147 1. INTRODUÇÃO No mundo dos negócios são grandes os

Propaganda
147
PLANO DE NEGÓCIOS
Orlando Moraes da Costa1
RESUMO
Sabemos, pela prática, que para atingirmos bons resultados em uma empresa não se faz necessário termos um
Planejamento ou, até mesmo, um Plano de Negócios. Podemos ver casos reais de pessoas que, até sem estudos e
especializações, formam grandes conglomerados empresariais. Com base nessa afirmativa, podemos concluir que os
estudos são dispensáveis para sermos bem sucedidos na vida empresarial e que o Planejamento é besteira. É isso
mesmo? Se formos apressados nessa análise podemos chegar a essa equivocada conclusão. Mas devemos saber que isso
não é verdadeiro no mundo real e contemporâneo. Os poucos casos bem sucedidos de pessoas despreparadas para
atingir os resultados em uma empresa são frutos do acaso e de jogo de sorte. Muitas vezes e na maioria dos casos temos
uma derrocada de intenções e acúmulos de prejuízos. As estatísticas mostram que o primeiro ano de uma empresa traz a
morte de cerca de 30% das recém nascidas. Resultado em prejuízos financeiros para os “empreendedores”. É a média de
um fracasso entre quatro novos negócios. Ainda no primeiro ano. Segundo o SEBRAE, essa realidade já foi pior:
chegou a 35% nove anos atrás e que esse recuo se deve à melhor preparação dos candidatos a empresários,
principalmente com planejamento racional e realista.
PALAVRAS-CHAVE – Planejamento, negócios e empreendimentos
ABSTRACT
We know from practice that to achieve good results in acompany is not required to have a planning or even abusiness
plan. We can see real cases of people who, even without studies and expertise, form large conglomerates.Based on
this assertion,
we
conclude
that the
studies are
not
necessary to
be successful
in
life and
business planning thatis nonsense. Is that right? If we hurry this analysis we canreach this erroneous conclusion. But
we know that this is not true in the real world and contemporary. The few successful cases of people who are
unprepared to achieve results in acompany are the result of chance and luck game. Many timesand in most cases we
have a collapse of intent andaccumulation of damage. Statistics show that the first year ofa company brings the death of
about 30% of the newborn.Result in financial losses for the "entrepreneurs". Is the average of four a failure among new
businesses. Also in thefirst year. According SEBRAE, this reality has been worse: it's35% nine years ago and that this
decrease is due to better preparation of candidates for employers, especially withrational and realistic planning.
KEYWORDS - Planning, businesses and ventures
1. INTRODUÇÃO
No mundo dos negócios são grandes os
desafios e isso exige que a ação empreendedora seja
iniciada com um minucioso planejamento.
Com este trabalho, pretendemos evidenciar a
importância da elaboração do plano de negócios bem
como especificar as fases que podem viabilizar um
empreendimento. Procuraremos, ao longo de nossa
dissertiva, orientar eventuais candidatos a ser
empreendedor em como coletar o conjunto de
informações e organizar os estudos.
O que é um Plano de Negócios, para quem
interessa, qual é a sua estrutura e as questões que
cercam um candidato a empreendedor. Para isso,
vamos utilizar da pesquisa de levantamento de obras de
autores consagrados para nos basearmos.
2. EMPREGADO OU EMPREENDEDOR
On-line http://revista.univar.edu.br/
ISSN 1984-431X
A decisão de se tornar um patrão é
considerada como parte de um projeto de vida
profissional e que influi para a vida futura, não só para
o candidato a empreendedor, mas para todo o seu ciclo
social, como a família, amigos, etc.
A esse aspecto podemos citar MARRAS:
Todas as pessoas têm necessidades, cada
uma delas tem peculiaridades e intensidades.
Isso faz com que elas sempre estejam
tentando satisfazer essas necessidades. A
motivação motriz que alavanca as pessoas a
buscarem a satisfação. Enquanto perdura a
satisfação, perdura a motivação. Ao
satisfazer a necessidade, acaba a motivação.
No mesmo instante, contudo nasce uma
nova necessidade e, por via de conseqüência
uma nova força motriz impele o indivíduo a
novamente
buscar
outra
satisfação
(MARRAS, 2002, p. 34).
Interdisciplinar: Revista Eletrônica da Univar (2011) n. 6 p. 147 - 153
148
E são duas alternativas: empregado ou
empreendedor.
Segundo Maximiano (2006, p. 62) as
principais desvantagens do empreendedorismo são:
a) Sacrifício pessoal: O empreendedorismo
muitas vezes consome a vida do
empreendedor. Isso freqüentemente resulta
no prejuízo das relações familiares e em alto
nível de tensão. O empreendedor deve
perguntar-se o quanto está disposto a
sacrificar para tornar seu empreendimento
um sucesso;
b) Sobrecarga
de
responsabilidades:
O
empreendedor tem uma carga de trabalho e
responsabilidades
diferente
da
dos
empregados assalariados, ele sabe que está
sozinho no topo;
c) Pequena Margem de erro: Muitas decisões
tomadas por empreendedores revelam-se
incorretas e não lucrativas, prejudicando os
resultados do negócio. No entanto, as
grandes empresas sobrevivem porque têm
recursos financeiros que podem compensar
as perdas. Em negócios pequenos ou
emergentes, uma decisão errada pode
resultar em falência.
As pessoas são influenciadas, ora pela idéia de
conquistar um emprego seguro, mas que tem as
limitações e dissabores da relação empregatícia além
da competição com a diminuição de ofertas de
empregos devido aos avanços tecnológicos e a
automação dos escritórios e demais processos
produtivos das empresas, ora pela figura do
empresário, um indivíduo que almeja uma vida
confortável e segura para si e seus familiares e que
pensa em possuir o seu próprio negócio, por achar que
tem uma boa idéia de negócio, para aplicar algum
recurso financeiro disponível, por estar desempregado,
por entender que entende melhor do processo produtivo
do que o seu atual patrão, etc.
Para Maximiano (2006, p.78) há inúmeras
vantagens concretas em criar e operar um negócio
próprio: O empresário não tem chefe e depende de suas
próprias decisões. Pode inovar e experimentar novas
idéias em seu negócio, estimulado por sua criatividade
ou pela concorrência. Tem perspectivas de ganhos
financeiros consideráveis se alcançarem êxito, o que
lhe trará o reconhecimento da comunidade.
Vamos registrar o que SEIFFERT nos ensina a
esse respeito:
“Embora exista consenso sobre a
importância do empreendedor na dinâmica
do sistema econômico vigente, o tema tem
sido aprofundado teórica e empiricamente de
forma mais ampla somente nos últimos anos.
Apresenta-se igualmente como uma área de
teoria em formação, como muitos subtemas
e conceitos também em formação, um dos
On-line http://revista.univar.edu.br/
ISSN 1984-431X
quais
é
o
de
empreendedorismo
corporativo.” (SEIFFERT, 2008, p.18)
Mas para se tornar um empresário seria fácil?
E para se tornar um empresário de sucesso o que seria
preciso? Como tirar essas dúvidas e questões? Onde
buscar as informações sobre o mercado, o produto, os
futuros clientes, custos e preços, tributos e taxas,
custos, abertura e legalização da empresa,
concorrentes, fornecedores, localização, propaganda e
assim por diante? Como se capacitar para chegar ao
sucesso?
Segundo Pereira/Santos (1995, p.26), “...
Estudos sobre a criação de empresas revelam que
empresas nascidas de projetos previamente elaborados
tendem a ter mais sucesso que as demais, porque seus
empreendedores conseguem antever e minimizar os
riscos inerentes ao negócio...”
3. A ABERTURA DE UMA NOVA EMPRESA
O risco em abrir qualquer negócio está sempre
presente, em maior ou menor grau, aqui no Brasil ou
em qualquer parte do mundo. No nosso caso, para se
formalizar uma empresa temos dificuldades já pela
forte burocracia como juntar 14 tipos de documentos,
inscrições de toda ordem e senhas em muitas
repartições públicas. Se o negócio for uma loja, esse
processo não fica pronto antes de dois meses. Uma
indústria não está formalizada antes de seis meses, na
melhor das hipóteses. Há casos de ano e alguns de
tempo maior que isso. Uma licença ambiental não fica
pronta com menos de nove meses. Um alvará sanitário
para uma indústria requer a elaboração de inúmeras
plantas baixas visando que o layout seja aceito pelas
autoridades estabelecidas, por exemplo.
Ainda sobre riscos, vamos apresentar o
seguinte texto:
“Para operar um negócio, faz-se necessário
assumir vários riscos, sejam quanto ao
capital empatado, seja quanto ao tempo e ao
esforço investidos, principalmente sua
aplicação pode resultar em possíveis perdas.
Risco significa possibilidade de perda. Os
riscos que podem provocar perdas incluem
obsolescência
do
produto,
disputas
trabalhistas, administração incompetente,
forças
extraordinárias
(como
fogo,
inundações, etc.) e dificuldade em competir
vantajosamente.” (CHIAVENATO, 2006, p.
26).
É importante constatarmos essa dura realidade
empresarial em que, com o passar dos meses, fica
difícil se manter com o pensamento nos sonhos iniciais
e passar a ver que o dinheiro não para mais nas mãos.
Diariamente se paga isso e aquilo e as contas a pagar
parecem se multiplicar a cada dia, os recursos
financeiros seguem o caminho inverso e o capital de
Interdisciplinar: Revista Eletrônica da Univar (2011) n. 6 p. 147 - 153
149
giro se reduz perigosamente. Essa dura realidade tem
remédio?
Segundo Matos (2005, p. 9) são precisos os
seguintes passos descritos abaixo para a abertura da
empresa na Junta Comercial devem-se apresentar os
seguintes documentos para o registro da empresa:
 Contrato Social;
 Documentos pessoais dos sócios;
 Requerimento padrão (Capa de junta
comercial) em uma via;
 Ficha de cadastro nacional (FNC) modelos 1 e
2;
 Pagamento das taxas através da DARF;
 Verificar junto ao cartório se não existe outra
empresa com mesma razão social.
Felizmente elaborar um plano de negócios
equivale a estabelecer o quanto o empresário precisa
para tocar a sua empresa. Utilizando essa ferramenta os
custos não serão atingidos por um súbito aumento dos
custos fixos, por exemplo, com a retirada do prólabore. Nem haverá a necessidade de aumentar os
preços de vendas para cobrir esse importante
desembolso.
4. O PLANO DE NEGÓCIOS
O plano de negócios é a formalização de
estudos, idéias, análises de mudanças conjunturais, da
descoberta de novas oportunidades, a mensuração de
resultados e o estabelecimento dos objetivos. Todos os
empreendedores trabalham com estas questões e se
esforçam para tornar realidade as suas idéias e que
sejam aproveitadas as oportunidades.
Todos os empreendedores realizam algum tipo
de planejamento. Alguns nem chegam a formalizá-lo
em documento tangível, passam a vida inteira
confiando na memória e na capacidade de estabelecer
focos e prioridades. Algum tipo de planejamento foi
realizado em todas as suas conquistas e inventos. Mas é
importante registrar que um planejamento não é
responsável por tornar a empresa mais lenta ou mais
eficiente. O planejamento é um instrumento vivo e
deve sempre estar em processo de atualização.
É preciso acreditar que muitas das coisas que
existem hoje não existirão num futuro às vezes mais
próximo do que se imagina. E muitas coisas que
atualmente não existem, existirão. São mudanças que
acontecem. Sempre acontecem. E em todas as áreas,
como nos próprios produtos das empresas, nos
comportamentos das pessoas/consumidores, nas
atitudes e hábitos. E os empreendedores com os seus
planos de negócios serão peças-chave nesse processo
de mudanças.
E como viver nesse cenário de incertezas, de
grande competição cada vez mais globalizada sem que
se organize para ir para a batalha, sem que se
estabeleçam os caminhos a serem percorridos e os
objetivos a serem alcançados? Com um planejamento
On-line http://revista.univar.edu.br/
ISSN 1984-431X
adequado fica muito mais fácil. E o plano de negócios
deve ser considerado como uma importante ferramenta
a ser utilizada.
Para abrir uma empresa é preciso considerar
que o sucesso ou fracasso de um empreendimento está
ligado diretamente ao conhecimento que o candidato a
empreendedor possui sobre o negócio que pretende
levar a cabo.
Portanto, antes de se iniciar um novo
empreendimento é importante fazer uma análise sobre
empreendimento, elaborando um Plano de Negócios,
como ressalta Pereira/Santos (1995, p.31) “O Plano de
Negócios é um documento escrito que tem o objetivo
de estruturar as principais idéias e opções que o
empreendedor deverá avaliar para decidir quanto à
viabilidade, da empresa a ser criada”.
Dessa forma, o principal objetivo do Plano de
Negócios, sem dúvida, é o de orientar o candidato a
empreendedor acerca das decisões estratégicas do
negocio, antes dele iniciar as atividades práticas de se
montar a nova empresa.
O Plano de Negócios também permite que se
avalie a viabilidade da implantação da idéia de uma
nova empresa, antes de possuí-la na prática e o
candidato a empreendedor poderá tomar decisões se
acaso o negócio possa ser inviável com base em dados
e informações e não na prática porque isso poderá
acarretar em riscos ao capital disponível.
O Plano de Negócios é utilizado, portanto,
como uma ferramenta de tomada de decisões para se
abrir uma nova empresa, mas também serve para as
empresas já constituídas e consolidadas.
5 A QUEM INTERESSA O PLANO DE NEGÓCIO
O candidato a empreendedor é o principal
interessado em contar com um bom Plano de Negócios
para a tomada de decisões estratégicas e porque é o
principal afetado pelos resultados, sucesso ou fracasso.
O Plano de Negócios é útil para outras pessoas
e empresas, em algum momento, que queiram ou que
possam participar ou apoiar o empreendimento, tanto
na fase inicial quanto na sua sobrevivência. Nesse
aspecto, são quatro grupamentos principais de
interessados:

Potenciais sócios, que se manifestam
entusiasmados com a idéia do novo
empreendimento;

Possíveis investidores que podem
disponibilizar capital para o investimento
inicial ou para futuros aportes;

Contadores e advogados que podem
assessorar o novo empreendimento desde
a abertura e legalização da nova
empresa;

Consultores e órgãos de apoio que terão
uma ótima ferramenta para apoiar as
orientações para o novo empreendedor.
Interdisciplinar: Revista Eletrônica da Univar (2011) n. 6 p. 147 - 153
150
6. A ESTRUTURA DO PLANO DE NEGÓCIO
O Plano de Negócios deve considerar diversos
aspectos do novo empreendimento, como analisar as
oportunidades que originaram a idéia do negocio;
examinar o mercado, os aspectos financeiros, analisar
os aspectos jurídicos e organizacionais da abertura da
empresa e avaliar a viabilidade da implantação do
negócio.
Para ser bem compreendido e facilmente
assimilado, precisa ter uma estrutura seqüencial e
lógica em que demonstre o que o candidato a
empreendedor planeja quanto ao seu esforço pessoal
para a elaboração dos estudos necessários como o
levantamento de dados, análise das informações
colhidas, consulta a terceiros, decisões tomadas,
dentre outros.
Vamos apresentar, a seguir, um roteiro para se
montar um plano de negócios, mas que se trata apenas
de um modelo e o empreendedor deve modificá-lo e
adaptá-lo de acordo com as suas necessidades:
 Sumário executivo;
 Qualificação dos empreendedores;
 Aspectos mercadológicos;
 Aspectos operacionais:
o Aspectos administrativos;
o Aspectos jurídicos;
o Aspectos econômico-financeiros.
6.1 O SUMÁRIO EXECUTIVO
Antecede à qualificação dos empreendedores e
é finalizado por uma conclusão. É uma versão
condensada do plano de negócio e inclui: a definição
do negocio, a clientela-alvo, localização, área em m2,
descrição
sucinta
do
processo
operacional,
investimento inicial, comentários sobre indicadores
financeiros e a conclusão do projeto.
Deve ter o resumo do negócio que pretende
empreender, serve como uma introdução do Plano de
Negócios e deve ser elaborado após a conclusão do
plano de negócios. Quando lido, deve deixar clara a
idéia e a viabilidade de sua implantação, porém o
detalhamento da idéia deve estar contido no corpo do
plano de negócios.
6.2A QUALIFICAÇÃO DOS EMPREENDEDORES
Apresenta um resumo da experiência
empresarial e da formação escolar do empreendedor,
porém não é um currículo-vitae e nem deve ser
confundido com tal.
6.3 OS ASPECTOS MERCADOLÓGICOS



A busca e a seleção de oportunidades;
A definição do negócio;
O estudo de mercado:
o Clientes;
On-line http://revista.univar.edu.br/
ISSN 1984-431X
o
o
Concorrentes;
Fornecedores.
7.
A
BUSCA
OPORTUNIDADES
E
A
SELEÇÃO
DE
Uma idéia é o começo. Caso o empreendedor
não tem a idéia inicial, não poderá dar início ao
processo de fazer com que se inicie um negócio. E
quando a idéia surge, é preciso privilegiar a sua
qualidade. É averiguar se ela pode dar certo. Existe
uma metodologia que pode ajudar o empreendedor em
definir se o negócio que ele realmente gostaria de
iniciar.
Segundo Dolabela (1999) não basta ver a
oportunidade, é preciso agarrá-la e para isso ter as
condições para desenvolvê-la, capacidade de buscar
recursos financeiros, tecnológicos e humanos, além de
saber gerenciá-los. O referido autor define
oportunidade como uma idéia que está vinculada a um
produto ou serviço que agrega valor ao seu
consumidor. É algo novo que atende a uma demanda
de clientes, representando um nicho de mercado, sendo
atrativa com potencial para gerar lucros surgindo em
um momento adequado em relação a quem irá
aproveitá-la baseando-se em necessidades insatisfeitas.
A princípio, a idéia não precisa ser inovadora
ou genial. Tampouco precisa estar bem detalhada ou
descrita com minúcias. Mas essa idéia deve conter as
seguintes características:
 Apresentar uma opção de negócio que o
candidato a empresário gostaria de abrir;
 Ter uma viabilidade aparente.
Se envolver num processo de se descobrir
quais seriam os melhores caminhos para a realização de
um empreendimento que tenha possibilidade de
sucesso devido ao talento, objetivo, capacidade e
vontade, seriam buscar oportunidade.
As oportunidades surgem no decorrer do diaa-dia do individuo e muitos negócios novos são
desenvolvidos a partir dessas oportunidades que
aparecem e imploram para ser identificadas e
aproveitadas.
É nesse momento que o empreendedor deverá
fazer uma avaliação para saber sobre a potencialidade
dessa idéia.
7.1 A DEFINIÇÃO DO NEGÓCIO
Para que o empreendedor possa decidir sobre
qual idéia poderá se tornar um negócio bem sucedido
precisa avaliar:
1. As necessidades do cliente: porque os
consumidores
compram
determinado
produto ou serviço? Quais são as suas
necessidades ou desejos?
2. Grupos de clientes: quem serão os clientes
que buscam essa solução para as suas
necessidades?
Interdisciplinar: Revista Eletrônica da Univar (2011) n. 6 p. 147 - 153
151
3.
Forma
de
atendimento
dessas
necessidades: Qual o processo ou
tecnologia que deve ser utilizado para
atender as necessidades dos clientes
potenciais?
Para Samara et al. (2005) compreender o
consumidor e entender o que ele deseja é uma função
difícil mais muito importante para que a empresa
formule produtos e serviços adequados as reais
necessidades e desejos dos consumidores, levando
assim a empresa rumo ao sucesso. Os mesmos autores
dizem (2005) analisar e compreender os diversos
fatores que influenciam as pessoas em suas decisões de
compra é, pois, atividade desafiadora para os
profissionais.
Basicamente seriam três perguntas: O quê?
Para quem? E Como? Quando respondidas, o
empreendedor terá uma ampla visão do negócio que
quer criar e isso terá fundamental importância na
elaboração do Plano de Negócios.
7.2 ESTUDO DE MERCADO
É a definição do marketing. Seria entender e
desenvolver os processos administrativos, a imagem e
o posicionamento da empresa, definir os produtos e
serviços, estabelecer a relação com a concorrência e
definir os fornecedores.
Sobre isso, trazemos duas definições de Junior
(1994, p.14):
"O marketing está diretamente ligado ao
estudo do mercado, porque a essência do
marketing é produzir a satisfação do
cliente". "O marketing provoca, a crescente
satisfação do cliente o que a torna mais
competitiva no mercado."
Conceitualmente, marketing é o conjunto de
técnicas e atividades relacionadas com o fluxo de bens
e serviços, desde a sua produção até o seu consumo. É
a estratégia que engloba atividades como a definição do
mercado, da promoção e publicidade, das vendas e da
política da pós-vendas.
Analisar e acompanhar as tendências de
mercado é fundamental para determinar o sucesso ou
fracasso de uma organização. Segundo Kotler, (1998),
tendência é uma direção ou seqüência de eventos que
ocorre em algum momento e promete durabilidade, e
que, portanto, é um processo contínuo.
Assim, o Estudo de Mercado é um conjunto de
atividades voltadas para prever as vendas e os preços
dos produtos, fazer estimativas de custos e receitas e
analisar sobre as possibilidades de resultados
financeiros futuros que possam justificar os
investimentos necessários para a implantação de um
novo negócio ou atividade.
Um bom estudo de mercado permite a
definição de uma política comercial eficiente, como a
estratégia de marketing e a definição das ações
comerciais da futura empresa.
On-line http://revista.univar.edu.br/
ISSN 1984-431X
7.3 ASPECTOS OPERACIONAIS
É
definição
de
suma
importância,
especialmente quanto:
 Localização;
 Processo operacional (tecnologia e
instalações);
 Equipamentos, máquinas, mobiliário,
materiais de consumo, etc.
A localização é um fator estratégico que pode
traduzir em sucesso ou um retumbante fracasso do
empreendimento. É preciso saber se a região escolhida
comporta esse tipo de negócio, com fluxo de clientes
suficiente para viabilizar o empreendimento. Se atende
aos aspectos ambientais como ruído e emissão de
resíduos. Se possui distribuição de energia elétrica
compatível, rede pública de água e esgotos.
Disponibilidade de mão-de-obra, facilidade de acesso
para transporte de matéria prima e produtos acabados e
eventuais incentivos públicos, etc.
Quanto ao processo operacional, é preciso
antever as etapas do processo produtivo, as logísticas
do transporte, a armazenagem, a necessidade de
estoque de matéria prima e de produtos acabados. É
preciso que o processo produtivo seja descrito em toda
a sua plenitude.
Selecionamos um texto da obra de
CAVALVANTI e de vários autores:
“O novo gestor é, antes de mais nada, uma
pessoa com nível de conhecimento acima da
média, o que o coloca como alguém com
nível educacional elevado e cujo trabalho é
fundamentalmente interpretar textos e
situações, ler os sinais do que hoje se coloca
e quais conseqüências e tendências
ocorrerão. O seu papel preponderante é estar
atento a sua área de atividade e de atuação,
tanto profissional como pessoal, nas quais
ocorrem
acontecimentos
que
são
basicamente: a mudança de quadros
ambientais da concorrência e a mudança dos
sinais de mercado.” (CAVALCANTI e
vários autores, 2007, p. 330)
Quanto aos equipamentos, máquinas e
mobiliário, recomenda-se que o empreendedor evite
imobilizar o capital inicial, deixando-o para o giro do
negócio. Mas, mesmo assim, é necessário quantificar e
especificar o maquinário necessário para dar
seguimento à implantação da idéia. Tudo deve ser
previsto: instalações elétricas e hidráulicas, layout,
equipamentos, maquinas e veículos necessários, etc.
7.4 ASPECTOS ADMINISTRATIVOS
Engloba a definição da necessidade do quadro
de pessoal técnico e administrativo quanto aos
Interdisciplinar: Revista Eletrônica da Univar (2011) n. 6 p. 147 - 153
152
recursos humanos. A quantificação e a qualificação
dos cargos e funções, a estrutura organizacional, a
descrição das funções e das atividades da empresa.
Neste momento, o candidato a empresário
deverá dar definições sobre a constituição da
empresa, como legais e tributárias, como seria
constituída a sociedade e demais definições sobre o
ambiente empresarial. Definir quem será o
responsável pelas questões legais da empresa, se
haverá quadro de pessoal próprio ou de terceiros,
como serão os controles gerenciais e para que
servem.
Vamos selecionar um texto da obra de
CHIAVENATO, para melhor exemplificar:
“São as pessoas que fazem o negócio.
Embora a empresa seja dotada de máquinas,
equipamentos,
prédios,
instalações,
tecnologia e uma porção de outros recursos
físicos, na realidade, esses elementos
concretos sozinhos não a fazem funcionar
nem atingir seus objetivos. Todos os
recursos físicos e financeiros que a empresa
reúne precisam ser ativados para que
consigam operar e proporcionar resultado. E
isso é feito pelas pessoas. São elas que dão
vida, inteligência, emoção e ação para a
empresa.” CHIAVENATO (2006 p. 157)
7.5 ASPECTOS JURIDICOS
A definição do regime jurídico da empresa, a
estrutura societária, os aspectos fiscais e tributários, o
nome da empresa e o seu registro e demais aspectos
burocráticos da abertura da empresa.
Algumas definições importantes: o nome da
empresa, a existência de sócios, responsabilidades
dos sócios, a distribuição do capital, o espoco do
contrato social, etc.
7.6 ASPECTOS FINANCEIROS
É a análise dos aspectos econômicos e
financeiros, como calcular o investimento fixo e
investimento total, a estimativa dos custos fixos,
custos variáveis e custo total, a margem de lucro
ideal, as receitas e os resultados operacionais e,
finalmente, a possível viabilidade financeira do
empreendimento.
É nesse momento que se estima:
 O investimento de capital;
 A análise econômico-financeira;
 A projeção do fluxo de caixa;
 A estimativa de capital de giro;
 A estrutura dos custos e a formação do
preço de venda.
Vamos citar o que CHIAVENATO nos
ensina:
“A maioria dos pequenos e médios
empresários costuma administrar custos e
On-line http://revista.univar.edu.br/
ISSN 1984-431X
finanças de maneira intuitiva, por não terem
formação nessas áreas. Até um determinado
momento, essa intuição permite obter um
bom desempenho. Mas quando a empresa
começa a crescer, é necessário buscar novos
conhecimentos e contratar profissionais
especializados para fazer a administração
financeira. É a hora em que o empresário
necessita de maior informação para avaliar
os resultados e o desempenho da empresa,
pois começa a perder dinheiro sem saber
exatamente
por
quais
razões.”
(CHIAVENATO, 2006, p. 214)
8. CONCLUSÃO
Depois de concluída a elaboração do Plano de
Negócios e resultando positiva a análise da
viabilidade técnico-econômico-financeira do futuro
empreendimento, o candidato a empresário terá um
novo desafio: a implantação do novo negócio. É
concretizar um sonho, mas que, se não souber decidir
pelos caminhos a trilhar, poderá chegar ao final do
caminho e concluir que o negócio é inviável. Tarde.
Muito tarde.
Empreender é um risco, mas empreender com
planejamento é correr riscos calculados e
considerados passíveis de serem transpostos para
resultar em sucesso.
Para isso, o empreendedor deve ser ético,
preocupar-se com a qualidade, buscar e dominar
informações sobre a sua nova atividade, entender as
necessidades dos seus clientes, assumir riscos
calculados,
identificar
oportunidades,
ter
conhecimento, ser organizado, ter capacidade de
tomar decisões adequadas, saber liderar, ser
dinâmico, ser independente, otimista e ter tino
comercial.
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAVALCANTI, Marly; e vários autores. Gestão
Estratégica de negócios: evolução, cenários,
diagnóstico e ação. – São Paulo: Thomson Learning,
2007.
CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: Dando
asas ao espírito empreendedor – São Paulo: Saraiva,
2006.
DOLABELA, Fernando. Oficina do empreendedor: a
metodologia de ensino que ajuda a transformar
conhecimento em riqueza. 6ª ed. São Paulo: Cultura,
1999.
JUNIOR, Bernardo de Felipe. Marketing para a
Pequena Empresa. Série Marketing para a Pequena
Empresa. Brasília: Edição SEBRAE, 1994.
KOTLER, Philip; Keller, Kevin Lane. Administração
de Marketing; 12ª ed. São Paulo: Prentice Hall, 1998.
MARRAS, J. P. Administração de recursos
humanos: do operacional ao estratégico. 6.ed. São
Paulo: Futura, 2002. 332p.
Interdisciplinar: Revista Eletrônica da Univar (2011) n. 6 p. 147 - 153
153
MATOS, Antônio Carlos de; Boris Hermanson;
Cláudio Roberto Vallin; Paulo Melchor, Comece
Certo, 1, ed. Sebrae 2005
MAXIMIANO, Antônio César Amaru. Administração
para Empreendedores: fundamentos da criação e da
gestão de novos negócios. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2006.
PEREIRA, Heitor José. SANTOS Silvio Aparecido
dos. – Criando o Seu Próprio Negócio: Como
Desenvolver o Seu Potencial Empreendedor. Brasília:
Edição SEBRAE, 1995.
SAMARA, Beatriz Santos; Morsch, Marco Aurélio.
Comportamento do consumidor: conceitos e casos. São
Paulo: Prentice Hall, 2005.
SEIFFERT, Peter Quadros; Empreendendo novos
negócios em corporações: estratégias, processo e
melhores práticas. 2ª. Ed. – São Paulo – Atlas, 2008
On-line http://revista.univar.edu.br/
ISSN 1984-431X
Interdisciplinar: Revista Eletrônica da Univar (2011) n. 6 p. 147 - 153
Download