roteiro de reflexão para as equipes de pastoral da saúde

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ROTEIRO DE REFLEXÃO PARA AS EQUIPES DE PASTORAL DA SAÚDE
Hoje, pouco ou quase nada se fala do Viático, mesmo entre capelães de hospital ou visitadores de doentes.
Muitos visitadores, aliás, não sabem sequer o que significa Viático, tão em desuso a palavra está. A Igreja, no entanto,
sempre deu extraordinária importância ao Viático na Pastoral dos Doentes, ou melhor, dos moribundos.
Nas últimas duas décadas, falou-se muito da Unção dos Enfermos, o que, sem dúvida, não deixou de ser útil
para a compreensão deste sacramento e para uma Pastoral mais adequada quanto a ele. O Viático, entretanto, leva
prioridade sobre a Unção dos Enfermos, tanto assim que o próprio Ritual afirma: «Se há perigo de morte iminente e
não houver tempo para ministrar todos os sacramentos..., dê-se ao doente a oportunidade de uma confissão
sacramental...; em seguida seja-lhe administrado o Viático, que todos os fiéis em perigo de morte têm a obrigação de
receber. Finalmente, se ainda houver tempo, seja-lhe administrada a Sagrada Unção» (n.º 30).
Mas, o que é o Viático? Nada mais, nada menos que a última Comunhão que se dá a uma pessoa que está para
morrer.
E por que é que ele mais importante que a própria Unção dos Enfermos? Simplesmente porque a Unção dos
Enfermos é só um sacramento instituído por Cristo, enquanto que o Viático é o próprio Cristo, autor de todos os
sacramentos e a fonte de todas as graças.
O Ritual afirma: «Ao passar desta vida o fiel, confortado pelo Viático do corpo e sangue de Cristo, recebe o
penhor da vida eterna, segundo a Palavra do Senhor: «Quem come a minha carne e bebe o meu sangue possuirá a vida
eterna, e eu o ressuscitarei no último dia» (Jo 6,54) (n.º 26).
Para o cristão, receber o Viático não é um luxo ou algo dispensável, mas uma obrigação. Eis o que afirma o
Ritual: «Têm a obrigação de receber o Viático todos os batizados que possam receber a sagrada Comunhão. Portanto,
todos os fiéis em perigo de morte, seja qual for a causa, estão submetidos ao preceito de receber a sagrada Comunhão;
os pastores devem, pois, cuidar que a recepção deste sacramento não seja protelada, mas que os fiéis possam ser
nutridos por ele ainda em plena lucidez» (n.º 27)
Ministro ordinário do Viático é o padre. Na ausência do padre, qualquer pessoa que tenha licença para
distribuir a Comunhão - homem ou mulher, pouco importa - pode e deve administrar o Viático, caso o moribundo
queira recebê-lo.
Na administração do Viático, o padre e o diácono seguem o rito próprio. Os leigos procedem como sê se
tratasse da distribuição normal da Comunhão, mas, após ter dito ao moribundo «O corpo de Cristo» e ele tenha
respondido «Amém», acrescenta «Que ele te guarde e te conduza á vida eterna!».
Feito isto, acrescenta a seguinte oração: "Senhor, eterna salvação dos que crêem em vós, concedei, nós vos pedimos,
que o vosso servo N., restaurado pelo pão e bebida celestes, possa chegar com segurança ao reino da luz e da vida. Por
Nosso Senhor Jesus Cristo, etc.".
Como se vê, tudo muito simples. Mas também muito importante, pois se trata de se despedir desta vida e ingressar na
eternidade em comunhão com o próprio Cristo.
Dissemos, no inicio, que hoje pouco ou nada se fala de Viático. E è verdade.
Por outro lado, deve-se também reconhecer que, graças ao trabalho dos visitadores de doentes e dos ministros
extraordinários da Eucaristia, os moribundos têm mais facilidade que no passado para receber a Comunhão. O
importante não é Viático, mas sim a comunhão. O que se requer é que os agentes de Pastoral tenham sempre presente a
importância da Comunhão para os moribundos e zelem para que todos possam recebê-la em tempo oportuno.
Não seria este um tema a ser refletido individualmente e em grupo por todos aqueles que se dedicam á Pastoral
dos Doentes tanto nos hospitais, quanto nas paróquias?
GUIA PARA UMA COMUMICACÃO TERAPÉUTICA
DÊ PERMISSÃO PARA OS SENTIMENTOS
Esiabelecimento do "rapport"
. Seja consistente
. Promova confiança
. Está certo dizer: «Eu não sei»
. Mantenha a estima própria.
Estabelecer um clima que promova confidencialidade e expressão dos sentimentos
. Mantenha a privacidade se possível
. Estabeleça contato de olhos
. Esteja no nível do paciente. Exemplo: se o paciente está na cama, sente-se
. Lembre-se: a comunicação não verbal é poderosa. Exemplos: postura, expressão facial.
Seja objetivo
. Evite dar opiniões «pessoais»
. Cuidado com a influência de seus valores e preconceitos
Seja receptivo
. Mostre interesse, empatia
. Não desvalorize ou racionalize os sentimentos
. Sentimentos dolorosos não podem sempre ser eliminados, aceite a sua presença, leva tempo para curar.
ESCUTA ATIVA PERMITE ÁS PESSOAS EXPRESSAREM SEUS SENTIMENTOS
Sua presença pode ser terapêutica
. As pessoas têm necessidade de contar suas estórias
Permita o silêncio
. Você não precisa falar ou fazer comentários para ouvir.
Reflita/Repita
. Parafraseie o que a pessoa está dizendo, isto è, «você sente»..
Faça questões abertas
. Evite questões que podem ser respondidas por um simples «sim» ou «não».
Clarificar
. Pergunte por coisas especificas, fatos, se necessário. Evite desentendimentos. Exemplo: «Não estou certo, o que você
quer dizer por».. ou ,<fale mais sobre»...
Confirmar
. Esteja certo de que existe mútuo entendimento. A pessoa entende você mesmo perguntando "o que" ela está
entendendo.
Sumarizar
. Dê uma visão geral dos pontos importantes ligando as coisas. Ajude os participantes
a concluir o discurso com as mesmas idéias na mente.
AS PESSOAS PODEM EXPRIMIR QUAIS SÃO SUAS NECESSIDADES SE PERGUNTARMOS
Pergunte á pessoa quais são as necessidades dela
Atue como facilitador ao ajudar as pessoas a resolver seus problemas
. Ajude a explorar os modos passados e presentes de lidar com a (s) perda (s)
. Ajude a identificar e apoio (pessoas significantes e comunitários)
. Ajude a estabelecer um plano ou construir um objetivo e perseguir no progresso e avaliação.
CÓDIGO DE ÉTICA DO HOSPITAL BRASILEIRO
Redigido por um grupo de especialistas na área, foi aprovado, no final do ano passado, pela Comissão de
Saúde da Câmara dos Deputados, o Código de Ética do Hospital Brasileiro. Sua elaboração é fruto de trabalho conjunto
do secretário do Instituto de Estudos de Problemas Contemporâneos da Comunidade, Niversindo Antônio Cherubin; do
diretor geral das Faculdades de Ciências São Camilo, Augusto Antônio Mezzomo; do presidente dos Colégios
Brasileiro e Pan-Americano de Administradores Hospitalares, João Mezzomo; do diretor geral da Faculdade de
Administração Hospitalar do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Pesquisas Hospitalares, Luiz Oswaldo
Fernandes; do diretor do Instituto Camiliano de Pastoral da Saúde, Leocir Pessini; do teólogo moralista Hubert
Lepargneur, e do coordenador da Pastoral da Saúde da Arquidiocese de São Paulo, Júlio Serafim Munaro.
É este, em sua integra, o Código de Ética do Hospital Brasileiro:
No desejo de bem servir, e conscientes das peculiares responsabilidades do hospital, em relação á vida e á
recuperação da saúde dos pacientes, as entidades que subscrevem este documento proclamam e adotam o presente
código de ética:
1 - A pessoa é a razão de ser de toda a atividade humana. Esse princípio se aplica, em particular, ás instituições
públicas e privadas, ás quais incumbe preservar, manter a recuperar a saúde. Parte inseparável dos sistemas de saúde, o
hospital é o campo privilegiado de atuação das respectivas profissionais, bem assim para seu aperfeiçoamento
profissional e realização pessoal e técnica.
2 - O bom funcionamento do hospital envolve responsabilidades específicas, concernentes á dignidade do paciente, em
todos os estágios da sua internação; ao seu direito de determinar o que deseja ou aceita, à defesa da sua vida e à
promoção da sua saúde. Pressupõe, também, a existência de condições materiais e técnico-profissionais suficientes a
habilitar o seu pessoal à prática dos melhores métodos e terapias possíveis, no interesse da saúde das pacientes.
3 - A recuperação da saúde precede, no hospital, todas as outras preocupações. A responsabilidade fundamental do
hospital é a prestação de cuidados integrais á saúde do paciente.
4 - Para esse fim, o hospital terá a estrutura física, técnica e administrativa suficiente. Sem prejuízo da sua atualização,
a eficiência do serviço hospitalar é medida mais pela dedicação dos seus dirigentes e profissionais ao ideal de salvar
vidas e recuperar a saúde e menos pela sofisticação dos equipamentos, além do que requeiram os serviços que deva
prestar.
5 - O quadro de pessoal e o corpo clínico do hospital devem ser: suficientes para a prestação dos serviços a que se
propõem; plenamente habilitados, do ponto de vista profissional; e conscientemente motivados pelos compromissos
éticos em relação ao paciente. Nessas condições, a administração respeitará integralmente a competência especifica dos
profissionais incumbidos do atendimento dos pacientes, e a responsabilidade correlata pelas prescrições que fizerem. A
responsabilidade da administração limita-se ao estrito cumprimento do que for prescrito pelo médico.
6 - O respeito devido aos profissionais de saúde, que nele atuam, confere a estes a responsabilidade final pela
recomendação do que deve ser feito - resguardado o livre arbítrio do paciente, bem assim a decisão sobre o uso de
equipamentos e instalações oferecidos pelo hospital, conforme as especialidades, que este se proponha atender.
7 - As atividades clínicas, cirúrgicas e administrativas dos hospitais devem pautar-se invariavelmente pelos melhores
padrões éticos e pelo respeito á moral e á lei da Pais.
8 - O direito do paciente á esperança pela sua própria vida torna ilícita - independente de eventuais sanções legais
abdicáveis - a interrupção de terapias que a sustentem. Excetuam-se, apenas, os casos suportados por parecer médico,
subscrito por comissão especialmente designada para determinar a irreversibilidade do caso, em doenças terminais,
com a aprovação, igualmente por escrito, do diretor-clínico do hospital ou instituição.
9 - O hospital respeitará sempre a dignidade pessoal, profissional e econômica dos médicos e pessoal paramédico. E
reconhecerá seu direito de recusa quanto á utilização de métodos, equipamentos e instalações capazes de colocar em
risco a vida, a segurança ou a recuperação da saúde do paciente.
10 - O paciente e/ou seu responsável legal têm direito irrestrito a toda informação referente á sua saúde, ao tratamento
prescrito, às alternativas disponíveis e aos riscos e contra-indicações implícitas em cada uma destas. E reconhecido ao
paciente o direito - igualmente irrestrito - de recusar determinado tratamento.
11 - O paciente tem direito a receber assistência religiosa, pelos ministros de sua escolha.
12 - Os hospitais compatibilizarão seus interesses profissionais, administrativos e financeiros com as possibilidades dos
pacientes e as necessidades das comunidades, sem prejuízo dos padrões e princípios que informam este código de ética.
13 - Convênios e acordos de prestação de serviços hospitalares subordinam-se ao equilíbrio entre : os recursos neles
envolvidos; e o compromisso do hospital de prestar serviços dentro dos parâmetros estabelecidos neste código, e nas
demais normas de conduta profissional relacionada com a recuperação da saúde dos pacientes. Nesse mesmo sentido,
os hospitais evitarão práticas e procedimentos configuradores de concorrência desleal.
14 - O hospital é responsável pelo preenchimento completo e correto do prontuário de cada paciente, e pela sua guarda
e conservação pelo prazo mínimo de cinco anos. Aplicam-se ao prontuário as mesmas normas de confidencialidade que
presidem as relações entre o médico e o paciente.
15 - O bom nome das instituições hospitalares exige a maior probidade no trato de todas as questões financeiras
relacionadas com o atendimento do paciente. A responsabilidade para com a vida e a saúde impede que o hospital
condicione o tratamento necessário ao paciente ao seu pagamento prévio.
CELEBRANDO COM PROVEITO O DIA DO MÉDICO
Nos hospitais principalmente, mas em todos os lugares onde haja um trabalha de Pastoral da Saúde, se deveria
aproveitar as comemorações do Dia do Médico (18 de outubro, dia de São Lucas, Evangelista) para comemorações
especiais. Aqui, apresenta-se um roteiro básico para uma celebração litúrgica, que poderia reunir médicas, enfermeiros,
doentes e agentes da Pastoral, nesse dia. São Lucas é o padroeiro dos médicos.
A CELEBRAÇÃO
Comentarista: Hoje, queremos homenagear aqueles que dedicaram a vida inteira ao alivio da dor e do
sofrimento alheios: aqueles que escolheram ser testemunhas da benignidade e da força salvífica de Jesus, o divino
médica.
Todos: Canto de entrada (á escolha).
Dirigente: Oremos: Senhor, nosso Deus! Celebrando hoje o Dia do Médico, olhai para as necessidades destes vossos
filhos. Com esta celebração, fazei crescer o ânimo e a coragem daqueles que compreendem a sublime missão de
socorrer o irmão prostrado pelas limitações físicas, sobretudo pela doença. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
na unidade da Espirito Santo.
Todos: Amém
Comentarista: Na Sagrada Escritura, Deus mostra o valor do médico e a autoridade que lhe dá.
Leitor 1: Livro do Eclesiástico (38,1-15). Honra ao médico por causa da necessidade, pois foi o Altíssimo que o criou.
Toda medicina provem de Deus, e ele recebe presentes do rei. A ciência do médico o eleva em honra, ele é admirado na
presença dos grandes. O Senhor fez a terra produzir os medicamentos: o homem sensato não os despreza. Uma espécie
de madeira não adoçou o amargor da água? Essa virtude chegou ao conhecimento dos homens. O Altíssimo deu -lhes a
ciência da medicina para ser honrado por suas maravilhas; e dela se serve para acalmar as dores e curá-las: o
farmacêutico faz misturas agradáveis, compõe ungüentos úteis á saúde, e seu trabalho não terminará, até que a paz
divina se estenda sobre a face da terra. Meu filho, se estiveres doente, não te descuides de ti, mas ora ao Senhor, que te
curará. Afasta-te do pecado, reergue as mãos e purifica teu coração de iodo o pecado. Oferece um incenso suave e uma
lembrança de flor de farinha; fazê a oblação de uma vitima gorda. Em seguida, dá lugar ao médico, pois ele foi criado
por Deus; que ele não te deixe, pois sua arte te é necessária. Virá um tempo em que o êxito estará nas suas mãos. E eles
mesmos rogarão ao Senhor que mande por meio deles o alivio e a saúde ao doente, segundo a finalidade de sua vida.
Aquele que peca na presença daquele que o fez, cairá nas mãos do médico.
Palavra do Senhor.
Todas: Graças a Deus.
Comentarista: São Lucas, padroeiro dos médicos, lembra-nos a importância de se exercer a medicina com amor
desinteressado.
Dirigente: Lucas 10,25-37. Levantou-se um doutor da Lei e, para pô-lo á prova, perguntou: "Mestre, que devo fazer
para possuir a vida eterna?" Disse-lhe Jesus: «Que está escrito na Lei? Como é que lês?» Respondeu ele: «Amarás o
Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu pensamento (Deut
6,5): e a teu próximo como a ti mesmo (Lev19,18)». Falou-lhe Jesus: «Respondeste bem: faze isso e viverás». Mas ele,
querendo justificar-se, perguntou a Jesus: "E quem é o meu próximo?" Jesus então contou: «Um homem descia de
Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos de ladrões, que o despojaram ; e depois de o terem maltratado com muitos
ferimentos, retiraram-se, deixando-o meio morto. Por acaso desceu pelo mesmo caminho um sacerdote; viu-o e passou
adiante. Igualmente também um levita, chegando àquele lugar, viu-o e passou também adiante. Mas um samaritano que
viajava, chegando àquele lugar, viu-o e moveu-se de
compaixão. Aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinha; colocou-o sobre a sua própria montaria
e levou-o a uma hospedaria e tratou dele. No dia seguinte, tirou dois denários, deu-os ao hospedeiro, dizendo-lhe: Trata
dele e, quanto gastares a mais, na volta te pagarei. Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele que caiu nas
mãos dos ladrões?» Respondeu o doutor: «Aquele que usou de misericórdia para com ele». Então Jesus lhe disse: «Vai
e faze tu o mesmo» Palavra da salvação.
Todos: Glória a vós, Senhor
Dirigente: breve homília.
Comentarista: Vamos agradecer ao Senhor porque ele chamou gente para continuar a
tarefa que ficou inacabada desde a sua despedida.
Dirigente: As feridas ainda sangram nos corpos dos homens porque as lutas não terminaram, as imprudências
continuam, e os homens não alcançaram o ideal de perfeição.
Todos: Obrigado, Senhor, porque sois o autor da ciência dos médicos.
Dirigente: A febre ainda não passou nos outros servos dos centuriões, porque eles não acharam Deus e não pagam
regularmente seus servos, para que usufruam de algum instituto previdenciário.
Todos: Obrigado, Senhor, porque sois o autor da ciência dos médicos.
Dirigente- Os cegos, surdos, excepcionais, cancerosos...ficam á margem dos caminhos humanos, parque o homem
ainda não aprendeu de Deus as causas de centenas de doenças, e porque as muitas já conhecidas ainda não mereceram
as providências preventivas que as erradiquem.
Tacos: Obrigado, Senhor, porque sois o autor da ciência dos médicos.
Comentarista: Os irmãos de Talita e Lázaro continuam a tombar no sono eterno, porque só vós, Senhor, podeis acordalos, e não mais viestes...
Todos: Então chamastes alguém que ficasse em vosso lugar:
1º Voz: Alguém que limpasse as feridas, enxugasse o sangue e fosse uma presença
amiga...
2º Voz: Alguém que não apenas prescrevesse um antitérmico, mas que, compreendendo o desequilíbrio da saúde como
um todo único, ajudasse o paciente a se reerguer para um bem-estar psíquico, social e espiritual também...
1º Voz: Alguém que se empenhasse em reencaminhar os marginalizados para seu lugar entre os homens, pelo trabalho
e pela solidariedade; e que educasse a todos na profilaxia desses males...
2: Voz: Alguém que lutasse pela vida e, ao ter de entrega-la a Cristo, conseguisse ao menos dar sentido e valor ás
feridas, á febre á anomalia - brechas todas testemunhas de um parto doloroso da imagem pessoal do paciente, "fac
símile" do Crucificado.
Todos: Esse alguém, que emprestou suas mãos para que Crista continuasse a libertar os homens, é o médico.
Dirigente: O Deus, neste dia do médico, queremos pedir que o abençoeis, para que a libertação dos cativos da doença
não deixe de se realizar até que toda lágrima seja enxugada e que a vida alcance a vitória definitiva sobre a morte.
ORAÇÃO DO MÉDICO
Cristo, sou um médico. Todos os dias tenho entre as mãos a obra prima da criação: o corpo humano. Antes de te
apresentar as minhas angústias e as contradições que aparecem no exercício de minha profissão, quero pedir-te para
conseguir contemplar sempre o corpo do homem como a mais bela maravilha da criação.
Que eu sempre me lembre, Senhor, de que tu o contemplaste com admiração e alegria, logo que o criaste. E
que nunca me esqueça de que não só o espírito do homem, mas também o seu corpo, foi criado á tua "imagem e
semelhança".
Tu. Cristo, foste o primeiro e verdadeiro médico da História.
Ninguém como tu sentiu a indignação e a tristeza perante qualquer espécie de mal que feria o corpo humano.
Era precisamente esse teu amor natural- que te levava a curar qualquer doente que encontrasses. Ao menos eu foste o
médico que "curaste a iodos".
Que eu compreenda, Senhor, o segredo que te levava a não suportar nenhum gênero de doença. Que há de
misterioso e grandioso no corpo humano para que tu, resolvendo ficar eucaristicamente entre nós, tenhas querido
escolher fazê-lo não apenas espiritualmente, mas também corporalmente?
Para ti, curar um homem de uma doença era mais importante que observar a lei. E para mim?
A nossa responsabilidade está intimamente ligada á vida física do homem, condição primeira para que o
homem exista e possa ser pessoa. Se é certo que ainda não tenho à minha disposição todos os meios necessários para
sondar as origens do mal que aflige o homem, é também certo que, se me aproximasse dos doentes com mais amor e
atenção, descobriria que uma grande parte das doenças que os afligem depende das condições de injustiça social, das
condições desumanas de trabalho, de miséria, de ignorância e do ambiente em que têm que viver.
Que eu nunca me esqueça, Senhor, de que o corpo humano não è apenas uma máquina. Na realidade, Senhor, ninguém
melhor do que o médico, se fiel á sua missão, pode compreender como qualquer doença se encontra intimamente
relacionada com iodo o mistério do homem Não é possível curar um corpo, esquecendo que este corpo pertence a uma
maravilhosa e complexa realidade de pessoa que pensa e ama.
JURAMENTO
Dirigente: Compromisso agora assumido com Cristo, renovemos, como médicos, o juramento feito quando da colação
de grau. E que se renovem, também, com o desejo de concretizá-los, os sonhos que então faziam a nossa alegria,
naquela data.
Médicos: «Prometo que, no exercer a medicina, mostrar-me-ei sempre fiel aos preceitos da honestidade, da caridade e
da ciência peneirando no interior dos lares, meus olhos serão cegos e minha língua calará os segredos que me forem
revelados, os quais terei como preceito de honra. Nunca me servirei de minha profissão para corromper ou favorecer o
crime.
Se eu cumprir este juramento com fidelidade, gozem para sempre, minha vida e minha arte, de boa reputação entre os
homens. Se o infringir, ou dele me afastar, suceda o contrário".
Dirigente: Benção final.
Todos: Canto final ou música de fundo.
A PASTORAL DA SAÚDE EM PONTA GROSSA
Maurícia Gaviovis
A Pastoral da Saúde, em Ponta Grossa, no Paraná, existe desde l972. Durante oito anos, atuou-se em uma linha
voltada para dentro dos hospitais. Colocavam-se em relevo o doente hospitalizado e os profissionais envolvidos com o
mesmo: médicos, enfermeiras, auxiliares de enfermagem, atendentes e demais funcionários. Com eles, comemoravam se datas, promoviam-se encontros etc.
A Campanha da Fraternidade do ano de 1981 com seu slogan «Saúde para todos» apelava para uma atuação
mais eficaz no campo da saúde. Motivada por esse slogan, a equipe diocesana de Pastoral da Saúde questionou -se e
resolveu tomar novos caminhos, partindo para uma Pastoral mais aberta, voltada para a realidade da saúde da
comunidade e dos doentes abarcados por ela.
Em 1982, foram realizados dois cursos para formar agentes de Pastoral da Saúde. Com estes cursos formou-se
um total de 350 agentes. Além destes, foram promovidos alguns cursos e encontros para visitadores e outros.
Com isso, a Pastoral da Saúde objetiva formar equipes paroquiais de Pastoral da Saúde em todas as Paróquias
da Diocese, utilizando para tal os agentes formados, os profissionais da área da saúde e demais pessoas interessadas,
para desenvolver em conjunto atividades pastorais concernentes à saúde.
Entendeu-se que a formação de agentes é a base para desenvolver um trabalho eficiente e eficaz nesse campo.
Por esse motivo, a Pastoral da Saúde continuou formando agentes também nos anos seguintes: 1983, l984, l985 e 1986,
e atuando na mesma linha, parque ela visa também a preocupação da Diocese em assistir espiritualmente os doentes e
educar a população para a saúde - "Saúde para iodos".
Essa motivação faz com que á equipe e os agentes intensifiquem, de uma maneira organizada, seus esforços
em favor dos doentes, através de campanhas, meios de comunicação, cursos, encontros, debates e prestação de
assistência material e espiritual aos doentes. Temos Missas próprias para os enfermos. Unção dos Enfermos, encontros
em nível de Paróquia etc.
Com essa caminhada de cinco anos, contamos com muitas equipes paroquiais de Pastoral da Saúde já
formadas e em atuação. Toco o trabalho e os conhecimentos de Pastoral da Saúde estão sendo embasados nos recursos
dos Camilianos de São Paulo, através de cursos e literatura própria para essa Pastoral.
É uma preocupação da Pastoral da Saúde estar bem informada da atualidade no campo da saúde,
principalmente da Pastoral. Por isso, seus membros participam de Congressos Nacionais de Pastoral da Saúde e dos
Encontros Regionais e Nacionais
da Saúde.
Neste ano, a Pastoral da Saúde teve a feliz idéia de desenvolver atividades junto aos deficientes físicos da
cidade de Ponta Grossa, Como ponto de partida para esse novo trabalho, foi realizado o 1º Encontro dos Deficientes
Físicos em Ponta Grossa, no dia 23 de fevereiro. Após esse encontro, utilizaram-se os meios de comunicação da cidade
para levar em frente a idéia lançada, de se formar uma Associação dos Deficientes. Com reuniões periódicas,
conseguiu-se elaborar os estatutos e registrá-los. A associação já existe e está em fase de campanha para arrecadar
fundos. A Pastoral continua apoiando e auxiliando essa associação.
O enfoque a todas essas atividades é dado á pessoa de Jesus Cristo, Supremo Pastor e motivo de nossa doação.
É ele que deve ser conhecido e amado no campo da saúde e levado através dos agentes ao doente. Portanto, a maior
preocupação da Pastoral da Saúde está sendo tornar o campo da saúde mais cristão.
Irmã Maurícia Gaiovis é a coordenadora diocesana da pastoral da saúde de Ponta Grossa.
A FUNÇÃO DO HOSPITAL E DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE
Maria lsabel Strong, assistente social do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas, da
Universidade de São Paulo, apresentou, durante o VII Congresso Brasileiro de Humanização e Pastoral da Saúde, o
tema «A função dos hospitais e dos profissionais da saúde», detendo-se mais no papel desempenhado pelas assistentes
sociais e como seu trabalho poderia ser dinamizado. Esta é a Integra de sua participação.
Pediram-me que falasse, no VII Congresso Brasileiro de Humanização e Pastoral da Saúde, sobre os aspectos sociais da
identidade dos hospitais. Como assistente social, há doze anos atuando no campo da saúde, sinto-me á vontade para
falar sobre o tema. Muitos aqui conhecem o trabalho que realiza o assistente social em um hospital, posto que este
profissional participa das equipes de atendimento aos doentes, tanto aos internados quanto aos externos.
O assistente social é um profissional de nível universitário, que detém um elenco de conhecimentos que o
capacitam para intervir em problemas sociais, de forma a ajudar pessoas e grupos de pessoas a superarem dificuldades
sociais em seu cotidiano. Sua ação profissional se exerce não só em hospitais, mas também em centros de saúde,
escolas, empresas e instituições diversas de prestação de serviços sociais á população.
Como assistente social do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clinicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo, tenho-me defrontado com problemas sociais de grande magnitude, que se
refletem diretamente na qualidade de saúde da população. Parece cada dia mais aumentar o nível de carência e
empobrecimento daqueles que procuram assistência médica em nosso hospital. Aumenta a cada dia o contingente de
pacientes que, após a alta hospitalar, não têm para onde ir, porque vieram de lugar nenhum: são os parias da sociedade,
representantes da miséria absoluta, moradores não só das favelas e dos cortiços, mas também das pontes e viadutos
desta grande cidade de São Paulo. Se os hospitais têm hoje em dia uma identidade, ela mostra a fotografia do abandono
á saúde da população; seu RG é o número crescente de casos de fraude e fechamento de hospitais, por absoluta falta de
condições para funcionamento.
Como elemento integrante na equipe multiprofissional de atenção ao paciente no hospital, cabe ao assistente
social desenvolver sua atuação no sentido de agilizar a ocupação dos leitos, prevenindo a ocorrência de impedimentos
para a saída do paciente após a alta médica. No Instituto de Ortopedia e Traumatologia do HC, utilizamos, como
procedimento técnico, a entrevista preliminar ao paciente no leito, imediatamente após a internação ou logo que ele
possa se comunicar. Esta entrevista hão tem por objetivo aprofundar as questões sociais e a problemática de vida do
paciente; isto será feito posteriormente, nas entrevistas subseqüentes. A entrevista preliminar é um instrumento de
conhecimento das condições familiares, de habitação e de trabalho do paciente, para sabermos de onde ele veio e para
onde vai na fase de convalescença.
Após a alta hospitalar, começam os problemas maiores da população, entregue a toda sorte de dificuldades
sociais. Em uma cidade como São Paulo, as instituições de retaguarda médico-social estão sempre superlotadas e é
difícil conseguir uma vaga. Os pacientes, após a alta hospitalar, muitas vezes necessitam de cuidados de enfermagem,
curativos, higiene no leito, alimentação adequada e especialmente transporte para os retornos ao hospital nos dias de
consulta para seguimento médico. Infelizmente, as comunidades não estão preparadas para prestar essa ajuda, nem
tampouco os pacientes das camadas mais carentes podem fazer frente a essas dificuldades.
Em países onde a assistência à saúde da população encontra-se em estágio mais avançado, é prática rotineira a
atenção domiciliar ao doente e seu transporte em condições adequadas até a unidade de saúde. Na República Federal da
Alemanha por exemplo, existe o Zivildienst, serviço social, mantido pelo sistema de seguridade social da Alemanha e
equipado para atender doentes, deficientes físicos, excepcionais e idosos em seus lares. Participam deste serviço os
jovens em idade de serviço militar, os quais preferem prestar o serviço civil.
Diante dos aspectos sociais dos hospitais aqui levantados, e guardadas as devidas proporções e possibilidades
de aplicação, gostaríamos de finalizar, lançando para reflexão dos presentes a idéia da implantação de um serviço
semelhante ao Zivildienst para os nossos pacientes que receberam alta hospitalar. Este serviço poderia ser realizado
através das ações voluntárias e organizadas pela Pastoral da Saúde, em entrosamento com as equipes multiprofissionais
dos hospitais.
Uma iniciativa desta natureza beneficiaria a população no sentido de uma recuperação mais rápida da saúde,
assim como seria um instrumento de rentabilidade do leito hospitalar. Essas equipes de Pastoral da Saúde do serviço
civil seriam então os «braços longos» do hospital, dando continuidade ás ações de restauração da saúde
do paciente, chegando até onde o hospital ainda não chega.
No Brasil, atualmente, as políticas sociais de saúde têm caráter campanhista, flutuam ao sabor de emergências
que assustam ou agridem a sociedade, sem uma continuidade que lhes garanta eficácia e eficiência em suas propostas
de ação. Lamentavelmente, o direito á saúde plena tem sido negligenciado por parte daqueles aos quais cabe formular
as políticas de saúde no Pais. Nós não podemos nem devemos ficar á espera de que as ações políticas venham resolver
de vez os problemas de saúde da população. Nosso compromisso como agentes da saúde deve ser cumprido enquanto
profissionais, qualquer que seja nosso campo de atuação, como pessoas humanas que somos e enquanto cidadãos deste
Pais.
ÉTICA BÁSICA DA ENFERMAGEM
Hubert Lepargneur
Entre o corpo médico e o corpo do enfermo, o pessoal da enfermagem assume muito, mesmo quando parece
pouco. Mais próxima do doente, pode a enfermeira ser solicitada por ele a fim de compartilhar alguns de seus
problemas ou seu ponto de vista. Auxiliar do médico, ela é convidada a entrar de maneira ativa na lógica da terapia
adotada. Entre estes dois pólos, cuja heterogeneidade ninguém mede melhor do que a enfermeira, ela endossa tarefas e,
portanto, problemas específicos, com uma responsabilidade que tende cada vez mais a ser própria.
Como ajudante da recuperação do doente, sua intervenção assume um caráter global, ainda que suas funções
se fracionem numa infinidade de medidas práticas e concretas - a menos que sejam administrativas, para as enfermeiras
«mais bem colocadas».
Qualificamos esta demorada intervenção de global porque, além de ser de todos os instantes, ela se reveste de
cunho pessoal e personalizante. Personalizante porque a meta é, na medida do possível, tornar mais sadiamente
autônomo o doente assistido; mas esta prospectiva, além de não se verificar para alguns excepcionais ou pessoas muito
idosas que perderam alta percentagem de independência, parece se chocar com o aspecto materno da assistência que
leva alguns doentes a regressar numa passividade infantil. A medida certa se avalia no contexto do prognóstico de
recuperação, mas também da situação individual, ambiental e global, que cabe à enfermagem respeitar, mesmo quando
a administração hospitalar, pressionando o corpo médico, entende se livrar dos doentes desprovidos de condições de
sair (a situação não é tão rara quanto se pode pensar)
As maiores decisões concernentes, ora intervenções cirúrgicas ora opções terapêuticas, são normalmente
tomadas no diálogo entre o médico e o doente: o saber clínico defronta-se com uma situação particular. Essa é pelo
menos a doutrina mais em evidência. Entre os problemas que ela esconde, destacamos os dois seguintes.
Um diz respeito aos erros em que o médico pode casualmente incidir (como toda pessoa), ou ás lacunas que
alguma emergência vem revelar no plano de tratamento. A enfermeira usa tanto seus conhecimentos teóricos como
recorre a sua experiência prática para corrigir em tempo útil medidas obviamente erradas ou encontrar alternativas
cabíveis em situações imprevistas (falta do remédio ordenado, quebra de um aparelho...). É comum que uma antiga
enfermeira tenha uma segurança superior ao conhecimento prático de um residente ou estagiário, de modo que passa
intuir, prevenir ou corrigir eventuais lapsos clínicos.
Outro tipo de problema costuma atormentar especialmente religiosas que trabalham em instituições
hospitalares, cuja direção clínica lhes escapa, mesmo quando a Congregação ainda assume a responsabilidade pública e
legal pelo estabelecimento. Refere-se aqui a intervenções condenadas ou suspeitas do ponto de vista da moral ensinada
pela Igreja Católica. A vinculação ostensiva da instituição convida ao respeito firme das normas promulgadas pelo
magistério eclesial. Lembramos, porém, que a decisão de intervenção na terapia é tomada num diálogo secreto entre o
médico e o paciente.
Cabe, portanto, à Instituição, enquanto depende de religiosas ou de cristãos convictos, disciplinar ou orientar,
por um lado suas relações contratuais e de colaboração com os médicos, e por outro suas relações contratuais, legais ou
assistênciais com os doentes atuais ou potenciais. A recusa de participação numa atividade que o sujeito moral censura
interiormente, quando sabe que carece de poder decisório quanto à sua efetivação (por isso ele pode não estar
totalmente inteirado das condições concretas e muitas situações são objetivamente ambíguas), constitui uma medida
externa que não deve ser tomada de leve nem independentemente da avaliação das repercussões previsíveis. Em outras
palavras, a equipe terapéutica è uma realidade solidária que possui seu chefe responsável, que não se deve quebrar sem
gravíssimas razões.
A prática da enfermagem envolve disfunções menos perceptíveis mas que não contribuem menos para solapar
a humanização do trato hospitalar em razão da multiplicação diária de suas incidências ou implicações. As enfermeiras
são hoje assistidas ou substituídas nas funções reputadas mais corriqueiras ou de menor relevo, par uma plêiade de
atendentes da mais modesta formação humana e técnica. Por vezes, a responsabilidade situa-se em nível superior ao do
salário. Por negligência ou falta de tempo, a enfermagem não toma conhecimento de que esse pessoal subalterno não
dispõe do preparo ou do incentivo para exercer os desempenhos com toda a idoneidade desejável. Em vez de corrigir os
defeitos, com discreta e oportuna observação ou intervenção, a fim de melhorar aos poucos os serviços, fecham-se os
olhos sobre, par exemplo, o desaparecimento do leite destinado à absorção dos remédios; após mistura de leite velho e
leite novo, certos serviços não dispõem mais do produto em qualidade e quantidade suficientes. Indevida apropriação
particular frustra alguns departamentos até de produtos ou aparelhos mais onerosos.
Apresentando a enfermagem uma continuidade diurna e noturna de cuidados e vigilância, que poucos outros
serviços sociais exigem, seu feliz desempenho ressente-se particularmente do clima ou desumanização que envolve
ambientes de trabalho, instrumentos de eficácia, assim como as pessoas dos funcionários e dos pacientes. Irradiando de
um lado sobre o mundo dos doentes e por outro sobre os demais profissionais da saúde, a categoria da enfermagem
enfrenta uma pesada responsabilidade que, em geral, não deixa de ressaltar sua abnegação como a discreta eficácia e
alta consciência de seus membros. E também verdade que há sempre espaço para melhorar algo. As reuniões de
avaliação de desempenho ou programação das tarefas, por exemplo, nem sempre são fáceis de se fixar e agradáveis de
travar, mas sua freqüente supressão pode significar recuo ético e decadência do padrão geral de atendimento.
A deontologia concreta de enfermagem depende do seguimento das normas que a classe se determina a si
mesma, mas ainda mais de um amor pessoal pela vida e pelos seres humanos que se comprova pela dedicação nas
tarefas de profilaxia educativa e de prevenção sistemática. A ética e mística que a animam abrem-se para a mais larga
difusão e participação porque, se os cuidados de saúde por um lado pedem uma competência cada vez mais exigente,
por outro são compartilháveis com quase todos os cidadãos capazes e responsáveis: oxalá presenciemos um «despertar
de doente».
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