Aula05-PropMecanicasMetais

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Disc. Engenharia dos Materiais
Prof. Marcos Lopes
Aula05 – Propriedades Mecânicas dos Metais
Por que estudar propriedades mecânicas dos metais
É obrigação dos engenheiros compreenderem como as várias propriedades
mecânicas são medidas e o que essas propriedades representam.
Objetivos
 Definir tensão de engenharia e deformação de engenharia.
 Formular a lei de Hooke.
 Definir o coeficiente de Poisson.
 Dado um diagrama tensão-deformação de engenharia, determinar (a) o
módulo de elasticidade, (b) o limite de escoamento, (c) o limite de resistência e (d)
estimar o alongamento percentual.
Introdução
Muitos materiais estão sujeitos, em serviço, a forças ou cargas: liga de alumínio das
asas de um avião, por exemplo.
Necessário conhecer as propriedades do material tal que qualquer deformação não
seja excessiva e não cause fratura.
As propriedades mecânicas de um material determinam a sua resposta
(deformação) a uma força aplicada.
Propriedades mecânicas importantes: resistência, dureza, ductibilidade e rigidez.
As propriedades mecânicas são verificadas em laboratório usando equipamento
especializado.
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Fatores a serem considerados: natureza da
força (carga) aplicada, e sua duração.
A carga pode ser de tração, compressão ou de
cisalhamento.
A magnitude pode ser contínua ou variar
constantemente.
O tempo de aplicação da carga pode ser de
uma fração de segundo ou se estender por
vários anos.
A temperatura de operação pode ser um fator
importante.
Os ensaios para verificação das propriedades
mecânicas
de
um
material
devem
ser
padronizados por um grupo de profissionais. No Brasil temos o Inmetro – Instituto
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – www.inmetro.gov.br.
Conceitos de tensão e deformação
Se uma carga é aplicada sobre uma seção transversal ou na superfície de um
membro, o comportamento mecânico pode ser verificado com um ensaio tensãodeformação.
Quatro maneiras principais de aplicação de carga: (a) tração, (b) compressão, (c)
cisalhamento e (d) torção.
(a) representação de uma carga de tração produzindo alongamento, (b) carga de
compressão produzindo contração, (c) esquema representativo de cisalhamento, (d)
representação de deformação de torção.
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Obs.: As linhas tracejadas representam a forma antes da aplicação da força (carga).
Ensaios de tração
O ensaio de tração pode ser usado para averiguar diversas propriedades.
Uma amostra é deformada, geralmente até a fratura, por uma carga de tração que é
gradativamente aumentada e aplicada ao longo do eixo maior do corpo de prova.
Um corpo de prova padrão pode ser visto a seguir:
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A máquina de ensaios de tração é projetada para alongar o corpo de prova
constantemente.
Ao mesmo tempo é medida a carga aplicada (célula de carga) e os alongamentos
resultantes (extensômetro).
É um ensaio destrutivo: corpo de prova deformado permanentemente e
freqüentemente fraturado.
O resultado é registrado na forma de carga em função do alongamento.
Para minimizar os fatores geométricos, a carga e o alongamento são normalizados
para seus parâmetros de tensão de engenharia e deformação de engenharia.
A tensão de engenharia é:

F
A0
(eq. 1)
Onde F é a carga instantânea aplicada em Newtons (N) ou libra-força (lbf = 4,45N);
A0 é a área original da seção transversal antes da aplicação da força (m 2 ou in2)
As unidades para tensão são: megapascal - MPa (1 MPa = 106 N/m2), e libra-força
por polegada quadrada – psi (1 Mpa = 145 psi).
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A deformação de engenharia é:

li  l0 l

l0
l0
(eq. 2)
Onde l0 é o comprimento original e li é o comprimento instantâneo. ∆l representa o
alongamento de deformação em um dado instante.
A deformação é adimensional, no entanto é comum ver a representação metros por
metro ou polegadas por polegada. Ocasionalmente é expressa como uma
porcentagem.
Ensaios de compressão
É semelhante a um ensaio de tração: a força é agora de compressão e o corpo se
contrai.
Por convenção uma força de compressão é considerada negativa. Produz tensão
negativa.
As equações 1 e 2 descrevem a tensão e deformação de compressão. Como l0 é
maior que li a tensão e deformação serão negativas.
Ensaios de cisalhamento e de Torção
A tensão cisalhante é definida como:

F
A0
(eq. 3)
A deformação de cisalhamento é definida como (ver Figura):
  tg ( )
(eq. 4)
A torção é uma variação do cisalhamento puro.
Encontrado, por exemplo, em eixos de máquinas.
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A tensão cisalhante de torção é função do torque T.
A deformação cisalhante de torção está relacionada ao ângulo de torção Φ.
Deformação elástica
Comportamento tensão-deformação:
O grau na qual uma estrutura se alonga ou se deforma depende da magnitude da
tensão aplicada.
Para a maioria dos metais submetidos a uma tensão de tração, a tensão e a
deformação são proporcionais.
  E
(eq. 5)
Lei de Hooke
A constante E é o módulo de elasticidade, ou módulo de Young.
O processo de deformação no qual a tensão e a deformação
são proporcionais é chamado de deformação elástica.
Um gráfico de tensão x deformação, nesse caso, resulta
numa reta inclinada:
Slope: coeficiente angular.
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O módulo de elasticidade, E, pode ser considerado como a resistência do material à
deformação elástica.
O E é um importante parâmetro de projeto.
A deformação elástica não é permanente (ver gráfico). Cessada a força o corpo
retorna à posição original.
Existem alguns materiais, como o ferro fundido cinzento, onde a parte elástica da
curva não é linear.
Nesse caso usa-se o módulo tangente ou o módulo secante para determinar a
relação tensão x deformação.
Em escala atômica a deformação elástica é manisfestada como pequenas
alterações no espaço interatômico e nas ligações interatômicas.
Assim a magnitude de E é uma medida da resistência à separação dos átomos
adjacentes.
O módulo de elasticidade, E, diminui com a temperatura:
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A tensão de compressão e de cisalhamento (ou torção) também induz um
comportamento elástico similar à tensão de tração.
A tensão e a deformação de cisalhamento são proporcionais pela equação:
  G
(eq. 6)
G é o módulo de cisalhamento (ver tabela anterior).
Anelasticidade
Para a maioria dos materiais de engenharia, existe uma componente da deformação
elástica que, após a liberação da carga, leva algum tempo finito para completa
recuperação.
Esse comportamento é conhecido como anelasticidade.
Para os metais a componente anelastica é muito pequena e pode ser desprezada.
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Problema exemplo: Cálculo do Alongamento (elástico)
Um pedaço de cobre originalmente com 305 mm (12 in) de comprimento é puxado
em tração com uma tensão de 276 MPa (40.000 psi). Se a sua deformação é
inteiramente elástica, qual será o alongamento resultante?
Solução:
- sendo deformação elástica, tem-se:   E 
- a deformação é: 
l
l0
Assim o alongamento é: l 
 l0
E
Como os valores de tração (276 MPa) e l0 (305 mm) são dados e E (110 Gpa) é
obtido da tabela, temos:
∆l = (276 MPa)(305 mm) = 0,77 mm (0,03 in)
110 x 103 MPa
Propriedades Elásticas dos Materiais
Quando uma tensão é imposta sobre uma amostra de metal, um alongamento
elástico e sua deformação Єz resultam na direção da tensão.
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Como resultados dessa deformação existirão constrições nas laterais x e y
perpendiculares à tensão.
Se a tensão for uniaxial e o material isotrópico então Єx = Єy.
O parâmetro coeficiente de Poisson  é definido como a razão entre as
deformações lateral e axial.

y
x

z
z
(eq. 7)
O sinal é inserido para que  seja sempre positivo, pois as deformações lateral e
axial são sempre de sinais opostos.
Teoricamente o valor de  para materiais isotrópicos é de ¼.
A tabela anterior mostra o coeficiente de Poisson para vários metais.
Para os materiais isotrópicos os módulos de cisalhamento e de elasticidade estão
relacionados com o coeficiente de Poisson:
E  2G (1   )
(eq. 8)
Na maioria dos metais o valor de G é aproximadamente 0,4E.
Muitos materiais são anisotrópicos, ou seja o comportamento elástico varia com a
direção cristalográfica.
Para esses materiais as propriedades elásticas são caracterizadas somente com
diversas constantes elásticas e o número de constantes depende da estrutura
cristalina.
Problema exemplo: Cálculo da carga necessária para produzir uma variação
específica no diâmetro.
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Uma tensão de tração deve ser aplicada ao longo do eixo do comprimento de uma
barra cilíndrica de latão, que tem um diâmetro de 10 mm (0,4 in). Determine a
magnitude da carga necessária para produzir uma variação de 2,5 x 10 -3 mm (10-4
in) no diâmetro se a deformação é puramente elástica.
Solução:
Quando a força F é aplicada, a amostra se
alonga na direção Z, ao mesmo tempo em que
sofre uma redução no seu diâmetro de 2,5 x 10-3
mm na direção x.
Єx = ∆d = -2,5 x 10-3 mm = -2,5 x 10-4 mm
d0
10mm
Em seguida calcula-se a deformação na direção
axial usando a eq. 7:
z  
x

Єz = - (-2,5 x 10-4 mm) = 7,35 x 10-4 mm
0,34
Agora a tensão aplicada pode ser calculada com a equação 5 e o módulo de
elasticidade dado pela tabela como sendo 97 GPa:
  E z = (97 x 103 MPa) (7,35 x 10-4 mm) = 71,3 MPa
Finalmente á partir da equação 1:
F   A0 = 71.3 MPa x π (r0)2 = 71.3 MPa x π (d0/2)2
= (71,3 x 106 N/m2) x (10 x 10-3 m)2 π = 5600 N = 1293 lbf
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É isso aí pessoal!!!
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