catarata e uveite em cao - TCC On-line

Propaganda
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
ALINE JUVÊNCIO PATRÍCIO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
CATARATA E UVEÍTE EM CÃO – RELATO DE CASO
CURITIBA
2015
ALINE JUVÊNCIO PATRÍCIO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
CATARATA E UVEÍTE EM CÃO – RELATO DE CASO
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao
curso de Medicina Veterinária, da Faculdade de
Ciências Biológicas e da Saúde, da Universidade
Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para a
obtenção do grau de Médico Veterinário.
Orientadora: Prof. MSc. Mariana Scheraiber.
CURITIBA
2015
REITOR
Luiz Guilherme Rangel dos Santos
PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO
Carlos Eduardo Rangel dos Santos
PRÓ-REITORIA ACADÊMICA
Prof. Dra. Carmen Luiza da Silva
DIRETOR DE GRADUAÇÃO
João Henrique Faryniuk
COORDENADOR DO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
Prof. Dr. Welington Hartmann
COORDENADOR DO ESTÁGIO CURRICULAR
Prof. Dr. Welington Hartmann
ORIENTADORA DO ESTAGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO
Profa. Msc. Mariana Scheraiber
ORIENTADOR PROFISSIONAL NO HOSPITAL VETERINÁRIO
Médico Veterinário Humberto Dias Filho
CAMPUS PROF. SIDNEY LIMA SANTOS
Rua Sidney A. Rangel Santos, 238 – Santo Inácio
CEP: 82010-330 – Curitiba – Paraná
Telefone: 3331-7700
TERMO DE APROVAÇÃO
ALINE JUVÊNCIO PATRÍCIO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
CATARATA E UVEÍTE EM CÃO – RELATO DE CASO
Este trabalho de conclusão de curso foi julgado e aprovado para a obtenção do
título de Médica Veterinária pela banca examinadora do Curso de Medicina Veterinária
da Universidade Tuiuti do Paraná.
Presidente:
Prof. Mariana Scheraiber
Prof. Vinícius Caron
Prof. Thayane Cristine Vieira dos Santos
Curitiba, 26 de novembro de 2015.
APRESENTAÇÃO
Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Curso de
Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da
Universidade Tuiuti do Paraná, Campus Prof. Sydnei Lima Santos (Barigui), pela
universitária Aline Juvêncio Patrício, como requisito parcial para a obtenção do título
de Médica Veterinária, é composto de Relatório de Estágio, no qual são descritas as
atividades realizadas e relato de caso sobre catarata em cão, durante o período de 03
de Agosto de 2015 até 09 de Outubro de 2015, na Clínica Veterinária Nossos Bichos,
situado no município de Curitiba – Paraná.
Eu dedico a você Pai, mesmo não presente, te sinto em meu coração.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pelos caminhos que me instruiu até aqui, nesta
etapa que se cumpre.
Mas não menos importante aos meus pais, do qual se dedicaram muito para que
esse sonho seja realizado, não somente em min, mas neles.
Agradeço com muito carinho ao meu amado, pela atenção, pelo apoio em todos os
momentos; Ao meu filho, pelas “injeções” de ânimo.
A todos os meus familiares que de alguma forma, em algum momento me ajudaram
nesta etapa longa, porém com seu fim marcado. Meu muito obrigada.
Em especial agradeço a minha orientadora Mariana Scheraiber, que me deu um
norte, no meio da tempestade que se instalou.
E todos os professores, mestres, doutores, e profissionais da área que contribuíram
para minha formação de alguma forma.
Muito obrigada.
“O saber a gente aprende com os mestres e os livros. A sabedoria, se
aprende é com a vida e os humildes.”
Cora Coralina
RESUMO
A catarata e uveíte tem acometido muitos animais nos dias atuais, pois a
idade dos pets vêm se prolongando cada vez mais. Este trabalho tem objetivo de
explanar sobre a catarata e a uveíte, assim como suas consequências e tratamento.
O trabalho discorre através de análise bibliográfica desde a anatomia, fisiologia do
olho, assim como o exame semiológico oftálmico. Em um segundo momento sobre a
fisiopatologia da catarata, como ela atinge os pacientes, raças predispostas,
tratamentos e possíveis consequências, entre elas uveíte. O relato de caso exposto
trata-se de um paciente poodle de 12 anos, que já apresentava catarata em ambos os
olhos. O paciente também apresentava uveíte, onde se iniciou um tratamento. Com
este estudo observa-se que esta doença acomete cada vez mais os pacientes, sendo
que em muitos casos não tem o diagnóstico claro, prejudicando assim um possível
tratamento.
Palavras-chave: animais de companhia; oftalmologia; clínica médica.
ABSTRACT
Cataract and uveitis has affected many animals today, because the age of the
pets is extending more and more. The aim of this study is to explain about cataracts
and uveitis, as well as its consequences and treatment. The study is about literature
review from anatomy, physiology of the eye and as the semiotic ophthalmic
examination. After, pathophysiology of cataracts, how it affects patients, prediposed
races, treatments and possible consequences, including uveitis. The case report is
about a 12 years old poodle, which already had cataracts in both eyes. The patient
also presented uveitis, which started treatment. With this study, it was observed that
this disease increasingly affects patients, and in many cases have no clear diagnosis,
thus hampering a possible treatment.
Keywords: companion animals; medical clinic; ophthalmology.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
OSH
Ovariosalpingohisterectomia
PIO
Pressão intraocular
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1:
PORCENTAGEM DE CONSULTAS E CASUISTICAS DOS
DIFERENTES SISTEMAS ATENDIDOS......................................
18
FIGURA 2:
ROTINA DE INTERNAMENTO....................................................
20
FIGURA 3:
ANATOMIA DO OLHO.................................................................
21
FIGURA 4:
REPRESENTAÇÃO DA LENTE...................................................
23
FIGURA 5:
TESTE DE SCHIRMER EM CÃO.................................................
25
FIGURA 6:
TESTE OFTÁLMICO DE FLUORESCEÍNA EM CÃO...................
26
FIGURA 7:
ELETRORRETINOGRAFIA EM CÃO..........................................
27
FIGURA 8:
FUNDOSCOPIA/ OFTALMOSCOPIA DIRETA............................
28
FIGURA 9:
CÉLULAS DA RETINA.................................................................
29
FIGURA 10: VIAS VISUAIS..............................................................................
30
FIGURA 11: CATARATA INCIPENTE EM CÃO...............................................
32
FIGURA 12: CATARATA MADURA (A) E CATARATA HIPERMADURA (B)
EM CÃO.......................................................................................
33
FIGURA 13: VARIAÇÕES ANATOMICAS DA LENTE DE ACORDO COM O
TIPO DE CATARATA...................................................................
FIGURA 14: FUNDO DE OLHO DE CÃO JOVEM (A) E ADULTO (B)............
34
36
FIGURA 15: FACOEMULSIFICAÇÃO..............................................................
37
FIGURA 16: ASPECTO CLÍNICO DA UVEÍTE EM CÃO..................................
40
FIGURA 17: PACIENTE COM SINAIS CLÍNICOS DE CÃO CATARATA E
UVEÍTE........................................................................................
43
FIGURA 18: OLHO ESQUERDO APRESENTANDO UVEÍTE E CATARATA
MADURA......................................................................................
FIGURA 19: OLHO DIREITO APRESENTANDO UVEÍTE E CATARATA.......
44
45
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 –
RAÇAS PREDISPOSTAS À CATARATA..................................
TABELA 2 – CLASSIFICAÇÃO
DA
UVEÍTE
DE
ACORDO
COM
31
A
LOCALIZAÇÃO............................................................................
38
TABELA 3 – AGENTES ETIOLÓGICOS DA UVEÍTE......................................
39
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO.......................................................................................
16
2
RELATÓRIO DE ESTÁGIO...................................................................
17
2.1
ESTRUTURA DA CLÍNICA....................................................................
17
2.2
PROFISSIONAIS DA CLÍNICA..............................................................
17
2.3
CASUÍSTICA.........................................................................................
17
3
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................
20
3.1
ANATOMIA DO OLHO...........................................................................
20
3.2
SEMIOLOGIA DO OLHO.......................................................................
23
3.2.1
Exame Físico.........................................................................................
24
3.2.2
Teste de Schirmer..................................................................................
24
3.2.3
Exames microbiológicos........................................................................
25
3.2.4
Tanometria.............................................................................................
25
3.2.5
Corantes................................................................................................
25
3.2.6
Exame neurológico................................................................................
25
3.2.7
Gonioscopia, Eletrorretinografia, Fundoscopia......................................
26
3.2.8
Exames Complementares......................................................................
28
3.3
FISIOLOGIA DO OLHO.........................................................................
28
3.4
CATARATA............................................................................................
30
3.4.1
Animais Predispostos............................................................................
31
3.4.2
Classificação da Catarata......................................................................
32
3.4.3
Características Clínicas.........................................................................
35
3.4.4
Diagnóstico............................................................................................
36
3.4.5
Tratamento.............................................................................................
37
3.5
UVEÍTE..................................................................................................
38
3.5.1
Classificação da uveíte..........................................................................
38
3.5.2
Comportamento Clínico.........................................................................
39
3.5.3
Diagnóstico............................................................................................
40
3.5.4
Tratamento.............................................................................................
41
4
RELATO DE CASO...............................................................................
43
4.1
ANAMNESE...........................................................................................
43
4.2
EXAME FÍSICO.....................................................................................
43
4.3
DIAGNÓTICO........................................................................................
44
4.4
TRATAMENTO......................................................................................
45
5
CONCLUSÃO........................................................................................
46
6
REFERÊNCIAS.....................................................................................
47
16
1 INTRODUÇÃO
De acordo com dados da OMS (Organização Mundial da saúde) cerca de
47,8% dos idosos seres humanos são afetados com catarata, independentemente de
sua etiologia (BRASCRS, 2015). Da mesma forma, esta doença também afeta os
animais.
Com o avançar da Medicina Veterinária, os cuidados com os pets têm sido
cada vez mais rigorosos e modernos, com o objetivo de proporcionar a estes animais
uma vida longa e de boa qualidade. Porém, as doenças em animais sênior, em que
anos atrás eram desconhecidas, tornaram-se comuns na rotina clínica. Como
exemplo, a catarata e uveíte.
A catarata pode apresentar várias etiologias e apesar de muitos pacientes
apresentarem a condição, poucos são submetidos ao tratamento de eleição devido ao
alto custo do procedimento.
A catarata consiste em opacidade da lente ou cristalino, afetando a entrada
da luminosidade através deste, podendo ou não apresentar alterações na visão. Outra
enfermidade que acomete os animais portadores de catarata é a uveíte, podendo ou
ser uma causa secundaria a catarata, tente-se atenção especial por conta da
gravidade, podendo ter várias causas, o fechamento do seu diagnóstico é importante
para um tratamento eficaz. Portanto, o presente trabalho teve como objetivo realizar
uma revisão bibliográfica sobre o assunto, explanando os principais tratamentos
clínicos, assim como relatar o caso de um animal atendido em uma clínica particular
de Curitiba.
17
2 RELATÓRIO DE ESTÁGIO
2.1 ESTRUTURA DA CLÍNICA
A Clínica Veterinária Nossos Bichos, localizada na rua Presidente Arthur
Bernardes, no bairro do portão, está situada neste local há aproximadamente 15 anos.
Nos dias atuais a clínica dispende de uma estrutura com consultórios para
atendimento, internamento, sala de raio-x, sala de cirurgia, laboratório, farmácia, sala
de desinfecção, estoque de produtos, loja acoplada com farmácia veterinária, e banho
e tosa.
2.2 PROFISSIONAIS DA CLÍNICA
O corpo de Médicos Veterinários conta com seguinte estrutura: três médicos
veterinários; Humberto Dias – médico veterinário clinico geral, cirurgião geral e
dermatologista; Humberto Dias Filho – médico veterinário anestesiologista, medicina
intensiva, neurologista; Matheus Cezar – médico veterinário clínico geral e
especialista em diagnóstico por imagem. E outros médicos especialistas como
cardiologista, oftalmologista, fisioterapeuta, e Médicos Veterinários plantonistas.
2.3 CASUÍSTICA
A rotina clinica é intensa principalmente nos atendimentos e no internamento
de pacientes, no período de cinquenta dias, acompanhou em torno de duzentos
atendimentos. Nas consultas (figura 1) observa-se uma maior incidência de casos
relacionados ao sistema tegumentar. Nesta classificação foram encontradas,
piodermites, dermatites alérgicas, dermatites por lambedura, e também otites. Em
muitos casos os tratamentos relacionados a pele são de longa duração, com isso
ocorre muitos casos de recidiva dos sinais clínicos, muitas vezes mais graves que no
primeiro momento da doença.
18
FIGURA 1 – PORCENTAGENS DE CONSULTAS E CASUÍSTICAS DOS
DIFERENTES SISTEMAS ATENDIDOS.
CONSULTAS
Oftalmologia
4%
Odontologia
5%
Outros Trauma
5%
5%
S. Tegumentar
23%
Vacinação
13%
Coleta de Exames
17%
S. Respiratório
4%
S. Cardiovascular
3%
S. Gastrointestinal
13%
S. Neurológico
3%
S. Musculo Esqueletico
5%
Fonte: A autora, 2015.
O acompanhar as consultas e vários pacientes que apresentaram esta
característica de recidiva, observa-se a falha no tratamento em relação a conduta do
proprietário, passando da negligência ao medicar o paciente (horários errados, não
medicação; dosagem errada, interrupção da terapia sem orientação médica), assim
como a desistência do tratamento e o não retorno para reavaliação, o que muitas
vezes comprometia o tratamento sugerido pelo médico veterinário.
As colheitas de exames também têm uma grande importância dentro da rotina
clínica. As colheitas eram realizadas preferencialmente pela manhã, nos primeiros
horários; (seriam feitas as colheitas de sangue para exames pré cirúrgicos, remoção
de cálculo dental, controle (check up) e mensuração de fenobarbital). Alguns destes
exames eram feitos no próprio laboratório da clínica, os demais eram mandados para
laboratórios parceiros.
19
Um dado alarmante são os casos de gastroalimentares, muitos pacientes
depois da consulta clínica foram rapidamente encaminhados para internamento. Os
casos relacionados ao sistema gastrointestinal estavam diretamente ligados a
alimentação inadequada dos pacientes; os proprietários ofertavam alimentação
humana e petiscos (salsichas, presuntos, biscoitos, pães, bolos, entre outros).
Pacientes em excesso de peso também eram rotina dentro da clínica. O maior
motivo, relatado pelos responsáveis, era a alimentação em excesso. Junto com os
problemas gastrointestinais, as doenças músculo-esqueléticos e sistêmicas também
eram diagnosticadas.
A rotina do internamento (Figura 2) na clínica passava desde internamentos
rotineiros de pós-operatórios como ovariosalpigohisterectomia (OSH), problemas de
desidratação, gastroenterites, controle de dor nos casos de câncer a problemas mais
graves como osteomusculares, controle de glicemia, pacientes cardiopatas com
quadros graves de edema pulmonar, problemas renais – desde rins policísticos,
obstruções por cálculos renais, alterações no padrão de urinálise, entre outros. Os
pacientes
internados
passavam
por
monitoração
a
cada
4
horas,
com
acompanhamento dos parâmetros vitais, e administração de medicações solicitadas.
FIGURA 2 – ROTINA DE INTERNAMENTO.
20
Outros
9%
Trauma
11%
S. Respiratório
5%
Diabetes
11%
S. Gastrointestinal
12%
S. Neurológico
8%
D. Infecciosas
9%
S. Músculo
Esquelético
3%
OSH/ Piometra
13%
S. Urinário
14%
S. Cardiovascular
5%
Fonte: A autora, 2015.
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 ANATOMIA DO OLHO
O olho é um órgão que evoluiu de estruturas primitivas, capaz de captar a luz
e transformar estímulos elétricos em informações. Durante esta evolução, o órgão
sensorial se diferenciou entre as espécies e mesmo entre os indivíduos (KÖNIG,
2011).
Este complexo sistema pode se dividir para melhor compreensão da divisão
anatômica do órgão da visão em: bulbo do olho, anexos, área visual do córtex
cerebral, nervo óptico. E uma segunda classificação como câmara anterior, câmara
posterior e câmara vítrea, essa é a divisão do bulbo ocular. A câmara anterior e a
posterior se comunicam através da pupila; que são preenchidas por humor aquoso. A
câmara vítrea é ocupada pelo corpo vítreo (KÖNIG, 2011). Na figura 3, é possível
observar as estruturas anatômicas do olho.
21
FIGURA 3 – ANATOMIA DO OLHO
Fonte: König, 2011.
O bulbo ocular, possui variações entre as espécies e indivíduos, possuindo
três túnicas que formam uma espécie de lâmina que envolvem o bulbo ocular. São
denominadas de túnica externa ou fibrosa, túnica média ou vascular e túnica interna
ou nervosa (DYCE, 2004).
A túnica fibrosa do bulbo do olho é formada por tecido de colágeno denso e
tem como finalidade o formato do olho (KÖNIG, 2011). Em sua porção mais opaca e
branca denomina-se esclera, e na porção mais transparente denomina-se córnea
(JUNQUEIRA & CARNEIRO, 2004). A esclera ajuda a manter a resistência de pressão
do olho (KÖNIG, 2011). Já a córnea tem a função de sustentação dos conteúdos,
refração e transmissão da luz – a refração ocorre por conta da curvatura e a
transmissão por causa de sua transparência quando integra (GELLAT, 1998).
A coroide, o corpo ciliar e a íris, são os componentes da túnica vascular do
bulbo ou úvea. A coróide é uma camada pigmentada, pois tem maior vascularização
e está mais posterior ao bulbo do olho. Composta por diversas lâminas dentre elas:
22
lâmina supracorioide, lâmina vascular, lâmina coroidocapilar, lâmina basal (KÖNIG,
2011). O tapete lúcido é uma estrutura formada entre o lâmina vascular e lâmina
corioideocapilar, porém é avascular, localizada no fundo da coróide, mais
dorsalmente. Está presente em mamíferos exceto nos suínos, que auxilia na visão ao
amanhecer e a noite responsável pela aparência iridescente do olho do animal
(KÖNIG, 2011, DYCE, 2004)
No corpo ciliar podemos encontrar o músculo ciliar, que auxilia na distensão
da coróide, e na redução da tensão do cristalino, este acomodação visual serve para
melhor focalizar os objetos (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 2004).
A íris nada mais é que a continuação do corpo ciliar; é altamente
vascularizada, e possui células pigmentadas pela melanina, protegendo a retina da
intensa luminosidade. Na íris encontramos a delimitação da pupila; esta é controlada
por músculos que regulam a quantidade de luz que atinge a retina (KÖNIG, 2011).
Ainda segundo König (2011), a retina ou túnica interna do bulbo do olho como,
possui uma parte óptica e uma parte cega. Na porção cega se encontra células
fotorreceptoras, interneurônios, células ganglionares. Já parte óptica a camada
externa é pigmentada, nesta região podemos encontrar a ora serrata, que é
responsável pela transdução de energia fótica em energia química e por fim em
estimulo elétrico direcionando para o nervo óptico até os centros visuais no encéfalo.
A camada interna é nervosa e formada por fotorreceptores, interneurônios,
células ganglionares, células de Müller e neurônios retinianos (JUNQUEIRA &
CARNEIRO, 2004).
Os anexos dos olhos, são componentes que ajudam no complexo sistema de
visão. São as pálpebras, a órbita, o aparelho lacrimal, os músculos, vascularização e
inervação (GELLAT, 1998).
O cristalino ou lente (figura 4) como é chamado, é um corpo convexo que não
possui vascularização, transparente e possui dois polos; o polo anterior e o polo
posterior. Estes polos são delimitados por uma linha denominada equador, nesta
região do equador encontramos os ligamentos suspensos (JUNQUEIRA &
CARNEIRO, 2004).
Os quais são responsáveis pelo fenômeno de acomodação (SLATTER, 2005).
23
FIGURA 4 – REPRESENTAÇÃO DA LENTE
Fonte: SLATTER, 2005.
Para que o sistema fisiológico da lente funcione corretamente é necessário
oxigênio e metabolitos, para manter a produção de células lenticulares, elasticidade
corpuscular e transparência lenticular. A composição pode variar entre as espécies,
mas basicamente gira em torno de 65% de água e 35% e proteínas; e a energia
necessária para a lente é proveniente do metabolismo da glicose (SLATTER ,2005).
3.2 SEMIOLOGIA DO OLHO
O médico veterinário clínico geral possui uma gama de conhecimento amplo
em relação ao organismo do paciente, mas em determinadas situações, o
conhecimento específico é determinante para um bom prognóstico. Com isso,
algumas doenças que acometem os pacientes, assim como alguns sinais clínicos
específicos, devem ser atendidas pelo médico veterinário especialista, neste caso o
oftalmologista (FEITOSA, 2008).
Os proprietários queixam-se com mais frequência de pacientes com secreção
ocular, alteração na coloração dos olhos, dor, desconforto, mudança no tamanho e
formato tanto da pupila quanto do globo ocular e até mesmo a perda de visão
(MARTINS, 2011).
24
A anamnese é uma ferramenta importante tanto no diagnóstico e prognóstico
da queixa inicial, assim como muitas vezes a descoberta de uma doença primária que
posteriormente originou problema oftálmico (FEITOSA, 2008).
Muitas espécies têm suas particularidades. Os gatos, por exemplo,
apresentam sequestro córneano ou ceratites por exposição. Já em cães
braquicefálicos, algumas alterações como ceratoconjuntivite seca. A idade também
pode influenciar no aparecimento de patologias oftálmicas, como protrusão de terceira
pálpebra em animais jovens (GALERA, 1998).
3.2.1 Exame físico
Para a realização do exame físico na oftalmologia, é necessária a utilização
de alguns equipamentos específicos. A avaliação do bulbo ocular deve ser completa,
e deve ser examinado juntamente as estruturas extraoculares, como as porções
externas e internas do bulbo ocular. Os equipamentos específicos, incluem: fonte de
luz artificial; transiluminador; oftalmoscópio direto e indireto; lente de 20 dioptrias;
tonômetro de identação e aplanação; lente para gonioscopia; teste de schirmer; colírio
à base de corante vital de fluoresceína; rosa bengala; colírio anestésico; colírio
ciclopégicos (midriáticos); espátulas ou escovas para colheita de citologia; e suabes
estéreis (FEITOSA, 2008).
O mesmo autor supracitado também enfatiza que o exame semiológico do
bulbo ocular consiste em avaliar não somente este, mas as estruturas extra oculares,
e as porções externas e mais internas do bulbo ocular.
3.2.2 Teste de Schirmer
O teste de Schirmer (figura 5) é realizado com a finalidade de mensurar a
porção aquosa do filme lacrimal, pré-corneal.
Para a realização do teste é colocado no saco conjuntival inferior, uma tira de
papel estéril. A leitura é feita através da medida da extensão do filtro de papel que
ficou úmida. Não é necessário anestésico tópico (PIGATTO, 2007).
25
FIGURA 5 – TESTE DE SCHIRMER EM CÃO.
Fonte: http://www.oftalmologianimal.com.br/2009/05/ceratoconjuntivite-seca.html.
3.2.3 Exames Microbiológicos
Exames microbiológicos podem ser realizados para a identificação dos
agentes, os quais podem causar sinais clínicos como: lesões corneais ou de
conjuntiva, secreção mucopurulenta, úlceras corneais profundas, ceratomalácia,
dermatite periocular e severa blefarite. Para a colheita deste material pode ser
utilizado as escovas de citologia, bisturi, e espátula de Kimura (MARTINS, 2011;
FEITOSA, 2008).
3.2.4 Tonometria
A tonometria, tem como objetivo mensurar a PIO (pressão intraocular). Podem
ser utilizados dois tonômetros: de identação, porém é necessário o uso de colírios
anestésicos, e o tonômetro de aplanação que é mais utilizado na medicina veterinária,
e não utiliza o colírio anestésico (MARTINS, 2011).
3.2.5 Corantes
Existem dois corantes mais utilizados na oftalmologia que são imprescindíveis
no exame clínico para determinar algumas doenças (FEITOSA, 2008).
A fluoresceína (figura 6) é utilizada no exame oftálmico com a finalidade de
detectar úlceras de córneas (SOUZA, 2014). É solúvel em água, logo não
ultrapassando a barreira hidrofóbica; quando o epitélio desta barreira não está em
26
perfeita integridade, ao aplicar o corante no bulbo ocular observa-se que a
fluoresceína ultrapassa esta barreira do estroma córneano pigmentando a região
afetada (SLATTER, 2005).
O rosa bengala é usual em casos de suspeitas de regiões necróticas e com
muco. Este corante é muito utilizado no diagnóstico de ceratoconjuntivite seca, usado
também para detectar úlceras por herpesvírus em gatos (SOUZA, 2014).
FIGURA 6 – TESTE OFTÁLMICO COM FLUORESCEÍNA EM CÃO.
Fonte: http://www.olharvet.com.br/oftalmologia-veterinaria.
3.2.6 Exame neurológico
Para a realização do exame oftálmico porção neurológica é necessário
realizar alguns testes. Que irão avaliar os nervos cranianos (nervo óptico, nervo
oculomotor, nervo troclear, nervo trigêmeo, nervo abducente, nervo facial, nervo
vestibular), os quais são responsáveis pelo sistema visual no aspecto neuroanatômico
(FEITOSA, 2011).
Para esta avaliação, segundo Feitosa (2011) são realizados os seguintes
testes: teste de reflexo de ameaça visual; teste de reflexo pupilar direito e consensual;
teste do reflexo palpebral; teste do reflexo corneal; e teste do reflexo vestibular.
3.2.7 Gonioscopia, Eletrorretinografia, Fundoscopia
Alguns exames são específicos, como a gonioscopia, que, além de mensurar
o ângulo de filtração, também é recomendada em casos de suspeita de glaucoma,
27
massas neoplásicas e inflamações em áreas como limbo, corpo ciliar ou na base da
íris (FEITOSA, 2011).
A eletrorretinografia (figura 7) é um exame com diagnóstico preciso e
recomentado em animais com catarata. Este exame permite a avaliação da função da
retina, detectando as possíveis lesões nas camadas mais externas, já que a
oftalmoscopia é impossibilitada (SLATTER, 2005). O exame da eletrorretinografia
ocorre por meio da estimulação luminosa da retina e a avaliação da resposta
(GOMES, 2013).
FIGURA 7 – ELETRORRETINOGRAFIA EM CÃO.
Fonte: http://www.oftalmologianimal.com.br/
A avaliação de vasos sanguíneos da retina (artérias e veias) e nervos se dá
através do exame de fundo de olho, denominado fundoscopia (figura 8) ou
oftalmoscopia (ABC.MED.BR, 2013).
Na realização do exame de fundo de olho é observada a localização do disco
óptico, além da coloração, aparência e tamanho dos vasos. E na avaliação da retina,
observa-se a coloração, calibre e trajeto dos vasos sanguíneos (MARTINS, 2011).
Martins (2011) ainda explica que o exame pode ser feito por oftalmoscopia
direta, onde apenas uma região do fundo do olho é avaliada, sendo necessário
reposicionar o paciente. Já a oftalmoscopia binocular indireta possibilita maior
visualização da área do fundo do olho, com rápido panorâmico da retina.
FIGURA 8 – FUNDOSCOPIA/OFTALMOSCOPIA DIRETA.
28
Fonte: http://cavetrp.blogspot.com.br/2010/05/exame-oftlamologico-em-caes.html.
3.2.8 Exames Complementares
Vários exames complementares, podem ser necessários para um melhor
diagnóstico, os quais incluem: exames de imagem (ultrassonografia, raio x, tomografia
computadorizada, ressonância magnética), a angiografia com fluoresceína, exames
histológicos, exames bioquímicos (MARTINS, 2011).
3.3 FISIOLOGIA DO OLHO
A focalização de imagens pelo bulbo ocular se dá através de uma mudança
anatômica no cristalino/lente. Esta alteração anatômica ocorre da seguinte forma:
quando o olho está relaxado ocorre uma tração na região do equador, pelos
ligamentos suspensores, ocasionando um achatamento do cristalino, diminuindo a
refração de luz; isso ocorre para uma visão a distância. Em casos de objetos mais
próximos ocorre também a contração dos músculos do corpo ciliar, diminuindo seu
diâmetro; e os ligamentos suspensores logo relaxam e diminuem a tração na região
equatorial (CUNNINGHAN, 2008).
A retina dos vertebrados é originada do neuroectoderma, e nela podemos
definir cinco tipos celulares (figura 9). As células fotorreceptoras são compostas de
bastonetes e cones. Os cones e bastonetes possuem três regiões em suas células,
29
os quais são denominados: terminal sináptico, segmento interno e segmento externo.
No segmento externo à uma região especializada em fotorrecepção, contendo
fotopigmento visual, que quando estimulado com a luz, desencadeia uma série de
reações bioquímicas transformando a luz em estímulos neurais (CUNNINGHAN,
2008).
FIGURA 9 – CÉLULAS DA RETINA.
Fonte: CUNNINGHAN, 2008.
Os bastonetes possuem um sistema de visão noturna, logo não é aprimorado
para discernir imagens como o sistema de cones. Já o sistema de cones funciona com
altos níveis de luminosidade e possui fotopigmentos com maior variação a luz,
fazendo com que o cones sejam responsáveis pela visão colorida (CUNNINGHAN,
2008).
As células amácrinas possuem vários subtipos, e são interneurônios da retina,
podem trabalhar em duas direções com as células bipolares para as células
ganglionares ou internamente, com os axônios das células bipolares e dendritos das
células ganglionares (GUYTON & HALL, 2002).
A transmissão de sinal elétrico da retina (figura 10) passando pelo nervo óptico
e a sua chegada ao encéfalo, ocorre por conta das células ganglionares (GUYTON &
HALL, 2002). Estas células participam de três vias importantes no sistema da visão,
são elas: a via retinogeniculo-estriada que está relacionada com a visão de formas,
core, movimento, orientação e profundidade. A via retinolateral responsável em
30
reflexos pupilares, reflexos de orientação em relação ao alvo e a via retino
hipotalâmica que regula os ciclos de claro e escuro, de uma maneira fisiológica
(CUNNINGHAN, 2008). E por fim as células horizontais são responsáveis em
transmitir os impulsos para camada plexiforme externa (GUYTON & HALL, 2002).
Para que a imagem chegue ao córtex visual, depois da luminosidade atingir a
retina, ela chega até o núcleo geniculado lateral (localizado no tálamo) através das
células do núcleo geniculado, essas que iram transmitir as informações visuais do
trato óptico ao córtex visual. Em seguida atinge o córtex visual primário (localizado no
lobo occipital) e chegando aos lobos parietais e occipitais para melhores
interpretações (GUYTON & HALL, 2002, CUNNINGHAN, 2008).
FIGURA 10 – VIAS VISUAIS.
Fonte: Gomes, 2013.
3.4 CATARATA
A catarata é a desorganização das fibras lenticulares, ocasionando a perda
da transparência (CRIVELLENTI, 2012). Esta perda de transparência logo irá interferir
na qualidade de luminosidade que atravessa, sendo assim prejudicando a formação
de imagens neurais.
Para que a lente perca a sua transparência, ocorrem alterações bioquímicas
que podem estar ligadas à nutrição da lente, ao metabolismo proteico ou energético,
o equilíbrio osmótico; variando assim de acordo com a sua etiologia (GOMES,2013).
31
A catarata pode ter várias origens desde hereditária, de acordo com a idade,
ou ainda de diferentes agentes etiológicos (SLATTER, 2005).
3.4.1 Animais predispostos
Algumas raças de cães são mais predispostas a terem catarata. Na tabela 1
é possível observar as diferentes raças de cães e as patologias oftálmicas para os
quais são acometidos:
Tabela 1 – Raças pré-dispostas a catarata.
Raças
Afegan hound
Herança
Autossômica
Recessiva
Autossômica
Recessiva/ Poligênica
?
Idade
6-12 meses
Autossômica
Recessiva
?
Congênita
Chesapeake Bay
Retrivier
Cocker Spaniel Inglês
Dominante Incompleta
6meses-6 anos
?
Congênita
Cão Montanhês de
Entelbucher
Pastor Alemão
Autossômica
Recessiva
Dominante Incompleta
Autossômica
Recessiva
1-2 anos
Dominante
Incompleta²
Dominante Incompleta
6 meses ou mais
Congênita
6 meses ou mais
Congênita
2-6 anos
Congênita
Cocker Spaniel
Americano
Terrier Australiano
Terrier Boston
Golden Retrivier
Labrador Retrivier
Poodle Toy
Schenauzer Mini
Norwegian Buhund
Old English Sheepdog
Rottweiler
?
Autossômica
Recessiva
Autossômica
Recessiva
Autossômica
Dominante
Autossômica
Recessiva
Desconhecido
6 meses ou mais
3-6 anos
3-4anos
8 anos ou mais
8 Semanas
6meses ou mais
Congênita
Congênita á 2 anos
Mais de 10 meses
Localização Inicial
Equatorial/ córtex
posterior
Córtex anterior/
posterior
Estrias/ Fissuras
corticais
Nuclear/ suturas
posteriores
Equador, córtex
anterior
Córtex/ nuclear
Capsular anterior
bilateral
Córtex posterior
Córtex/ Suturas
posteriores
Suturas posteriores,
nuclear, catarata
cortical em torno de 2
anos
Subcapsular posterior
(triangular)
Subcapsular posterior
(triangular)
Cortical
Nuclear/ Córtex
posterior
Córtex posterior
Nuclear/ Cortical
acima de 4 anos
Córtex Nuclear
Polar anterior/
posterior, cortical
32
Staffordshire Bull
terrier
Poodle Standard
Welsh Speringer
Spaniel
West Highlad White
Terrier
Autossômica
Recessiva
Autossômica
Recessiva
Autossômica
Recessiva
Autossômica
Recessiva
6 meses ou mais
1 ano ou mais
Congênita
Congênita
Suturas/ Córtex
posterior
Córtex equatorial
Nuclear/ Córtex
posterior
Nuclear/ Suturas
Posteriores
Fonte: Slatter, 2005.
3.4.2 Classificações da catarata
A catarata pode ocorrer de acordo com a etiologia e/ou aspecto morfológico
da lente (JONES; HUNT; KING, 2000).
A classificação de acordo com estágio de desenvolvimento (imatura,
incipiente, madura, hipermadura, morganiana) é a mais utilizada (GELLAT, 2003).
A catarata denominada incipiente (figura 11) ocorre uma opacidade porém
não altera a visão do animal. Já a imatura a opacidade é mais predominante em
relação a incipiente, mas ainda incompleta. A visão já apresenta sinais de
comprometimento e o aumento de volume da lente pode ou não estar presente, em
casos de bilateralidade pode apresentar uma deficiência visual (SLATTER, 2005).
FIGURA 11 – CATARATA INCIPIENTE EM CÃO.
Fonte: CAMARATTA, 2009.
Quando classificado como madura, a catarata já apresenta opacidade total da
lente, e a cegueira está presente; o exame do fundoscópio é inviável. Com sua
33
evolução pode-se apresentar o estágio de catarata hipermadura, que ocorre por conta
da proteólise (figura 12) (SLATTER, 2005).
FIGURA 12 – CATARATA MADURA (A) E HIPERMADURA (B) EM CÃO.
(A)
(B)
Fonte: CAMARATTA, 2009.
Em alguns casos o núcleo pode se liquefazer, sendo depositado no interior da
lente, onde o córtex já está liquefeito, este fenômeno é denominado de catarata
morganiana (SLATTER, 2005).
Quando isso ocorre, podemos observar casos de inflamação, em partes
especificas como a iridociclite facolítica, a uveíte facoanafilática, uveíte facogênica e
uveíte (PONTES, 2011).
A intumescente é quando a lente aumenta seu tamanho; este aumento de
tamanho deixa favorável para um glaucoma de ângulo fechado, e uveíte induzida pela
lente por conta de um bloqueio pupilar e perda de proteínas (SLATTER, 2005).
Na figura 13 é possível observar as variações anatômicas da lente de acordo
com diferentes tipos de catarata.
34
FIGURA 13 – VARIAÇÕES ANATÔMICAS DA LENTE DE ACORDO COM O TIPO
DE CATARATA.
Fonte: SLATTER, 2005.
Quando relacionada ao tempo de desenvolvimento temos as seguintes
classificações:

Congênita: Com o início na vida fetal, podem progredir ou não, serem
herdadas ou não, secundárias ou de anormalidades do próprio
desenvolvimento, como por exemplo persistência de membrana celular,
persistência de artéria hialoide, microftalmia ou anormalidades oculares
múltiplas.

Adquirida: Este tipo de catarata afeta primariamente o córtex e depois o
núcleo, surgindo entre 01 e 06 anos de idade e possui várias etiologias.
35

Senil: Ocorre por conta do envelhecimento, podendo iniciar-se no córtex
ou núcleo e apresenta uma esclerose nuclear. A catarata cortical senil
típica tem início na região equatorial profunda.
Além da classificação por idade, as cataratas também podem ser classificadas
em: cataratas do tipo aparência que são as brunescente – catarata negra, cerúlea,
coronária, coraliforme, cuneiforme, cupuliforme, discóide, floriforme, fusiforme,
membranosa, pontilhada, piramidal, lanciforme, estrelada, sutural (SLATTER, 2005).
As cataratas são comuns no meio clínico entre elas a causado por causa
metabólica como por exemplo diabetes mellitus, que ocorre devido à perda de
proteínas lenticulares e tumescência. Esta condição leva a outras complicações como
a degeneração vítrea, a uveíte, luxação da lente, glaucoma e deslocamento de retina.
(FREITAS et al, 2010).
Outros tipos de cataratas patogênicas também são descritas em literatura:
como secundária, que nada mais é quando a cápsula posterior ou mesmo a lente
remanesce após a correção da catarata, a elétrica que ocorre devido a uma
eletrocussão; a complicada
que ocorre por conta de outras doenças oculares
envolvidas; a toxica muito comum também na clínica veterinária causada por
substâncias toxicas, e/ou aplicação de fármacos sem a devida orientação do médico
veterinário oftalmologista causando danos a visão (SLATTER, 2005).
3.4.3 Características clínicas
Camaratta (2009) relata que os responsáveis buscam o consultório veterinário
relatando que seus animais apresentam mudança de comportamento, batem em
objetos, alguns ficam mais confortáveis com a luminosidade mais baixa. Já outros pela
alteração anatômica dos olhos, sejam esbranquiçados, com aumento de volume.
Para que o diagnóstico seja eficiente em relação a catarata são realizados os
seguintes testes: teste de reflexo pupilar, teste de ameaça, teste de Schirmer,
mensuração da pressão intraocular (PIO), oftalmoscopia direta e indireta
(CAMARATTA, 2009).
36
3.4.4 Diagnóstico
O exame oftalmológico deve ser realizado cuidadosamente, com eficiência e
rapidez. Para que o exame seja eficaz após anamnese completa do paciente, e a
avaliação dos demais componentes do olho – em especial para os animais com
suspeita de catarata, observa-se na lente algumas características como: O tamanho
da lente, a qual pode estar ausente (afacia), pequena (microfacia), lente esférica
(esferofacia), lente em forma de cone ou globóide (lenticone ou lentiglobo). Sua
posição – podendo variar de luxada, subluxada, posterior, catarata e a presença ou
não de rupturas e lacerações de capsula articular (SLATTER, 2005).
No auxílio do diagnóstico da catarata é utilizado a lâmpada de fenda, que uma
vez incidida sobre o olho do paciente, pode-se observar o fundo do olho (figura 14) e
demais estruturas, em pacientes com catarata esta visão são é possível. A catarata
deve ter um diagnóstico diferencial para a esclerose lenticular, que é um processo
natural. A esclerose lenticular é diagnosticada também com a lâmpada de fenda, mas
juntamente com alterações bioquímicas (SLATTER, 2005).
FIGURA 14 – FUNDO DE OLHO DE CÃO JOVEM (A) E ADULTO (B).
(A)
Fonte: KÖNIG, 2011
(B)
37
3.4.5 Tratamento
O tratamento para a catarata de eleição é o procedimento cirúrgico, pois não
há substâncias químicas que possam devolver a integridade do cristalino quando
alterado por alguma forma. Porém ainda existe uma certa dificuldade em realizar este
procedimento, devido ao alto custo, com pouco adesão pelos proprietários (PONTES,
2011).
Dentre algumas técnicas, a mais moderna é a facoemulsificação (figura 15),
permitindo um tempo reduzido no procedimento e a recuperação do paciente ser mais
rápida (PONTES, 2011).
FIGURA 15 – FACOEMULSIFICAÇÃO.
Fonte: http://www.oftalmologiacampobelo.com.br/catarata.
Outras três técnicas cirúrgicas são descritas: discisão, a qual consiste na
abertura da córnea e da capsula anterior da lente, com a intenção da remoção do
conteúdo interno da capsula. Este método é restrito a pacientes jovens e com a
catarata ainda líquida e a pacientes muito pequenos, onde o manuseio de
instrumentos cirúrgicos oftálmicos são complicados (CAMARATA,2009).
A extração intracapsular consiste em remover a lente e a cápsula através de
uma incisão na córnea; este método é utilizando somente em casos de lente luxada.
Já a extração extra cápsular consiste na remoção do córtex, núcleo e uma porção da
capsula anterior (MOTA, 2010)
O tratamento medicamentoso não tem sua eficácia comprovada, porém há
indicações de substâncias como selênio, vitamina E, orgoteína, extrato de
38
Actinomyces bovis, ascorbato de zinco, carnosina. Porém, alguns destes compostos
podem apresentar complicações secundárias (SLATTER, 2005).
A glutationa (Sitalan®) tem sido descrita como eficaz no tratamento inicial de
catarata, com o intuito de retardar a sua evolução (MORRAILLON, 2013).
3.5 UVEÍTE
A úvea é composta por corpo ciliar, íris e coroide. Frequentemente, na
medicina veterinária, pode-se observar distúrbios no sistema uveal (SLATTER, 2005).
A uveíte é a inflamação na região da túnica vascular, que ocorre por um rompimento
da barreira hematoaquosa ou hematorretiniana (RIBEIRO, 2015).
3.5.1 Classificação da uveíte
A classificação da uveíte dá através da localização, conforme mostrado na
tabela 2, patológica (supurativa ou não supurativa) e de acordo com o agente
etiológico (tabela 3) (SLATTER, 2005).
TABELA 2 – CLASSIFICAÇÃO DA UVEÍTE DE ACORDO COM A LOCALIZAÇÃO.
Classificação
Localização
Uveíte
Inflação da úvea
Irite
Inflamação da íris
Coroidite
Inflamação da coroide
Ciclite
Inflamação do corpo ciliar
Iridociclite
Inflamação da íris e do corpo ciliar
Uveíte anterior
Inflamação da íris e corpo ciliar
Uveíte posterior
Inflamação do Coróide e corpo ciliar
Coriorretinite
Inflamação primária do Coróide e depois retina
Retinocoroidite
Inflamação primária da retina e depois do coróide
Panuveíte
Inflamação de todos os componentes uveais.
Fonte: Adaptado de Slatter, 2005
39
TABELA 3 – AGENTES ETIOLÓGICOS DA UVEÍTE.
Classificação
Agente etiológico
Algas
Prototheca sp
Bactérias
Brucella canis,Borrelia burgdorferi, Leptospira sp, Septicemia
Fungos
Blastomyces dermatitidis, Coccidioides immitis, Cryptococcus
neformans, Histoplasma capsulatum,
Imunomediadas
Catarata – lente induzida; Trombocitopenia imunomediada, Vasculite
imunomediada, Uveíte facoclastica, síndrome uveodermatologica.
Metabólicas
Diversas
Diabetes, Hiperlipidemia, Hipertensão sistêmica.
Coagulopatias, Idiopática, Radioterapia, Trauma, Toxemia, Ceratite
ulcerativa, induzida por fármacos, uveíte pigmentar,
Parasitas
Filariose ocular, Larva migrans ocular, oftalmomiíase interna
posterior.
Neoplasias
Sindrome de hiperviscosidade, meningoencefalite granulomatose,
melanoma, linfossarcoma, doença histiocítica proliferativa.
Protozoários
Leishmania donovani, Toxoplasma gondii, Riquétsias, Erlichia canis
ou platys.
Vírus
Adenovirus, Cinomose, Raiva, Herpesvírus.
Fonte: Adaptado de SLATTER, 2005.
Na rotina clínica observa-se uma maior incidência de uveíte em cães e gatos
causados por cirurgia intraocular, trauma, ceratites ulcerativa, feridas penetrantes,
parasitárias, infecciosas (Toxoplasma gondii, Bartonella spp, babesia, Erlichia spp),
neoplásicas, lente induzida (catarata) (RIBEIRO, 2015).
3.5.2 Características Clínicas
Os sinais clínicos da uveíte são: hiperemia conjuntival, flare (aumento de
turbidez do humor aquoso), edema de córnea, diminuição da pressão intraocular,
acuidade visual, hifema (hemorragia intraocular), hipópio (presença de células na
câmara anterior), precipitados ceráticos, miose, blefaroespasmo, epífora, alterações
na íris (RIBEIRO, 2015).
Em alguns casos pode ocorrer um agravamento da uveíte, trazendo
complicações como o glaucoma, que ocorre por conta da obstrução do ângulo
40
iridocorneal, por protrusão da íris, acúmulo de células ou proteínas que se utilizam da
via do humor aquoso para excreção (MORRAILON, 2013).
A figura 16 mostra o sinal clínico de uveíte anterior fibrinosa em cão.
FIGURA 16 – ASPECTO CLÍNICO DA UVEÍTE EM CÃO.
Fonte: WALDE, 1998.
3.5.3 Diagnóstico
Para que o diagnostico seja confirmado é necessária acuidade dos sinais
clínicos, exame físico, histórico do paciente, classificação e testes complementares
para definir a etiologia. Muitas vezes a causa inicial não fica muito clara, sendo tratado
somente a inflamação de início (SLATTER, 2005).
Segundo Slatter 2005, o diagnóstico diferencial é importante, por conta de um
tratamento mais preciso, e de acordo com a gravidade da doença. Em casos de
uveítes anteriores deve-se diferenciar de conjuntivite, ceratites superficial e glaucoma.
Alguns exames são prescindíveis para a identificação do agente etiológico
como por exemplo: hemograma, perfil bioquímico, exame de urina, provas diretas e
indiretas para identificação do agente infeccioso, exames de imagem, citologia,
paracentese de câmara (TEIXEIRA, 2011).
41
3.5.4 Tratamento
O tratamento da uveíte, é de acordo com sua gravidade, assim como de
acordo com o agente etiológico, mas pode ser direcionado em quatro passos,
conforme descrito por Slatter (2005):
1. Definir o agente etiológico: Juntamente com a anamnese do paciente e a
sua avaliação médica.
2. Remoção do agente etiológico: Depois de identificado o agente, tomar as
medidas necessárias para sua remoção;
3. Controlar os sinais clínicos é primordial para o sucesso do tratamento. Um
dos sinais clínicos mais persistentes é a inflamação que pode ser tratada
com corticosteróides, anti-inflamatórios não esteroidais, ciclopégicos e
agentes imunossupressores;
4. A redução da dor: com medicamentos específicos e medidas necessárias
para o bem-estar do paciente.
O uso de anti-inflamatórios não esteroidais possui baixa eficiência, podendo
apresentar sinais de melhora em casos de uveíte anterior, e também são indicados
nos casos que não é recomendado o uso de corticosteroides. No uso tópico são
utilizados: indometacina, flurbiprofeno, suprofeno, diclofenaco, já no uso sistêmico é
utilizado flumexin meguline e carprofeno (PONTES, 2006).
Pontes (2006) também enfatiza que os corticosteroides são necessários em
casos de uveítes severas e posteriores. Não são indicados em casos onde há
presença de úlcera de córnea seja tanto na aplicação tópica ou subconjuntival.
Também não é indicado em pacientes portadores de diabetes mellitus. Os fármacos
utilizados são a prednisolona ou a dexametasona tópicas. Para o uso sistêmico, a
prednisolona (sendo não indicado em pacientes diabéticos, com micoses ou úlceras
córnea), e por fim para o uso subconjuntival o acetonido de triancinolona,
metilprednisolona, betametasona ou dexamentasona.
Os agentes imunossupressores são utilizados em casos de uveítes que não
correspondem a tratamentos iniciais, o fármaco de eleição utilizado é a azatioprina.
Os ciclopégicos são utilizados para dilatar a pupila relaxando a musculatura ciliar para
diminuição da dor, o mais utilizado é a atropina, podendo ser associado com
42
analgésicos sistêmicos como, carprofeno, petidina, morfina oral ou butorfanol
(SLATTER, 2005).
43
4 RELATO DE CASO
4.1 ANAMNESE
O paciente Ygor, poodle castrado, macho, com aproximadamente 12 anos foi
examinado pelo Médico Veterinário Leandro Lima, oftalmologista, A queixa do
proprietário relatando foi um avermelhamento do olho esquerdo há aproximadamente
1 semana (figura 17).
FIGURA 17 – PACIENTE COM SINAIS CLÍNICOS DE CATARATA E UVEÍTE.
Fonte: A autora, 2015.
4.2
EXAME FÍSICO
No exame físico o animal teve seus parâmetros vitais mensurados, observase normalidade dentre eles.
No exame semiológico oftálmico o animal refere dor, congestão episcleral,
hifema, blegaroespasmo, dificuldade de orientação visual em relação ao local.
44
4.3
DIAGNÓSTICO
Depois de um detalhado exame físico e anamnese com grande coleta de
informações, o paciente foi diagnosticado com catara no olho esquerdo, uveíte e
hifema (figura 18) e catarata no olho direito (figura 19) com início de um processo
inflamatório na conjuntiva.
De acordo com os dados clínicos adquiridos durante a anamnese, em um
primeiro momento, a uveíte é decorrente de trauma pela falta de visão do paciente.
FIGURA 18 – OLHO ESQUERDO APRESENTANDO UVEÍTE E CATARATA
MADURA.
Fonte: A autora, 2015.
FIGURA 19 – OLHO DIREITO APRESENTANDO UVEÍTE, CATARATA E HIFEMA.
45
Fonte: A autora, 2015.
4.4
TRATAMENTO
Foi receitado ao paciente colírio de acetato de prednisolona 6 vezes ao dia,
durante 15 dias. O retorno foi marcado para o 16o dia de tratamento, porém, o paciente
não retornou para nova avaliação. O contato telefônico foi realizado e por meio deste
o responsável informou melhora no quadro clínico do animal.
A catarata do paciente já havia sido diagnosticada há algum tempo por outro
profissional, porém não trazendo maiores informações para o responsável de como
poderia proceder.
Na consulta para o tratamento da uveíte, fora confirmado novamente o
diagnóstico de catarata, porém não tendo mais indicação cirúrgica. Pois, de acordo
com o profissional, a idade do paciente, e o grau da catarata não era mais indicado
cirurgia.
46
5 CONCLUSÃO
A catarata é uma doença que acomete cães adultos a idosos, e tem como
principal característica a opacidade da lente e perda da visão. Juntamente com esta
doença, o animal pode ser acometido pela uveíte, que é a inflamação da úvea. Com
isso,
é
fundamental
que
o
Médico
Veterinário
oftalmologista
faça
um
acompanhamento regular do paciente, a fim de evitar possíveis complicações, como
a perda da visão e também para que o tratamento correto seja realizado.
47
6 REFERÊNCIAS
ABC.ME.BR. Fundo de Olho ou Fundoscopia: como é realizada? Quem deve fazer?
O que este exame pode diagnosticar? Disponível em: http://www.abc.med.br/. Acesso
em: 27 de Outubro de 2015.
BRASCRS. O que é a Catarata. Disponível em:<http://www.brascrs.com.br/.> Acesso
em: 27 de Outubro de 2015.
CAMARATTA, P.R. Catarata em cães. Trabalho de conclusão de curso, Faculdade de
Veterinária – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 60f. 2009.
CRIVELLENTTI, L.Z., CRIVELLENTTI, S. B., Casos de rotina em medicina veterinária
de pequenos animais. MedVet. 2012
CUNNINGHAM, J.G., KLEIN, B.G. Tratado de fisiologia Veterinária. O sistema visual.
4ed. Elsiever: Rio de Janeiro. p.142-153, 2008.
DYCE, K.M., SACK, W.O., WENSING, C.J.G. Tratado de anatomia veterinária. 3ed.
Elsiever: Rio de Janeiro. p.318-328, 2004.
FEITOSA, F.L.F. Semiologia veterinária (Arte do diagnóstico). 2ed. Roca: São Paulo,
p.630-653, 2008.
GELLAT, K.N. Veterinary ophthalmology. 3ed. Philadelphia, 1998.
GLIEBICH, H. KÖNIG. H. E. Anatomia dos animais domésticos – texto e atlas colorido.
Olho (Organum visus). 4ed Porto Alegre p. 591 – 609, 2011.
GOMES, D. Avaliação eletrorretinográfica pré e pós operatória em cães diabéticos
submetidos à Facoemulsificação. Dissertação, USP(FMZV). 130p. 2013.
48
GUYTON, A.C.; HALL, J. E. O Olho: III Neurofisiologia Central da Visão In: Tratado
de fisiologia Médica. 10 ed Guanabara Koogan: Rio de Janeiro p.552-560, 2002.
JUNQUEIRA, L.C. CARNEIRO, J. Histologia básica – Sistema fotorreceptor e
Audiorreceptor. 10ed. Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 2004.
JONES, T.C., HUNT, R.D., KING, N. W., Patologia Veterinária. 6ed Manole: São
Paulo. 2000
KÖNIG, H.E., LIEBICH, H.G., Anatomia dos animais domésticos – Texto e atlas
colorido. 2ed. ArtMed:
MARTINS, B.C., GALERA, P.D. Semiologia oftálmica em cães e gatos - Revisão de
Literatura. Revista Cientifica de Medicina Veterinária, 2011.
MORRAILLON, R. Manual Elsiever de Veterinária: diagnóstico e tratamento em cães,
gatos e animais exóticos. 7ed Elsiever: rio de Janeiro 2013
MOTA, M.A. Cirurgia de Catarata: Revisão de Literatura Trabalho de Conclusão de
Curso. Centro Universitário de Formiga -UNIFOR-MG p53. 2010.
PIGATTO, J. A. T., et al. Ceratoconjuntivite seca em cães e gatos. Faculdade de
Veterinária – Universidade federal do Rio Grande do Sul. 2p.2007.
PONTES, L.L., CORRÊA, F. G. Metodologia de Diagnóstico por imagem em cães com
catarata. Revista Cientifica Eletrônica de Medicina Veterinária. Ano IX nº16 Faculdade
Centro Paulista - UNICEP – São Carlos. P17. 2011.
PONTES, K.C.S, VIANA, J.A., DUARTE, T.S. Etiopatogenia da Uveíte associada à
doenças infecciosas em pequenos animais.
Departamento de Veterinária.
Universidade Federal de Viçosa – Minas Gerais. P9. 2006.
49
RIBEIRO, A.P., SCHODER, D. Uveíte Anterior em Cães e Gatos. Revista de
Investigação Médica Veterinária. Faculdade de Agronomia Medicina Veterinária e
Zootecnia. Universidade Federal do Mato Grosso. p7.2015
SLATTER, D. Fundamentos da oftalmologia veterinária. Lente. Úvea.3ed. Roca: São
Paulo p340-376/ 410-437. 2005.
SOUZA, G. E., RENAULT, P. Ceratoconjuntivite seca em cão da raça pinscher. Relato
de Caso. Faculdade Promove de Brasília. Brasília. p10. 2014
TEIXEIRA, A.L., PEDRO, M.S., Uveíte em cães e gatos: O mais importante é
identificar a etiologia. Revista Cães e Gatos. 149ed. p36-40, 2011.
WALDE, I.; SCHÄFER, E. H.; KÖSTLIN, R.G.; Atlas de Clínica Oftalmológica do Cão
e do Gato. 2ed. Manole: São Paulo, 1998.
Download