Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (SESA-PR/PPSUS)

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IDENTIFICAÇÃO DE FATORES QUE INFLUENCIAM O ALEITAMENTO
MATERNO EM NUTRIZES DO MUNICÍPIO DE LONDRINA/PR
Terezinha Sperandio Lemes (Fundação Araucária/IC balcão), Jéssica
Antônia Pinesso Montovani, Ricardo Sérgio Couto de Almeida (Orientador),
e-mail: [email protected]
Universidade Estadual de Londrina/Departamento de Microbiologia e
Departamento de Medicina Oral e Odontologia Infantil.
Área de conhecimento: Ciências da Saúde, Saúde Coletiva
Palavras-chave: Aleitamento materno, nutrição do lactente, desmame.
Resumo
O leite humano é o alimento ideal para recém-nascidos pois além de ajudar
a prevenir infecções em recém-nascidos por meio do desenvolvimento de
fatores de resistência, estimula o sistema imunológico e o sistema orofacial
do lactente. A Organização Mundial de Saúde (2001) preconiza que a
amamentação é a melhor forma de alimentar o lactente e recomenda o
aleitamento materno exclusivo (AME) até os 6 meses de vida da criança.
Entretanto, mesmo com todas as vantagens do aleitamento materno, o
desmame precoce vem ocorrendo. Os objetivos deste trabalho foram
acompanhar por 3 meses um grupo de mães para identificação de fatores
que influenciam no aleitamento materno e verificar os motivos que levaram à
complementação da dieta dos bebês. Das 330 (100%) nutrizes, 187 mães
relataram dor, foram acompanhadas e receberam orientação para remissão
dos sintomas. Em relação ao aleitamento materno, 236 (72%) mães
mantiveram o aleitamento materno exclusivo e 94 (28%) complementaram a
alimentação de seus bebês antes dos três meses de vida interrompendo o
AME. Assim, verificamos que a falta de informação e instrução das mães
levam a introdução precoce de alimentos na dieta, promovendo uma serie de
riscos para a saúde de seus filhos. Portanto deve-se, por parte do governo,
promover campanhas de conscientização mais eficazes e projetos de apoio
para essas lactantes.
Introdução e Objetivos
O leite humano é o alimento ideal para recém-nascidos, pois é uma
substância limpa e pura, produzida no organismo da mulher e está sempre
na temperatura correta e é de fácil digestibilidade, além de ajudar a prevenir
infecções em recém-nascidos por meio do desenvolvimento de fatores de
resistência, estimular o sistema imunológico e o sistema orofacial do
lactente.
A Organização Mundial de Saúde (2001) preconiza que a
amamentação é a melhor forma de alimentar o lactente e recomenda o
aleitamento materno exclusivo (AME) até os 6 meses de vida da criança e
complementado até os dois anos ou mais (BRASIL, 2009). Mas mesmo com
todas as vantagens que o aleitamento materno oferece tanto para mãe como
para o bebê, o desmame precoce vem ocorrendo, seja por influências sócioeconômico-cultural materno; necessidade de retorno ao trabalho; influência
familiar; traumas mamilares que dificultam a amamentação, entre outros.
A introdução de outros alimentos na dieta do bebê, interrompendo o
aleitamento materno exclusivo pode causar prejuízos para a saúde da
criança uma vez que essa introdução precoce pode levar a quadros de
diarréia, processos alérgicos, doença respiratória, risco de desnutrição,
menor absorção de nutrientes importantes do leite materno, menor eficácia
da lactação como método anticoncepcional e menor duração do aleitamento
materno (RAMOS; ALMEIDA, 2003).
Os objetivos deste trabalho foram acompanhar por 3 meses um grupo
de mães, com faixa etária entre 18 e 45 anos, para identificação de fatores
que influenciam no aleitamento materno e verificar os motivos que levaram
as mães a utilizar outros alimentos na complementação da dieta dos bebês.
Procedimentos metodológicos
Coleta de dados com utilização de questionário aplicado a um grupo de
mães na faixa etária de 18 e 45 anos, que realizaram o parto na maternidade
de referência do município de Londrina. As lactantes foram monitoradas
semanalmente durante três meses e o acompanhamento foi em relação a
presença de dor mamilar, aleitamento materno e dificuldades para
amamentar. Foram entrevistadas e monitoradas um total de 330 mães
(100%). Este trabalho está inserido no projeto "Candidíase mamilar:
avaliação epidemiológica na cidade de Londrina, seu papel no desmame
prematuro e avaliação do tratamento” aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa com Seres Humanos da UEL, CAAE 06176712.9.0000.5231.
Resultados e discussões
Das 330 (100%) nutrizes, 187 mães relataram dor, foram acompanhadas e
receberam orientação para remissão dos sintomas. Em relação ao
aleitamento materno, 236 (72%) mães mantiveram o aleitamento materno
exclusivo e 94 (28%) complementaram a alimentação de seus bebês antes
dos três meses de vida interrompendo o AME.
Das 94 mães que não mantiveram AME, 41 relatam dor mamilar.
Destas, 12 tiveram candidíase mamilar confirmada por diagnóstico (sinais e
sintomas, presença de Candida spp. na lesão e remissão após tratamento
com nistatina). Outras 22 mães apresentaram dor mamilar no início da
amamentação e foram orientadas a complementar a dieta dos bebês com
leite formulado e relataram não ter mais dor. Porém, após um período
aproximado de 30 dias, relataram que o “leite secou” e não amamentaram
mais. As 7 mães restantes descreveram sentir dor somente no início da
amamentação e também complementaram a dieta.
As outras lactantes que não relataram dor (53 mães), mas que
também complementaram a dieta dos filhos alegaram os seguintes motivos:
“tenho pouco leite”, “meu leite está secando”, “estou sem tempo”, “bebê está
com muita cólica”, “estou voltando ao trabalho”, “estou voltando a estudar”,
“ciúmes do irmão mais velho”, “introduzi o complemento na parte da noite
porque o bebê estava chorando muito e não estava satisfeito com a
mamada” e orientação médica. Os alimentos mais citados foram leite
formulado, chá de camomila e água.
Já as 236 lactantes que mantiveram o aleitamento materno exclusivo
por 3 meses, 90 (40%) tiveram dor e mesmo com este fator mantiveram o
AME. Destas 90 mães, 22 conseguimos acompanhar e eliminar a dor
através de instruções á respeito da pega do bebê e de como manter a
higiene do local, possibilitando a continuação da alimentação exclusiva dos
seus filhos.
Conclusão
A partir dos dados obtidos nesta pesquisa, conclui-se que mais de 70 % das
mães acompanhadas mantiveram o aleitamento materno exclusivo e
relataram a conscientização e a valorização da amamentação. Entretanto,
aproximadamente 30% das mães pesquisadas relataram a introdução
precoce de outros alimentos na dieta da criança antes dos primeiros três
meses de vida, sendo que os principais alimentos relatados foram leite
formulado, chá e água. E com este resultado verificamos que a falta de
informação e instrução das mães levam a introdução precoce de alimentos
na dieta, promovendo uma serie de riscos para a saúde de seus filhos.
Portanto deve-se, por parte do governo, promover campanhas de
conscientização mais eficazes e projetos de apoio para essas lactantes.
Agradecimentos
Os autores agradecem a Secretaria Municipal de Saúde de Londrina pela
colaboração. Suporte financeiro: Secretaria de Estado da Saúde do Paraná
(SESA-PR/PPSUS), Fundação Araucária e CNPq.
Referências
 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Atenção Básica. Aleitamento materno e alimentação
complementar Saúde da criança: nutrição infantil. Ministério da
Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção
Básica. Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2009. 112 p (Série
A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Básica, n. 23).
 RAMOS, C.V.; ALMEIDA, J.A.G. Alegações maternas para o
desmame: um estudo qualitativo. J. P., Rio de Janeiro, v.79, n.5, p.
395-90, 2003.
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