórfico, um polimorfismo de nucleotíodeo simples no codon 211 (G1733A) e uma repetição menos polimórfica, a repetição GGN. 13 Em experimentos de transfecção, o comprimento da repetição CAG é inversa e linearmente correlacionado com a atividade de transativação transcricional do AR. Assim, um número menor de repetições estaria relacionado a um alto risco de desenvolvimento do câncer de próstata ou sua progressão. Não está ainda definida se a extensão do segundo microssatélite do gene do AR, consistindo das repetições GGN e que codifica um trato poliglicínico, promove algum efeito sobre o fenótipo dos indivíduos afetados. O polimorfismo StuI permite a identificação de dois alelos (S1/S2), para os quais uma associação com o risco aumentado de câncer de próstata tem sido investigado. 13 -redutase tipo 2 (SRD5A2), mapeado no cromossomo 2p23, foram seguidas pela descrição de vários 28 polimorfismos neste gene. Um polimorfismo leucina/ valina no códon 89 (Val89Leu) redutase. Foi sugerido que este polimorfismo esteja associado a menor risco de CaP em decorrência de menores concentrações intra-prostáticas de DHT. Ao contrário, uma outra variante com substituição de alanina por treonina no aminoácido 49 associada com maior risco para CaP.13 A progressão no ciclo celular é regulada por múltiplos fatores, entre eles hormônios e fatores de crescimento. Diversos estudos têm mostrado que fatores que interferem nas vias de sinalização intracelulares determinam o crescimento celular ou sua inibição, através da regulação do ciclo celular. Por outro lado, células neoplásicas freqüentemente apresentam anormalidades na resposta celular a fatores de crescimento e seus receptores, proteínas envolvidas nas vias de transdução do sinal hormonal e fatores de transcrição nucleares. Estas alterações refletem uma desregulação de vias de sinalização oncogênicas que promovem proliferação, inibem apoptose e habilitam células cancerosas a disseminar-se e estimular a angiogênese.13 Entre os fatores de crescimento envolvidos com as neoplasias de próstata, pode-se citar a expressão aumentada dos genes Her2, da família do EGF, bem como a do Akt, em CaP refratários ao tratamento hormonal. O fator de crescimento transformante beta (TGF crescimento do epitélio prostático e também como um fator de diferenciação do que funcionam como fatores de transcrição regulados por fosforilação. Em células e conseqüente diminuição da fosforilação de Smad3. Menores níveis de Smad3 fosforilada removem um mecanismo inibitório para a transcrição do AR, liberando a proliferação e expressão do PSA mesmo em presença de baixos níveis de androgênios após a terapia de retirada de androgênios.13 Genes reguladores do ciclo celular, como os proto-oncogenes myc, fos e jun, e genes reguladores da apoptose como bcl-2, p53 e p21, também participam dos processos de proliferação e formação tumoral de diversos tecidos incluindo a próstata. Outros genes envolvidos com a ação androgênica podem também ser 29 listados: ras, Rb, Waf1, transdutores de sinal intracelular como a proteína quinase C e GTPase, entre outros.14 Bcl2 é um gene antiapoptótico que está envolvido em múltiplos passos da carcinogênese da próstata, podendo participar na supressão da apoptose e/ou na estimulação da angiogênese tumoral (40). Estudos em CaP demonstraram que a expressão do bcl-2 está associada ao receptor de androgênios.14 O gene do p53, também conhecido como TP53 (Tumor Protein 53), codifica uma proteína supressora de tumor. A proteína p53 está relacionada com os mecanismos de reparação do DNA, parada em G1 e indução de apoptose, e alterações na expressão desta proteína foram observadas em células derivadas de neoplasia prostática intraepitelial e na HPB.13 O gene p21, um inibidor de quinases dependente de ciclinas, também conhecido como WAF1 ou CIP1, codifica uma proteína que provoca a parada do ciclo celular na fase G1. Sua expressão é ativada tanto por sinais fisiológicos quanto em presença de dano na fita de DNA. A expressão do p21 pode ser modulada pelo AR e pelo bcl-2, fato este relevante na progressão tumoral.13 Como exposto, uma série de modificações em genes importantes que resultam em uma alteração significativa no padrão da expressão gênica do tecido normal pode levar ao desenvolvimento do fenótipo maligno, e potencialmente estes genes podem servir como marcadores de prognóstico. Perfis de expressão gênica global podem ser de grande ajuda na compreensão do mecanismo molecular responsável pelo desenvolvimento de câncer da próstata.13 De uma maneira geral, espera-se que a exploração de marcadores moleculares prognósticos atinja os seguintes objetivos: 1) elucidação dos determinantes moleculares da progressão do câncer de próstata; 2) estratificação dos estágios da doença; 3) predição da resposta à prostatectomia, radiação ou terapia neoadjuvanate; 4) aquisição da insensibilidade a androgênios. 13 Metástase tumoral é um dos eventos mais significativos em pacientes de câncer de próstata. Amostras de metástases não são comuns e poucos trabalhos foram publicados a respeito. Alguns genes que se mostraram diferencialmente expressos em amostras primárias 30 -se ao ciclo celular, transdução do sinal, estrutura celular e regulação da transcrição, propriedades que contribuem para proliferação, interação com o meio ambiente e motilidade celular. Comparação entre células de carcinoma isoladas do tumor primário e linfonódio em modelo experimental de camundongo concluiu que os genes relacionados à metástase poderiam ser categorizados como: 1) genes codificando enzimas proteolíticas (catepsina e metaloproteases); 2) genes relacionados a fatores de transcrição; 3) à adesão; 4) a receptores de superfície.13 5.3 Diagnóstico O diagnóstico do câncer de próstata é feito pela anamnese, exame físico (toque retal) e pela dosagem do antígeno prostático específico (PSA, sigla em inglês), que podem sugerir a existência da doença e indicarem a realização de ultra-sonografia pélvica (ou prostática transretal, se disponível). Esta ultra-sonografia, por sua vez, poderá mostrar a necessidade de se realizar a biópsia prostática transretal. Pode-se também realizar tomografia ou ressonância magnética. Na anamnese, é importante a valorização dos sintomas, apesar de na sua fase inicial ter uma evolução silenciosa. Muitos pacientes não apresentam nenhum sintoma ou, quando apresentam, são semelhantes ao crescimento benigno da próstata (Figura 7). Uma fase avançada da doença pode ser caracterizada por um quadro de dor óssea, sintomas urinários ou, quando mais grave, como infecções generalizadas ou insuficiência renal.15 Figura 7. Distribuição do câncer de próstata segunda a sintomatologia15 31 No exame físico, o toque retal tem grande importância. Entretanto, tal recomendação é polemizada por inúmeros estudos. Walsh e Worthington, por exemplo, questionam o toque retal, afirmando que muitos homens quando têm o câncer prostático detectado por esse exame já se encontram em estado avançado da doença. 16 Em se tratando da realização do toque retal como medida preventiva secundária do câncer prostático, independentemente da polêmica quanto a sua eficácia, a discussão não pode desconsiderar aspectos simbólicos que interferem diretamente na decisão de realizar exame/diagnóstico, criando barreiras para a maioria dos homens, uma vez que o toque retal pode ser visto como uma violação ou um comprometimento da masculinidade. Tanto na clínica – no âmbito das relações de escuta e tratamento – como na Saúde Coletiva – no campo da prevenção da doença e da elaboração de políticas de assistência à saúde do homem – essas questões não se encontram suficientemente debatidas, demandando um maior investimento nessa discussão. 16 A masculinidade, numa perspectiva relacional de gênero, pode ser vista como um espaço simbólico que serve para estruturar a identidade de ser homem, através de prescrições a serem seguidas por aqueles que desejam receber o atestado de masculinidade e não sejam questionados e nem objetos de estigma por 32 parte daqueles que compartilham dessas prescrições. Dentre os "diversos modelos de masculinidade disponíveis, alguns são mais valorizados e exaltados, enquanto outros são desprezados e subordinados, no mesmo contexto". 16 Os homens com nível superior visivelmente apontaram para uma atitude maior de adesão ao toque retal, mesmo para aqueles que não o realizaram, apontando para a possibilidade de se aceitar um mal menor (toque retal) em prol de um bem maior (prevenir-se contra o câncer prostático). O maior nível econômico e jornadas de trabalho mais flexíveis tem influência na maior adesão ao exame.16 Quanto aos exames laboratoriais, o PSA (prostate-specific antigen) é considerado o mais importante marcador para detectar, estagiar e monitorizar o câncer de próstata. Estudos demonstraram que o PSA pré-operatório pode predizer a existência de doença extraprostática.17 O PSA existe no plasma em três formas moleculares principais: PSA livre, PSA conjugado à a-1-antiquimotripsina e PSA conjugadoà a-2-macroglobulina. A proporção do PSA conjugado à a-1-antiquimo tripsina é maior nos pacientes com câncer do que nos com HPB. Vários estudos demonstraram que a proporção de PSA livre em relação ao PSA total é inferior nos pacientes com câncer. Estudo multicêntrico estabeleceu que a percentagem de PSA livre é mais preditiva do diagnóstico de câncer do que os níveis de PSA total em pacientes com PSA total entre 4,1 e 10,0 ng/ml; os pontos de corte de 25% e 22% resultaram, respectivamente, em sensibilidades de 95% e 90%. O PSA varia de acordo com a idade (Tabela 3). 18 Tabela 3. PSA ajustado à idade 18 Idade (anos) PSA Sérico (ng/ml) 40 – 49 2,5 50 – 59 3,5 60 – 69 4,5 70 – 79 6,5 33 Muitos estudos mostram que níveis de PSA acima de 4ng/mL aumenta a chance de encontrar câncer de próstata na biópsia de aproximadamente 30 a 35%. Grandes programas para a deteção precoce do câncer do próstata mostraram que quase 70% dos casos de câncer pode ser detectado usando nível da interrupção de PSA de 4ng/mL. Homens com valores sérico de PSA acima deste nível (independente dos resultados do toque retal, valores da velocidade do PSA ou porcentagem livre de PSA) devem se submeter a uma biópsia da próstata guiada por ultrassonografia transretal (TRUS). Os resultados falso-negativos devem ser discutidos claramente com o paciente, e considerar uma outra biópsia se os valores totais de PSA continuarem a permanecer na categoria de alto risco. O uso apropriado de PSA sozinho pode fornecer diagnóstico de quase 5 a 10 anos comparados com o DRE sozinho. Historicamente, aproximadamente 80% de cânceres detectados pelo PSA representam-se significado baseado no volume do tumor e na classe de Gleason. A detecção do câncer do próstata pela avaliação do PSA resulta no diagnóstico precoce, sendo a doença confinada ao órgão.5 A velocidade do PSA é a mudança dos valores de PSA ao longo do tempo. Os estudos sugerem que a velocidade de PSA fornece informações úteis e aumenta a especificidade de uma única medida de PSA para a detecção precoce do câncer. Uma interrupção de 0.75 ng/mL por o ano aumentou a sensibilidade de PSA testado sozinho. As recomendações atuais para o uso da velocidade de PSA incluem a coleção de níveis de PSA para não menos de 18 meses e o uso de um mínimo de três valores para calcular a velocidade de PSA.5 A velocidade de PSA foi usada melhor em homens mais novos que foram selecionados para começar os testes de detecção precoce antes da idade 50. Estes homens têm níveis predominantemente mais baixos de PSA sérico e enfrentam o prospecto de ter seus níveis de PSA acompanhados por muitos anos. O teste da velocidade de PSA foi projetado para melhor selecionar os homens para submeter-se a biópsia. Os pacientes e os médicos resolvendo monitorar a doença do próstata medindo a velocidade de PSA devem ser advertidos que as flutuações entre medidas podem ocorrer em conseqüência do variabilidade do laboratório ou individual. 5 34 O PSA livre, expressado uma relação com PSA total, emergiu como um formulário molecular útil de PSA com o potencial melhor diagnosticar CaP precocemente. Diversas fórmulas moleculares de PSA são conhecidos. Em a maioria de homens, 60 a 90% de PSA circulante é limitado ao inibidor endógeno de protease. Numerosos estudos sugeriram que a porcentagem de PSA livre é significativamente mais baixa nos homens que têm CaP comparado com os homens que não tem. Recentemente, o FDA (Food and Drug Administration) aprovou o uso de proncentagem livre de PSA para a diagnostico precoce em homens com níveis de PSA entre 4 e 10 ng/mL. Um estudo mostrou que interrupção de 25% do PSA livre detectou 95% de CaP, evitando 20% de biópsias desnecessárias. 5 A ultra-sonografia transretal (figura 8) é um método que, apesar de não possuir a sensibilidade e a especificidade que se acreditava ter no início de seu desenvolvimento, consegue detectar maior quantidade de tumores e em estágios mais precoces do que os outros métodos. Além disso, ocorreram avanços técnicos como a introdução do Doppler colorido (figura 9), que apesar de não haver correspondido plenamente às expectativas iniciais, é um fator adjuvante importante na procura do câncer prostático, ao aumentar o valor preditivo positivo e a sensibilidade. Associado a esses avanços, o uso da ultra-sonografia foi bem estabelecido como método principal para orientar a colheita de material por meio de biópsias prostáticas, de maneira rápida, segura e relativamente indolor. 6 Figura 8. Ultrassonografia de próstata normal 6 35 Figura 9. Nódulo hipoecogênico em lobo direito (A) e Doppler colorido (B).6 A biópsia sextante da próstata guiada por ultra-sonografia transretal é o método mais recomendado, na prática, para diagnosticar câncer de próstata. Vários autores têm tentado quantificar, de diversas maneiras, os dados da biópsia prostática, na tentativa de identificar achados pré-operatórios que possam ajudar a diminuir o subestagiamento e prever extensões extracapsulares ou falha biológica. Estas biópsias, quando adequadamente realizadas, são fonte de inúmeras informações, pois podem ser usadas para o estudo da cápsula, tecidos periprostáticos, espaços perineurais, quantificação de tumor nos fragmentos, podendo estimar, com isto, a multifocalidade, o volume do tumor e a extensão extraprostática. A percentagem de fragmentos positivos na biópsia prostática permite predizer com maior segurança a faixa de risco de doença extraprostática. Isto significa que, nos pacientes com mais de 75% dos fragmentos de biópsia positivos, devem ser procuradas formas inovadoras de tratamento, já que a cirurgia radical tem pouca chance de ser eficiente. Percentagem elevada de fragmentos de biópsia positivos, PSA pré-operotório e valores da escala de Gleason (Figura 10) permitem caracterizar a agressividade desses tumores, mas não são absolutos, exigindo critérios adicionais de prognóstico para podermos estabelecer com precisão as características biológicas das neoplasias da próstata.17 Figura 10. Escala de Gleason 36 A escala Gleason tem duas medidas. A progressão vista no primeiro gráfico (fica pior de cima para baixo) mostra o escore Gleason de cada tipo de célula dominante. O tipo dominante (mais freqüente) é o primeiro. A graduação está descrita abaixo: Grau 1 - A próstata cancerosa se parece muito com o tecido normal. As glândulas são pequenas, bem-formadas e muito próximas. Grau 2 - O tecido ainda possui glândulas bem formadas, mas elas são maiores e possuem mais tecido entre cada uma. Grau 3 - O tecido ainda possui glândulas reconhecíveis, mas as células são mais escuras. Em uma magnificação maior, algumas destas células deixaram as glândulas e estão começando a invadir o tecido circundante. Grau 4 - O tecido possui poucas glândulas reconhecíveis. Muitas células estão invadindo o tecido circundante. Grau 5 - O tecido não possui glândulas reconhecíveis. Quando se diz que o Gleason é 4+3 se quer dizer que as células valor 4 são as mais freqüentes seguidas pelas de valor 3; quando se diz que o Gleason é 3+4 é o contrário. Faz diferença se é 3+4 ou 4+3. É melhor que seja 3+4, mas um Gleason total 7 é a fronteira entre mais ou menos sério e muito sério. • Gleason de 2 a 4 – existe cerca de 25% de chance de o câncer disseminar-se 37 para fora da próstata em 10 anos, com dano em outros órgãos, afetando a sobrevida.19 • Gleason de 5 a 7 - existe cerca de 50% de chance de o câncer disseminar-se para fora da próstata em 10 anos, com dano em outros órgãos, afetando a sobrevida. 19 • Gleason de 8 a 10 - existe cerca de 75% de chance de o câncer disseminar-se para fora da próstata em 10 anos, com dano em outros órgãos, afetando a sobrevida. 19 A escala de Gleason isolado não é suficientemente confiável para predizer o estágio patológico final. 5 5.4 Estadiamento 5 O estadiamento do câncer de próstata se dá pelo sistema TNM, como mostra a tabela a baixo, acrescido da escala de Gleason. TNM Definitions T1 Tumor clinicamente não aparente, não palpável ou visível por imagem T1a Tumor histologicamente de achado incidental <5% do tecido ressecado <3 microplaquetas T1b Tumor histologicamente de achado incidental >5% do tecido ressecado >3 microplaquetas T1c Tumor identificado por biópsia T2 Tumor confinado na próstata T2a Tumor envolvendo metade do lobo ou menos Nódulo palpável <2 cm confinado em um lobo Nódulo palpável >2 cm confinado em um lobo T2b Tumor envolvendo mais da metade do lobo mas não dois lobos 38 T2c Tumor envolvendo dois lobos Nódulo palpável nos dois lobos T3 Tumor se estende além da cápsula da próstata T3a Extensão extracapsular unilateral T3b Tumor invade a vesicular seminal <6 cm tumor além da cápsula da próstata >6 cm tumor além da cápsula da próstata T4 Tumor é fixo ou invade órgãos adjacentes sem ser a vesícula seminal T4a Tumor invade a bexiga e/ou esfíncter externo e/ou o reto T4b Tumor invade músculo levantador e/ou é fixo a parede pélvica Estágio Descrição I T1aN0MoG1 II T1aN0M0G2,3-4 ou T1b-2N0M0Gqualquer III T3N0M0Gqualquer IV T4N0M0Gqualquer ou TqualquerN1M0Gqualquer ou TqualquerNqualquerM1Gqualquer 5.5 Tratamento O tratamento do câncer da próstata depende do estadiamento clínico. Para doença localizada, cirurgia, radioterapia e até mesmo uma observação vigilante (opção frente à doença localizada, porém deve ser empregada apenas em pacientes acima de 75 anos, com expectativa de vida limitada e tumores de baixo grau histológico) podem ser oferecidos. Para doença localmente avançada, radioterapia ou cirurgia em combinação com tratamento hormonal têm sido utilizados. Para doença metastática, o tratamento de eleição é hormonioterapia. A escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada e definida após discutir os riscos e benefícios do tratamento com o seu médico. 39 Na doença localizada (T1-T2), estima-se que 80% dos pacientes são submetidos a prostatectomia radical (PTR). A PTR é procedimento desafiador, pois pequenas diferenças na técnica cirúrgica podem apresentar enormes impactos sobre os resultados. A redução de sua morbidade nos permite indicar esta como forma ideal de tratamento para doença localizada: excelente controle oncológico com efeitos colaterais mínimos.Está claro que a PTR pode ajudar a curar os pacientes, se compararmos com a observação cuidadosa. Há resultados significativos presentes já acima de sete 20 anos. Após alguns casos, cirurgiões de renome internacional deixaram de realizar a cirurgia laparoscópica (LAP), mesmo sem ter complicação especial. Isto se deve ao fato de que, quando os pacientes eram avaliados em seus leitos, aqueles com incisão retropúbica pareciam evoluir 20 melhor. Passou-se então a se selecionar os pacientes com menor chance de margem positiva: PSA <10, Gleason score <7, T1c. O índice de margem positiva era, desta forma, mínimo. Mesmo assim, a LAP foi deixada para ser reativada num momento em que houvesse 20 melhoramentos. Com relação ao acesso: a incisão hoje é de 6 a 8 cm. Na LAP, os diferentes trocateres são via de regra em número de 6 (12 ou 10 mm), e depois ainda requer pequena incisão para retirar a peça. Na aberta, não se realiza a secção de músculo, o que é diferente de uma nefrectomia a céu aberto. Do ponto de vista estético, a incisão é muito pouco aparente, algum tempo depois.20 Quanto às margens positivas, sabe-se que este fator está relacionado a menor chance de cura (livres de progressão em dez anos de aproximadamente 81% x 36%).20 A cirurgia perineal apresenta margem positiva entre 11 e 40%. A cirurgia retroperitoneal apresenta índices que variam de 13 a 43%. Aqui podemos encontrar o motivo desta variação, que é o profissional que tem mais experiência versus o profissional que está no início de sua atividade. 20 O Departamento de Urologia da Universidade Dresden, na Alemanha, apresentou os seguintes dados (2002): 8,6% para pT2, pT3a – 25,4%, pT3b – 31,7% e pT4 – 48%, para 6 cirurgiões. Sendo ou não preservados os feixes vasculonervosos (em 1.677 casos), verificou-se que não houve diferença significativa na margem positiva. Até mesmo um pouco melhor para com preservação – talvez pela melhor seleção de casos. O fato de operar com preservação dos feixes não representa, na realidade, um problema para a oncologia, se os pacientes são bem selecionados e o cirurgião é experiente. 20 40 Apesar de margem positiva poder estar associada a pior prognóstico, na série recentemente apresentada por Palisaar e cols.(22) foi demonstrado que tumores pT2 têm prognóstico excelente mesmo quando há margem comprometida.Vale comentar que o método para identificar a margem é fundamental. Enquanto alguns enviam apenas pequenas amostras para o patologista, outros realizam extensa análise das margens. Assim, os resultados podem ser bem diferentes.Do ponto de vista oncológico, parece ser importante manter a indicação de linfadenectomia, a exemplo do tratamento de outros tumores (p. ex.: bexiga, cólon, estômago, mama). 20 A LAP tem a duração de 180 a 200 minutos, embora em 70% dos casos não se faça mais linfadenectomia. O tempo de cirurgia na PTR a céu aberto é de cerca de 150 min. Não há grandes diferenças para a LAP. Existe uma diferença de 30 minutos a favor da cirurgia aberta, quando se consideram os melhores cirurgiões laparoscópicos. 20 Quanto às complicações, na cirurgia aberta temos índices de 7 a 18%, enquanto na LAP temos 4 a 17%. Não há diferença significativa. Considera-se a experiência do cirurgião e a sua capacitação técnica.Tempo livre de recidiva, quando avaliados pacientes com somente Gleason 8-10; margens positivas semelhantes. Verifica-se que os resultados para a LAP são piores, em 2 anos: cerca de 10% de recidiva para aberta x 35% de recidiva para LAP. 20 A disfunção erétil é uma complicação importante, com incidência de 9 a 89%. Nas melhores séries, técnica nerve-sparing bilateral permitiu recuperação da função sexual em até 91% dos casos, dependendo da idade do paciente. Os feixes podem ser preservados através de cirurgia a céu aberto. Para isso, dispõe-se de adequados, bons e curtos instrumentos, que trabalham diretamente sobre os tecidos, além de se contar com mais um órgão dos sentidos: a palpação. Na LAP, trabalhamos com instrumentos longos e que não são diretos, com feixes de metal que transmitem sua movimentação. Com a LAP pode-se ter uma visão maior de determinada região, porém em certos momentos importantes não temos a visão do todo, a qual pode auxiliar. 20 A incontinência urinária após PTR apresenta incidência de 2 até 32%. A maioria dos estudos apresenta taxas de cerca de 10%. Na PTR retropúbica tem-se uma média realista de pouco acima de 90%. Na LAP, existe relato sobre índice de 97%, o que não parece ser aceitável. Senão, temos índices semelhantes aos da cirurgia aberta (90-93%). Na PTR retropúbica a céu aberto, LAP, perineal, verificou-se uma discreta vantagem para PTR a céu aberto. Esses dados não são de cirurgiões, mas sim de pessoas neutras.20 A radioterapia pode ser dividida em externa e intersticial (braquiterapia). Ambas usam fótons, a braquiterapia utiliza baixa energia (KeV), a RXT usa energia de alta dosagem (MeV). A radioterapia externa (RXT) é uma ótima opção para o tratamento da doença localizada. 41 Também pode ser indicada para pacientes que tenham contra-indicação à cirurgia. A dose de RXT mínima sobre a próstata deve ser de 72 Cy, respeitando-se a tolerância dos tecidos normais adjacentes. Apresenta como possíveis complicações: alterações gastrointestinais e cistite actínica. A braquiterapia intersticial permanente com sementes radioativas está indicada isoladamente aos pacientes com bom prognóstico (T1-T2a, PSA < 10 ng/ml, Gleason < 7) ou complementar à RXT externa para casos de pior prognóstico. É um procedimento invasivo e associado, eventualmente, a 1 dia de internação, enquanto a RXT está associada a 7 semanas de tratamento.19 Deve ser evitada nos casos de tumores volumosos ou submetidos previamente à ressecção prostática transuretral ou à prostatectomia convencional e em próstatas menores que 20 g. A braquiterapia intersticial de alta taxa de dose, em combinação com a RXT de megavoltagem também pode ser utilizada no tratamento de tumores localizados. Suas possíveis complicações são: incontinência urinária, disfunção erétil e estenose de uretra ou colovesical. 19 Se a dose programada não atinge 90% da superfície da próstata, menos que 90% não foi possível de ser aplicada com braquiterapia sozinha (72% sem recidiva), a associação braquiterapia - RXT (85% sem progressão), pode ser vantajosa. Se a dose de 90% foi atingida com braquiterapia exclusiva (96%), não haveria necessidade de associação. Somente há vantagem para a combinação se não foi possível aplicar a dose correta com a braquiterapia exclusiva20. São efeitos colaterais a irritação vesical, retenção urinária, irritação intestinal. A irritação de bexiga ocorre em 50% dos casos com braquiterapia e 30% com RXT. A retenção urinária aguda ocorre em 18% com braquiterapia e em menos de 5% dos que receberam RXT. A irritação intestinal é maior na RXT (20%) x braquiterapia (8%). O argumento de preservar a potência devido ao uso de braquiterapia não pode ser utilizado indiscriminadamente. 20 O grupo de médio risco a braquiterapia começa a não apresentar os mesmos índices de controle que a RXT. Assim fica claro que braquiterapia para alto risco não pode ser utilizada, definitivamente. Verifica-se também que a RXT não é muito apropriada para controle de tumores com médio risco (60%), como apresentado anteriormente. 20 Para o tratamento da doença localmente avançada (T3-T4), o tratamento monoterápico é geralmente ineficaz nestas situações. As melhores opções de tratamento incluem uma combinação de bloqueio hormonal e cirurgia radical ou radioterapia externa, ou cirurgia radical seguida de radioterapia.19 42 Os tipos de supressão androgênica são: orquiectomia bilateral (tratamento padrãoouro), análogos do hormônio liberador do hormônio luteinizante (LHRH), estrógenos, antiandrógenos puros ou mistos (flutamida, nilutamida, bicalutamida, ciproterona). 19 O bloqueio androgênico intermitente (BAI) tem sido utilizado para pacientes em bom estado geral, com doença metastática mínima, e que apresentaram queda satisfatória do PSA após seis meses de tratamento e que se encontram assintomáticos, mas faltam dados definitivos para uma recomendação geral. Não se recomenda o bloqueio androgênico completo por não apresentar vantagens terapêuticas.19 Atualmente só podemos curar, através da RXT, 25% a 40% dos pacientes com CaP. É, portanto, fundamental instituir nestes pacientes algum outro tipo de tratamento, como a hormônio terapia adjuvante (HTA). A HTA é utilizada após a remoção da próstata ou tratamento curativo, no sentido de eliminar as micrometástases em estágio inicial e evitar o desenvolvimento de metástases. Esse é o objetivo da terapia adjuvante. Pode-se concluir, por estudos, que a HTA promove um retardo na progressão da doença, tanto após a RXT quanto depois da PTR. 20 Há estudos demonstrando que se pode preservar a qualidade de vida com a bicalutamida 150 mg. É possível retardar a perda da massa muscular, a osteoporose, a impotência e a anemia. Se há metástases a distância, a orquiectomia promove melhores taxas. Em relação aos pacientes M0 não houve diferença na sobrevida entre bicalutamida e castração cirúrgica, e a potência sexual ficou preservada também. Houve menos de 5% de interrupção do tratamento e verificou-se que não houve redução significativa da densidade mineral óssea20. Quanto à aplicação da bicalutamida no CaP inicial, podemos citar o programa EPC (Early Prostate Cancer), com mais de 8.000 pacientes, englobando três estudos. Os resultados mostram que, com relação à progressão clínica na dependência do estágio do tumor, no caso de tumores localmente avançados, a diferença é grande, de 24,8% (grupo bicalutamida) e 33,2% (grupo placebo), claramente um resultado significativo, considerando-se um FU de cinco anos. 20 As indicações são apenas para os casos de pacientes com elevado risco de progressão: pacientes com alto escore de Gleason, valores de PSA elevados e também áreas de cortes positivos (os pacientes que já estão curados não devem ser submetidos à terapia adicional). A HTA ou neo-adjuvante aumenta a sobrevida total somente para um grupo de risco especial. Não se observou a sobrevida como um todo, mas sim aqueles pacientes que foram a óbito por causa do câncer, e verificou-se de fato que aqueles que receberam HTA morreram menos por causa do CaP. 20 43 Há dados mais recentes a respeito dos antiandrogênicos como terapia adjuvante à RXT e, ao que tudo indica, existe uma chance de que a terapia adjuvante com a bicalutamida promova bons resultados (a liberdade da progressão é melhor). 20 Numa pesquisa foi mostradom que para o grupo de pacientes com tumores localizados com escore de Gleason abaixo de 7, não se recomenda qualquer HTA ou neo-adjuvante, além da RXT. A situação muda no grupo de pacientes com CaP localmente avançado, em que o escore de Gleason era no máximo 7. Neste caso, recomendava-se pelo menos 4 meses de privação de antiandrogênicos (dois meses antes e dois meses depois da RT). Já os grupos em situação ainda pior, com progressão local maior, Gleason 8 a 10, as pesquisas mostraram que a HTA traz vantagens no aumento de sobrevida. Portanto, uma privação androgênica antes da RXT ao longo de três meses, quando o escore de Gleason ou PSA está entre 10 e 20 ng/ml, pode e deve ser feita. Os pacientes com elevados escores de Gleason, tumor clinicamente muito avançado e PSA acima de 20 ng/ml, se apenas um destes fatores ocorre ao serem enviados à RXT tanto antes quanto depois devem ser submetidos à HT durante dois anos. 20 Aspecto importante do tratamento do CaP hormônio-refratário (CAPHR) é a aceitação de que existem vários fenótipos. O fenótipo sensível à HT pode ser encontrado. Tratamentos como retirada de antiandrogênios, cetoconazol, dietilestilbestrol (DES), PC-SPES, dexametasona, aminoglutetimida e altas doses de bicalutamida têm sido reportados em algumas ocasiões para pacientes com progressão mesmo sob HT. A bicalutamida, na dose de 150 mg/dia, proporciona uma redução de 50% do PSA de 20% dos pacientes com CAPHR, além de estar associada a uma sobrevida média de 15 meses (estudo SWOG). 20 Como é comum em outros contextos em que a QT tem apenas um impacto modesto sobre a sobrevida, decidir quando e como utilizá-la permanece, tanto quanto uma ciência, também uma arte. O melhor momento para sua indicação é na progressão bioquímica/clínica da doença após esgotar as opções de HT, quando o paciente apresenta estado geral bom ou 20 regular. Pacientes com CAPHR têm atualmente múltiplas opções de tratamento além das possibilidades secundárias de terapias com agentes hormonais. QT combinada com agentes que afetam a integridade dos microtúbulos (taxanos – paclitaxel, docetaxel) parecem apresentar boa atividade e efeitos adversos toleráveis. Em especial, regimes combinados com taxanos representam uma opção promissora, com taxas de resposta acima de 50%. 20 As novas combinações baseadas em taxanos também são estudadas; temos poucos números, mas os dados são interessantes porque apontam na direção de bons resultados com relação à queda do PSA. Recentemente, Retter et al.(27) (AUA 2005) apresentaram estudo fase II comparando resultados de tratamento, para CAPHR, no qual se 44 verifica forte evidência de vantagem na sobrevida média para a combinação docetaxel + talidomida, se comparado à administração isolada de docetaxel. 20 A despeito dos esforços no diagnóstico e na excelência do tratamento oncológico, o câncer da próstata segue como neoplasia que, se detectada tardiamente, já com disseminação metastática estabelecida, progride para estágios avançados com refratariedade a todas as formas de bloqueio androgênico. O resultado final nestes casos, em determinado tempo, é a morte. Felizmente, nos últimos anos, observou-se também um avanço nos conceitos sobre Medicina Paliativa.Entende-se como cuidado paliativo todos os esforços despendidos no intuito de: aliviar a cascata de sintomas associados à evolução final do câncer; promover o bem-estar do paciente, dignificando-lhe a fase terminal da doença; proporcionar conforto aos seus familiares e cuidadores.19 Para isso, é necessário: abordagem multidisciplinar que contemple todas as competências necessárias ao bom acompanhamento do paciente, destacando-se o papel da Enfermagem, Serviço Social, Nutrição, Psicologia e Fisioterapia; conhecimento da história natural desta doença que favoreça a adequada avaliação de fatores prognósticos, tais como idade, performance status, estado mental e doenças associadas que possam influir na adoção de medidas paliativas; comunicação com o binômio paciente-familiares no momento da execução das ações. 19 Evidentemente, o bom controle de sintomas depende de mudanças, em toda política de saúde, que favoreça a captação de recursos e a dispensação, inclusive, de medicamentos básicos no alívio da dor, como os opióides e outras drogas controladas e de difícil disponibilidade. As mazelas socioeconômicas em nosso país dificultam o acesso da população ao arsenal de medicamentos utilizados no controle dos sintomas nesses pacientes e interferem, inclusive, com a política de desospitalização e controle domiciliar, adotado com muito sucesso em outros países. Neste campo, o apoio e a boa avaliação de um profissional do Serviço Social auxiliam no processo de acompanhamento dos doentes e seus familiares. 19 A metástase óssea com dor não controlada é uma condição devastadora,propiciada pelo ambiente ósseo favorável à disseminação da doença prostática e pela relativa resistência à terapia. O controle da dor óssea implica grande consumo de opióides; maior número de complicações graves (fraturas) associadas a outras comorbidades, com significativa redução do tempo de sobrevida; maior tempo de hospitalização e grande procura das unidades de emergência para controle álgico. As abordagens terapêuticas são RXT, bifosfonados, intervenção ortopédica, além do controle da dor. 19 45 Síndrome de compressão medular requer intervenção urgente devido à irreversibilidade das seqüelas diretamente proporcionais ao tempo de instalação do tratamento específico. O tratamento para esta Síndrome tem como pilares a radioterapia e a neurocirurgia, além do uso concomitante de corticosteróides. A abordagem neurocirúrgica pode ser antecipada nos casos de instabilidade do esqueleto axial, inclusive com utilização de próteses de estabilização. As doses e fracionamentos da radioterapia estão condicionados ao performance status do doente. Recomenda-se o acompanhamento destes pacientes por equipe multidisciplinar, inclusive com cuidados fisioterápicos na otimização do controle álgico. 19 A caquexia, mediada pela liberação de fatores humorais, é a síndrome mais freqüente na evolução terminal do doente oncológico, fazendo-se caracterizar pelos três sintomas mais comuns nesta fase: antenia, anorexia, perda ponderal. Juntos determinam alterações no metabolismo e acentuada desnutrição protéico-calórica. 19 Obstrução da saída vesical e retenção urinária é abordada com cateter vesical de demora, cistostomia suprapúbica percutânea, ressecção transuretral só deve ser aplicada em pacientes com performance status favorável.Ocorrem distúrbios metabólicos e hidroeletrolíticos, como hipercalcemia. 19 6.0 Uretra e Pênis 6.1 FATORES ETIOLÓGICOS E PREDISPONENTES Carcinomas de uretra e pênis são neoplasias incomuns com um pico de incidência na sexta década de vida. Muitas vezes conseqüência de cânceres geniturinários mais comuns, tais como a próstata, testículo, cancros e rim, uretra peniana e cancros representam desafios para o difícil tratamento médico. O carcinoma espinocelular é o tipo histológico mais freqüente de câncer no pênis e da uretra. Carcinoma de pênis é um tumor de crescimento lento geralmente com um padrão bem definido de divulgação, em primeiro lugar para o linfonodos inguinais e, posteriormente, para os linfonodos pélvicos. Propagação linfonodal é uma característica tardia. Esta propensão de propagação de câncer de pênis de forma ordenada permite manejo locorregional do tumor primário na maioria dos casos. Em contraste, o carcinoma uretral nos homens e nas mulheres tende a invadir a nível local e regional e metastatizam para linfonodos mais precocemente. Dependendo do local da uretra envolvidos e a extensão da doença, uma abordagem multimodal tratamento utilizando uma combinação de quimioterapia, radioterapia e cirurgia pode ser necessária para tratar a agressividade do tumor. 21 46 Carcinoma da uretra masculina é um tumor maligno raro. Inflamação crônica e infecção são os mais fortes fatores de risco associados ao desenvolvimento de câncer uretral. A incidência de estenose uretral em homens com posterior desenvolvimento de câncer uretral varia entre 24% a 76%, e a maior parte dessas estruturas bulbo membranosas envolvem a uretra, que também é a mais freqüente porção da uretra para ser envolvido tumor. 22 O papilomavírus humano -16 (HPV-16) que tem um papel causal no desenvolvimento do carcinoma epidermóide de uretra. 23 Não predisposição racial tem sido notado. 21 O aparecimento da malignidade em um paciente com uma longa história de estenose uretral, doença muitas vezes insidiosa, e um elevado índice de suspeita é necessária para o diagnóstico precoce destes tumores. O aparecimento de novos uretrorragias ou estenose uretral em um homem sem história de trauma ou doença venérea deverá levantar a possibilidade de carcinoma uretral. Uma massa palpável uretral associada com sintomas obstrutivos micção é o sintoma mais comum. 24 Apresentando dor associada a uma abscesso periuretral ou fístula uretral de vez em quando pode ser o prenúncio de uma uretra masculina câncer. 21 Os tumores do pênis são, como um todo, incomuns. As neoplasias mais freqüentes são carcinomas e um tumor epitelial benigno: o condiloma acuminado. Entretanto, além das categorias beinigna e maligna claramente definidas, entretanto há diversas formas de carcinoma in situ, exemplificada pela doença de Bowen. 25 6.2 FISIOPATOLOGIA No geral, 80% dos cânceres uretral do sexo masculino são de células escamosas, 15% são células transicionais, e aproximadamente 5% são adenocarcinomas ou tumores indiferenciados. A localização anatômica da uretra em grande parte determina o tipo histológico de câncer. Carcinomas da próstata e uretra são de células escamosas em 90% e transitórias em 10%, inversamente, carcinomas de uretra peniana são escamosas em 90% e 10% em transição. Adenocarcinomas de uretra provavelmente surgem de metaplasia da superfície da mucosa ou de glândulas periuretrais, mas invasão direta de adenocarcinoma retal deve ser excluída. Adenocarcinoma tem o mesmo prognóstico, estágio, tal como os outros histologies. 21 A uretra bulbo membranosa é mais comumente envolvido (60%), seguido pela uretra peniana (30%) e da uretra prostática (10%) .4 A incidência de envolvimento uretral associados com carcinoma da bexiga foi estimada em cerca de 6% , 6 e recorrências uretral após cistectomia radical ocorrem em 4% a 17%, Câncer de uretra masculina pode se espalhar localmente para envolver os espaços vasculares do corpo esponjoso, ou pode envolver 47 metastatizando para linfonodos regionais. Os linfonodos da uretra anterior drenam para os linfonodos inguinais superficial e profundo e, ocasionalmente, aos nódulos da ilíaca externa. Os linfáticos da uretra posterior drenam para as ilíacas externas, obturador e hipogástrico nodos. Gânglios inguinais palpáveis são encontrados em cerca de 20% dos pacientes com câncer uretral na apresentação e quase sempre são sugestivos de doença metastática. Isto está em contraste com câncer peniano, em que quase 50% dos gânglios inguinais palpáveis são inflamatórias. Câncer de uretra bulbo membranosa, em particular se espalha para o diafragma urogenital, próstata, períneo, e escroto. Disseminação hematogênica é rara, exceto em doença avançada no ensino primário e carcinoma de células transicionais da uretra prostática. 21 6.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Pênis Carcinoma In situ É uma neoplasia intra epitelial escamosa de alto grau – confinado ao epitélio, sem evidências de invasão local ou metástases distantes. É considerada uma condição pré cancerosa por seu potencial de evoluir para o câncer invasivo. Na genitália externa masculina, foram descritas duas lesões distintas que apresentam características histológicas de carcinoma in situ: doença de Bowen e papulomatose Bowenóide. Todas essas lesões apresentam uma forte associação com infecção por HPV. 25 Carcinoma invasivo Existe uma marcante correlação entre prática da circuncisão e a ocorrência de câncer de pênis. A circuncisão confere proteção; portanto esse câncer é extremamente raro entre judeus e muçulmanos e é correspondentemente mais comuns em populações nas quais a circuncisão não é rotineiramente praticada. Postula-se que a circuncisão esteja associada a uma melhor higiene genital, que, por sua vez, reduz a exposição a carcinógenos que podem estar concentrados no esmegma e diminui a chance de infecção pelo HPV, potencialmente oncogênico. 26 O HPV do tipo 16 é o culpado mais freqüente, mas, como ocorre com outras malignidades genitourinárias, o HPV 18 também está implicado. Carcinoma in situ ( doença de Bowen), a suposta lesão precursora do carcinoma de células escamosas invasivo do pênis, apresenta uma associação muito mais forte com o HPV, sendo detectado 80% das lesões. Esta disparidade sugere que a infecção por HPV não é suficiente para a transformação e que provavelmente age em conjunto com outras influências carcinogênicas. Estas podem incluir carcinógenos na fumaça de cigarros, que eleva o risco de desenvolvimento de câncer de pênis. 27 48 O carcinoma é uma lesão localmente invasiva de crescimento lento, frequentemente presente há 1 ano ou mais antes de ser trazido para a atenção médica. As lesões não são dolorosas até que sofram ulceração e infecção secundárias. Frequentemente, são hemorrágicas. Metástases para linfonodos ilíacos e inguinais caracterizam estágio inicial, mas a disseminação generalizada é extremamente incomum até que a lesão seja muito avançada. A avaliação clínica do envolvimento linfático regional é notavelmente imprecisa; 50% dos homens com carcinoma de células escamosas do pênis e linfonodos inguinais clinicamente aumentados apresentam apenas hiperplasia linfóide reativa quando examinados histologicamente. O prognóstico está relacionado ao estágio do tumor. Em pessoas com lesões limitadas sem envolvimento de linfonodos inguinais, há uma taxa de sobrevivência em 5 anos de 66%, ao passo que com metástase para linfonodos apresenta uma sobrevivência de 5 anos de 27%. 25 Uretra Tumores e lesões semelhantes a tumores Os tumores epiteliais benignos da uretra incluem papilomas de células transicionais e escamosas, papilomas invertidos e condilomas. 25 O carcinoma primário da uretra é uma lesão incomum. Tende a ocorrer em idades avançadas em mulheres. Tumores que surgem na uretra proximal tendem a demonstrar diferenciação urotelial e são análogos àqueles que ocorrem na bexiga. A s lesões encontradas na uretra distal são mais tipicamente carcinomas escamosos. Carcinomas glandulares ocorrem com menor freqüência na uretra como tumores primários, e também são mais freqüentes em mulheres. Algumas lesões são semelhantes àquelas descritas na bexiga, surgindo a partir de metaplasia ou, menos comumente, de glândulas periuretrais. A outra variante, mais rara, do adenocarcinoma uretral é o adenocarcinoma de células claras. 25 7.0 Testículo 7.1 Considerações anatômicas A primeira via de metástase é a drenagem linfática retroperitoneal linfonodos. Vários vasos linfáticos surgem a partir do mediastino testicular e acompanham o gonadal em vasos do cordão espermático. Quando os vasos espermáticos cruzam ventralmente para o ureter, alguns limfáticos divergem e drenam para a cadeia linfonodal retroperitoneal, enquanto outros seguem o espermático a sua origem. Linfonodos localizado lateral ou anterior à veia cava inferior são chamados paracaval ou nós precaval, respectivamente. Nodos interaortocaval 49 estão localizados entre a veia cava inferior e da aorta. Nodos anterior ou lateral para a aorta são preaorticos ou nós para-aórticos, respectivamente. A principal zona de desembarque para um tumor testicular direito reside no interaortocaval nodos inferiores às dos vasos renais, e inclui a distribuição do ipsilateral paracaval, preaortic, e ilíaca comum direita. A principal zona de desembarque para um tumor testicular esquerdo reside na verdade gânglios para-aórticos inferior ao renal esquerda caminhos, bem como a distribuição ipsilateral inclui a para-aórticos, preaortic, e nós ilíaca comum esquerda. Doença metastática nodal a ilíaca comum, ilíaca externa, ou linfonodos inguinais é geralmente secundária a uma doença com grande volume de propagação retrógrada. Se o paciente foi submetido a uma herniorrafia, vasectomia, ou outro procedimento transscrotal, metástase à pélvica e linfonodos inguinais é mais provável. 21 Metástase retroperitoneal contralateral é representado pela participação dos nodos geralmente associada a um tumor do lado oposto. Por exemplo, linfonodopatia para-aórticos na presença de um direito-sided tumor primário é considerado contralateral. Propagação contralateral é mais comum com a direita em frente e verso tumores, com raras esquerda em frente e verso primárias e, normalmente, ocorre no cenário da doença de grande volume. Linfonodos retroperitoneais continuam cefálico e esvazia na cisterna quilo, através dos troncos lombar direito e esquerdo. Assim, acima da metástase linfática retroperitoneal nodos podem ocorrer no nodos retrocrural. Supradiafragmatica propagação ocorre através do ducto torácico, levando a posterior mediastinal e supraclavicular esquerda envolvimento linfonodal. O mediastino anterior não é parte deste costume nodais hierarquia. 21 7.2 FATORES ETIOLÓGICOS E PREDISPONENTES Como ocorre em todas as neoplasias, pouco se sabe sobre a verdadeira causa dos tumores de células germinativas. Diversas influências predisponentes, entretnato, são importantes: criptorquidia, disgenesia testicular, fatores genéticos, todos podendo contribuir para um denominador comum: o mau desenvolvimento das células germinativas. 25 Pacientes com transtornos do desnvolvimento testicular (disgenesia testicular), incluindo feminização testicular e Síndrome de Klinefelter, apresentam um risco aumentado de desenvolver tumores de células germinativas. O risco é máximo em pacientes com feminização testicular. Em testículos que sofreram criptorquidia ou disgenesia, focos de neoplasias de células germinativas intratubulares podem ser detectados com alta freqüência antes do desenvolvimento de tumores invasivos. 25 A predisposição genética também parece ser importante, embora nenhum padrão bem definido de herança tenha sido identificado. Corroborando esta idéia, podem ser citadas grandes diferenças na incidência de tumores testiculares. Negros africanos apresentam uma 50 incidência extremamente baixa destas neoplasias, que não é afetada por migração para os EUA. 25 Criptorquidismo TCG irá desenvolver em um testículo inguinal – criptorquidia em cerca de 2% dos casos, 5% a 10% das quais irão se desenvolver no testículo e descem normalmente. Agora, é questionado se um abdominal testículo é tem mais probabilidade de desenvolver um TCG não inguinal. Se orquiopexia é reduzir a probabilidade de TGC, ela deve ser realizada antes da puberdade. Se o testículo é inguinal, hormonalmente funcionamento, e facilmente analisado, a vigilância é recomendada. Se o testículo é abdominal, não propícios a orquiopexia, não podem ser adequadamente analisadas, ou seja serão não funcionais, orquiectomia é recomendada. 21 Síndrome de Klinefelter Caracterizado por atrofia testicular, ausência de espermatogênese, um eunuco habitus, e ginecomastia. A síndrome de Klinefelter é diagnosticada por um cariótipo 47, XXY. Pacientes com síndrome de Klinefelter correm um maior risco para TCG mediastínicos. 21 7.3 FISIOPATOLOGIA Neoplasias testiculares apresentam uma extensa variedade de tipos anatômicos. São divididas em duas categorias principais: tumores de células germinativas derivados do estroma ou cordão espermático. Aproximadamente 95% surgem de células germinativas. A maioria destes tumores germinativos é formado por cânceres altamente agressivos capazes de disseminação rápida e ampla, embora, com a terapia atual, a maioria pode ser curada. Tumores não germinativos, ao contrário, são geralmente benignos, mas alguns elaboram corticóides, levando a interessantes síndromes endocrinológicas. 25 Tumores de células germinativas As células germinativas são multipotenciais e, uma vez que se tornam cancerosas, não são inibidas em suas linhas de diferenciação. 25 Os tumores de células germinativas testiculares podem ser divididos em duas categorias, com base no fato de serem compostos por um único padrão histológico ou mais de um. Os tumores com um único padrão histológico constituem cerca de 40% de todas as 51 neoplasias testiculares. Em aproximadamente 60% dos tumores, há uma mistura de um ou mais dos padrões histológicos. 25 A maioria dos tumores neste grupo se origina de neoplasia de células germinativas intratubulares (ITGCN). A ITGCN é vista adjacente a todos os tumores de células germinativas em adultos, exceto no seminoma espermatocítico e em cistos epidermóides e dermóides. Com raras exceções, é vista em tumores pediátricos. A ITGCN é encontrada com alta freqüência nas seguintes condições, listadas em ordem de risco crescente: criptorquidia, tumores de células germinativas anteriores, forte história familiar de tumor de células germinativas, síndrome de insensibilidade a androgênios e síndrome de disgenesia gonadal. A ITGCN não tratada progride para tumor de células germinativas invasivo em aproximadamente 50% dos casos em um seguimento de 5 anos. Portanto, sua importância é semelhante à do carcinoma in situ em outros órgãos. Se a ITGCN foi identificada, é tratada com radioterapia de baixas doses, que destrói as células germinativas mas mantém a produção de androgênios das células de Leydig. 25 Células germinativas neoplásicas podem se diferenciar ao longo de linhas gonadais para gerar o seminoma ou se transformar em uma população de células totipotenciais que gera tumores não seminomatosos. Essas células totipotenciais podem permanecer amplamente diferenciadas para formar o carcinoma embrionário ou podem se diferenciar ao longo de linha extra embrionárias para formar tumores de saco vitelino ou coriocarcinomas. O teratoma resulta da diferenciação das células do carcinoma embrionário ao longo das linhas de todas as três camadas de células. Alguns estudos sugerem que seminomas não são neoplasias de estágio terminal. Da mesma forma que os carcinomas embrionários, os seminomas podem também agir como precursores a partir dos quais outras formas de tumores de células germinativas testiculares podem surgir. Este ponto é corroborado pelo fato de que células que formam neoplasias de células germinativas intratubulares (os supostos precursore de tumores de células germinativas) partilham característica morfológicas e moleculares com os seminomas. Apesar da fascinação de patologistas com a heterogeneidade de tumores testiculares, do ponto de vista clínico a diferenciação mais importante nos tumores de céluas germinativas é entre seminoma e tumores não seminomatosos. 25 Como ocorre com todos os tumores, alterações genômicas são certamente importantes na patogênese dos cânceres testiculares. Um isocromossomo do braço curto do cromossomo 12, i(12p), é encontrada em praticamente todos os tumores de células germinativas, independentemente de seu tipo histológico. Em aproimadamente 10% dos casos nos quais i(12p) é encontrado em outros cromossomos. Obviamente, a dosagem de genes localizados em 12p é crítica para a patogênese dos tumores de células germinativas, e diversos 52 genes candidatos foram identificados, incluindo um gene novo, chamado de DAD-R, que impede a apoptose. É interessante que i(12p) também seja notada em neoplasias de células germinativas ovarianas, sugerindo que os eventos que levam a esta alteração podem ser críticos para a patogênese molecular de todas as neoplasias de células germinativas. 25 SEMINOMAS Quase nunca ocorrem em crianças; seu pico ocorre na quarta década de vida. Um tumor idêntico ocorre no ovário, onde é chamado de disgerminoma. 25 Se não especificado de outra forma, o termo “seminoma” se refere ao seminoma “clássico” ou “típico”. O seminoma espermatocítico, apesar de sua semelhança nosológica, é, na verdade, um tumor distinto; foi segregado em uma categoria à parte. Seminomas produzem grandes massas, com tamanhos ocasionalmente 10 vezes maiores que o dos testículos normais. O seminoma típico apresenta uma superfície de corte homogênea, brancoacinzentada, lobulada, gerlamente sem hemorragia ou necrose. Em mais da metade dos casos, todo o testículo é substituído. Geralmente, a túnica albugínia não é penetrada mas, ocasionalmente, ocorre extensão para o epidídimo, cordão espermático ou saco escrotal. 25 Microscopicamente, o seminoma típico apresenta massas de células uniformes divididas em lóbulos fracamente demarcados por septos delicados de tecido fibroso. A célula clássica do seminoma é grande e redonda ou poliédrica e apresenta uma membrana celular distinta; um citoplasma claro ou aquoso; e um grande núcleo central com um ou dois nucléolos proeminentes. Mitoses variam em freqüência. O citoplasma contém quantidades variadas de glicogênio. As células clássicas do seminoma não contém alfafetoproteína (AFP) ou gonadotrofina coriônica (HCG). As células tumorais se coram positivamente para fosfatase alcalina placentária, e células salpicadas podem ser positivas para queratina. 25 Aproximadamente 15% dos seminomas contêm sincícios trofoblásticos. Neste subtipo de pacientes, os níveis plasmáticos de HCG tambpem estão elevados, embora não no nível visto em pacientes com coriocarcinoma. A quantidade de estroma em seminomas típicos varia amplamente. Algumas vezes é escassa; em outras, abundante. Geralmente, faixas fibrosas bem definidas estão presentes, criando lóbulos de células neoplásicas. Os septos são geralmente infiltrados co linfócitos T, e em alguns tumores apresnetam granulomas proeminentes. 25 O termo “seminoma aplásico” é usado por alguns para indicar uma maior irregularidade celular e nuclear com células gigantes tumorais mais freqüentes e muitas mitoses. Entretanto, como o “seminoma anaplásico” não está associado a um pior prognóstico 53 quando comparado, em estágio semelhante, com o seminoma clássico, e não é tratado diferentemente, a maioria das autoridades não reconhece o “seminoma anaplásico” como uma entidade distinta. 25 ● Seminoma Espermatocítico Embora tenha um nome relacionado ao seminoma, o seminoma espermatocítico é um tumor distinto clínica e histologicamente. É uma das duas variantes de tumores de células germinativas que não surgem de uma neoplasia de células germinativas intratubulares; a outra é o teratoma em crianças. O seminoma espermatocítico é um tumor incomum. A idade de envolvimento é muito mais tardia que a maioria dos tumores testiculares: os indivíduos afetados geralmente têm idades acima de 65 anos. Em contraste com o seminoma clássico, é um tumor de crescimento lento que raramente, ou nunca, produz metástases; portanto, seu prognóstico é excelente. 25 ● Carcinoma Embrionário Carcinomas embrionários ocorrem principalmente no grupo etário de 20 e 30 anos. Estes tumores são mais agressivos que os seminomas. 25 Histologicamente as célujlas crescem em padrões alveolares ou tubulares, ás vezes com convoluções papilares. Carcinomas embrionários não apresentam as glândulas bem formadas com núcleos situados basalmente e citoplasma apical vistos nos teratomas. Lesões mais indiferenciadas podem apresentar massas de células. As células neoplásicas apresentam uma aparência epitelial e são grandes e anaplásicas, com núcleos hipercromáticos apresentando nucléolos proeminentes. Em contraste com o seminoma, as bordas celulares são geralmente indistintas, e há variação considerável no tamanho e formato celular e nuclear. Figuras mitóticas e células tumorais gigantes são freqüentes. Neste contexto, células sinciciais contendo HCG, células contendo AFP ou ambas podem ser detectadas por técnicas de imunoperoxidase. A maioria das autoridades aceita uma positividade focal para AFP em um carcinoma embrionário sem classifica-lo como tumor misto. Entretanto, alguns purista designam a positividade para AFP em um carcinoma embrionário, mesmo se não acompanhado por diferenciação do saco vitelino à seção corada por H&E, com um fator focal de saco embrionário em um tumor misto. 25 ●Tumor de saco vitelino Também conhecido como carcinoma embrionário infantil ou tumor de seio endodérmico, o tumor de saco vitelino é de interesse porque é o tumor mais comum em crianças até os 3 anos de idade, e neste grupo etário apresenta um prognóstico muito bom. Em adultos, a forma pura deste tumor é rara; por outro lado, elementos do saco vitelino frequentemente ocorrem em combinação com o carcinoma embrionário.25 54 Tumor não encapsulado, com aparência homogênea, branco amarelada, mucinosa. Ao exame microscópico, e caracterizada uma rede em forma de renda (reticular) de células cubóides ou alongadas. Além disso, estruturas papilares ou cordões sólidos de células podem ser encontradas. Em aproximadamente 50% dos tumores, podem ser vistas estruturas semelhantes a seios endodérmicos (corpos de Schiller Duval); estas consistem em um centro mesodérmico com um capilar central e uma camada celular parietal e uma visceral semelhantes a glomérulos primitivos. Presentes dentro e fora do citoplasma se encontram glóbulos eosinofílicos hialinos nos quais AFP e alfa1-antitripsina podem ser demonstradas à coloração imunoistoquímica. A presença de AFP nas células tumorais é altamente característica, e ressalta sua diferenciação para células do saco vitelino. 25 ●Coriocarcinoma Forma altamente maligna de tumor testicular composta de células citotrofoblásticas e sinciciotrofoblásticas. Tumores idênticos podem surgir no tecido placentário, ovário ou restos seqüestrados de células totipotenciais (p.ex., no mediastino e abdome). Em sua forma “pura”, o coriocarcinoma é raro, constituindo menos de 1% de todos os tumores de células germinativas. 25 Lesões pequenas. Frequentemente não levam a aumento testicular e são detectados somente como um pequeno nódulo palpável. Como apresentam crescimento rápido, podem desenvolver-se mais rapidamente que seu suprimento sanguíneo, e à vezes o foco testicular primário é substituído por uma pequena cicatriz fibrosa, deixando apenas metástases disseminadas. Hemorragia e necrose são extremamente comuns. Histologicamente, os tumores contêm dois tipos celulares. A célula cinciotrofoblástica é grande e apresenta núcleos irregulares ou lobulares hipercromáticos e um citolpasma vacuolada eosinofílico abundante. Como seria de se esperar, HCG pode ser rapidamente demonstrada no citoplasma de células cinciotrofoblásticas. As células citotrofoblásticas são mais regulares e tendem a ser poligonais com limites celulares distintos e citoplasma claro; crescem em cordões ou massas e apresentam um núcleo único, razoavelmente uniforme. 25 ●Teratoma A designação teratoma se refer a um grupo de tumores complexos que apresentam vários componentes celulares ou organóides remanescentes de derivados normais de mais de uma camada germinativa. Podem ocorrer em qualquer idade desde a infância até a idade adulta. Podem ocorrerem qualquer idade desde a infância até a idade adulta. Podem ocorrer em qualquer idade desde a infância até a idade adulta. Formas puras de teratoma são bastante comuns em crianças, sendo menos freqüentes somente que os tumores de saco vitelino. Em adultos, teratomas puros são raros. 25 55 São compostos de uma coleção heterogênea e desordenada de células diferenciadas ou estruturas organóides, tais como tecido neural, feixes musculares, ilhotas de cartilagem, aglomerados de epitélio escamoso, estruturas que se assemelham a glândula tireóide, epitélio brônquico ou bronquiolar e pedações da parede intestinal ou substância cerebral, todos incrustados em um estroma fibroso ou mixóide. Os elementos podem ser maduros (assemelhando-se a vários tecidos adultos) ou imaturos (compartilhando características histológicas com tecido fetal ou embrionários). Cistos dermóides e epidermóides, comuns no ovário são raros nos testículos. Estes cistos não devem ser considerados teratomas, uma vez que apresentam um comportamento benigno, independentemente da idade do paciente.25 Em crianças pode se esperar que teratomas diferenciados maduros se comportem como tumores benignos, e quase todos esses pacientes apresentam um bom prognóstico. No homem, pós púbere, todos os teratomas são considerados malignos e capazes de comportamente metastático, independentemente de conterem elementos maduros ou imaturos. Consequentemente, não é crítico notar diferenciação histológica no homem póspuberal com teratoma testicular. 25 ●Tumores mistos Cerca de 60% dos tumores testiculares são compostos de mais de um dos padrões “puros”. As misturas comuns compreendem teratoma, carcinoma embrionário e tumor de saco vitelínico; seminoma com carcinoma embrionário; e carcinoma embrionário com teratoma. Na maioria das vezes, o prognóstico é piorado pela inclusão de elementos mais agrassivos. 25 Do ponto de vista clínico, os tumores de testículos são separados em duas amplas categorias: seminoma e tumores de células germinativas não seminomatosos (NSGCT). NSGCT é uma designação abrangente que inclui tumores de um só tipo histológico, como o carcinoma de células embrionários, bem como aqueles com mais de um padrão histológico. Os NSGCT não só apresentam características clínicas um pouco distintas, mas também diferem com respeito a terapia e prognóstico. O aumento indolor do testículo é uma característica típica das neoplasias de células germinativas, qualquer massa testicular deve ser considerada neoplásica até que se prove o contrário. A biópsia de uma neoplasia testicular está associada a um risco de derramamento do tumor, que necessitaria de excisão da pele escrotal além da orquiectomia. Consequentemente, a conduta padrão frente a uma massa testicular sólida é a orquiectomia radical baseada na pressuposição da malignidade. 25 Tumores de células germinativas do testículo frequentemente secretam hormônios polipeptídeos e certas enzimas que podem ser detectados no sangue através de testes sensíveis. Esses marcadores biológicos incluem alfa-fetoproteína (AFP), gonadotrofina 56 coriônica humana, fosfatase alcalina placentária, lactogênio placentário e desidrogenase láctica (LDH). HCG, AFP e LDH são amplamente usadas clinicamente e provaram ser valiosos no diagnósticos e conduta frente ao câncer testicular. 25 Tumores do cordão sexual – Estroma Gonadal Tumores do cordão sexual-estroma gonadal são subclassificados com base em sua resposta histogênese e diferenciação. Os dois membros mais importantes deste grupo – tumores de células de Leydig (derivados do estroma) e tumores de células de Sertoli (derivados do cordão sexual). 25 ●Tumores de células de Leydig São particularmente interessantes porque podem elaborar androgênios ou combinações de androgênios e estrogênios, e alguns também elaboram corticóides. Surgem em qualquer idade, embora a maioria dos casos relatados tenha sido notadas entre 20 e 60 anos de idade. Como ocorre em outros tumores testiculares, a característica de apresentação mais comum é a tumefação testicular, mas em alguns pacientes, ginecomastia pode ser o primeiro sintoma. Em crianças, efeitos hormonais, manifestados principalmente por precocidade sexual, são as características dominantes. 25 ●Tumores de células de Sertoli (Androblastomas) Estes tumores podem ser compostos inteiramente por células de Sertoli ou podem apresentar um componente de células da granulosa. Alguns induzem alterações endocrinológicas. Estrogênios ou androgênios podem ser elaborados,mas com pouca freqüência em quantidade suficiente para causar masculinização ou feminização precoces. Ocasionalmente, como ocorre nos tumores de células de Leydig, surge ginecomastia. 25 Gonadoblastoma São neoplasias raras que contêm uma mistura de células germinativas e elementos do estroma gonadal, quase sempre surgindo a partir de gônadas disgênicas. Em alguns casos, o componente de células germinativas se torna maligno, gerando um seminoma invasivo. 25 7.4 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS A apresentação patognomônica de um tumor testicular primária é uma massa testicular indolor, ocorrendo em apenas uma minoria dos pacientes. A maioria dos pacientes apresentam sintomas compatíveis com epididimite infecciosa e / ou orquite, e um julgamento de terapia antibiótica é muitas vezes necessária. Se o desconforto testicular ou conclusões não reverter ao normal dentro de 2 a 4 semanas, uma ecografia testicular é indicado. Dor aguda 57 testicular, simulando torção testicular, ocorre com menor freqüência. Em ultra-som, o típico tumor testicular é intratesticular e pode produzir uma ou mais massas discretas hipoecóicas. A associação entre testicular e Microlitíase TGC está mal definida. Contudo, se Microlitíase é bilateral e encontrado em uma subfertilidade masculina ou está presente no testículo contralateral de um paciente com TCG e, em seguida, uma maior probabilidade de conservação in situ TGC existe, e auto-regular de exame é recomendado. Fase superior de apresentação tem sido associado com o atraso no diagnóstico, e à experiência da unidade de tratamento parece influenciar a sobrevidal. 21 7.5 DIAGNÓSTICO Marcadores Imunohistoquímicos Embora seminoma exiba nenhuma diferenciação in vitro ou in vivo, nem expressa marcadores de diferenciação somática, praticamente todos os seminomas expressar PLAP, OCT3 / 4, e CD117 (o kit receptor), derrota expressão do c-kit em seminoma pode estar associada a uma clínica mais agressiva como a fenotípica.H,I Carcinoma embrionário e saco vitelino tumor mostrar diferenciação somática e superficiais expressão de baixo peso molecular queratinas (por exemplo, AE-1, CAM 5.2). A maioria dos carcinomas embrionário, mas não seminoma, também expressar o antigeno CD30 A expressão de Vimentina é limitada a componentes mesenquimais do teratoma maduro e intersticial e outros apoios células. Em tumores de histogênese incerta, que incluem estudos imuno PLAP, CD117, OCT3 / 4, CD30, e baixo peso molecular queratinas pode ser útil. Recorde-se que as citoqueratinas são expressas por todos os tumores epiteliais, e PLAP imunoreatividade está presente em um pequeno subconjunto de neoplasias epiteliais, especialmente (mas não se limitando a). 21 A tomografia computadorizada A tomografia computadorizada (TC) é utilizada para identificar metastático envolvimento acima e abaixo do diafragma. Uma tomografia computadorizada do tórax pode detectar lesões pulmonares muito pequenas que podem representar um processo benigno, e sua importância clínica exige cuidadosa avaliação clínica. A tomografia computadorizada com contraste oral e intravenosa é a melhor técnica para a identificação de linfadenopatia retroperitoneal. A tomografia computadorizada abdominal é normal em 70% dos recém-diagnosticados seminomas, e pelo menos um terço dos recémdiagnosticados NSGCT. Porque GCTs pode crescer rapidamente, o tratamento geralmente decisões devem ser feitas dentro de aproximadamente 4 semanas da última tomografia 58 computadorizada abdominal. Linfonodos medindo de 10 a 20 milímetros em uma zona primária desembarque são envolvidos por TGC aproximadamente 70% do tempo, e aqueles medindo de 4 a 10 milímetros estão envolvidos cerca de 50% da time.35, 36 Oral opacify contraste para o duodeno e proximal jejuno é frequentemente útil para distinguir intestino, tumor, e os grandes navios. Uma normal postchemotherapy TC não significa a ausência de doença, uma vez que é incapaz de distinguir entre tumor residual viável, teratoma, e / ou necrose / fibrose. Uma simples radiografia torácica está indicada em todos os pacientes com TGC. 21 Ressonância Magnética Embora (RM), ocasionalmente fornece valiosas informações relativas anatomia vascular pré-operatória, que acrescenta pouco à gestão da maioria dos pacientes com TCG. Nem IRM ou TC pode detectar TGC viável após a quimioterapia. Daí, ressonância magnética geralmente não é indicado. 21 Positron Emission Tomography Estudos têm comparado tomografia de emissão de pósitrons (PET) para tomografia computadorizada para a avaliação de pacientes com diagnóstico recente de doença ou doença residual após a quimioterapia. PET não detectar pequenas adenopatia e não foi encontrado para melhorar clínica staging. Em NSGCT, PET não quer identificar consistentemente residual viável TGC malignos ou Teratoma. No entanto, o PET é útil na detecção de viabilidade seminoma residual em pacientes com massas superiores a 3 cm de diâmetro após quimioterapia. 21 Soro de marcadores tumorais de alfa-fetoproteína AFP é determinada por um dois-site immunozymatic ensaio utilizando Organização Mundial da Saúde (OMS) padrão código 72/225, em que 1 UI AFP corresponde a 1,21 ng. A concentração sérica adultos normais é geralmente inferior a 15 ng / mL. Cerca de 10% a 20% do estádio clínico I, 20% a 40% de baixo volume estádio clínico II, e 40% para 60% do avançado NSGCT terá aumentado AFP níveis. Aumento da AFP níveis nunca são vistas em puro seminoma. Sua meia-vida sérica é de 5 a 7 dias. 21 Gonadotrofina coriônica humana HCG, composto por subunidade, é produzida por sinciotrofoblasto. A subunidade I ² é idêntica à do hormônio luteinizante (LH), hormônio folículo-estimulante (FSH) e hormônio da tireóide-estimulante (TSH). O I ² subunidades de hCG, LH, FSH, e TSH são homólogos, mas têm diferentes seqüências de aminoácidos. A maioria dos métodos comerciais adotaram a OMS Terceira Internacional Standard (código 75/537), resultando em cerca de uniformidade na 59 imunoensaios para detectar o HCG subunit I ². A meia-vida sérica de hCG-I ² é de 18 a 36 horas. 21 Cerca de 10% para 20% dos pacientes com estádio clínico I, 20% a 30%, com baixo volume estádio clínico II, e 40% com NSGCT avançados apresentam com elevadas concentrações séricas de HCG. Cerca de 15% a 20% dos pacientes com avançada seminoma puro têm aumentado as concentrações séricas de HCG.40 Falsas elevações de HCG secundária a qualquer reactividade cruzada do anticorpo com LH ou tratamento-induzida hipogonadotrófico (que pode resolver com testosterona substituição) ou hipófise produção de hCG, foram relatadas. 21 Lactato desidrogenase Aumentos na concentração sérica de HDL são um reflexo da carga tumoral, taxa de crescimento e proliferação celular. LDH compreende várias isoenzimas, mas, na prática, a combinação de todas as isoenzimas LDH valor é utilizado para a tomada de decisão clínica. Comparação de um laboratório para outro é possível através da utilização dos rácios detectadas a nível do limite superior do normal para o indivíduo ensaio. O aumento da LDH concentrações séricas são observados em aproximadamente 60% dos pacientes com doença avançada NSGCT e até 80% dos pacientes com avançada seminoma. 21 Estadiamento Uma avaliação completa é necessária para definir a extensão da doença e determinar o tratamento adequado, e isso inclui a patologia; exame físico; determinação das concentrações séricas de AFP, HCG, e lactato desidrogenase (LDH), e estudos radiográficos. 21 7.6 ESTADIAMENTO Revisto TNM (tumor, nódulo, metástase) e a fase de grupos da American Comité Misto sobre o Câncer (AJCC) e pela União Internacional Contra o Câncer (UICC) foram aprovados em 1997 (Tabela 3). As concentrações séricas de AFP, HCG, e LDH são incorporados em uma categoria devido ao seu significado prognóstico independente. Em linhas gerais, fase I doença está confinada ao testículo, fase II, é uma doença restrita ao retroperitônio, e fase III doença representa envolvimento dos pélvica, ilíaca externa, supradiaphragmatic ou outros sites nonretroperitoneal nodais, pulmão, visceral sites, ou níveis séricos aumentados marcador ( igual ou superior a S2). 21 Fatores que afetam do tumor primário (T Fase) O estádio T da lesão primária, histologia, e concentrações séricas marcador tumoral após orquiectomia prever a probabilidade de doença metastática. Para NSGCT, a presença de lymphovascular invasão está associada com uma probabilidade de aproximadamente 50% 60 metástases retroperitoneal e está agora incluído na definição de T2. Invasão através da túnica albugínea na túnica vaginal (também T2), cordão espermático (T3), ou escroto (T4) são mais adversas características. Fatores prognósticos em predizer doença retroperitoneal seminoma são controversos. Um primário superior a 4 cm e uma rede testicular invasão maio prever uma maior probabilidade de recaída, mas nenhum estudo prospectivo foi ainda done.42 persistentemente elevados níveis de AFP e / ou HCG após orquiectomia implicam doença metastática. 21 Fatores que afetam o Estadiamento do Regional (Retroperitoneal) Nodes (N Fase) Doença metastática para linfonodos retroperitoneal é considerado como estágio II salvo marcador S2 ou status é maior. A classificação de envolvimento linfonodal retroperitoneal é ou patológicos, com base em RPLND, ou clínica, com base em provas TC (Tabela 3). 21 Estadiamento patológico O número e tamanho dos linfonodos retroperitoneal RPLND ter encontrado na importância prognóstica em pacientes com NSGCT. A maioria dos estudos retrospectivos relatório uma baixa incidência da doença recidiva quando menos de seis nós estão envolvidos com o tumor, e é o maior nó não maiores que 2 cm, e não extranodais extensão tumoral é evidente. Um estudo recente tem questionado a importância do extranodais extension. mais extenso tumor envolvimento é geralmente associada com uma taxa de recaída de 50% ou mais. Depois envolvimento linfonodal está demonstrado, nem histologia do tumor primário, nem a presença de invasão vascular do tumor primário acrescenta valor prognóstico. 21 Tabela 3 Estadiamento de tumor testicular Segundo Tumor, Linfono, Metástase: American Joint Committee on CancerJ TNM Categoria Descrição PRIMARY TUMOR (pT) pTX Tumor primário não pode ser acessado pT0 Sem evidência de tumor primário pTis Neoplasia Intratubular de células germinativas (carcinoma in situ) pT1 Tumor limitado ao testículo e epidídimo sem invasão vascular/linfático Invasão da túnica albugínea mas sem túnica vaginal pT2 Tumor limitado ao testículo e epididídimosem invasão vascular/linfática ou tumor extendendo através da túnica albuginea sem da túnica vaginal 61 pT3 Tumor invade o cordão espermático com ou sem invasão vascular/linfática pT4 Tumor invade o escroto com ou sem invasão vascular/ linfática NÓDULOS LINFÁTICOS REGIONAL (N) Clinica NX Linfonodo regional primário não pode ser acessado N0 Sem metástase para nodulolinfático N1 Metástase com uma massa linfonodos <2 cm de tamanho em sua maior dimensão; ou nódulos múltiplos nenhum >2 cm na maior dimensão N2 Metástase para massa linfonodal >2 cm mas não >5 cm em maior dimensão; ou múltiplos nódulos, nenhum >2 cm but não >5 cm em seu maior tamanho N3 Metástase com uma massa linfonodal >5 cm na maior dimensão Patologia (pN) pNX Linfonodo primário não pode ser acessado pN0 Sem metástase para nodulolinfático pN1 Metastasis with a lymph node mass ≤2 cm in greatest dimension and ≤5 nodes positive, none >2 cm in greatest dimension pN2 Metástase com uma massa linfonodos <2 cm de tamanho em sua maior dimensão; ou nódulos múltiplos nenhum >2 cm na maior dimensão pN3 Metástase com uma massa linfonodal >5 cm na maior dimensão METÁSTASES A DISTÂNCIA (M) MX Metástase a distância não pode ser acessada M0 Sem metástase a distância M1 Metástase distante M1a Sem nódulo regional ou metástase pulmonar M1b Metástase a distância além de linfonodos pulmonares MARCADORES SÉRICOS DE TUMOR (S) LDHa HCG (mIU/mL) AFP (ng/mL) S1 <1.5 × N <5,000 <1,000 S2 1.510 × N 5,000–50,000 1,000–10,000 S3 >10 × N >50,000 >10,000 Estadiamento T N M S Estágio I 62 IA pT1 N0 M0 S0 IB pT2 N0 M0 S0 pT3 N0 M0 S0 pT4 N0 M0 S0 QualquerT/Tx N0 M0 S1 QualquerT/Tx N1 M0 S0 QualquerT/Tx N1 M0 S1 QualquerT/Tx N2 M0 S0 QualquerT/Tx N2 M0 S1 QualquerT/Tx N3 M0 S0 QualquerT/Tx N3 M0 S1 QualquerT/Tx Qualquer N M1a S0 QualquerT/Tx Qualquer N M1a S1 QualquerT/Tx N1e3 M0 S2 QualquerT/Tx Qualquer N M1a S2 QualquerT/Tx N1e3 M0 S3 QualquerT/Tx Qualquer N M1a S3 QualquerT/Tx Qualquer N M1b QualquerS IS Estágio II IIA IIB IIC Estágio III IIIA IIIB IIIC TNM, tumor, node, metastasis; AFP, α-fetoprotein; HCG, human chorionic gonadotropin; LDH, a lactate dehydrogenase. N indicates the upper limit of normal for the LDH assay. Tabela 4: International Consensus: Classificação e risco de tumor de célula germinativa Risco alto Seminoma Não seminoma Qualquer HCG AFP <1,000 ng/mL Qualquer LDH HCG <5,000 mIU/mL Sem metástase pulmão visceral para LDH <1.5 ULN 63 Qualquer sítio primário Sem metástase para visceral Risco Intermediário Sem metástase para Tumor Gonadal ou retroperitoneal primário AFP 1,000 a 10,000 ng/mL Qualquer HCG HCG 5,000 a 50,000 mIU/mL Qualquer LDH LDH 1.5–10.0 × ULN Qualquer sítio primário visceral Sem metástase para visceral Tumor Gonadal ou retroperitoneal primário Sítio mediastinal primário Sem metástase para visceral pulmonar (osso, Risk baixo Não existe fígado, cérebro) AFP > HCG > 10,000 50,000 ng/mL mIU/mL LDH > 10 ULN AFP, α-fetoprotein; HCG, human chorionic gonadotropin; LDH, lactate dehydrogenase; ULN, upper limit of normal. Estadiamento clínico O diâmetro transverso do maior linfonodal tem sido utilizado para subcategorize fase II doença. Para seminoma, o tamanho da adenopatia retroperitoneal normalmente dita o tratamento modalidade. Recaída proporções definitivo após radioterapia para seminoma aumentar progressivamente para cerca de 40% a 60% para nós mais do que 5 cm. Em NSGCT, tratamento decisões baseiam-se não só sobre retroperitoneal linfonodal tamanho e localização, mas também sobre a presença de um aumento das concentrações séricas marcador tumoral. 21 Fatores que afetam o resultado de doença avançada O International Germ Cell Cancer Collaborative Group (IGCCCG) risco estatuto critérios devem ser utilizados em todos os ensaios clínicos e de tratamento para pacientes que necessitam de decisões iniciais quimioterapia para doença avançada. Para pacientes com NSGCT, os níveis de HDL, HCG e AFP antes da quimioterapia; local do tumor primário (ou seja, mediastínicos vs testículos ou retroperitoneal), e da presença ou ausência de metástases viscerais nonpulmonary (tais como osso, cérebro, ou fígado), são fatores prognósticos 64 independentes para a progressão livre de survival. Em pacientes com seminoma, nonpulmonary metástase visceral é o único fator prognóstico significativo. Os pesquisadores concordam sobre a boa-, com intervalo de, e de má-prognóstico estratos para NSGCT; não pobres estrato de risco é definido no seminoma . O marcador corte valores foram incorporados na revista TNM classification. marcador níveis deve ser determinado antes e após a orquiectomia. Só que permanecem elevados níveis marcador após orquiectomia (tendo em conta AFP / HCG meia-vida) devem ser utilizados para determinar IGCCCG risco estatuto antes da quimioterapia. Os dados também sugerem que o marcador tumoral meia-vida e IGCCCG classificação são independentes marcadores de outcome. A utilização do IGCCCG critérios foi validado em uma análise agrupada de 1000 pacientes para seleção de pacientes que se considera â € œgood de risco, e deve ser usado no prática 21 7.7 TRATAMENTO Gestão da Clínica Fase I Doença Seminoma Tumores de células germinativas Radioterapia Radioterapia mantém um padrão de tratamento para pacientes com estádio clínico I seminoma. Sistêmica recaída após radioterapia, muitas vezes se apresentando como uma posterior mediastinal ou supraclavicular massa, média 4%, e a taxa de mortalidade é inferior a 2%. Um randomizado mostra que um para-aórticos portal, excluindo o ilíaca ipsilateral e pélvica nós, é tão eficaz como um dog-leg portal na sobrevida global. Embora pareça menor toxicidade, mais pélvica pode ocorrer recidivas. Convencionais fraccionamento de estádio clínico I doença é de 150 a 180 cGy de cinco sessões por semana usando alta energia acelerador linear vigas para uma dose total de cerca de 2.500 cGy . Um estudo recente sugere que os resultados após 30 Gy e 20 Gy são equivalent.48 Eletiva, profilácticos radioterapia é contra-indicado para o mediastino. Blindagem do testículo contralateral resultados em uma exposição de 1% ou menos do total da dose. Pelo lado esquerdo, tumores testiculares primárias, o hilo renal esquerda deve ser incluída. Tratamento dos linfonodos pélvicos vezes é necessária para T4 tumores primários, violação escrotal, ou um cordão espermático margem envolvidos no anel interno. A taxa de recidiva no portal irradiados após terapia adequada radiação é muito baixa. 21 Quimioterapia 65 O uso da quimioterapia no estádio clínico I seminoma tem sido um foco de ensaios clínicos na Europa, mas esta abordagem permanece controversa nos Estados Unidos. A Pesquisa Médica Council (MRC) e da Organização Europeia para a Investigação e Tratamento do Câncer (EORTC) realizado um ensaio randomizado de 1.477 pacientes, comparando a uma dose única de carboplatina após orquiectomia a radioterapia externa therapy.51 com uma mediana de seguimento de 4 anos, o livre de taxas de recaída para os pacientes tratados com carboplatina e radioterapia foram semelhantes aos 3 anos (95% e 96%, respectivamente). A maioria das recorrências na radioterapia grupo ocorreu acima do diafragma, em contraste com predominantemente retroperitoneal recidivas no carboplatina grupo. Um grupo espanhol relatou o uso do risco-adaptados quimioterapia, mas com dois ciclos de carboplatina e pacientes selecionados com base no risco elevado para recurrence. O estudo citou uma recaída 3,3%, mas com um curto seguimento mediano de 34 meses . Apoiar este tratamento opção são as observações que ele é bem tolerada e primeiros resultados são encorajadores. As críticas incluem a inferioridade da norma de dose carboplatina comparado com cisplatina em todos TGC (incluindo seminoma), a observação de que a maioria dos pacientes recebendo carboplatina reincidência no retroperitônio, exigindo contínuo acompanhamento de longo prazo CT do abdômen e pelve; falta de longo prazo follow-up, e incapacidade de avaliar a toxicidade da tarde carboplatina. Single-agente carboplatina não tem sido sistematicamente apoiada por todos os grupos e permanece controverso. Assim, os investigadores norteamericanos continuarão a apoiar radioterapia ou fiscalização, como o nível de cuidados, até que essas críticas têm sido suficientemente addressed. 21 Tumores Não seminomatosos de células germinativas Se um doente tem estádio clínico I NSGCT após estadiamento inicial, a escolha da gestão depende de características específicas histológico e do estatuto das concentrações séricas marcador tumoral. Radioterapia não desempenha qualquer papel na sua primeira gestão, uma vez que a quimioterapia subsequente recidiva pode ser comprometido e os sistêmica taxa de recaída é maior do que para seminoma. 21 Dissecção de linfonodo retroperitoneal RPLND fornece informações críticas estadiamento e deve ser sempre realizada com intenção curativa. Adequado para RPLND exposição pode ser alcançada, quer através de uma toracoabdominal ou uma abordagem transabdominal. O bilateral infrahilar RPLND modelo substituiu o suprahilar dissecção e é o padrão contra o qual alternativas terapêuticas são julgados (Fig. 41,4) .55,56 Suprahilar dissecção pode resultar em aumento da incidência de 66 chylous renovascular e ascite pancreática e complicações, e suprahilar metástase é rara em fase de baixa NSGCT. Assim, suprahilar dissecação está reservado para hoje residual hilares ou suprahilar massas após quimioterapia para NSGCT.56 avançada fase de um acordo bilateral infrahilar RPLND inclui a precaval, retrocaval, paracaval, interaortocaval, retroaortic, preaortic, para-aórtica e ilíaca comum linfonodos bilateralmente . Uma vez que o próprio navio ou gonadal tecido adjacente ao porto maio doença, a veia gonadal ipsilateral e envolvente fibroadipose tecido a partir de sua inserção ao anel interno deve ser completamente excisadas para minimizar a possibilidade de uma tarde paracolic recurrence.57 O procedimento está associado a uma mortalidade taxa inferior a 1%, e as principais complicações, como hemorragia, lesão ureteral, obstrução intestinal, embolia pulmonar e deiscência ferida são raros. Menores complicações incluem lymphocele, atelectasias, infecção ferida, e íleo prolongado. Estudos recentes relatam uma diminuição do tempo de internação hospitalar, bem como uma diminuição significativa nos dois maiores e menores complicações. O mais consistente a longo prazo morbidade com um padrão bilateral RPLND foi ejaculação retrógrada e subseqüente infertilidade secundária a fibra do nervo simpático danos. 21 Perda de antegrade ejaculação está relacionado à extensão da dissecção retroperitoneal. Antegrade ejaculação exige coordenação dos três eventos distintos: (1) encerramento do colo vesical, (2) seminais de emissão, e (3) ejaculação. Os nervos simpáticos que medeiam seminal emissões provêm principalmente da coluna toracolombar T12 a L3. Depois de deixar o tronco simpático, as fibras convergem em direção à linha média e formam o plexo hipogástrico próximo à bifurcação aórtica. Do plexo hipogástrico, fibras simpáticas viagem através de nervos pélvicos para inervar os ductos deferentes, vesículas seminais, próstata e colo vesical. Ejaculação é mediada pelo combinado autonômicos e somáticos inervação originários no sacro e lombar da medula espinhal níveis. Estimulação simpática aperta o colo vesical, que pudendo inervação somática a partir de S2 a S4 provoca relaxamento do esfíncter uretral externo e rítmica e contração da musculatura perineal bulbourethral. Os gânglios simpáticos paravertebrais, fibras simpáticas pós-T2-4, no plexo hipogástrico convergem em torno da bifurcação aórtica e são críticos para a conservação da antegrade ejaculação. Simpático e cadeias de pós-fibras simpáticas podem ser identificados prospectivamente, meticulosamente dissecados e preserved.58 Duas abordagens gerais têm sido utilizados para proteger estas estruturas: um modelo modificado RPLND e, mais recentemente. 21 Modificado RPLND modelos maximizar taxas de ejaculação, limitando dissecação em áreas pensa ser a redução do risco de disseminação metastática baseada em estudos de 67 mapeamento cirúrgico. Estes modelos não se identificam fibras nervosas específicas, mas deve incluir ressecção de todos os interaortocaval e ipsilaterais linfonodos entre o nível dos vasos renais e da bifurcação da artéria ilíaca comum. Esta abordagem minimiza contralateral dissecação, reduzindo assim o trauma de plexo hipogástrico e contralateral pós-fibras simpáticas. Preservação da antegrade ejaculação com esta abordagem varia entre 50% a 80%. Emergentes dados sobre os atrasos de recaída e Reoperative retroperitoneal cirurgia sugerem que os estudos de mapeamento modelos modificados nos quais se baseiam pode subestimar o grau de retroperitoneal disease.56, 59 Se doença é deixado para trás por um modelo modificado operação, então ela vai reaparecer. Além de exigir à base de quimioterapia cisplatina, recidivaram exige GCT reoperação. A incidência, sites e histologia da doença fora dos cinco modelos modificados RPLND foram avaliados em 500 pacientes consecutivos com estádio clínico I e II NSGCT que realizaram primárias RPLND. Utilizando os resultados de um modelo bilaterais como o funcionamento normal, a doença fora relatado vários modelos teria sido observada em 3% a 23% de todos os pacientes e de até 11% dos pacientes com doença PN1. A histologia fora modelos não diferiram dos que, dentro do modelo. Teratoma Chemoresistant estava presente em 21% a 30% dos nodos positivo no ensino primário RPLND espécimes e em aproximadamente 40% do postchemotherapy RPLND. A taxa de recorrência retroperitoneal fora um modelo modificado não pode ser estimado de forma adequada se o seguimento pós-operatório é insuficiente, o paciente recebeu quimioterapia pós-operatória, e / ou estudos multicêntricos introduzir significativas cirúrgico variability. 21 A preocupação com a ressecção incompleta é semelhante seguintes primários RPLND ou postchemotherapy RPLND; tanto demonstrar sobrevida diminuiu rates. Desde unresected teratoma pode crescer, invadir, e / ou transformação, e desde teratoma e transformação maligna são sobre-representadas em tarde recaída e Reoperative cirurgia, ressecção completa de todas as doenças é necessary.60 Modificado modelos deve ser cuidadosamente considerada, uma vez que não irá compensar quimioterapia eficaz para subótimos inicial cirurgia. 21 Nerve-sparing técnicas podem ser utilizados no ensino primário ou postchemotherapy definição. Em um nervo-poupadores RPLND, tanto simpático cadeias, as fibras pós-simpático, e do plexo hipogástrico prospectivamente são identificados, dissecados e preservados. Com prospectivo nervo-poupadores técnicas, antegrade ejaculação é preservada em mais de 95% de todos os pacientes. Portanto, o valor original de modelos para evitar a perda de função ejaculatória é diminuído. Seja qual for a abordagem, as margens de ressecção não deve ser comprometida em uma tentativa de preservar a ejaculação. 21 68 Novos agentes Um número de um único agente ensaios foram realizados em refratários TCG. Tanto gemcitabina e oxaliplatin demonstraram antitumoral activity. Um estudo da gemcitabina em combinação com oxaliplatin produziram uma taxa de resposta de 44% em esquema com cisplatina e paclitaxel refratária GCT.132 mais gemcitabina tem actividade após alta dose terapêutica em pacientes selecionados com o mínimo de encargos e tumor completa antes responses.133 oral etoposide continua a desempenhar um papel na gestão paliativos de refratários TCG. 21 8.0 Epidídimo 8.1 FISIOPATOLOGIA Tumores do cordão espermático e paratesticulares Lipomas são lesões comuns envolvendo o cordão espermático proximal. São frequentemente identificados no momento do reparo de uma hérnia inguinal. Embora diagnosticados como “lipomas”, muitas destas lesões provavelmente representam tecido adiposo retroperitoneal que foi puxado para o canal inguinal juntamente com o saco hernial, e não de uma neoplasia verdeira. O tumor paratesticular maligno mais comuns localizados na terminação distal do cordão espermático são os rabdomiossarcomas em crianças e lipossarcomas em adultos. 25 Demais sintomas e manifestações iguais testículo Bibliografia 1 Wunsch-Filho V. Insights on diagnosis, prognosis and screening of renal cell carcinoma. Sao Paulo Med J 2002;120:163-4. 2 Jemal A, Murray T, Ward E, Samuels A, Tiwari RC, Ghafoor A, et al. Câncer statistics, 2005. CA Cancer J Clin 2005;55:10-30. 3 Guerra MR, Gallo CVM, Mendonça GAS, Silva GA. Risco de câncer no Brasil: tendências e estudos epidemiológicos mais recentes. Rev Bras Cancerol, 2005; 51(3): 227-234 4 Ministério da saúde. Brasil. Instituto Nacional de Câncer (INCA); 1996-2005 [acesso 2009 Abr 4]. Disponível em: http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=329 5 Zelefsky MJ, Eastham JA, Sartor AO, Kantoff P. Cancer of the prostate. In: Devita jr VT, Lawrence TS, Rosenberg SA. Devita, Hellman & Rosenberg's Cancer. 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