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Diário Oficial Poder Executivo - Seção II
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016
Na Unicamp, de acordo com a
pró-reitora Gláucia Pastore, uma
força-tarefa específica havia sido
formada em dezembro, com o objetivo de conciliar linhas de pesquisas e pesquisadores em torno de
um objetivo comum. “A ideia era
juntar os estudos que a Unicamp
tem sobre o tema, para podermos
realizar ações mais rapidamente”,
explica a professora. Em reunião na
sede do Conselho de Reitores das
Universidades Estaduais Paulistas
(Cruesp), no dia 3 deste mês, foi formalizado o trabalho comum entre as
três universidades.
Na opinião da pró-reitora da
Unicamp, há grandes desafios, já que
muitos elementos ainda são desconhecidos da ciência. “É tudo muito
complexo. Temos de estudar a estrutura do vírus, o modo de ação, as
formas de coibir o vetor, etc. É uma
situação em que a cada dia surge
um fato novo”, afirma. O trabalho
terá a colaboração da Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de
São Paulo (Fapesp).
Na Unicamp – A Rede Zika
Unicamp reúne 25 docentes e pes-
Força-tarefa da Unicamp reúne 25 docentes e pesquisadores de diferentes especialidades
ANTONIO SCARPINETI
Pesquisadores da USP,
Unicamp e Unesp juntam
esforços para ajudar
a combater doenças
virais transmitidas pelo
mosquito, como Zika vírus,
dengue e chicungunya
DIVULGAÇÃO/CENA-USP
A
s universidades estaduais paulistas
(USP, Unicamp e Unesp) uniram
esforços na busca de soluções para
combater o Zika vírus. Reunidos
no início do mês, os pró-reitores
de pesquisa das três instituições
formalizaram a criação da Rede
para Zika vírus. Trata-se de uma
força-tarefa que trocará informações e atuará mais sintonizada no
trabalho de prevenção e cuidados
com as doenças virais transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti
(além do Zika, há também a dengue e a chicungunya).
ANTONIO SCARPINETI
Universidades paulistas
unem-se contra o Aedes aegypti
Pupas do mosquito são irradiadas com cobalto
Gláucia: “Cada dia surge um fato novo”
quisadores de diferentes especialidades. “Várias ações estão em andamento e algumas
medidas já estão sendo aplicadas, como a realização de testes para identificar, em somente
cinco horas, a presença de material genético
do vírus Zika, da dengue e da chicungunya
em amostras de saliva, sangue ou urina de
pessoas doentes”, afirma a professora Gláucia.
Para o segundo semestre, uma possibilidade é a realização de um congresso
internacional sobre o vírus Zika, organizado pela Unicamp. De imediato, os vários
grupos formados trabalham para unir pesquisas e esforços.
O grupo Gestantes ficou responsável
por acompanhar mulheres grávidas com
suspeita ou confirmação de infecção pelo
vírus Zika. Serão investigados também eventuais casos de Gestantes com diagnóstico
intraútero de microcefalia.
O grupo Plantas e Produtos Naturais
terá por desafio realizar uma triagem de
compostos relevantes encontrados em espécies vegetais e em outros produtos naturais,
a fim de verificar a sua viabilidade larvicida,
ovicida e inibitória do vírus investigado.
Pesquisadores vinculados ao grupo Imunopatogenicidade estudarão de que forma o
sistema imunológico se comporta diante da
infecção pelo vírus. O avanço de pesquisas
nessa área é que tornará possível o desenvolvimento de uma vacina, por exemplo.
O grupo Clínica vai trabalhar nas questões
clínicas relacionadas ao Zika vírus na gestante, no recém-nascido e em pacientes que
tiveram alterações neurológicas.
A professora Gláucia Pastore lembra
que vários estudos estavam sendo desenvolvidos e agora haverá um trabalho mais
amplo e mais direcionado. Sobre a forçatarefa das universidades, a docente diz
que o trabalho poderá trazer frutos para
além da questão imediata: “É interessante,
por ser uma nova forma de fazer pesquisas
no País. As universidades têm expertise,
mas muitas vezes o conhecimento não
está conectado. Trabalhando juntos, virologistas de dois laboratórios distintos, por
exemplo, podem conseguir resultados de
forma mais rápida”, diz.
Radiação nuclear – Um dos trabalhos que poderá reduzir as populações do
Aedes aegypti é a Técnica do Inseto Estéril
(TIE), por meio da qual mosquitos machos
se tornam inférteis após serem expostos à
radiação nuclear. A pesquisa nesse sentido é desenvolvida em conjunto pelos laboratórios do Centro de Energia Nuclear na
Agricultura (Cena/USP), em Piracicaba,
e do Instituto de Pesquisas Energéticas e
Nucleares (Ipen/CNEN-SP), em São Paulo.
A TIE é empregada para reduzir as populações de outros insetos; um exemplo é a
mosca-das-frutas.
O estudo procura avaliar doses letais e
esterilizantes de radiação ionizante a serem
aplicadas aos insetos em suas quatro fases:
ovo, larva, pupa e adulto. Consiste em
expor os machos do Aedes aegypti a raios X
ou gama e, assim, tornar o esperma estéril.
Esses mosquitos machos criados em laboratório poderiam, então, ser liberados para
cruzar com as fêmeas, porque os ovos depositados por elas nunca se desenvolveriam.
O pesquisador Valter Arthur, do CenaUSP, informa que já houve resultados positivos para a esterilização na fase de pupa,
na qual há a metamorfose do estágio larval
para o adulto. “O ideal seria irradiar na
fase adulta, mas fica difícil manter uma
grande população adulta do Aedes aegypti.
Precisaríamos ter um local maior, porque
os insetos voam. Ao passo que a pupa é
pequena. O recipiente plástico onde as colocamos tem 500 mililitros”, diz Arthur.
O cientista explica que, ao serem liberados, os machos inférteis competirão com
os machos nativos pelas fêmeas. “É necessário liberar, no mínimo, 9 machos estéreis
para cada macho nativo, porque nesse caso
a chance de o nativo cruzar será mínima.
Quanto mais estéreis forem soltos, mais eficiente será a técnica, pois aumenta a possibilidade de que apenas eles cruzem”, completa. Os ovos serão depositados pelas fêmeas,
mas não darão origem a novos insetos.
O estudo é uma tese de doutorado em
que se pretende avaliar a esterilização em
todas as fases do inseto. Na pupa, já houve
uma conclusão, definindo-se a dose de 30
grays como a necessária para obter o resultado esperado (gray é a unidade que mede a
quantidade de energia de radiação ionizante absorvida). No caso dos ovos, ainda estão
sendo feitos testes para se determinar a
dose ideal. Os pesquisadores avaliam como
importante a obtenção de resultados nessa
fase, já que o transporte dos insetos irradiados para outros locais ficaria mais fácil.
Cláudio Soares
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial
Assessorias de Imprensa da Unicamp e do Ipen
A Secretaria de Estado da Saúde pagará
um valor extraordinário para que agentes
das prefeituras paulistas atuem aos sábados
no combate ao Aedes aegypti, mosquito
transmissor da dengue, Zika vírus e chicungunya. As cidades que aderirem à campanha
Todos juntos contra o Aedes aegypti receberão repasses do Fundo Estadual de Saúde
para o pagamento de diárias aos profissionais que trabalharem aos sábados, dia em
que é mais provável encontrar os moradores
em casas. A remuneração extra será de R$
120 por agente para cada dia de trabalho.
O município interessado em participar precisará assinar um termo de adesão,
indicando o número de agentes e de supervisores mobilizados na campanha em sua
jurisdição. Feito isso, cada prefeitura deverá garantir que esses profissionais realizem
o trabalho de campo durante todos os sábados, desde a data de assinatura do termo até
o dia 30 de abril.
As equipes municipais terão a atribuição de realizar vistorias domiciliares para
eliminação de criadouros e potenciais focos
do mosquito, bem como mobilizar a população para evitar novas infestações. O Estado
fornecerá apoio técnico e orientação para
o desenvolvimento das atividades, além
do material educativo a ser utilizado. Mais
informações em http://goo.gl/BceMvw.
PAULO CESAR ALEXANDROWITSCH
Combate ao mosquito terá pagamento extra
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial
Assessoria de Imprensa da Secretaria da Saúde
Guerra ao mosquito: remuneração extra dos agentes será de R$ 120 por dia de trabalho
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