XVII Encontro de Iniciação Científica XIII Mostra de Pós-graduação VII Seminário de Extensão IV Seminário de Docência Universitária 16 a 20 de outubro de 2012 INCLUSÃO VERDE: Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável MCH0082 A IMPORTÂNCIA DO USO DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO HOSPITAL NA SALADE EMERGÊNCIA: UM ESTUDO SOBRE A PERCEPÇÃO DOS MÉDICOS PAULO CÉSAR RIBEIRO QUINTAIROS EDSON APARECIDA DE ARAÚJO QUERIDO OLIVEIRA MARCUS ROBERTO RIBEIRO VIVIANE FUSHIMI VELLOSO [email protected] PROFESSOR DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO E UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ ORIENTADOR(A) PAULO CESAR RIBEIRO QUINTAIROS UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ A IMPORTÂNCIA DO USO DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO HOSPITAL NA SALADE EMERGÊNCIA: um estudo sobre a percepção dos médicos e atendentes de um hospital privado de Porto Velho / RO Paulo César Ribeiro Quintairos (UNITAU, Brazil) – [email protected] Edson Aparecida de Araújo Querido Oliveira (UNITAU, Brazil) – [email protected] Marcus Roberto Ribeiro (UNITAU e FSL , Brazil) – [email protected] Viviane Fushimi Velloso (UNITAU e USP, Brazil) – [email protected] RESUMO A Tecnologia da Informação - TI disponibiliza ferramentas para auxiliar as tarefas dos médicos e atendentes que trabalham no pronto atendimento dos hospitais. Neste trabalho é apresentado um estudo sobre a percepção desses profissionais quanto à utilização de um sistema de informação hospitalar no processo de atendimento de pacientes. A pesquisa apresentada é um estudo de caso, realizado em um hospital privado, localizado no município de Porto Velho, Rondônia. Todos os médicos e atendentes responderam a um questionário. Sendo que foram utilizados dois tipos diferentes de questionários, um para atendentes e outro para os médicos. Os resultados mostram que os profissionais estudados reconhecem que o sistema de informação hospitalar é uma ferramenta muito útil, especialmente para aperfeiçoar e organizar o atendimento aos pacientes. Os problemas apontados foram uma possível tendência dos médicos fazerem diagnósticos com base em diagnósticos anteriores de um mesmo paciente. Outro problema é a falta de cuidado, dos médicos e atendentes, no processo de inserção de dados no sistema de informação. Palavras-chave: Tecnologia da Informação. Sistema de Informação Hospitalar. Pronto Atendimento. THE IMPORTANCE OF USING A HOSPITAL INFORMATION SYSTEM IN THE EMERGENCY ROOM: a study on the perception of physicians and attendants of a private hospital at Porto Velho/RO ABSTRACT The Information Technology - IT can provide tools to help physicians and attendants working at emergency rooms of hospitals. In this paper is presented a study about the perception of these professionals in using a hospital information system. The presented research is a case study on a private hospital localized at Porto Velho, Rondônia. All the physicians and attendants answered a questionnaire. It were used two different kind of questionnaires; one to attendants and one other to physicians. The results show that the professionals studied recognize that the hospital information system is a very useful tool, specially to optimize and organize the patients care. The problems pointed were a possible tendency of physicians do a diagnostic based on past diagnostics of a same patient. Another problem is a lack of care, of the physicians and attendants, to insert correct and precise informations in the information system. Key-words: Information Technology. Hospital information system. Emergency rooms. 1. INTRODUÇÃO A Tecnologia da Informação (TI) é, atualmente, imprescindível às organizações. Entretanto, para que um Sistema de Informação (SI), baseado em elementos de TI, seja um diferencial competitivo é imperativo que esteja alinhado às estratégias da organização. O uso da TI possibilita às empresas aprimorar a qualidade e a disponibilidade de informações e, por conseguinte, agrega valor aos seus produtos e serviços (ALBERTN, 2009). Nas organizações do setor de saúde, especialmente as clínicas e hospitais, o uso da TI possibilita a melhoria na qualidade dos serviços prestados. Os SIs baseados em TI podem ser usados para reduzir o tempo de espera dos pacientes, organizar o fluxo de atendimentos e, ainda, auxiliar médicos no diagnóstico dos pacientes. As organizações hospitalares têm buscado acompanhar as significativas mudanças e a evolução da tecnologia voltada para a saúde. Especialmente a parte de equipamentos, infraestrutura e terapêutica. Entretanto, a obtenção de dados, o armazenamento, geração e disponibilização de informações sobre os pacientes continuam sem a devida atenção em muitos hospitais brasileiros. O Sistema de Informação com Base em Computador (SIBC) utilizado em hospitais é denominado Sistema de Informação Hospitalar (SIH). Esse tipo de sistema tem função de otimizar a gestão da informação e, por conseguinte, a gestão organizacional. A finalidade é contribuir para o aprimoramento da eficiência operacional dos hospitais (JORGE, 2010). Apesar dos muitos avanços tecnológicos com relação à coleta, processamento e padronização dos dados, é notória a necessidade de aprimorar os sistemas de informação hospitalar. Os maiores problemas nesses sistemas são a falta de consenso sobre o escopo das informações, ausência da padronização dos processos no ambiente organizacional, complexidade e imprevisibilidade no comportamento do usuário, além de uma variedade de questões legais e sociais (ADRIANO ET AL, 2001). Os problemas para implementar sistemas de informação hospitalar são devido às práticas dos profissionais de saúde que interagem com os pacientes, origem de todo o processo informacional. A padronização da informação exige grande esforço e comprometimento desses profissionais com o registro dos dados. Os registros precisos sobre os atendimentos dos pacientes são imprescindíveis, não sendo possível tolerar registros superficiais, incompletos e desordenados, como os usualmente encontrados em muitos hospitais brasileiros (ADRIANO ET AL, 2001). Neste artigo são apresentados os resultados de uma pesquisa cujo objetivo é avaliar a percepção dos médicos e atendentes sobre os impactos de um Sistema de Informação Hospitalar na qualidade do atendimento prestado aos pacientes. A pesquisa é estudo de caso, restrita a um pronto socorro de uma organização hospitalar privada do município de Porto Velho, no estado brasileiro de Rondônia. Os dados apresentados neste trabalho foram obtidos por meio da aplicação de questionários. Um tipo de questionário foi respondido pelos atendentes e outro pelos médicos do pronto socorro estudado. O estudo envolveu todos os atendentes e médicos que atuavam no Pronto Atendimento Hospitalar. Os resultados obtidos permitiram identificar os fatores críticos associados ao uso do Sistema de Informação Hospitalar no Pronto Atendimento Hospitalar. Isso foi possível a partir da percepção dos médicos e atendentes quanto ao impacto do SIH na qualidade dos atendimentos prestados aos pacientes. A partir dos dados obtidos com os questionários, foi possível comparar a percepção dos médicos e atendentes entre os atendimentos realizados com e sem o apoio dos sistemas de informação. A comparação foi feita considerando o tempo de atendimento, a dinâmica de atendimento, o nível de informação sobre o paciente, a quantidade e a qualidade dos atendimentos e também o desempenho médico. 2. REVISÃO DE LITERATURA A informação de boa qualidade e disponível aos gestores de uma organização é fundamental para embasar o processo decisório da empresa. Abreu e Rezende (2009) afirmam que a importância de um sistema de informação (SI) depende da capacidade de atender às necessidades de informações dos responsáveis pelo processo decisório de uma organização. Laudon e Laudon (2009) observam que um sistema de informação pode ser definido como um conjunto de componentes inter-relacionados. As funções deste sistema englobam coleta, processamento e armazenamento dos dados; geração e disponibilização de informações. Essas informações deverão ser usadas para subsidiar a tomada de decisão, a coordenação e o controle de uma organização. De acordo com Stair e Reynolds (2006), um sistema de informação pode ser manual ou computadorizado. Muitos sistemas de informação começam como manuais e posteriormente passam a ser computadorizados. É importante enfatizar, entretanto, que simplesmente automatizar um SI com o uso dos elementos de TI não garante o bom desempenho do sistema. Albertin (2009) enfatiza que, para atender às necessidades informacionais de uma empresa, é imperativo que o SI seja construído de forma a alinhar o uso da TI ao negócio. É o negócio que deve determinar qual o melhor SI e quais os elementos de TI devem ser usados. Lohmann et al (2010) destacam que cabe à Tecnologia de Informação promover a circulação de ideias, informações e conhecimentos no ambiente corporativo. A informação é um fator crítico para mudanças estratégicas, as quais são necessárias à evolução da empresa moderna. A estrutura organizacional e a Tecnologia de Informação têm papel relevante nessas mudanças estratégicas e na globalização das interfaces com o mundo exterior. A TI é uma ferramenta de gestão e não uma variável independente e dominadora que impõe condições e características tanto à estrutura como ao comportamento das organizações (PINOCHET et al., 2010). Faria (2006) afirma que a TI viabiliza soluções que permitem incorporar funcionalidades transacionais entre empresas, clientes e fornecedores. Isso possibilita a integração e o compartilhamento de dados e informações em tempo real, contribuindo para a otimização, eficácia e flexibilidade nos processos de negócio. Segundo Marin e Miranda (2010), os sistemas de informação em saúde (SIS) podem ser definidos como uma estrutura de coleta, processamento, armazenagem e distribuição da informação. As funções desses sistemas são dar subsídios ao processo de tomada de decisão e auxiliar a gestão das organizações de saúde. Desta forma, os SIS reúnem uma base de dados, informações e conhecimento destinados a sustentar o planejamento, o aperfeiçoamento e o processo decisório dos múltiplos profissionais da área da saúde, inclusive àqueles envolvidos no atendimento aos pacientes e usuários do sistema de saúde. Ainda segundo Marin e Miranda (2010), os sistemas de informação em saúde são reconhecidos como instrumentos que aumentam a efetividade dos profissionais e reduzem os custos em saúde, assim como auxiliam na promoção da padronização do cuidado. Melgajero (2010) destaca que a prestação de serviço é realizada nos hospitais para melhorar a saúde dos pacientes. Todos os eventos ocorridos em torno dessa prestação devem ser refletidos em dados. Esses, posteriormente, são objetos de análises, convertendo-se em informação e, em seguida, em conhecimento. Assim sendo, além dos dados e informações, os hospitais, como consequência de suas atividades, podem obter importantes conhecimentos. O sistema de informação hospitalar — SIH, segundo Melgajero (2010), é o conjunto organizado de recursos técnicos, tecnológicos, humanos e de informação, que reflete de maneira precisa os eventos decorrentes do atendimento prestado ao paciente. Isso é feito tanto em nível assistencial como em nível administrativo/financeiro, de acordo com os processos definidos para sua operação e gestão. Londoño (2010) define SIH como um conjunto de pessoas, recursos físicos, recursos financeiros, normas, processos, procedimentos e dados. Este conjunto deve funcionar de forma articulada para facilitar e apoiar o desempenho dos funcionários do hospital no cumprimento das suas atividades. É digno de nota que o SIH engloba a comunicação dos dados processados, a apresentação da informação, a administração de atividades e a tomada de decisão. Segundo Gonçalves (2002), um SIH adequado deve cumprir os seguintes requisitos: abranger todos os departamentos e serviços; poder ser utilizado com facilidade pelos usuários; utilizar a melhor tecnologia disponível considerando a necessidade de resultados sólidos e confiáveis; ter um custo compatível com o planejamento financeiro do hospital, representando inclusive um instrumento de redução de custos administrativos e operacionais; deve poder evoluir para incluir modificações operacionais do hospital, bem como modificações tecnológicas em informática; garantir o sigilo relativo a informações de toda natureza por meio de adequados bloqueios de acesso. Felisbino (2008) enfatiza que um sistema de informação hospitalar pode auxiliar aos gestores de um hospital nas seguintes atividades: tratamento de informações sobre pacientes, com a emissão de relatórios; controle de estoque de medicamentos e de materiais de uso hospitalar; e controle de internações. O controle integrado dessas atividades possibilita maior domínio das diversas funções e setores que estejam sobre o controle administrativo do hospital, facilitando assim a tomada de decisões dos seus gestores. Entretanto, apesar do grande número de atividades em que um SIH pode contribuir para aprimorar a gestão de uma organização, para Gonçalves (2002), o grande desafio da informatização dos hospitais é o registro e o processamento das informações relativas aos pacientes. A razão fundamental disso decorre da complexidade do vocabulário em que a informação médica é expressa. Assim, a inovação dos SIHs deve estar voltada para os dados relativos aos pacientes. Especialmente os documentos dos prontuários. Segundo Politano et al. (2007), os modelos de sistemas de informação voltados à gestão dos dados de pacientes são distantes da realidade dos hospitais brasileiros. É notória a carência de profissionais de saúde capacitados para o uso dos SIHs disponíveis. Além disso, o autor destaca o fato de que essas instituições não adotam políticas de investimento na qualificação e capacitação de seus funcionários. Os problemas relativos aos investimentos em hardware e software são secundários nos hospitais, especialmente os privados. Londoño (2010) adverte que os sistemas de informação devem ser considerados um meio e não um fim. Neste sentido, é prioritário concentrar a atenção no treinamento dos funcionários. Somente com isso é possível melhorar a operação do sistema quanto à dinâmica dos procedimentos relacionados ao registro adequado dos diferentes dados para classificação, ao processamento e à análise dos resultados obtidos. A qualidade dos dados coletados é fundamental para a geração de informações confiáveis. É essencial para dar subsídios a uma gestão hospitalar orientada a melhorar a eficiência, a eficácia, a efetividade e a competitividade organizacional. Ainda segundo Londoño (2010), para o hospital cumprir sua missão é necessário um bom sistema de informação. Isso facilita a obtenção de excelentes resultados como: transparência; tomada de decisão acertada; controle eficiente dos recursos; confiança e capacidade de reação. Apesar de todas as idiossincrasias da gestão de organizações hospitalares brasileiras, para Ayala et al. (2010) as dificuldades de obtenção de informações e do alcance de eficiência na gestão dessas empresas são similares àquelas das demais. Ainda segundo os autores, a adequação dos sistemas informação para uma maior aplicabilidade aos hospitais ainda é um desafio. Em parte, as dificuldades provêm dos hospitais serem divididos em diversos setores. Cada um com atividades que diferem uma das outras, não só pela natureza do serviço prestado, mas também pelo valor agregado. Trata-se de organizações com alto grau de complexidade se comparado às demais prestadoras de serviços. A gestão da informação tem como desafio principal solucionar as necessidades de informação sobre o que acontece com os vários recursos como, por exemplo, financeiro, pessoas, insumos, equipamentos e tecnologia. Do ponto de vista da gestão, a informação é um insumo cognitivo básico que auxilia de modo importante para o conhecimento, planejamento e avaliação hospitalar (OPAS, 2004). Jacques (2007) destaca que os SIHs possibilitam a melhoria da qualidade do apoio à produção dos serviços. À medida que a informação possibilita redução dos custos com melhoria dos serviços, aumenta a demanda por novas soluções e funcionalidades dos sistemas. Cada vez mais a ênfase é a obtenção de informações e não apenas na coleta de dados. Por isso, as organizações hospitalares têm se preocupado em obter informações relevantes sobre os serviços oferecidos. Ainda de acordo com Jacques (2007), a descentralização das decisões é importante para o aprimoramento dos SIHs. Permitindo aos níveis operacionais desenvolver e exercitar uma gestão autônoma, é possível melhorar o alinhamento e a difusão do conhecimento através dos sistemas de informação. O autor ainda complementa que isso poderia promover a integração de todos os profissionais e atividades hospitalares. Nos hospitais e nas empresas em geral têm-se consciência da importância das informações para a tomada de decisões. No entanto, frequentemente os responsáveis não compreendem plenamente a dimensão do valor da TI na atenção médicoassistencial ou na gestão da atenção à saúde. Grande número de gestores não tem capacidade e experiência para acessar, analisar e utilizar a informação na sua gestão (OPAS, 2004). Segundo Melgajero (2010), atualmente, os hospitais dispõem de moderna tecnologia para o processamento de informação, seja qual for sua origem, destino, meio de coleta, processamento ou fornecimento. A informação do estado de saúde do paciente, embora esteja armazenada em locais distantes, pode ser acessada em qualquer lugar do mundo com a devida restrição e controle. Essas informações podem ser disponibilizadas na forma de texto, imagens, áudio e vídeo; totalmente integrados com os prontuários clínicos. O sistema de informação de um hospital, ainda de acordo com Melgajero (2010), pode ser acessado de qualquer lugar. A internet facilita a comunicação entre um profissional médico e o hospital onde o paciente necessita de atendimento. As juntas médicas podem ser realizadas entre profissionais localizados em diferentes lugares do mundo. Além disso, a leitura de exames complementares não exige a presença física do profissional no hospital. A sua impressão diagnóstica pode ser registrada de forma centralizada por meio de ferramentas informatizadas acessíveis pela internet. 3. MÉTODO O método científico utilizado neste artigo é classificado, do ponto de vista da natureza, como pesquisa aplicada. Segundo Silva e Menezes (2005, p.20) esse tipo "objetiva gerar conhecimento para aplicação prática e dirigida à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais". Quanto à abordagem, trata-se de uma pesquisa quantitativa censitária, uma vez que todos os atendentes e médicos do pronto atendimento do hospital foram consultados. Isso significa que busca traduzir em números, opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. A análise dos dados requer o uso de recursos e técnicas estatísticas (SILVA; MENEZES, 2005). Do ponto de vista dos objetivos, a pesquisa apresentada é do tipo exploratório. De acordo com Gil (1999, p.65) a mesma "[...] visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses [...]". O trabalho assumiu também a forma de pesquisa descritiva, pois, segundo Gil (1991, p.21) "[...] visa descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis [...]". Em relação ao delineamento a pesquisa assumiu a forma de estudo de caso. Para Yin (2005) o estudo de caso pode ser o método mais adequado para verificar os fenômenos organizacionais. O autor afirma que o estudo de caso é uma das diversas formas de se fazer pesquisa empírica endereçando as pessoas que têm interesse em conhecer a realidade de uma organização com mais profundidade, sendo esta a justificativa principal para a escolha de tal metodologia. O universo da pesquisa foi composto por atendentes e médicos do pronto atendimento, sendo a pesquisa populacional constituída por cinco atendentes e nove médicos do pronto socorro do Hospital Panamericano, que é um Complexo Hospitalar amplo e moderno com sistema padronizado de hotelaria, pronto atendimento com infraestrutura de avançada tecnologia e profissionais preparados para oferecer o melhor atendimento para casos de emergência nas 24hs do dia. A Internação Hospitalar é um evento cercado de atenções com um atendimento humanizado e acolhedor, visando garantir o melhor tratamento que a medicina oferece. UTI pioneira na rede privada e um Centro Cirúrgico com qualidade e tecnologia de ponta que fazem do Hospital Panamericano uma referência na região. Quanto aos instrumentos de coleta de dados, Richardson (2007) cita que existem diversos instrumentos que podem ser utilizados para obter informações acerca de determinado problema ou situação. São exemplos: o questionário; a entrevista; o levantamento bibliográfico; a análise de conteúdo; a pesquisa histórica; a pesquisa de medição de atitudes e a técnica de observação. Neste trabalho foram utilizados dois questionários fechados. Um deles destinado aos atendentes, contendo 15 questões. Outro questionário foi destinado aos médicos; este contendo 19 questões. As questões que compõem os questionários foram elaboradas tomando como base os conceitos apresentados por Albertin e Albertin (2009) quando afirmam que os benefícios de TI são melhoria dos serviços ao cliente, alocação de recursos mais eficientes, melhorias de desempenho, redução de riscos aumento da produtividade e a disseminação de uma cultura de alto desempenho. O sistema de informação hospitalar, segundo Melgajero (2010), é o conjunto organizado de recursos técnicos, tecnológicos, humanos e de informação que reflete de maneira precisa os eventos decorrentes do atendimento prestado ao paciente. Isso é feito tanto em nível assistencial como em nível administrativo/financeiro, de acordo com os processos definidos para sua operação e gestão. Gonçalves (2002) ainda contribui afirmando que o grande desafio da informatização no hospital é o registro e o processamento das informações relativas ao próprio doente. Entretanto, o grande desafio da informatização no âmbito do hospital deve estar voltado para os dados do que relativos ao doente, essencialmente os documentos de seu prontuário. As aplicações dos questionários foram realizadas no pronto atendimento do hospital, local foco da pesquisa, tendo como principal dificuldade a acessibilidade e disponibilidade dos médicos para a aplicação dos mesmos, pois houve situações em que foi necessário aplicar a pesquisa de madrugada, horário que aparentemente o pronto atendimento apresentava menos movimento e os médicos maior disponibilidade. Além disso, também foi feito levantamento bibliográfico. A estratégia adotada na pesquisa apresentada neste artigo para analisar os dados do é denominada proposições teóricas. Estas proposições orientam a coleta e análise dos dados e contribuem para o entendimento da realidade, permitindo a análise do objeto estudado a partir de um referencial teórico estabelecido, pois se buscou entender a realidade explorada a partir de referenciais teóricos pré-existentes (YIN, 2005). No tratamento dos dados quantitativos fora utilizado o software Excel para transformar os dados em informações importantes. Todos os questionários foram tabulados com o devido cuidado na etapa de digitação dos dados, visando garantir a integridade da pesquisa. 4. RESULTADOS Nesta seção são apresentados os resultados obtidos por meio da aplicação de questionários — contendo questões fechadas — junto aos médicos e atendentes da unidade de Pronto Atendimento do hospital pesquisado. A partir das respostas obtidas foi possível investigar a percepção desses profissionais quanto aos impactos do uso de um Sistema de Informação Hospitalar na qualidade dos atendimentos realizados. Nos questionários de pesquisa e neste artigo os pacientes foram denominados clientes. Isso está de acordo com Dias (2005). Segundo o autor, o paciente não pode mais ser tomado como um ser passivo, tendo que obedecer rigorosamente o que lhe é determinado, não podendo sequer interferir ou ser informado quanto às ocorrências com o seu corpo. O paciente enquanto cliente passa a ter direitos e recupera a sua cidadania. Ele vai ao hospital em busca de um produto: a assistência à sua saúde. 4.1. Resultados da pesquisa aplicada aos atendentes do pronto socorro A seguir são apresentados os dados obtidos junto aos atendentes entrevistados. Com relação ao levantamento das habilidades com informática e o nível de relacionamento com o sistema de informação, a pesquisa procura identificar se o nível de relacionamento dos atendentes com o sistema de informação está relacionado ao nível de habilidade com informática dos mesmos. Os resultados apresentados no Gráfico 1 mostram que 20% dos atendentes apresentam excelente habilidade com informática e 80% responderam que o nível de habilidade com informática fica entre bom e muito bom. Qual a sua habilidade com informática? Bom 40% Excelente 20% Muito bom 40% Gráfico 1 – Habilidade dos atendentes com informática No Gráfico 2 são apresentados os dados sobre a percepção dos atendentes quanto às suas próprias habilidades em usar o SIH. Observa-se que 80% dos atendentes afirmaram que tem excelente e muito bom nível de relacionamento com o sistema de informação. No que tange ao nível de relacionamento com o SIH, percebe-se que apesar das habilidades dos atendentes com a informática serem boas, apenas 20% dos entrevistados apresentam um nível médio de relacionamento com o sistema de informação. Qual nível de relacionamento com sistema de informação? Médio 20% Excelente 40% Muito bom 40% Gráfico 2– Relacionamento dos atendentes com o sistema de informação. Os dados quanto à percepção dos atendentes sobre os benefícios da utilização do sistema de informação e do nível de importância no atendimento ao cliente são apresentados no Gráfico 3. Ao serem, os atendentes, questionados sobre a percepção com relação aos benefícios da utilização do sistema de informação, observa-se que a agilidade e o dinamismo no atendimento foram considerados os benefícios mais importantes, seguido por tranquilidade e segurança para o cliente e maior organização do fluxo de informação. Deve-se ressaltar que para os atendentes o benefício da maior proximidade com o cliente é considerado importante, mas não tanto quanto os outros benefícios levantados. Indique os benefícios da utilização do sistema de informação e nível de importância no atendimento ao cliente? Maior proximidade com o cliente Maior organização do fluxo de informação Tranquilidade e segurança para o cliente Agilidade e dinamismo no atendimento 0 Muito Importante Importante Nada Importante Não se Aplica 1 2 3 4 5 Pouco Importante Gráfico 3 – Benefícios da utilização do sistema de informação e nível de importância no atendimento ao cliente, segundo a percepção dos atendentes. O Gráfico 4 mostra que, para os atendentes, 77% dos clientes percebem a utilização do sistema de informação como importante e muito importante, diferente de 33% que acha pouco importante a utilização do sistema de informação no atendimento. Como o cliente percebe a utilização do sistema de informação no atendimento? Muito Pouco Importante Importante 34% 33% Importante 33% Gráfico 4 – Percepção dos atendentes quanto ao cliente na utilização do sistema de informação no atendimento. O Gráfico 5 mostra que 80% dos atendentes percebem que a impressão do cliente com relação ao uso do sistema de informação como ferramenta de préatendimento concentra-se entre excelente e bom. Qual a impressão do cliente quanto ao uso do sistema de informação como ferramenta de histórico? Médio Excelente 20% 20% Bom 20% Muito bom 40% Gráfico 5 – Impressão do cliente quanto ao uso do sistema de informação como ferramenta de histórico Evidencia-se, no Gráfico 6, a importância do sistema de informação e seus benefícios para a qualidade do atendimento. Observa-se que 80% dos atendentes percebem o sistema de informação como excelente e muito bom na geração de informação do paciente. Qual sua percepção com relação à geração de informação do paciente para o atendimento? Médio 20% Muito bom 40% Excelente 40% Gráfico 6 – Percepção do atendente com relação à geração de informação do paciente. No Gráfico 7 são apresentados os dados sobre a percepção dos atendentes quanto a comparação do atendimento médico feito com e sem o auxílio de um sistema de informação. A qualidade e quantidade dos atendimentos com auxílio de um SIH se sobressaem, assim como a dinâmica de atendimento, o tempo de atendimento e o custo do atendimento. Vale ressaltar que a percepção com relação ao nível de informação do paciente está condizente com o resultado apresentado no Gráfico 8 e no Gráfico 9. Qual a sua percepção com relação ao atendimento com sistema de informação? Custo do atendimento Qualidade do atendimento Quantidade de atendimento Nível de informação do paciente Dinamica de atendimento Tempo de atendimento 0 Excelente 1 Muito bom 2 Bom 3 Médio 4 5 Ruim Gráfico 7 – Percepção com relação ao atendimento com sistema de informação O Gráfico 8 aponta que a maioria dos atendentes percebe que o atendimento médico sem sistema de informação fica muito prejudicado em todos os aspectos apresentados. Qual a sua percepção com relação ao atendimento sem sistema de informação? Custo do atendimento Qualidade do atendimento Quantidade de atendimento Nível de informação do paciente Dinamica de atendimento Tempo de atendimento 0 Excelente Muito bom 1 2 Bom 3 Médio 4 5 Ruim Gráfico 8 – Percepção com relação ao atendimento sem sistema de informação. O Gráfico 9 mostra os dados sobre as ações de atualização das informações do atendimento médico no sistema de informação. Observa-se que os atendentes afirmam que não é rotineira a atualização das informações do atendimento médico no sistema de informação dentro do processo de atendimento médico no pronto socorro. Quais as ações após o atendimento médico? Arquivamento sem atualização da ficha do paciente no sistema de informação Encaminhamento para o atendente atualizar o sistema de informação Atualização da situação do paciente no sistema de informação 0 1 2 3 Ação Rotineira Acão Frequente Acão Pouco Frequente Acão Inexistente 4 5 Gráfico 9 – Ações após o atendimento médico. 4.2. Resultados da pesquisa aplicada aos médicos do pronto socorro A seguir serão apresentados os resultados da aplicação do questionário junto aos médicos. O objetivo da tomada de dados foi investigar a percepção dos médicos quanto aos benefícios do Sistema de Informação Hospitalar na qualidade dos atendimentos médicos no Pronto Socorro. Os dados apresentados no Gráfico 10 apontam que 67% dos médicos responderam que o nível de habilidade com informática fica entre bom e muito bom, já 33% apresentam habilidade média com a informática. Qual a sua habilidade com informática? Médio 33% Muito bom 22% Bom 45% Gráfico 10 – Percepção dos médicos quanto as suas próprias habilidades com Informática. Como demonstrado na Gráfico 11, observa-se que apenas 34% dos médicos afirmaram ter um bom nível de relacionamento com o Sistema de Informação. No que tange ao nível de relacionamento com o sistema de informação, percebe-se que apesar das habilidades com informática dos médicos serem 67% boa, apenas 34% dos entrevistados apresentam um bom nível médio de relacionamento com o sistema de informação. Qual nível de relacionamento com sistema de informação? Bom 34% Pobre 33% Médio 33% Gráfico 11– Nível de relacionamento com o sistema de informação. Os dados do Gráfico 12 mostram a percepção dos médicos com relação aos benefícios da utilização do sistema de informação para o atendimento médico. Observase que o histórico do paciente foi considerado o benefício mais importante, seguido pela otimização do tempo da consulta e pela agilidade na prescrição médica. Observa-se ainda que a maior precisão no diagnóstico foi considerada importante, mas não tanto quanto os outros benefícios levantados. Indique os benefícios do sistema de informação e nível de importância para o atendimento médico Otimização do tempo de consulta Agilidade na prescrição médica Maior precisão no diagnóstico Histórico do paciente 0 1 2 Muito Importante Importante Nada Importante Não se Aplica 3 4 5 6 7 8 9 Pouco Importante Gráfico 12 – Percepção dos médicos sobre quais os benefícios do sistema de informação para o atendimento médico. No Gráfico 13 é apresentada a percepção dos médicos sobre os benefícios da utilização do sistema de informação no atendimento ao cliente. Nota-se que maior organização do fluxo de informação e agilidade e dinamismo no atendimento foram considerados os benefícios mais importante, seguido por tranquilidade e segurança para o cliente. Deve-se ressaltar que para os médicos o benefício da maior proximidade com o cliente é considerado importante, mas não tanto quanto os outros benefícios levantados. Indique os benefícios da utilização do sistema de informação e nível de importância no atendimento ao cliente Maior proximidade com o cliente Maior organização do fluxo de informação Tranquilidade e segurança para o cliente Agilidade e dinamismo no atendimento 0 1 Muito Importante Importante Nada Importante Não se Aplica 2 3 4 5 6 7 8 9 Pouco Importante Gráfico 13 – Percepção dos médicos quanto aos benefícios da utilização de sistema de informação no atendimento ao cliente. Como demonstrado no Gráfico 14, pode-se perceber que para os médicos, 24% dos clientes percebem a utilização do sistema de informação como importante e muito importante, diferente de 76% que entende que o cliente acha pouco importante ou nada importante à utilização do SI no atendimento. Como o cliente percebe a utilização do sistema de informação no atendimento? Nada Importante 13% Muito Importante 12% Importante 12% Pouco Importante 63% Gráfico 14 – Percepção do cliente na utilização do sistema de informação no atendimento. Verificou-se no Gráfico 15 que somente 56% dos médicos têm a percepção que a impressão do cliente com relação ao uso do sistema de informação como ferramenta de pré-atendimento concentra-se entre muito bom e bom. Qual a impressão do cliente quanto ao uso do sistema de informação como ferramenta de Histórico? Muito bom 11% Pobre 33% Médio 11% Bom 45% Gráfico 15 – Impressão do cliente quanto ao uso do sistema de informação como ferramenta de histórico. Ainda com o objetivo de verificar a percepção dos médicos quanto aos benefícios do Sistema de Informação Hospitalar na qualidade dos atendimentos médicos no Pronto Socorro, foi questionado aos médicos a opinião deles sobre a utilização do sistema de informação como ferramenta de melhoria e geração de informação no atendimento médico no pronto socorro. Como demonstrado no Gráfico 16, verificou-se que para 89% dos médicos o sistema de informação é considerado uma importante ferramenta de melhoria no atendimento médico. Qual a sua opinião sobre o sistema de informação como ferramenta de melhoria do atendimento médico no pronto socorro? Médio 11% Bom 11% Excelente 33% Muito bom 45% Gráfico 16 – Percepção sobre o sistema de informação como ferramenta de melhoria do atendimento médico no pronto socorro. Na figura 23 evidencia-se a importância do sistema de informação e seus benefícios para a qualidade do atendimento, já que 89% dos médicos percebem o sistema de informação como excelente, muito bom e bom na geração de informação do paciente. Qual sua percepção com relação à geração de informação do paciente para o atendimento? Pobre 11% Excelente 11% Bom 22% Muito bom 56% Gráfico 17 – Percepção com relação à geração de informação do paciente. No Gráfico 18 são apresentados os dados quanto à percepção dos médicos em relação às vantagens da utilização do sistema de informação e o nível de importância no atendimento médico do pronto socorro. Observa-se que a vantagem ―maior nível de informação sobre o paciente‖ foi considerada mais importante, seguida pela ―consistência nas informações do paciente‖ e ―maior aproveitamento do tempo de consulta‖. Vale ressaltar que para os médicos a vantagem ―maior facilidade na definição do diagnóstico‖ é considerada pouco importante para cinco dos nove médicos entrevistados. Indique as vantagens da utilização do sistema de informação e o nível de importância no atendimento médico do pronto socorro Maior facilidade na definição do diagnóstico Consistência nas informações do paciente Maior aproveitamento do tempo de consulta Maior nível de informação sobre o paciente 0 1 Muito Importante Importante Nada Importante Não se Aplica 2 3 4 5 6 7 8 9 Pouco Importante Gráfico 18 – Vantagens da utilização do sistema de informação no atendimento médico do pronto socorro. No Gráfico 19 é apresentada a percepção dos médicos em relação às desvantagens da utilização do sistema de informação e o nível de importância no atendimento médico do pronto socorro. Observa-se que a desvantagem ―tendência de diagnóstico com base no histórico‖ foi considerada a mais importante, seguida pela ―alta dependência dos recursos tecnológicos‖ e ―dificuldade na alimentação das informações‖. Cabe ressaltar que para os médicos a desvantagem ―tendência a minimizar os sintomas do paciente‖ é considerada importante para cinco dos nove médicos entrevistados. Indique as desvantagens da utilização do sistema de informação e o nível de importância no atendimento médico do pronto socorro Tendência de diagnóstico com base no histórico do paciente Tendência a minimizar os sintomas do paciente Dificuldade na alimentação das informações Alta dependência dos recursos tecnológicos 0 Muito Importante Importante 1 2 Pouco Importante 3 4 5 6 Nada Importante 7 8 9 Não se Aplica Gráfico 19 – As desvantagens da utilização do sistema de informação no atendimento médico do pronto socorro. O Gráfico 20 apresenta a percepção dos médicos sobre o atendimento médico feito com o auxílio de um sistema de informação. Os dados apontam que o ―desempenho médico‖ e a ―qualidade e a quantidade dos atendimentos‖ se sobressaem, assim como a ―dinâmica de atendimento‖, o ―tempo de atendimento‖ e o ―nível de informação do paciente‖. Vale ressaltar que a percepção em relação ao ―custo do atendimento‖ se dá em função da dificuldade dos médicos em relacionar os indicadores de desempenho do atendimento médico aos custos. Qual a sua percepção com relação ao atendimento com sistema de informação? Desempenho médico Custo do atendimento Qualidade do atendimento Quantidade de atendimento Nível de informação do paciente Dinamica de atendimento Tempo de atendimento 0 Excelente 1 Muito bom 2 3 Bom 4 5 Médio 6 7 8 9 Ruim Gráfico 20 – Percepção com relação ao atendimento com sistema de informação. Os dados apresentados no Gráfico 21 mostram que a maioria dos médicos percebe que o atendimento médico sem sistema de informação fica significativamente prejudicado em todos os aspectos apresentados. Qual a sua percepção com relação ao atendimento sem sistema de informação? Desempenho médico Custo do atendimento Qualidade do atendimento Quantidade de atendimento Nível de informação do paciente Dinamica de atendimento Tempo de atendimento 0 Excelente 1 Muito bom 2 3 Bom 4 5 Médio 6 7 8 9 Ruim Gráfico 21 – Percepção com relação ao atendimento sem sistema de informação. 4.3. Discussão dos resultados Malagon-Londoño (2010) afirma que, atualmente, o hospital deve ser concebido como uma empresa prestadora de serviços de saúde. Devendo estar permanentemente disponível para atender a todas as expectativas e demandas de um cliente, o paciente. Além disso, o hospital precisa operar em um mundo de competência com base na qualidade. De acordo com Dias (2005), um hospital necessita oferecer ao cliente um ambiente mais compatível com as suas necessidades e desejos. Além disso, a competitividade na área de saúde torna-se cada vez maior. A tecnologia de ponta já não é mais o diferencial competitivo que atrai os clientes, pois está ao alcance de muitos hospitais. Programas de qualidade de várias origens e especificidades são implantados com o objetivo de encantar o cliente. Neste sentido, a pesquisa apresentada neste artigo teve como objetivo investigar a percepção dos médicos e atendentes do Pronto Socorro de um hospital quanto ao papel de um sistema de informação hospitalar na qualidade do atendimento prestado aos pacientes. Os dados obtidos apontam que os médicos e atendentes percebem e reconhecem os benefícios do uso de um Sistema de Informação Hospitalar na qualidade dos atendimentos médicos no Pronto Socorro. A pesquisa identificou que tanto os atendentes quantos os médicos percebem claramente os benefícios gerados pelo sistema de informação para o atendimento ao paciente. O reconhecimento da relevância de um SIH foi evidenciado principalmente no tocante as questões de agilidade e dinamismo dos atendimentos; organização do fluxo de informação; e maior proximidade para com o cliente. Isso pode ser afirmado a partir das respostas obtidas sobre percepção dos atendentes e médicos quanto à impressão dos clientes com relação ao uso do SI como ferramenta de pré-atendimento. Esse reconhecimento da importância do SIH está de acordo com Albertin e Albertin (2009). Os autores afirmam que os benefícios de Tecnologia da Informação podem ser definidos como custo, produtividade, flexibilidade, qualidade e inovação, sendo que estes benefícios podem ser entendidos como a oferta que a tecnologia traz para as organizações. Quanto às vantagens e desvantagens da utilização do Sistema de Informação Hospitalar no atendimento médico do Pronto Socorro Hospitalar, Marin e Miranda (2010) afirmam que os Sistemas de Informação em Saúde são reconhecidos como instrumentos que aumentam a efetividade dos profissionais e reduzem os custos em saúde, bem como auxiliam na promoção da padronização do cuidado. Isso está em concordância com os resultados apresentados neste artigo. Quanto à percepção dos médicos em relação às vantagens da utilização do sistema de informação e o nível de importância no atendimento médico do pronto socorro, constatou-se que o maior nível de informação sobre paciente foi uma vantagem considerada muito importante, seguida pela consistência nas informações do paciente e maior aproveitamento do tempo de consulta. Vale ressaltar que para cinco dos nove’ médicos entrevistados, a vantagem maior facilidade na definição do diagnóstico é considerada pouco importante. Bolwijn e Kumpe (1990 apud Albertin e Albertin, 2009, p. 35) ―argumentam que além da redução de custo e melhoria da qualidade, os esforços da empresa estão em aumentar a velocidade, minimizando o tempo de atendimento das necessidades dos clientes". Em contrapartida, observou-se que a desvantagem tendência de diagnóstico com base no histórico do paciente foi considerada a mais importante, seguida pela alta dependência dos recursos tecnológicos e dificuldade na alimentação das informações. Cabe ressaltar que para cinco dos nove médicos entrevistados a desvantagem tendência a minimizar os sintomas do paciente é considerada importante. Entre vantagens e desvantagens o sistema de informação atende a necessidade de disponibilização de informação com maior consistência sobre os clientes, gerando melhor aproveitamento do tempo de consulta e melhor desempenho no atendimento médico. Para Felisbino (2008), o Sistema de Informação Hospitalar quando, instalado em um ambiente hospitalar, pode ajudar no tratamento de informações sobre pacientes. Isso se deve a emissão de relatórios, controle de estoque de medicamentos e materiais de uso hospitalar, além do controle de internações entre outros. Com relação à percepção dos médicos e atendentes em relação ao processo de atendimento prestado aos pacientes no Pronto Socorro com e sem sistema de informação, a pesquisa mostra claramente que tanto os atendentes quanto os médicos são incisivos ao afirmarem que a qualidade, quantidade e desempenho dos atendimentos são superiores quando feitos com o apoio do sistema de informação. Também é consensual a opinião dos atendentes e médicos quanto ao desempenho médico, pois os mesmo afirmam que com ou sem SI o nível de desempenho continua em bons patamares. Os hospitais não podem controlar a produção de serviços, os custos, a qualidade, a produtividade e o aprimoramento da gestão de muitas de suas atividades sem contar com um sistema de informação que permita conhecer todas as características dos recursos disponíveis e necessários (LONDOÑO, 2010). Quando questionados sobre a qualidade do nível de informação do paciente no atendimento sem sistema de informação, mais uma vez foi consensual a opinião dos atendentes e médicos, que afirmaram que o nível de informação é ruim e limitado. Gonçalves (2002) contribui afirmando que o grande desafio da informatização no hospital é o registro e o processamento das informações relativas ao próprio doente. A razão fundamental decorre da complexidade do vocabulário em que a informação médica é expressa. Observa-se, ainda, que a pesquisa apresentada neste artigo propiciou um nível de informação importante no que tange a percepção dos médicos e atendentes na utilização do sistema de informação, como uma ferramenta de apoio ao atendimento médico. Além de ficarem evidenciadas as vantagens e desvantagens do sistema de informação, também se pode perceber que as opiniões entre médicos e atendentes mantiveram um nível elevado de coerência, significando que independente da formação, quando se trata do atendimento, a percepção dos mesmos com relação à qualidade que a ferramenta proporciona para o atendimento médico e satisfação do cliente é de senso comum. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste artigo foi apresentada uma pesquisa sobre a percepção dos médicos e atendentes sobre os aspectos de utilização de um sistema de informação como ferramenta de apoio ao atendimento médico em um pronto socorro. Os dados da pesquisa foram obtidos por meio de questionários respondidos pelos médicos e atendentes do Pronto Socorro do hospital estudado. Os resultados apresentados mostram que a maioria dos médicos e dos atendentes reconhece os benefícios advindos do uso de um sistema de informação. Entretanto, esses profissionais demonstraram ter pouco interesse em explorar as potencialidades do SIH. Isso é possivelmente devido ao perfil dos profissionais estudados, pois a maioria atua como plantonistas. Por isso focam suas atuações apenas nos atendimentos que realizam, sem preocupação com ocorrências futuras daqueles clientes. O comportamento dos médicos e atendentes com relação à alimentação de dados no SIH é evidenciado pelo fato dessa atividade ser efetuada pelos funcionários do departamento de contas médicas do hospital. Obviamente os médicos e atendentes seriam os profissionais mais indicados para essas atividades. A relevância da qualidade dos dados sobre os atendimentos no SIH é reconhecida pelos médicos. Estes profissionais percebem que as informações dos clientes contidas no sistema de informação podem levar a tendências de diagnósticos, considerando a minimização dos sintomas apresentados pelos pacientes, agravadas pela dificuldade na alimentação das informações no ato do atendimento. As questões relativas aos processos de alimentação das informações dos clientes do pronto socorro, assim como a responsabilidade de quem deve alimentar tais informações no sistema de informação, deve ser objeto de futuros estudos, pois o assunto deve ser tratado com maior nível de detalhamento. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, A. F.; REZENDE, D. A. Tecnologia da informação aplicada a sistemas de informação empresariais. 6ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2009. ADRIANO, A. L. et al. A Tecnologia da Informação na Área Hospitalar: um caso de implementação de um sistema de registro de pacientes. 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