Fungos - Mundo das Especialidades

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N° 60
Ano 4/2016
1ª Edição
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Fungos
ESTUDO DA NATUREZA
Ministério dos Desbravadores
Igreja Adventista do Sétimo Dia
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EXPEDIENTE
1ª Edição: Disponível em
O que vem por aí ///
por Mundo das Especialidades
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Direção Geral:
Khelven Klay de Azevedo Lemos
Diagramação e Edição:
Khelven Klay de A. Lemos
Coord. de Guias das Especialidades:
Thomé Duarte
Editoração e Revisão : Aretha Stephanie
Autor: Everton B. Moura
Impressão: Servgrafica Editora
SITE MUNDO DAS ESPECIALIDADES
O
s fungos são seres macroscópicos ou microscópicos, unicelulares
ou pluricelulares, eucariotas (com um núcleo celular), heterótrofos
e, na biologia, fazem parte do Reino Fungi, dividido em cinco Filos, a saber: quitridiomicetos, ascomicetos, basidiomicetos, zigomicetos
e os deuteromicetos. Especialistas afirmam que cerca de 1,5 milhão de
espécies de fungos habitam o planeta Terra, como os cogumelos, as leveduras, os bolores, os mofos, sendo utilizados para diversos fins: culinária,
medicina, produtos domésticos. Por outro lado, muitos fungos são considerados parasitas e transmitem doenças aos animais e às plantas. Que tal
conhecer mais sobre este curioso reino, aprendendo e aprimorando seus
conhecimentos nesta nova especialidade?
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UNIÃO NORDESTE BRASILEIRA
UNIÃO LESTE BRASILEIRA
IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA
MINISTÉRIO DOS DESBRAVADORES
Natal, RN, Novembro de 2016
QUEM ESCREVE
Curto muito as especialidades. Dou um grande valor a esta ferramenta de crescimento físico, mental e espiritual, principalmente
porque foi através delas que me mantive fiel a Cristo e descobri
minha profissão!
EVERTON B. MOURA
Bom Estudo!
Guia das Especialidades
ESTUDO DA NATUREZA
Introdução
O Reino Fungi compreende organismos eucariontes, heterótrofos, geralmente multicelulares. O modo de nutrição destes organismos é por absorção.
Embora existam fungos unicelulares, a maioria desses organismos são
eucarióticos e heterotróficos, apresentando as paredes de suas células
constituídas por quitina. São conhecidas aproximadamente 70 mil espécies de fungos, mas especialistas afirmam haver cerca de 1,5 milhão
de espécies de fungos.
Os fungos são divididos em cinco filos: Filo Cythridiomycota,
Filo Zygomycota, Filo Ascomycota, Filo Basidiomycota e Filo Deuteromycota.
Filo Cythridiomycota: a maioria dos fungos reunidos nesse filo é
aquática, e esses organismos apresentam flagelos em algum estágio
de sua vida. Chamados de mastigomicetos (mastix = flagelo; mycetos = fungo), ou citridiomicetos, esses fungos podem ser unicelulares
ou filamentosos e não possuem quitina em sua parede celular, que é
constituída apenas por celulose e glicanos (polissacarídeos). Os fungos citridiomicetos armazenam uma substância de reserva semelhante
à das algas pardas e diatomáceas e, por esse motivo, muitos cientistas classificam esses fungos no mesmo grupo das diatomáceas, algas
pardas e algas douradas. Esses organismos podem ser sapróbios (se
alimentam de cadáveres de plantas e animais) ou parasitas (causam
uma doença em batatas).
Filo Zygomycota: chamados de zigomicetos ou ficomicetos, os fun-
gos pertencentes a esse filo não formam o corpo de frutificação durante
a reprodução sexuada. Alguns desses fungos são utilizados na produção do molho de soja (molho shoyu), hormônios anticoncepcionais e
medicamentos anti-inflamatórios. As espécies de fungos desse filo são
de vida livre, como, por exemplo, o Rhizopus, bolor negro que se desenvolve sobre a superfície úmida de alimentos como frutas, verduras e
pães. Outras espécies de zigomicetos parasitam protozoários, vermes
e insetos, além de espécies que se associam à raízes de plantas, as
micorrizas.
Bolor crescendo no pão (zigomiceto)
Fungos * Estudo da Natureza
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ESTUDO DA NATUREZA
Atenção!
Manuseio com fungos
Quando você for estudar, manusear ou transportar qualquer tipo de fungo, lave bem as
mãos após o manuseio.
Apesar de muitos serem comestíveis, nunca coma o que não conhecer com
100% de certeza. Não carregar fungos sem
estarem fechados em algum recipiente para
evitar espalhar os esporos, (você não vai querer que as coisas comecem a mofar dentro de
casa!). Não colocar a mão, nas mucosas do
corpo, sem antes lavá-las. Tenha higiene!
Filo Ascomycota: os organismos reunidos nesse filo são chamados
de ascomicetos e abrangem a metade de todas as espécies descritas
de fungo. Esses organismos formam o asco (hifas em forma de saco),
justificando o nome do filo. O ascomiceto mais conhecido é o levedo (Saccharomyces cerevisae), também conhecido como fermento de
padaria, muito empregado na produção de bebidas alcoólicas, álcool
e pão. Outros exemplos de ascomicetos são Neurospora crassa, que
é muito utilizado em pesquisas genéticas; algumas espécies de Penicillium, dos quais se produzem a penicilina e certos queijos; e alguns
que parasitam plantas, como o Aspergillus flavus. O ascomiceto Claviceps purpúrea ataca cereais, e a ingestão de alimentos contaminados
por ele causa ergotismo, um envenenamento que provoca alucinações,
convulsões, espasmos nervosos e morte. A substância que causa esse
quadro se chama ergotina e é utilizada em alguns medicamentos por
causar vasoconstrição e contração muscular. Essa substância também
é utilizada para se produzir o LSD, uma droga bastante perigosa. Algumas espécies de ascomicetos vivem associadas a algas ou cianobactérias formando os líquens.
Filo Basidiomycota: chamados de basidiomicetos, os fungos perten-
centes a esse filo são mais conhecidos como orelhas-de-pau e cogumelos. Alguns basidiomicetos, como o Agaricus (champignons), são
comestíveis, enquanto que outros, como o Amanita muscaria, são tão
venenosos que a ingestão de um pequeno pedaço pode levar à morte.
Há ainda espécies de basidiomicetos que são tóxicas e contêm substâncias alucinógenas, como o Psilocybe mexicana; e outras que atacam vegetais como cereais e café causando as chamadas ferrugens.
Você sabia?
Você já comeu fungos
Cerca de duzentos tipos de cogumelos são
usados na alimentação humana. Algumas espécies são largamente cultivadas, como é o
caso do basidiomiceto Agaricus campestris;
ascomicetos como a Morchella esculenta, depois de secos, constituem finíssima iguaria.
Fungo basidiomiceto orelha-de-pau.
Filo Deuteromycota: os fungos pertencentes a esse filo são chama-
dos de deuteromicetos ou fungos imperfeitos, por não apresentarem
reprodução sexuada. Muitos fungos que foram classificados como
sendo deuteromicetos foram ou estão sendo reclassificados em outros
filos, como é o caso do Penicillium (fungo do qual de extrai a penicilina),
da Candida albicans (fungo que parasita mucosas) e do fungo Trichophyton (causadores do pé-de-atleta e frieiras), que eram classificados
como deuteromicetos e agora são classificados no filo dos ascomicetos.
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ESTUDO DA NATUREZA
Uso dos fungos
Produção de pães: As leveduras são fungos microscópicos, utilizados
desde a Antiguidade na preparação de alimentos e bebidas fermentadas. O levedo Saccharomyces cerevisiae, empregado na fabricação
de pão e de bebidas alcoólicas fermenta açúcares para obter energia,
liberando gás carbônico e álcool etílico. Na produção do pão é o gás
carbônico que interessa; as bolhas microscópicas desse gás, eliminadas pelo levedo na massa, contribuem para tornar o pão leve e macio.
Você sabia?
Fungos e remédios
Foi do ascomiceto Penicillium chrysogenum
que se extraiu originalmente a penicilina, um
dos primeiros antibióticos a ser empregado
com sucesso no combate a infecções causadas
por bactérias.
Produção de bebidas alcoólicas: A produção dos diferentes tipos de
bebida alcoólica varia de acordo com o substrato fermentado, com o
tipo de levedura utilizada e com as diferentes técnicas de fabricação.
Por exemplo, a fermentação da cevada produz cerveja, enquanto a fermentação da uva produz vinho. Depois da fermentação, certas bebidas
passam por processos de destilação, o que aumenta sua concentração em álcool. Exemplos de bebidas destiladas são a aguardente, ou
pinga, obtida a partir de fermentado de cana-de-açúcar, o uísque, obtido de fermentados de cereais como a cevada e o centeio, e o saquê,
obtido a partir de fermentados de arroz.
Fungos * Estudo da Natureza
Certos fungos produzem toxinas
poderosas, que vêm sendo objeto da pesquisa farmacêutica. Muitos fungos produzem
substâncias denominadas ciclopeptídios, capazes de inibir a síntese de RNA mensageiro
nas células animais. Basta a ingestão de um
único corpo de frutificação (cogumelo) do
basidiomiceto Amanita phalloides, por exemplo, para causar a morte de uma pessoa. Um
fungo muito estudado do ponto de vista farmacêutico foi o ascomiceto Claviceps purpurea, popularmente conhecido como ergotina.
Foi dele que se extraiu originalmente o ácido
lisérgico, ou LSD, substância alucinógena que
ficou famosa na década de 1970.
A ergotina cresce sobre grãos de
cereal, principalmente centeio e trigo. Cereais contaminados por ergotina causaram, no
passado, intoxicações em massa, com muitas
mortes. Desde o século XVI as parteiras já conheciam uma propriedade farmacêutica da
ergotina: se ingerida em pequenas quantidades, acelerava as contrações uterinas durante
o parto.
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ESTUDO DA NATUREZA
Produção de queijos: Certos fungos são empregados na produ-
ção de queijos, sendo responsáveis por seu sabor característico. Os
fungos Penicillium roqueforti e Penicillium camemberti, por exemplo,
são utilizados na fabricação de queijos tipos roquefort e camembert
respectivamente.
Penicillium roqueforti (visto em microscópio eletrônico, colorido artificialmente) e na outra foto queijo Roquefort
Você sabia?
Doenças fungicas
Tinea do corpo: micose superficial da pele,
caracterizada por machas arredondadas com
presença de coceira.
Tinea da cabeça: micose superficial que se desenvolve no couro cabeludo, formando falhas
no cabelo. Contagiosa, é muito comum em
crianças.
Tinea da virilha: micose superficial que causa
bastante coceira. Atinge pernas e virilhas.
Pitiríase versicolor: micose superficial que
atinge principalmente áreas com grande oleosidade. Formam manchas brancas com presença de descamação.
Candidíase: doença causada por fungos que
pode afetar tanto a pele quanto as membranas mucosas. Dependendo da região afetada
ela poderá ser classificada como candidíase
oral, intertrigo, vaginal, onicomicose ou paroníquia.
Fungos parasitas
Os fungos parasitas vivem à custa de outros seres vivos, provocam
doenças em plantas e animais. Nas plantas, algumas das doenças
mais conhecidas são a “ferrugem” do café, do feijão e do trigo o
“carvão” da cana-de-açúcar; e a “murcha” do algodão.
Os agricultores usam fungicidas para eliminar os fungos das
plantas. Atualmente, é comum selecionar para o plantio plantas geneticamente resistentes aos fungos.
Os fungos são capazes de penetrar na camada de celulose
que protege as plantas. Alguns destroem a substância responsável
pelo enrijecimento do tronco e do caule das plantas.
Micoses
As doenças provocadas por fungos são conhecidas como micoses.
Entre as que podem acometer o ser humano, podemos citar o “sapinho”, comum na boca de bebês, e as frieiras nos pés. Há micoses
que atacam órgãos internos, por exemplo, os pulmões, e podem
provocar a morte do indivíduo. Os fungos podem infectar a nossa pele e multiplicar-se causando as micoses. Para ocorrer essa multiplicação, são necessárias
condições que favoreçam a ação dos fungos: a umidade e o calor,
comuns nas virilhas, entre os dedos (principalmente os dos pés) e
no couro cabeludo; dessas regiões os fungos podem espalhar-se
por outras áreas do corpo.
Histoplasmose: infecção fúngica.
Onimicose (micose das unhas): infecção causada por fungos e que atinge as unhas.
micoses na pele na região dos dedos.
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ESTUDO DA NATUREZA
Partes de um cogumelo (Basidiomiceto)
Se ligue!
Evite doenças com os fungos
chapéu ou píleo:
o chapéu é a parte
mais importante do cogumelo, pois na
sua superfície inferior encontramos o
himénio, onde estão os esporos reprodutores sa espécie.
Em geral, para evitar o aparecimento de doenças causadas por fungos, devemos seguir alguns
procedimentos básicos:
Usar roupas frescas e bem limpas, leves e claras,
principalmente na época de altas temperaturas;
Não andar descalço em locais úmidos e de grande circulação de pessoas (vestiários, saunas,
etc.);
Não compartilhar instrumentos de manicure;
Evitar usar meias de tecidos sintéticos. As de
algodão são as mais recomendadas. Devem ser
claras, limpas e bem secas.
anel: o anel ( quando
existe) não é na realidade uma parte do
pé, mas o resto de um
véu que cobre a parte
inferior do chapéu do
cogumelo no estado
jovem. O chapéu ao
abrir-se rompe o véu
que pode ficar aderente ao pé formando o
anel
Evitar contato físico com pessoas que estão
com doenças de pele (muitas micoses são contagiosas);
parte inferior do chapéu: com lâminas,
tubos ou poros, agulhas ou dentes e
pregas ou pseudolâminas
Em caso de suspeita, procurar rapidamente um
dermatologista ou médico clínico geral. Identificar e tratar com rapidez doenças deste tipo é
fundamental para que ela não aumente e possa
se espalhar pelo corpo.
pé ou estipe: o pé do cogumelo pode
Lavar-se com água e sabão, pois a higiene é a
melhor maneira de prevenção.
adquirir diferentes formas
Evitar calor e umidade em áreas de dobra de
pele: enxugá-las bem após o banho; não ficar
muito tempo com roupas de banho úmidas
(maiô e calção, por exemplo).
Evitar o uso contínuo de tênis, calçados de borracha ou sapatos apertados.
volva: a volva é o resto de um véu que
cobre a parte inferior do chapéu do cogumelo no estado jovem. O chapéu ao
abrir-se rompe o véu, podendo ou não,
formar um anel, deixando uma volva
que envolve a base do pé.
Manter as unhas curtas e limpas.
micélio
estruturas
reprodutora
hífas
Fungos * Estudo da Natureza
estruturas
produtoras
de esporos
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ESTUDO DA NATUREZA
Você sabia?
A ferrugem do cafeeiro, por exemplo, é uma
parasitose provocada por fungo; as pequenas
manchas negras, indicando necrose em folhas,
como a da soja, ilustrada a seguir, são devidas
ao ataque por fungos.
Importância ecológica dos Fungos
Os fungos apresentam grande variedade de modos de vida. Podem
viver como saprófagos, quando obtêm seus alimentos decompondo
organismos mortos; como parasitas, quando se alimentam de substâncias que retiram dos organismos vivos nos quais se instalam,
prejudicando-o ou podendo estabelecer associações mutualísticas
com outros organismos, em que ambos se beneficiam. Além desses modos mais comuns de vida, existem alguns grupos de fungos
considerados predadores que capturam pequenos animais e deles
se alimentam.
Em todos os casos mencionados, os fungos liberam enzimas digestivas para fora de seus corpos. Essas enzimas atuam
imediatamente no meio orgânico no qual eles se instalam, degradando-o à moléculas simples, que são absorvidas pelo fungo como
uma solução aquosa.
Os fungos saprófagos são responsáveis por grande parte
da degradação da matéria orgânica, propiciando a reciclagem de
nutrientes. Juntamente com as bactérias saprófagas, eles compõem
o grupo dos organismos decompositores, de grande importância
ecológica. No processo da decomposição, a matéria orgânica contida em organismos mortos é devolvida ao ambiente, podendo ser
novamente utilizada por outros organismos.
Apesar desse aspecto positivo da decomposição, os fungos são
responsáveis pelo apodrecimento de alimentos, de madeira utilizada
em diferentes tipos de construções, de tecidos, provocando sérios
prejuízos econômicos. Os fungos parasitas provocam doenças em
plantas e em animais, inclusive no homem.
+CONHECIMENTO
Algumas plantas que formam as micorrizas naturalmente são o tomateiro, o morangueiro, a
macieira e as gramíneas em geral.
As micorrizas são muito freqüentes também
em plantas típicas de ambientes com solo pobre de nutrientes minerais, como os cerrados,
no território brasileiro. Nesses casos, elas representam um fator importante de adaptação,
melhorando as condições de nutrição da planta.
Certos grupos de fungos podem estabelecer
associações mutualísticas com cianobactérias
ou com algas verdes, dando origem a organismos denominados líquens.
Fungos apodrecendo os morangos.
Em muitos casos os fungos parasitas das plantas possuem
hifas especializadas - haustórios – que penetram nas células do hospedeiro usando os estomas como porta de entrada para a estrutura
vegetal. Das células da planta captam açúcares para a sua alimentação.
Dentre os fungos mutualísticos, existem os que vivem associados a raízes de plantas formando as micorrizas (mico= fungo; rizas = raízes). Nesses casos os fungos degradam materiais
do solo, absorvem esses materiais degradados e os transferem à
planta, propiciando-lhe um crescimento sadio. A planta, por sua vez,
cede ao fungo certos açucares e aminoácidos de que ele necessita
para viver.
07 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Estudo da Natureza * Fungos
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ESTUDO DA NATUREZA
Líquens
Os líquens são associações simbióticas de mutualismo entre fungos e algas. Os fungos que formam liquens são, em sua grande maioria, ascomicetos (98%), sendo o restante, basidiomicetos.
As algas envolvidas nesta associação são as clorofíceas e cianobactérias. Os fungos desta associação recebem o nome de micobionte
e a alga, fotobionte, pois é o organismo fotossintetizante da associação.
A natureza dupla do líquen é facilmente demonstrada através do cultivo separado de seus componentes. Na associação, os
fungos tomam formas diferentes daquelas que tinha quando isolados, grande parte do corpo do líquen é formado pelo fungo.
Morfologia do Líquen: Normalmente existem três tipos de talo:
Crostoso: o talo é semelhante a uma crosta e encontra-se fortemente
aderido ao substrato.
Folioso: o talo é parecido com folhas.
Fruticoso: o talo é parecido com um arbusto e tem posição ereta.
Reprodução do Líquen:
Os líquens não apresentam estruturas de reprodução sexuada. O micobionte pode formar conídios, ascósporos ou basidiósporos. As estruturas sexuadas apresentam forma de
apotécio. Os esporos formados pelos fungos do líquen germinam
quando entram em contato com alguma clorofícea ou cianobactéria.
O fotobionte se reproduz vegetativamente. O líquen pode se
reproduzir assexuadamente por sorédios, que são propágulos que
contém células de algas e hifas do fungo, e por isídios, que são projeções do talo, parecido com verrugas. O líquen também pode se
reproduzir por fragmentação do talo.
Pesquise!
Os fungos na Bíblia
Analisando o livro de Levítico, no capítulo 13 e
verso 47, temos as seguintes traduções nas três
versões a seguir:
Bíblia Viva: Quando alguém desconfiar que pegou lepra em alguma peça de roupa, de lã ou de
linho,...
Bíblia NTLH: Quando aparecer mofo numa roupa
feita de lã ou de linho,...
Bíblia NVI: Quando aparecer mancha de mofo em
alguma roupa, seja de lã, seja de linho,...
Aqui a Nova Versão Internacional é a mais precisa priorizando o conceito de mancha, e completando ao especificar uma entidade biológica
que indica umidade, nas paredes, nas roupas,
formando manchas de diversas formas, texturas,
cores, velocidade de dispersão.
A confusão com a Hanseníase é porque a palavra “lepra” significa “mancha”, assim as outras
versões estão corretas, pois os bolores produzem manchas, lepras...
A NVI ao especificar mancha de bolor mostra
discernimento e capacidade vernácula coloquial.
Habitat do Líquen:
Os líquens possuem ampla distribuição e habitam
as mais diferentes regiões. Normalmente os líquens são organismos
pioneiros em um local, pois sobrevivem em locais de grande estresse ecológico. Podem viver em locais como superfícies de rochas,
folhas, no solo, nos troncos de árvores, picos alpinos, etc. Existem
líquens que são substratos para outros líquens.
A capacidade do líquen de viver em locais de alto estresse
ecológico deve-se à sua alta capacidade de dessecação. Quando
um líquen desseca, a fotossíntese é interrompida e ele não sofre pela
alta iluminação, escassez de água ou altas temperaturas. Por conta
desta baixa na taxa de fotossíntese, os líquens apresentam baixa
taxa de crescimento.
líquen crostoso
Importância Econômica do Líquen: Os líquens produzem ácidos
que degradam rochas e ajudam na formação do solo, tornando-se
organismos pioneiros em diversos ambientes. Esses ácidos também
possuem ação citotóxica e antibiótica. Quando a associação é com
uma cianobactéria, os líquens são fixadores de nitrogênio, sendo
importantes fontes de nitrogênio para o solo.
Os líquens são extremamente sensíveis à poluição, servindo
de bioindicadores de poluição, podendo indicar a qualidade do ar e
até quantidade de metais pesados em áreas industriais.Algumas espécies são comestíveis, servindo de alimento para muitos animais.
De maneira geral, as condições para os fungos poderem
viver bem, variam de espécie para espécie, mas vão de temperaturas que variam de 60 °C a -10 °C. Desenvolvem-se bem em lugares
úmidos, com pouca luz e com matéria orgânica que usam para se
alimentar.
Fungos * Estudo da Natureza
líquen folioso
líquen fruticoso
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ESTUDO DA NATUREZA
Atividade
Pesquise os fungos abaixo e escreva nos espaços reservados um pouco
sobre cada um deles:
Geastrum saccatum
No Brasil, é chamado de estrela-da-terra
Orelha-de-pau
Pycnoporus sanguineus
Amanita muscaria
Fungo taça: Cymatoderma
09 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Estudo da Natureza * Fungos
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ESTUDO DA NATUREZA
Fungo-orelha-de-Judas
O Auricularia auricula-judae
Orelha de pau
Ganoderma lucidum
Cogumelo: Suillus luteus
Cogumelo: Suillus granulatus
Fungos * Estudo da Natureza
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
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ESTUDO DA NATUREZA
Phallus indusiatus
Lactarius deliciosus
Cogumelo: Macrolepiota
Fungo guarda-chuva: Marasmius
11 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Estudo da Natureza * Fungos
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ESTUDO DA NATUREZA
Lycoperdon atropurpureum
Russula
Ramaria flava
Fungos * Estudo da Natureza
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