Regiões HII Regiões de formação estelar Função de massa inicial Evolução pré-seq. principal Equilíbrio na seq. principal Evolução estrelas de baixa massa Nebulosas planetárias anã branca Estrelas (IV) Gastão B. Lima Neto Vera Jatenco-Pereira IAG/USP www.astro.iag.usp.br/~aga210 AGA 210 – 1° semestre/2016 Formação estelar • As estrelas nascem em nuvens de gás e poeira. anos anos anos anos Tempo estágio 1 estágio 2 estágios 3/4 estágio 5 Regiões HII • As jovens estrelas tipo O e B emitem muita radiação ultravioleta. – espectro de corpo negro, com temperatura > 10.000K. • Ionizam o hidrogênio que está nas proximidades. • Criam as chamadas regiões HII Nomenclatura espectroscópica hidrogênio neutro HI hidrogênio 1 vez ionizado HII hélio neutro HeI hélio 1 vez ionizado HeII hélio 2 vezes ionizado HeIII Fe que perdeu 13 elétrons FeXIV Regiões HII espectro típico de uma região HII • Regiões HII na galáxia M51 Formação de estrelas nas espirais • Nas galáxias espirais, há compressão das nuvens de gás nos braços. • Induz à formação estelar. • Outras formas de induzir formação estelar: – Explosão de Supernovas; – Colisão de galáxias. Estrelas O e B próximas Orion • Magnitude limite = 8. • Note uma concentração de estrelas O e B (as azuis) partindo de Orion. – Cinturão de Gould (identificado em 1847 por Herschel e em 1879 por B. Gould). Estrelas O e B próximas US Cep OB6 Sol _ Per LCC Tr 10 Lac OB1 Per OB2 Vela OB2 í í UCL Ori OB1a Ori OB1b Ori OB1c í í í Perrot & Grenier A&A 404, 519 (2003) • Cinturão onde muitas estrelas se formaram entre 30 e 40 milhões de anos atrás. • O cinturão de Gould apresenta uma rotação e expansão. • O Sol se encontra atualmente a cerca de 12 pc acima do plano equatorial e a 100 pc do centro. • Origem controversa: “feedback” de formação estelar? Função de massa inicial • Quantas estrelas de massa M são formadas. log(função de massa inicial) [quantidade de estrelas formadas] 100 10 1 1 10 • sub estelar baixa massa intermediária log (massa) alta massa 100 massa 150 500 São formadas muito mais estrelas de baixa massa. M (M) % número % massa < 0,08 37,2 4,1 0,08 – 0,5 47,8 26,6 0,5 – 1 8,9 16,1 1–8 5,7 32,4 >8 0,4 20,8 Objetos de massa sub-estelar • Não tem estrela com massa menor que 0,08 massas solares – Neste caso temos uma anã marrom que não tem densidade e temperatura suficiente para fusão do hidrogênio há fusão de deutério. – Temperatura da fotosfera ~ 2500 – 500 K. – Abaixo de ~0,01 massas solares planeta. Deutério = Hidrogênio com núcleo de Próton + Nêutron Júpiter anã marrom TWA 5B Sol Primeira anã marron descoberta em 1994 Massa das estrelas • Provavelmente não há estrelas com massa maior que ~250 M. – A proto-estrela se fragmenta ou, ao colapsar, “explode”. • pressão da radiação pode impedir a formação. • Crowther e colaboradores detectaram uma possível estrela de 256 M em 2010. Apenas 5 estrelas conhecidas tem massa acima ou igual a 150 M. número relativo de estrelas formadas – Mas isto provavelmente não acontece com as primeiras estrelas, que se 100 formam a partir de H e He deveríamos observar unicamente, nos primórdios estas estrelas se elas se do Universo. formassem 10 1 • • • 1 Para referência: 1 M ≈ 1000 MJúpiter Limite p/ fusão de Hidrogênio: ~ 84 MJúpiter ~ 0,08 M. Limite p/ fusão de Deutério: ~ 13 MJúpiter ~ 0,01 M. 10 100 150 massa estelar [unidade solar] 500 Trajetória evolutiva no diagrama HR • Conhecendo a Luminosidade e Temperatura de uma estrela ou proto-estrela é possível posicioná-la no diagrama HR. • Durante a vida de uma estrela sua Luminosidade e Temperatura se alteram, portanto sua a posição muda no diagrama HR. • A trajetória de um objeto no diagrama HR é um retrato de sua evolução. De proto-estrelas até estrelas A partir daqui começam as reações nucleares de “queima” de hidrogênio: a estrela “nasce”. tempo para chegar na linha tracejada • Trajetória no diagrama H-R. Note a duração desta fase. Sequência Principal • As estrelas passam a maior parte da vida na Sequência Principal. • Fonte de energia é a fusão nuclear do Hidrogênio: cadeia de reação Próton-Próton I: e+ e+ 4 prótons 1 hélio + energia (mais neutrinos e pósitrons). www.astro.iag.usp.br/OCeuQueNosEnvolve.pdf Sequência Principal • As estrelas passam a maior parte da vida na Sequência Principal. • Fonte de energia é a fusão nuclear. • A estrela se mantém em equilíbrio entre seu peso e a pressão gerada pela energia produzida no centro. • Se a taxa de reações nucleares diminui, a estrela se contrai; • Mas ao se contrair, esquenta e aumenta a densidade no núcleo; • Isto faz aumentar a taxa de reações. pressão gravidade Sequência Principal • O equilíbrio na Sequência Principal não é perfeito – A estrela perde energia com uma taxa dada por sua luminosidade [luminosidade = perda de energia] • O Sol ainda deve esfriar, aumentar o raio e aumentar a luminosidade: Temperatura na Terra vai aumentar. Em 1 bilhão de anos a luminosidade do Sol será 10% superior à luminosidade de hoje. • 90% das estrelas observadas estão na Seq. Principal. • O tempo de vida na Sequência Principal depende da massa. Após a Sequência Principal • Ao terminar o hidrogênio disponível, a estrela sai da Sequência Principal: termina a fusão de hidrogênio em hélio no centro. • Durante o período de “queima” de hidrogênio no centro, a diferença entre as estrelas está apenas no tempo que cada uma permanece na Sequência Principal. • A evolução é determinada pela massa. • Estágios após a Seq. Principal são muito diferentes de acordo com a massa da estrela. Estrelas de baixa massa • 0,08 < M < 0,4 Massa solar : anã vermelha. • Convecção faz com que quase todo o hidrogênio circule pelo centro. • Quase todo o H se converte em He. Inicialmente a estrela se contrai e esquenta. • Eventualmente, a estrela esfria e perde luminosidade, mantendo o tamanho aproximadamente constante. • Mas, uma estrela de 0,4 M vive cerca de 1 trilhão de anos e o universo tem só 14 bilhões. Estrelas de massa não tão baixa • M ~ 0,4 até ~8 massa solar: – o Sol. • Convecção é restrita a uma camada próxima da superfície. Estrelas de massa não tão baixa • M ~ 0,4 até ~8 massa solar: – o Sol. • Convecção é restrita a uma camada próxima da superfície. d • Em (a), não há mais H no centro para queimar: b – sai da Seq. Principal. c • O centro do Sol se contrai. – energia potencial gravitacional. – Temperatura no centro começa a aumentar. – Esquenta parte mais externa do centro e incha a estrela • O Sol se expande e a sua luminosidade aumenta. – gigante vermelha. a Estrelas de massa não tão baixa • M ~ 0,4 até ~8 massa solar: – o Sol. • Entre (a) e (b) queima de H em uma casca em volta do centro. • Em (b) a temperatura no centro é tão alta que começa a fusão do Hélio. – forma Carbono no núcleo. – flash do Hélio (apenas estrelas até ~2 M). • Depois do flash, o núcleo se resfria e a estrela se contrai até (c) rapidamente. d b c a Estrelas de massa não tão baixa • M ~ 0,4 até ~8 massa solar: – o Sol. • A partir de (c) o Sol começa a queimar He em uma casca ao redor do núcleo de carbono; o H continua a ser queimado numa casca mais externa. envelope sem queima queima de Hidrogênio queima de Hélio Núcleo de Carbono d b c a Estrelas de massa não tão baixa • M ~ 0,4 até ~8 massa solar: – o Sol. • A partir de (c) o Sol começa a queimar He em uma casca ao redor do núcleo de carbono; o H continua a ser queimado numa casca mais externa. • Temperatura diminui na fotosfera, luminosidade aumenta e o raio aumenta. • O diâmetro do Sol se tornará maior que a órbita da Terra em (d). O Sol é uma supergigante nesta fase. d b c a Estrelas de massa não tão baixa • M ~ 0,4 até ~8 massa solar: – o Sol. • O Sol já perdia (perde) massa na Seq. Principal. d • Na fase de gigante vermelha, perde muito mais. – Instabilidades maiores. • O Sol termina em (d) perdendo uma parte importante da massa devido às instabilidades. b c a Nebulosas Planetárias • Na fase em que as reações no núcleo cessam, a queima nas camadas mais externas fica instável, e a estrela pulsa, ejetando o envelope mais externo. • O resultado é uma Nebulosa Planetária que se expande iluminada pelo núcleo que, no futuro, se converterá numa anã branca. • A nebulosa em expansão misturar-se-a com o meio interestelar, enriquecendo-o em elementos mais pesados. • O nome “Nebulosa Planetária” vem do século 18, pois sua aparência em um telescópio antigo parecia com o disco de um planeta. Uma Nebulosa Planetária não tem nenhuma relação com planetas. IC 418 2000 anos-luz de distância Nebulosas Planetárias <— 30.000 anos f • • • —> e Perda de massa de estrelas com até ~ 8 massas solares (e) A estrela mantém a luminosidade e se contrai => temp. aumenta (f) A estrela não pode mais se contrair e não tem mais fonte de produção de energia – termina como anã branca com núcleo de carbono. Nebulosas Planetárias ~ 2000 conhecidas na nossa galáxia M57 M2-9 imagens de B. Balick (HST) • NGC 6751 “Aquila” Gás rarefeito, excitado pela estrela central, que vai se dissipando: emissão de linhas (não é um corpo negro). Pressão de elétrons degenerados • Princípio de exclusão de Wolfgang Pauli (1900–1958): “Partículas como o elétron (férmions, isto é, de spin = ½) não podem ter os mesmos números quânticos.” • A matéria quando é muito comprimida resiste inicialmente pela pressão térmica; se for mais ainda comprimida a pressão que se opõe ao colapso é a pressão exercida pelos elétrons que não podem todos estarem no mesmo nível quântico. – Férmions neste estado são chamados “degenerados”. • A pressão de degenerecência depende apenas da densidade e não da temperatura. Matéria normal: movimento dos átomos/moléculas exercem pressão. Matéria degenerada: pressão exercidas pelos elétrons. Anã Branca • Resto de estrelas com menos de 8 massas solares, composto principalmente de carbono (e oxigênio). • Não pode se contrair mais devido à pressão de elétrons degenerados. • Cerca de 9000 anãs brancas são conhecidas, a mais próxima é Sirius B. ρ ~ 3 toneladas/cm3 R ~ RTerra M ~ 0,4 –1,0 MSol (maioria por volta de 0,6 MSol) T ~ 8.000 – 18.000 K L ~ 0,01 – 0,001 LSol Anã branca Sirius B sol Vesc(Terra) = 0.00004c • Objeto quente e compacto. • Apaga aos poucos (dezenas de bilhões de anos). • Termina possivelmente como anã preta. Vida e morte do Sol Antes do Sol entrar na fase de gigante vermelha, a biosfera da Terra será destruída pelo aumento da luminosidade solar de ~ 10% ainda na Sequência Principal, daqui a ~ 1 bilhão de anos. Evolução de uma estrela como o Sol Duração [anos] Temperatura central [K] Temperatura superfícial [K] Densidade central [kg/m3] Raio [solar] 10 bilhões 15 milhões 6000 105 1 Sequência Principal (a) 100 milhões 50 milhões 4000 107 3 Subgigante (b) 100 mil 100 milhões 4000 108 100 Flash do hélio (b) 50 milhões 200 milhões 5000 107 10 Ramo horizontal (c) 10 mil 250 milhões 4000 108 500 Supergigante vermelha 100 mil 300 milhões 100.000 1010 0,01 Núcleo de carbono (d) ––– 3000 10–17 1000 Nebulosa planetária (e) 100 milhões 50.000 1010 0,01 Anã branca (f) 10+ bilhões Estágio evolutivo Hoje o Sol tem aproximadamente 4,57 bilhões de anos. • e Sequência Principal c – ~ 10 bilhões; • Resto da vida (exceto fase de anã branca): a – ~ 0,15 bilhões; • Anã branca – ~ algumas dezenas de bilhões. f d b Duração [anos] Temperatura central [K] Temperatura superfícial [K] Densidade central [kg/m3] Raio [solar] 10 bilhões 15 milhões 6000 105 1 Sequência Principal (a) 100 milhões 50 milhões 4000 107 3 Subgigante (b) 100 mil 100 milhões 4000 108 100 Flash do hélio (b) 50 milhões 200 milhões 5000 107 10 Ramo horizontal (c) 10 mil 250 milhões 4000 108 500 Supergigante vermelha 100 mil 300 milhões 100.000 1010 0,01 Núcleo de carbono (d) ––– 3000 10–17 1000 Nebulosa planetária (e) 100 milhões 50.000 1010 0,01 Anã branca (f) 10+ bilhões Estágio evolutivo http://rainman.astro.illinois.edu/ddr/stellar/beginner.html