IV Encontro Nacional de Ensino de Ciências da Saúde e do Ambiente Niterói/RJ, 2014 “MENDELmória”: JOGO DIDÁTICO VOLTADO PARA O ENSINO DE GENÉTICA NA PERSPECTIVA INTEGRADORA “MENDELmória”: DIDATIC GAME DESIGNED TO GENETICS TEACHING INTO AN INTEGRATED PERSPECTIVE Willian Alves Pereira1; Beatriz dos Anjos Fonseca Sampaio da Silva¹, Laion Victor Oliveira Okuda1, Sheila Alberts dos Reis2, Tânia Goldbach2 1,2 Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro - IFRJ/Núcleo de Pesquisa em Ensino e Divulgação em Ciências - NEDIC [email protected] RESUMO Os jogos didáticos (JD) são utilizados como estratégias de ensino no processo ensinoaprendizagem, principalmente em áreas do conhecimento de difícil compreensão, como no caso da genética. Os JD, por muitas vezes, não são bem vistos pelos professores por estarem associado à brincadeira, mas pesquisas mostram que estão sendo paulatinamente inseridos no contexto educacional. O levantamento quali-quantitativo, mencionado neste artigo, indica aumento expressivo de propostas divulgadas envolvendo JD em importantes eventos acadêmicos da Área de Ensino de Ciências, Biologia e Genética (EPEB, ENPEC, EREBIO, ENEBIO e SBG-Genética na praça), assinalando sua presença nos diferentes níveis de ensino (educação básica, graduação e educação continuada). Este trabalho destaca o jogo intitulado “MENDELmória” que envolve diferentes aspectos de características monogências de um conjunto de organismos, apontando para desafios de sua confecção e resultados preliminares de sua aplicação. Com ele pretende-se reforçar a construção de uma visão integradora para o ensino da genética e hereditariedade. Palavras-chaves: Jogos didáticos, Ensino de Genética, Levantamento produção acadêmica ABSTRACT The didactic games (DG) are used as teaching strategies in the teaching and learning, especially in knowledge áreas with difficulties to understand, such as genetics. Didatic games are not well regarded by teachers at any times, because they are associated with “plays”, but the researchers show that there are increasingly in the educational context. Qualitative and quantitative surveys , mentioned in this article , show significant increase in important academic events of the Science, Biology and Genetics education fields (EPEB, ENPEC, EREBIO, ENEBIO and SBG-square ), marking its presence at different levels of education. This article highlights the game titled "MENDELmória" that involves different aspects around monogenic characteristics of a set of organisms, pointing to challenges of their elaboration and preliminary aplication results. It aims to strengthen the construction of an integrative vision for the teaching of genetics and heredity. Key words: Didatic games, Genetic teaching, Survey of academic production Campus da Praia Vermelha/UFF 1 IV Encontro Nacional de Ensino de Ciências da Saúde e do Ambiente Niterói/RJ, 2014 INTRODUÇÃO Os jogos didáticos (JD) são utilizados como estratégia de ensino ao estimular o aluno a trabalhar conceitos adquiridos de uma forma ativa e menos usual, evitando a memorização e podendo atuar favorecendo a aprendizagem. No caso de jogos da área de Genética e afins, pode contribuir para diminuir a criticada fragmentação dos conteúdos da temática (GOLDBACH, 2013). O uso de JD está previsto nos Parâmetros Curriculares Nacional (PCN) e os mesmos são vistos como alternativas viáveis e interessantes de dinamizar a relação professor–aluno–conhecimento (PEDROSO, 2009), pois o aluno tende a participar de forma espontânea e ativa da atividade. Além disso, os JD proporcionam o desenvolvimento de várias habilidades, como a cognição, afeição, socialização, motivação e criatividade (CAMPOS, 2002). Entretanto, estes não são aplicados com frequência em salas de aula, pois em um ambiente educacional nem sempre são bem vistos por serem considerados potencialmente perturbadores da disciplina e, muitas vezes, estarem associados somente a brincadeira e a momentos prazerosos (CANTO, 2009); assim, acabam por não serem sequer conhecidos e utilizados por muitos professores. Contudo várias pesquisas da área de ensino apontam favoravelmente para o uso de estratégias diversificadas em sala de aula e, entre elas, estão a elaboração e a utilização de jogos, como mostrado por Campos (2002), que acredita que a utilização do jogo didático seja uma alternativa para melhorar o desempenho dos estudantes em conteúdos de difícil aprendizagem por aliar aspectos lúdicos aos cognitivos. Nosso grupo tem atuado em levantamentos de trabalhos que relatam a presença e o uso de jogos para o ensino de uma temática específica: a Genética e temas correlatos. Estes levantamentos revelam um número significativo de pesquisas e iniciativas relatadas nos trabalhos condensados nos Anais dos principais eventos da área nos últimos 11 anos (GOLDBACH, 2013). Entretanto constata-se que boa parte do material não está disponibilizado de forma direta e detalhada, dificultando um olhar analítico. Nem todos trabalhos apresentam detalhamentos ou mesmo apontam para possibilidade de acesso ou reprodução dos JDs, assim como muitos não apresentam considerações avaliativas de suas aplicações. Campus da Praia Vermelha/UFF 2 IV Encontro Nacional de Ensino de Ciências da Saúde e do Ambiente Niterói/RJ, 2014 Nossa linha de pesquisa, envolve elaboração, validação e análise de jogos para o ensino de genética, como é o caso do MENDELmória, tratado neste artigo e pretende contribuir neste caminho de disponibilização desta estratégia didática. PRESSUPOSTOS E ANTECEDENTES DA PESQUISA: O entendimento do processo de hereditariedade e dos elementos envolvidos no mesmo é estruturante para a compreensão de diversos tópicos biológicos, além de fazer parte das ideias consideradas fundamentais na formação global dos cidadãos. Tanto esta importância, quanto o reconhecimento da temática Genética como uma das mais difíceis de ser ensinada e aprendida, são aspectos presentes em vasta literatura nacional e internacional do campo da educação em ciências, assim como da teoria e filosofia da biologia (GERICKE & HAGBERG, 2007; EL-HANI, 2007; XAVIER et al, 2007; GOLDBACH, 2006, 2007; SILVEIRA & AMABIS, 2003; LEWIS et al; BANET & AYUSO, 1995; BAHAR et al ,1999 e outros). Sabemos que o ensino de genética é cercado de desafios, pois por muitas das vezes a “genética escolar” vem sendo desenvolvida de forma fragmentada e pouco contextualizada, o que acaba por dificultar uma compreensão significativa do tema pelos alunos, tal como a produção acadêmica da área vem apontando. (GOLDBACH, 2011). Desde a década de 90, estudos de expressão internacional, como os trabalhos de Rodriguez (1995), Banet & Ayuso (1995, 1999), Bahar et al (1999) – e, progressivamente, inúmeros outros trabalhos apontam para a importância do tema e para as dificuldades enfrentadas no ensino. Elas fazem uso de enfoques e metodologias diversas (uso de questionários e entrevistas, pesquisa documental, análise de discurso, concepções, imagens e analogias), assim como abordam diferentes níveis (ensino médio, formação de professores, espaços-não formais) e recursos pedagógicos (livros didáticos, revistas, artigos, atividades práticas e jogos didáticos) Para efeito de síntese e agrupamento, temos identificado como principais problemas mencionados na literatura aqueles que envolvem três aspectos - 1) fragmentação, 2) descontextualização e 3) desatualização dos conteúdos tratados no ensino básico - os quais o jogo em questão procura atuar. Com a utilização de jogos é possível favorecer a aprendizagem acrescentando dinamismo aos momentos de ensino-aprendizagem, uma vez que se une regras, Campus da Praia Vermelha/UFF 3 IV Encontro Nacional de Ensino de Ciências da Saúde e do Ambiente Niterói/RJ, 2014 objetivos, entretenimento e prazer (DOHME, 2004) mantendo-se atenção para que seja bem aplicado e dinamizado, para alcançar os objetivos educativos propostos (FALKEMBACH, 2006 e LEGEY, 2012) No levantamento realizado, foi obtido um total de 65 propostas de jogos didáticos relacionado à genética e temas correlatos nos principais eventos da área (Tabela 1). Os eventos investigados foram: o Encontro Perspectivas do Ensino de Biologia (EPEB), o Encontro de Pesquisadores em Ensino de Ciências (ENPEC) e os Encontros Regional (RJ/ES) e Nacional de Ensino de Biologia (EREBIO e ENEBIO). As seções “Genética na Praça” do Congresso da Sociedade Brasileira de Genética (SBG) (2008-2013) e dois sítios de instituições de referência com produção e divulgação de JD também foram investigados. Este levantamento encontra-se publicado na homepage do Núcleo de Pesquisa em Ensino e Divulgação de Ciências - NEDIC (GOLDBACH et al., 2011). Tabela 1: Quantidade de trabalhos sobre Ensino de Genética e afins referentes a jogos por evento Já a Tabela 2, registra a distribuição por região geográfica do Brasil dos autores relacionados com os jogos do levantamento. Percebe-se um grande número de publicações provindas de instituições públicas da Região Sudeste, assim como existe pouca participação de instituições particulares, levando-se em consideração o primeiro autor e a vinculação departamento/instituto no qual está inserido. Foi destacado o vínculo dos autores, ou seja, se o trabalho tem origem na área de educação/ensino de ciências, licenciaturas, programas de pós-graduação da extinta área 46-CAPES, (EDU-ENS); ou na área biológica e afins (BIOL), como em departamentos de genética, bioquímica, biologia molecular, faculdades de medicina, etc.; e, neste Campus da Praia Vermelha/UFF 4 IV Encontro Nacional de Ensino de Ciências da Saúde e do Ambiente Niterói/RJ, 2014 sentido, foi reconhecido um equilíbrio entre estes dois grupos (41,53% e 43,07%, respectivamente) Tabela 2: Quantidade de JD por Instituição/Vínculo dos primeiros autores Aos jogos didáticos elaborados pelo programa de pós-graduação Lato Sensu/NEDIC-IFRJ, indicados nesta Tabela 2 – intitulados “Nas voltas com a hemoglobina”(2009), “Genes & Interações”(2010) e “Que proteína é essa?(2011)”-, somam-se os recentes jogo e modelo “Mendelmória (2012-2013) e “NEDICóide”(2013). O presente trabalho aborda o jogo MENDELmória, que visa reforçar uma abordagem integradora para o ensino da temática genética e hereditariedade, em que são passados conceitos de herança mendeliana, do tipo monogênica. Este e outros jogos Campus da Praia Vermelha/UFF 5 IV Encontro Nacional de Ensino de Ciências da Saúde e do Ambiente Niterói/RJ, 2014 produzidos pelo NEDIC, estão disponíveis no site provisório www.nedic- ifrj.weebly.com. METODOLOGIA DE ELABORAÇÃO, REGRAS DO JOGO E VALIDAÇÃO: Foi realizada uma ampla pesquisa em sites de referência da Área de Genética e Biologia Molecular, em busca de características monogênicas em organismos diversificados (vertebrados, invertebrados e plantas) que estivessem acompanhadas de descrição e detalhamento da relação entre genótipos e fenótipos expressos, apontando para dados diretos de genes, cromossomos, proteínas relacionados a expressão da variedade das características, além de curiosidades relevantes e contextualizadoras. Tal abordagem associativa entre estes elementos não foi encontrada na maior parte das referências pesquisadas, constituindo-se num desafio para reunião de informações nesta fase de definição dos itens do jogo. As buscas, então, foram concentradas para 8 organismos (ervilha, nabo, drosófila, peixe- zebra, galinha, cachorro, porco e humanos) e as informações foram agrupadas em 5 abordagens ou visões diferentes (visão mendeliana, visão cromossômica, visão gênica (DNA), visão molecular, proteína envolvida e aspecto histórico-aplicação&cia). A visão mendeliana envolveu informações sobre o caracter em questão presente no organismo e o tipo dessa característica (autossomo recessivo ou dominante). A visão cromossômica reuniu dados sobre a quantidade de cromossomos presente no cariótipo de cada organismo, além de informar em qual cromossomo houve a mutação. A visão gênica buscou relacionar cada gene específico em que ocorreu a mutação, como o nome do mesmo, seu tamanho e o tipo de mutação ocorrida, quando possível (inserção, deleção e substituição). A visão molecular informava sobre as proteínas codificadas pelos genes em questão e sua atuação funcional/estrutural no organismo. Quanto ao aspecto histórico-aplicação&cia buscou-se trazer alguma informação adicional sobre o organismo, seja alguma curiosidade ou sua utilização na biotecnologia, seu valor histórico. Registra-se, então, que o jogo MENDELmória apresenta 48 cartas informativas (dobradas ao meio) e 6 tabuletas, além de uma roleta com as imagens dos organismos, podendo ser jogada por até 8 jogadores ou 8 grupos (Figuras 1, 2, 3 e 4) Campus da Praia Vermelha/UFF 6 IV Encontro Nacional de Ensino de Ciências da Saúde e do Ambiente Niterói/RJ, 2014 201 Figura 1: Cartas do MENDELmória (externa) Figura 3: Roleta com os organismos. organismos Figura 2: Cartas do MENDELmória (interna) Figura 4: Símbolo do MENDELmória Determinou-se que para o início do jogo, os participantes devem girar a roleta (Figura 3) que contém as figuras dos organismos trabalhados. O organismo que a roleta apontar será o que deverá ser a referência para o jogador. As regras estabelecem que as cartas devam estar arrumadas em 6 colunas de acordo com as tabuletas e suas cores específicas (conforme ( a Figura 5: 5 “organismo” azul; “visão mendeliana” – vermelho; “visão cromossômica” – amarelo; “visão gênica” – verde; “visão molecular” – azul claro e “aspecto histórico-aplicação&cia” aplicação&cia” - lilás). Figura 5: Jogo MENDELmória montado sobre uma mesa Campus da Praia Vermelha/UFF 7 IV Encontro Nacional de Ensino de Ciências da Saúde e do Ambiente Niterói/RJ, 2014 A dinâmica do jogo inicia com o primeiro jogador escolhendo e abrindo uma carta de cada coluna de modo que todos os outros alunos possam observar bem as seis cartas abertas sobre a mesa, lendo seu conteúdo e memorizando a sua posição nas colunas, quando de seu interesse. O jogo termina quando um jogador, em uma única rodada, conseguir abrir as seis cartas referentes ao seu organismo, integrando as informações e abordagens sobre o caracter do organismo em questão. Caso não consiga, as cartas devem permanecer no mesmo local até que alguém consiga formar a sequência de cartas correta. O detalhamento com o conteúdo informativo de cada carta, assim como o livreto-manual com as regras e informações para os jogadores e professor estão presentes no sítio www.nedic-ifrj.weebly.com. Até o presente momento, o “MENDELmória” foi aplicado em turmas de professores na formação continuada (especialização em ensino de ciências), em turmas da graduação, e em turmas do Ensino Médio técnico e em eventos voltados para professores.Foram utilizados questionários ao final da vivência do jogo, junto aos professores, para avaliação das experiências, o que já desencadeou alguns ajustes no material final, além de contribuir como primeira validação do recurso. O jogo “Integrando MENDELmoria” foi analisado por um grupo amostral de 25 alunos, sendo 14 do ensino médio do terceiro ano (técnico) e 11 da graduação. RESULTADOS Todos os alunos questionados já haviam entrado em contato com a disciplina Genética anteriormente, sendo que 84% deles expressaram que o tema genética apresenta uma complexidade regular e 16% mostraram se tratar de um tema de fácil compreensão. Dos resultados do questionário, foram avaliadas as questões de jogabilidade, clareza do conteúdo e entendimento dos conceitos básicos tratados. Os valores estipulados para análise da qualidade foram de 1 (ruim) a 5 (ótima). Tabela 3 – Extrato dos Resultados do Questionário de Avaliação do Jogo MENDELmória (2012) Campus da Praia Vermelha/UFF 8 IV Encontro Nacional de Ensino de Ciências da Saúde e do Ambiente Niterói/RJ, 2014 Com o questionário podemos destacar os “spots” de maior dificuldade encontrados no jogo, projetando uma frequência de dificuldade de 6/25 na dinâmica, 15/25 no conteúdo, 1/25 nas regras e perguntas, finalizando com 1/25 no objetivo do jogo. A nota média geral qualitativa atribuída para o jogo foi de 8,8 (sendo a nota média de 9,28 na turma do técnico e 8,32 na turma da graduação). CONSIDERAÇÕES FINAIS E PERSPECTIVAS Estes resultados preliminares, com uso simples de um questionário pós-jogo, são animadores no reconhecimento da receptividade do jogo. Pretende-se seguir avaliando o mesmo com outras metodologias e ampliação de público para investigar seu papel educativo. O mesmo está sendo inserido no Banco de Empréstimos de jogos didáticos, em implantação no Núcleo de Pesquisa em Ensino e Divulgação de Ciências (NEDIC-IFRJ). Está sendo entabulado contato para transformação do jogo físico – com as cartas e materiais descritos – em jogo na forma informatizada, usando o recurso flash, o que pode oferecer maior socialização do mesmo, assim como atrativo auto-didático. Entendemos que este formato pode favorecer o contato com uma quantidade grande de informações presentes nas cartas, dando maior “leveza” e favorecendo o exercício de busca dos acertos com as regras do jogo e com a necessária memorização dos locais das cartas associadas. Tanto o levantamento mencionado, como as diferentes aplicações realizadas do jogo “Integrando MENDELmória” nos faz constatar que os JD podem ser produzidos para vários níveis, com potencial utilização desde a formação básica até a graduação. Entretanto estamos enfatizando seu uso na educação continuada dos professores, já que o tema “genética” requer atualização continua e apresenta-se como difícil compreensão. A produção de grupos focais com professores de Ensino Médio das escolas públicas e particulares apresentando esses modelos de facilitadores de aprendizagem, são nossos próximos caminhos de investigação. O levantamento do JD nos mostra uma crescente valorização deste tipo de proposta como estratégia de construção de conhecimento, já que os números de trabalhos realizados vêm aumentando no decorrer dos anos, mostrando que esta prática está se tornando mais presente na vida do professor. Campus da Praia Vermelha/UFF 9 IV Encontro Nacional de Ensino de Ciências da Saúde e do Ambiente Niterói/RJ, 2014 Continuamos seguindo com nossas produções de Jogos/Modelos didáticos e a aplicação dos mesmos em turmas do Ensino Médio, educação continuada e grupos focais, de forma a diminuir a fragmentação que se tem no ensino de genética e inspirar os professores a se ter uma forma de transmissão de conhecimento cada vez mais inovadora. REFERÊNCIAS BAHAR, J., JOHNSTONE, A.H., E HANSELL, H. Revisiting Learning Difficulties in Biology. Journal of Biological Education, 33(2), p. 84-86, 1999. BANET, E., AYUSO, G. E. Introduccion a la genética em la ensenanza secundaria y bachillerato. 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